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Políticas Públicas e Grupos em situação de vulnerabilidade

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1) Reflitam sobre os conceitos de Democracia e Cidadania. Democracia consiste num regime político onde todos os cidadãos participam igualmente – diretamente ou através de representantes eleitos – na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo seu poder através do sufrágio universal. Já a Cidadania consiste no exercício dos direitos civis, políticos e sociais pelos indivíduos que fazem parte de um determinado país. Ao conhecê-los, percebemos que se tratam de conceitos correlatos, ou seja, a liberdade de escolha e de expressão trazida pela Democracia corre pari passu ao pleno exercício de direitos e deveres na sociedade, chamada de Cidadania. Ocorre que o funcionamento da Democracia e o exercício da Cidadania enfrentam um conjunto de contradições, de modo que sua garantia legal (ou seja, a existência de leis que resguardam os direitos e regulam os deveres dos cidadãos) não necessariamente produz seu exercício de fato. 
Dito isso, comente sobre as contradições observadas no exercício da Democracia e da Cidadania no Brasil.
R: A Carta dos Direitos Humanos é baseada na liberdade, igualdade e fraternidade, mas no Brasil o exercício da democracia e da cidadania é ocultado, levando à sua implementação de forma subjetiva e contraditória. A democracia é um governo que promove a soberania do povo. No entanto, o povo não tem poder de decisão, e vimos que as necessidades da sociedade não são a prioridade da maioria dos governantes. Isso acontece, por exemplo, quando ocorre um crime ambiental catastrófico, que atinge brutalmente trabalhadores pobres, cujas vidas, famílias e inteiras são afetadas. A exemplo disto temos o caso de Brumadinho-MG, onde a empresa em questão é responsável por todo e qualquer dano causado às pessoas e ao meio ambiente ao seu redor, mas se o saldo de lucros permanecer maior que o preço pago pelo assassinato em massa, mesmo com todas as tragédias, a empresa tem potencial para optar por seus lucros. Demorou muito para construir um país democrático e de Estado de direito onde todos são iguais perante a lei. No entanto, todos os dias percebemos a distância entre a democracia e a realidade. No Brasil, ainda encontramos muitos problemas sociais e políticos, corrupção e desigualdade. O que o cidadão deveria garantir no estado de direito pré-constitucional acabaria por aumentar o poder do Estado sobre ele, sendo escravo do processo individualizado de que tinha direito a participar, a diferença entre os princípios garantidos pela lei, e o que foi aplicado, estava longe de ser considerado cidadania, ou seja, o que um cidadão pode realmente ter em seu benefício, acabará por condená-lo.
2) O documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O documentário procura explicar o processo de globalização, percorrendo os caminhos apontados pelo geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, que ao comentar sobre os efeitos perversos da Globalização, sugere uma mudança de enfoque no tratamento dos problemas humanos ligados ao cidadão. No lugar de um modelo estritamente econômico, o autor sugere um modelo cívico-territorial. 
Explique, com base nos argumentos desenvolvido no documentário, os efeitos da Globalização neoliberal no Brasil. 
R: A globalização neoliberal permite que as desigualdades emerjam da nova organização das relações internacionais. O autor utiliza o termo “capitalismo periférico”, ou seja, há um centro geográfico onde o capital é gerado e uma área periférica desenvolvida ao seu redor, o “centro” desenvolvido e a periferia desprezada. A separação da ordem política ocorre em uma direção particular, do centro para a periferia, levando à perpetuação das desigualdades regionais. Pessoas da periferia são menos propensas a serem contratadas. O Brasil não tem cidadania, os cidadãos não são cidadãos globais, e a cidadania universal é um verdadeiro mito, disse o pensador. Assim, a organização da globalização a partir do comportamento do Estado produz uma distribuição desigual dos benefícios da globalização, uma vez que os cidadãos não estão isentos de sua relação com seu local de origem. A globalização neoliberal fez do Estado um vilão. Isso deixa o Estado-nação vulnerável aos agentes financeiros, ao uso de recursos públicos por meio da manutenção da dívida pública, da atuação dos bancos privados, do investimento em obras públicas e da articulação entre instituições públicas e privadas. No entanto, para enriquecer as contas da burguesia, o país tornou-se cada vez mais empobrecido, e a burguesia concentrou em suas contas privadas receitas provenientes de determinados territórios nacionais. Ao mesmo tempo, estamos perdendo o direito de defender oportunidades de trabalho e remuneração decente, o direito à informação geral, o direito ao voto e até mesmo o direito de proteger nossa cultura.

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