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ATIVIDADES REVISIONAIS DE ESTUDOS INDEPENDENTES ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Humanas e suas tecnologias - História SÉRIE: 8º ano FUND II PROFESSOR: Aulus Quites Belo e lindo dia para todos nós Amo vocês. Segunda aula. Objetivo reavivar o que já estudamos sobre Iluminismo O Iluminismo e o Liberalismo O Iluminismo foi um grande movimento cultural e principalmente ideológico, que se inicia na Europa no século XVII atingindo seu esplendor no século XVIII: é o “Século das luzes” quando a burguesia enriquecida revela suas aspirações, passando a criticar as práticas e instituições no Antigo Regime. Assim, podermos afirmar que, através do Iluminismo, a burguesia definiu seu projeto político ao pregar a eliminação dos vestígios da Ordem Feudal ainda existentes e estabelecer as bases da nova ordem burguesa capitalista. Características do pensamento liberal: Criticava o Absolutismo Monárquico pregando a limitação de poderes dos governantes, com o estabelecimento de regimes parlamentares e constitucionais além da separação dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. Criticava o Mercantilismo por já ter cumprido seu papel de promover a acumulação primitiva de capitais pregando a economia liberal, sem a intervenção estatal na economia. Criticava os privilégios sociais do clero e da nobreza bem como a manutenção da servidão, defendendo a igualdade de todos perante a lei e o estabelecimento da mão de obra livre e assalariada. Criticava as posturas da Igreja Católica apontada como sustentáculo do Antigo Regime, por defender a Teoria do Direito Divino dos Reis e por insistir na manutenção de uma mentalidade teocêntrica. Pregava então o racionalismo, a valorização da razão para o avanço da ciência e o aperfeiçoamento das técnicas. Defendia a liberdade de expressão bem como a de escolha de credo, se opondo à intolerância religiosa e a qualquer forma de opressão ao pensamento. A Revolução Científica do Século XVII Geocentrismo http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2000/gravitacao/ptolomeufig1.gif A Europa vivia um momento ímpar em sua história. No século XI, o comércio iniciou sua expansão atingindo âmbito mundial no século XV, que propiciou o contato com outras avançadas civilizações de quem absorveu notáveis contribuições culturais. A vida tornou-se urbana permitindo o contato de pessoas e a fluência de ideias, o seu debate e crítica. O Renascimento já atingira seu apogeu promovendo o desenvolvimento científico e um maior conhecimento da natureza, obtida pelo aperfeiçoamento dos métodos de pesquisa. A mentalidade teocêntrica imposta pela Igreja no período feudal definhava, perdendo credibilidade frente à afirmação de novas teorias científicas como as de Galileu e Kepler, estabelecendo uma nova relação entre o “céu e terra” e por consequência entre Deus e o homem. Neste ambiente ocorre o movimento intelectual que ficou conhecido como a Revolução Científica que, ao afirmar a razão como o único caminho de se buscar o conhecimento e a verdade, deu origem às ideias iluministas. Este notável movimento científico e filosófico ocorrido no século XVII, tem em Descartes, Bacon e Newton, seus maiores representantes. Apesar de acreditarem na existência de um Deus, criador do universo, este Deus não mais interferiria. Assim, o universo seria regido por leis naturais, as quais deveriam ser descobertas e compreendidas pelo homem, através do uso da razão. Assim, tudo deve ser explicado de forma natural e racional excluindo-se a intervenção divina para justificar acontecimentos e fenômenos da natureza. Francis Bacon(1561/1626) foi o grande defensor do empirismo, criador do método experimental e indutivo. Segundo ele, a experimentação e a observação seriam os instrumentos mais eficientes para a confirmação das teorias e da exatidão dos conhecimentos. René Descartes(1596/1650) filósofo e matemático foi o nome mais representativo deste movimento ao desenvolver o “método racional” pregando ser a razão o guia infalível na busca da verdade. Pregava a necessidade do homem em descobrir as leis naturais para a compreensão dos fenômenos universais que são os pontos fundamentais do conhecimento científico. É dele a autoria da célebre frase: “penso, logo existo”. Isaac Newton (1642/1729) dedicou-se à física e a mecânica. Usou da razão para interpretar as leis naturais expressando-as de forma matemática. Sugeriu a existência de leis naturais que regem as sociedades. Afirmava que cabe às ciências descobrir as leis naturais para permitir ao homem um maior conhecimento da natureza e da evolução do universo. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2000/gravitacao/ptolomeufig1.gif O Iluminismo Foi a partir destes conceitos é que o inglês John Locke passou a investigar as leis que regem a organização e a evolução das sociedades humanas, lançando as bases da filosofia política iluminista. John Locke (1632/1704) Obras: Segundo tratado sobre o Governo Civil/Ensaio acerca do Entendimento Humano. Fez a crítica mais severa ao absolutismo, propondo a soberania limitada ao governante. Segundo Locke, o homem é portador de alguns direitos naturais, como à vida, a liberdade e a prioridade. Quando vivia em estado natural, cada um defendia tais direito de forma individual. Mas com a evolução das sociedades, criou-se o estado para assegurar este direito a todos. Contudo se o governante extrapolasse sua função, utilizando dos poderes a ele delegados pela sociedade, esta teria o direito de derrubá-lo. Assim Locke rompia com as teses de Hobbes e Bousset que defendiam o poder absoluto. Montesquieu (Charles de Secondat – barão de 1689/1755) Obras: O Espírito das Leis / Cartas Persas Também defendeu a soberania limitada dos reis defendendo o regime de monarquia constitucional e a divisão de poderes entre executivo, legislativo e judiciário. Assim caberia ao governante a função de promover os interesses da sociedade. Pregava a elaboração das constituições e das leis para reger as sociedades. Foi um severo crítico do poder autoritário de Luís XIV. Voltaire (François Marie Arouet – 1694/1778) Obras: Dicionário Filosófico / Cartas Inglesas Era um fervoroso defensor do racionalismo, manifestando um forte espírito anticlerical, sendo o mais severo crítico da Igreja. Destacou-se por sua veemente defesa da liberdade de expressão, apontado por ele como um direito natural do homem. Defendeu também a soberania limitada dos reis o que poderia resultar no estabelecimento de governos progressistas o que resultou num movimento principalmente no leste da Europa com o estabelecimento de regimes conhecidos como Despotismo Esclarecido, onde os reis passaram a implementar princípios do Iluminismo em seus países. Rousseau (Jean-Jacques – 1712/1778) Obras: O Contrato Social/Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Rousseau foi o mais radical de todos os pensadores iluministas por defender reformas mais amplas do que aquelas pretendidas pela alta burguesia sendo perseguido e tendo que fugir de Paris para não ser preso. Suas ideias ganharam a identificação com as camadas populares (jacobinos) durante a Revolução Francesa; considerado o “Pai da Democracia” defendia a república como forma de governo e o sufrágio universal. Era o que chamava de república da maioria onde prevaleceria a vontade da maioria da população. Pregava também a eliminação da propriedade particular, responsável pelo estabelecimento da desigualdade social. Criticava também o racionalismo exagerado que reprimia os sentimentos, o que dificultaria o homem a atingir o conhecimento e a felicidade. Diderot e D’Alembert (Denis Diderot 1713/ 1784 e Jean Le Rond D’Alembert 1717/1783) Obras: A Enciclopédia: Obra organizada sob a coordenação deDiderot e D’Alembert, reunia as obras dos principais autores iluministas totalizando 35 volumes publicados ente 1751 e 1766 foi a maior publicação da “Época das luzes”. Mesmo apresentando as divergências entre os autores, foi o instrumento de divulgação dos ideais iluministas tanto no campo político como econômico. Por isto seus organizadores sofreram forte oposição do governo e da Igreja. O Liberalismo Econômico No plano da economia, a ideia central era o estabelecimento de uma economia livre, sem a intervenção e o controle do estado, em oposição à política mercantilista imposta pelos reis absolutistas. As origens do Liberalismo econômico estão na Escola Fisiocrata francesa que reuniu nomes como: Quesnay (1694/1774), Gournay (1712/1759) e Turgot (1727/ 1781) que pregavam o fim das regulamentações que travavam a atividade econômica. Segundo eles também a economia é regida por leis naturais. Para os fisiocratas franceses, a agricultura era a principal atividade econômica por ser a única atividade produtiva já que o comércio apenas distribui e a indústria apenas transforma. Assim a riqueza de uma nação estaria diretamente ligada a quantidade de terras sob seu domínio. Em oposição a esta ideia, formou-se a Escola Clássica Inglesa, cujo expoentes: Adam Smith (1723/1790) que em sua famosa obra. “A Riqueza das Nações” avalia ser o trabalho aliado ao capital, o fator determinante da produção e da riqueza. Ele propõe a divisão do trabalho e a especialização do trabalhador em uma única função para maior eficácia da produção gerando maior produtividade, ou seja, produzir mais, em maior qualidade e menores custos. David Ricardo (1772/1823) também reforça a importância do trabalho e lança a “teoria do valor” pregando ser o custo da produção o fato determinante do preço do produto; assim defende também a “teoria do salário natural” quando o valor do salário se limitaria ao necessário para a sobrevivência do trabalhador. Stuart Mill (1806/1873) ao fazer uma síntese das teorias clássicas, divergiu de seus colegas defendendo a necessidade de uma intervenção estatal para controlar a exploração sobre os trabalhadores e promover uma maior justiça social através de uma melhor distribuição da riqueza. Seu pensamento é visto como uma transição do Liberalismo Clássico ao Socialismo. Há ainda a teoria pessimista de Robert Malthus (1766/1843) que afirmava serem as guerras e epidemias, fatores necessários para o equilíbrio da humanidade já que o crescimento populacional ocorre de forma geométrica enquanto o aumento da produção se ocorre em progressão aritmética, sendo esta a causa da miséria. Princípios do Liberalismo Econômico A mão invisível do mercado http://ferrao.org/uploaded_images/maoinvisivel.gif De todo este debate, alguns princípios se destacaram tornando-se a base para o funcionamento do Sistema Capitalista: Defesa da propriedade privada: assegura ao indivíduo o direito à propriedade dos meios de produção que dele pode tirar proveito e lucro, cabendo ao estado assegurar tal direito. Economia livre: sem a intervenção estatal, sendo regida apenas pelas “leis naturais” que surgem pela dinâmica do mercado como a livre concorrência, o livre câmbio e a lei da oferta e da procura que determina o preço dos produtos. A concorrência entre os produtores se afigura como um fator propulsor do desenvolvimento na busca da produtividade. Divisão do trabalho: que se daria tanto no interior das empresas com a especialização do trabalhador, como no funcionamento do sistema em âmbito mundial, quando cada país ou região cumpriria um papel específico, ou como fornecedor de produtos primários, ou produtor de manufaturas, ou por promover o desenvolvimento tecnológico e outros. O Liberalismo Político Assim como o Liberalismo Econômico, o Liberalismo Político ganhou força no século XVIII, embora o início da formação de suas ideias centrais remonte à transição do feudalismo para o capitalismo. O chamado Estado Liberal começa a se formar devido a um contínuo e progressivo desgaste do poder real e, por consequência, do modelo político absolutista. http://ferrao.org/uploaded_images/maoinvisivel.gif Entende-se por Liberalismo Político o pressuposto filosófico de que o os seres humanos têm por natureza, certos direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à felicidade. Cabe ao Estado respeitar, e não invadir esses direitos. Ou seja, o liberalismo é uma doutrina que limita tanto os poderes quanto as funções do Estado; os Estados teriam os poderes públicos regulados por normas gerais e seriam subordinados às leis. Os princípios fundamentais do liberalismo são: a tolerância religiosa e cultural, a representatividade política e o respeito à constituição – o que geralmente significa um sistema de governo democrático, baseado na igualdade da lei e dos direitos para todos os cidadãos. Esta doutrina de pensamento acabou virando inevitavelmente burguesa, uma vez que a pequena burguesia e parte da burguesia tradicional viram nela uma premissa filosófica contra o absolutismo, que não os satisfazia. Entre os pensadores originais desse tipo de liberalismo estavam iluministas como John Locke, Montesquieu e Anders Chydenius. O Liberalismo Político – assim como o Econômico - também inspirou diversas revoluções como a Revolução Puritana, a Revolução Gloriosa, a Revolução Liberal do Porto, a Revolução Americana e a Revolução Francesa. O Despotismo Esclarecido As ideias iluministas ao atingirem seu esplendor em meados do século XVIII difundiram-se por toda a Europa em países onde predominavam regimes absolutistas. Contraditoriamente, representavam uma ameaça a tais governos absolutistas ao pregarem a adoção de sistemas parlamentares constitucionais, mas, ao mesmo tempo, traziam ideias interessantes como uma administração mais racional e eficiente dos assuntos do estado. O próprio Voltaire buscou aproximação com reis absolutistas da Prússia e da Rússia sugerindo algumas reformas que pudessem estabelecer governos mais progressistas. Frederico II da Prússia e Catarina II da Rússia são citados como “despostas esclarecidos” ao promoverem reformas procurando conciliar absolutismo e liberalismo também os interesses da nobreza e da burguesia. Procuraram recuperar as finanças de seus reinos e incentivar a modernização de suas economias visando aproximar-se da Inglaterra e França que já despontavam como grandes potências econômicas da Europa. Valorizaram também as ciências, as artes e a filosofia dando a seus reinos notável esplendor cultural. Também D. José I de Portugal destaca-se neste contexto, entregando o governo ao Marquês de Pombal que promoveu importantes reformas na administração do Império Português: rompeu com os jesuítas promovendo a separação entre o estado e a Igreja e remodelou toda a administração colonial visando maior eficiência na exploração colonial. Foi, por exemplo, do Marquês de Pombal a decisão de criar as Casas de Fundição na região mineradora, que resultou na maior arrecadação devido a ampliação do rigor fiscal. Contudo, o enorme antagonismo entre os regimes se acentuará, gerando a resistência dos grupos conservadores, nobreza e clero, o que comprometeu o sucesso das reformas pretendidas pelos déspotas esclarecidos. Assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qf9yu67-cag EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: 1) Quais eram as críticas dos iluministas ao Antigo Regime? 2) Caracterize o liberalismo político e o liberalismo econômico. 3) O que foi a Enciclopédia Francesa, no contexto do Iluminismo? 4) Qual a proposta de Montesquieu em sua obra "O Espírito das Leis", sobre a organização do poder? 5) O que foi o Despotismo Esclarecido? 6) Diferencie o Humanismo do Renascimento. 7) Cite as principais característicasda Revolução Científica do Século XVII e seus principais representantes. 8) Determine os principais objetivos do Iluminismo. 9) Cite os principais representantes do movimento iluminista. 10) Cite as principais características do Liberalismo Econômico e seu principal representante. 11) Cite as principais características do Liberalismo Político. 12) Explique o movimento da Fisiocracia. 13) Conceitue Despotismo Esclarecido. Bom Trabalho!!!!! https://www.youtube.com/watch?v=qf9yu67-cag
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