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Curso Produção de mudas de cajueiro - enxertia

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Curso: Produção de mudas de cajueiro - enxertia 
Antonio Teixeira Cavalcanti Júnior 
 As principais finalidades da enxertia no cajueiro são a eliminação da variabilidade 
genética e a fixação dos caracteres agronômicos selecionados. O êxito de uma boa enxertia 
depende da aplicação correta dos fundamentos destinados para esse fim e da qualidade de 
todos os elementos que contribuem para o resultado, entretanto, alguns fatores são mais 
decisivos por afetarem ou desviarem definitivamente a qualidade final da planta enxertada. 
Vejamos os mais importantes: 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1 – Um dos fatores desejáveis na enxertia do cajueiro é a 
precocidade etária, pois quando a muda é obtida por 
sementes pode levar 3 a 5 anos para iniciar a produção. 
Na enxertia, quando se utiliza propágulos de planta mãe 
que já passou pela fase de juvenilidade, ou seja, que já 
floresceu e produziu frutos, reduz drasticamente a fase 
improdutiva, e pode iniciar a fase produtiva ainda no 
primeiro ano, após a enxertia. 
 
1.1. Relativo à planta-mãe 
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Figura: Planta com seis meses de idade sendo 
eliminada a brotação floral indesejável para essa 
fase da planta. 
1. Fatores importantes para a enxertia 
2 - O estado nutricional e fitossanitário da planta mãe é também de fundamental importância para o 
fornecimento dos propágulos, pois têm influência no pegamento da enxertia e no desenvolvimento 
da nova planta. Uma planta mãe desnutrida gera propágulos enfraquecidos, isto é, sem vigor, que 
por vez dificultam o pegamento da enxertia. E, quando ocorre a pega resulta em uma planta 
também sem vigor, sujeita a não sobreviver ao menor sinal do estresse ambiental. Propágulos 
provenientes de plantas mães portadoras de patógenos (organismos que causam doenças) ou já 
com doenças fúngicas, bacterianas, viróticas, podem dificultar a cicatrização no ponto de enxertia e, 
provocar reações de enfraquecimento da nova planta que quando sobrevivem, geralmente 
desenvolvem a mesma doença da planta mãe. 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1.1. Relativo à planta-mãe 
1 – No cajueiro, a enxertia com porta-enxerto entre 15 e 20 dias após a semeadura (denominada de 
enxertia precoce), é a que apresenta maior índice de pegamento e resulta em melhor 
desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular. Também, apresenta cicatrização mais rápida 
no ponto da enxertia, provavelmente porque os porta-enxertos ainda estão livres dos estresses 
fitossanitários e ambientais, devido a pouca idade etária. Entretanto, esse tipo de enxertia, exige 
maior habilidade do enxertador e técnicas do uso de lâmina de barbear ou bisturi. Mas, evidencia 
que a idade do porta-enxerto é um fator importante no processo e que o uso de porta-enxerto mais 
jovem pode chegar a resultados mais efetivos. 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1.2. Relativo ao porta-enxerto 
 A incompatibilidade entre enxerto e porta-enxerto não é comum no cajueiro. Mas as 
vezes, quando essas duas partes apresentam grande diferença no vigor pode acarretar 
distorções no desenvolvimento da planta. Portanto, deve-se utilizar enxertos e porta-
enxertos que apresentem semelhança no vigor. 
Importante 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1 – A habilidade do enxertador é de fundamental importância no processo de enxertia. O 
enxertador deve apresentar conhecimento na identificação da qualidade dos materiais no ato 
da enxertia, descartando enxertos e porta-enxertos comprometidos pelo baixo vigor e por 
problemas fitossanitários. Além disso, deve ter precisão na realização dos cortes para que 
haja contato perfeito entre as partes e rapidez na operação, para evitar a contaminação e 
desidratação do enxerto. Ao mesmo tempo, deve apresentar sincronia visual entre as 
distâncias dos cortes, de forma a não necessitar constantemente de verificar as medidas. 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1.3. Relativo ao enxertador 
Figura: Detalhe da postura do enxertador. 
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1. Fatores importantes para a enxertia 
1.3. Relativo ao enxertador 
 Vários componentes do clima influenciam o processo de enxertia. Alguns, embora 
sejam necessários para o desenvolvimento da planta, podem até prejudicar ou mesmo matar 
o enxerto no início do desenvolvimento. 
 Veremos a seguir a importância de alguns deles. 
1. Fatores importantes para a enxertia 
1.4. Condições ambientais 
1.4. Condições ambientais 
 O clima apresenta importantes influências em todas as fases da vida vegetal, e a 
incidência de alguns de seus componentes, tais como temperatura, luminosidade, umidade e 
ventos, em excessos podem dificultar a pega da enxertia. 
1.4.1. Clima 
 A temperatura, por controlar o metabolismo das células, exerce ação em todas as 
atividades fisiológicas das plantas e, mais especificamente, no caso da enxertia, tem grande 
influência na divisão e formação de novas células, as quais são responsáveis pela 
cicatrização da enxertia. Mas, a temperatura também tem atuação marcante no processo de 
desidratação do enxerto, um dos motivos pelo qual é necessária o uso de câmara úmida, 
como o saquinho de plástico do tipo „din-din‟. Como na fase de cicatrização ocorre intensa 
atividade respiratória, e por consequência, alta necessidade de oxigênio para as divisões e o 
alongamento celulares, temperaturas muito baixas podem limitar essa oxigenação. Para 
alguns autores temperaturas abaixo de 4oC ou acima de 32oC retardam a cicatrização dos 
cortes, na enxertia. 
1.4.1. Clima 
1.4.1.1. Temperatura 
Figura: Enxerto protegido contra os efeitos das altas temperaturas 
através de uma câmara úmida formada pelo saquinho tipo “din-din”. 
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1.4.1. Clima 
1.4.1.1. Temperatura 
 
 
 A intensidade de luz solar incidente nas plantas afeta a fotossíntese, o crescimento da 
parte aérea, a distribuição da matéria seca e, consequentemente o desenvolvimento e 
crescimento do enxerto. A luminosidade também é responsável por parte da desidratação do 
enxerto, quando ele fica exposto aos excessos de luz solar, razão pela qual o sombreamento 
se faz necessário para algumas plantas enxertadas, como no caso do cajueiro. 
1.4.1. Clima 
1.4.1.2. Luminosidade 
 A umidade é outro componente do clima que deve ser controlado no processo de enxertia. 
As células novas, que se formam durante o processo de soldadura da enxertia, são bastante 
sensíveis à desidratação, pois necessitam de turgidez (entrada de água) para o crescimento celular. 
Entretanto, o excesso de umidade pode propiciar o desenvolvimento de fungos e de bactérias que 
podem dificultar o pegamento do enxerto. É mais uma razão para a utilização dos saquinhos 
protetores (do tipo din-din), que tanto protegem os enxertos das altas temperaturas quanto permitem 
uma regulação melhor da umidade. Porém, deve-se ter o cuidado para que a proteção com os 
saquinhos não forme um reservatório de água no seu interior, mas sim, apenas uma câmara úmida. 
Para isso é suficiente que a laçada dada para fixar o saquinho não seja tão forte, apenas o 
suficiente para que ele não seja levado pelo vento. 
1.4.1. Clima 
1.4.1.3. Umidade 
 
 
 
 Ventos fortes além de poderem provocar o tombamento e a quebra do enxerto, antes 
da soldadura, são também responsáveis pela desidratação nos enxertos em garfagem em 
fenda lateral e em garfagem em fenda cheia. Os ventos prejudicam menos a enxertia por 
borbulhia por utilizar fragmento (gema) muito pequeno no enxerto. Os ventos também 
justificam o uso do saquinho de plástico protetor. 
1.4.1. Clima 
1.4.1.4. Ventos 
 A água é um dos componentes do meio ambiente que mais afeta a vida. A própria 
distribuição da vegetação no planeta é controlada pela disponibilidade de água.Na vida 
vegetal, a água participa de todos os fenômenos físicos, químicos e biológicos essenciais ao 
seu desenvolvimento. Está presente praticamente em quase todos os processos fisiológicos 
que ocorrem na planta e por ser o principal constituinte das células vegetais, uma planta 
adulta pode conter um volume de água equivalente a 95% do seu peso total. Atua também, 
como veículo de transporte dos nutrientes minerais e dos compostos orgânicos da 
fotossíntese. 
1.4.2. Água 
 Portanto, a água é essencial em todas as etapas e atividades desenvolvidas em um 
viveiro de produção de mudas. Na enxertia, sua necessidade vai desde a hidratação da 
castanha, na formação do porta-enxerto, até o desenvolvimento final da muda. No processo 
germinativo, a castanha necessita absorver cerca de 90% de água, em relação ao seu peso 
seco, para desencadear o processo fisiológico da germinação. Uma redução acima de 60% 
na lâmina de água recomendada na fase de pré-plantio diminui a transpiração, compromete o 
movimento de solutos e de fotoassimilados e, consequentemente, reduz a altura, o diâmetro 
do caule, o número de folhas das mudas recém-plantadas, e aumenta a mortalidade das 
plantas no campo. 
1.4.2. Água 
 Além da quantidade, a qualidade da água também é importante, pois o aumento de 
salinidade pode reduzir a absorção de nutrientes e causar sérios danos ao estabelecimento 
da enxertia no cajueiro. Na enxertia, a qualidade da água afeta o pegamento e reduz o 
desenvolvimento do enxerto, sem distinção entre os porta-enxertos utilizados. Embora 
existam clones menos sensíveis, água com salinidade elevada (a partir de 0,5 dS/m) afeta 
negativamente a pega da enxertia, a emissão de folhas, o crescimento em altura, o diâmetro 
do caule e a área foliar das plantas e quando a salinidade é ainda maior (ultrapassa a 2,5 
dS/m) causa a morte das plantas recém enxertadas. 
 
1.4.2. Água 
 A qualidade da água se define também pelos critérios do uso de água com alta 
concentração de sódio que pode provocar a deterioração da estrutura do solo. A toxicidade, 
gerada por determinados íons transportados e acumulados nos tecidos das plantas, inibe ou 
retarda o crescimento independentemente, mas que apresentam menor importância na fase 
de enxertia. 
 Evitar também, o uso de água com a formação da “capa-rosa”. A formação desta 
“capa-rosa” indica a presença de elevada quantidade de ferro sob a forma de bicarbonato 
ferroso, encontrado comumente em águas de poço artesiano, pois além de prejudicar a 
aparência das mudas enxertadas (recobrindo as folhas com sedimentos de coloração 
arroxeada) pode causar mortalidade mesmo antes de irem para o campo. 
1.4.2. Água 
 A importância da água no processo de enxertia pode ser reconhecida até mesmo nas 
mais elementares operações de limpeza de materiais e equipamentos, o que resulta em 
ganho final na qualidade da muda. Portanto, deve existir próximo ao local da enxertia uma 
fonte de água que atenda às necessidades do processo em quantidade e em qualidade. 
1.4.2. Água 
1.5. Formação do viveiro e dos canteiros 
 Plântulas quando enxertadas geralmente são delicadas e sensíveis, portanto 
necessitam de espaços e cuidados especiais. O espaço que destinamos para esses cuidados 
especiais no início de vida das plantas é o viveiro que nada mais é que o berçário para esse 
início de desenvolvimento. Logo, a escolha do local e das estruturas do viveiro deve ser 
criteriosa. Ele deve ser instalado em área plana, com declividade mínima suficiente para não 
empoçar água nas suas dependências, e que tenha boa drenagem, sem ter necessariamente 
solos arenosos. O piso, preferencialmente, deve ser firme. Suas áreas internas devem estar 
livres de vegetações que possam servir de hospedeiras a pragas e doenças e em localização 
de fácil acesso para o descarrego e o transporte de materiais. 
 
Figuras: Detalhe do galpão para produção de mudas com 
cobertura em telado com 50% sol/sombra. Campo 
Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
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1.5.1. Formação do viveiro em ambiente protegido 
 É de fundamental importância que a área tenha energia elétrica, para que se possa 
dispor de equipamentos elétricos, lâmpadas e, quando necessário, sistemas de automação da 
irrigação e de estruturas para o armazenamento de propágulos. É imprescindível que o viveiro 
fique próximo a uma fonte de água de boa qualidade e afastado de pomares, pois, assim 
diminui-se o risco de contaminação por pragas e doenças. Em todo caso, é aconselhável fazer 
uma desinfestação periódica em todas as dependências. 
 
 
1.5. Formação do viveiro 
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Figura: Detalhe galpão para produção de mudas com cobertura em 
telado com 50% sol/sombra. Campo Maior-PI. 
1.5.1. Formação do viveiro em ambiente protegido 
 
 O viveiro para produção de mudas de cajueiro deve ser composto de três partes 
principais: a) uma parte a céu aberto, para as etapas que necessitam de luz solar e de 
aclimatação e onde possam ser instalados tanques de compostagem e sejam manipulados os 
materiais para formulações de adubos e substratos; b) uma parte coberta, com materiais que 
possibilitem, sombreamento, aproximadamente entre 30% e 50% para as etapas em que se 
tem de evitar a desidratação dos porta-enxertos e enxertos; e c) uma parte destinada a 
escritórios, depósitos, salas com bancadas e banheiros. 
 
1.5. Formação do viveiro 
Figura: Tanques de compostagem para formação de substrato no processo 
de produção de mudas de cajueiro. Campo Experimental Curu-Paraipaba, 
Paraipaba-CE. 
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1.5.2. Formação do viveiro em ambiente aberto 
 
 Os canteiros para desenvolvimento dos porta-enxertos devem ficar a pleno sol, pois a 
germinação das castanhas-sementes é mais rápida em temperaturas entre 250 C e 350 C. 
Contudo, devido ao “efeito de bordadura”, ou seja, um aquecimento maior nos recipientes que 
ficam arranjados na periferia dos canteiros, esse maior acúmulo de temperatura pode 
ocasionar anomalias nas plântulas na fase de germinação e em desenvolvimento. Assim, 
recomenda-se que a formação dos canteiros obedeça a orientação Leste-Oeste, ficando a 
maior dimensão dos canteiros na direção Norte-Sul, com menor exposição do calor. 
1.5. Formação dos canteiros 
Formação dos canteiros no sentido Leste-Oeste 
Largura: 6 fileiras justapostos 
Comprimento: Até 1.000 sacos 
Identificação com plaquetas 
 
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1.5. Formação dos canteiros 
 A largura (testa) dos canteiros não deve exceder 1 m, o que corresponde, mais ou 
menos, a seis sacolas plásticas (seis fileiras justapostas), para facilitar as operações de 
identificação, enxertia, capina e outras atividades no acompanhamento do desenvolvimento 
dos porta-enxertos e das plantas enxertadas. O comprimento dos canteiros varia de acordo 
com as necessidades, entretanto não se deve estender a mais de 1.000 sacolas, pois algumas 
operações inerente aos lotes podem não se completarem acarretando falta de uniformidade e 
de sincronia no processo. 
1.5. Formação dos canteiros 
 A distância entre os canteiros, denominada de rua, deve ter dimensão suficiente para 
que as operações de enxertia, eliminação de ervas daninhas, transporte de carros-de-mão e 
tratamentos fitossanitários sejam executadas confortavelmente. Se o viveiro tiver muito 
espaço, recomenda-se que essa distância entre canteiros seja de 1 m, suficiente para que 
dois operadores, sentados em seus bancos ou cadeiras, trabalhem um de costa para o outro. 
Todavia, a largura da rua nunca deve ser inferior a 0,5 m. 
1.5. Formação dos canteiros 
Atenção! 
 
 Nunca esquecer que antes do plantio,as castanhas-sementes devem 
ser selecionadas e tratadas com fungicidas, principalmente se o substrato não 
tiver sido solarizado. 
 
1.5. Formação dos canteiros 
 Após o plantio, os canteiros devem ser cobertos com sacos de juta ou similar (por 
exemplo sombrite) para proteger as sementes contra a ação direta dos jatos de água, 
roedores, pássaros e excesso de radiação solar. 
1.5. Formação dos canteiros 
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Figura: Detalhe de canteiros cobertos com sacos de juta. 
Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
Figura: Detalhe de canteiro cobertos com sombrite. 
Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
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1.5. Formação dos canteiros em ambiente de viveiro à c céu aberto 
Figura: Detalhe da retirada da cobertura com saco de juta após a germinação 
das sementes. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
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1.5. Formação dos canteiros 
Figura: Canteiro descoberto logo após a germinação das castanhas-
sementes. 
Figura: Porta-enxerto de cajueiro-
anão do clone CCP 06. 
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1.5. Formação dos canteiros 
1.6. Materiais necessários 
 A qualidade e a viabilidade do enxerto dependem também, da disponibilidade e da 
qualidade dos materiais e equipamentos empregados no processo. No ato da enxertia, o 
enxertador deve ter disponibilidade desse conjunto de materiais e equipamentos em 
quantidade suficiente para realizar a enxertia, principalmente os indispensáveis. Alguns 
destes itens devem estar ao alcance das mãos, pois uma grande inconveniência para o 
enxertador é ter que sair de seu local de trabalho em busca dos materiais faltosos, perdendo 
a concentração nos momentos que mais necessita. 
 Entre os materiais e equipamentos de uso mais frequente em um viveiro de produção 
de mudas, nem todos são manejados pelo enxertador, mas fazem parte do conjunto 
indispensável para a realização completa da atividade. Alguns desses materiais ou 
equipamentos são mais convenientes aos grandes viveiros. 
1 - Canivete de enxertia; 
2 - Tesoura de poda 
3 - Fita de enxertia; 
4 – Álcool ou água sanitária e algodão; 
5 - Saco plástico tipo “din–din”; 
6 – Amolador/afiador; 
7 - Banco/cadeira para enxertador; 
8 – Tipos de tubete; entre outros. 
 
1.6.1. Utensílios para enxertia 
 Existem inúmeros tipos de canivetes no mercado. O modelo mais adequado deve ser 
aquele que proporcione maior conforto ao enxertador. 
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Figuras: Tipos de canivetes mais utilizados no processo da enxertia 
1.6.1. Utensílios para enxertia - canivete 
 Como nos canivetes, existem vários tipos 
de tesouras de poda. Um tipo comum de tesoura de 
poda é aquele que possui duas lâminas móveis e 
outro tipo é aquele com uma parte fixa. Deve-se dar 
preferência ao tipo que melhor se ajustar ao 
operador. 
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Figura: Tipos de tesouras de poda mais utilizados. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – tesoura de poda 
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Destaque especial deve ser 
dado para a fita de enxertia, a 
qual deve ser de plástico 
resistente, mas com boa 
elasticidade e com 10 mm de 
largura. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – fita ou fitilho 
Figura: Tipo de fitilho mais utilizado no processo da enxertia. 
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 Álcool e algodão são utilizados 
para desinfectar os instrumentos de 
corte, como a tesoura de poda e o 
canivete para enxertia. 
Figura: Álcool e algodão usados na 
desinfestação dos utensílios. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – álcool e algodão 
 Saco plástico tipo 
“din–din” para uso nas 
enxertias de garfagem de 
fenda cheia e em garfagem 
de fenda lateral. 
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Figura: Sacos plásticos do tipo “din-din” usados na proteção do enxerto. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – saco plástico tipo “din-din” 
 Amoladores/afiadores – geralmente se utiliza os amoladores de pedra, para afinar a 
lâmina de corte, e os afiadores para dar o fio, ou seja, para retirar os dentes que ficam nas 
lâminas dos canivetes e tesouras de podas quando passados na pedra. Dada a importância 
da união e cicatrização entre enxerto e porta-enxerto, os afiadores se apresentam como um 
indispensável equipamento para o enxertador. São encontrados no mercado tanto em pedra 
quanto em madeira porosa. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – amolador e afiador 
 Os amoladores e 
afiadores encontrados no 
mercado tanto em pedra quanto 
em madeira porosa. 
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1.6.1. Utensílios para enxertia – amolador e afiador 
Figura: Banco do enxertador 
com os materiais necessários 
para enxertia: 
 
- Álcool 
- Algodão hidrófilo 
- Afiador 
- Balde plástico 
- Canivete 
- Fita para amarrio 
- Tesoura de poda 
- Saco tipo “din-din”. 
 
 
 
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1.6.1. Utensílios para enxertia – banco ou cadeira para o enxertador 
 Tubetes pretos de polipropileno, com 
formato de cone e dimensões mínimas de 19 
cm de altura, diâmetro interno na base do 
cone de 5,2 cm e capacidade volumétrica de 
288 cm3. Deve-se observar a existência de 
estrias internas, elas ajudam a redirecionar as 
raízes de crescimento lateral para a base do 
tubete, e conferem melhor soltura dos torrões 
de substrato das mudas no ato do plantio em 
local definitivo. 
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Figura: Detalhe para as estrias internas do tubete e do tipo 
de torrão formado na presença dessas estrias. 
1.6.1. Utensílios para enxertia - tubete 
 Outros equipamentos e materiais: carrinho de mão, pulverizadores, bandejas, baldes, 
etiquetas, fitas para amarrilho, barbante, luvas e sacos de juta e de algodão. 
 
- Carrinho de mão - preferencialmente de pneu com câmara de ar, caçamba metálica, para 
movimentação de substratos, porta-enxertos e mudas enxertadas em sacolas. Deve-se ter, 
também, carrinho de mão com caçamba adaptada com suporte metálico para transportar as 
bandejas plásticas com os tubetes. 
 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
- Pulverizadores costais - para aplicações de defensivos ou fertilizantes foliares. 
 
- Baldes plásticos - com alças, para transporte e acondicionamento de propágulos. 
 
- Sacos de pano de algodão - para auxiliar no acondicionamento dos propágulos, após 
coletados. Eles devem estar apenas levemente umedecidos, sem escorrimento de água. Esse 
procedimento visa evitar a desidratação dos propágulos. 
 
- Sacos de juta - para cobertura dos canteiros recém-semeados. Ultimamente, devido à 
dificuldade na obtenção de sacos de juta e pelo baixo custo das telas e sombrites, os 
viveiristas estão preferindo cobrir os canteiros com esses últimos materiais. 
 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
- Etiquetas plásticas - existem em vários tipos de materiais, mas são preferíveis as etiquetas 
de plástico pela durabilidade e facilidade de reuso. Nessas etiquetas devem ser inseridas 
informações sobre a identificação dos clones, lotes de mudas, canteiros e datas de 
semeadura e realização da enxertia e tudo que necessitar de identificação. É um material de 
extrema importância, pois evitam misturas, principalmente em canteiros e no transporte de 
vários materiais enxertados juntos. O registro pela descrição na etiqueta é duradouro ao 
passo que a lembrança de determinados detalhes pode ser efêmera. É por isso que dizem 
que o pior lápis é mais eficiente que a melhor memória. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
- Peneiras - são utilizadas para destorroar e separaros materiais destinados às formulações 
de substratos. Geralmente são constituídas de telas metálicas com malhas entre 6 mm e 8 
mm, com escolha de uso a depender da drenagem pretendida para o substrato. 
 
- Misturadores - podem ser mecânicos ou manuais. São utilizados na homogeneização dos 
substratos e no preparo de compostagens . 
 
- Pás e enxadas - devem ter cabos resistentes e proporcionais a altura do operador. Como 
são os instrumentos que necessitam mais esforço, devem-se adquirir ferramentas de boa 
qualidade. 
 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
- Regadores e mangueiras - materiais de grande utilidade, mesmo quando se utiliza sistema 
de irrigação. Servem para as regas complementares e para pequenas tarefas de 
umedecimento de canteiros e substratos. 
 
- Recipientes - para a enxertia de mudas em cajueiro além de tubetes podem ser utilizadas 
sacolas de polipropileno preto, preferencialmente sanfonadas, medindo 28 cm de altura por 
15 cm de largura e com 0,15 mm de espessura. Como o sistema radicular das mudas de 
cajueiro é muito sensível ao excesso de água, recomenda-se que o terço inferior da sacola 
tenha de dez a doze pequenos furos, de 3mm a 4 mm de diâmetro, para favorecer a 
drenagem. 
 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
- Recipientes para mudas (sacos e tubetes de plásticos); 
- Ciscadores; 
- Barbantes; 
- Pulverizadores 
- Bandejas; 
- Luvas 
- Defensivos; 
- Fertilizantes; 
- Substratos (areia Quartzoza, solo Hidromórfico, bagana, casca de arroz e húmus); 
- Queimador de casca arroz. 
1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 
1.6.2. Substratos 
 O viveirista deve dispor de vários tipos de materiais para formular o substrato. Um 
bom substrato, para os porta-enxertos de cajueiro, deve ter boa capacidade de absorver e 
liberar umidade e nutrientes para o desenvolvimento da plântula e boa consistência para não 
se destorroar na movimentação dos recipientes dentro do viveiro, no transporte e na hora do 
plantio. Embora para a produção de mudas de cajueiro já se tenha definido as formulações 
mais adequadas de substratos, qualquer mistura de componentes disponível no viveiro que 
possibilite os efeitos acima descritos poderá ser utilizada. Deve-se considerar que não existe 
substrato ideal para todas as condições de crescimento. Portanto, na produção dos porta-
enxertos de cajueiro recomendam-se duas formulações distintas para serem usadas em 
sacolas plásticas e em tubetes. 
 Substrato para as sacolas plásticas - em sacolas plásticas, o substrato 
tradicionalmente utilizado pelos viveiristas, é uma mistura de areia quartzosa com Solo 
Hidromórfico, na proporção de 2:1 (v:v). Esse substrato deve ser passado em peneira, com 
malha de 6 mm, e acrescido de nutrientes. O peneiramento do substrato numa malha de 6 
mm proporciona um bom contato das suas partículas com a castanha-semente e atende a 
adsorção e liberação da umidade e dos nutrientes. Caso se disponha de compostos 
orgânicos de origem vegetal, pode-se acrescentar uma parte, modificando-se a formulação 
para 2:1:1 (v:v:v). 
1.6.2. Substratos 
Figuras: Peneiramento e enchimento de tubetes com substrato para produção de mudas. 
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1.6.2. Substratos 
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 O esterco animal oferece boas condições de crescimento e desenvolvimento do 
enxerto, podendo-se utilizá-lo misturado com areia quartzosa na proporção de 1:1 (v:v). 
Entretanto, quando procedente de animais que pastoreiam em regiões salinas ou que 
consomem sais minerais em suas rações, o esterco se não for compostado, deve ser evitado, 
pois torna o substrato muito salino, provocando anomalias na fisiologia de absorção da 
plântula e, como decorrência, a queima e até a morte das mudas. O pH do substrato deve 
ficar entre 5,0 e 6,5. 
1.6.2. Substratos 
Substrato para tubetes – a recomendação é que se utilize uma mistura com boa capacidade 
de agregação da raiz do porta-enxerto ao substrato e de agregação do torrão na ocasião da 
retirada das mudas do recipiente. A mistura de casca de arroz carbonizada com bagana de 
carnaúba triturada e solo hidromórfico, passada em peneira de malha de 6 mm, na proporção 
em volume de 3:2:2, é a mais utilizada quando se tem facilidade de obter a casca de arroz 
carbonizada. 
1.6.2. Substratos 
1.6.2. Substratos 
 Outros substratos, também, apresentam bom desempenho no desenvolvimento do 
porta-enxerto em tubetes, tais como a bagana de carnaúba pura triturada, bagana mais casca 
de arroz carbonizada e, fibras de coco seco misturadas com bagana ou com casca de arroz 
carbonizada. Embora não reúna características de agregação tão boas quanto a da primeira 
mistura (casta de arroz carbonizada com bagana de carnaúba triturada e solo Hidromórfico, 
na proporção de 3:2:2, elas podem ser utilizadas com sucesso, quando não se necessita 
transportar os torrões desprotegidos por longas distâncias. 
 Figuras: Processo de carbonização da casca de arroz: antes e depois da carbonização. 
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1.6.2. Substratos 
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 Solo de origem 
hidromórfica usado na mistura de 
substratos para produção de 
mudas de cajueiro e outras 
espécies. 
 
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Figura: Solo de origem hidromórfica. 
1.6.2. Substratos 
 Areia Quartzosa usada na 
mistura de substratos para 
produção de mudas de cajueiro e 
outras espécies. 
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Figura: Areia Quatzosa. 
1.6.2. Substratos 
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 A recomendação é que se 
utilize uma mistura com boa 
capacidade de agregação da raiz 
do porta-enxerto ao substrato e de 
agregação do torrão, na ocasião da 
retirada das mudas do recipiente. 
Figura: Substrato comercial usado para formação de mudas em tubetes. 
1.6.2. Substratos 
 É importante ressaltar que a utilização de solo no substrato vem sendo questionada 
do ponto de vista ambientais (degradação do ambiente) e fitossanitárias (disseminação de 
pragas e doenças). Desse modo, há uma tendência da utilização de substratos comerciais ao 
invés de solo. Embora, esses substratos comerciais encareçam a produção dos porta-
enxertos, eles apresentam bons resultados pois, na maioria das vezes, são compostos por 
ingredientes orgânicos. 
1.6.2. Substratos 
 Caso o interessado queira formular seu próprio substrato, ele deverá ter especial 
atenção na escolha dos componentes a utilizar. Por exemplo, no caso do esterco bovino, a 
sua utilização, na formação das mudas de cajueiro, deve ser muito criteriosa, devendo esse 
material estar bem curtido (apresentando coloração escura, textura fina e temperatura 
amena), pois o esterco bovino pode apresentar níveis deletérios de sais, resultando em danos 
às mudas por toxidez de amônia e ureia, bem como por salinidade. É recomendável a 
realização de uma análise química do substrato antes de sua utilização. 
1.6.2. Substratos 
 A enxertia consiste na junção de uma parte de uma planta, denominada enxerto, com 
a de outra, denominada porta-enxerto, para que por meio da regeneração dos tecidos as 
partes se unam e formem uma única planta. 
 Em viveiro, as enxertias podem ser realizadas em sacolas plásticas ou em tubetes. As 
realizadas em sacolas plásticas, os porta-enxertos são produzidos num volume de substrato 
de aproximadamente 2 litros e quando apresentam boa afinidade com o enxerto, possibilitam 
um maior crescimento da raiz principal. 
2. Breve descrição dos tipos de enxertia 
 A produção de mudas enxertadas em sacolas plásticas é indicada como adequada 
para o plantio, principalmente o de sequeiro (sem irrigação). Isso se deve ao fato de que as 
mudasresultantes são capazes de suportar pequenas variações de umidade do solo, uma vez 
que o aprofundamento da raiz pivotante permite se livrar das camadas mais superficiais que 
são as primeiras a perder a água. 
 Entretanto, as enxertias em sacolas plásticas apresentam inconveniências no 
manuseio, devido aos aproximados 2,5 kg de substrato e ao tempo de vida útil em viveiro sem 
perda da qualidade. Passados 100 a 120 dias após a enxertia, o sistema radicular principal 
começa a se enovelar causando sérios prejuízos durante o estabelecimento da muda em 
campo. 
 
2. Breve descrição dos tipos de enxertia 
 Outra restrição importante desta técnica é o forte impacto ambiental que provoca na 
natureza. A enxertia em poucos porta-enxertos em sacolas plásticas não representa danos 
significativos ao meio ambiente, mas viveiros que produzem de 200 mil a 300 mil mudas/ano 
apresentam uma extração vultosa de solos Hidromórficos, principal componente do substrato 
utilizado para esses recipientes, devastando a paisagem e formando verdadeiras crateras nos 
locais de coletas desses solos. Essas reflexões são válidas tanto para borbulhia quanto para 
as enxertias em garfagem laterais e em fenda cheia. 
2. Breve descrição dos tipos de enxertia 
Figura: Mudas enxertadas de cajueiro-anão do clone CCP 76, produzidas em sacolas plásticas. Pacajus-CE. 
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2. Breve descrição dos tipos de enxertia 
 Os processos das enxertias por garfagem devem ser realizados preferencialmente em 
ambiente menos ensolarados, isto é, como debaixo de telados com 30% a 50% de 
sombreamento ou em ambientes semelhantes. Sendo assim, os porta-enxertos necessitam 
ser transportados para esses ambientes. Pode também, após a enxertia, para não ter que 
transportar as sacolas com as mudas enxertadas para ambientes sombreados, projetar sobre 
os canteiros as condições de sombreamento exigidas. 
2. Breve descrição dos tipos de enxertia 
As etapas recomendadas para o processo de enxertia em garfagem em fenda lateral são: 
 . 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
1ª etapa 
 Abertura de uma incisão oblíqua no porta-enxerto, que consiste em uma fenda lateral 
no caule, na altura de 6,0 cm a 8,0 cm do colo da planta . Deve-se ter o cuidado para não 
aprofundar o corte em demasia para não decepar o porta-enxerto, fato muito comum quando 
se trabalha com canivete cego, pois o esforço para vencer a resistência inicial dos tecidos 
pode comprometer a profundidade ideal do corte. A fenda deve ter no máximo, 2,5 cm. 
 
Figura: Detalhe dos diâmetros semelhantes 
do porta- enxerto e do propágulo. 
Figura: Fazendo 
Incisão lateral no 
porta enxerto. 
Figura: Detalhe da incisão lateral feita no 
porta enxerto. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Reduzir o tamanho dos enxertos (garfos para 8 a 10 cm) e proceder um corte em 
bisel na extremidade, procurando deixar a mesma obliquidade do corte no porta-enxerto. 
Deve-se ter o cuidado de não tocar nas partes cortadas, a fim de evitar contaminações. É por 
essa razão que se deve primeiramente fazer a incisão no porta-enxerto. Dessa forma o 
enxerto não necessita ficar em mãos, correndo o risco de contato das suas partes cortadas 
(bisel) com as mãos do operador. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
2ª etapa 
Figura: Redução do garfo e formação do bisel. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Introduzir o garfo na fenda do porta-enxerto. Sempre que necessário, igualar as 
partes justapostas em toda sua extensão, procedendo ajustes no corte do garfo (enxerto) 
quando o bisel estiver mais alongado, de forma a não ficar partes cortadas expostas e 
sujeitas a não serem cobertas pelo fitilho. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
3ª etapa 
Figura: Redução do tamanho 
do porta enxerto. 
Figura: Corte em bisel do porta enxerto. 
Figura: União do propágulo ao porta enxerto. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Proceder à fixação das partes com o auxílio de uma fita (fitilho) plástica transparente, 
preferencialmente de polietileno ou polivinil, com dimensões de 1,0 cm de largura por 12 cm a 
15 cm de comprimento, a depender da extensibilidade do material. A fita de enxertia deve 
envolver toda a região de contato dos tecidos do porta-enxerto com o enxerto. Ela deve ser 
enrolada em espiral com superposição, em torno dessa região, de baixo para cima, para 
facilitar o amarrio final, na parte superior, com uma simples laçada. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
4ª etapa 
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Figura: Detalhe da fixação das partes com o auxílio de fitilho (fita plástica transparente). 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Proteger o garfo recém-enxertado com saquinho plástico transparente, com dimensões 
aproximadas de 3,5 cm por 14,0 cm, também conhecido como saco plástico tipo “din-din”. Esse 
procedimento tem como função criar uma câmara úmida em volta do enxerto, e evitar o ressecamento 
do enxerto pela ação dos ventos e da temperatura, bem como, proteger o enxerto do escorrimento do 
excesso de água das irrigações e chuvas, que podem atingir as partes enxertadas, aumentando o risco 
de contaminação e diminuindo a pega da enxertia. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
5ª etapa 
Figura: Proteger o propágulo recém-enxertado com saquinho plástico transparente, com dimensões 
aproximadas de 3,5 cm por 14,0 cm, também conhecido como saco de “din-din”. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Decapitar a gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento da enxertia. Essa ação 
pode ser substituída por um corte mais baixo, deixando apenas dois pares de folhas bem formados na 
haste do porta-enxerto. Resultados práticos têm demonstrado não ocorrer prejuízos, pois esse 
procedimento ativa a circulação da seiva para as ramificações laterais, estimulando o desenvolvimento 
do enxerto, além de evitar a formação de um microclima no canteiro pela grande concentração de 
folhas. Também, em porta-enxertos mais desenvolvidos, esta pode ser a primeira ação da enxertia, 
mesmo antes da abertura da incisão no porta-enxerto, para evitar que a haste não tombe pela ação de 
seu próprio peso ou da ação do vento, enquanto o enxertador estiver preparando o ramo para a 
enxertia, principalmente se a incisão for profunda. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
6ª etapa 
Figura: Decapitar a gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento do enxertia. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Deixar a planta enxertada debaixo do sombreamento e fazer vistorias diárias para 
acompanhar o desenvolvimento. Essas vistorias ganham mais importância quando se inicia 
as emissões das primeiras folhas do enxerto, o que deve ocorrer com mais frequência por 
volta de 19 a 22 dias, após a realização do enxerto. 
 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
7ª etapa 
Figura: Mudas enxertadas em garfagem em fenda lateral mantidas debaixo de sombreamento. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
Atenção 
 
Não esquecer das irrigações diárias, dando continuidade as irrigações dos 
porta-enxertos, com uma lâmina d’água entre 8 mm e 10 mm (8 L a 10 L) por 
metro quadrado de canteiro. Vale lembrar que essa quantidade de água pode 
ser alterada conforme a composição do substrato, portanto observar o 
escoamento da água que se acumula dentro das sacolas plásticas para 
calibrar o volume aplicado de água, visando impedir a saturação do 
substrato. 
 
2.1.Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Quando ocorrer a emissão dos primeiros folíolos da maioria dos enxertos (19 a 22 
dias, após a enxertia) deve-se iniciar a retirada dos saquinhos plásticos protetores. Esse 
procedimento deve ser efetuado visando permitir o desenvolvimento adequado das folhas 
novas. Se o desenvolvimento dessas novas folhas ocorrer ainda dentro dos sacos plásticos 
protetores, pode ocorrer o rompimento dos pecíolos (pecíolo - segmento da folha que a 
prende ao ramo da planta) pela pressão interna exercida dentro desse pequeno espaço. 
 
8ª etapa 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
Figuras: Quando ocorrer a 
emissão dos primeiros 
folíolos do enxerto (19 a 22 dias, 
após a enxertia) deve-se retirar 
o saquinho plástico protetor para 
permitir o desenvolvimento 
adequado das folhas novas. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
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 Caso o enxertador tenha decapitado apenas a gema apical, recomenda-se, nesta 
fase, proceder um corte na parte aérea do porta-enxerto, a aproximadamente 10 cm do ponto 
de enxertia. Esse procedimento, como já foi dito, força a circulação da seiva nas ramificações 
laterais e ajuda no desenvolvimento do enxerto. Após a emissão dos primeiros folíolos, a nova 
planta deve permanecer somente mais uma semana a 10 dias embaixo do telado ou do 
ambiente sombreado, quando então deverá ser levada para aclimatação a pleno sol. O prazo 
de uma semana ou no máximo de 10 dias, para que os primeiros enxertos sejam levados para 
a aclimatação, é um intervalo suficiente para que todos os enxertos viáveis emitam suas 
primeiras folhas. 
 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
9ª etapa 
Figuras: Detalhe da retirada da 
proteção do enxerto. Recomenda-se 
fazer um corte mais abaixo deixando 
apenas um ou dois pares de folhas 
(10 cm do enxerto). 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
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Figura: Porta-enxerto 
contendo a parte aérea. 
Figura: Corte da parte 
aérea do porta-enxerto. Figura: Porta-enxerto 
sem a parte aérea. 
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2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Atenção 
 O quanto mais cedo iniciar a aclimatação mais rustificada ficará a muda. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
 Por volta de 45 dias após a enxertia, quando o enxerto já está desenvolvido, se 
procede a retirada da fita plástica de fixação, tendo o cuidado para não ferir a nova 
plantinha. Deve-se aproveitar essa atividade para também realizar um novo corte no porta-
enxerto (corte final), a 2 cm acima do ponto de enxertia visando evitar a formação de um novo 
ramo no futuro. 
 É importante não esquecer de retirar essa fita do amarrilho , pois com o tempo ela 
pode estrangular a planta no local da enxertia e prejudicar ou mesmo matar a planta. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
10ª etapa 
Figura: Retirada do fitilho e na parte superior, detalhe do ultimo corte final no porta-enxerto. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
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 Com mais 15 dias, ou seja, com aproximadamente 60 dias após a enxertia, as 
mudas estão aptas a serem levadas para o plantio definitivo. 
2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 
 
11ª etapa 
Diferença entre a enxertia de garfagem em fenda lateral e em fenda cheia. 
 
 A diferença entre a enxertia de garfagem em fenda lateral e a garfagem em fenda 
cheia está no tipo de corte. Enquanto na enxertia lateral se pratica uma incisão (recordando: 
uma incisão oblíqua no porta-enxerto, que consiste em uma fenda lateral no caule), na fenda 
cheia é praticado um corte vertical no porta-enxerto. O corte vertical deve também ser 
efetuado, entre 6,0 cm e 8,0 cm do colo da planta e ter aproximadamente 2,5 cm de 
profundidade. Deve ser executado primeiro o corte vertical no porta-enxerto para depois 
trabalhar no encurtamento e na cunha (bisel duplo) do enxerto. 
 
 Vejamos os principais passos: 
 Verificar a compatibilidade de diâmetro do enxerto e do porta-enxerto. Fazer um corte 
vertical de aproximadamente 2,5 cm no porta-enxerto destinado a enxertia em fenda cheia. 
Esse corte deve ser feito, também, entre 6,0 cm e 8,0 cm do colo da planta. Deve ser 
executado primeiro o corte vertical no porta-enxerto para depois trabalhar no encurtamento e 
na cunha (bisel duplo) do enxerto. 
 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
1ª etapa 
Figuras: Garfagem em fenda cheia: compatibilidade no diâmetro entre enxerto e porta-enxerto e corte vertical no porta-enxerto. 
Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior 
 Igualmente como na enxertia por fenda lateral, procede-se o encurtamento do ramo 
destinado a enxertia e a formação do bisel compatível com a abertura feita no porta-enxerto. 
Em seguida introduz o enxerto na abertura do porta-enxerto e procede-se um ajuste no bisel 
caso seja necessário. 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
2ª etapa 
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Figuras: Enxertia em garfagem em fenda cheia – introdução do garfo. 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
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 Procede-se a fixação do enxerto no porta-enxerto (amarrio), tendo-se o cuidado para 
não deixar descoberto espaço cortado. Atenção especial deve ser dada a parte superior da 
enxertia, vedando bem com o fitilho, para não permitir entrada de umidade entre as parte 
justaposta. 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
3ª etapa 
Figuras: Fixação do enxerto e detalhe da cobertura com fitilho da parte superior do enxerto. 
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2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
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A última etapa do processo é a proteção do enxerto com um saco plástico do tipo “din-din”. Para a 
enxertia por garfagem em fenda lateral, geralmente é feito um rasgão na entrada (parte aberta) do 
saquinho. Esse rasgão possibilita abrir o saquinho em duas partes para que seja dado um nó abaixo do 
ponto de enxertia. Isso se faz necessário para que o vento não leve fora o saquinho. Na fenda cheia não 
há necessidade de dar o nó no saquinho. Esse procedimento deve ser feito somente em regiões ou 
épocas de ventos muito fortes. 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
4ª etapa 
 Figura: Proteção do enxerto com um saco plástico tipo “din-din”. 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
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 Encanteirar as mudas enxertadas em locais preferencialmente com sombreamento, 
entre 30% a 50%. Todo os demais procedimentos e suas respectivas épocas de realização, 
tais como: regas, retirada do saco plástico tipo “din-din”, retirada do fitilho, aclimatação e 
idade da muda pronta para o plantio são os mesmos da enxertia por garfagem em fenda 
lateral 
2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 
 
5ª etapa 
 Na enxertia por borbulhia em placa, o processo pode ser realizado tanto em ambiente 
sombreado quanto em sol pleno, nesse último caso, não havendo necessidade de deslocar os 
porta-enxertos para locais sombreados. É um método que exige um pouco mais de habilidade 
manual do enxertador no preparo do porta-enxerto. 
 Deve-se retirar, uma porção (placa) do porta-enxerto com um pouco do lenho na 
forma elíptica (forma circular achatada), para que possa ser alojadauma borbulha (gema). 
Esta ação é feita com um só corte de canivete, para não formar irregularidades no tecido. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 A borbulha (gema), também deve ser removida com o canivete, com as mesmas 
dimensões e forma elíptica da placa retirada do porta-enxerto. Nesse método, no ensejo de reduzir 
o tempo de enxertia, alguns enxertadores utilizam porta-enxertos muito juvenis, como idade entre 
30 e 35 dias após a semeadura. Entretanto, o sucesso desse processo tem-se reduzido a pega da 
enxertia de 60% a 70%, pois os diâmetros dos caules são finos, em média, com 0,35 a 0,45 cm e 
requerem mais habilidade do enxertador. Também, requerem borbulhas de ramos menos 
desenvolvidos para que os cortes coincidam com o diâmetro dos porta-enxertos mais jovens. Como 
na maioria das vezes, essas gemas obtidas de ramos muito jovens, não estão aptas a reiniciarem 
seu desenvolvimento no processo da enxertia, a percentagem de pegamento reduz bastante. 
Contudo em porta-enxertos mais velhos, com 40 a 45 dias, esse método alcança percentagem de 
pegamento igual ao da enxertia em fenda lateral. 
 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 O método por borbulhia apresenta como vantagem a recuperação da copa de plantas 
improdutivas de cajueiro, como as substituições de copas que são realizadas em pleno sol e 
não necessitam de sombreamento . Apresenta a possibilidade de um único ramo floral 
fornecer várias gemas (4 a 8) e possibilitar a produção de vários enxertos. Tem vantagem 
também, do aproveitamento do mesmo porta-enxerto para proceder uma nova enxertia, caso 
a primeira não vingue. Outra vantagem, em caso de Jardins Clonais conduzidos em regime 
de sequeiro, é a possibilidade de produção das mudas em tempo hábil, para serem plantadas 
no início das chuvas no ano seguinte. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Corte para retirada de uma placa em forma elíptica, na altura mínima de 5 cm a 7 cm do 
colo do porta-enxerto, mas em porta-enxertos mais desenvolvidos preferir a retirada da placa na 
altura de 6 a 8 cm do colo da planta. Outro artifício utilizado para aumentar a altura do corte, 
procedimento que facilita o manuseio da enxertia e diminui os riscos do efeito da temperatura do 
solo sobre as partes enxertadas após o plantio, é o desbaste das folhas basais do caule. Essa 
operação vem sendo a preferida. O tamanho da placa retirada deve ser proporcional ao que se deve 
retirar para a borbulha, devendo-se cuidar para não aprofundar o corte em demasia e não ocasionar 
o tombamento do porta-enxerto. 
 As etapas da enxertia por borbulhia em placa são: 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
1ª etapa 
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Figuras: Corte para retirada de uma placa em forma elíptica, na altura mínima de 5 cm a 7 cm do colo do porta-enxerto. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 O enxertador deve habituar-se a apoiar o porta-enxerto com a mão aberta, por trás da 
zona do corte, no ato da retirada da placa. Para retirada dessa placa requer que se trabalhe 
com canivete, amolado e muito bem afiado para diminuir danos aos tecidos e assim facilitar a 
soldadura da enxertia. Tecidos amassados e com bordas irregulares e com formação dentada 
e de patamares, dificultam justaposição das partes das partes enxertadas e a cicatrização dos 
tecidos. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Retirada da borbulha do ramo produtivo e enxertia imediata da gema para que ela 
não sofra desidratação, tendo-se o cuidado de não tocar na parte do corte para não ocorrer 
contaminação. Portanto, essa operação só deve ser feita após a retirada da placa do porta-
enxerto. 
2ª etapa 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Figura: Retirada da borbulha do ramo floral. 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Justaposição, alinhamento das partes enxertadas, e amarrio da borbulha com fita 
transparente de polietileno ou polivinil, com dimensões de 1,0 cm de largura por 15 cm a 20 
cm de comprimento, a depender da extensibilidade do material. A fita deve envolver toda a 
região de contato com voltas em espiral, em torno do enxerto, e com superposição da fita, 
tendo-se o cuidado para não cobrir a gema. Tal como na garfagem lateral, a fita de enxertia 
deve ser enrolada de baixo para cima para facilitar o amarrio final na parte superior com uma 
laçada simples. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
3ª etapa 
 Figuras: Justaposição e alinhamento das partes enxertadas. 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Figuras: Justaposição e amarrio da borbulha no porta-enxerto. 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Proteção do enxerto com uma folha retirada do próprio porta-enxerto. Ao se proceder 
a última volta da fita para executar a laçada simples, deve-se retirar uma folha madura do 
porta-enxerto e prendê-la de tal forma que fique protegendo o enxerto. Posteriormente, essa 
folha resseca e cai, mas ela protege a gema contra o sol e ventos nos primeiros dias. No 
canteiro, o enxerto, protegido pela folha, deve ficar voltado para o sol nascente. 
 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
4ª etapa 
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Figuras: Proteção da enxerto (borbulha) com uma folha do próprio porta-enxerto. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Decapitação da gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento do enxerto. 
Igualmente como nas enxertias por garfagem, pode-se decapitar mais em baixo , deixando apenas dois 
pares de folhas desenvolvidas. Após essa operação, a muda pode ficar no canteiro a pleno sol. Essa 
decapitação pode ser considerada a primeira, pois ao longo do processo, devem ser realizadas outras 
decapitações, posteriormente. A remoção para o sombreamento é opcional, pois nesse processo o 
enxerto é uma pequena gema, que embora seja sensível, sofre menos com a desidratação pelas ações 
do vento e da temperatura. 
 Continuar com as irrigações de 5,0 mm a 6,0 mm por m2 de tubetes. Ajustar esses valores caso 
seja necessário, para não deixar saturar e nem faltar água para o substrato. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
5ª etapa 
Figuras: Decapitação da gema apical do porta-enxerto 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Acompanhar o desenvolvimento da gema diariamente. Após 20 a 25 dias da enxertia, 
o enxerto (a gema) deve apresentar início de desenvolvimento. Caso tenha decapitado 
apenas a gema apical do porta-enxerto, faz-se a segunda decapitação do porta-enxerto a 
uma altura de 10 cm do ponto de enxertia, para forçar a circulação da seiva nas ramificações 
laterais e ajudar no desenvolvimento do enxerto. 
 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
6ª etapa 
 Aos 45 dias após a enxertia, retira-se a fita do amarrio, tendo-se o cuidado para não 
ferir a nova planta e procede-se à decapitação final do porta-enxerto com um corte a 2 cm 
acima do ponto de enxerto. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
7ª etapa 
 Com mais 15 a 20 dias, a muda estará pronta para o plantio definitivo. Portanto, para 
mudas enxertadas por borbulhia, em tubetes com 30 a 35 dias após a semeadura, pode-se 
levá-las ao campo decorridos 90 a 95 dias após o plantio, mas com porta enxerto de 40 a 45 
dias esse tempo aumenta para 100 a 110 dias após a semeadura. A sequência operacional da 
enxertia por borbulhia é a mesma para os dois tipos de recipiente utilizados para o porta-
enxerto, ou seja, o que altera é a preferência, do viveirista, pelo tipo de recipiente sacola 
plásticaou tubete. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
8ª etapa 
Figura: Mudas com 65 dias após a enxertia (110 dias após semeadura dos porta-enxertos). 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 É importante lembrar que antes de iniciar os processos de enxertia, o enxertador 
deve examinar e desinfestar os materiais que serão utilizados e deve verificar se a lâmina do 
canivete de enxertia está amolada. Isso se faz necessário para que a junção das partes 
envolvidas do enxerto mantenha contato íntimo, permitindo que seiva circule livremente e que 
ocorra a formação de um calo responsável pela soldadura. Para isso, é necessário que os 
cortes sejam perfeitos, sem formação de dentes ou amassadura dos tecidos. 
Lembrete 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 A desinfestação referida anteriormente é uma prática que deve ser adotada pelo 
enxertador para o uso do canivete, principalmente após os cortes das partes envolvidas. É 
muito comum a utilização de álcool de boa qualidade ou do hipoclorito de sódio diluído à 5% a 
10%, conforme seja o risco da presença de patógenos. 
 
 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 A enxertia é uma prática que requer habilidade e concentração do enxertador, 
portanto, para se ter rendimento e resultados satisfatórios é recomendável que o processo 
seja realizado numa posição confortável e que não canse o operador. Bancadas ou bancos de 
enxertia com altura não compatível, que obrigam o enxertador a trabalhar curvado ou com os 
braços esticados, causam, com mais frequência, fadiga muscular e dores lombares, que 
resultam em operações irregulares com baixa pega de enxerto e queda do rendimento. 
 Enxertadores trabalhando com certo conforto podem executar até 200 enxertos por 
dia, com 90% a 95% de sucesso, mas em condições adversas esses valores caem 
abruptamente. 
 
 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
Figura: Enxertadore trabalhando com conforto. 
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2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 
Informação adicional 
 
 O ramo produtivo também pode ser usado na garfagem em fenda em lateral e na 
garfagem de fenda cheia. Nesses casos a probabilidade da emissão (brotação) de novos 
ramos é maior, pois cada ramo produtivo pode ter de 4 a 8 gemas, ou seja, a capacidade de 
pega da enxertia é maior. Por outro lado, essa emissão de vários ramos pode ocasionar 
atraso significativo no desenvolvimento inicial da nova planta e dependendo do encurtamento 
desse ramo , corre o risco de florescimento precoce, sendo necessário o desbaste de 
ramos e de flores, aumentando também os custos. 
2.3. Enxertia por borbulhia em placa 
 
 Tanto para as sacolas plásticas quanto para os tubetes, as sequências das enxertias 
descritas anteriormente são as mesmas. 
 As enxertias produzidas em tubetes são ao mesmo tempo um avanço tecnológico e 
uma exigência ecológica. Em contraste ao volume de solo utilizado nas sacolas plásticas, nos 
tubetes são utilizados apenas 200 g de substrato e com maior concentração de matéria 
orgânica. Entretanto a enxertia realizada em tubetes demanda uma maior tecnificação para 
seu emprego. Nesse processo, embora as mudas apresentem infinitamente maior número de 
raízes secundárias e de pelos absorventes os quais são os verdadeiros responsáveis pelo 
rápido estabelecimento da planta em campo, sofrem a restrição do comprimento da raiz 
principal, em função do tamanho do tubete. 
2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas 
 
 Com aproximadamente 19 cm de comprimento, as raízes dos tubetes são incapazes 
de resistirem, após o plantio no campo, a um período mais longo de estiagem, pois suas 
raízes ficam, mais tempo, expostas a camada superficial mais seca do solo. Portanto, a 
recomendação do uso de tubetes na enxertia do cajueiro só deve ser feita, quando se tem 
certeza do uso posterior da irrigação ou da complementação de água nos plantios em 
sequeiro devido principalmente a ocorrência de veranicos nas fases iniciais. 
 
2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas 
 
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Figura: Porta-enxertos de cajueiro-anão do clone CCP 06 produzidas em tubetes. 
2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas 
 
 Portanto, diferença operacional entre as enxertias em sacolas plásticas e em tubetes 
está no manejo do tipo de recipiente e do substrato utilizado. Entretanto, a idade do porta-
enxerto desenvolvido em tubetes pode ser reduzida, pelo fato de ter um desenvolvimento 
mais rapidamente em função da melhor qualidade do substrato. Enquanto em sacolas 
plásticas o porta-enxerto está pronto com 50 a 60 dias, nos tubetes pode-se reduzir essa 
idade para 35 a 45 dias. Caso as mudas originadas de porta-enxertos produzidas em tubetes 
apresentem idade superior, em torno de 50 a 60 dias, pode ocorrer um maior adensamento 
das raízes dentro do tubete, gerando possíveis entraves no desenvolvimento quando das 
mudas enxertadas forem levadas para o plantio. 
2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas 
 
 Do ponto de vista comercial, a propagação do cajueiro pelo método sexuado é de 
pouca aplicação devido à desuniformidade resultante em todos os seus produtos; desde a 
planta – desuniforme nas suas características, em especial no porte e na produção; 
pseudofruto – na coloração, no sabor, e no peso , até o fruto que apresenta variações 
diversas, geralmente depreciativas, tanto na castanha quanto na amêndoa, ratificando assim, 
a recomendação da propagação pelo processo assexuado (também denominada de 
propagação vegetativa). 
 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 Também vimos que alguns tipos de propagação vegetativa apresentam restrições de 
ordem técnica para uma indicação da produção comercial. Um exemplo é a estaquia, tipo 
para o qual ainda não foi desenvolvido um protocolo totalmente ajustado para o cajueiro. 
Outro exemplo é a micropropagação, que apesar da importância na obtenção de materiais de 
alta qualidade fitossanitária, ainda não pode ser aplicada em larga escala, para atender uma 
demanda comercial. Além desses entraves, esses dois tipos de propagação vegetativa 
sofrem a concorrência da imensa facilidade para se proceder a uma enxertia no cajueiro, 
fazendo com que esses métodos não sejam indicados. 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 Considerando-se a viabilidade técnica e econômica, entre os diferentes tipos de 
enxertia, somente dois métodos são recomendados: a enxertia por borbulhia em placa e a 
enxertia por garfagem. A enxertia por garfagem pode ser tanto por garfagem lateral quanto 
por garfagem em fenda cheia, sendo esta última também conhecida como garfagem no topo. 
 Esses dois métodos – enxertia por borbulhia e por garfagem são igualmente 
aplicados nos grandes viveiros de produção de mudas. Entretanto, a escolha por um deles 
está relacionada a vários fatores, entre eles, podem ser citados, a época da disponibilidade 
de propágulos para enxertia, a habilidade do enxertador e a finalidade pretendida. 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 Em relação à disponibilidade de propágulos para enxertia, a região Nordeste, onde 
está concentrada a maioria dos plantios comerciais de cajueiro e a maior demanda por mudas 
enxertadas, apresenta dois períodos climáticos bem distintos, um chuvoso e outro seco. 
 No período chuvoso, a planta entra na fase de desenvolvimento vegetativo e tem 
predominância pelo crescimento extensivo. Nesse tipo de crescimento, os ramos crescem, 
repousam e voltam a crescer novamente sem que entrem em florescimento. Portanto, essa 
fase é rica em ramos vegetativos, presentes nas pontas dos ramos, que são justamente os 
mais indicados para utilização nas enxertias por garfagem lateral e de fenda cheia. 
 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 No período seco, que coincide com o segundo semestre do ano para o Nordeste, 
com pouca chuva ounenhuma, a planta de cajueiro paralisa seu desenvolvimento vegetativo 
e entra na fase reprodutiva. Sendo, portanto, a época da produção do cajueiro. Nesse 
período, o modelo de crescimento da planta se inverte e passa a predominar o crescimento 
intensivo, rico em ramos florais, que se intensifica mais ainda porque deles surgem de 3 a 8 
outros ramos quase sempre florais. Os poucos ramos vegetativos produzidos nessa época 
seca do ano, geralmente são curtos e de má qualidade para utilização na enxertia por 
garfagem lateral e de fenda cheia. 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 Nesse período seco do ano a abundância de ramos florais, em comparação aos 
ramos vegetativos que surgem na planta, é muito elevada e leva o enxertador a preferir a 
enxertia por borbulhia ou invés da enxertia por garfagem. Entretanto, como a enxertia por 
borbulhia requer maior atenção e habilidade do enxertador, o viveirista que necessitar fazer a 
enxertia por garfagem nesse período seco, deve usar o recurso da poda pesada ou mesmo 
drástica, para revitalizar os ramos vegetativos e não produzir enxertos de má qualidade. 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 A técnica da poda pesada ou mesmo drástica têm como objetivo retardar o 
florescimento, estimulando a planta produzir ramos vegetativos ao invés de ramos florais. 
 Outro recurso que pode ser lançado mão é a utilização de jardins clonais irrigados. 
Um jardim clonal pode ser definido como uma área destinada para a produção de plantas 
matrizes geneticamente superiores, das quais serão retiradas as hastes contendo as gemas 
para utilização na enxertia, As plantas que fazem parte do jardim clonal podem apresentar os 
dois tipos crescimentos (extensivo e intensivo) o ano inteiro, embora a qualidade dos ramos 
vegetativos e florais continuem sendo formados preferencialmente, em suas respectivas 
épocas naturais, período chuvoso e período seco, respectivamente. 
 
3. Escolha do tipo de enxertia 
 A escolha entre a garfagem lateral e a garfagem em fenda cheia não apresenta um 
divisor na preferência do enxertador do cajueiro. Embora, geralmente, os enxertadores 
separem para a enxertia em fenda cheia os porta-enxertos mais velhos ou com diâmetros 
mais desenvolvidos, que se ajustam melhores aos propágulos de maiores diâmetros. 
3. Escolha do tipo de enxertia 
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 
 Do ponto de vista botânico, todos os métodos de enxertia apresentam as mesmas 
vantagens, que são elas: de evitar a variabilidade genética, mantendo os caracteres 
agronômicos selecionados, e obter os benefícios dos porta-enxertos. Entretanto, do ponto de 
vista operacional, esses métodos, apresentam algumas diferenças. 
 
1) A enxertia por borbulhia utiliza ramos que possibilitam a retiradas de várias gemas ao 
passo que as enxertias por garfagem lateral e garfagem em fenda cheia geralmente 
utilizam ramos contendo uma única gema apical. 
 
 
2) Na enxertia por borbulha ocorre a possibilidade do aproveitamento do mesmo porta-
enxerto para proceder uma nova enxertia, caso a primeira não vingue. Enquanto que na 
enxertia por garfagem lateral essa possibilidade é mais remota em fase da debilitação do 
caule pelo segundo corte oblíquo ter que ser muito próximo do primeiro e já na enxertia 
em fenda cheia é praticamente impossível. 
 
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 
3) Em todas as enxertias utilizadas pelo cajueiro, exigem habilidade do enxertador, 
entretanto, na enxertia por borbulhia, em função do tipo de corte no porta-enxerto – placa 
em forma elíptica, e na retirada da gema no ramo, essa exigência é maior e necessita de 
maiores cuidados nos materiais utilizados nos cortes – canivetes, amoladores e 
afiadores. 
 
4) O tempo para a execução da enxertia por borbulhia é mais demorado e exige mais 
atenção do operador do que na execução da enxertia em garfagem lateral. Por sua vez, a 
enxertia em garfagem lateral requer mais tempo que a enxertia em fenda cheia, ou seja, 
se a única questão for o tempo, a enxertia em fenda cheia é mais vantajosa, por 
demandar menos tempo para realização. 
 
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 
5) A enxertia por borbulhia possibilita produzir mudas mais próximo da época do plantio do 
cajueiro, que é recomendado que seja no início das águas para plantios de sequeiro. É a 
prática mais generalizada. Enquanto isso, tanto para a enxertia em garfagem lateral quanto 
para a enxertia em fenda cheia, a disponibilidade de propágulos no período seco é mínima, 
salvo com a utilização do artifício da poda ou em caso de pomares irrigados, nos quais o 
propágulo pode ser retirado em qualquer época do ano. 
 
6) Quando não é possível a utilização de propágulos e porta-enxertos com os mesmos 
diâmetros, a enxertia em fenda cheia é mais eficiente do que a enxertia em garfagem 
lateral e a enxertia em borbulha pode até não ocorrer. 
 
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 
7) A enxertia por borbulhia é mais eficaz na recuperação de plantas improdutivas pela 
substituição de copa, ao passo que tanto a enxertia em garfagem em fenda lateral quanto 
a enxertia em garfagem em fenda cheia também, podem ser utilizadas, mas necessitam 
de artifícios complementares como sombreamento individual das plantas enxertadas ou 
em particular, no ramo enxertado. 
 
8) A enxertia por borbulhia, por não ser efetuada necessariamente com sombreamento, 
requer menos movimentação das mudas que os outros dois tipos, os quais têm as 
mesmas necessidades. 
4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 
BORBULHIA GARFAGEM EM FENDA LATERAL GARFAGEM EM FENDA CHEIA 
Vários propágulos por ramo. Propágulo único Propágulo único 
Exige maior habilidade do enxertador Exige média habilidade Exige pouca habilidade 
Aproveitamento do mesmo porta-enxerto 
para realização de nova enxertia 
 Aproveitamento precário Não tem aproveitamento 
Processo mais lento Processo de média rapidez Processo rápido 
Disponibilidade de propágulos (gemas) 
para produção de mudas no período de 
início das chuvas. 
 
Sem disponibilidade (necessita de podas) 
 
Sem disponibilidade (necessita de podas) 
Menor movimentação no viveiro Transferência de local Transferência de local 
Maior eficácia para substituição de copa Menor eficácia Menor eficácia 
Resumo: 
Vantagens comparativas entre as enxertias rotineiramente aplicadas no cajueiro. 
 
 
 Denominamos aqui, materiais propagativos como os que entram efetivamente na 
composição da enxertia, ou seja, propágulos e porta-enxertos. Sem esses materiais não se 
pode realizar enxertia e eles devem, necessariamente, estarem ao alcance do enxertador. 
5. Materiais propagativos 
5.1. Propágulo 
 Em botânica, o termo propágulo é 
utilizado para definir qualquer parte de um 
vegetal capaz de multiplicá-lo ou propagá-lo 
vegetativamente, formando uma nova planta 
geneticamente idêntica a planta de origem. 
 Especificamente para a enxertia do 
cajueiro, consideramos propágulos as estacas 
obtidas de ramos florais e ramos vegetativos 
ponteiros. 
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Figura: Propágulos de ramos vegetativos de cajueiro. 
O propágulo, por ser uma parte destacada da 
planta, transfere para a nova planta 
enxertada, todas as características genéticas 
da planta mãe. Isso se faz necessário na 
formação de pomares comerciais. 
Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. 
Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
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5.1. Propágulo 
Jardim Clonal de cajueiro-anão com 
finalidade única de produção de 
propágulos, os quais, serão utilizados 
nas mudas enxertadas. 
Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. Campo Experimental de 
Pacajus, Pacajus-CE.. 
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5.1. Propágulo 
 A importância do propágulo vai alémda reprodução das características da planta 
mãe, ele pode também, exercer influências no 
porta-enxerto. Propágulos vigorosos quando 
enxertados em porta-enxertos de baixo vigor 
podem auxiliar na melhoria da qualidade 
desses porta-enxertos e consequentemente 
na planta como um todo. 
Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. Campo 
Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. 
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5.1. Propágulo 
Figura: Retirada de propágulo, a partir do ramo vegetativo, para uso nas enxertias em garfagem 
em fenda cheia e garfagem em fenda lateral. 
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5.1. Propágulo 
Figura: Propágulos de cajueiro-anão a partir do ramo vegetativo para uso nas enxertias em 
garfagem em fenda cheia e garfagem em fenda lateral. 
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5.1. Propágulo 
Figuras: Após a retirada dos propágulos eles devem ser acondicionados em baldes ou bacias e cobertos por um pano úmido. 
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5.1. Propágulo 
 O porta-enxerto, também denominado 
de cavalo, é a parte da planta que serve como 
receptora do enxerto e por ser o portador do 
sistema radicular é responsável, inicialmente, 
por todas as funções fisiológicas da nova 
planta, merecendo tanta atenção quanto à 
formação da copa. 
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Figura: Porta-enxertos do clone de cajueiro-anão CCP 06. 
5.2. Porta-enxerto 
 No cajueiro, os porta-enxertos 
são formados a partir das castanhas-
sementes. Porta-enxertos obtidos a partir 
de sementes, comparados com aqueles 
obtidos por meio de estacas, apresentam 
as seguintes vantagens: facilidade na 
obtenção em grande número com custos 
reduzidos, por serem menos exigentes 
em infraestrutura e nos tratos culturais. 
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Figura: Castanhas-sementes do clone de cajueiro-anão CCP 06. 
5.2. Porta-enxerto 
 Até o presente 
momento o único porta-enxerto 
recomendado oficialmente pela 
Comissão Estadual de 
Sementes e Mudas – CESM e 
utilizado pela Embrapa é o do 
clone de cajueiro-anão CCP 
06. 
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Figura: Porta-enxertos em desenvolvimento do clone de cajueiro-anão CCP 06. 
5.2. Porta-enxerto 
 Viveiristas que não possuem sementes do clone CCP 06, utilizam frequentemente 
outros clones como porta-enxertos, tais como os clones CCP 09 e CCP 76. 
 Vale lembrar que alguns resultados de trabalhos científicos apontam que mudas 
enxertadas em porta-enxertos do clone CCP 09 apresentam maior tolerância aos solos com 
alumínio. 
 
5.2. Porta-enxerto

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