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Prática Processual

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
2 
 
 
 
Autoridades 
 
Governador do Estado do Riode Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar e Comandante-Geral 
Exmº Sr Coronel Luiz Henrique Pires 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar e Chefe do Estado-
Maior Geral 
Ilmº Sr Coronel Eduardo Sarmento da Costa 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel Marco Aurelio Ciarlini Guarabyra Vollmer 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia 
Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
Atualmente, conhecimento, informação, tecnologia e serviço constituem 
valores de primeira grandeza, capazes de transformar o ambiente interno e externo das 
organizações sociais e das instituições públicas. No intuito de instigar a autonomia, 
permitir a flexibilidade temporal, evitar o deslocamento de efetivo e facilitar questões de 
cunho logístico, o Comando da Corporação, através da proposta do Diretor-Geral de 
Ensino e Instrução, interligando os eixos acima supracitados, oferece a você, Sargento 
da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o Curso Especial de Formação de 
Sargentos EAD/2021 (CEFS – EAD/2021). 
Este curso tem por objetivo não só capacitar, mas confirmar as divisas dos 
policiais militares já promovidos à graduação de 3º Sargento. Para tanto, as disciplinas 
do CEFS serão todas no ambiente virtual de aprendizagem, através da Escola Virtual, 
do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM). 
Assim, ressaltamos a importância de sua dedicação ao curso, pois um policial 
militar bem formado, bem treinado, capacitado e motivado para o cumprimento da 
missão, conhecedor dos valores institucionais alicerçados sob a base do conhecimento, 
da informação, da tecnologia e do serviço é capaz de consolidar e aprimorar a sua 
consciência democrática; cultivar elevados padrões morais para continuar com 
dignidade no exercício da profissão; garantir o respeito às leis e a dedicação ao 
cumprimento do dever; estimular o senso de responsabilidade e o interesse pela 
comunidade; dentre outros. 
Desta forma, esperamos que com este curso você, policial militar, possa estar 
fortalecendo seu vínculo profissional, repensando o seu papel como profissional diante 
da necessidade de soluções cada vez mais rápidas e dentro da legalidade para os mais 
complexos problemas enfrentados no singular cotidiano do Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
Marco Aurélio C. Guarabyra Vollmer – Coronel PM 
 Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM 
 Comandante do CFAP 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
4 
 
Desenvolvedores 
 
CFAP 
 
Supervisão e Coordenação Pedagógica 
Cap PM PED Patricia Kalife Paiva 
3º SGT PM Rodrigo Barroso Candido 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
SD PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
 
Conteudista 
1º TEN PM Ref Maurício Vieira 
CEADPM 
 
Supervisão Geral EAD 
MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
SD PM Lucas Almeida de Oliveira 
SD PM Diogo Ramalho Pereira 
 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
 
Design Instrucional 
1º SGT PM Eloisa Cláudia Clemente de Almeida 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alessandra Albuquerque da Silva 
 
Designer Gráfico / Diagramação Interativa 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
5 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................... 6 
AVERIGUAÇÃO ......................................................................... 8 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ............................................. 11 
RELATÓRIO............................................................................ 25 
CONCLUSÃO ........................................................................... 30 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 31 
EXERCÍCIOS .......................................................................... 33 
GABARITO ............................................................................. 35 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta disciplina tem por objetivo ensinar o conjunto de 
procedimentos a serem adotados, em conformidade com as 
formalidades previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), 
bem como nos demais regulamentos e normas vigentes que tratam do 
assunto, que tenham por finalidade servir de suporte básico para a 
confecção dos procedimentos apuratórios elaborados no âmbito da 
Corporação. 
Nosso foco será o Inquérito Policial Militar (IPM) e Averiguação, 
sendo o primeiro instrutivo da Ação Penal Militar, e o segundo de 
apuração de fatos meramente administrativos ou reunir elementos 
mínimos que possam servir de base à instauração do IPM, pois servirão 
de embasamento ao Ministério Público para oferecimento de denúncia 
à Autoridade Judiciária Militar competente, dando início à Ação Penal 
Militar. 
 Insta salientar que a disciplina de Prática Processual é muito 
importante, porque possibilita o uso de ferramentas processuais por 
parte do Investigador, no que se refere à elaboração de Averiguação e 
IPM. Assim, surge da imperiosa necessidade do Comandante, Chefe ou 
Diretor de OPM apurar, em seus mínimos detalhes, o cometimento, em 
tese, de uma transgressão disciplinar, fatos de natureza meramente 
administrativa ou crime militar. Para tal, dependendo da gravidade da 
irregularidade, o Comandante escolhe a espécie de apuração dos fatos. 
Desde o IPM, que é a mais formal de todas, passando pela Averiguação, 
que é a menos formal. 
Na Averiguação, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem ser 
nomeados na condição de Averiguador pelo Comandante, Chefe ou 
Diretor, obedecendo-se sempre a hierarquia. 
Daí a grande importância desta disciplina para vocês!!! 
No IPM, apenas o Oficial pode ser nomeado na condição de 
Encarregado, também em fiel observância ao princípio da hierarquia; 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
7 
 
na condição de Escrivão, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem 
exercer esta função. Deste modo, estude com atenção, zelo e 
dedicação. 
Além do conteúdo em si, deixaremos a disposição o material 
complementar que oferecerá modelos e exemplos que o auxiliarão 
nesta nova fase da carreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
8 
 
Você sabe o que é uma Averiguação? 
 
AVERIGUAÇÃO 
 
 
 
 
 
Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é 
uma espécie do gênero Procedimento Apuratório, que tem 
como finalidade apurar fatos, sejam de natureza 
meramente administrativa, sejam de natureza criminal. 
 
Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de 
natureza administrativa e de natureza criminal, para que você possa 
entender a diferença: 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
9 
 
Espécies de Averiguação 
 
 
Na PMERJ, temos três espécies de 
Averiguação. Você sabe quais são? Então 
vamos lá: 
 
 
 Averiguação Ordinária: É a mais utilizada na rotina 
militar, ou seja, é a mais comum. Este tipo de Averiguação serve para 
apurar tanto os fatos de natureza criminal quanto os fatos de natureza 
administrativa. 
 Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é 
instaurada quando é preciso apurar fatos no menorprazo possível. 
 Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de 
averiguação para apurar se o falecimento de um PM da ativa foi em 
decorrência de ato de serviço. Esta averiguação é realizada pelo Oficial 
Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme publicação 
no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17. 
 
Personagens 
 
 
Vamos agora conhecer todos os 
envolvidos em uma Averiguação e como 
serão tecnicamente declarados nos 
autos: 
 
 
 
 
 
 
https://drive.google.com/file/d/1QoRKS5nZFMns4rAgZ6S05af5rAofFN5C/view?usp=sharing
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
10 
 
Em regra, o prazo para conclusão 
de uma Averiguação é de trinta dias 
corridos. O Averiguador pode ser um 
Oficial, Subtenente ou Sargento. Ele 
será o responsável pela investigação. 
O Averiguador é selecionado por uma 
Autoridade de Polícia Judiciária Militar. 
Já o Averiguado, este é o alvo da 
investigação. 
Prazo 
 
Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante ter 
atenção aos prazos. Essa missão cabe ao Averiguador. 
 
Parecer 
 
Ao final da investigação, o Averiguador elaborará um 
circunstanciado Parecer relatando todos os fatos apurados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
11 
 
Solução 
 
A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao 
Averiguador competência para apuração dos fatos solucionará a 
Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá 
concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador, com 
base nos fatos apurados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
 
Conceito e Finalidade do IPM 
 
Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art. 9º, 
do CPPM, que define o que é o IPM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desta forma, podemos entender que o IPM, instituído pelo CPPM, 
é um procedimento administrativo de Polícia Judiciária Militar 
 
O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato, que, nos 
termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o 
caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de 
ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inqu%C3%A9rito_Policial_Militar
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
12 
 
inquisitorial, investigatório, sigiloso, desenvolvido unilateralmente pela 
administração militar. 
Instauração de IPM 
Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O 
início da contagem do prazo se dá com a Portaria de Instauração, 
baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria do Encarregado será 
sempre a folha n.º 2 dos autos de um IPM. 
Encarregado do IPM e Escrivão 
De acordo com o Art. 15, do CPPM, o Encarregado do IPM será, 
sempre que possível, Oficial de posto não inferior ao de Capitão. 
A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo 
Encarregado. Geralmente recai em Segundo-Tenente ou Primeiro-
Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o escrivão pode 
ser um Subtenente ou Sargento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde 
logo, nos primeiros atos do IPM, quando 
avaliar as provas que imprescindivelmente 
terá de produzir, requerer as provas periciais, 
pois estas são as mais demoradas, devendo 
ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o 
Indiciado, proceder reconhecimento de 
pessoas e coisas, acareações, exame de corpo 
de delito (não pode ser dispensado e nem 
suprido por atestado ou relatório médico), 
laudos de avaliação de coisa, de servibilidade 
de arma de fogo ou outro instrumento do 
crime, exame de balística, reconstituição dos 
fatos, proceder as buscas e apreensões 
pertinentes, enfim o Encarregado deve 
preocupar-se em realizar e anexar todas 
provas cabíveis. 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
13 
 
Fique atento para as principais dúvidas: 
Prazo para Elaboração do IPM 
 
O IPM, como regra, deverá ser encerrado, ou seja, elaborado, no 
prazo de quarenta dias. Em situações de absoluta necessidade e 
devidamente justificado, existindo exames e perícias a serem 
realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo poderá ser 
prorrogado por até vinte dias, o que faz com que o prazo total seja de 
até sessenta dias. 
Na hipótese de imprescindibilidade de 
prorrogação excepcional de prazo, com indiciado 
solto, o Encarregado deverá expor os motivos, de 
forma fundamentada, ao Ministério Público em 
exercício junto à Auditoria de Justiça Militar do 
Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ). 
Quando se apurar infração penal atribuída 
a indiciado preso, o prazo será de vinte dias, improrrogáveis. Este 
prazo, se o IPM iniciar com o indiciado preso, será contado a partir de 
sua instauração. Se ele for preso durante a fruição do prazo 
regulamentar, a partir do momento de sua prisão, conta-se o prazo 
fatal de vinte dias. 
A regra citada acima está contida no art. 20 e parágrafos 1° e 
3°, do CPPM. 
 
 
 
 
 
 
 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento 
em que se efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a 
sua conclusão? 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
14 
 
Agora vamos entender 
como a lei trata a questão 
da prisão. 
 
CLIQUE AQUI PARA 
ATENTAR NA DIFERENÇA! 
O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o 
indiciado solto e vinte dias com o indiciado preso, não se ultrapassando 
o prazo inicial de quarenta dias. 
 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias? 
O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo 
de quarenta dias. 
 Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver 
transcorrido cinquenta dias, momento em que se efetiva a prisão do 
Indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? 
De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo 
máximo para a conclusão do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se 
ocorrer a prisão durante o período de prorrogação do prazo, o prazo 
final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo, o 
Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM. 
 
 
 
 
 
Prisão Provisória do Indiciado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o Art. 18, do CPPM 
Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar 
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, 
comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse 
https://drive.google.com/file/d/1OwAatSwdE8H40APLhpYH6cl3hFOyRjor/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1OwAatSwdE8H40APLhpYH6cl3hFOyRjor/view?usp=sharing
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
15 
 
prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante da 
Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação 
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
 
Segundo o Art. 5º, LXI, da CRFB/88 
Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos 
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos 
em lei. 
Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de que: 
A medida coercitiva deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de 
Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP, relaxará a 
prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento por 
mais tempo, além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão 
preventiva, mediante representação do encarregado do inquérito ou a 
requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos para 
a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça 
Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, 2009) 
Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em tese, 
tem o poder de expedir ordem de prisão ao indiciado, independente de 
flagrante delito, bastando, para sua formalização, simples 
comunicação à autoridade competente, que no caso subentende-se, 
pela regra de prorrogação, ser a autoridade delegante. 
Há vários autores que defendem que esseartigo ainda está em 
vigor, podendo a detenção ser determinada nos crimes militares 
próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI, do art. 5º da 
Constituição Federal, citado acima. 
 
 
1DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar 
ESTADUAL, Editora Método, pág. 63, 2009. 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
16 
 
Prova do fato 
delituoso
Indícios suficiente de 
autoria
Ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em 
lei. 
 
O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável, poderá 
representar ao Juiz de Direito do Juízo Militar pela prisão preventiva, 
no curso do IPM. 
 
 
 
 
 
 
A prisão preventiva está prevista no CPPM. De acordo com o art. 
254, a prisão preventiva pode ser decretada pelo Juiz de Direito do 
Juízo Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do 
Ministério Público ou mediante representação da autoridade 
encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou do 
processo, concorrendo os requisitos seguintes: 
 
 
 
 
Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além 
dos requisitos já citados, deverá fundar-se em um dos seguintes casos: 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
17 
 
Ofendido 
 
Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM? 
 
O Ofendido é, na verdade, a 
própria vítima da ação delituosa, o 
sujeito passivo secundário, ou 
seja, o titular do direito lesado 
pela ação ou omissão do agente 
ativo. 
 
No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão 
inseridos nos artigos 311 a 313. Sempre que possível, o Ofendido 
deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá ser o 
primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra 
impositiva e inflexível, pelo menos no IPM. Esta regra não pode ser 
absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica gravemente ferido, 
só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o 
procedimento inquisitorial, ou perdendo a própria vida. 
Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da 
infração penal, do tipo: quem seria ou se presume ser o autor e as 
provas que possam indicar. Suas declarações devem ser reduzidas a 
termo, chamado de “Termo de Qualificação e Perguntas ao Ofendido”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
18 
 
A definição de 
Testemunha você já deve 
conhecer, não é? Mais 
vale a pena conferir: 
 
Testemunha 
 
 
 
 
 
Testemunha é a pessoa que atesta a 
veracidade de um ato ou de um fato. Logo, 
é quem viu ou soube das circunstâncias em 
que uma determinada situação aconteceu. 
 
 
 
 
No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos 
nos artigos 347 a 364. 
Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem 
inquiridas, as Testemunhas serão notificadas diretamente pela 
autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois não se 
trata de um pedido, e sim da comunicação de uma imposição. 
O comparecimento da 
testemunha é obrigatório, não 
podendo ela eximir-se, salvo 
impedimento devidamente comprovado, 
nos casos de força maior ou outra 
circunstância por ela apresentada que 
possa ser entendida como causa que de 
fato impediu-a de comparecer. 
Quando se tratar de servidores públicos ou de militares, deverá 
ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato, pedindo o 
seu comparecimento. No caso de militar de patente superior a do 
Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será obrigatório, 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
19 
 
em função de que todo militar quando participa de atos desta natureza 
está cumprindo uma determinação superior, ou seja, a ordem expressa 
no ofício de apresentação. 
No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender à 
notificação do Encarregado, costumeiramente se deve repetir a 
notificação por mais duas vezes, com a finalidade de tentar convencer 
a testemunha a comparecer, principalmente mostrando-lhe a 
importância de suas declarações para a formação da prova. 
No IPM não há um número mínimo ou máximo de 
testemunhas a serem inquiridas. O 
encarregado deverá inquirir todas as 
pessoas que souberem ou tiverem 
informações importantes sobre a infração 
penal militar investigada. 
 
Em princípio, qualquer pessoa 
poderá ser testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião. 
Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o 
cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do Acusado, bem como 
pessoa que com ele tenha vínculo de adoção, salvo quando não for 
possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de 
suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação legal de depor, 
conforme aponta o art. 354, do CPPM. 
Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de 
função, ministério, ofício ou profissão devam guardar segredo do que 
souberem, salvo se desobrigadas pela parte interessada. 
 
 O Presidente e o Vice-Presidente da República, os 
Governadores e Interventores dos Estados, os Ministros de Estado, os 
Senadores, os Deputados Federais e Estaduais, os membros do Poder 
Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal e dos 
Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
20 
 
Contas da União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos 
Advogados Brasileiros e os Presidentes do Conselho Federal e dos 
Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil; 
 As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por 
velhice, que serão inquiridas onde estiverem. 
Sob a ótica do art. 352, do CPPM, no Termo 
de Qualificação e Inquirição de 
Testemunha, a Testemunha deve declarar 
seu nome, idade, estado civil, filiação, 
Identidade, 
residência, 
profissão e lugar 
onde exerce 
atividade, 
telefone, se é parente (e em que grau do 
acusado e do ofendido), quais as suas 
relações com qualquer deles, e relatar o que 
sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na 
denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, 
não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que 
confirma o que prestou no inquérito. Sendo numerária ou referida, 
prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e 
lhe for perguntado. 
Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar 
o Compromisso Legal. Compromissada, a Testemunha será obrigada a 
responder as perguntas que lhe forem feitas pelo Encarregado do IPM. 
Compromisso legal – é o juramento solene prestado antes do seu 
depoimento, em juízo ou no curso do IPM. 
O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente ao 
acusado. Não pratica o crime de perjúrio somente a Testemunha que 
mente, mas aquela que também omite detalhes do que sabe ou se 
recusa a falar o que sabe sobre a infração penal. 
Numerária – é o 
quantitativo de 
testemunhas previsto 
no Código de Processo 
Penal Militar (tem um 
quantitativo máximo). 
Referida– pessoas 
mencionadas nos 
depoimentos das 
testemunhas 
numerárias. 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
21 
 
A critério do Encarregado do IPM,a Testemunha poderá 
responder as perguntas formuladas pelo advogado do indiciado. Todas 
as perguntas à Testemunha serão sempre feitas pelo Encarregado. O 
advogado não pode se dirigir diretamente à Testemunha ou ao 
Ofendido, para indagações e perguntas. 
 
 
 
 
 
 
As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de modo 
que uma não possa presenciar ou ouvir o que outra está declarando, 
ou tomar conhecimento do que já foi declarado. Pelo que regra o art. 
19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais pessoas a serem 
ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia, em período quemedeie entre as sete e dezoito horas, exceto em casos de urgência. 
A Testemunha também não 
deverá ser inquirida por mais de 
quatro horas consecutivas, sendo 
lhe facultado descanso de meia hora, 
caso o tempo de inquirição seja 
superior àquele. As inquirições não 
concluídas até às dezoito horas, como regra, devem ser transferidas 
para o dia seguinte. 
Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do IPM, 
não existindo forma do deslocamento até o local mais apropriado, tanto 
por parte da Testemunha quanto do Escrivão e Encarregado, aquela 
poderá ser inquirida através de Carta Precatória. De acordo com o art. 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
22 
 
361, do CPPM, no curso do IPM, o 
seu Encarregado poderá expedir 
Carta Precatória à autoridade militar 
superior do local onde a testemunha 
estiver servindo ou residindo, a fim 
de notificá-la e inquiri-la, ou 
designar Oficial que a inquira, tendo 
em atenção as normas de 
hierarquia, se a Testemunha for militar. 
Com a Carta Precatória, o Encarregado enviará cópias da parte 
que deu origem ao IPM e da Portaria que lhe determinou a instauração 
e os quesitos formulados para serem respondidos pela Testemunha, 
além de outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato. 
Quando se tratar de Carta Precatória a ser 
expedida à Autoridade Policial Judiciária Militar 
de Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a 
Deprecata diretamente a ela, através da 
CIntPM. 
 
Indiciado/Investigado 
 
Até o presente momento você já é 
capaz de intuir a definição de Indiciado, 
não é? Indiciado é a denominação que se 
dá ao militar alvo de investigação no IPM. 
 
Não existe no CPPM um procedimento próprio para o 
interrogatório do Indiciado, devendo-se aplicar a este os 
procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos 
artigos302 a 306, observando-se o art. 301. 
 
 
Carta precatória – é o 
instrumento através do qual 
se obtém depoimento de 
Ofendido ou Testemunha que 
resida fora da circunscrição da 
autoridade de Polícia Judiciária 
Militar. 
 
Deprecata – é 
sinônimo de carta 
precatória 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
23 
 
 
De acordo com o art. 306, do CPPM, 
o Indiciado será perguntado sobre o seu 
nome, naturalidade, estado, idade, 
filiação, residência, profissão ou meios de 
vida e lugar onde exerce a sua atividade, 
além disso, se sabe ler e escrever. 
Respondidas essas perguntas, poderão 
ainda, caso necessário, o interrogatório 
ser dirigido com as seguintes 
questões, além das elencadas pelo 
Encarregado do IPM: 
 
 Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve 
notícia desta e de que forma? 
 Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando e 
se tem alguma coisa a alegar contra elas) 
 Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a 
alegar a respeito das mesmas? 
 Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou 
qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido 
apreendidos? 
 É verdadeira a imputação que lhe é feita? 
 
Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há 
evidentes indícios da prática de crime militar. 
 
Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando 
não há indícios suficientes da prática de crime militar, apenas a 
materialidade delitiva (aconteceu o delito, mas a autoria ainda 
é desconhecida). 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
24 
 
 Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo 
particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a 
que deva ser imputada a prática do crime? Esteve com elas antes 
ou depois desse fato? 
 Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração? 
Em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena 
imposta e se a cumpriu? 
 Tem quaisquer outras declarações a fazer? 
 
 
Quando se tratar de confissão, esta deverá: 
 
 Ser feita perante o Encarregado do IPM; 
 Ser feita na presença de Testemunhas; 
 Ser livre, espontânea e expressa; 
 Versar sobre o fato principal; 
 Ser verossímil; 
 Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do 
IPM. 
 
Testemunhas do Interrogatório 
 
Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em Flagrante 
Delito (M5), público no Bol PM n.o 190, de 28DEZ18, é de boa técnica 
arrolar duas Testemunhas presenciais do interrogatório do 
Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo ou 
mais antigo. 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
25 
 
RELATÓRIO 
 
O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a 
elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse 
Relatório normalmente é dividido em três partes: 
Introdução, Diligências Realizadas, Resultados 
Obtidos e, finalmente, a Conclusão. 
 
Introdução 
O Encarregado citará: 
 Quem determinou a instauração do IPM? 
 Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia Judiciária 
Militar? 
 Quem é o Investigado/Indiciado? 
 Qual o fato sob apuração? 
 
Diligências Realizadas 
Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas 
pelo Encarregado. É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de 
forma cronológica, com a citação de cada providência contida neles. 
 
Resultados Obtidos 
São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do 
Encarregado. Essa narrativa deve ser feita unicamente com base no 
que consta dos autos e deve apontar o dia, hora, local, meios 
empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada fase 
do delito. 
 
Conclusão 
O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de 
quem é a autoria. Será analisado se há Transgressão Disciplinar. Nesse 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
26 
 
caso, se for de natureza grave, a indicativa de CRD, CD ou CJ, tendo 
como peças exordiais cópia de todo IPM. 
 
Abertura de outro(s) volume 
 
De acordo com o previsto no M5, cada volume deverá conter 
duzentas folhas, sendo que para cada novo volume deverá ser lavrado 
na CAPA: “TERMO DE ABERTURA DO II, ou III ou IV VOLUME”. 
Na hipótese de haver dois ou mais volumes no IPM, o 
Encarregado deverá colocar na capa do 1º: “I VOLUME”. 
 
Solução do IPM 
 
É prevista nos termos do art. 22, §1º, 
do CPPM: a autoridade delegante pode 
concordar ou não com o Encarregado. Se 
discordar, terá que haver motivação. 
 
 
Remessa do IPM a AJMERJ, via Corregedoria Interna da Polícia 
Militar (CIntPM) 
 
Solucionado o IPM pela Autoridade de 
Polícia Judiciária Militar, os autos serão 
encaminhados a uma das Promotorias de 
Justiça vinculadas aAJMERJ, nos termos do 
art. 23, do CPPM, e baseado no art. 4º, 1ª 
Parte, das IRRR GPGJ, n.º 971, de 31JAN01. 
 
 
 
 
Autoridade de 
Polícia Judiciária 
Militar – 
Comandantes, 
Chefes e 
Diretores 
http://www.mprj.mp.br/documents/20184/418856/res971.pdf
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
27 
 
Observações importantes: 
 
Na hipótese de se concluir pela 
existência de indícios de infração penal 
comum, os autos do IPM deverão ser 
enviados diretamente a 1ª, 2ª e 3ª Central 
de Inquéritos, conforme a atribuição de 
cada uma delas. 
 
 Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar 
cópia do Relatório e da Solução à CIntPM. 
 
 As orientações acima estão previstas nas Instruções 
Reguladoras relacionadas à Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan. 2001, 
da Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ofício n.º 030/MP-AJMERJ/2001, 
que estabelecem medidas sobre procedimentos investigatórios (Bol. da 
PM n.º 083, de 07 maio 2001). 
 
Erros mais comuns na confecção de IPM 
 
 
Até aqui, nós vimos todo o caminho 
necessário para a elaboração de um IPM. Vamos 
agora atentar para os erros mais comuns, e 
não deixar mais que eles ocorram, né! 
 
 Falta de autuação nas peças exordiais (“autue-se”) nos autos 
do IPM (CPPM, Art. 21); 
 Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão no 
canto superior direito; 
 Ausência do despacho “julgo procedente- junte-se aos autos” 
nos documentos recebidos; 
Central de Inquéritos – 
é o órgão pertencente à 
estrutura funcional do 
Ministério Público do 
Estado do Rio de Janeiro. 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
28 
 
 Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e 
Juntada - usados de forma incorreta; 
 Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos 
expedidos pelo Encarregado de IPM (deverá ser Certidão), 
quando somente é utilizado o Termo em Comento por ocasião 
de documentos recebidos, ou seja, que vem de fora; 
 Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar 
questões relevantes como, por exemplo, procedência de 
veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização 
do termo de acareação por ocasião de depoimentos 
contraditórios; 
 Falta de auditoria via GPS, quando necessário; 
 Falta de ficha(s) disciplinar(es) dos Investigados/Indiciados; 
 Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM, 
art. 347); 
 Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma 
detalhada o que foi apurado, conforme prevê o M-5 (Objetivo 
do IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e 
Conclusão); 
 Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida 
prorrogação de prazo pela Promotoria em exercício junto a 
AJMERJ; 
 Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve 
Transgressão da Disciplina (e qual), por parte dos envolvidos 
no procedimento, além de Infração Penal Militar; 
 Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como: 
lesão corporal, homicídio, etc. (CPPM, Art. 328); 
 Amarração incorreta e capa imprópria para os autos; 
 Não observação das medidas preliminares a serem adotadas 
(CPPM, art. 12), 
 Denominação incorreta das pessoas ouvidas no procedimento, 
tais como: declarante, envolvido, depoente. No IPM, o sujeito 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
29 
 
é ouvido como “Investigado/Indiciado, Testemunha e 
Ofendido”, dependendo de cada situação; 
 Falta de inutilização do verso das folhas em branco com dois 
traços transversais; 
 Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Solução 
do Comandante Geral; 
 Termo de Encerramento de Volume (o Termo de Encerramento 
só se usa na fase judicial, por ordem da autoridade judiciária 
competente). 
 Ausência de comunicação à autoridade delegante de 
prorrogação de prazo pelo Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ordem das peças iniciais dos autos de IPM 
 
Fl. 01 – Capa com autuação; 
Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM; 
Fl. 03 – Nomeação do Escrivão; 
Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão; 
Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM; 
Fl. ... – Demais documentos anexos à Portaria da autoridade delegante. 
Fl. ... – Conclusão; 
Fl. ... – Despacho; 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
30 
 
Fl. ...- Recebimento; 
Fl.... – Certidão; etc. 
 
CONCLUSÃO 
 
A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores a 
exata noção de como desempenhar a atividade de polícia judiciária 
militar, que é de suma importância à vida militar, mantendo-se os 
princípios da hierarquia e da disciplina. 
Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas 
Forças Auxiliares pelos Oficiais, e Subtenentes e Sargentos. 
Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia 
judiciária militar passa a ser uma ferramenta muito eficaz para que não 
sejam violados os pilares básicos da estrutura castrense, quais sejam, 
a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação, funciona como 
instrumento de restabelecimento aos prefalados princípios, como 
também serve como caráter inibidor a condutas contrárias ao 
ordenamento jurídico. 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR DISPONIBILIZADO NA 
PLATAFORMA 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
31 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. 
Comentários – Doutrina – Jurisprudência dos Tribunais 
Militares e Tribunais Superiores. 6ª Edição – Revista e Atualizada. 
Juruá Editora. 2009. 
 
ASSIS, Jorge Cesar de. Curso de Direito Disciplinar Militar – Da 
Simples Transgressão ao Processo Administrativo. 4ª Edição – 
Revista, Ampliada e Atualizada. Juruá Editora. 2013. 
 
Boletim da PMERJ, n.º 190, de 28 de Dezembro de 2018. Manual de 
IPM - M5. 
 
BRASIL.ConstituiçãodaRepúblicaFederativa doBrasil, de 05 de 
Outubro de 1988. 
 
Decreto Estadual n.º 6.579, de 05 de Março 1983. Poder 
Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1983. 
 
Decreto-Lei n° 1.001, de 21 de Outubro de 1969. 
 
Decreto-Lei n° 1.002, de 21 de Outubro de 1969. 
 
Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. 
 
Decreto-Lei n° 3.689, de 03 de Outubro de 1941. 
 
Lei Estadual n.º 443, de 01 de Julho 1981.Poder Executivo 
Estadual, Rio de Janeiro, 1981. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Brasília 
Jurídica. 2006. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3º Edição, Editora Brasília 
Jurídica, 2006. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. 3ª Edição 
Atualizada. Editora Método. 2009. 
 
NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcelllo. Manual de 
Direito Penal Militar. 4ª Edição. Saraiva. 2014. 
 
NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual 
Penal Militar, em Tempo de Paz. 4ª Edição. Saraiva. 2014. 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
32 
 
PMERJ. Boletim da PMERJ, n.º 154, de 16 de Agosto de 
2001.Instruções Reguladoras Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, 
de 31jan2001, que estabelecem medidas sobre Procedimentos 
Investigatórios. 
 
RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição Estadual do Rio de 
Janeiro, 05 de Outubro de 1989. 
 
ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado – 
Artigo por Artigo – Parte Geral. Editora Líder, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
33 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação. 
 
2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir pessoa 
(s), em outro Estado da Federação? 
 
3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem? 
 
4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para 
onde os autos serão encaminhados? 
 
5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos 
no IPM? 
 
6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM? 
 
7) Quando se instauram AVE e IPM? 
 
8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando 
a Testemunha, muito embora tenha sido notificada por duas vezes, não 
comparece para prestar depoimento? 
 
9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando 
se vê diante indícios de crime militar, em desfavor de Superior 
Hierárquico? 
 
10) Quais são as espécies de Averiguação? 
 
11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são inseridas 
suas conclusões sobre os fatos apurados? 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
34 
 
12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária 
Militar, ao analisar os autos do IPM? 
 
13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação? 
 
14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com 
autoria e materialidade definidas? 
 
15) Admite-se Perícia, na Averiguação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
35 
 
GABARITO 
 
1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e Testemunha. 
IPM:Encarregado, Escrivão, Indiciado (Investigado), Ofendido e 
Testemunha. 
 
2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM. 
 
3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo 
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu 
delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o 
indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos 
demais casos. (Art. 11 do CPPM). 
 
4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela 
autoridade policial que determinou sua instauração, deverãoos 
Autos serem remetidos por ofício, através da Corregedoria Interna 
da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam 
perante a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de 
cada uma. 
 
5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado 
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar 
a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado 
estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o 
inquérito. Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte 
dias pela autoridade militar superior, desde que não estejam 
concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de 
diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de 
prorrogação deve ser feito em tempo oportuno (72 horas) antes do 
término do prazo, de modo a ser atendido antes da terminação do 
prazo. 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
36 
 
 
6) 1= Capa; 
2= Portaria do Encarregado; 
3= Nomeação do Escrivão; 
4= Compromisso do Escrivão; e 
5= Portaria determinando a instauração do IPM. 
 
7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar 
sem autoria e/ou materialidade definida de prática de conduta 
contrária a dispositivos penal militar ou penal comum e, ainda, 
cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para 
apuração de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM, 
Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de Identidade Funcional). Se na 
Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar, 
com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de outros 
elementos de provas, os autos serão encaminhados à AJMERJ, sem 
instauração de IPM. 
IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer 
materialidade sem autoria definida. 
 
8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da 
AJMERJ, requerendo a expedição do competente Mandado de 
Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha recalcitrante. 
Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio 
Encarregado como Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem 
judicial. 
 
9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções 
sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º, do art.7º, do 
CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo ou superior 
hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, §5º, do 
CPPM. 
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 
37 
 
 
10)a) Ordinária; 
 b) Sumária; e 
c) Sumaríssima. 
 
11) parecer 
12) solução 
13) sim 
14) não. Instaura–se IPM 
15) sim. Pode acionar o CCrim

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