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GEOGRAFIA DO ACRE 2 GEOGRAFIA DO ACRE GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA DO ACRE GEOLOGIA DO ACRE No Acre, a unidade geotectônica mais importante é a bacia do Acre (veja a Figura a seguir) que compreende unidades essencialmente cenozoicas, entretanto, em sua porção mais a oeste ocorrem remanescentes mesozoicos e até pré-cambrianos. Sua história geológica envolve primeiramente deposição pericratônica e marginal aberta no Paleozoico, resultando em sedimentos continentais intercalados a sedimentos marinhos. A análise de feições sismoestratigráficas, em seções sísmicas realizadas pela Petrobrás (OLIVEIRA, 1994), e das principais estruturas da bacia permite concluir que a sedimentação inicial se deu por rifteamento intracontinental, com possíveis incursões mari- nhas. Após o soerguimento dos Andes, a deposição se deu em ambiente essencialmente intracon- tinental, com a presença de lagos e, posteriormente, de megaleques aluviais. As estruturas mais importantes na configuração do quadro atual são: o Arco de Purus, que desde o Paleozoico até a inversão da cadeia andina no Mesozoico teria funcionado como paleodivisor de dois sistemas de drenagem, os quais corriam, respectivamente, para leste e para oeste (BEMERGUY; COSTA, 1991; WANDERLEY FILHO, 1991); o Lineamento Madeira, que limita a bacia do Acre a sudeste e também serviu como divisor de drenagem no Cretáceo; o Arco de Iquitos, que separa a bacia do Acre da bacia do Solimões; e o Lineamento Juruá. GEOGRAfIA DO ACRE 3 GEOMORfOLOGIA DO ACRE O Estado do Acre encontra-se dividido em nove unidades geomorfológicas: a Planície Ama- zônica, a Depressão do Endimari-Abunã, a Depressão do Iaco-Acre, a Depressão de Rio Branco, a Depressão do Juruá-Iaco, a Depressão do Tarauacá-Itaquaí, a Depressão Marginal à Serra do Divisor, a Superfície Tabular de Cruzeiro do Sul e os Planaltos Residuais da Serra do Divisor como podemos observar na figura a seguir. A Planície Amazônica forma-se por colmatagem de sedimentos em suspensão e construção de planícies e terraços orientada por ajustes tectônicos e acelerada por evolução de meandros. Os padrões de drenagem nela presentes são o meândrico e o anastomosado, indicando ajuste hidro- dinâmico em áreas rebaixadas. É caracterizada por vários níveis de terraços e as várzeas recentes contêm diques e paleocanais, lagos de meandro e de barramento, bacias de decantação, furos, canais anastomosados e trechos de talvegues retilinizados por fatores estruturais. As altitudes nas depressões variam de 130 (na Depressão Endimari-Abunã) a 440 m (na Depressão Juruá-Iaco). A tectônica parece ter um papel importante na área, provavelmente uma movimentação tardia no Arco de Iquitos provocou o soerguimento dessas unidades que foram posteriormente niveladas por pediplanação pós-terciária e dissecadas em diferentes graus pela drenagem atual. Já a Depressão Marginal à Serra do Divisor pode ter sido rebaixada nessa fase por se constituir um gráben (bacia limitada por falhas) associado à Falha Batã, com possíveis rearranjos pela pediplanação pós-terciária e posterior dissecação fluvial. A Superfície Tabular de Cruzeiro do Sul constitui um horst (área elevada ao lado do gráben) associado à Falha Batã onde predominam relevos tabulares com declives suaves, à exceção de alguns trechos, como sua borda oeste, onde os declives são mais acentuados. Apresenta altitude média entre 150 m e 270 m e padrões de drenagem dendríticos a subparalelos (associado a estruturas tectônicas). No Planalto Residual da Serra do Divisor ocorrem as Serras do Jaquirana, do Moa, do Juruá- -Mirim e do Rio Branco, compreendendo as maiores altitudes da Amazônia Ocidental (entre 270 m e 750 m), intensamente dissecadas pela drenagem atual. O padrão dendrítico e paralelo denuncia forte controle estrutural. GEOGRAFIA DO ACRE 2 GEOGRAFIA DO ACRE O ESPAÇO NATURAL – CLIMA DO ACRE Em 1938, o médico Afrânio Peixoto publicou um livro cujo título era Clima e Saúde, em que procurava explicar as mais diversas relações estabelecidas entre esses dois fenômenos. Fez algumas referências ao clima da Amazônia, principalmente no sentido de combater a ideia generalizada de que o clima da região não é bom, um conceito bem controverso. (NOGUEIRA, Amélia Regina Batista, NOGUEIRA, Ricardo José Batista, FORTES, Mírcia Ribeiro. Atlas escolar do Amazonas: espaço geo-histórico e cultura. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2011.) O CLIMA DA AMAZÔNIA É RUIM? Diante do grande número de casos de malária ocorridos durante a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, difundiu-se a associação entre o tipo de clima da região a “existência” de inúmeras doenças. Para o médico Afrânio Peixoto, o clima da região foi “caluniado”, em virtude de uma incompreensão: a doença e a morte de aventureiros que vêm para a Amazônia não tem relação com o clima. O problema está na insalubridade, que é passível de correção com o saneamento dos lugares, não propriamente no clima. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO CLIMA AMAZÔNICO O clima atual da região Amazônica é uma combinação de vários fatores, sendo o mais impor- tante a disponibilidade de energia solar, através do balanço energético. A energia proveniente do Sol atinge a Terra em duas formas principais: luz e calor. Grande parte da energia luminosa recebida no ecossistema amazônico é utilizada na produção de biomassa, isto é, de massa vegetal e animal. Há, ainda, todo o excesso de radiações caloríficas que serão absorvidas pelo ambiente, causando a elevação de sua temperatura. A água na forma de vapor, como existe em grande quantidade no ar da Amazônia exerce um grande efeito amortecedor das variações de temperatura, impedindo que ela suba em demasia durante o dia ou que se reduza muito durante a noite. Todo esse conjunto de fatores é igualmente importante na determinação do clima amazônico e da economia do calor na Amazônia. Em toda a região Norte aparecem os climas equatorial úmido e equatorial subumido, desta- camos ainda a presença da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) como um dos fatores regula- dores do clima na região ,assim como a ação dos ventos alísios e das baixas pressões equatoriais, chamados doldrums. GEOGRAfIA DO ACRE 3 ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL NA ÁREA EQUATORIAL Disponível em: http://img.climatempo.com.br/climapress/galeria/2016/02/24220944ee0ae92b4cfa8077d9a5dc9a.jpg A ação das massas de ar na região também é fundamental para entendermos as variações cli- máticas na região Norte e no estado do Amazonas. A Massa Equatorial Continental (mEc), quente e instável, exerce grande influência na Amazônia Ocidental, ao passo que a Massa Equatorial Atlântica (mEa) e a ZCIT afetam o médio e baixo Amazonas e o litoral. Embora as médias térmicas estejam normalmente acima dos 24⁰C em toda a região (exceto nas áreas mais elevadas), o regime de chuvas apresenta importantes diferenças devido à ação dos sistemas atmosféricos destacados. MASSAS DE AR NA AMÉRICA DO SUL Disponível em: https://marcosbau.files.wordpress.com/2011/01/massas-no-verao.jpg Grosso modo, a Amazônia situa-se na Região equatorial e possui um clima quente e úmido, embora este comportamento não tenha sido uma constância durante os últimos 15.000 anos. Devida 4 aos altos valores de energia que incidem na superfície do estado, o comportamento da temperatura do ar mostra uma pequena variação ao longo do ano. A energia que atinge a superfície terrestre é devolvida para a atmosfera na forma de fluxo de calor sensível (aquecimento) e latente (evapotranspiração). Desta forma, o balanço de energia e umidade interagem, sendo que o saldo de radiação é particionado em termos de calor sensível e/ ou latente, dependendo das condições ambientais e de água no solo. A região Amazônica possui uma precipitação média de aproximadamente 2.500 mm/ano, embora tenham regiões (na fronteira entre Brasil e Colômbia e Venezuela) em que o total anual atinge 3.500 mm. Nessas regiões, não existe período de seca. Esses valores de precipitaçãoelevada próximo à Cordilheira dos Andes devem-se à ascensão orográfica da umidade transportada pelos ventos alísios de leste da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Na região costeira (no litoral do Pará ao Amapá), a precipitação também é alta e sem período de seca definido, devido à influência das linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa litorânea à tarde e que são forçadas pela brisa marítima. O período de chuvas ou forte atividade convectiva na região Amazônica é compreendido entre novembro e março, sendo que o período de seca (sem grande atividade convectiva) ocorre entre os meses de maio e setembro. Os meses de abril e outubro são de transição entre um regime e outro. A distribuição de chuva no trimestre dezembro-janeiro-fevereiro (DJF) apresenta uma região de precipitação alta (superior a 900 mm), situada na parte oeste e central da Amazônia, em conexão com a posição geográfica alta da Bolívia. Por outro lado, no trimestre junho-julho-agosto (JJA), o centro de máxima precipitação desloca-se para o norte e situa-se sobre a América Central. A região Amazônica, principalmente na parte central, está sob o domínio do ramo descendente da Célula de Hadley, induzindo um período de seca bem característico. (Fonte: TEIXEIRA, W. (Org.) et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003. p. 248.) GEOGRAfIA DO ACRE 5 fRIAGEM NO ACRE? O fenômeno da Friagem é a queda brusca de temperatura, com ventos razoavelmente frios. No Brasil, a friagem ocorre na Amazônia ocidental, de maio a agosto. Este fenômeno climático é consequência da penetração das massas de ar polar, passando pelas bacias hidrográficas do Prata e do Paraguai, quando recebem o ar frio das regiões de clima temperado da América do Sul. O tempo mínimo de duração é de três a quatro dias. No sul do Estado, a friagem já provocou temperaturas muito reduzidas, com registros de 17,6⁰C em Eirunepé; 20,9⁰C em Boca do Acre e 21,1⁰C em Lábrea. CLASSIFICAÇÃO DE KÖPPEN Várias classificações climáticas foram realizadas para com- preender os climas brasileiros. Os elementos climáticos são grandezas físicas que comunicam ao meio atmosférico suas propriedades e características peculiares, por exemplo: temperatura, precipitação, vento, pressão atmosférica. Os fatores climáticos são aqueles que modulam os elementos climáticos, como: latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, vegetação, relevo. Para caracterização ou classificação do tipo climático existem, atualmente, vários esque- mas disponíveis. O modelo de Köppen basicamente relaciona o clima com a vegetação, mas critérios numéricos são usados para definir os tipos climáticos em termos dos elementos do clima. No esquema de Köppen são considerados a sazonalidade e os valores médios anuais e mensais de temperatura do ar e de precipitação. A classificação de Köppen divide os climas em cinco grandes grupos (A, B, C, D e E) e diversos tipos e subtipos, conforme apresentado no mapa a seguir: Fonte: PEEL, MC; FINLAYSON BL; MCMAHON TA. SEINFRA/AM, 2007–2012. No estado do Acre destacam-se, de acordo com Köppen, dois climas, o Clima Af (Tropical Úmido) e o Clima Am (Tropical de Monção). 6 O Clima Tropical de Monção (Tipo Am) de acordo com a classificação climática de Koppen (1846-1940), apresenta-se como um clima megatérmico, com estação de inverno ausente, intensa precipitação anual superior a evapotranspiração potencial, ocorrência de precipitação em todos os meses do ano e temperatura média do mês mais frio do ano acima de 18°C. Já o Clima Tropical Úmido apresenta variações de temperatura baixas, neste tipo de clima são inferiores a 3°C, devido ao aquecimento intenso da superfície e à alta umidade, nuvens cumulus e cumulunimbus formam-se no início da tarde quase todos os dias. As máximas diárias são de cerca de 32°C e a temperatura noturna é de 22° C. PRECIPITAÇÃO AO LONGO DO ANO – ACRE GEOGRAFIA DO ACRE 2 GEOGRAFIA DO ACRE VEGETAÇÃO DO ACRE O Acre situa-se na confluência de dois reinos geológicos, os Andes a oeste e o Escudo Bra- sileiro ao sul. Os Andes são muito mais jovens que o Escudo Pré-Cambriano e o seu processo de orogenia moldou e, ainda, molda o relevo, os solos e as bacias hidrográficas do Estado, ao fornecer e trabalhar sedimentos e formações. A vegetação que hoje cobre o Estado é fruto da interação entre o processo orogenético dos Andes e das variações climáticas dos últimos milhões de anos. Como a Amazônia Sul-ocidental foi a região mais afetada do ponto de vista climático e é palco da orogênese Andina, é natural que encontremos aqui, tanto uma flora característica, como formações florestais peculiares desta região. Quanto melhor for o nosso conhecimento sobre a distribuição geográfica e as interações destes padrões, melhor poderemos explicar a diversidade e a composição da flora do Acre. Ao contrário da Amazônia Central e Oriental, onde predominam as florestas densas (IBGE 1993), no Acre, as florestas de terra firme são caracterizadas pelo predomínio das florestas abertas, cujo dossel é descontínuo e permite a penetração de maior quantidade de luz no sub-bosque, que pode ser dominado por palmeiras, bambus arborescentes do gênero Guadua, lianas e, em alguns casos, por Phenakospermum amazonicum, a bananeira brava. As florestas densas são mais comuns na região do alto Juruá; a floresta densa submontana existe somente nessa região do estado, mais especificamente na Serra do Divisor. No alto Juruá também existe um complexo formado por diferentes tipos de vegetação sobre areia branca, con- sistindo de Campinas e Campinaranas ou Caatingas amazônicas. Essa parte do Acre abriga manchas de florestas cujo solo e composição florística são características da Amazônia Central. Assim como as Campinas/Campinaranas sobre areia branca e a floresta densa submontana na Serra do Divisor, uma formação vegetal que chama a atenção pelas novidades, raridades e distribuições restritas, e que apenas recentemente vem sendo estudada, são os salões, os quais são descritos abaixo junta- mente com outros tipos significativos de vegetação existentes no Acre. geografia do aCre 3 No Estado do Acre ocorrem duas grandes regiões Fitoecológicas, o Domínio da Floresta Ombró- fila Densa e o Domínio da Floresta Ombrófila Aberta de acordo com a classificação proposta pelo projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1977). Essas regiões estão geralmente associadas às feições mor- foestruturais presentes na Amazônia, bem como as feições climáticas existentes na região. Existe também uma terceira região fitoecológica, a região das Campinaranas, restrita a parte noroeste do Estado. Essa formação ocupa apenas 0,04% da área com cobertura vegetal total do Estado. Tanto no domínio da Floresta Ombrófila Densa, quanto no Domínio da Floresta Ombrófila Aberta, coexiste uma grande diversidade de formações vegetais, as quais são diferenciadas principalmente pela qua- lidade dos solos. A classificação desses domínios geralmente é baseada em aspectos fisionômicos e estruturais, mais do que em aspectos florísticos. No domínio da Floresta Ombrófila Densa a vegetação é caracterizada por cobertura de floresta densa com dossel uniforme ou emergente e um sub-bosque ralo ou ausente. O Domínio da Floresta Ombrófila Aberta é caracterizado por cobertura de floresta aberta, nas quais pode ocorrer grande concentração de palmeiras, ou bambus e/ou cipós, sejam eles dominantes ou dominados. Com exceção das Campinaranas, as demais formações vegetais que ocorrem no Estado possuem ampla distribuição de biomassa e caracterizam-se por uma diversidade arbórea significativa. Também estão presentes dentro dessas grandes fisionomias, formações florestais de distribuição restrita como os buritizais, tabocais, cipoais e caranaizais, que se referem a grupamentos quase homogêneos de certos tipos de palmeiras e cipós. Fonte: https://www.amazonia.cnptia.embrapa.br/publicacoes_estados/Acre/Fase%202/Livro_Tematico_ZEE_Biodiversidade_ Volume_3.pdf CONTEÚDO PROGRAMÁTICOAlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Esta Aula não Possui Material de Apoio �����������������������������������������������������������������������������������������������������������2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Esta Aula não Possui Material de Apoio AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Esta Aula não Possui Material de Apoio �����������������������������������������������������������������������������������������������������������2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Esta Aula não Possui Material de Apoio AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3
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