Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 2 Autoridades Governador do Estado do Riode Janeiro Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva Secretário de Estado de Polícia Militar e Comandante-Geral Exmº Sr Coronel Luiz Henrique Pires Subsecretário de Estado de Polícia Militar e Chefe do Estado- Maior Geral Ilmº Sr Coronel Eduardo Sarmento da Costa Diretor-Geral de Ensino e Instrução Ilmº Sr Coronel Marco Aurelio Ciarlini Guarabyra Vollmer Comandante do CFAP 31 de Voluntários Ilmº Sr Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 3 APRESENTAÇÃO Atualmente, conhecimento, informação, tecnologia e serviço constituem valores de primeira grandeza, capazes de transformar o ambiente interno e externo das organizações sociais e das instituições públicas. No intuito de instigar a autonomia, permitir a flexibilidade temporal, evitar o deslocamento de efetivo e facilitar questões de cunho logístico, o Comando da Corporação, através da proposta do Diretor-Geral de Ensino e Instrução, interligando os eixos acima supracitados, oferece a você, Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o Curso Especial de Formação de Sargentos EAD/2021 (CEFS – EAD/2021). Este curso tem por objetivo não só capacitar, mas confirmar as divisas dos policiais militares já promovidos à graduação de 3º Sargento. Para tanto, as disciplinas do CEFS serão todas no ambiente virtual de aprendizagem, através da Escola Virtual, do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM). Assim, ressaltamos a importância de sua dedicação ao curso, pois um policial militar bem formado, bem treinado, capacitado e motivado para o cumprimento da missão, conhecedor dos valores institucionais alicerçados sob a base do conhecimento, da informação, da tecnologia e do serviço é capaz de consolidar e aprimorar a sua consciência democrática; cultivar elevados padrões morais para continuar com dignidade no exercício da profissão; garantir o respeito às leis e a dedicação ao cumprimento do dever; estimular o senso de responsabilidade e o interesse pela comunidade; dentre outros. Desta forma, esperamos que com este curso você, policial militar, possa estar fortalecendo seu vínculo profissional, repensando o seu papel como profissional diante da necessidade de soluções cada vez mais rápidas e dentro da legalidade para os mais complexos problemas enfrentados no singular cotidiano do Estado do Rio de Janeiro. Desejamos a todos bons estudos! Marco Aurélio C. Guarabyra Vollmer – Coronel PM Diretor-Geral de Ensino e Instrução Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM Comandante do CFAP PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 4 Desenvolvedores CFAP Supervisão e Coordenação Pedagógica Cap PM PED Patricia Kalife Paiva 3º SGT PM Rodrigo Barroso Candido CB PM Juliana Pereira de Carvalho SD PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira Conteudista 1º TEN PM Ref Maurício Vieira CEADPM Supervisão Geral EAD MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira Equipe Técnica SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos SD PM Lucas Almeida de Oliveira SD PM Diogo Ramalho Pereira Diagramação 2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 2º SGT PM Wallace Reis Fernandes CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira CB PM Vanessa Souza Rino Bahia Design Instrucional 1º SGT PM Eloisa Cláudia Clemente de Almeida CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira Filmagem e Edição de Vídeo CB PM Renan Campos Barbosa SD PM Alessandra Albuquerque da Silva Designer Gráfico / Diagramação Interativa 2º SGT PM Wallace Reis Fernandes SD PM Leonardo da Silva Ramos Suporte ao Aluno CB PM Vanessa Souza Rino Bahia PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................... 6 AVERIGUAÇÃO ......................................................................... 8 INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ............................................. 11 RELATÓRIO............................................................................ 25 CONCLUSÃO ........................................................................... 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 31 EXERCÍCIOS .......................................................................... 33 GABARITO ............................................................................. 35 PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 6 INTRODUÇÃO Esta disciplina tem por objetivo ensinar o conjunto de procedimentos a serem adotados, em conformidade com as formalidades previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), bem como nos demais regulamentos e normas vigentes que tratam do assunto, que tenham por finalidade servir de suporte básico para a confecção dos procedimentos apuratórios elaborados no âmbito da Corporação. Nosso foco será o Inquérito Policial Militar (IPM) e Averiguação, sendo o primeiro instrutivo da Ação Penal Militar, e o segundo de apuração de fatos meramente administrativos ou reunir elementos mínimos que possam servir de base à instauração do IPM, pois servirão de embasamento ao Ministério Público para oferecimento de denúncia à Autoridade Judiciária Militar competente, dando início à Ação Penal Militar. Insta salientar que a disciplina de Prática Processual é muito importante, porque possibilita o uso de ferramentas processuais por parte do Investigador, no que se refere à elaboração de Averiguação e IPM. Assim, surge da imperiosa necessidade do Comandante, Chefe ou Diretor de OPM apurar, em seus mínimos detalhes, o cometimento, em tese, de uma transgressão disciplinar, fatos de natureza meramente administrativa ou crime militar. Para tal, dependendo da gravidade da irregularidade, o Comandante escolhe a espécie de apuração dos fatos. Desde o IPM, que é a mais formal de todas, passando pela Averiguação, que é a menos formal. Na Averiguação, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem ser nomeados na condição de Averiguador pelo Comandante, Chefe ou Diretor, obedecendo-se sempre a hierarquia. Daí a grande importância desta disciplina para vocês!!! No IPM, apenas o Oficial pode ser nomeado na condição de Encarregado, também em fiel observância ao princípio da hierarquia; PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 7 na condição de Escrivão, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem exercer esta função. Deste modo, estude com atenção, zelo e dedicação. Além do conteúdo em si, deixaremos a disposição o material complementar que oferecerá modelos e exemplos que o auxiliarão nesta nova fase da carreira. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 8 Você sabe o que é uma Averiguação? AVERIGUAÇÃO Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é uma espécie do gênero Procedimento Apuratório, que tem como finalidade apurar fatos, sejam de natureza meramente administrativa, sejam de natureza criminal. Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de natureza administrativa e de natureza criminal, para que você possa entender a diferença: PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 9 Espécies de Averiguação Na PMERJ, temos três espécies de Averiguação. Você sabe quais são? Então vamos lá: Averiguação Ordinária: É a mais utilizada na rotina militar, ou seja, é a mais comum. Este tipo de Averiguação serve para apurar tanto os fatos de natureza criminal quanto os fatos de natureza administrativa. Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é instaurada quando é preciso apurar fatos no menorprazo possível. Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de averiguação para apurar se o falecimento de um PM da ativa foi em decorrência de ato de serviço. Esta averiguação é realizada pelo Oficial Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme publicação no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17. Personagens Vamos agora conhecer todos os envolvidos em uma Averiguação e como serão tecnicamente declarados nos autos: https://drive.google.com/file/d/1QoRKS5nZFMns4rAgZ6S05af5rAofFN5C/view?usp=sharing PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 10 Em regra, o prazo para conclusão de uma Averiguação é de trinta dias corridos. O Averiguador pode ser um Oficial, Subtenente ou Sargento. Ele será o responsável pela investigação. O Averiguador é selecionado por uma Autoridade de Polícia Judiciária Militar. Já o Averiguado, este é o alvo da investigação. Prazo Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante ter atenção aos prazos. Essa missão cabe ao Averiguador. Parecer Ao final da investigação, o Averiguador elaborará um circunstanciado Parecer relatando todos os fatos apurados. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 11 Solução A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao Averiguador competência para apuração dos fatos solucionará a Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador, com base nos fatos apurados. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR Conceito e Finalidade do IPM Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art. 9º, do CPPM, que define o que é o IPM. Desta forma, podemos entender que o IPM, instituído pelo CPPM, é um procedimento administrativo de Polícia Judiciária Militar O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. https://pt.wikipedia.org/wiki/Inqu%C3%A9rito_Policial_Militar PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 12 inquisitorial, investigatório, sigiloso, desenvolvido unilateralmente pela administração militar. Instauração de IPM Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O início da contagem do prazo se dá com a Portaria de Instauração, baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria do Encarregado será sempre a folha n.º 2 dos autos de um IPM. Encarregado do IPM e Escrivão De acordo com o Art. 15, do CPPM, o Encarregado do IPM será, sempre que possível, Oficial de posto não inferior ao de Capitão. A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo Encarregado. Geralmente recai em Segundo-Tenente ou Primeiro- Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o escrivão pode ser um Subtenente ou Sargento. O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde logo, nos primeiros atos do IPM, quando avaliar as provas que imprescindivelmente terá de produzir, requerer as provas periciais, pois estas são as mais demoradas, devendo ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o Indiciado, proceder reconhecimento de pessoas e coisas, acareações, exame de corpo de delito (não pode ser dispensado e nem suprido por atestado ou relatório médico), laudos de avaliação de coisa, de servibilidade de arma de fogo ou outro instrumento do crime, exame de balística, reconstituição dos fatos, proceder as buscas e apreensões pertinentes, enfim o Encarregado deve preocupar-se em realizar e anexar todas provas cabíveis. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 13 Fique atento para as principais dúvidas: Prazo para Elaboração do IPM O IPM, como regra, deverá ser encerrado, ou seja, elaborado, no prazo de quarenta dias. Em situações de absoluta necessidade e devidamente justificado, existindo exames e perícias a serem realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo poderá ser prorrogado por até vinte dias, o que faz com que o prazo total seja de até sessenta dias. Na hipótese de imprescindibilidade de prorrogação excepcional de prazo, com indiciado solto, o Encarregado deverá expor os motivos, de forma fundamentada, ao Ministério Público em exercício junto à Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ). Quando se apurar infração penal atribuída a indiciado preso, o prazo será de vinte dias, improrrogáveis. Este prazo, se o IPM iniciar com o indiciado preso, será contado a partir de sua instauração. Se ele for preso durante a fruição do prazo regulamentar, a partir do momento de sua prisão, conta-se o prazo fatal de vinte dias. A regra citada acima está contida no art. 20 e parágrafos 1° e 3°, do CPPM. Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento em que se efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 14 Agora vamos entender como a lei trata a questão da prisão. CLIQUE AQUI PARA ATENTAR NA DIFERENÇA! O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o indiciado solto e vinte dias com o indiciado preso, não se ultrapassando o prazo inicial de quarenta dias. Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias? O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo de quarenta dias. Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver transcorrido cinquenta dias, momento em que se efetiva a prisão do Indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo máximo para a conclusão do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se ocorrer a prisão durante o período de prorrogação do prazo, o prazo final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo, o Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM. Prisão Provisória do Indiciado Segundo o Art. 18, do CPPM Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse https://drive.google.com/file/d/1OwAatSwdE8H40APLhpYH6cl3hFOyRjor/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1OwAatSwdE8H40APLhpYH6cl3hFOyRjor/view?usp=sharing PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 15 prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. Segundo o Art. 5º, LXI, da CRFB/88 Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de que: A medida coercitiva deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP, relaxará a prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento por mais tempo, além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão preventiva, mediante representação do encarregado do inquérito ou a requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos para a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, 2009) Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em tese, tem o poder de expedir ordem de prisão ao indiciado, independente de flagrante delito, bastando, para sua formalização, simples comunicação à autoridade competente, que no caso subentende-se, pela regra de prorrogação, ser a autoridade delegante. Há vários autores que defendem que esseartigo ainda está em vigor, podendo a detenção ser determinada nos crimes militares próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI, do art. 5º da Constituição Federal, citado acima. 1DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, Editora Método, pág. 63, 2009. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 16 Prova do fato delituoso Indícios suficiente de autoria Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável, poderá representar ao Juiz de Direito do Juízo Militar pela prisão preventiva, no curso do IPM. A prisão preventiva está prevista no CPPM. De acordo com o art. 254, a prisão preventiva pode ser decretada pelo Juiz de Direito do Juízo Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além dos requisitos já citados, deverá fundar-se em um dos seguintes casos: PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 17 Ofendido Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM? O Ofendido é, na verdade, a própria vítima da ação delituosa, o sujeito passivo secundário, ou seja, o titular do direito lesado pela ação ou omissão do agente ativo. No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão inseridos nos artigos 311 a 313. Sempre que possível, o Ofendido deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá ser o primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra impositiva e inflexível, pelo menos no IPM. Esta regra não pode ser absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica gravemente ferido, só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o procedimento inquisitorial, ou perdendo a própria vida. Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da infração penal, do tipo: quem seria ou se presume ser o autor e as provas que possam indicar. Suas declarações devem ser reduzidas a termo, chamado de “Termo de Qualificação e Perguntas ao Ofendido”. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 18 A definição de Testemunha você já deve conhecer, não é? Mais vale a pena conferir: Testemunha Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de um ato ou de um fato. Logo, é quem viu ou soube das circunstâncias em que uma determinada situação aconteceu. No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos nos artigos 347 a 364. Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem inquiridas, as Testemunhas serão notificadas diretamente pela autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois não se trata de um pedido, e sim da comunicação de uma imposição. O comparecimento da testemunha é obrigatório, não podendo ela eximir-se, salvo impedimento devidamente comprovado, nos casos de força maior ou outra circunstância por ela apresentada que possa ser entendida como causa que de fato impediu-a de comparecer. Quando se tratar de servidores públicos ou de militares, deverá ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato, pedindo o seu comparecimento. No caso de militar de patente superior a do Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será obrigatório, PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 19 em função de que todo militar quando participa de atos desta natureza está cumprindo uma determinação superior, ou seja, a ordem expressa no ofício de apresentação. No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender à notificação do Encarregado, costumeiramente se deve repetir a notificação por mais duas vezes, com a finalidade de tentar convencer a testemunha a comparecer, principalmente mostrando-lhe a importância de suas declarações para a formação da prova. No IPM não há um número mínimo ou máximo de testemunhas a serem inquiridas. O encarregado deverá inquirir todas as pessoas que souberem ou tiverem informações importantes sobre a infração penal militar investigada. Em princípio, qualquer pessoa poderá ser testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião. Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do Acusado, bem como pessoa que com ele tenha vínculo de adoção, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação legal de depor, conforme aponta o art. 354, do CPPM. Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de função, ministério, ofício ou profissão devam guardar segredo do que souberem, salvo se desobrigadas pela parte interessada. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Governadores e Interventores dos Estados, os Ministros de Estado, os Senadores, os Deputados Federais e Estaduais, os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal e dos Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 20 Contas da União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os Presidentes do Conselho Federal e dos Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil; As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por velhice, que serão inquiridas onde estiverem. Sob a ótica do art. 352, do CPPM, no Termo de Qualificação e Inquirição de Testemunha, a Testemunha deve declarar seu nome, idade, estado civil, filiação, Identidade, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, telefone, se é parente (e em que grau do acusado e do ofendido), quais as suas relações com qualquer deles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que prestou no inquérito. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for perguntado. Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar o Compromisso Legal. Compromissada, a Testemunha será obrigada a responder as perguntas que lhe forem feitas pelo Encarregado do IPM. Compromisso legal – é o juramento solene prestado antes do seu depoimento, em juízo ou no curso do IPM. O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente ao acusado. Não pratica o crime de perjúrio somente a Testemunha que mente, mas aquela que também omite detalhes do que sabe ou se recusa a falar o que sabe sobre a infração penal. Numerária – é o quantitativo de testemunhas previsto no Código de Processo Penal Militar (tem um quantitativo máximo). Referida– pessoas mencionadas nos depoimentos das testemunhas numerárias. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 21 A critério do Encarregado do IPM,a Testemunha poderá responder as perguntas formuladas pelo advogado do indiciado. Todas as perguntas à Testemunha serão sempre feitas pelo Encarregado. O advogado não pode se dirigir diretamente à Testemunha ou ao Ofendido, para indagações e perguntas. As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de modo que uma não possa presenciar ou ouvir o que outra está declarando, ou tomar conhecimento do que já foi declarado. Pelo que regra o art. 19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais pessoas a serem ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia, em período quemedeie entre as sete e dezoito horas, exceto em casos de urgência. A Testemunha também não deverá ser inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo lhe facultado descanso de meia hora, caso o tempo de inquirição seja superior àquele. As inquirições não concluídas até às dezoito horas, como regra, devem ser transferidas para o dia seguinte. Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do IPM, não existindo forma do deslocamento até o local mais apropriado, tanto por parte da Testemunha quanto do Escrivão e Encarregado, aquela poderá ser inquirida através de Carta Precatória. De acordo com o art. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 22 361, do CPPM, no curso do IPM, o seu Encarregado poderá expedir Carta Precatória à autoridade militar superior do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de notificá-la e inquiri-la, ou designar Oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de hierarquia, se a Testemunha for militar. Com a Carta Precatória, o Encarregado enviará cópias da parte que deu origem ao IPM e da Portaria que lhe determinou a instauração e os quesitos formulados para serem respondidos pela Testemunha, além de outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato. Quando se tratar de Carta Precatória a ser expedida à Autoridade Policial Judiciária Militar de Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a Deprecata diretamente a ela, através da CIntPM. Indiciado/Investigado Até o presente momento você já é capaz de intuir a definição de Indiciado, não é? Indiciado é a denominação que se dá ao militar alvo de investigação no IPM. Não existe no CPPM um procedimento próprio para o interrogatório do Indiciado, devendo-se aplicar a este os procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos artigos302 a 306, observando-se o art. 301. Carta precatória – é o instrumento através do qual se obtém depoimento de Ofendido ou Testemunha que resida fora da circunscrição da autoridade de Polícia Judiciária Militar. Deprecata – é sinônimo de carta precatória PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 23 De acordo com o art. 306, do CPPM, o Indiciado será perguntado sobre o seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência, profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, além disso, se sabe ler e escrever. Respondidas essas perguntas, poderão ainda, caso necessário, o interrogatório ser dirigido com as seguintes questões, além das elencadas pelo Encarregado do IPM: Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve notícia desta e de que forma? Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas) Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a alegar a respeito das mesmas? Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos? É verdadeira a imputação que lhe é feita? Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há evidentes indícios da prática de crime militar. Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando não há indícios suficientes da prática de crime militar, apenas a materialidade delitiva (aconteceu o delito, mas a autoria ainda é desconhecida). PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 24 Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do crime? Esteve com elas antes ou depois desse fato? Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração? Em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu? Tem quaisquer outras declarações a fazer? Quando se tratar de confissão, esta deverá: Ser feita perante o Encarregado do IPM; Ser feita na presença de Testemunhas; Ser livre, espontânea e expressa; Versar sobre o fato principal; Ser verossímil; Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do IPM. Testemunhas do Interrogatório Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em Flagrante Delito (M5), público no Bol PM n.o 190, de 28DEZ18, é de boa técnica arrolar duas Testemunhas presenciais do interrogatório do Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo ou mais antigo. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 25 RELATÓRIO O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse Relatório normalmente é dividido em três partes: Introdução, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e, finalmente, a Conclusão. Introdução O Encarregado citará: Quem determinou a instauração do IPM? Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia Judiciária Militar? Quem é o Investigado/Indiciado? Qual o fato sob apuração? Diligências Realizadas Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas pelo Encarregado. É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de forma cronológica, com a citação de cada providência contida neles. Resultados Obtidos São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do Encarregado. Essa narrativa deve ser feita unicamente com base no que consta dos autos e deve apontar o dia, hora, local, meios empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada fase do delito. Conclusão O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de quem é a autoria. Será analisado se há Transgressão Disciplinar. Nesse PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 26 caso, se for de natureza grave, a indicativa de CRD, CD ou CJ, tendo como peças exordiais cópia de todo IPM. Abertura de outro(s) volume De acordo com o previsto no M5, cada volume deverá conter duzentas folhas, sendo que para cada novo volume deverá ser lavrado na CAPA: “TERMO DE ABERTURA DO II, ou III ou IV VOLUME”. Na hipótese de haver dois ou mais volumes no IPM, o Encarregado deverá colocar na capa do 1º: “I VOLUME”. Solução do IPM É prevista nos termos do art. 22, §1º, do CPPM: a autoridade delegante pode concordar ou não com o Encarregado. Se discordar, terá que haver motivação. Remessa do IPM a AJMERJ, via Corregedoria Interna da Polícia Militar (CIntPM) Solucionado o IPM pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, os autos serão encaminhados a uma das Promotorias de Justiça vinculadas aAJMERJ, nos termos do art. 23, do CPPM, e baseado no art. 4º, 1ª Parte, das IRRR GPGJ, n.º 971, de 31JAN01. Autoridade de Polícia Judiciária Militar – Comandantes, Chefes e Diretores http://www.mprj.mp.br/documents/20184/418856/res971.pdf PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 27 Observações importantes: Na hipótese de se concluir pela existência de indícios de infração penal comum, os autos do IPM deverão ser enviados diretamente a 1ª, 2ª e 3ª Central de Inquéritos, conforme a atribuição de cada uma delas. Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar cópia do Relatório e da Solução à CIntPM. As orientações acima estão previstas nas Instruções Reguladoras relacionadas à Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan. 2001, da Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ofício n.º 030/MP-AJMERJ/2001, que estabelecem medidas sobre procedimentos investigatórios (Bol. da PM n.º 083, de 07 maio 2001). Erros mais comuns na confecção de IPM Até aqui, nós vimos todo o caminho necessário para a elaboração de um IPM. Vamos agora atentar para os erros mais comuns, e não deixar mais que eles ocorram, né! Falta de autuação nas peças exordiais (“autue-se”) nos autos do IPM (CPPM, Art. 21); Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão no canto superior direito; Ausência do despacho “julgo procedente- junte-se aos autos” nos documentos recebidos; Central de Inquéritos – é o órgão pertencente à estrutura funcional do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 28 Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e Juntada - usados de forma incorreta; Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos expedidos pelo Encarregado de IPM (deverá ser Certidão), quando somente é utilizado o Termo em Comento por ocasião de documentos recebidos, ou seja, que vem de fora; Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar questões relevantes como, por exemplo, procedência de veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização do termo de acareação por ocasião de depoimentos contraditórios; Falta de auditoria via GPS, quando necessário; Falta de ficha(s) disciplinar(es) dos Investigados/Indiciados; Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM, art. 347); Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma detalhada o que foi apurado, conforme prevê o M-5 (Objetivo do IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e Conclusão); Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida prorrogação de prazo pela Promotoria em exercício junto a AJMERJ; Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve Transgressão da Disciplina (e qual), por parte dos envolvidos no procedimento, além de Infração Penal Militar; Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como: lesão corporal, homicídio, etc. (CPPM, Art. 328); Amarração incorreta e capa imprópria para os autos; Não observação das medidas preliminares a serem adotadas (CPPM, art. 12), Denominação incorreta das pessoas ouvidas no procedimento, tais como: declarante, envolvido, depoente. No IPM, o sujeito PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 29 é ouvido como “Investigado/Indiciado, Testemunha e Ofendido”, dependendo de cada situação; Falta de inutilização do verso das folhas em branco com dois traços transversais; Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Solução do Comandante Geral; Termo de Encerramento de Volume (o Termo de Encerramento só se usa na fase judicial, por ordem da autoridade judiciária competente). Ausência de comunicação à autoridade delegante de prorrogação de prazo pelo Ministério Público. Ordem das peças iniciais dos autos de IPM Fl. 01 – Capa com autuação; Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM; Fl. 03 – Nomeação do Escrivão; Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão; Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM; Fl. ... – Demais documentos anexos à Portaria da autoridade delegante. Fl. ... – Conclusão; Fl. ... – Despacho; PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 30 Fl. ...- Recebimento; Fl.... – Certidão; etc. CONCLUSÃO A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores a exata noção de como desempenhar a atividade de polícia judiciária militar, que é de suma importância à vida militar, mantendo-se os princípios da hierarquia e da disciplina. Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas Forças Auxiliares pelos Oficiais, e Subtenentes e Sargentos. Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia judiciária militar passa a ser uma ferramenta muito eficaz para que não sejam violados os pilares básicos da estrutura castrense, quais sejam, a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação, funciona como instrumento de restabelecimento aos prefalados princípios, como também serve como caráter inibidor a condutas contrárias ao ordenamento jurídico. MATERIAL COMPLEMENTAR DISPONIBILIZADO NA PLATAFORMA PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. Comentários – Doutrina – Jurisprudência dos Tribunais Militares e Tribunais Superiores. 6ª Edição – Revista e Atualizada. Juruá Editora. 2009. ASSIS, Jorge Cesar de. Curso de Direito Disciplinar Militar – Da Simples Transgressão ao Processo Administrativo. 4ª Edição – Revista, Ampliada e Atualizada. Juruá Editora. 2013. Boletim da PMERJ, n.º 190, de 28 de Dezembro de 2018. Manual de IPM - M5. BRASIL.ConstituiçãodaRepúblicaFederativa doBrasil, de 05 de Outubro de 1988. Decreto Estadual n.º 6.579, de 05 de Março 1983. Poder Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1983. Decreto-Lei n° 1.001, de 21 de Outubro de 1969. Decreto-Lei n° 1.002, de 21 de Outubro de 1969. Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Decreto-Lei n° 3.689, de 03 de Outubro de 1941. Lei Estadual n.º 443, de 01 de Julho 1981.Poder Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1981. LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Brasília Jurídica. 2006. LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3º Edição, Editora Brasília Jurídica, 2006. LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Editora Método. 2009. NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcelllo. Manual de Direito Penal Militar. 4ª Edição. Saraiva. 2014. NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar, em Tempo de Paz. 4ª Edição. Saraiva. 2014. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 32 PMERJ. Boletim da PMERJ, n.º 154, de 16 de Agosto de 2001.Instruções Reguladoras Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, de 31jan2001, que estabelecem medidas sobre Procedimentos Investigatórios. RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição Estadual do Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 1989. ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado – Artigo por Artigo – Parte Geral. Editora Líder, 2009. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 33 EXERCÍCIOS 1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação. 2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir pessoa (s), em outro Estado da Federação? 3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem? 4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para onde os autos serão encaminhados? 5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos no IPM? 6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM? 7) Quando se instauram AVE e IPM? 8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando a Testemunha, muito embora tenha sido notificada por duas vezes, não comparece para prestar depoimento? 9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando se vê diante indícios de crime militar, em desfavor de Superior Hierárquico? 10) Quais são as espécies de Averiguação? 11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são inseridas suas conclusões sobre os fatos apurados? PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 34 12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, ao analisar os autos do IPM? 13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação? 14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com autoria e materialidade definidas? 15) Admite-se Perícia, na Averiguação? PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 35 GABARITO 1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e Testemunha. IPM:Encarregado, Escrivão, Indiciado (Investigado), Ofendido e Testemunha. 2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM. 3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. (Art. 11 do CPPM). 4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela autoridade policial que determinou sua instauração, deverãoos Autos serem remetidos por ofício, através da Corregedoria Interna da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam perante a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de cada uma. 5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno (72 horas) antes do término do prazo, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 36 6) 1= Capa; 2= Portaria do Encarregado; 3= Nomeação do Escrivão; 4= Compromisso do Escrivão; e 5= Portaria determinando a instauração do IPM. 7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar sem autoria e/ou materialidade definida de prática de conduta contrária a dispositivos penal militar ou penal comum e, ainda, cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para apuração de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM, Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de Identidade Funcional). Se na Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar, com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de outros elementos de provas, os autos serão encaminhados à AJMERJ, sem instauração de IPM. IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer materialidade sem autoria definida. 8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da AJMERJ, requerendo a expedição do competente Mandado de Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha recalcitrante. Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio Encarregado como Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem judicial. 9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º, do art.7º, do CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo ou superior hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, §5º, do CPPM. PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS 37 10)a) Ordinária; b) Sumária; e c) Sumaríssima. 11) parecer 12) solução 13) sim 14) não. Instaura–se IPM 15) sim. Pode acionar o CCrim
Compartilhar