Buscar

Livreto esquema-resumo História do Brasil v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 
 
Livreto esquema-resumo de História do Brasil 
Material de apoio para as aulas e revisão do conteúdo 
 
 
 
 
 
Brasil Colonial 1500-1822 
Brasil Imperial 1822-1889 
República Velha 1889-1930 
Era Vargas 1930-1945 
Período Democrático 1945-1964 
Ditadura Militar 1964-1985 
Nova República 1985 em diante 
 
 
Versão 1.0 - 2012 
Professor Eduardo Federizzi Sallenave 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Brasil Colonial 1500-1822 
 
A Expansão Marítima 
 Europa do século XV: transição para a Idade Moderna; emergência 
de mentalidade humanista; antropocentrismo; centralização política 
(Estado Absolutista); crescimento demográfico; desafios para o 
renascimento comercial: escassez de metais preciosos; intermediários 
muçulmanos no comércio com o Oriente. 
 
 
 
 Navegações Portuguesas: 
 Por que Portugal foi pioneiro? 
 Longa experiência no comércio de longa distância; 
posição geográfica; reino unificado precocemente; 
técnicas de navegação; investimentos genoveses e 
florentinos. 
 Buscavam ouro e especiarias. 
 Lento processo de navegação pela costa africana; feitorias; ocupação 
de ilhas do Atlântico. 
 Tratado de Tordesilhas em 1494. 
 Procura de uma rota para a Índia; “achamento” do Brasil em 
1500. 
 
Período Inicial da Colônia (1500-1549) 
 Inicialmente (até 1530): desinteresse; feitorias no litoral; pau-brasil; 
escambo. 
 Índios: tupis-guaranis e tapuias; vitimados por doenças. 
 Pirataria; território ameaçado; expedições guarda-costas; expedição de 
Martim Afonso (1530); necessidade de efetiva ocupação da terra. 
 Capitanias Hereditárias (1534): fracasso. Exceções: São Vicente e 
Pernambuco. 
 
 
 
 
 
Saída encontrada: navegações; explorar novas regiões! 
Capitanias Hereditárias: intransferíveis; sistema colonizador 
descentralizado; capital privado; concedidas mediante Carta de 
Doação Foral. 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
O Governo Geral e a Consolidação da Colonização 
 Passo importante na organização administrativa da Colônia. 
 Tomé de Souza (1549-1553), primeiro governador geral; primeiros 
jesuítas; fundação de Salvador, capital. 
 Duarte da Costa (1553-1556): ocupação da Guanabara pelos franceses; 
França Antártica  contexto de guerras religiosas na Europa 
(huguenotes x católicos). 
 Mem de Sá (1558-1572): expulsão dos franceses. 
 
 Estrutura Administrativa: 
 Governador Geral  representante máximo da Coroa no 
Brasil. 
 Donatários  poder regional. 
 Justiça: Tribunais da Relação; ouvidor-mor. 
 Fazenda: Junta da Fazenda; provedor-mor. 
 Defesa: tropas regulares e milícias; capitão-mor. 
 Câmaras Municipais  poder local; participavam apenas os 
“homens bons”. 
 Estado e Igreja: padroado real; subordinação da Igreja à Coroa 
lusa. 
 Estado patrimonialista  indefinição da esfera pública e 
privada. 
 
 
 
 
 
 
 Estrutura Econômica: 
 Mercantilismo e Exclusivo Colonial: 
 Mercantilismo: prática e lógica econômica dos 
Estados europeus entre os séc. XV – XVIII. Balança 
comercial favorável: conseguir metais preciosos e 
retê-los. O ganho de um Estado é o prejuízo do 
outro. Ampla intervenção do Estado na economia: 
monopólios, protecionismo, etc. 
 Exclusivo Colonial: colônias  estruturar sua 
produção para o enriquecimento da metrópole. 
Comércio externo da colônia: monopolizado pela 
metrópole a seu favor. 
 
 
 
 
 Características Gerais: 
 Grande propriedade (latifúndio) 
 Monocultura 
 Produção voltada para exportação 
 Mão de obra escrava (negra e indígena) 
 
 Mão de Obra: por que optar pelo trabalho compulsório? 
 Não havia oferta de trabalhadores dispostos 
a emigrar. 
 O trabalho assalariado não era conveniente 
Atenção! Apesar do aparelho administrativo, havia limitações da 
autoridade real: lentidão das comunicações; choques entre as 
autoridades coloniais (sobreposição de poderes); ordens religiosas 
muito autônomas (Estado dentro do Estado). 
Plantation 
Relativizar o “exclusivo”: Portugal não foi capaz de manter 
rígido monopólio comercial sobre suas colônias! 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
para os fins da colonização. 
 O tráfico de escravos tornou-se lucrativa 
atividade econômica. 
 Índios e Negros: por que a opção pelo africano? 
 Oposição da Igreja à escravidão indígena 
(daí o conflito entre colonos e jesuítas). 
 Leis da Coroa contra a escravidão indígena 
(muitas vezes letra morta). 
 Já se utilizavam escravos africanos nas ilhas 
do Atlântico. 
 Racismo: negro visto como racialmente 
inferior. 
 Doenças vitimavam os índios. 
 A produtividade dos cativos africanos era 
maior: já trabalhavam com agricultura 
intensiva, pecuária e metais. 
 
 Atividades Econômicas: 
 Açúcar 
 Principais regiões produtoras: Pernambuco e Bahia. 
 Início da produção: 1530-1540. 
 Engenho: unidade produtiva; escravos; senzala; canavial; 
moenda; sr. de engenho; casa grande. 
 A produção impulsionou o tráfico de escravos africanos: em 
1574 representavam 7% da força de trabalho; em 1591, 37%; 
em torno de 1638, a totalidade. 
 Altos e baixos da produção: 1570-1620 expansão sem 
concorrência; a partir de 1630, concorrência antilhana, 
abalando a produção brasileira. Apesar disso, o açúcar 
sempre ocupou o 1º lugar até meados do séc. XIX. 
 Portugal não controlava as praças comerciais da Europa; 
assim, o comércio final do açúcar ficava principalmente em 
mãos holandesas. 
 Fumo 
 Principal região produtora: Recôncavo Baiano. 
 Moeda de troca na costa da África. 
 Pecuária 
 Contribuiu para a interiorização da colônia (Nordeste e Sul); 
produção de couro e carne-seca. 
 
 Sociedade Colonial: 
 Preconceito com cristãos-novos. Visitações do Santo Ofício à Bahia e 
a Pernambuco em fins do séc. XVI. 
 Escravos: responsáveis pelos trabalhos pesados. Trabalho manual 
desprezado como “coisa de negro”. Havia grande número de negros 
e mulatos livres ou libertos. “Escravos de ganho”. 
 Escravidão: instituição que penetrou toda sociedade; até mesmo 
escravos libertos chegaram a ter escravos! 
 Religião: clero pouco regrado; sincretismo religioso; festividades 
religiosas. 
 Elite Colonial: grandes proprietários rurais; grandes comerciantes 
ligados ao comércio exterior; traficantes de escravos; altos 
funcionários da administração. “Homens bons”: brancos, de posses, 
cristãos. 
 Sociedade machista e patriarcal. 
Houve uma 
passagem da mão de 
obra índia para negra 
que variou no tempo 
e espaço. Em SP foi 
mais tardia; nos 
núcleos açucareiros, 
mais rápida. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Povoação litorânea; “Sertão”: interior pouco explorado da colônia 
(menor presença administrativa e legal da Coroa). 
 Língua-geral: misto de tupi-guarani e português (predominante até 
fins do séc. XVIII). 
 
 
 
 
 
 
A União Ibérica e as Invasões Holandesas 
 Dom Sebastião some na batalha de Alcácer-Quibir. Crise sucessória 
em Portugal: Felipe II, rei da Espanha, assume trono português. 
União Ibérica: de 1580 a 1640. 
 Com a união dos reinos, o conflito aberto entre Espanha e Holanda 
compromete o comércio holandês de açúcar brasileiro. 
 As invasões: 
 Cia. das Índias Ocidentais: ocupação das zonas produtoras no 
Nordeste; controle do suprimento de escravos na costa 
africana. 
 
 1ª invasão: 1624-25, Salvador, Bahia. 
 2ª invasão: 1630, Pernambuco. Fases: 1) 1630-37: combates 
até o controle da regiãopelos holandeses; 2) 1637-44: relativa 
paz, governo de Maurício de Nassau; 3) 1645-54: reconquista; 
Batalhas dos Guararapes. 
 Consequências: desestruturação da infraestrutura produtiva 
do Nordeste; estabelecimento de produção açucareira 
holandesa nas Antilhas. 
 
 
 
 
 
 
Quilombos: povoações de negros fugidos 
onde se recompunham formas de organização 
social semelhantes às africanas. Forma de 
resistência à escravidão! 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Expansão territorial 
 A colonização do Norte: 
 Pouco interesse pela região até a ocupação francesa em 1612 
(fundação de São Luiz; França Equinocial). 
 Administração espanhola estabelece, em 1621, o Estado do 
Maranhão e Grão-Pará, dividido do Estado do Brasil. 
 Economia do Norte: produtos da floresta, cacau, baunilha 
(drogas do sertão); mão de obra indígena. 
 Conflito entre jesuítas e colonos. 
 
 A colonização do Sudeste e do Centro-Sul: 
 Fundação da povoação de São Paulo em 1561; padres 
Nóbrega e Anchieta. 
 Características: fraqueza da agricultura de exportação; forte 
presença de índios; colonos x missionários; escassez de 
moeda; influência indígena; criação de gado; cultivo de trigo. 
 As Bandeiras: apresamento de índios e busca de metais preciosos; 
força militar: atacar quilombos; contribuíram para a 
interiorização da colônia; bandeirantes: idealizados pelos 
paulistas na primeira metade do séc. XX. 
 
Restauração da Monarquia portuguesa (1640) 
 Portugal em crise econômica: perda de posses no Oriente; perda do 
monopólio de escravos africanos para a América espanhola; passou 
a depender majoritariamente dos impostos do comércio brasileiro. 
 A administração da Coroa torna-se mais presente no Brasil. 
 
Ouro! 
 Impactos da descoberta de ouro e diamantes: 1ª grande corrente 
migratória para o Brasil; deslocamento do eixo administrativo 
colonial do Nordeste para o Centro-Sul (capital transferida para o 
Rio de Janeiro em 1763); fomento do comércio interprovincial; 
urbanização (Ouro Preto, Mariana, São João Del Rey); inflação dos 
preços na colônia. 
 
 
 
 
 A Coroa e o controle das minas: esforço de regulamentação: 
 Impostos: quinto e capitação. 
 Casas de Fundição; Intendência das Minas  cobrar o “quinto”. 
 Distrito Diamantino. 
 Formas de extração do ouro: datas; lavras ou lavagens; 
faiscação. 
 A sociedade das minas: 
 Sociedade mais diversificada: mineradores, escravos, artesãos, 
burocratas, militares, padres, advogados, prostitutas, 
aventureiros. Pessoas com os interesses estritamente 
vinculados à Colônia. 
 Irmandades religiosas. 
 Expressões artísticas: barroco, arcadismo. 
 Proliferação de quilombos. 
Guerra dos Emboabas (1709): 
paulistas x estrangeiros e 
baianos. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Apogeu do ouro: 1733-1748. 
 Com quem ficava o ouro das minas? 
 Dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra 
(Tratado de Methuen, 1703). Ouro das minas: equilibrar a 
balança comercial negativa com a Inglaterra; gastos da Corte 
e com obras grandiosas; pirataria. 
 Direta e indiretamente: para a Inglaterra. 
 
A Crise do Antigo Regime 
 Novas ideias: pensamento ilustrado: princípio da razão; direito natural, 
direito à insurreição; liberalismo (iniciativa individual, ideia de 
progresso, direito de representação, Constituição, defesa da 
propriedade, contra os privilégios de nascimento, meritocracia). 
 Contexto internacional: Independência dos EUA em 1776; Revolução 
Francesa em 1789; processo de industrialização na Inglaterra 
(incentivo ao “livre comércio” e combate às práticas mercantilistas). 
 Simplificadamente: formação do capitalismo industrial e 
ascensão política da burguesia. 
 
 Administração Pombalina (1750-1777): 
 Esforço de tornar mais eficaz a administração portuguesa: 
combinava absolutismo ilustrado e tentativa de aplicação 
consequente das doutrinas mercantilistas. 
 Criação de companhias privilegiadas de comércio. 
 Incentivo à instalação de manufaturas. 
 Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil 
(centralização administrativa da Coroa). 
 Políticas de integração dos índios (escravidão índia 
extinta em 1757). 
 Fronteira Sul: Guerras dos Guaranis, de 1754 a 1756; 
Colônia do Sacramento (1680); Tratado de Madri, 
1750; Tratando de Santo Ildefonso, 1777. 
 “Viradeira”: fim do época pombalina. 
 
 Movimentos de Rebeldia: revoltas regionais e não nacionais! 
 Inconfidência Mineira (1789): fins do séc. XVIII → declínio 
econômico. Membros da elite mineira endividados com a 
Coroa. 
 Novo governador Barbacena: derrama! 
 Conspiradores: influência estadunidense (1776) e 
iluminista; proclamar uma República; escravidão: 
pondo polêmico entre os inconfidentes. 
 Conspiração debelada: banimentos e enforcamento de 
Tiradentes. 
 
 
 
 
 
 Conjuração dos Alfaiates: Bahia, 1798, caráter popular, 
Cipriano Barata. Defesa da República, fim da escravidão. 
Influência da Rev. Francesa. Duramente reprimidos. 
 
 
A transformação da figura de Tiradentes em 
herói nacional só ocorre após a proclamação da 
República, em 1889. 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Processo de Independência 
 Vinda da Família Real (1808): 
 Situação na Europa: invasões napoleônicas; bloqueio continental. 
 Transferência da Corte para o Brasil sob proteção inglesa 
(1808). 
 Abertura dos Portos: quebra do exclusivo colonial. 
 Tratado de Navegação e Comércio com a Inglaterra, 
1810: tarifas alfandegárias vantajosas para a 
Inglaterra (leva à decadência dos comerciantes lusos 
da metrópole). Pressões inglesas pelo fim da 
escravidão. 
 Anexação da Província Cisplatina em 1821. 
 A Corte no RJ: maior efervescência cultural, política 
e econômica. 
 Revolução Pernambucana de 1817: motivações: desigualdades 
regionais e sentimento antilusitano. Proclamou-se a 
República, não se tocou na escravidão. Reprimidos após 
dois meses. 
 Elevação do Brasil à condição de Reino Unido em 1815. 
 
 Fator externo decisivo: Revolução Liberal de 1820. 
 Comerciantes e militares portugueses descontentes com a 
permanência do rei no RJ; comerciantes metropolitanos em 
crise; excessiva subordinação à Inglaterra. Exigem a volta de 
Dom João VI e a instauração de uma Monarquia Constitucional. 
Convocam as Cortes para elaborar uma Constituição. 
 As Cortes apresentavam uma intenção recolonizadora que 
desagradava aos deputados brasileiros, unindo-os. 
 Facções políticas: 
 “Partido” Português  manutenção dos laços com a 
metrópole, retorno do regime colonial. 
 “Partido” Brasileiro  exportadores de produtos 
tropicais que desejavam comerciar diretamente com 
os consumidores europeus. 
 “Partido” Liberal-radical  republicanos; classe 
média urbana; forças mais populares. 
 Dom João retorna a Portugal; o Príncipe Dom Pedro 
permanece no Brasil. Exige-se também seu retorno: Dia do 
Fico, janeiro de 1822. Novos despachos de Lisboa exigindo 
seu retorno: ruptura definitiva (“grito do Ipiranga”). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estabelecimento de uma Monarquia centralizadora sem 
grandes transformações sociais, garantindo a 
permanência da ordem escravista (medo do haitianismo). 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Brasil Imperial 1822-1889 
 
Primeiro Reinado (1822-1831) 
Consolidação da Independência: 
 Conflitos militares: Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina. 
Império: recrutamento de mercenários estrangeiros. 1823: todos 
focos de resistência eliminados. 
 Transição sem abalos: sem maiores alteraçõesna ordem social e 
econômica. 
 Reconhecimento: EUA em 1824 (Doutrina Monroe); Portugal e 
Inglaterra em 1825. Empréstimo de 2 milhões de libras com 
Inglaterra  Indenizar Portugal. 
 
 
 
 
 
Constituinte: 
 Assembleia Constituinte: “partido” liberal-radical excluído; 
“portugueses” (absolutismo: executivo forte; intenções 
recolonizadoras) x “brasileiros” (limitação do poder do imperador; 
sentimento antilusitano). 
 Assembleia dissolvida pelo Imperador com ajuda do Exército. 
 Constituição Outorgada de 1824: monarquia constitucional hereditária; 
Padroado; 4 poderes: moderador, legislativo, judiciário e executivo; 
voto indireto e censitário (analfabetos votavam); assegurava direitos 
individuais: liberdade de pensamento e manifestação, “liberdade” 
religiosa. 
 
Confederação do Equador (1824): 
 Foco em Pernambuco: reação ao centralismo imperial; revolução 
republicana e separatista; ampla mobilização popular; Frei Caneca; 
questão da escravidão: ponto de ruptura entre os revoltosos. 
Revolução duramente reprimida após dois meses. 
 
Abdicação de Dom Pedro I: 
 Crise financeira: déficit comercial com a Inglaterra; dívida externa; 
contratos comerciais de 1827: compromisso de acabar com o tráfico 
de escravos em 1830  desagradou aos proprietários rurais. 
 Direitos individuais não cumpridos; perseguições políticas. 
 Ameaça recolonizadora; cargos e ministérios: preferência para os 
lusos; rivalidades entre lusos e brasileiros: “noite das garrafadas”. 
 Guerra na Cisplatina: recrutamento forçado, impopular. 
 Interesse de Dom Pedro I no trono português: disputa com o irmão 
Miguel  Guerra Civil em Portugal. 
 Abdicação em 7 de abril de 1831. 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: não havia uma elite política homogênea com um 
projeto claro para a nova nação. Os conflitos político-militares 
do período regencial evidenciam as disputas pelo poder! 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Período Regencial (1831-1840) 
 Unidade territorial ameaçada; disputas entre centralização e 
descentralização do poder; abdicação representa vitória dos liberais 
moderados (nacionalização da independência); consolidação do Estado 
nacional. 
 Grupos políticos: liberais exaltados ou “farroupilhas”; restauradores ou 
“caramurus”; liberais moderados. 
 
 Reformas institucionais liberalizantes  Durante as duas regências 
trinas e a regência una do Padre Feijó: 
 Código do Processo Penal (1832). 
 Ato Adicional de 1834: instituiu a Regência Una; princípios 
federalistas; Assembleias Legislativas Provinciais (maior 
autonomia para as províncias); extinção do Conselho de 
Estado. 
 Guarda Nacional: manter a ordem local. 
 
 Revoltas Provinciais: 
 Cabanagem: liderança de Eduardo Angelim, rebelião 
popular; dura repressão. 
 Sabinada: liderança de Sabino Barroso, ideias federalistas e 
republicanas, derrotada pelo governo. 
 Balaiada: revolta popular, reprimida. 
 Guerra dos Farrapos: concorrência do charque platino, 
liderança das elites estancieiras, República de Piratini, 
liderança de Bento Gonçalves, paz sem punições para os 
gaúchos. 
 
 Revolta dos Malês (1835): revolta de escravos muçulmanos em 
Salvador; reprimidos. 
 
 Regência de Araújo Lima (1837-1840)  Regresso: “Lei de 
Interpretação” (1840) do Ato Adicional; reforma do Código do Processo. 
 
 Golpe da Maioridade: promovido pelos liberais. 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Segundo Reinado (1840-1889) 
 Política: 
 Consolidação da Monarquia centralizadora: 
 Revoltas Liberais de 1842: SP e MG. 
 Revolução Praieira (1848): antilusitana; contra os 
conservadores que controlavam a província; 
vinculação de algumas ideias “socialistas”. 
 “Parlamentarismo”: acordo tácito entre as elites políticas. 
 Liberais e conservadores: rodízio no poder. 
 Restauração do Poder Moderador; amplos 
poderes para o imperador intervir no 
Legislativo. 
 “Parlamentarismo às avessas”. 
 
 
 Estrutura socioeconomia: 
 Economia cafeeira: principal produto de exportação depois de 
aproximadamente 1830; deslocou definitivamente o polo 
dinâmico do país para o Centro-Sul. 
 
 
 
 Tráfico de escravos: 
 Aumento do tráfico depois da independência: 
cativos para lavouras cafeeiras do Vale do Paraíba. 
 Pressões inglesas: lei de 1831 “para inglês ver”  
apego à escravidão pelos grupos dominantes pois: 1) 
ainda não havia alternativa viável; 2) inexistência de 
rebeliões generalizadas. 
 Bill Aberdeen: navios ingleses poderiam prender 
navios negreiros. 
 Lei Eusébio de Queiros 1850: extinção do tráfico. Por 
que a lei pegou? Incremento da pressão inglesa; 
mercado interno de cativos abastecido; fazendeiros 
fluminenses endividados com traficantes. 
 Fim do tráfico atlântico: incentivo ao tráfico 
interprovincial: do Nordeste para as regiões cafeeiras. 
Inicialmente: Vale do 
Paraíba (auge 1850); Barões 
do Café (base social de apoio 
da Monarquia); decadência 
devido à falta de terras 
produtivas.
Depois: Oeste Paulista; 
“Burguesia do Café”; 
disponibilidade de terras; 
arado e despolpador; 
imigrantes; rede de núcleos 
urbanos.
"Nada mais conservador 
que um liberal no poder. 
Nada mais liberal que 
um conservador na 
oposição.” 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 
 
 
 Modernização capitalista: fim da importação de escravos libera 
capitais; acumulação de capitais (exportação de café); 
diversificação econômica: investimentos em indústrias, bancos, 
empresas de transportes, investimentos estrangeiros na 
infraestrutura do país (ferrovias). Figura emblemática: Barão 
de Mauá. 
 
 Imigração: 
 Lei de Terras 1850: terras públicas vendidas e não 
doadas; evitar acesso à terra aos futuros imigrantes. 
 Inicialmente: sistema de parceria  fracassou. 
 A partir de 1871: imigração subsidiada. 
 Chegada em grande número a partir da década de 
1880: portugueses, italianos, espanhóis, alemães. 
 
 Política Externa: 
 Guerra contra Oribe e Rosas  década de 1850. 
 Guerra do Paraguai (1864-1870): 
 Diversas interpretações: 
 Versão tradicional brasileira: exaltação dos 
heróis militares brasileiros (Caxias e 
Tamandaré); Solano Lopez  
megalomaníaco. 
 Paraguaia: país independente atacado por 
agressivos vizinhos; glorificar no presente o 
ditador Stroessner do partido colorado. 
 Historiografia de esquerda (1960-70): conflito 
fomentado pelo imperialismo inglês. 
 Interpretações recentes: dinâmica própria das 
relações internacionais dos países latino-
americanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Dinâmica Geopolítica na Bacia do Prata 
Década de 1850 
 
 
 
 
 
 
 
Década de 1860 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Consequências da guerra: destruição do Paraguai; no 
Brasil: emergência do Exército, dívida externa, 
impopularidade da Monarquia. 
 
 Crise do Segundo Reinado (1870-1889): 
 Fatores secundários: 
 Fim da escravidão: Lei do Ventre Livre (1871); forte movimento 
abolicionista a partir de 1880; Lei dos Sexagenários ou Lei 
Saraiva-Cotejipe (1885); Abolição em 13 de maio de 1888. 
 Grande número de negros livres e libertos no final do 
Império: 1872  73% da população negra, 
representando 43% da população total do país (a 
alforria suavizava o choque racial direto). 
 Monarquia perde apoio dos Barões do Vale do 
Paraíba  ferrenhos escravocratas. 
 A Abolição não significou efetiva integração do 
negro como cidadão. 
 
 Questão Religiosa:tensão entre Estado e Igreja  Bispo de 
Olinda (ordens papais)  restrições à maçonaria. 
 
 Fatores principais: 
 Republicanismo: fundação do Partido Republicano Paulista em 
1873 (defesa do federalismo); no Rio de Janeiro não chegou a 
se formar um partido. 
 Base social: burguesia cafeeira, profissionais liberais, 
jornalistas e outras figuras do meio urbano. 
 
 Questão Militar: Exército sai fortalecido enquanto instituição 
da Guerra do Paraguai  reivindica maior prestígio e 
atenção do governo. Clube Militar: liderança de Deodoro da 
Fonseca na defesa dos interesses militares. 
 Influência das ideias positivistas: tecnicismo; 
executivo forte; modernização conservadora. 
Uruguai: BR apoia 
colorados; Arg 
(Rosas) apoia 
blancos (Oribe) 
Brasil: livre navegação 
Intervenção 
brasileira nos 
dois países: 
caem Rosas e 
blancos 
Paraguai: aliança com 
províncias federalistas 
argentinas e com 
blancos uruguaios 
Liderança geopolítica 
na região  autonomia 
frente ARG e BR; 
acesso ao Atlântico. 
pretendia 
Em 1863, BR intervém no 
Uruguai contra os blancos. 
Paraguai sente-se 
ameaçado. 
GUERRA! 
Formação da 
Tríplice Aliança 
Arg: controle alfandegário 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 
 Queda da Monarquia: 
 Em 15 de novembro de 1889, Deodoro marcha para 
o Ministério da Guerra; o movimento foi 
basicamente militar e em defesa dos interesses 
militares; com incentivo e apoio dos republicanos. 
 Intenção de Deodoro: derrubar o ministério ou a 
Monarquia? Proclamar a República? Diz-se que a 
monarquia caiu de madura; 
 Não houve participação popular: “O povo assistiu a 
tudo bestializado”. 
 
 Após a queda, disputas pelo poder: 
 Militares: poder executivo forte, unidade nacional, 
pouca autonomia provincial. 
 Republicanos: federalismo (inspirado nos EUA e 
modelo que triunfou na Constituição de 1891), 
autonomia para as províncias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A proclamação da República não significou ampliação dos direitos da 
cidadania! 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
República Velha 1889-1930 
 
Qual República? 
Após a queda da Monarquia, não havia unanimidade sobre como seria 
organizada a nova República! Projetos em disputa: 
 Militares: adversários do liberalismo; a favor de um Estado forte e 
centralizado; acentuada influência positivista. 
 Elites civis (principalmente cafeicultores paulistas e mineiros): 
República federativa (ampla autonomia para os estados); influência 
do modelo liberal estadunidense. 
 Jacobinos (setores da população urbana e da baixa classe média): 
República de ampla democracia; influência da Primeira República 
Francesa de 1792-1794. 
 
A República da Espada (1889-1894) 
Governo do Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) 
 Governo provisório (1889-1891)  Governo constitucional (1891), eleito 
indiretamente pelo Congresso Nacional. 
 Constituição de 1891: elaborada por Assembleia Constituinte; 
inspirada no modelo dos EUA; República federativa (ampla 
autonomia para os estados); divisão em três poderes (Legislativo, 
Executivo, Judiciário); voto universal masculino (excluíam-se 
mulheres, mendigos, analfabetos, soldados e padres); Estado laico 
(Registro Civil). 
 
 
 
 
 
 
 Grande naturalização: integrar os imigrantes. 
 Encilhamento: política econômica emissionista; objetivo: aumentar o 
meio circulante e o crédito para o desenvolvimento industrial do 
país. Resultado: febre especulativa e inflação. 
 A queda de Deodoro: autoritarismo, choques com o Congresso e 
membros de seu governo; oposição de republicanos e membros do 
Exército (florianistas); denúncias de corrupção; Revolta da Esquadra 
 Renúncia. 
Governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894) 
 Apoio dos republicanos radicais (jacobinos), dos positivistas e dos 
cafeicultores. Políticas paternalistas, discurso nacionalista. 
 Revolta da Armada (1893): Marinha de tendência monarquista e 
rivalidade com o Exército; almirante Custódio de Melo aspirava à 
presidência desde 1891. 
 Revolução Federalista no RS (1893-1895): pica-paus (situação; apoio da 
União; Partido Republicano Rio-grandense; positivistas; liderança 
de Júlio de Castilhos) x maragatos (Partido Federalista; evitar a 
recorrente reeleição do governador do estado; mais poder para o 
Legislativo; uniram-se, em SC, aos membros da Revolta da 
Armada). 
 
 
O art. 65 assegurava aos estados quaisquer prerrogativas desde 
que estas não fossem negadas no texto constitucional. Poderiam 
ter forças militares próprias, contrair empréstimos no exterior e 
organizar a própria justiça! 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Domínio Oligárquico 
(governo de poucos)
Federal
Política do café com 
leite
Estadual
Política dos 
governadores
Municipal Coronelismo
A consolidação do poder civil – A República Oligárquica 
 Sequência de três presidentes civis e paulistas. 
 Declínio da atividade política dos militares, dos jacobinos e dos 
positivistas. Consolidação da República "Liberal": poder das elites 
regionais com SP à frente. 
 Política do Café com Leite (a partir de 1898): aliança política entre SP 
(poder econômico) e MG (maior número de eleitores e deputados) 
para assumir e controlar o governo federal. 
 Política dos governadores: a União apoiava as elites mais fortes dos 
estados em troca do apoio de seus deputados e senadores ao 
governo federal. 
 Coronelismo: poder dos grandes senhores rurais; práticas clientelistas; 
apoiavam os partidos republicanos regionais em troca de benefícios 
para manter seu controle local. 
 Eleições fraudulentas: voto não secreto; voto de cabresto (currais 
eleitorais); Comissão Verificadora de Poderes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interregno da política Café com Leite: governo Hermes da Fonseca 
 A partir do racha entre SP e MG em 1909, elege-se o marechal 
Hermes da Fonseca do RS. Ascensão política do RS. 
 Política das Salvações: intervenções nos estados para substituir grupos 
oligárquicos adversários por outros aliados. Reação no Ceará: 
Revolução Cearense de 1914 (com apoio do padre Cícero). 
 
Economia e sociedade 
 Crise financeira: crescimento da dívida externa, do déficit público, 
desvalorização do café. Saída para saldar a dívida externa: funding 
loan (1898). 
 Principal produto de exportação: café. Desvalorização do produto 
devido ao excesso de produção. Solução: adotar uma política de 
valorização do café apoiada pelo Estado  Convênio de Taubaté (1906). 
Dilema do governo federal: sanar as finanças federais ou defender 
financeiramente os cafeicultores? 
 
 
Estados: empréstimos 
no exterior e compra 
do excedente
Diminuição da oferta e 
expectativa de 
aumento dos preços 
futuramente
Venda se conjuntura 
favorável
Destruição 
(socialização das 
perdas)
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Ciclo da borracha (1880-1910): matéria-prima para pneus; migração 
para a Amazônia; melhoramentos urbanos em Belém e Manaus; 
Questão do Acre: anexado em troca de indenização financeira à 
Bolívia (Tratado de Petrópolis, 1903). Rápida decadência: 
concorrência asiática. 
 Outros produtos: cacau na Bahia; pecuária e alimentos no RS 
(frigoríficos); algodão em SP; açúcar no Nordeste (os engenhos 
tornaram-se usinas). 
 Ingresso de capitais estrangeiros: empréstimos e investimentos (cias. de 
transporte, de serviços e bancos). A partir do início do século XX: 
mais investimentos dos EUA do que da Inglaterra. Industrialização: principalmente no Rio e São Paulo. Processo de 
substituição de importações (bens de consumo: têxteis e alimentos); 
acentuado durante a 1ª Guerra Mundial. Carência de uma indústria 
de base. Surgimento de uma burguesia industrial e do operariado. 
 Imigração, urbanização e crescimento demográfico. 
 
Movimentos sociais e conflitos 
 Guerra de Canudos (1896-97), BA: movimento messiânico, liderança de 
Antônio Conselheiro (defensor da Monarquia e da Igreja Católica); 
carência social e misticismo religioso. O arraial derrotou duas 
expedições do governo federal até ser destruído. Na ótica das elites 
urbanas: civilização contra a barbárie. Cronista: Euclides da Cunha, 
"Os sertões". 
 Guerra do Contestado (1912-1916): movimento messiânico; região 
limítrofe entre PR e SC; carência social e misticismo religioso; 
trabalhadores desempregados após a construção de uma ferrovia; 
liderança de José Maria; formação de comunidades místicas. 
Duramente reprimidos. 
 Cangaço: nordeste; banditismo social; movimento idealizado pela 
esquerda nos anos de 1960 (cangaço justiceiro contra o latifúndio). 
 Revolta da Vacina (1904): contexto  reformas urbanas no RJ; 
discurso científico e higienista; problema social é um problema 
médico; demolição de cortiços. Revolta: reação à vacinação 
obrigatória. 
 Revolta da Chibata (1910): reação dos marinheiros, liderados por João 
Cândido, contra os castigos físicos na Marinha. Ameaça de 
bombardear o RJ. Depois de se desmobilizarem, os marinheiros 
foram presos; muitos morreram devido aos maus-tratos. 
 Revolução de 1923, RS: desdobramento da Revolução Federalista; 
maragatos x chimangos (pica-paus); contra a reeleição pela quinta vez 
de Borges de Medeiros, do PRR. Fim do conflito, Pacto de Pedras 
Altas: proibidas as reeleições. 
 Movimento operário: RJ, sindicalismo de resultados; SP, anarco-
sindicalismo (ideias vindas com os imigrantes); sindicatos amarelos: 
ganhos para os trabalhadores, colaborando com os patrões. Ciclo de 
greves entre 1917-1920 (influência da Revolução Russa de 1917). 
Fundação do PCB em 1922 e consequente declínio do anarquismo. 
Anarquistas Marxistas (PCB) 
Emancipação pelos próprios trabalhadores 
Negação do Estado 
Negação do processo eleitoral 
Revolução que levasse diretamente à 
sociedade igualitária sem Estado 
Internacionalistas 
Emancipação guiada pelo Partido 
Valorização do Estado 
Participação no jogo político 
Fase de transição, "ditadura do proletariado", 
antes da sociedade comunista 
Atuação no âmbito nacional 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Cultura: movimento modernista 
 Ruptura com os modelos vigentes na arte e com a imitação dos 
padrões europeus; criação de novas formas de expressão baseadas 
no futurismo, primitivismo, surrealismo entre outras. Movimento 
antropofágico: "devorar" as influências europeias e buscar uma arte 
autenticamente brasileira. Semana de Arte Moderna (1922). Verde-
amarelismo: nacionalismo xenófobo. 
 
 
 
 
 
Crise da República Velha 
Tenentismo 
 Descontentamento dos jovens oficiais do Exército; simpatia da classe 
média urbana. Buscavam: moralização eleitoral; maior centralização 
política; modernização do Exército e maior profissionalismo; projeto 
de modernização conservadora para o país (viés autoritário). 
 Episódio das "cartas falsas" atribuídas a Arthur Bernardes (1921). 
Contexto das disputas eleitorais de 1921  Reação Republicana 
(oligarquias dissidentes; discurso: contenção da inflação, ataques à 
política de valorização do café, moralização política) versus Arthur 
Bernardes (candidato de SP e MG). 
 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922): impedir a posse de 
Arthur Bernardes. Massacrados. 
 Revolução Paulista de 1924: objetivo de derrubar o governo Arthur 
Bernardes; uniu-se aos rebelados liderados por Luis Carlos Prestes 
no RS; formação da Coluna Prestes-Miguel Costa  Símbolo de 
oposição à ordem oligárquica. 
 Fragmentação do movimento tenentista após 1930: apoio ao 
movimento revolucionário de 1930; adesão à extrema direita; adesão 
ao PCB. 
 
 
 
 
 
Ao mesmo tempo que criticavam a influência europeia, os modernistas 
apropriavam-se dos vanguardismos europeus e passavam longos 
períodos na Europa. 
Caráter elitista do movimento: rejeição à mobilização popular. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
A Revolução de 1930 
 Antecedentes: 
 Divisões políticas em SP com a fundação do PD (Partido 
Democrático); ascensão política do RS. 
 Racha entre SP e MG nas eleições de 1929: insistência de 
Washington Luís em indicar outro paulista para sua 
sucessão. Formação da Aliança Liberal (oligarquias 
dissidentes, RS e MG, apoio do PD): Getúlio Vargas para 
presidente, João Pessoa para vice. 
 Programa da AL: aspirações das elites regionais não ligadas 
ao café; combate à política de valorização do café; algumas 
medidas de proteção aos trabalhadores; reforma política; 
anistia para os tenentes. 
 Crise de 1929: abalou a cafeicultura. 
 Vitória do paulista Júlio Prestes. 
 Processo revolucionário: 
 Assassinato de João Pessoa: explorado politicamente (estopim 
da revolução). Rearticulação da Aliança Liberal (jovens 
políticos das oligarquias dissidentes + tenentes). 
Insurreições em MG, Paraíba e RS. 
 Em 24 de outubro de 1930, o alto comando das Forças 
Armadas depõe W. Luís e impede a posse de Júlio Prestes. 
Pouco depois, Getúlio Vargas chega ao RJ acompanhado de 
soldados gaúchos e assume a liderança do governo 
revolucionário. 
 
 
 
 
 
Sequência de presidentes durante a República Velha: 
1889-1891 – Marechal Deodoro da Fonseca 
1891-1894 – Marechal Floriano Peixoto 
1894-1898 – Prudente de Morais 
1898-1902 – Campos Sales 
1902-1906 – Rodrigues Alves 
1906-1909 – Afonso Pena 
1909-1910 – Nilo Peçanha 
1910-1914 – Hermes da Fonseca 
1914-1918 – Wenceslau Brás 
1918-1919 – Delfim Moreira 
1919-1922 – Epitácio Pessoa 
1922-1926 – Arthur Bernardes 
1926-1930 – Washington Luís 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Revolução de 1930 não representou uma ruptura na história 
brasileira, porém trouxe uma base social mais complexa para a 
liderança do governo, que se tornou mais centralizado. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Era Vargas 1930-1945 
 
Governo Provisório (1930-1934) 
 Crise do Estado oligárquico: os cafeicultores não foram abandonados, 
mas deixaram de exercer hegemonicamente o poder. Uma 
heterogênea base formava o novo governo: 
 
 Centralismo político: nomeação de interventores tenentes nos estados; 
limitação do poder militar das forças estaduais; dissolução do 
Legislativo; intervenção do Estado na economia (promover a 
industrialização); política de valorização do café nas mãos do 
governo federal (Dep. Nacional do Café, 1933). 
 A cafeicultura recuperou-se com relativa facilidade da depressão de 
1929. 
 Movimento tenentista: enfraquecimento e fragmentação do 
movimento (parte aderiu ao governo, parte à extrema direita, parte à 
esquerda). 
 Educação: criação do Ministério da Educação e Saúde (1930); criação 
de universidades; intensos debates entre educadores católicos e 
reformadores liberais (Manifesto da Escola Nova, 1933). 
 Revolução Constitucionalista de 1932: desencadeantes: elite política de 
SP marginalizada, nomeação de interventores à sua revelia; PD + 
PRP  Frente Única Paulista. Reivindicações: nomeação de um 
interventor civil paulista e constitucionalização do país. Vitória 
militar da União após três meses de combate. Conciliação com os 
paulistas derrotados. 
 Código Eleitoral de 1932: voto secreto obrigatório,voto feminino, 
justiça eleitoral, deputados classistas. 
 Constituição de 1934: baseada na Constituição de Weimar; república 
federativa, separação dos três poderes, eleição direta, incorporação 
do Código Eleitoral, criação do Tribunal do Trabalho, legislação 
trabalhista, possibilidade de nacionalização de empresas 
estrangeiras, monopólio estatal sobre determinadas indústrias, 
criação do Conselho Superior de Segurança Nacional; eleição pelo 
voto indireto do 1º presidente pela Assembleia Constituinte. 
 
Governo Constitucional (1934-1937) 
 Contexto de radicalização ideológica e polarização política: 
Ação Integralista Brasileira Aliança Nacional Libertadora 
Inspiração fascista; liderança: Plínio Salgado; 
apelo nacionalista; defesa de um governo 
autoritário e da hierarquia; desfiles e ampla 
simbologia; mobilização de massas; lema: 
"Deus, pátria e família"; combatiam: 
socialismo, liberalismo, capitalismo 
financeiro internacional. 
Frente ampla de oposição ao fascismo; 
predomínio do PCB; defesa de reformas 
sociais (reforma agrária); suspensão da dívida 
externa; nacionalização das empresas 
estrangeiras; apoio de Prestes; logo colocada 
na ilegalidade. 
República Velha: 
oligarquia cafeeira
Pós-1930: oligarquias 
dissidentes, classes 
médias, burguesia 
urbana, 
Exército/tenentes.
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Intentona Comunista (1935): iniciada dentro dos quartéis; apoio 
soviético; levante fracassado. Pretexto para implementação de 
medidas repressivas: declaração de estado de sítio, depois de estado 
de guerra. Criação do Tribunal de Segurança Nacional e da 
Comissão de Repressão ao Comunismo. 
 Golpe do Estado Novo (novembro de 1937): pretexto: divulgação de 
um falso plano de golpe dos comunistas (Plano Cohen). Fechamento 
do congresso, extinção dos partidos políticos, suspensão da 
campanha presidencial e da Constituição. Mínima oposição ao 
golpe. 
 
 
 
 
 
Estado Novo (1937-1945) 
 Consolidação de tendências que já se esboçavam desde 1930: 
 
 
 
 Constituição outorgada de 1937 (Polaca): extinção do Legislativo; 
centralização política; governar por meio de decretos-lei; indicação 
dos governadores. Legislação trabalhista: baseada na Carta Del 
Lavoro fascista. 
 Fortalecimento das Forças Armadas. 
 Intentona Integralista (1938): motivo: os integralistas foram mantidos 
à margem do processo político. Ataque fracassado ao Palácio 
Guanabara. 
 Projeto industrializante: promover a industrialização do país sem 
grandes abalos sociais por meio da ação do Estado: 
 Criação de institutos (açúcar, álcool, chá, mate, sal...), de 
órgãos de coordenação e de grandes estatais (indústria de 
base: CSN; Vale do Rio Doce; Fábrica Nacional de Motores; 
Cia. Hidrelétrica do Valo do São Francisco...). 
 Cooptação do operariado: 1) vasta legislação trabalhista com 
ganhos efetivos para os trabalhadores (CLT); 2) atrelamento 
dos sindicatos ao Estado. 
 Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP): controle 
sobre os meios de comunicação (censura); exaltação da figura de 
Vargas ("pai dos pobres"); ampla difusão dos valores do regime. 
Nacional-
estatismo
Modernização 
conservadora
Protagonismo do 
Estado
Industrialização
Centralismo
Personalismo
Populismo
Estadania
Trata-se de um autogolpe empreendido pelo governo varguista 
com o objetivo de ampliar seus poderes e implementar sem 
oposição seu projeto de modernização conservadora. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Profissionalização da burocracia pública: criação do Departamento 
Administrativo do Serviço Público (DASP). 
 Política externa: pragmatismo; acordos comerciais com Alemanha e 
EUA. Segunda Guerra Mundial: posição ambígua até 1942, quando 
engaja-se ao lado dos Aliados. Envio da FEB à Itália. 
 
 
 
Crise do Estado Novo 
 Contradição entre a política externa e interna; Manifesto dos Mineiros 
(1943); perda de apoio na cúpula das Forças Armadas. 
 Emenda constitucional (1945): tentativa de controlar a 
redemocratização; formação de partidos políticos, previsão de 
eleições. 
 
Partido Características 
PTB Sindicatos controlados por Vargas, burocracia do Ministério do 
Trabalho 
PSD Interventores dos estados, burocracia estatal 
UDN Oposição liberal 
PCB Apoio a Vargas (orientações de Moscou  apoiar governos que 
combateram o fascismo) 
 
 Movimento Queremista: apoio ao continuísmo de Vargas (não se quer 
a ditadura, mas se quer o ditador). 
 Golpe em outubro de 1945 depondo Vargas; ação sob a liderança do 
general Góis Monteiro  garantir eleições sem a participação de 
Vargas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Estado Novo foi um período de restrição dos direitos civis 
e políticos, porém de ampliação dos direitos sociais 
(apresentados como um presente do Estado) 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 
Período Democrático 1945-1964 
 
Governo Erico Gaspar Dutra (1946-51) 
 Eleições de 1945: 55% Dutra (coligação PSD+PTB), 35% Eduardo 
Gomes (UDN), 10% Fiúza (PCB). O anúncio de apoio de Vargas à 
candidatura de Dutra foi decisivo na eleição. 
 Constituição de 1946: caráter liberal-democrático; divisão dos poderes 
(Legislativo, Executivo e Judiciário); voto secreto universal: maiores 
de 18 anos, alfabetizados, de ambos os sexos; mantiveram-se os 
direitos trabalhistas da Era Vargas; artigo importante para os 
desdobramentos no governo Jango: reforma agrária somente mediante 
indenização em dinheiro aos proprietários. 
 Atuação no governo: suposta defesa da legalidade constitucional; 
perseguição aos comunistas (PCB na ilegalidade), intervenções nos 
sindicatos, ataque ao direito de greve. 
 Economia: inicialmente, tendência liberal (menor intervenção 
estatal), incentivo a livre importação de bens de consumo não 
duráveis. Consequência: esgotamentos das divisas nacionais 
acumuladas durante a 2ª Guerra. Mudança na política econômica a 
partir de 1947: restrição à importação de bens de consumo. 
Crescimento do PIB (média de 8% entre 1948-50) e do custo de vida. 
Plano Salte: investimento do Estado em saúde, alimentação, 
transporte e energia  ficou em grande parte no papel. 
 Política externa: aproximação dos EUA. 
 
Governo Getúlio Vargas (1951-54) 
 Eleições de 1950: 48% Getúlio (PTB + parte do PSD + PSP de Ademar 
de Barros), 29,7% Eduardo Gomes (UDN), 21% Cristiano Machado 
(PSD). 
 O contexto de polarização da Guerra Fria refletiu-se no debate 
político brasileiro e no interior das Forças Armadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Inclinação do governo Vargas: nacionalismo e aproximação dos 
trabalhadores urbanos. Criação do BNDE (1952) e da Petrobrás 
(1953). Jango como Ministro do Trabalho: anúncio de aumento de 
100% do salário mínimo  ferrenha oposição, Manifesto dos Coroneis 
contra o que chamavam de "república sindicalista". 
 Atentado contra Carlos Lacerda  as investigação apontam para o 
envolvimento do chefe da guarda presidencial. Enorme pressão da 
UND e de setores do Exército pela renúncia de Vargas. Suicídio de 
Vargas em 24 de agosto de 1954; a reação popular contra os opositores 
impede qualquer tentativa de golpe conservador. 
Projeto Liberal 
Entrada de capital 
estrangeiro 
Taxados de entreguistas 
UDN 
Escola Superior de Guerra 
Projeto Nacionalista 
Defesa da ação do Estado 
Taxados de comunistas 
PTB 
PCB 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Governo do vice Café Filho (1954-55): eleições: 36% Juscelino 
Kubitschek (PSD + PTB, Jango como vice), 30% Juarez Távora (UDN) 
e 26% Ademar de Barros (PSP).A UDN contesta o resultado e 
defende abertamente um golpe militar; divulgação da falsa Carta 
Brandi, denunciando que Jango armaria milícias operárias. Golpe 
preventivo do general Lott: assegurar a manutenção da legalidade 
democrática e a posse de JK. 
 
Governo Juscelino Kubitschek (1956-61) 
 Desenvolvimentismo: promover o crescimento industrial nacional 
atraindo capitais estrangeiros (empresas multinacionais); 
fortalecimento da indústria de bens de consumo duráveis 
(principalmente automóveis). 
 Plano de Metas: energia, transporte, indústria, alimentação, 
educação. Resultado: grande crescimento industrial e do 
PIB. 
 Construção de Brasília. 
 Ônus: crescimento do déficit orçamentário do governo 
federal, da dívida externa e da inflação. Ruptura com o FMI 
em fins de 1959 (apelo nacionalista). 
 O período JK ficou marcado como uma época de otimismo (50 anos em 
5) e estabilidade política. Cultura: bossa nova, cinema novo. 
 
Governo Jânio Quadros (1961) 
 Eleição de 1960: 48% Jânio Quadros (político independente com apoio 
da UDN), 32% General Lott (PSD + PTB), 20% Ademar de Barros 
(PSP). Como vice, foi eleito Jango, da chapa de Lott. Campanha de 
JQ: moralização política (vassourinha contra a corrupção), transmitir 
a imagem de um homem simples. 
 Atuação no governo: preocupação com assuntos menores (proibição 
das brigas de galo, do biquíni e do lança-perfume). Governou 
distante do legislativo e rompeu com a UDN. 
 Política econômica: medidas ortodoxas para conter a inflação: corte 
de gastos do governo, corte nos subsídios do trigo e do petróleo. 
 Política externa independente: condecorou Che Guevara com a 
Ordem do Cruzeiro do Sul. 
 Renúncia: "forças terríveis". 
 Sucessão de Jânio: oposição contrária à posse de Jango, em visita à 
China comunista. Movimento pela Legalidade: Brizola, governador do 
RS, e o comandante do III Exército. Solução de compromisso: 
parlamentarismo (Jango assume com poderes reduzidos). 
 
Governo João Goulart (Jango) (1961-64) 
 Herdeiro político de Getúlio Vargas: retomada do esquema 
populista. Metas de governo: promover as Reformas de Base 
(estruturais e profundas)  Reforma agrária e urbana, direito de voto 
para os analfabetos e subalternos das Forças Armadas, postura 
nacionalista na economia (controle da remessa de lucros para o 
exterior, estatizações). 
 Intensa politização e mobilização da sociedade civil: UNE, sindicatos 
(CGT), greves de cunho político, Ligas Camponesas, setores 
progressistas da Igreja Católica. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Vitória do presidencialismo no plebiscito de janeiro de 1963. 
 Quadro de crise econômica e inflação: tentativa fracassada de 
solução  Plano Trienal de 1963. 
 Direitos trabalhistas chegam ao campo: Estatuto do Trabalhador Rural 
(1963). 
 Política: polarização entre a Frente Parlamentar Nacionalista 
(governista: PTB + ala "bossa nova" da UDN + parte do PSD) e a 
Ação Democrática Parlamentarista (oposição: maioria da UDN e 
setores conservadores da sociedade). Racha entre os comunistas 
(reflexo do racha entre a URSS e a China), fundação do PC do B, de 
linha maoista. 
 
 
 
 
 
 Nova estratégia do governo: realizar as Reformas de Base por meio 
de decretos. Comício da Central do Brasil: defesa da reforma agrária e 
da reforma urbana. O governo esperava contar com o apoio do 
aparelho sindical e dos militares legalistas/nacionalistas. 
 Reação da oposição: Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 
SP, reuniu 500 mil pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A adesão dos militares ao caminho golpista: o governo Jango teria sido 
complacente com a Revolta dos Sargentos (1963) e dos Fuzileiros 
(1964)  A quebra da hierarquia militar ameaçava a essência das 
Forças Armadas! Fundamento ideológico: Doutrina de Segurança 
Nacional (gestada na Escola Superior de Guerra, no contexto 
geopolítico da Guerra Fria); IPES e IBAD (financiamento da CIA). 
 O golpe: No dia 1º de abril o golpe é consumado pelos militares: não 
houve resistência, Jango se exila no Uruguai. O golpe contou com o 
apoio dos governadores dos principais estados, de significativa 
parcela da sociedade civil e do governo dos EUA (Operação Brother 
Sam). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Congresso rejeita, em outubro de 1963, a ementa 
constitucional que permitiria a execução da reforma agrária 
sem prévia indenização em dinheiro. 
Clima de tensão: a democracia não estava no horizonte nem da 
direita nem da esquerda radicais! 
 Para a esquerda: a democracia formal estava a serviço dos 
privilegiados  "Reforma agrária na lei ou na marra!" 
 Para a direita: manter seus privilégios à custa da 
democracia; afastar a ameaça comunista a todo custo! 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Aliança 
Renovadora 
Nacional (Arena) -
governista
Movimento 
Democrático 
Brasileiro (MDB) -
oposição
 
Ditadura Militar 1964-1985 
 AI-1 (abril de 1964): eleições indiretas para presidente; possibilidade 
de alterações constitucionais por maioria simples no Congresso; 
suspensão de direitos políticos de opositores; suspensão temporária 
da estabilidade no serviço público. 
 Primeiros dias: combate aos subversivos; torturas e perseguições 
(universidades, UNE, sindicatos); dura repressão no campo; 
expurgo no serviço público e nas Forças Armadas. 
 
Governo Castello Branco (1964-67) 
 1º objetivo: estabilizar a economia  Plano de Ação Econômica do 
Governo (PAEG): 
 Combater o déficit público: conter os gastos excessivos das 
estatais; aumentar impostos. Indexação da economia 
(correção pela ORTN). Arrocho salarial. Contou com apoio 
de recursos da Aliança para o Progresso (EUA). 
 O plano conteve a inflação e o déficit público. 
 Criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1964. 
 Política: derrota dos candidatos do governo nas eleições para 
prefeito e governadores em 1965. AI-2 (1965): vitória da linha dura; 
fortalecimento do Executivo (o presidente poderia decretar o recesso 
do Legislativo); fim dos partidos políticos existentes (criação de outros 
dois): 
 
 
 
 
 
 
 AI-3 (1966): governadores e prefeitos das capitais eleitos 
indiretamente. 
 AI-4 (1967): reconvocou o Congresso para aprovar a nova 
Constituição, que incorporou a legislação que ampliava os poderes 
do Executivo. 
 
 
 
 
 
Governo Costa e Silva (1967-1969) 
 Rearticulação da oposição: UNE, setores progressistas da Igreja, 
influência da conjuntura internacional de agitação no ano de 1968, 
protestos decorrentes da morte do estudante Edson Luís, passeata 
dos 100 mil no RJ, greves em Contagem e Osasco, formação da 
Frente Ampla no exílio (JK, Jango e Carlos Lacerda). Artes: Teatro 
do Oprimido, Cinema Novo. MPB. 
 Luta armada (influência da Revolução Cubana de 1959): Aliança 
Nacional Libertadora (ALN), Movimento Revolucionário 8 de 
Outubro (MR-8) e Vanguarda Popular Revolucionário (VPR). 
Apesar das medidas autoritárias, uma das características da 
Ditadura Militar foi tentar manter uma fachada democrática (o 
Legislativo não foi suprimido e havia "eleições"). 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Recrudescimento do autoritarismo, AI-5 (1968): suspendeu 
imunidades parlamentares e direitos civis; nova onda de expurgos; 
tortura e censura. 
 Em fins de 1968, Costa e Silva sofre um derrame e uma junta militar 
assume o poder. 
 
Governo Garrastazu Medici (1969-1974) 
 Anos de chumbo: período mais duro da Ditadura. Luta armada: 
guerrilha rural (Araguaia), guerrilha urbana (Carlos Marighella). 
Crescimento dos órgãos de informação: CIEX,Cenimar, Cisa, SNI, 
DOI-CODI  tortura! Operação Bandeirantes (Oban), 1969: 
financiamento de industriais e homens de negócios. Oposição 
armada esmagada! 
 O "Milagre Brasileiro" (1969-1973): ingresso de capitais estrangeiros 
(multinacionais, principalmente indústria automobilística); aumento 
de poder de consumo da classe média e arrocho salarial para o 
povão. Intervenção do Estado na economia. 
 Obras faraônicas: ponte Rio-Niterói, Transamazônica, 
hidrelétrica de Itaipu (esta já no gov. Geisel). 
 Crescimento enorme do PIB: "crescer o bolo para depois 
dividi-lo". O bolo apenas cresceu  aumentou a desigualdade 
de renda. 
 Conjuntura econômica internacional favorável: 
disponibilidade de recursos para investimentos. 
 Diversificação da pauta de exportações: entre 1947-64, o café 
representou 57% das exportações; entre 1972-75, apenas 
15%. 
 Período de otimismo e ufanismo: "Ninguém segura este país!", "Pra 
frente Brasil!", "Brasil, ame-o ou deixe-o.". Conquista do 
tricampeonato mundial de futebol em 1970 no México. Propaganda 
do governo: televisão, TV Globo. 
 
Governo Ernesto Geisel (1974-1979) 
 Início do processo de abertura política: "lenta, gradual e segura"; 
conflito entre o governo e a linha-dura. 
 Enfraquecimento do aparato repressivo e dos órgãos de 
inteligência. 
 Assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel 
Fiel Filho em dependências militares: onda de pressão da 
opinião pública. 
 Avanço do MDB nas eleições legislativas de 1974  reação 
do governo: Lei Falcão (impedia o acesso ao rádio e à 
televisão dos candidatos nas eleições municipais de 1976). 
Pacote de abril (1977): criava os senadores biônicos; alterava 
os critérios de representação na Câmara para os estados do 
Nordeste, onde a Arena era forte, terem mais peso; 
restrições da Lei Falcão para outras eleições; aumento do 
mandato presidencial de 5 para 6 anos. 
 Revogação do AI-5 em 1979. 
 
 
 
 
O governo Geisel combinou medidas 
liberalizantes com medidas repressivas. 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
 Política econômica: II Plano Nacional de Desenvolvimento  substituir 
importações (energia e bens de capital): incentivo à produção 
nacional de álcool, máquinas, ferramentas e energia nuclear, 
construção de hidrelétricas. 
 Investimentos em grandes estatais: Embratel, Eletrobrás e 
Petrobrás. Intervencionismo do Estado na economia. 
 Crescimento da dívida externa. Conjuntura internacional 
desfavorável (segunda crise do petróleo em 1979). Esgotamento 
do "milagre brasileiro". 
 Movimentos sociais: crescimento da sindicalização no campo; 
ressurgimento do movimento sindical operário  Indústria 
automobilística do ABC paulista (novas lideranças, Lula; grandes 
greves de 1978-79). 
 
Governo João Figueiredo (1979-1985) 
 Continuação do processo de abertura: Lei da Anistia (1979). 
Resistência da linha dura: atentados (Riocentro, 1981). 
 Nova Lei Orgânica dos Partidos (1979): fim do bipartidarismo, 
surgimento de novos partidos  uma das metas do militares era 
dividir a oposição. 
 
PMDB - Partido do Movimento 
Democrático Brasileiro 
Antigo MDB, destaque para 
Ulysses Guimarães 
PDS - Partido Democrático Social Antiga Arena 
PDT - Partido Democrático 
Trabalhista 
Liderança de Brizola, reabilitação do 
antigo trabalhismo varguista 
PT - Partido dos Trabalhadores Ligado aos movimentos sociais e a 
intelectuais e artistas 
PP - Partido Popular Oposição conservadora 
 
 Campanha das "Diretas Já!": a favor da eleição direta para presidente 
da República. Mobilização dos partidos e da sociedade civil. 
 Emenda Dante de Oliveira (1984): não foi aprovada pela 
Câmara. 
 Sucessão presidencial: decidida pelo Colégio Eleitoral 
(indiretamente): disputa  coligação chamada de Aliança 
Democrática: Partido da Frente Liberal (PFL, dissidência do PDS, lançou 
José Sarney como vice) + PMDB (que lançou Tancredo Neves para 
presidente) x PDS (Paulo Maluf como candidato). Vitória de Tancredo 
Neves. 
 Devido ao falecimento de Tancredo Neves antes da posse, assume a 
presidência, em 1985, José Sarney, antigo político da Arena e 
colaborador do regime militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Nova República 1985 em diante 
 
Governo José Sarney (1985-1990) 
Economia: 
 Cenário de hiperinflação. 
 Plano Cruzado (1986): objetivo de conter a inflação  substituir o 
desvalorizado cruzeiro; congelamento dos preços por 1 ano (conter a 
inflação inercial); gatilho salarial: quando a inflação chegasse a 20%; 
fim da correção monetária; "fiscais do Sarney". 
 Consequências: redução drástica da inflação, porém seguida 
de um aumento desenfreado do consumo, gerando 
desabastecimento. 
 Plano Cruzado II: descongelamento dos preços  disparada da 
inflação. 
 Declaração de moratória em 1987: não havia mais dinheiro para 
saldar a dívida externa. 
 Novas e fracassadas medidas para conter a inflação: Plano Bresser 
(1987), Plano Verão (1989). 
 Repressão a greves: CSN (1988). Assassinato do líder seringueiro 
Chico Mendes. 
Política: 
 Legalização do PCB e do PC do B. 
 Assembleia Constituinte eleita em 1986  formação de dois blocos: 
Bloco Progressista (PT, PCB, PC do B, PDT, PV e PSB) e o chamado 
Centrão (PFL, PDS, PL, PTB). PMDB dividido. 
 
Constituição de 1988 
 Democracia liberal com equilíbrio e independência entre os 3 
poderes. 
 Voto obrigatório entre 18-70 anos, facultativo para analfabetos, 
pessoas entre 16-18 anos e maiores de 70 anos. 
 Afirmação de amplos direitos sociais. 
 Direitos civis contra a arbitrariedade do Estado. 
 Garantias constitucionais: habeas corpus, habeas-data, mandado 
de segurança, ação popular. 
 Igualdade de direitos para homens e mulheres. 
 Criminalização do racismo. 
 Fim da censura. 
 Eleições em dois turnos; mandatos de 4 anos (presidente, 
governador e prefeitos), possibilidade de uma reeleição. 
 Ampliação dos poderes do Congresso Nacional: atuar em 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), votar o Orçamento 
Geral da União, reformar a Constituição com 3/5 dos votos. 
 Proteção ao índio. 
 Proteção ao meio ambiente. 
 
 Sucessão presidencial: campanha de Collor: exaltação da sua 
jovialidade; discurso moralista: "caçador de marajás"; Partido da 
Reconstrução Nacional (criado para apoiar sua candidatura). 
Venceu Lula no segundo turno: 42,75% para Collor, 37,86% para 
Lula. 
 
Prof. Eduardo F. Sallenave 
 
Governo Fernando Collor (1990-1992) 
 Política neoliberal: defesa do livre mercado e da diminuição do papel 
do Estado; privatizações, demissão de funcionários públicos; 
aumento de impostos; abriu o mercado brasileiro para produtos 
importados. 
 Plano Collor: tentativa de conter a inflação; confisco de poupanças. 
 Denúncias de corrupção: mobilização de sociedade civil pedindo 
seu afastamento (movimento dos caras pintadas). Collor sofre 
Impeachment em 1992. 
 
Governo Itamar Franco (1992-1995) 
 Plano Real (1994): conteve a inflação  ministro da fazenda: Fernando 
Henrique Cardoso (vitorioso no primeiro turno na eleição de 1994). 
 Privatização da Companhia Siderúrgica Nacional. 
 
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) 
 Adoção de políticas neoliberais: privatizações (companhia de 
mineração Vale do Rio Doce; setor de telecomunicações); corte de 
gastos com programas sociais. 
 Alteração constitucional permitindo a reeleição  FHC reeleito em 
1998. 
 Crescimento da dívida externa. 
 Movimentos sociais: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) 
pela reformaagrária  repressão: massacre de Eldorado dos Carajás 
(1996), no estado do Pará. 
 
Governo Lula (2003-2011) 
 Programas de transferência de renda: Bolsa Família. 
 Denúncias de corrupção: "mensalão", 2005. 
 Estabilidade e crescimento econômico. 
 PAC  Programa de Aceleração do Crescimento: obras de 
infraestrutura. 
 Política externa: busca de maior projeção do país no cenário 
internacional. 
 Ampliação do crédito e redução dos impostos para bens de 
consumo: incentivar o consumismo. 
 
 
Bibliografia 
DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História para o ensino médio. 
São Paulo: Atual, 2008. 
FAUSTO. Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. 
FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e 
do Brasil. São Paulo: Herbra, 2011. 
LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma 
interpretação. São Paulo: Editora Senac SP, 2008. 
MARANHÃO, Ricardo; MENDES JÚNIOR, Antônio Mendes; RONCARI, 
Luiz (Orgs.). Brasil História: texto e consulta. 4 volumes. São Paulo: 
Hucitec, 1991. 
SCHMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2007.

Continue navegando