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FACULDADE DE ENGENHARIAS
Departamento de Engenharia Electrotécnica
Curso de Licenciatura em Engenharia Eléctrica – Laboral
Disciplina: Oficinas de Electricidade
Trabalho de Investigação
Tema: 
Normas Gerais sobre Higiene e Segurança no Trabalho 
 Discente: 
 Siquela, Rofino Pascoal 
 Docente:
 Eng. Anacleto (Regente)
 Eng. Nhambe (Assistente)
 Eng. Fiosse (Técnico)
Maputo, Abril de 2021
Índice
1.	Introdução	1
1.1.	Objectivos	2
1.1.1.	Geral	2
1.1.2.	Específicos	2
1.2.	Metodologia	2
2.	Revisão Bibliográfica	3
2.1.	Normas gerais, internacionais e moçambicanas sobre higiene e segurança no trabalho	3
2.2.	Quantificação (estimativa) dos acidentes de trabalho por ano em Moçambique	3
2.3.	Riscos gerais de acidentes na exploração de instalações	5
2.3.1.	Exemplos concretos de acidentes ocorridos em empresas	6
2.4.	Apresentação e fundamentação da simbologia geral de segurança usada em instalações produtivas, sociais e de serviços	6
3.	Conclusão	9
4.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	10
	Siquela, Rofino Pascoal
	1
1. Introdução
Finalizar o dia de trabalho com saúde exige cuidados indispensáveis. O que requere o envolvimento e comprometimento por parte de todos os intervenientes da organização (Vale Moçambique, 2015).
Mate & Mapisse (2020) pesquisaram um grupo de indivíduos trabalhadores e residentes perto de minerados em Moçambique e constactaram que os resultados do estudo mostram que 40 dos trabalhadores entrevistados, correspondente a 77%, sofriam de alguma doença respiratória e 27 destes trabalhadores, correspondente a 68%, contraíram a doença no âmbito do trabalho na mineração. O que de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) coloca os seus trabalhadores no grupo de maior risco de contaminação pela COVID-19. 
Nas últimas duas décadas tem-se assistido a um aumento gradual do interesse das organizações na implementação de sistemas de gestão. Esse interesse repercute-se às diferentes áreas que concorrem para a sua operatividade, onde os próprios domínios de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) não são excepção à regra (Neto, 2007). 
As organizações, de todos os tipos, estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) sólido, através do controlo dos seus riscos, tendo em consideração a sua política e objectivos da organização. Estas preocupações surgem no contexto do aparecimento de legislação cada vez mais restritiva, do desenvolvimento de políticas económicas e de outras medidas que fomentam cada vez mais boas práticas de SST, e de um crescimento generalizado das preocupações de partes interessadas sobre questões de SST. (OSHAS 18001:2007).
As estatísticas mundiais relativas a acidentes no trabalho revelam que a competitividade e o lucro não garantem a sustentabilidade de uma organização, sendo essencial demonstrar atitudes éticas e responsáveis sobre a segurança e saúde do trabalho (OIT, 2013).
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral 
· Estudar as normas gerais sobre a higiene e saúde no trabalho
1.1.2. Específicos 
· Conhecer as normas gerais, internacionais e moçambicanas sobre HST;
· Apresentar a estimativa da quantidade de acidentes de trabalho por ano em Moçambique de acordo com o Ministério do Trabalho, OTM e outras;
· Fundamentar os riscos gerais de acidentes na exploração de instalações. Apresentar exemplos concretos que tenham ocorrido em empresas e mencionar as tais empresas.
· Apresentar e fundamentar a simbologia geral de segurança usada em instalações produtivas, sociais e de serviços.
1.2. Metodologia 
O presente trabalho foi feito recorrendo-se à pesquisa bibliográfica. Essa pesquisa baseou-se na busca de informação em manuais, livros, páginas da internet sobre aspectos relacionados às normas gerais sobre HST no que diz respeito aos riscos de acidentes na exploração de instalações, a estimativa de acidentes por ano me Moçambique e fundamentos e simbologia geral de segurança em instalações produtivas, sociais e de serviços.
2. Revisão Bibliográfica
2.1. Normas gerais, internacionais e moçambicanas sobre higiene e segurança no trabalho
 Em Moçambique a higiene e segurança e a saúde no trabalho são, reguladas primeiro pelo Artigo 85 da Constituição, lei de trabalho finalmente por um conjunto amplo de legislação subordinada 
A nível internacional Moçambique é também signatário da Convenção nº 17, sobre a compensação por acidentes de trabalho, e da Convenção nº 18 sobre a compensação por doenças profissionais, ambas da Organização Internacional do Trabalho. 
O artigo 85 da Constituição prevê que todos os trabalhadores têm direito à justa remuneração, ao descanso e a férias e a protecção, segurança e higiene no trabalho. Os artigos 216 a 236 da Lei do Trabalho regulam a higiene e segurança no trabalho. Todos os trabalhadores têm o direito de trabalhar em condições de higiene e segurança. As entidades empregadoras têm a obrigação de criar tais condições de trabalho e de informar os trabalhadores sobre os riscos associados às actividades por eles realizadas.
Os artigos 222 a 225 definem os conceitos de acidentes de trabalho e de doenças profissionais. As doenças profissionais incluem, entre outras, a intoxicação de chumbo e a intoxicação pela acção de gases e vapores industriais.
Normas mais detalhadas sobre higiene e segurança no local de trabalho são estabelecidas pelo Diploma Legislativo nº 48/73 de 5 de Junho de 1973 (o “Regulamento Geral de Higiene e Segurança”). Este regulamento apresenta regras mais específicas do que as estabelecidas no Anexo III to Diploma Legislativo nº 3057. A sua finalidade principal é a prevenção técnica de riscos profissionais e a promoção de higiene nos estabelecimentos industriais.
2.2. Quantificação (estimativa) dos acidentes de trabalho por ano em Moçambique
O país tem vindo a registar aumento significativo do número de acidentes de trabalho na área da construção e obras públicas e indústria transformadora, alguns dos quais resultam na morte ou incapacidade permanente dos trabalhadores (Jornal Notícias, 2017). Segundo a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT), no IV trimestre do ano de 2016 houve um aumento de 1.4 por cento de acidentes comparativamente aos três meses anteriores, destacando-se Zambézia, Inhambane e Manica, com índices elevados de sinistralidade.
Na construção e obras públicas, onde os acidentes de trabalho têm sido frequentes, houve um aumento de 36 para 42 acidentes de trabalho no IV trimestre, correspondendo a uma variação de 16.7 por cento em relação ao período anterior (Jornal Notícias, 2017).
Uma análise por ramo de actividade (tabela 2) permite aferir que a construção e obras públicas, com 28.8 por cento, os serviços prestados à colectividade (27.4) e a indústria transformadora 21.2 por cento é que tiveram o maior número de casos.
A redução do número de casos, é consequência directa da intensificação de acções de prevenção, através de palestras e assessorias aos trabalhadores e empregadores em matéria de legislação laboral.
De acordo com o Boletim de Estatísticas do Trabalho-2019, a quantidade (estimativa) dos acidentes que ocorreram por ano (desde 2015 à 2019) encontram-se na Tabelas 1 e 2. A tabela 1 apresenta os números de acidentes ocorridos por província por ano. Enquanto a tabela 2 os números de acidentes ocorridos por ano por actividade.
Tabela 1. Trabalhadores acidentados no país segundo por sector de actividade, 2015 -2019
	Província
	2015
	2016
	2017
	2018
	2019
	Niassa
	19
	6
	1
	6
	0
	Cabo Delgado
	10
	11
	4
	28
	30
	Nampula
	22
	41
	28
	18
	57
	Zambézia
	14
	4
	12
	6
	11
	Tete
	7653
	27
	59
	18
	Manica
	41
	31
	34
	22
	46
	Sofala
	192
	101
	79
	146
	67
	Inhambane
	3
	4
	6
	3
	5
	Gaza
	2
	1
	15
	17
	10
	Maputo Província
	213
	148
	97
	85
	178
	Maputo Cidade
	71
	95
	96
	106
	151
	TOTAL
	663
	495
	399
	496
	573
Fonte: Boletim de estatísticas (2019)
Tabela 2. Trabalhadores acidentados no país segundo por sector de actividade, 2015 -2019
	Actividade
	2015
	2016
	2017
	2018
	2019
	Agricultura, silvicultura e pesca
	45
	41
	61
	40
	142
	Indústria Extractiva
	29
	27
	50
	68
	70
	Indústria transformadora
	346
	114
	70
	90
	90
	Electricidade, gás e água
	8
	1
	5
	9
	10
	Construção civil e obras públicas
	105
	112
	40
	49
	76
	Comércio, restaurante e hotelaria
	22
	40
	70
	54
	47
	Transportes e comunicações
	7
	48
	40
	33
	46
	Bancos, seguros e operações sobre imóveis
	0
	3
	0
	2
	31
	Serviços prestados à colectividade
	101
	109
	63
	151
	61
	TOTAL
	663
	495
	399
	496
	573
Fonte: Boletim de estatísticas (2019)
De acordo com Carta de Moçambique (2019) o país registou, entre 2015 e 2018, um total de 2.044 acidentes de trabalho, dos quais 42 resultaram em morte, sendo que 26 trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados, 201 parcialmente e 1.775 temporariamente incapacitados para trabalhar. No discurso da conferência nacional alusiva à celebração do Dia Mundial de Segurança e Saúde no trabalho, sob o lema “Promovendo a Higiene e Segurança para Preservar a Saúde no Trabalho” de Vitória Diogo, ex-ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social durante a comemoração da efeméride ainda no exercício de suas funções explicou que o registo de situações de sinistralidade, no sector produtivo, não constitui um fenómeno exclusivo de Moçambique, pois no mundo, em geral, são registados 2,3 milhões de acidentes de trabalho por ano.
2.3. Riscos gerais de acidentes na exploração de instalações
Os factores de risco podem então ser: 
· Físicos – temperatura, ruído, ventilação, humidade, etc.; 
· Químicos – substâncias perigosas, agentes cancerígenos, etc.; 
· Biológicos – bactérias, vírus, etc.;
· Ergonómicos – movimentação manual de cargas, posturas de trabalho, movimentos repetitivos, etc.; 
· Psicossociais – comunicação, autonomia, estilo de liderança, as relações entre indivíduos, falta de motivação, entre outros (Freitas, 2005). 
2.3.1. Exemplos concretos de acidentes ocorridos em empresas
Tabela 3:exemplos concretos de acidentes
	Exemplo de acidente
	Nome da empresa
	Comboio da Vale-Moçambique com carvão mineral descarrila na província do Tete (RTP Noticias, 2014)
	Vale Moçambique
	Queda de prédio em construção em Maputo
	COPE e Jat construções
	Morte de um trabalhador (CanalMoz, 2014)
	Delta Iron Steel
2.4. Apresentação e fundamentação da simbologia geral de segurança usada em instalações produtivas, sociais e de serviços
Nas Figuras abaixo está ilustrada a sinalização que pode ser encontrada em ambientes (instalações) sociais.
Ilustração 1:Simbolos de advertência
Ilustração 2: Símbolos de Advertência
Ilustração 3: Símbolos de Obrigação
 
Ilustração 4: Símbolos de sinalização de um incêndio e/ou emergência
 
Ilustração 5: Sinalização Geral
3. Conclusão 
No presente trabalho fez-se revisão bibliográfica sobre as normas gerais de HST com o objectivo de conhecê-las (tanto as gerais, internacionais assim como as moçambicanas), saber-se quantos acidentes por ano ocorrem no território nacional (com base em fontes competentes). De acordo com o alcance dos objectivos traçados, pode se concluir que:
· A preocupação com a Higiene e Segurança no Trabalho tem vindo a crescer
· Estas são de fácil e rápida implementação sem a necessidade de um grande investimento por parte da empresa mesmo em relação aos riscos de maior grau. Os maiores problemas que a empresa enfrenta em matéria de HST dizem respeito à resistência por parte dos trabalhadores à prática de medidas de segurança já implementadas pela empresa. 
· Maioria das medidas propostas referem a sensibilização e a formação dos trabalhadores para os riscos a que estão expostos diariamente com o objetivo de consciencializar os trabalhadores dos perigos existentes e dos acidentes que daí podem resultar.
· De forma a garantir a segurança contínua de todos os trabalhadores é necessário que seja efetuado o levantamento de perigos e a avaliação dos riscos periodicamente, controlando os riscos que não são eliminados e analisando novas situações que podem surgir das novas práticas e/ou alterações introduzidas na empresa. Devido à sua importância, e sendo esta uma prática chave para a prevenção de acidentes numa organização, também esta deve ser uma medida que a empresa deve adotar imperativamente
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. CanalMoz. (2014). Devido à morte de um trabalhador em acidente MITRAB suspende actividades da Delta Iron Steel. Acedido aos 27 de Abril de 2021 em, https://web.facebook.com/CanalMoz/posts/603532276382540/
2. Carta de Moçambique. (2019). Nos últimos três anos: Acidentes de trabalho vitimaram mais de 2.000 trabalhadores. Acedido aos 21 de Abril de 2021, em https://cartamz.com/index.php/empresas-marcas-e-pessoas/item/1732-nos-ultimos-tres-anos-acidentes-de-trabalho-vitimaram-mais-de-2-000-trabalhadores;
3. Jornal Notícias. (2017). País regista mais acidentes de trabalho. Acedido aos 21 de Abril de 2021, em https://jornalnoticias.co.mz/index.php/sociedade/70426-pais-regista-mais-acidentes-de-trabalho.html;
4. Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto (Lei do Trabalho);
5. Mate, R., & Mapisse, I. (2020). Indústria Extractiva: Doenças ocupacionais ligadas ao sector mineiro colocam as comunidades mais vulneráveis a COVID-19. 20a Edicção. 
6. OIT- Organização Internacional do Trabalho (2013). A prevenção das doenças profissionais. Relatório de 2013.
7. OHSAS 18001:2007. Occupational health and safety management systems: Requirements
8. RTP Noticias. (2014). Comboio da Vale-Moçambique com carvão mineral descarrila na província do Tete. Acedido aos 27 de Abril de 2021 em, https://www.rtp.pt/noticias/mundo/comboio-da-vale-mocambique-com-carvao-mineral-descarrila-na-provincia-do-tete_n741085.
9. Vale Moçambique. (2015). Manual RAC: Estabilização de Taludes – Versão do Formador.
	Siquela, Rofino Pascoal
	10