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Curso: Produção de mudas de cajueiro - enxertia Antonio Teixeira Cavalcanti Júnior As principais finalidades da enxertia no cajueiro são a eliminação da variabilidade genética e a fixação dos caracteres agronômicos selecionados. O êxito de uma boa enxertia depende da aplicação correta dos fundamentos destinados para esse fim e da qualidade de todos os elementos que contribuem para o resultado, entretanto, alguns fatores são mais decisivos por afetarem ou desviarem definitivamente a qualidade final da planta enxertada. Vejamos os mais importantes: 1. Fatores importantes para a enxertia 1 – Um dos fatores desejáveis na enxertia do cajueiro é a precocidade etária, pois quando a muda é obtida por sementes pode levar 3 a 5 anos para iniciar a produção. Na enxertia, quando se utiliza propágulos de planta mãe que já passou pela fase de juvenilidade, ou seja, que já floresceu e produziu frutos, reduz drasticamente a fase improdutiva, e pode iniciar a fase produtiva ainda no primeiro ano, após a enxertia. 1.1. Relativo à planta-mãe F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Figura: Planta com seis meses de idade sendo eliminada a brotação floral indesejável para essa fase da planta. 1. Fatores importantes para a enxertia 2 - O estado nutricional e fitossanitário da planta mãe é também de fundamental importância para o fornecimento dos propágulos, pois têm influência no pegamento da enxertia e no desenvolvimento da nova planta. Uma planta mãe desnutrida gera propágulos enfraquecidos, isto é, sem vigor, que por vez dificultam o pegamento da enxertia. E, quando ocorre a pega resulta em uma planta também sem vigor, sujeita a não sobreviver ao menor sinal do estresse ambiental. Propágulos provenientes de plantas mães portadoras de patógenos (organismos que causam doenças) ou já com doenças fúngicas, bacterianas, viróticas, podem dificultar a cicatrização no ponto de enxertia e, provocar reações de enfraquecimento da nova planta que quando sobrevivem, geralmente desenvolvem a mesma doença da planta mãe. 1. Fatores importantes para a enxertia 1.1. Relativo à planta-mãe 1 – No cajueiro, a enxertia com porta-enxerto entre 15 e 20 dias após a semeadura (denominada de enxertia precoce), é a que apresenta maior índice de pegamento e resulta em melhor desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular. Também, apresenta cicatrização mais rápida no ponto da enxertia, provavelmente porque os porta-enxertos ainda estão livres dos estresses fitossanitários e ambientais, devido a pouca idade etária. Entretanto, esse tipo de enxertia, exige maior habilidade do enxertador e técnicas do uso de lâmina de barbear ou bisturi. Mas, evidencia que a idade do porta-enxerto é um fator importante no processo e que o uso de porta-enxerto mais jovem pode chegar a resultados mais efetivos. 1. Fatores importantes para a enxertia 1.2. Relativo ao porta-enxerto A incompatibilidade entre enxerto e porta-enxerto não é comum no cajueiro. Mas as vezes, quando essas duas partes apresentam grande diferença no vigor pode acarretar distorções no desenvolvimento da planta. Portanto, deve-se utilizar enxertos e porta- enxertos que apresentem semelhança no vigor. Importante 1. Fatores importantes para a enxertia 1 – A habilidade do enxertador é de fundamental importância no processo de enxertia. O enxertador deve apresentar conhecimento na identificação da qualidade dos materiais no ato da enxertia, descartando enxertos e porta-enxertos comprometidos pelo baixo vigor e por problemas fitossanitários. Além disso, deve ter precisão na realização dos cortes para que haja contato perfeito entre as partes e rapidez na operação, para evitar a contaminação e desidratação do enxerto. Ao mesmo tempo, deve apresentar sincronia visual entre as distâncias dos cortes, de forma a não necessitar constantemente de verificar as medidas. 1. Fatores importantes para a enxertia 1.3. Relativo ao enxertador Figura: Detalhe da postura do enxertador. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1. Fatores importantes para a enxertia 1.3. Relativo ao enxertador Vários componentes do clima influenciam o processo de enxertia. Alguns, embora sejam necessários para o desenvolvimento da planta, podem até prejudicar ou mesmo matar o enxerto no início do desenvolvimento. Veremos a seguir a importância de alguns deles. 1. Fatores importantes para a enxertia 1.4. Condições ambientais 1.4. Condições ambientais O clima apresenta importantes influências em todas as fases da vida vegetal, e a incidência de alguns de seus componentes, tais como temperatura, luminosidade, umidade e ventos, em excessos podem dificultar a pega da enxertia. 1.4.1. Clima A temperatura, por controlar o metabolismo das células, exerce ação em todas as atividades fisiológicas das plantas e, mais especificamente, no caso da enxertia, tem grande influência na divisão e formação de novas células, as quais são responsáveis pela cicatrização da enxertia. Mas, a temperatura também tem atuação marcante no processo de desidratação do enxerto, um dos motivos pelo qual é necessária o uso de câmara úmida, como o saquinho de plástico do tipo „din-din‟. Como na fase de cicatrização ocorre intensa atividade respiratória, e por consequência, alta necessidade de oxigênio para as divisões e o alongamento celulares, temperaturas muito baixas podem limitar essa oxigenação. Para alguns autores temperaturas abaixo de 4oC ou acima de 32oC retardam a cicatrização dos cortes, na enxertia. 1.4.1. Clima 1.4.1.1. Temperatura Figura: Enxerto protegido contra os efeitos das altas temperaturas através de uma câmara úmida formada pelo saquinho tipo “din-din”. Fo to : T ei xe ir a C av al ca n ti J u n io r 1.4.1. Clima 1.4.1.1. Temperatura A intensidade de luz solar incidente nas plantas afeta a fotossíntese, o crescimento da parte aérea, a distribuição da matéria seca e, consequentemente o desenvolvimento e crescimento do enxerto. A luminosidade também é responsável por parte da desidratação do enxerto, quando ele fica exposto aos excessos de luz solar, razão pela qual o sombreamento se faz necessário para algumas plantas enxertadas, como no caso do cajueiro. 1.4.1. Clima 1.4.1.2. Luminosidade A umidade é outro componente do clima que deve ser controlado no processo de enxertia. As células novas, que se formam durante o processo de soldadura da enxertia, são bastante sensíveis à desidratação, pois necessitam de turgidez (entrada de água) para o crescimento celular. Entretanto, o excesso de umidade pode propiciar o desenvolvimento de fungos e de bactérias que podem dificultar o pegamento do enxerto. É mais uma razão para a utilização dos saquinhos protetores (do tipo din-din), que tanto protegem os enxertos das altas temperaturas quanto permitem uma regulação melhor da umidade. Porém, deve-se ter o cuidado para que a proteção com os saquinhos não forme um reservatório de água no seu interior, mas sim, apenas uma câmara úmida. Para isso é suficiente que a laçada dada para fixar o saquinho não seja tão forte, apenas o suficiente para que ele não seja levado pelo vento. 1.4.1. Clima 1.4.1.3. Umidade Ventos fortes além de poderem provocar o tombamento e a quebra do enxerto, antes da soldadura, são também responsáveis pela desidratação nos enxertos em garfagem em fenda lateral e em garfagem em fenda cheia. Os ventos prejudicam menos a enxertia por borbulhia por utilizar fragmento (gema) muito pequeno no enxerto. Os ventos também justificam o uso do saquinho de plástico protetor. 1.4.1. Clima 1.4.1.4. Ventos A água é um dos componentes do meio ambiente que mais afeta a vida. A própria distribuição da vegetação no planeta é controlada pela disponibilidade de água.Na vida vegetal, a água participa de todos os fenômenos físicos, químicos e biológicos essenciais ao seu desenvolvimento. Está presente praticamente em quase todos os processos fisiológicos que ocorrem na planta e por ser o principal constituinte das células vegetais, uma planta adulta pode conter um volume de água equivalente a 95% do seu peso total. Atua também, como veículo de transporte dos nutrientes minerais e dos compostos orgânicos da fotossíntese. 1.4.2. Água Portanto, a água é essencial em todas as etapas e atividades desenvolvidas em um viveiro de produção de mudas. Na enxertia, sua necessidade vai desde a hidratação da castanha, na formação do porta-enxerto, até o desenvolvimento final da muda. No processo germinativo, a castanha necessita absorver cerca de 90% de água, em relação ao seu peso seco, para desencadear o processo fisiológico da germinação. Uma redução acima de 60% na lâmina de água recomendada na fase de pré-plantio diminui a transpiração, compromete o movimento de solutos e de fotoassimilados e, consequentemente, reduz a altura, o diâmetro do caule, o número de folhas das mudas recém-plantadas, e aumenta a mortalidade das plantas no campo. 1.4.2. Água Além da quantidade, a qualidade da água também é importante, pois o aumento de salinidade pode reduzir a absorção de nutrientes e causar sérios danos ao estabelecimento da enxertia no cajueiro. Na enxertia, a qualidade da água afeta o pegamento e reduz o desenvolvimento do enxerto, sem distinção entre os porta-enxertos utilizados. Embora existam clones menos sensíveis, água com salinidade elevada (a partir de 0,5 dS/m) afeta negativamente a pega da enxertia, a emissão de folhas, o crescimento em altura, o diâmetro do caule e a área foliar das plantas e quando a salinidade é ainda maior (ultrapassa a 2,5 dS/m) causa a morte das plantas recém enxertadas. 1.4.2. Água A qualidade da água se define também pelos critérios do uso de água com alta concentração de sódio que pode provocar a deterioração da estrutura do solo. A toxicidade, gerada por determinados íons transportados e acumulados nos tecidos das plantas, inibe ou retarda o crescimento independentemente, mas que apresentam menor importância na fase de enxertia. Evitar também, o uso de água com a formação da “capa-rosa”. A formação desta “capa-rosa” indica a presença de elevada quantidade de ferro sob a forma de bicarbonato ferroso, encontrado comumente em águas de poço artesiano, pois além de prejudicar a aparência das mudas enxertadas (recobrindo as folhas com sedimentos de coloração arroxeada) pode causar mortalidade mesmo antes de irem para o campo. 1.4.2. Água A importância da água no processo de enxertia pode ser reconhecida até mesmo nas mais elementares operações de limpeza de materiais e equipamentos, o que resulta em ganho final na qualidade da muda. Portanto, deve existir próximo ao local da enxertia uma fonte de água que atenda às necessidades do processo em quantidade e em qualidade. 1.4.2. Água 1.5. Formação do viveiro e dos canteiros Plântulas quando enxertadas geralmente são delicadas e sensíveis, portanto necessitam de espaços e cuidados especiais. O espaço que destinamos para esses cuidados especiais no início de vida das plantas é o viveiro que nada mais é que o berçário para esse início de desenvolvimento. Logo, a escolha do local e das estruturas do viveiro deve ser criteriosa. Ele deve ser instalado em área plana, com declividade mínima suficiente para não empoçar água nas suas dependências, e que tenha boa drenagem, sem ter necessariamente solos arenosos. O piso, preferencialmente, deve ser firme. Suas áreas internas devem estar livres de vegetações que possam servir de hospedeiras a pragas e doenças e em localização de fácil acesso para o descarrego e o transporte de materiais. Figuras: Detalhe do galpão para produção de mudas com cobertura em telado com 50% sol/sombra. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 1.5.1. Formação do viveiro em ambiente protegido É de fundamental importância que a área tenha energia elétrica, para que se possa dispor de equipamentos elétricos, lâmpadas e, quando necessário, sistemas de automação da irrigação e de estruturas para o armazenamento de propágulos. É imprescindível que o viveiro fique próximo a uma fonte de água de boa qualidade e afastado de pomares, pois, assim diminui-se o risco de contaminação por pragas e doenças. Em todo caso, é aconselhável fazer uma desinfestação periódica em todas as dependências. 1.5. Formação do viveiro F o to : A rq u iv o E m b ra p a A g ro in d ú s tr ia T ro p ic a l Figura: Detalhe galpão para produção de mudas com cobertura em telado com 50% sol/sombra. Campo Maior-PI. 1.5.1. Formação do viveiro em ambiente protegido O viveiro para produção de mudas de cajueiro deve ser composto de três partes principais: a) uma parte a céu aberto, para as etapas que necessitam de luz solar e de aclimatação e onde possam ser instalados tanques de compostagem e sejam manipulados os materiais para formulações de adubos e substratos; b) uma parte coberta, com materiais que possibilitem, sombreamento, aproximadamente entre 30% e 50% para as etapas em que se tem de evitar a desidratação dos porta-enxertos e enxertos; e c) uma parte destinada a escritórios, depósitos, salas com bancadas e banheiros. 1.5. Formação do viveiro Figura: Tanques de compostagem para formação de substrato no processo de produção de mudas de cajueiro. Campo Experimental Curu-Paraipaba, Paraipaba-CE. . F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.5.2. Formação do viveiro em ambiente aberto Os canteiros para desenvolvimento dos porta-enxertos devem ficar a pleno sol, pois a germinação das castanhas-sementes é mais rápida em temperaturas entre 250 C e 350 C. Contudo, devido ao “efeito de bordadura”, ou seja, um aquecimento maior nos recipientes que ficam arranjados na periferia dos canteiros, esse maior acúmulo de temperatura pode ocasionar anomalias nas plântulas na fase de germinação e em desenvolvimento. Assim, recomenda-se que a formação dos canteiros obedeça a orientação Leste-Oeste, ficando a maior dimensão dos canteiros na direção Norte-Sul, com menor exposição do calor. 1.5. Formação dos canteiros Formação dos canteiros no sentido Leste-Oeste Largura: 6 fileiras justapostos Comprimento: Até 1.000 sacos Identificação com plaquetas Il u s tr a ç ã o : A rq u iv o E m b ra p a A g ro in d ú s tr ia T ro p ic a l 1.5. Formação dos canteiros A largura (testa) dos canteiros não deve exceder 1 m, o que corresponde, mais ou menos, a seis sacolas plásticas (seis fileiras justapostas), para facilitar as operações de identificação, enxertia, capina e outras atividades no acompanhamento do desenvolvimento dos porta-enxertos e das plantas enxertadas. O comprimento dos canteiros varia de acordo com as necessidades, entretanto não se deve estender a mais de 1.000 sacolas, pois algumas operações inerente aos lotes podem não se completarem acarretando falta de uniformidade e de sincronia no processo. 1.5. Formação dos canteiros A distância entre os canteiros, denominada de rua, deve ter dimensão suficiente para que as operações de enxertia, eliminação de ervas daninhas, transporte de carros-de-mão e tratamentos fitossanitários sejam executadas confortavelmente. Se o viveiro tiver muito espaço, recomenda-se que essa distância entre canteiros seja de 1 m, suficiente para que dois operadores, sentados em seus bancos ou cadeiras, trabalhem um de costa para o outro. Todavia, a largura da rua nunca deve ser inferior a 0,5 m. 1.5. Formação dos canteiros Atenção! Nunca esquecer que antes do plantio,as castanhas-sementes devem ser selecionadas e tratadas com fungicidas, principalmente se o substrato não tiver sido solarizado. 1.5. Formação dos canteiros Após o plantio, os canteiros devem ser cobertos com sacos de juta ou similar (por exemplo sombrite) para proteger as sementes contra a ação direta dos jatos de água, roedores, pássaros e excesso de radiação solar. 1.5. Formação dos canteiros F o to : L e to R o c h a Figura: Detalhe de canteiros cobertos com sacos de juta. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. Figura: Detalhe de canteiro cobertos com sombrite. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.5. Formação dos canteiros em ambiente de viveiro à c céu aberto Figura: Detalhe da retirada da cobertura com saco de juta após a germinação das sementes. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.5. Formação dos canteiros Figura: Canteiro descoberto logo após a germinação das castanhas- sementes. Figura: Porta-enxerto de cajueiro- anão do clone CCP 06. . F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 1.5. Formação dos canteiros 1.6. Materiais necessários A qualidade e a viabilidade do enxerto dependem também, da disponibilidade e da qualidade dos materiais e equipamentos empregados no processo. No ato da enxertia, o enxertador deve ter disponibilidade desse conjunto de materiais e equipamentos em quantidade suficiente para realizar a enxertia, principalmente os indispensáveis. Alguns destes itens devem estar ao alcance das mãos, pois uma grande inconveniência para o enxertador é ter que sair de seu local de trabalho em busca dos materiais faltosos, perdendo a concentração nos momentos que mais necessita. Entre os materiais e equipamentos de uso mais frequente em um viveiro de produção de mudas, nem todos são manejados pelo enxertador, mas fazem parte do conjunto indispensável para a realização completa da atividade. Alguns desses materiais ou equipamentos são mais convenientes aos grandes viveiros. 1 - Canivete de enxertia; 2 - Tesoura de poda 3 - Fita de enxertia; 4 – Álcool ou água sanitária e algodão; 5 - Saco plástico tipo “din–din”; 6 – Amolador/afiador; 7 - Banco/cadeira para enxertador; 8 – Tipos de tubete; entre outros. 1.6.1. Utensílios para enxertia Existem inúmeros tipos de canivetes no mercado. O modelo mais adequado deve ser aquele que proporcione maior conforto ao enxertador. F o to : L e to R o c h a Il u s tr a ç ã o : A rq u iv o E m b ra p a A g ro in d ú s tr ia T ro p ic a l Figuras: Tipos de canivetes mais utilizados no processo da enxertia 1.6.1. Utensílios para enxertia - canivete Como nos canivetes, existem vários tipos de tesouras de poda. Um tipo comum de tesoura de poda é aquele que possui duas lâminas móveis e outro tipo é aquele com uma parte fixa. Deve-se dar preferência ao tipo que melhor se ajustar ao operador. F o to : L e to R o c h a Figura: Tipos de tesouras de poda mais utilizados. 1.6.1. Utensílios para enxertia – tesoura de poda F o to : L e to R o c h a Destaque especial deve ser dado para a fita de enxertia, a qual deve ser de plástico resistente, mas com boa elasticidade e com 10 mm de largura. 1.6.1. Utensílios para enxertia – fita ou fitilho Figura: Tipo de fitilho mais utilizado no processo da enxertia. F o to : L e to R o c h a Álcool e algodão são utilizados para desinfectar os instrumentos de corte, como a tesoura de poda e o canivete para enxertia. Figura: Álcool e algodão usados na desinfestação dos utensílios. 1.6.1. Utensílios para enxertia – álcool e algodão Saco plástico tipo “din–din” para uso nas enxertias de garfagem de fenda cheia e em garfagem de fenda lateral. F o to : L e to R o c h a Figura: Sacos plásticos do tipo “din-din” usados na proteção do enxerto. 1.6.1. Utensílios para enxertia – saco plástico tipo “din-din” Amoladores/afiadores – geralmente se utiliza os amoladores de pedra, para afinar a lâmina de corte, e os afiadores para dar o fio, ou seja, para retirar os dentes que ficam nas lâminas dos canivetes e tesouras de podas quando passados na pedra. Dada a importância da união e cicatrização entre enxerto e porta-enxerto, os afiadores se apresentam como um indispensável equipamento para o enxertador. São encontrados no mercado tanto em pedra quanto em madeira porosa. 1.6.1. Utensílios para enxertia – amolador e afiador Os amoladores e afiadores encontrados no mercado tanto em pedra quanto em madeira porosa. F o to : L e to R o c h a 1.6.1. Utensílios para enxertia – amolador e afiador Figura: Banco do enxertador com os materiais necessários para enxertia: - Álcool - Algodão hidrófilo - Afiador - Balde plástico - Canivete - Fita para amarrio - Tesoura de poda - Saco tipo “din-din”. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.6.1. Utensílios para enxertia – banco ou cadeira para o enxertador Tubetes pretos de polipropileno, com formato de cone e dimensões mínimas de 19 cm de altura, diâmetro interno na base do cone de 5,2 cm e capacidade volumétrica de 288 cm3. Deve-se observar a existência de estrias internas, elas ajudam a redirecionar as raízes de crescimento lateral para a base do tubete, e conferem melhor soltura dos torrões de substrato das mudas no ato do plantio em local definitivo. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Figura: Detalhe para as estrias internas do tubete e do tipo de torrão formado na presença dessas estrias. 1.6.1. Utensílios para enxertia - tubete Outros equipamentos e materiais: carrinho de mão, pulverizadores, bandejas, baldes, etiquetas, fitas para amarrilho, barbante, luvas e sacos de juta e de algodão. - Carrinho de mão - preferencialmente de pneu com câmara de ar, caçamba metálica, para movimentação de substratos, porta-enxertos e mudas enxertadas em sacolas. Deve-se ter, também, carrinho de mão com caçamba adaptada com suporte metálico para transportar as bandejas plásticas com os tubetes. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais - Pulverizadores costais - para aplicações de defensivos ou fertilizantes foliares. - Baldes plásticos - com alças, para transporte e acondicionamento de propágulos. - Sacos de pano de algodão - para auxiliar no acondicionamento dos propágulos, após coletados. Eles devem estar apenas levemente umedecidos, sem escorrimento de água. Esse procedimento visa evitar a desidratação dos propágulos. - Sacos de juta - para cobertura dos canteiros recém-semeados. Ultimamente, devido à dificuldade na obtenção de sacos de juta e pelo baixo custo das telas e sombrites, os viveiristas estão preferindo cobrir os canteiros com esses últimos materiais. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais - Etiquetas plásticas - existem em vários tipos de materiais, mas são preferíveis as etiquetas de plástico pela durabilidade e facilidade de reuso. Nessas etiquetas devem ser inseridas informações sobre a identificação dos clones, lotes de mudas, canteiros e datas de semeadura e realização da enxertia e tudo que necessitar de identificação. É um material de extrema importância, pois evitam misturas, principalmente em canteiros e no transporte de vários materiais enxertados juntos. O registro pela descrição na etiqueta é duradouro ao passo que a lembrança de determinados detalhes pode ser efêmera. É por isso que dizem que o pior lápis é mais eficiente que a melhor memória. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais - Peneiras - são utilizadas para destorroar e separaros materiais destinados às formulações de substratos. Geralmente são constituídas de telas metálicas com malhas entre 6 mm e 8 mm, com escolha de uso a depender da drenagem pretendida para o substrato. - Misturadores - podem ser mecânicos ou manuais. São utilizados na homogeneização dos substratos e no preparo de compostagens . - Pás e enxadas - devem ter cabos resistentes e proporcionais a altura do operador. Como são os instrumentos que necessitam mais esforço, devem-se adquirir ferramentas de boa qualidade. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais - Regadores e mangueiras - materiais de grande utilidade, mesmo quando se utiliza sistema de irrigação. Servem para as regas complementares e para pequenas tarefas de umedecimento de canteiros e substratos. - Recipientes - para a enxertia de mudas em cajueiro além de tubetes podem ser utilizadas sacolas de polipropileno preto, preferencialmente sanfonadas, medindo 28 cm de altura por 15 cm de largura e com 0,15 mm de espessura. Como o sistema radicular das mudas de cajueiro é muito sensível ao excesso de água, recomenda-se que o terço inferior da sacola tenha de dez a doze pequenos furos, de 3mm a 4 mm de diâmetro, para favorecer a drenagem. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais - Recipientes para mudas (sacos e tubetes de plásticos); - Ciscadores; - Barbantes; - Pulverizadores - Bandejas; - Luvas - Defensivos; - Fertilizantes; - Substratos (areia Quartzoza, solo Hidromórfico, bagana, casca de arroz e húmus); - Queimador de casca arroz. 1.6.1. Utensílios para enxertia – outros materiais 1.6.2. Substratos O viveirista deve dispor de vários tipos de materiais para formular o substrato. Um bom substrato, para os porta-enxertos de cajueiro, deve ter boa capacidade de absorver e liberar umidade e nutrientes para o desenvolvimento da plântula e boa consistência para não se destorroar na movimentação dos recipientes dentro do viveiro, no transporte e na hora do plantio. Embora para a produção de mudas de cajueiro já se tenha definido as formulações mais adequadas de substratos, qualquer mistura de componentes disponível no viveiro que possibilite os efeitos acima descritos poderá ser utilizada. Deve-se considerar que não existe substrato ideal para todas as condições de crescimento. Portanto, na produção dos porta- enxertos de cajueiro recomendam-se duas formulações distintas para serem usadas em sacolas plásticas e em tubetes. Substrato para as sacolas plásticas - em sacolas plásticas, o substrato tradicionalmente utilizado pelos viveiristas, é uma mistura de areia quartzosa com Solo Hidromórfico, na proporção de 2:1 (v:v). Esse substrato deve ser passado em peneira, com malha de 6 mm, e acrescido de nutrientes. O peneiramento do substrato numa malha de 6 mm proporciona um bom contato das suas partículas com a castanha-semente e atende a adsorção e liberação da umidade e dos nutrientes. Caso se disponha de compostos orgânicos de origem vegetal, pode-se acrescentar uma parte, modificando-se a formulação para 2:1:1 (v:v:v). 1.6.2. Substratos Figuras: Peneiramento e enchimento de tubetes com substrato para produção de mudas. F o to s : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.6.2. Substratos F o to s : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r O esterco animal oferece boas condições de crescimento e desenvolvimento do enxerto, podendo-se utilizá-lo misturado com areia quartzosa na proporção de 1:1 (v:v). Entretanto, quando procedente de animais que pastoreiam em regiões salinas ou que consomem sais minerais em suas rações, o esterco se não for compostado, deve ser evitado, pois torna o substrato muito salino, provocando anomalias na fisiologia de absorção da plântula e, como decorrência, a queima e até a morte das mudas. O pH do substrato deve ficar entre 5,0 e 6,5. 1.6.2. Substratos Substrato para tubetes – a recomendação é que se utilize uma mistura com boa capacidade de agregação da raiz do porta-enxerto ao substrato e de agregação do torrão na ocasião da retirada das mudas do recipiente. A mistura de casca de arroz carbonizada com bagana de carnaúba triturada e solo hidromórfico, passada em peneira de malha de 6 mm, na proporção em volume de 3:2:2, é a mais utilizada quando se tem facilidade de obter a casca de arroz carbonizada. 1.6.2. Substratos 1.6.2. Substratos Outros substratos, também, apresentam bom desempenho no desenvolvimento do porta-enxerto em tubetes, tais como a bagana de carnaúba pura triturada, bagana mais casca de arroz carbonizada e, fibras de coco seco misturadas com bagana ou com casca de arroz carbonizada. Embora não reúna características de agregação tão boas quanto a da primeira mistura (casta de arroz carbonizada com bagana de carnaúba triturada e solo Hidromórfico, na proporção de 3:2:2, elas podem ser utilizadas com sucesso, quando não se necessita transportar os torrões desprotegidos por longas distâncias. Figuras: Processo de carbonização da casca de arroz: antes e depois da carbonização. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 1.6.2. Substratos F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Solo de origem hidromórfica usado na mistura de substratos para produção de mudas de cajueiro e outras espécies. F o to : L e to R o c h a Figura: Solo de origem hidromórfica. 1.6.2. Substratos Areia Quartzosa usada na mistura de substratos para produção de mudas de cajueiro e outras espécies. F o to : L e to R o c h a Figura: Areia Quatzosa. 1.6.2. Substratos F o to : L e to R o c h a A recomendação é que se utilize uma mistura com boa capacidade de agregação da raiz do porta-enxerto ao substrato e de agregação do torrão, na ocasião da retirada das mudas do recipiente. Figura: Substrato comercial usado para formação de mudas em tubetes. 1.6.2. Substratos É importante ressaltar que a utilização de solo no substrato vem sendo questionada do ponto de vista ambientais (degradação do ambiente) e fitossanitárias (disseminação de pragas e doenças). Desse modo, há uma tendência da utilização de substratos comerciais ao invés de solo. Embora, esses substratos comerciais encareçam a produção dos porta- enxertos, eles apresentam bons resultados pois, na maioria das vezes, são compostos por ingredientes orgânicos. 1.6.2. Substratos Caso o interessado queira formular seu próprio substrato, ele deverá ter especial atenção na escolha dos componentes a utilizar. Por exemplo, no caso do esterco bovino, a sua utilização, na formação das mudas de cajueiro, deve ser muito criteriosa, devendo esse material estar bem curtido (apresentando coloração escura, textura fina e temperatura amena), pois o esterco bovino pode apresentar níveis deletérios de sais, resultando em danos às mudas por toxidez de amônia e ureia, bem como por salinidade. É recomendável a realização de uma análise química do substrato antes de sua utilização. 1.6.2. Substratos A enxertia consiste na junção de uma parte de uma planta, denominada enxerto, com a de outra, denominada porta-enxerto, para que por meio da regeneração dos tecidos as partes se unam e formem uma única planta. Em viveiro, as enxertias podem ser realizadas em sacolas plásticas ou em tubetes. As realizadas em sacolas plásticas, os porta-enxertos são produzidos num volume de substrato de aproximadamente 2 litros e quando apresentam boa afinidade com o enxerto, possibilitam um maior crescimento da raiz principal. 2. Breve descrição dos tipos de enxertia A produção de mudas enxertadas em sacolas plásticas é indicada como adequada para o plantio, principalmente o de sequeiro (sem irrigação). Isso se deve ao fato de que as mudasresultantes são capazes de suportar pequenas variações de umidade do solo, uma vez que o aprofundamento da raiz pivotante permite se livrar das camadas mais superficiais que são as primeiras a perder a água. Entretanto, as enxertias em sacolas plásticas apresentam inconveniências no manuseio, devido aos aproximados 2,5 kg de substrato e ao tempo de vida útil em viveiro sem perda da qualidade. Passados 100 a 120 dias após a enxertia, o sistema radicular principal começa a se enovelar causando sérios prejuízos durante o estabelecimento da muda em campo. 2. Breve descrição dos tipos de enxertia Outra restrição importante desta técnica é o forte impacto ambiental que provoca na natureza. A enxertia em poucos porta-enxertos em sacolas plásticas não representa danos significativos ao meio ambiente, mas viveiros que produzem de 200 mil a 300 mil mudas/ano apresentam uma extração vultosa de solos Hidromórficos, principal componente do substrato utilizado para esses recipientes, devastando a paisagem e formando verdadeiras crateras nos locais de coletas desses solos. Essas reflexões são válidas tanto para borbulhia quanto para as enxertias em garfagem laterais e em fenda cheia. 2. Breve descrição dos tipos de enxertia Figura: Mudas enxertadas de cajueiro-anão do clone CCP 76, produzidas em sacolas plásticas. Pacajus-CE. F o to : L e to R o c h a 2. Breve descrição dos tipos de enxertia Os processos das enxertias por garfagem devem ser realizados preferencialmente em ambiente menos ensolarados, isto é, como debaixo de telados com 30% a 50% de sombreamento ou em ambientes semelhantes. Sendo assim, os porta-enxertos necessitam ser transportados para esses ambientes. Pode também, após a enxertia, para não ter que transportar as sacolas com as mudas enxertadas para ambientes sombreados, projetar sobre os canteiros as condições de sombreamento exigidas. 2. Breve descrição dos tipos de enxertia As etapas recomendadas para o processo de enxertia em garfagem em fenda lateral são: . 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 1ª etapa Abertura de uma incisão oblíqua no porta-enxerto, que consiste em uma fenda lateral no caule, na altura de 6,0 cm a 8,0 cm do colo da planta . Deve-se ter o cuidado para não aprofundar o corte em demasia para não decepar o porta-enxerto, fato muito comum quando se trabalha com canivete cego, pois o esforço para vencer a resistência inicial dos tecidos pode comprometer a profundidade ideal do corte. A fenda deve ter no máximo, 2,5 cm. Figura: Detalhe dos diâmetros semelhantes do porta- enxerto e do propágulo. Figura: Fazendo Incisão lateral no porta enxerto. Figura: Detalhe da incisão lateral feita no porta enxerto. F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Reduzir o tamanho dos enxertos (garfos para 8 a 10 cm) e proceder um corte em bisel na extremidade, procurando deixar a mesma obliquidade do corte no porta-enxerto. Deve-se ter o cuidado de não tocar nas partes cortadas, a fim de evitar contaminações. É por essa razão que se deve primeiramente fazer a incisão no porta-enxerto. Dessa forma o enxerto não necessita ficar em mãos, correndo o risco de contato das suas partes cortadas (bisel) com as mãos do operador. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 2ª etapa Figura: Redução do garfo e formação do bisel. F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Introduzir o garfo na fenda do porta-enxerto. Sempre que necessário, igualar as partes justapostas em toda sua extensão, procedendo ajustes no corte do garfo (enxerto) quando o bisel estiver mais alongado, de forma a não ficar partes cortadas expostas e sujeitas a não serem cobertas pelo fitilho. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 3ª etapa Figura: Redução do tamanho do porta enxerto. Figura: Corte em bisel do porta enxerto. Figura: União do propágulo ao porta enxerto. F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Proceder à fixação das partes com o auxílio de uma fita (fitilho) plástica transparente, preferencialmente de polietileno ou polivinil, com dimensões de 1,0 cm de largura por 12 cm a 15 cm de comprimento, a depender da extensibilidade do material. A fita de enxertia deve envolver toda a região de contato dos tecidos do porta-enxerto com o enxerto. Ela deve ser enrolada em espiral com superposição, em torno dessa região, de baixo para cima, para facilitar o amarrio final, na parte superior, com uma simples laçada. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 4ª etapa F o to : L e to R o c h a Figura: Detalhe da fixação das partes com o auxílio de fitilho (fita plástica transparente). 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Proteger o garfo recém-enxertado com saquinho plástico transparente, com dimensões aproximadas de 3,5 cm por 14,0 cm, também conhecido como saco plástico tipo “din-din”. Esse procedimento tem como função criar uma câmara úmida em volta do enxerto, e evitar o ressecamento do enxerto pela ação dos ventos e da temperatura, bem como, proteger o enxerto do escorrimento do excesso de água das irrigações e chuvas, que podem atingir as partes enxertadas, aumentando o risco de contaminação e diminuindo a pega da enxertia. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 5ª etapa Figura: Proteger o propágulo recém-enxertado com saquinho plástico transparente, com dimensões aproximadas de 3,5 cm por 14,0 cm, também conhecido como saco de “din-din”. F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Decapitar a gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento da enxertia. Essa ação pode ser substituída por um corte mais baixo, deixando apenas dois pares de folhas bem formados na haste do porta-enxerto. Resultados práticos têm demonstrado não ocorrer prejuízos, pois esse procedimento ativa a circulação da seiva para as ramificações laterais, estimulando o desenvolvimento do enxerto, além de evitar a formação de um microclima no canteiro pela grande concentração de folhas. Também, em porta-enxertos mais desenvolvidos, esta pode ser a primeira ação da enxertia, mesmo antes da abertura da incisão no porta-enxerto, para evitar que a haste não tombe pela ação de seu próprio peso ou da ação do vento, enquanto o enxertador estiver preparando o ramo para a enxertia, principalmente se a incisão for profunda. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 6ª etapa Figura: Decapitar a gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento do enxertia. F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Deixar a planta enxertada debaixo do sombreamento e fazer vistorias diárias para acompanhar o desenvolvimento. Essas vistorias ganham mais importância quando se inicia as emissões das primeiras folhas do enxerto, o que deve ocorrer com mais frequência por volta de 19 a 22 dias, após a realização do enxerto. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 7ª etapa Figura: Mudas enxertadas em garfagem em fenda lateral mantidas debaixo de sombreamento. F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Atenção Não esquecer das irrigações diárias, dando continuidade as irrigações dos porta-enxertos, com uma lâmina d’água entre 8 mm e 10 mm (8 L a 10 L) por metro quadrado de canteiro. Vale lembrar que essa quantidade de água pode ser alterada conforme a composição do substrato, portanto observar o escoamento da água que se acumula dentro das sacolas plásticas para calibrar o volume aplicado de água, visando impedir a saturação do substrato. 2.1.Enxertia por garfagem em fenda lateral Quando ocorrer a emissão dos primeiros folíolos da maioria dos enxertos (19 a 22 dias, após a enxertia) deve-se iniciar a retirada dos saquinhos plásticos protetores. Esse procedimento deve ser efetuado visando permitir o desenvolvimento adequado das folhas novas. Se o desenvolvimento dessas novas folhas ocorrer ainda dentro dos sacos plásticos protetores, pode ocorrer o rompimento dos pecíolos (pecíolo - segmento da folha que a prende ao ramo da planta) pela pressão interna exercida dentro desse pequeno espaço. 8ª etapa 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Figuras: Quando ocorrer a emissão dos primeiros folíolos do enxerto (19 a 22 dias, após a enxertia) deve-se retirar o saquinho plástico protetor para permitir o desenvolvimento adequado das folhas novas. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Caso o enxertador tenha decapitado apenas a gema apical, recomenda-se, nesta fase, proceder um corte na parte aérea do porta-enxerto, a aproximadamente 10 cm do ponto de enxertia. Esse procedimento, como já foi dito, força a circulação da seiva nas ramificações laterais e ajuda no desenvolvimento do enxerto. Após a emissão dos primeiros folíolos, a nova planta deve permanecer somente mais uma semana a 10 dias embaixo do telado ou do ambiente sombreado, quando então deverá ser levada para aclimatação a pleno sol. O prazo de uma semana ou no máximo de 10 dias, para que os primeiros enxertos sejam levados para a aclimatação, é um intervalo suficiente para que todos os enxertos viáveis emitam suas primeiras folhas. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 9ª etapa Figuras: Detalhe da retirada da proteção do enxerto. Recomenda-se fazer um corte mais abaixo deixando apenas um ou dois pares de folhas (10 cm do enxerto). 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a Figura: Porta-enxerto contendo a parte aérea. Figura: Corte da parte aérea do porta-enxerto. Figura: Porta-enxerto sem a parte aérea. F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Atenção O quanto mais cedo iniciar a aclimatação mais rustificada ficará a muda. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral Por volta de 45 dias após a enxertia, quando o enxerto já está desenvolvido, se procede a retirada da fita plástica de fixação, tendo o cuidado para não ferir a nova plantinha. Deve-se aproveitar essa atividade para também realizar um novo corte no porta- enxerto (corte final), a 2 cm acima do ponto de enxertia visando evitar a formação de um novo ramo no futuro. É importante não esquecer de retirar essa fita do amarrilho , pois com o tempo ela pode estrangular a planta no local da enxertia e prejudicar ou mesmo matar a planta. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 10ª etapa Figura: Retirada do fitilho e na parte superior, detalhe do ultimo corte final no porta-enxerto. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Com mais 15 dias, ou seja, com aproximadamente 60 dias após a enxertia, as mudas estão aptas a serem levadas para o plantio definitivo. 2.1. Enxertia por garfagem em fenda lateral 11ª etapa Diferença entre a enxertia de garfagem em fenda lateral e em fenda cheia. A diferença entre a enxertia de garfagem em fenda lateral e a garfagem em fenda cheia está no tipo de corte. Enquanto na enxertia lateral se pratica uma incisão (recordando: uma incisão oblíqua no porta-enxerto, que consiste em uma fenda lateral no caule), na fenda cheia é praticado um corte vertical no porta-enxerto. O corte vertical deve também ser efetuado, entre 6,0 cm e 8,0 cm do colo da planta e ter aproximadamente 2,5 cm de profundidade. Deve ser executado primeiro o corte vertical no porta-enxerto para depois trabalhar no encurtamento e na cunha (bisel duplo) do enxerto. Vejamos os principais passos: Verificar a compatibilidade de diâmetro do enxerto e do porta-enxerto. Fazer um corte vertical de aproximadamente 2,5 cm no porta-enxerto destinado a enxertia em fenda cheia. Esse corte deve ser feito, também, entre 6,0 cm e 8,0 cm do colo da planta. Deve ser executado primeiro o corte vertical no porta-enxerto para depois trabalhar no encurtamento e na cunha (bisel duplo) do enxerto. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 1ª etapa Figuras: Garfagem em fenda cheia: compatibilidade no diâmetro entre enxerto e porta-enxerto e corte vertical no porta-enxerto. Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia Foto: Antonio Teixeira Cavalcante Junior Igualmente como na enxertia por fenda lateral, procede-se o encurtamento do ramo destinado a enxertia e a formação do bisel compatível com a abertura feita no porta-enxerto. Em seguida introduz o enxerto na abertura do porta-enxerto e procede-se um ajuste no bisel caso seja necessário. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 2ª etapa F o to : L e to R o c h a Figuras: Enxertia em garfagem em fenda cheia – introdução do garfo. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a Procede-se a fixação do enxerto no porta-enxerto (amarrio), tendo-se o cuidado para não deixar descoberto espaço cortado. Atenção especial deve ser dada a parte superior da enxertia, vedando bem com o fitilho, para não permitir entrada de umidade entre as parte justaposta. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 3ª etapa Figuras: Fixação do enxerto e detalhe da cobertura com fitilho da parte superior do enxerto. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r A última etapa do processo é a proteção do enxerto com um saco plástico do tipo “din-din”. Para a enxertia por garfagem em fenda lateral, geralmente é feito um rasgão na entrada (parte aberta) do saquinho. Esse rasgão possibilita abrir o saquinho em duas partes para que seja dado um nó abaixo do ponto de enxertia. Isso se faz necessário para que o vento não leve fora o saquinho. Na fenda cheia não há necessidade de dar o nó no saquinho. Esse procedimento deve ser feito somente em regiões ou épocas de ventos muito fortes. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 4ª etapa Figura: Proteção do enxerto com um saco plástico tipo “din-din”. 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r Encanteirar as mudas enxertadas em locais preferencialmente com sombreamento, entre 30% a 50%. Todo os demais procedimentos e suas respectivas épocas de realização, tais como: regas, retirada do saco plástico tipo “din-din”, retirada do fitilho, aclimatação e idade da muda pronta para o plantio são os mesmos da enxertia por garfagem em fenda lateral 2.2. Enxertia por garfagem em fenda cheia 5ª etapa Na enxertia por borbulhia em placa, o processo pode ser realizado tanto em ambiente sombreado quanto em sol pleno, nesse último caso, não havendo necessidade de deslocar os porta-enxertos para locais sombreados. É um método que exige um pouco mais de habilidade manual do enxertador no preparo do porta-enxerto. Deve-se retirar, uma porção (placa) do porta-enxerto com um pouco do lenho na forma elíptica (forma circular achatada), para que possa ser alojadauma borbulha (gema). Esta ação é feita com um só corte de canivete, para não formar irregularidades no tecido. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa A borbulha (gema), também deve ser removida com o canivete, com as mesmas dimensões e forma elíptica da placa retirada do porta-enxerto. Nesse método, no ensejo de reduzir o tempo de enxertia, alguns enxertadores utilizam porta-enxertos muito juvenis, como idade entre 30 e 35 dias após a semeadura. Entretanto, o sucesso desse processo tem-se reduzido a pega da enxertia de 60% a 70%, pois os diâmetros dos caules são finos, em média, com 0,35 a 0,45 cm e requerem mais habilidade do enxertador. Também, requerem borbulhas de ramos menos desenvolvidos para que os cortes coincidam com o diâmetro dos porta-enxertos mais jovens. Como na maioria das vezes, essas gemas obtidas de ramos muito jovens, não estão aptas a reiniciarem seu desenvolvimento no processo da enxertia, a percentagem de pegamento reduz bastante. Contudo em porta-enxertos mais velhos, com 40 a 45 dias, esse método alcança percentagem de pegamento igual ao da enxertia em fenda lateral. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa O método por borbulhia apresenta como vantagem a recuperação da copa de plantas improdutivas de cajueiro, como as substituições de copas que são realizadas em pleno sol e não necessitam de sombreamento . Apresenta a possibilidade de um único ramo floral fornecer várias gemas (4 a 8) e possibilitar a produção de vários enxertos. Tem vantagem também, do aproveitamento do mesmo porta-enxerto para proceder uma nova enxertia, caso a primeira não vingue. Outra vantagem, em caso de Jardins Clonais conduzidos em regime de sequeiro, é a possibilidade de produção das mudas em tempo hábil, para serem plantadas no início das chuvas no ano seguinte. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Corte para retirada de uma placa em forma elíptica, na altura mínima de 5 cm a 7 cm do colo do porta-enxerto, mas em porta-enxertos mais desenvolvidos preferir a retirada da placa na altura de 6 a 8 cm do colo da planta. Outro artifício utilizado para aumentar a altura do corte, procedimento que facilita o manuseio da enxertia e diminui os riscos do efeito da temperatura do solo sobre as partes enxertadas após o plantio, é o desbaste das folhas basais do caule. Essa operação vem sendo a preferida. O tamanho da placa retirada deve ser proporcional ao que se deve retirar para a borbulha, devendo-se cuidar para não aprofundar o corte em demasia e não ocasionar o tombamento do porta-enxerto. As etapas da enxertia por borbulhia em placa são: 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 1ª etapa F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a Figuras: Corte para retirada de uma placa em forma elíptica, na altura mínima de 5 cm a 7 cm do colo do porta-enxerto. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa O enxertador deve habituar-se a apoiar o porta-enxerto com a mão aberta, por trás da zona do corte, no ato da retirada da placa. Para retirada dessa placa requer que se trabalhe com canivete, amolado e muito bem afiado para diminuir danos aos tecidos e assim facilitar a soldadura da enxertia. Tecidos amassados e com bordas irregulares e com formação dentada e de patamares, dificultam justaposição das partes das partes enxertadas e a cicatrização dos tecidos. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Retirada da borbulha do ramo produtivo e enxertia imediata da gema para que ela não sofra desidratação, tendo-se o cuidado de não tocar na parte do corte para não ocorrer contaminação. Portanto, essa operação só deve ser feita após a retirada da placa do porta- enxerto. 2ª etapa 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Figura: Retirada da borbulha do ramo floral. F o to : L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Justaposição, alinhamento das partes enxertadas, e amarrio da borbulha com fita transparente de polietileno ou polivinil, com dimensões de 1,0 cm de largura por 15 cm a 20 cm de comprimento, a depender da extensibilidade do material. A fita deve envolver toda a região de contato com voltas em espiral, em torno do enxerto, e com superposição da fita, tendo-se o cuidado para não cobrir a gema. Tal como na garfagem lateral, a fita de enxertia deve ser enrolada de baixo para cima para facilitar o amarrio final na parte superior com uma laçada simples. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 3ª etapa Figuras: Justaposição e alinhamento das partes enxertadas. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r F o to ; L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Figuras: Justaposição e amarrio da borbulha no porta-enxerto. F o to ; L e to R o c h a F o to ; L e to R o c h a F o to ; L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Proteção do enxerto com uma folha retirada do próprio porta-enxerto. Ao se proceder a última volta da fita para executar a laçada simples, deve-se retirar uma folha madura do porta-enxerto e prendê-la de tal forma que fique protegendo o enxerto. Posteriormente, essa folha resseca e cai, mas ela protege a gema contra o sol e ventos nos primeiros dias. No canteiro, o enxerto, protegido pela folha, deve ficar voltado para o sol nascente. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 4ª etapa F o to ; L e to R o c h a F o to ; L e to R o c h a Figuras: Proteção da enxerto (borbulha) com uma folha do próprio porta-enxerto. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Decapitação da gema apical do porta-enxerto para facilitar o pegamento do enxerto. Igualmente como nas enxertias por garfagem, pode-se decapitar mais em baixo , deixando apenas dois pares de folhas desenvolvidas. Após essa operação, a muda pode ficar no canteiro a pleno sol. Essa decapitação pode ser considerada a primeira, pois ao longo do processo, devem ser realizadas outras decapitações, posteriormente. A remoção para o sombreamento é opcional, pois nesse processo o enxerto é uma pequena gema, que embora seja sensível, sofre menos com a desidratação pelas ações do vento e da temperatura. Continuar com as irrigações de 5,0 mm a 6,0 mm por m2 de tubetes. Ajustar esses valores caso seja necessário, para não deixar saturar e nem faltar água para o substrato. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 5ª etapa Figuras: Decapitação da gema apical do porta-enxerto F o to : L e to R o c h a F o to : L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Acompanhar o desenvolvimento da gema diariamente. Após 20 a 25 dias da enxertia, o enxerto (a gema) deve apresentar início de desenvolvimento. Caso tenha decapitado apenas a gema apical do porta-enxerto, faz-se a segunda decapitação do porta-enxerto a uma altura de 10 cm do ponto de enxertia, para forçar a circulação da seiva nas ramificações laterais e ajudar no desenvolvimento do enxerto. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 6ª etapa Aos 45 dias após a enxertia, retira-se a fita do amarrio, tendo-se o cuidado para não ferir a nova planta e procede-se à decapitação final do porta-enxerto com um corte a 2 cm acima do ponto de enxerto. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 7ª etapa Com mais 15 a 20 dias, a muda estará pronta para o plantio definitivo. Portanto, para mudas enxertadas por borbulhia, em tubetes com 30 a 35 dias após a semeadura, pode-se levá-las ao campo decorridos 90 a 95 dias após o plantio, mas com porta enxerto de 40 a 45 dias esse tempo aumenta para 100 a 110 dias após a semeadura. A sequência operacional da enxertia por borbulhia é a mesma para os dois tipos de recipiente utilizados para o porta- enxerto, ou seja, o que altera é a preferência, do viveirista, pelo tipo de recipiente sacola plásticaou tubete. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa 8ª etapa Figura: Mudas com 65 dias após a enxertia (110 dias após semeadura dos porta-enxertos). F o to : L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa É importante lembrar que antes de iniciar os processos de enxertia, o enxertador deve examinar e desinfestar os materiais que serão utilizados e deve verificar se a lâmina do canivete de enxertia está amolada. Isso se faz necessário para que a junção das partes envolvidas do enxerto mantenha contato íntimo, permitindo que seiva circule livremente e que ocorra a formação de um calo responsável pela soldadura. Para isso, é necessário que os cortes sejam perfeitos, sem formação de dentes ou amassadura dos tecidos. Lembrete 2.3. Enxertia por borbulhia em placa A desinfestação referida anteriormente é uma prática que deve ser adotada pelo enxertador para o uso do canivete, principalmente após os cortes das partes envolvidas. É muito comum a utilização de álcool de boa qualidade ou do hipoclorito de sódio diluído à 5% a 10%, conforme seja o risco da presença de patógenos. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa A enxertia é uma prática que requer habilidade e concentração do enxertador, portanto, para se ter rendimento e resultados satisfatórios é recomendável que o processo seja realizado numa posição confortável e que não canse o operador. Bancadas ou bancos de enxertia com altura não compatível, que obrigam o enxertador a trabalhar curvado ou com os braços esticados, causam, com mais frequência, fadiga muscular e dores lombares, que resultam em operações irregulares com baixa pega de enxerto e queda do rendimento. Enxertadores trabalhando com certo conforto podem executar até 200 enxertos por dia, com 90% a 95% de sucesso, mas em condições adversas esses valores caem abruptamente. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Figura: Enxertadore trabalhando com conforto. F o to : L e to R o c h a 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Informação adicional O ramo produtivo também pode ser usado na garfagem em fenda em lateral e na garfagem de fenda cheia. Nesses casos a probabilidade da emissão (brotação) de novos ramos é maior, pois cada ramo produtivo pode ter de 4 a 8 gemas, ou seja, a capacidade de pega da enxertia é maior. Por outro lado, essa emissão de vários ramos pode ocasionar atraso significativo no desenvolvimento inicial da nova planta e dependendo do encurtamento desse ramo , corre o risco de florescimento precoce, sendo necessário o desbaste de ramos e de flores, aumentando também os custos. 2.3. Enxertia por borbulhia em placa Tanto para as sacolas plásticas quanto para os tubetes, as sequências das enxertias descritas anteriormente são as mesmas. As enxertias produzidas em tubetes são ao mesmo tempo um avanço tecnológico e uma exigência ecológica. Em contraste ao volume de solo utilizado nas sacolas plásticas, nos tubetes são utilizados apenas 200 g de substrato e com maior concentração de matéria orgânica. Entretanto a enxertia realizada em tubetes demanda uma maior tecnificação para seu emprego. Nesse processo, embora as mudas apresentem infinitamente maior número de raízes secundárias e de pelos absorventes os quais são os verdadeiros responsáveis pelo rápido estabelecimento da planta em campo, sofrem a restrição do comprimento da raiz principal, em função do tamanho do tubete. 2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas Com aproximadamente 19 cm de comprimento, as raízes dos tubetes são incapazes de resistirem, após o plantio no campo, a um período mais longo de estiagem, pois suas raízes ficam, mais tempo, expostas a camada superficial mais seca do solo. Portanto, a recomendação do uso de tubetes na enxertia do cajueiro só deve ser feita, quando se tem certeza do uso posterior da irrigação ou da complementação de água nos plantios em sequeiro devido principalmente a ocorrência de veranicos nas fases iniciais. 2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas F o to : L e to R o c h a Figura: Porta-enxertos de cajueiro-anão do clone CCP 06 produzidas em tubetes. 2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas Portanto, diferença operacional entre as enxertias em sacolas plásticas e em tubetes está no manejo do tipo de recipiente e do substrato utilizado. Entretanto, a idade do porta- enxerto desenvolvido em tubetes pode ser reduzida, pelo fato de ter um desenvolvimento mais rapidamente em função da melhor qualidade do substrato. Enquanto em sacolas plásticas o porta-enxerto está pronto com 50 a 60 dias, nos tubetes pode-se reduzir essa idade para 35 a 45 dias. Caso as mudas originadas de porta-enxertos produzidas em tubetes apresentem idade superior, em torno de 50 a 60 dias, pode ocorrer um maior adensamento das raízes dentro do tubete, gerando possíveis entraves no desenvolvimento quando das mudas enxertadas forem levadas para o plantio. 2.4. Escolha entre tubetes e sacolas plásticas Do ponto de vista comercial, a propagação do cajueiro pelo método sexuado é de pouca aplicação devido à desuniformidade resultante em todos os seus produtos; desde a planta – desuniforme nas suas características, em especial no porte e na produção; pseudofruto – na coloração, no sabor, e no peso , até o fruto que apresenta variações diversas, geralmente depreciativas, tanto na castanha quanto na amêndoa, ratificando assim, a recomendação da propagação pelo processo assexuado (também denominada de propagação vegetativa). 3. Escolha do tipo de enxertia Também vimos que alguns tipos de propagação vegetativa apresentam restrições de ordem técnica para uma indicação da produção comercial. Um exemplo é a estaquia, tipo para o qual ainda não foi desenvolvido um protocolo totalmente ajustado para o cajueiro. Outro exemplo é a micropropagação, que apesar da importância na obtenção de materiais de alta qualidade fitossanitária, ainda não pode ser aplicada em larga escala, para atender uma demanda comercial. Além desses entraves, esses dois tipos de propagação vegetativa sofrem a concorrência da imensa facilidade para se proceder a uma enxertia no cajueiro, fazendo com que esses métodos não sejam indicados. 3. Escolha do tipo de enxertia Considerando-se a viabilidade técnica e econômica, entre os diferentes tipos de enxertia, somente dois métodos são recomendados: a enxertia por borbulhia em placa e a enxertia por garfagem. A enxertia por garfagem pode ser tanto por garfagem lateral quanto por garfagem em fenda cheia, sendo esta última também conhecida como garfagem no topo. Esses dois métodos – enxertia por borbulhia e por garfagem são igualmente aplicados nos grandes viveiros de produção de mudas. Entretanto, a escolha por um deles está relacionada a vários fatores, entre eles, podem ser citados, a época da disponibilidade de propágulos para enxertia, a habilidade do enxertador e a finalidade pretendida. 3. Escolha do tipo de enxertia Em relação à disponibilidade de propágulos para enxertia, a região Nordeste, onde está concentrada a maioria dos plantios comerciais de cajueiro e a maior demanda por mudas enxertadas, apresenta dois períodos climáticos bem distintos, um chuvoso e outro seco. No período chuvoso, a planta entra na fase de desenvolvimento vegetativo e tem predominância pelo crescimento extensivo. Nesse tipo de crescimento, os ramos crescem, repousam e voltam a crescer novamente sem que entrem em florescimento. Portanto, essa fase é rica em ramos vegetativos, presentes nas pontas dos ramos, que são justamente os mais indicados para utilização nas enxertias por garfagem lateral e de fenda cheia. 3. Escolha do tipo de enxertia No período seco, que coincide com o segundo semestre do ano para o Nordeste, com pouca chuva ounenhuma, a planta de cajueiro paralisa seu desenvolvimento vegetativo e entra na fase reprodutiva. Sendo, portanto, a época da produção do cajueiro. Nesse período, o modelo de crescimento da planta se inverte e passa a predominar o crescimento intensivo, rico em ramos florais, que se intensifica mais ainda porque deles surgem de 3 a 8 outros ramos quase sempre florais. Os poucos ramos vegetativos produzidos nessa época seca do ano, geralmente são curtos e de má qualidade para utilização na enxertia por garfagem lateral e de fenda cheia. 3. Escolha do tipo de enxertia Nesse período seco do ano a abundância de ramos florais, em comparação aos ramos vegetativos que surgem na planta, é muito elevada e leva o enxertador a preferir a enxertia por borbulhia ou invés da enxertia por garfagem. Entretanto, como a enxertia por borbulhia requer maior atenção e habilidade do enxertador, o viveirista que necessitar fazer a enxertia por garfagem nesse período seco, deve usar o recurso da poda pesada ou mesmo drástica, para revitalizar os ramos vegetativos e não produzir enxertos de má qualidade. 3. Escolha do tipo de enxertia A técnica da poda pesada ou mesmo drástica têm como objetivo retardar o florescimento, estimulando a planta produzir ramos vegetativos ao invés de ramos florais. Outro recurso que pode ser lançado mão é a utilização de jardins clonais irrigados. Um jardim clonal pode ser definido como uma área destinada para a produção de plantas matrizes geneticamente superiores, das quais serão retiradas as hastes contendo as gemas para utilização na enxertia, As plantas que fazem parte do jardim clonal podem apresentar os dois tipos crescimentos (extensivo e intensivo) o ano inteiro, embora a qualidade dos ramos vegetativos e florais continuem sendo formados preferencialmente, em suas respectivas épocas naturais, período chuvoso e período seco, respectivamente. 3. Escolha do tipo de enxertia A escolha entre a garfagem lateral e a garfagem em fenda cheia não apresenta um divisor na preferência do enxertador do cajueiro. Embora, geralmente, os enxertadores separem para a enxertia em fenda cheia os porta-enxertos mais velhos ou com diâmetros mais desenvolvidos, que se ajustam melhores aos propágulos de maiores diâmetros. 3. Escolha do tipo de enxertia 4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia Do ponto de vista botânico, todos os métodos de enxertia apresentam as mesmas vantagens, que são elas: de evitar a variabilidade genética, mantendo os caracteres agronômicos selecionados, e obter os benefícios dos porta-enxertos. Entretanto, do ponto de vista operacional, esses métodos, apresentam algumas diferenças. 1) A enxertia por borbulhia utiliza ramos que possibilitam a retiradas de várias gemas ao passo que as enxertias por garfagem lateral e garfagem em fenda cheia geralmente utilizam ramos contendo uma única gema apical. 2) Na enxertia por borbulha ocorre a possibilidade do aproveitamento do mesmo porta- enxerto para proceder uma nova enxertia, caso a primeira não vingue. Enquanto que na enxertia por garfagem lateral essa possibilidade é mais remota em fase da debilitação do caule pelo segundo corte oblíquo ter que ser muito próximo do primeiro e já na enxertia em fenda cheia é praticamente impossível. 4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 3) Em todas as enxertias utilizadas pelo cajueiro, exigem habilidade do enxertador, entretanto, na enxertia por borbulhia, em função do tipo de corte no porta-enxerto – placa em forma elíptica, e na retirada da gema no ramo, essa exigência é maior e necessita de maiores cuidados nos materiais utilizados nos cortes – canivetes, amoladores e afiadores. 4) O tempo para a execução da enxertia por borbulhia é mais demorado e exige mais atenção do operador do que na execução da enxertia em garfagem lateral. Por sua vez, a enxertia em garfagem lateral requer mais tempo que a enxertia em fenda cheia, ou seja, se a única questão for o tempo, a enxertia em fenda cheia é mais vantajosa, por demandar menos tempo para realização. 4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 5) A enxertia por borbulhia possibilita produzir mudas mais próximo da época do plantio do cajueiro, que é recomendado que seja no início das águas para plantios de sequeiro. É a prática mais generalizada. Enquanto isso, tanto para a enxertia em garfagem lateral quanto para a enxertia em fenda cheia, a disponibilidade de propágulos no período seco é mínima, salvo com a utilização do artifício da poda ou em caso de pomares irrigados, nos quais o propágulo pode ser retirado em qualquer época do ano. 6) Quando não é possível a utilização de propágulos e porta-enxertos com os mesmos diâmetros, a enxertia em fenda cheia é mais eficiente do que a enxertia em garfagem lateral e a enxertia em borbulha pode até não ocorrer. 4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia 7) A enxertia por borbulhia é mais eficaz na recuperação de plantas improdutivas pela substituição de copa, ao passo que tanto a enxertia em garfagem em fenda lateral quanto a enxertia em garfagem em fenda cheia também, podem ser utilizadas, mas necessitam de artifícios complementares como sombreamento individual das plantas enxertadas ou em particular, no ramo enxertado. 8) A enxertia por borbulhia, por não ser efetuada necessariamente com sombreamento, requer menos movimentação das mudas que os outros dois tipos, os quais têm as mesmas necessidades. 4. Vantagens e desvantagens dos tipos de enxertia BORBULHIA GARFAGEM EM FENDA LATERAL GARFAGEM EM FENDA CHEIA Vários propágulos por ramo. Propágulo único Propágulo único Exige maior habilidade do enxertador Exige média habilidade Exige pouca habilidade Aproveitamento do mesmo porta-enxerto para realização de nova enxertia Aproveitamento precário Não tem aproveitamento Processo mais lento Processo de média rapidez Processo rápido Disponibilidade de propágulos (gemas) para produção de mudas no período de início das chuvas. Sem disponibilidade (necessita de podas) Sem disponibilidade (necessita de podas) Menor movimentação no viveiro Transferência de local Transferência de local Maior eficácia para substituição de copa Menor eficácia Menor eficácia Resumo: Vantagens comparativas entre as enxertias rotineiramente aplicadas no cajueiro. Denominamos aqui, materiais propagativos como os que entram efetivamente na composição da enxertia, ou seja, propágulos e porta-enxertos. Sem esses materiais não se pode realizar enxertia e eles devem, necessariamente, estarem ao alcance do enxertador. 5. Materiais propagativos 5.1. Propágulo Em botânica, o termo propágulo é utilizado para definir qualquer parte de um vegetal capaz de multiplicá-lo ou propagá-lo vegetativamente, formando uma nova planta geneticamente idêntica a planta de origem. Especificamente para a enxertia do cajueiro, consideramos propágulos as estacas obtidas de ramos florais e ramos vegetativos ponteiros. F o to : L e to R o c h a Figura: Propágulos de ramos vegetativos de cajueiro. O propágulo, por ser uma parte destacada da planta, transfere para a nova planta enxertada, todas as características genéticas da planta mãe. Isso se faz necessário na formação de pomares comerciais. Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 5.1. Propágulo Jardim Clonal de cajueiro-anão com finalidade única de produção de propágulos, os quais, serão utilizados nas mudas enxertadas. Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE.. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 5.1. Propágulo A importância do propágulo vai alémda reprodução das características da planta mãe, ele pode também, exercer influências no porta-enxerto. Propágulos vigorosos quando enxertados em porta-enxertos de baixo vigor podem auxiliar na melhoria da qualidade desses porta-enxertos e consequentemente na planta como um todo. Figura: Jardim clonal de cajueiro-anão. Campo Experimental de Pacajus, Pacajus-CE. F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 5.1. Propágulo Figura: Retirada de propágulo, a partir do ramo vegetativo, para uso nas enxertias em garfagem em fenda cheia e garfagem em fenda lateral. F o to : L e to R o c h a 5.1. Propágulo Figura: Propágulos de cajueiro-anão a partir do ramo vegetativo para uso nas enxertias em garfagem em fenda cheia e garfagem em fenda lateral. F o to : L e to R o c h a 5.1. Propágulo Figuras: Após a retirada dos propágulos eles devem ser acondicionados em baldes ou bacias e cobertos por um pano úmido. F o to : L e to R o c h a F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r F o to : A n to n io T e ix e ir a C a v a lc a n te J u n io r 5.1. Propágulo O porta-enxerto, também denominado de cavalo, é a parte da planta que serve como receptora do enxerto e por ser o portador do sistema radicular é responsável, inicialmente, por todas as funções fisiológicas da nova planta, merecendo tanta atenção quanto à formação da copa. F o to : L e to R o c h a Figura: Porta-enxertos do clone de cajueiro-anão CCP 06. 5.2. Porta-enxerto No cajueiro, os porta-enxertos são formados a partir das castanhas- sementes. Porta-enxertos obtidos a partir de sementes, comparados com aqueles obtidos por meio de estacas, apresentam as seguintes vantagens: facilidade na obtenção em grande número com custos reduzidos, por serem menos exigentes em infraestrutura e nos tratos culturais. F o to : L e to R o c h a Figura: Castanhas-sementes do clone de cajueiro-anão CCP 06. 5.2. Porta-enxerto Até o presente momento o único porta-enxerto recomendado oficialmente pela Comissão Estadual de Sementes e Mudas – CESM e utilizado pela Embrapa é o do clone de cajueiro-anão CCP 06. F o to : L e to R o c h a Figura: Porta-enxertos em desenvolvimento do clone de cajueiro-anão CCP 06. 5.2. Porta-enxerto Viveiristas que não possuem sementes do clone CCP 06, utilizam frequentemente outros clones como porta-enxertos, tais como os clones CCP 09 e CCP 76. Vale lembrar que alguns resultados de trabalhos científicos apontam que mudas enxertadas em porta-enxertos do clone CCP 09 apresentam maior tolerância aos solos com alumínio. 5.2. Porta-enxerto
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