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244798480-Apostila-de-Pratica-Processual-Civil-OAB-2-FASE-pdf

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APOST ILA DE PRÁT ICA 
PROC ES SUAL CIVIL
Como fazer Petição Inicial, Contestação, Reconvenção, 
Exceções com alguns modelos (não muitos)
Sumário
Petição Inicial..................................................................................................................................3
Contestação....................................................................................................................................15
Contestação nos Juizados Especiais Civeis....................................................................................23
Exceções.........................................................................................................................................24
Reconvenção..................................................................................................................................27
2
1. Conceito e importância
A petição inicial é a peça escrita que dá início ao processo judicial, conforme dispõe o art. 2o. do 
Código de Processo Civil. Depois de redigida a petição inicial, é apresentada ao Juiz de Direito, 
mediante a distribuição, iniciando-se então a Ação judicial, nos termos do art. 263 do CPC. 
Infere-se desse raciocínio, que há dois sujeitos na relação processual: o sujeito ativo – autor da 
Ação e o sujeito passivo – o réu, contra quem o Autor propõe a Ação, devendo-se aí observar a 
legitimidade das partes.
Aliás, há de se atentar que a petição inicial deve conter todos os requisitos processuais, 
caracterizados pelas condições da Ação (art.267, VI do CPC) e pressupostos processuais. Nas 
condições da Ação, está o interesse de Agir (ou processual) na demanda, a possibilidade jurídica 
do pedido e a legitimidade das partes. Já os pressupostos processuais são os de constituição e 
desenvolvimento válido e regular do processo, tais como a Competência da Ação, que 
analisaremos adiante. 
Contudo, sendo o primeiro ato realizado no processo, a petição inicial deve ser muito bem 
elaborada, pois repercutirá em vários aspectos, tais como:
* dela também dependerá o êxito do processo, positivo ou negativo; 
* após a citação do réu, só poderá ser modificada com o seu consentimento (art. 264 CPC);
* torna-se imutável após o despacho saneador pelo juiz (art. 294 CPC);
* reflete diretamente no conteúdo decisório da sentença, pois o juiz só pode apreciar o que nela 
foi requerido, ou seja, dentro dos limites de seus pedidos.
Tem o juiz, portanto, controle imediato sobre a inicial para deferir ou indeferir (art. 295 CPC), 
liminarmente, o que nela vem requerido.1
1 MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 9 ed. São Paulo: Millennium, 2003. p.51.
3
Portanto, elaborar qualquer petição inicial requer amplo conhecimento dos fatos ocorridos e do 
direito - e aqui inclui-se tanto o direito material quanto o processual.
2. A Linguagem Jurídica
A linguagem forense é o meio pelo qual o Direito se faz útil e efetivo. Disso resulta que o 
trabalho de advogados, promotores, magistrados, delegados de polícia, defensores públicos, entre 
outros, consiste predominantemente em “direito-lógica-linguagem” e, por isso, necessitam 
escrever e falar bem.
Assim, uma petição inicial ou contestação confusa ou prolixa, que não comunica de imediato o 
que se pretende, tem tudo para se resumir em uma longa espera. Com efeito, uma peça judicial 
sem o estilo forense consagrado e o respaldo das regras de gramática e da boa redação, dispõe 
contra o assinante da peça e pode comprometer o destino da causa, lesando o cliente. 
Portanto, o profissional do Direito deve ser cuidadoso ao redigir a peça processual, sobretudo ao 
expor os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido. Se o texto estiver mal elaborado, poderá 
provocar a incompreensão da mensagem veiculada na petição inicial e o Juiz irá indeferí-la por 
considerá-la inepta, nos termos do artigo 295, inciso I, § único, incisos I e II do CPC. Neste caso, 
petição inepta é a que apresenta um texto confuso, contraditório e/ou inconcludente, impedindo e 
prejudicando o direito de defesa do réu.2 
Assim, a petição inicial deverá ser redigida com as características da linguagem formal, 
empregando-se o vocabulário jurídico, que não pode obscurecê-la nem complicá-la, porque 
embora endereçada ao juiz, destina-se também à outra parte. 
2.1. Características da linguagem forense
2.1.1. Impessoalidade
Exige que as petições sempre sejam escritas na terceira pessoa, devendo ser evitado o uso 
constante de vocativos para chamar a atenção do magistrado (Exemplos: Douto Magistrado, 
magnífica Excelência, ilustre Juiz, dentre outros), como também não é necessário utilizar 
adjetivos demasiados quando referir-se à pessoa do Juiz, pois não há hierarquia entre este e o 
Advogado, segundo extrai-se do art. 6° do Estatuto da Advocacia e OAB (Lei n°. 8.906/94). 
Sobre isto, Eduardo Sabbag nos ensina: “Devemos, dessa forma, evitar expressões como ‘vem 
à presença de Vossa Excelência com o mais inclinado respeito...’ Basta ir à presença ou estar 
na presença, pois o advogado tem o dever de postular o direito de seu cliente e o 
magistrado, o dever de prestar a jurisdição.” 3
2.1.2. Concisão 
Ser conciso significa trabalhar com fatos necessários, suficientes para formar o convencimento 
do juiz, ou seja, devem ser evitados fatos e expressões redundantes e repetitivos, que emitem 
dúvida ou são inúteis. 
2.1.3. Objetividade
2 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. 2 ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 
2005. p.11.
3 SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. São Paulo: Premier Máxima, 2005. 
p. 33.
4
A linguagem objetiva importa em convencer o juiz com exposição lógica, coerente, segura, com 
serenidade e firmeza, que não se confunde com exaltação ou destempero. Assim, a objetividade 
não admite afirmações supérfluas e prolixas. 
2.1.4. Vernaculidade
A Constituição Federal/88 (art. 13) e o Código de Processo Civil (art. 156) determinam que em 
todos os atos e termos do processo devem ser utilizados o vernáculo, ou seja, não devem ser 
empregadas expressões em qualquer outra língua que não a língua portuguesa (idioma oficial do 
Brasil).
Se, no entanto, for necessário empregar palavra estrangeira, sobretudo o latim, esta deve vir 
acompanhada com o seu respectivo significado entre parênteses, caso não seja conhecida.
2.1.5. Clareza
Reflete em redigir um texto que seja facilmente compreendido na primeira leitura, devendo 
haver concordância entre as frases expostas, inclusive, obedecendo regras básicas de 
gramática, tais como a pontuação, que se não for empregada adequadamente, é capaz de alterar o 
significado da idéia.
Uma das causas da falta de clareza é a colocação das palavras, pois a ordem destas na língua 
escrita é fundamental para o significado, isto é, deve haver uma organização das idéias expostas. 
Quando não há suficiente conhecimento dos fatos ou quando não se organiza a melhor forma de 
transcrevê-los, certamente resultará em um texto mal escrito.
2.1.6. Lógica
É a adequação das informações na ordem em que os fatos ocorreram, de forma sutil e pacífica, 
mas voltada ao convencimento do examinador. Assim, os argumentos lançados na 
fundamentação de uma petição inicial devem justificar os pedidos.
2.1.7. Cortesia e Ética
Corresponde ao respeito que deve haver entre as pessoas envolvidas no processo. Aqui há um 
compromisso do advogado com a ética profissional, devendo prevalecer, em qualquer situação, 
o respeito à dignidade dos envolvidos. A necessária firmeza nos argumentos não permite 
agressões, ironias, calúnia ou injúria. A inviolabilidade do advogado não lhe dá o direito de 
praticar estas coisas. Assim, deve-se postular no processo sem atacar as partes, juiz ou 
advogados.
 Dica importante: na linguagem jurídica sugere-seutilizar os chamados elementos 
de ligação, que são conectivos de integração harmoniosa entre idéias que envolvem um mesmo 
assunto. Estes elementos de ligação podem ser advérbios, conjunções, preposições, pronomes, 
entre outros. Vejamos alguns deles: Outrossim, conforme (ou como) é cediço, ademais, vale 
ressaltar que, destarte, de fato, em suma, posto isso, por derradeiro, no entanto, com efeito, não 
obstante, desta feita, deste modo, entre outros.
3. Estrutura da Petição Inicial
Toda petição inicial deve seguir certos requisitos legais, impostos basicamente pelo artigo 282 do 
CPC. Vejamos:
3.1 Endereçamento
5
Momento em que se identifica a Competência da Ação, pois é necessário apurar-se qual o foro 
competente para ajuizar a pretensa demanda. Por competência da petição inicial entende-se “... o 
juiz ou tribunal a que é dirigida;...” (inciso I do art. 282 CPC). Divide-se em:
a) Competência Absoluta - significa que um determinado foro é competente para analisar certa 
demanda com exclusividade. A competência absoluta se dá em razão da hierarquia (graus de 
jurisdição) ou da matéria (área do direito discutido), função esta disciplinada por lei e portanto, 
inalterável pelas partes.
b) Competência Relativa - a competência é relativa porque pode ser flexível, ou seja, as partes 
do processo podem escolher qual o Foro competente que preferem ter a Ação tramitando, claro, 
tudo dentro dos limites do Código de Processo Civil, que estabelece nos arts. 94 a 101 os 
parâmetros a serem seguidos. Desse modo, a competência relativa também divide-se em duas 
partes: em razão do território (comarca) e em razão do valor da causa (define o Rito que a 
Ação seguirá).
Ainda sobre o endereçamento da petição inicial, o Prof. Joseval Martins Viana assim dispõe: 
“Não se indica o nome do Juiz de Direito no endereçamento e este precisa ser redigido com 
letras maiúsculas e sem abreviaturas.” 4 (sem grifo no original) 
Aliás, não é recomendável usar abreviaturas no endereçamento e inclusive em toda a peça, 
conforme dispõe o § único do artigo 169 do CPC.
 
3.2 O Preâmbulo 
Trata-se da qualificação das partes. O Código de Processo Civil exige que a petição inicial 
declare o nome, prenome, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu (art. 
282, II). Nesta qualificação, ainda deve ser observada a legitimidade das partes, capacidade 
processual e a capacidade postulatória para estar em juízo. 
Atualmente, por força do Provimento 11/2008, publicado em 02 de junho de 2008, expedido 
pela Corregedoria-Geral de Justiça de Santa Catarina, deve também figurar o número do 
CPF da pessoa física e CNPJ se for pessoa jurídica do Réu, bem como o no. do CPF do advogado 
do Autor. Quanto ao endereço, principalmente do réu, ainda que não foi objeto de 
regulamentação do referido Provimento, deve estar o mais completo possível, inclusive com 
indicação do CEP. 
Já quanto o endereço do escritório do advogado, este não mais se indica no preâmbulo da 
petição, porque ou está no timbre do papel ou, necessariamente na procuração. Também não mais 
se utiliza colocar juntamente com o nome da ação o embasamento legal, por exemplo: “com 
fulcro nos arts. 941”, pois este não é o momento mais apropriado para tanto. 
 Nomenclatura das partes
As pessoas envolvidas em um processo possuem nomenclatura própria. Há que se precaver com 
o uso de certas nomenclaturas arcaicas, já abolidas pelo sistema processual atual, como é o caso 
das expressões suplicante e suplicado .
4 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p. 148. 
6
Seguem abaixo algumas sugestões para o emprego do tratamento das partes. Não se aconselha, 
porém, alterar as várias opções em uma mesma petição, por exemplo, iniciar a redação com 
Autor e continuar posteriormente com Requerente. Recomenda-se, portanto:5 
AÇÕES e outros PARTE ATIVA PARTE PASSIVA
Ações de modo geral Requerente Requerido
Geral Autor Réu
Geral Demandante Demandado
Ação Trabalhista Autor Réu
Alimentos Alimentando Alimentante
Cobrança Credor Devedor
Consignação em pagamento Consignante Consignado
Curatela Curador Curatelado
Embargos (do devedor,
de Terceiros, infringentes)
Embargante Embargado
Exceções (de incompetência,
de impedimento, de suspeição)
Excipiente Excepto
Execução Exeqüente/credor Executado/devedor
Inventário Inventariante Inventariado
Mandado de Segurança Impetrante Impetrado
Notificação Notificante Notificado
Nunciação de Obra Nova Nunciante Nunciado
Reconvenção Reconvinte Reconvindo
Tutela Tutor Tutelado
3.3 A narração dos fatos e os fundamentos jurídicos
 Os Fatos
A petição inicial deve apresentar uma redação lógica e progressiva. Ao narrar os fatos, deve-se 
manter uma seqüência cronológica dos acontecimentos ocorridos entre as partes, apresentando 
um início, meio e fim harmônicos em relação ao todo narrado.
Da narração dos fatos é dado ao juiz conhecer a origem dos conflitos, ou seja, é a ocorrência de 
um direito violado que dá à parte motivo para invocar a tutela jurisdicional. É por isso que toda 
petição inicial de sucesso começa com os fatos bem narrados, porque não há tese jurídica, por 
mais brilhante que seja, que desfaça um fato bem exposto, bem provado.
Entretanto, ao narrar os fatos que fundamentam o pedido do autor, o Advogado deve fazê-lo de 
maneira desapaixonada, evitando agressões gratuitas e longas narrativas, que acabam por exaltar 
o relacionamento das partes, dificultando uma futura composição.
Esta parte da petição inicial deve corresponder, necessariamente, a narração dos acontecimentos 
segundo a visão da parte que está questionando a lesão de seu direito e devem ser contados 
progressivamente, de modo que, ao final, o juiz se certifique dos motivos que levaram a parte 
socorrer-se ao judiciário. 
5 ARIOSI, Mariângela. Manual de redação jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 86/7.
7
Em vista disso, é imperioso que antes de iniciar a descrição “dos fatos”, devem ser estudadas 
detalhadamente todas as suas circunstâncias, separando as informações necessárias das 
desnecessárias, as que podem ser provadas das que não podem. 6
Assim, nos fatos só é permitido expor o que realmente ocorreu entre os envolvidos, seguido de 
PROVAS geralmente documentais, devendo evitar-se, neste momento, discutir a conduta da 
parte contrária, isto é, emitir opiniões ou suposições subjetivas que indicam ofensa a um direito, 
pois isto deve ser reservado apenas para a fundamentação jurídica, conforme segue adiante.
 Os fundamentos jurídicos do pedido = O Direito
Tem por finalidade convencer o juiz de que houve violação de um direito e que é necessário 
repará-lo, o que chamamos de causa petendi, sendo esta a parte mais importante da 
fundamentação, não sendo necessário, portanto, que se transcreva literalmente os artigos de 
lei que fundamenta o(s) pedido(s) (fundamentação legal), pois a exposição dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos são suficientes para o Juiz aplicar a lei correspondente à pretensão do 
Autor. Foi deste raciocínio que originou-se o brocardo jurídico: “Dá-me o fato que eu te direi o 
Direito”.7
* Importante: “Só será necessário fornecer ao juízo a legislação aplicável no caso de 
tratar-se de alegação de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, quando 
objetos do litígio, conforme art. 337 do CPC.”8
Assim, a causa de pedir é formada pela justificativa do pedido do Autor, impondo à parte 
contrária o dever de retornar ao estado anterior àquilo que infringiu, devendo ser apresentada 
pelo advogado na forma de argumentação jurídica, através do conhecimento do conteúdo 
da lei , auxiliado pela doutrina e/ou jurisprudência , aplicando ao caso particular as conclusões 
obtidas de um caso igual ou semelhante, que servirá de base para o posicionamento (tese) que 
está desenvolvendo, com vistas ao convencimento do julgador.Neste sentido, vale ressaltar que as colações referentes à doutrina ou jurisprudência devem ser 
aplicadas restritivamente, ou seja, relacionadas apenas com os fatos narrados e com os pedidos, 
até mesmo para não dar à parte contrária a prerrogativa de elaborar uma defesa bem estruturada.
 Dica importante: Sugere-se que a fundamentação de Direito seja subdividida em 
tópicos quando houver uma situação que demande pedidos cumulados ou pedido de urgência e, 
pela sua importância, seja necessário fundamentar cada um em separado, a exemplo de uma 
Indenização que contenha vários tipos de Danos, uma Ação de Separação ou Divórcio que 
contenha várias cláusulas do casamento, bem como um pedido de Tutela Antecipada.
3.4 Pedidos e Requerimentos
Não podem ser confundidos estes dois termos. Até mesmo o artigo 282 do Código de Processo 
Civil refere distinção entre os mesmos quando os separou, nos incisos IV e VII.
6 CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. São Paulo: 
Saraiva, 2002. p.77.
7 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p.128.
8 GONÇALVES, Mirian. Petição Inicial no direito processual civil: teoria e prática. 2 ed. rev. e aum. São Paulo: 
Juarez de Oliveira, 2002. p.6.
8
O pedido mantém relação com o fato e os fundamentos jurídicos apresentados pelo Autor, ou 
seja, diz respeito ao direito subjetivo que está sendo pleiteado pela parte, pois repercutirá na 
apreciação do juiz quanto ao mérito da causa, que necessitará seja provado pela parte, 
provocando então uma decisão de mérito. 
Portanto, a principal distinção entre ambos é que o PEDIDO sempre resultará em uma 
decisão do juiz a respeito do direito material ( meritum causae ) , podendo ser através de uma 
decisão interlocutória que trate da lide (quando, por ex., ele concede uma liminar ou tutela 
antecipada) e, certamente por meio de sua decisão final – a sentença. No entanto, isto não 
acontece com os requerimentos, pois nestes não há direito material a ser discutido, vez que 
constituem aspectos processuais apenas (direito objetivo), que nunca serão decididos por uma 
sentença, mas simplesmente são deferidos ou indeferidos pelo juiz, através de meros despachos 
ou ainda, no caso do benefício da AJG (Assistência Judiciária Gratuita), por meio de uma decisão 
interlocutória.
O pedido deve ser claro, isto é, não pode deixar qualquer dúvida ao juiz.9 Deve, porém, ser 
formalmente indicado no corpo da petição inicial e mais importante é que estejam todos bem 
especificados. Não é pedido (no sentido técnico) se, por exemplo, em uma Ação de Despejo por 
falta de pagamento, pedir apenas a procedência do Despejo com a citação do réu. 
O pedido possui certos requisitos. O primeiro deles é que deve ser certo, ou seja, estar expresso, 
não se admitindo, em regra, pedido tácito (exceto se ocorrer as hipóteses dos incisos I, II e III do 
art. 286 CPC, que traz regras sobre o pedido).10
Quanto a sua classificação, conforme os termos do art.286 do CPC, em regra, o pedido deve ser 
certo e determinado; entendendo-se por certo a necessidade do pedido estar expresso, não se 
admitindo a sua implicitude; e por determinado, a indispensabilidade de lhe ser traçado limites.
Além de certo e determinado, o pedido deve ser concludente, ou seja, deve estar de acordo com 
o fato e o direito exposto pelo autor. Certo, determinado e concludente são, pois, os requisitos 
principais do pedido.
Muito embora o artigo em questão estabeleça ser o pedido certo e determinado, admite, em 
algumas situações, que este seja genérico, podendo ainda ocorrer outras modalidades 
classificatórias de pedido, como alternativo (escolha de obrigações - art. 288), cumulado 
(cumulação de vários pedidos - art. 292) e sucessivo ou subsidiário (conhece o pedido posterior 
se não puder conhecer o anterior - art. 289 CPC).
Já o requerimento , como dito alhures, decorre de um direito objetivo, isto é, que não resulta 
em qualquer decisão, pois não trata do mérito, cabendo ao Juiz apenas verificar a presença 
ou não dos pressupostos deste direito, que poderíamos dizer tratar-se de requerimentos de 
exigências processuais. 
Além do requerimento para especificar as provas que pretende produzir e de citação do réu, 
poderá haver também outros requerimentos ou providências que se requeira ao juiz atendê-las, 
tais como intimar o representante do Ministério Público em determinadas ações ou requerer o 
benefício da AJG.
* Dicas importantes:
9 CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. p.108.
10 GONÇALVES, Mirian. Petição inicial no direito processual civil: teoria e prática, 2002. p.7.
9
 O requerimento é colocado depois do pedido. Colocá-lo antes ofende a lógica, porque só é 
possível requerer a citação do réu depois que o juiz, conhecendo o fato e o pedido, receber a 
ação.11
 Assim, também já se posicionou Dinamarco12, quando revela que “a manifestação da vontade 
de obter a sentença de mérito indicada é um pedido. A provocação ao juiz para que impulsione o 
processo, requerimento.”
3.5 O encerramento
O encerramento da petição inicial compreende:
• o valor atribuído à causa;
• o pedido de deferimento;
• o local, a data e a assinatura do advogado;
• o rol de anexos (documentos e testemunhas). 
3.5.1 O valor da causa
De acordo com os artigos 258 a 261, o valor da causa é requisito essencial e sempre deve constar 
na petição inicial, sob pena de indeferimento da mesma (art. 284 CPC), devendo ser obedecidos 
os critérios específicos para cada tipo de ação, elencados no art. 258 e 259 do Código de 
Processo Civil, com o intuito também de evitar impugnação da parte contrária.
3.5.2 O pedido de deferimento
Corresponde à tão conhecida expressão: “Nestes termos, pede deferimento”. Melhor ser escrito 
em uma só linha, sem abreviação de palavras.
3.5.3 Local e data
Ao final, deve constar a data: o dia e o ano em algarismos e o mês por extenso. Na seguinte 
ordem: 17 de Agosto de 2008. 
“O local é indicado pelo nome da cidade, (...) que será seguido pela sigla da unidade da 
federação, sendo aquele em que foi elaborada a inicial, não o do juízo a que é endereçada. Assim: 
Blumenau (SC), 25 de agosto de 1999. Por isso, são esdrúxulas fórmulas como: De Londrina 
para Curitiba, 20 de agosto de 1999.”13
3.5.4 Assinatura
Apenas deve constar o nome completo do advogado em letras minúsculas (só a primeira de cada 
nome maiúscula), e abaixo a sigla OAB, seguida da sigla da unidade da federação e o número da 
inscrição. Por exemplo: OAB/SC 0000.
Para favorecer a estética do texto, pode alinhar a assinatura junto à margem do parágrafo, sem 
colocar traço acima do nome.
11 CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. p.114.
12 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. V.3. 4 ed. São Paulo: Malheiros, 2004. 
p. 355
13 CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. p. 118.
10
3.5.5 Anexos
Os anexos compreendem tudo aquilo que acompanha a inicial, por exemplo, as provas 
documentais indispensáveis à propositura da ação, devendo arrolar, ao final da peça (após a 
assinatura do advogado), todos os documentos que irão anexos à petição. Há que se tomar 
cuidado, portanto, com alguns tipos de provas, como no caso do rol de testemunhas, que 
normalmente deve vir no final da própria petição inicial, na forma de rol, devendo então arrolar 
as testemunhas nos termos do art. 407 do CPC, observando a obrigatoriedade de fazê-lo 
conforme o rito estabelecido na Ação.
4. Os aspectos Materiais da petição
Referem-se aos instrumentos utilizados na construção da estética da petição, a fim de favorecer a 
leitura e transmitir organização. É preciso, no entanto, tomar certas precauções, porqueo texto 
jurídico deve obedecer a certo padrão, externando respeito e cortesia, como já vimos.
Para isso, segue algumas orientações práticas, conciliadas à tradição com as orientações da 
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
4.1 Margens
Nas petições judiciais existem cinco margens: esquerda, direita, superior, inferior e a do 
parágrafo. Devemos dar maior atenção à margem esquerda, que não deve ser inferior a 4 cm, isto 
para possibilitar ao cartório perfurar a peça sem prejudicar o texto escrito.
Na prática, prevalece a seguinte relação (que deixará o texto discretamente mais à direita e 
embaixo), deixando o trabalho gráfico bem distribuído:14
- a margem esquerda é a maior: 4 cm;
- a margem direita, a menor: 3 cm;
- a margem superior, igual à margem esquerda: 4 cm;
- a margem inferior, igual à margem direita: 3 cm;
- a margem de cada parágrafo: conta 4cm a partir da margem esquerda.
4.2 Fonte
Diante da diversidade de tipos de fontes que o computador nos oferece, dê-se preferência às 
usualmente empregadas nas publicações, que são as serificadas, isto é, as que apresentam um 
acabamento nas extremidades das letras, tais como os tipos garamond, palatino linotype, 
bookman old style, times new roman, dentre outras.
Devem ser evitadas as fontes em estilo de fantasia, como a dauphin, utilizadas em trabalhos de 
criatividade, bem como as fontes lineais (que não apresentam o acabamento das extremidades 
das letras, como a fonte arial), pois não favorecem a leitura.
 Importante: Quanto ao tamanho da fonte e acatando-se as margens antes expostas, 
pode-se optar pela fonte 12 e entrelinhas 1,5, que é o espaço entre as linhas (acessando o ícone 
‘Formatar – Parágrafo’ no Word).
14 CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. p.53.
11
4.3 Parágrafo
O texto deverá ser redigido necessariamente em parágrafos, que podem ou não ser numerados, 
dependendo da situação jurídica discutida. 
Para melhorar a leitura (e a estética), deve-se deixar um espaço maior entre os parágrafos.15 
4.4 Citações 
Sempre que for necessário transcrever texto alheio ou parte dele, de legislação ou jurisprudência, 
devem ser observadas as normas da ABNT.
 Desta forma, citar é reproduzir um texto ou uma fórmula de outro autor, geralmente para 
ilustrar ou sustentar o que se afirma, o que acarreta a obrigação de indicar claramente e sem 
equívoco a origem da informação. 
4.4.1 Formas de citação:
* Direta – é a transcrição literal, isto é, reproduzida ao pé da letra, deve vir entre aspas e 
corresponder exatamente ao original em redação, ortografia e pontuação, devendo ainda 
referenciar as fontes. Se a citação direta for até três linhas, deve ser inserida no parágrafo entre 
aspas. Se for com mais de três linhas, deve aparecer em parágrafo distinto com margem esquerda 
de 4 cm.
* Indireta – apresentam-se na forma de síntese ou paráfrase, ou seja, é o resumo realizado pelo 
autor do trabalho baseado na idéia expressa de outro autor, utilizando o pensamento original 
deste. Não leva aspas, mas deve referenciar a obra consultada.
4.4.2 Referências 
Toda citação/texto (por exemplo: jurisprudências e doutrina) deve ser acompanhada da fonte de 
onde a mesma foi extraída, que chamamos de referência. Pode ser de dois tipos: 
a) logo após a citação da jurisprudência, entre parênteses. Exemplos:
(SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº. 000000, Rel. Des. 
Nelson Shaeffer Martins, julgado em 14/02/08. Disponível em www.tj.sc.gov.br).
OU
b) colocar o número de chamada1 logo após a citação e indicar a fonte completa em nota de 
rodapé. Pode ser utilizada para indicar consultas de obras, da internet, de Códigos e outros. 
Exemplo:
1 CAHALI, Yussef Said. Divórcio e separação. 11 ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2007.
4.4.3 Notas de rodapé 
 É um dos recursos mais utilizados em trabalhos científicos, na forma exposta no item “b” 
acima, que tem por finalidade acrescentar informações ou referências periféricas que não 
pertencem propriamente ao texto.
15 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p.153.
12
Seguem abaixo alguns exemplos mais utilizados de referências em nota de rodapé:16 
* Legislação publicada na Web:
BRASIL. Lei n.o 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Ministério Público – RS. Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/. Acesso em: 04 mai. 
2007.
* Jurisprudências:
Compreende súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e demais decisões judiciais. A referência 
da fonte é apresentada na seguinte ordem:
LOCAL DE JURISDIÇÃO. Nome da corte. Título (natureza da decisão ou ementa). Tipo e 
número do recurso. Partes envolvidas (se houver). Relator: nome. Data. Dados da publicação.
Exemplo de jurisprudência publicada na Web:
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Direito do Consumidor. Recurso Especial 00000 – 
SP (2004/0022222-2). Relator: Min. Aldir Passarinho Júnior. Julgado em 11 abr. 2006. 
Disponível em: http://www.stj.gov.br. Acesso em: 04 jul.2007.
Exemplo de jurisprudência publicada em periódico:
SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Execução Fiscal – Denunciação à lide – 
Inadmissibilidade – Apelação desprovida. Apelação Cível n.o 00.000. Massa falida da Cia. 
Brasileira Carbonífera de Araranguá e Fazenda Estadual. Relator: Des. Anselmo Cerello. 
16 set.2007. Jurisprudência Catarinense. Florianópolis, v.72, p.334-336.
4.4.4 Títulos e subtítulos
 Quando a petição for extensa ou complexa (tratando de vários assuntos distintos, como no 
caso da Separação ou Divórcio Judicial), ou ainda quando for necessário destacar um pedido de 
liminar ou tutela antecipada, aconselha-se dividir os principais tópicos em títulos e subtítulos.
4.4.5 Epígrafes
 São as citações postas em destaque e isoladas no início da petição, geralmente após o 
endereçamento. Devem ser evitadas, pois geralmente, quando se pretende utilizar este “enfeite”, 
procura-se relacioná-lo aos fatos denunciados na petição, transformando este recurso, muitas 
vezes, em insinuações desagradáveis aos olhos do magistrado. Para evitar tal constrangimento, é 
aconselhável abolir a epígrafe, em qualquer situação.
5. REFERÊNCIAS 
16 ARRABAL, Alejandro Knaesel. Apresentação de referências em trabalhos de pesquisa jurídica. Disponível 
em: http://www.furb.br/ccj.
13
http://www.stj.gov.br/
ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da 
fundamentação jurídica. Tradução Zilda Hutchinson Schild Silva; revisão e introdução Claudia 
Toledo. 2 ed. São Paulo: Landy, 2005. 334 p.
ARAÚJO JÚNIOR, Gediel Claudino de. Prática no processo civil: cabimento, ações diversas, 
competência, procedimentos, petições, modelos. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 770 p.
ARIOSI, Mariângela de Fátima. Manual de redação jurídica. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2000. 188 p.
ARRABAL, Alejandro Knaesel. Apresentação de referências em trabalhos de pesquisa jurídica. 
Disponível em: http://www.furb.br/ccj.
BERTOLO, José Gilmar. Prática processual civil anotada. Leme, SP: J. H. Mizuno, 2005. 1190 
p.
CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. 
São Paulo: Saraiva, 2002. 140 p.
CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Técnica da petição inicial. 9 ed. rev. e atual. São 
Paulo: Saraiva, 2005. 242 p.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. V.3. 5 ed. São Paulo: 
Malheiros, 2005. 817 p. 
FREITAS, Christiano Abelardo Fagundes; PAIVA, Léa Cristina Barboza da Silva. Manual de 
petições cíveis e trabalhistas. São Paulo: LTr, 2007. 253 p.
GONÇALVES, Mirian. Petição inicial no direito processual civil: teoria e prática. 2 ed. rev. e 
aum. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002. 210 p.
GONÇALVES,Wilson José. Comunicação jurídica: perspectiva da linguagem forense. Campo 
Grande: UCDB, 2002. 224 p.
LUZ, Valdemar Pereira da. Manual do advogado. 18.ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006. 1013 p.
MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 9 ed. Vol.II. São Paulo: 
Millennium, 2003.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. São Paulo: 
Premier Máxima, 2005. 471 p.
SANTOS, Nilton Ramos Dantas. Petição inicial. Rio de Janeiro: Forense, 2002. 164 p.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito 
processual civil e processo de conhecimento. 47 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. 861 p. (Curso 
de direito processual civil, v.1).
____________. As novas reformas do código de processo civil. 2 ed. São Paulo: Forense, 
2007. 222 p.
14
http://www.furb.br/ccj
VIANA, Jorge Candido S. C. Como peticionar no juízo cível: prática forense, modelos práticos 
para o acompanhamento passo a passo de todo o procedimento civil. Curitiba: Juruá, 2002. 374 
p. 
VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. 2 ed. São Paulo: 
Juarez de Oliveira, 2005. 255 p.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo. 
Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 9 ed. 
rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 652 p. Sugere-se todos os volumes.
TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE DEFESA PROCESSUAL NA ÁREA 
CÍVEL
1. CONTESTAÇÃO
A contestação é uma espécie do gênero “defesa processual”. No 
conceito de MILHOMENS e MAGELA ALVES, “contestar significa ao mesmo 
tempo contradizer e confirmar. No direito brasileiro é forma de resposta, 
contradita.”17
1.1 Forma: petição escrita, endereçada ao juiz da causa (art. 297 
C.P.C.). Admite-se a forma oral nos procedimentos sumário (art. 278 do CPC) 
e sumaríssimo, previsto pela Lei 9.099/95.
1.2 Conteúdo: deve o Réu impugnar todos os fatos alegados pelo 
Autor, sob pena de serem aceitos como verídicos.18 Assim, se o réu não 
contesta os fatos alegados pelo autor, perde a oportunidade de fazê-lo. Dá-se 
a preclusão, ou seja, fato impeditivo destinado a garantir o avanço da 
relação processual. Assim, a defesa completa do Réu se compõe de duas 
etapas: atacar o processo e/ou o mérito.
A defesa contra o processo deve pautar-se no artigo 301 do CPC e 
recebe o nome de preliminar, pois indica defeitos, vícios no processo. 
Já a defesa de mérito refuta diretamente contra o pedido do Autor, 
17 MILHOMENS, Jônatas; ALVES, Geraldo Magela. Manual prático do advogado: 
prática forense civil, penal e trabalhista. 18 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p. 
122.
18 Ver art. 302 do Código de Processo Civil.
15
atacando as razões de fato e de direito expostos na petição inicial, 
especificando as provas que pretende produzir o Réu. 19
1.3 Estrutura da contestação
1.3.1 ENDEREÇAMENTO: endereçar ao juízo competente (já 
especificado na petição inicial). Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE BLUMENAU - SANTA CATARINA.
1.3.2 PREÂMBULO DA CONTESTAÇÃO: introdução que existe 
antes de adentrar em preliminares e no mérito. Não há necessidade de 
novamente qualificar as partes, uma vez que já consta da petição inicial, 
exceto se o Autor os mencionar erroneamente, mas deve indicar os nomes 
das partes, da Ação e seu procedimento (dependendo do tipo de Ação, se for 
necessário), conforme segue abaixo. 
Exemplo:
Nome do Réu, já qualificado nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA 
PELO RITO SUMÁRIO, processo n° XXX/XX que lhe move Nome do Autor, 
igualmente qualificado, vem, perante Vossa Excelência, através de seu 
advogado ao final firmado (instrumento de mandato anexo, onde consta 
endereço profissional), apresentar CONTESTAÇÃO, consubstanciada nos 
seguintes argumentos fáticos e jurídicos:
(ou)
Nome do Réu, já qualificado, vem, perante V.Exa., através de seu 
advogado abaixo firmado, que apresenta procuração anexa, onde consta 
endereço profissional, oferecer
CONTESTAÇÃO
nos termos da AÇÃO DE COBRANÇA, processo n° XXX/XX que lhe 
move Nome do Autor, igualmente qualificado, para o que aponta os fatos e 
fundamentos que passa a aduzir.
1.3.3 RESUMO DA INICIAL: é o destaque resumido dos fatos e 
fundamentos jurídicos da petição inicial, dando-se ênfase aos aspectos 
formais processuais que se pretenda atacar em preliminares, bem como a 
algum detalhe de mérito (que correspondem aos Fatos ocorridos entre as 
partes) que se quer chamar a atenção do juiz para uma contraprova a ser 
produzida e, inclusive, quanto ao valor da causa, quando se pretenda 
impugná-lo em peça apartada.20
19 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. 2 ed. 
São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005. p.161.
16
Exemplo:
1. RESUMO DA INICIAL
Através desta ação, pretende o Autor obter a condenação do Réu 
ao pagamento da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), alegando ser 
credor decorrente de um empréstimo realizado em 10 de Março de 2007.
Outrossim, argumenta que tal operação teve seu vencimento 
estipulado para a data de 10 de Outubro de 2007, ocasião em que não se 
operou a quitação pelo Réu, segundo alega. Ao final, o Autor ainda valorou a 
causa na quantia excessiva de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais).
Entretanto, Excelência, em nenhum aspecto pode imperar a 
pretensão do Autor, eis que suas alegações estão distantes da realidade. 
Esta, adiante demonstrada.
1.3.4 PRELIMINARES: também chamada de DEFESA 
PROCESSUAL, de "rito" ou "indireta", porque visa impedir o julgamento do 
mérito pelo juiz, sem que se ofereça oportunidade para composição da lide, 
mediante a inutilização do processo (peremptória), ou mediante apenas a 
dilação de prazo, para que o processo não prossiga de imediato (dilatória). 
São detectadas quando há presença de vício, irregularidade ou omissão que 
torne defeituosa ou ilegítima a relação jurídica processual.
São exemplos de preliminares, as que invocam a inexistência de 
pressupostos processuais ou de condições da ação, elencadas no art. 301 do 
C.P.C, cujo rol é taxativo. Então, antes de discutir o mérito, compete ao Réu 
argüir as seguintes preliminares, que exemplificaremos as mais usuais:
I - Inexistência ou nulidade da citação (defesa dilatória): A 
citação é o ato pelo qual o juiz chama o Réu em Juízo para defender-se sobre 
uma ação que lhe é proposta. Caso falte a citação do Réu, não existirá a 
relação jurídica processual. Se a citação for realizada de forma irregular, 
contrariando as normas, produzir-se-á a nulidade do processo.21 Exemplo:
PRELIMINARMENTE
Nulidade de citação
É nula a citação realizada ao Réu, pois foram desobedecidas as as 
regras específicas do artigo 247 do Código de Processo Civil.
No caso presente, o Réu foi citado apesar de seu estado de 
enfermidade. Verifica-se pelo atestado médico anexo, que o Réu encontra-se 
sob intenso tratamento médico, em razão de grave acidente do qual foi 
vítima. 
Não obstante o fato, assim mesmo foi realizada sua citação, em 
desrespeito ao artigo 217, IV da lei processual. 
Não sendo o caso de citação para evitar o perecimento do direito, o 
ato deve ser declarado nulo. Requer-se, portanto, a nulidade da citação, 
20 PALAIA, Nelson. Técnica de contestação. 7 ed., São Paulo: Saraiva, 2007, p.91-
92.
21 PALAIA, Nelson. Técnica de contestação. p.93.
17
devolvendo-se ao Réu o prazo para apresentação da contestação e juntada 
de novos documentos. 
 
II - Incompetência absoluta (defesa dilatória): ocorre quando o 
foro/Juiz indicado na petição inicial é incompetente para julgar a causa, em 
razão da matéria e da hierarquia. Leva a remessa do processo ao juízo 
competente. Exemplo:
Incompetência absoluta
Esse Juízo, para o qual a presente ação foi dirigida,é 
absolutamente incompetente para o exame e processamento da causa.
Ocorre que o Réu é empregado do Autor e a importância que este 
requeria em pagamento a título de empréstimo, nada mais é do que 
adiantamento de salário decorrente da relação empregatícia.
Conseqüentemente, por se tratar de questão disciplinada na 
Consolidação das Leis do Trabalho, o Juízo competente para a apreciação do 
litígio é a Justiça do Trabalho, por meio de uma das Varas do Trabalho e não 
o Juízo Cível.
Diante do exposto, requer se digne Vossa Excelência acolher a 
presente argüição, remetendo os autos ao Juízo Trabalhista Competente. 
III - Inépcia da inicial (defesa peremptória): Extingue o processo 
sem resolução do mérito (arts. 267, inciso I e 295, § único do CPC). 
Exemplo:
Inépcia da inicial
É inepta a petição inicial, uma vez que o Autor expôs os fatos e 
fundamentos jurídicos do pedido, mas não concluiu sua posição dizendo o 
que pretende, de forma que não é possível o Réu contestar a ação, pois não 
lhe foi dado conhecer a pretensão do Autor, ou seja, falta o pedido. 
Não esclarece o Autor se pretende a constituição ou desconstituição 
de uma relação jurídica, sua declaração de existência, ou então a própria 
condenação do Réu.
Ora, sem pedido a petição é inepta, nos termos do artigo 295, 
parágrafo único, inciso I do CPC, devendo o processo ser extinto sem 
resolução de mérito na forma do artigo 267, I do mesmo Diploma 
Processual, condenando-se o Autor nas custas processuais e honorários de 
advogado. 
IV - Perempção (defesa peremptória): Ocorre quando o Autor dá 
ensejo a três extinções do processo sobre a mesma lide, por abandono da 
causa (art. 268, § único CPC). Fica então o mesmo privado do direito 
processual de renovar a propositura da mesma ação. 
 
V - Litispendência (defesa peremptória): quando se ajuiza ação 
idêntica a uma anterior (ainda em andamento), com as mesmas partes, 
causa de pedir e mesmo pedido. Visa impedir a duplicidade de causas sobre 
18
o mesmo litígio. 
VI - Coisa julgada (defesa peremptória): quando a sentença torna-se 
imutável e indiscutível. Daí a impossibilidade de renovar-se a propositura de 
ação com sentença já transitada em julgado sobre o mesmo tema. É 
necessário que ocorra identidade de partes, causa de pedir e pedido. 
VII - Conexão (defesa dilatória): Ocorre entre várias ações quando 
lhes for comum apenas o objeto ou a causa de pedir. Visa apenas a reunião 
das causas conexas. Exemplo:
Conexão
É oportuno levar ao conhecimento desse Juízo, que tramita Ação 
Declaratória proposta pelo ora Réu, contra o Autor, perante a 3ª Vara Cível 
da Comarca de Itajaí, pela qual o Réu pretende a declaração de inexistência 
da relação jurídica do empréstimo, cuja cobrança é objeto da presente ação. 
Certidão nesse sentido é juntada como documento probatório nesta 
contestação.
Havendo, portanto, conexão pela causa de pedir, nos termos do 
artigo 103 do CPC, requer-se a reunião das ações, para que sejam decididas 
simultaneamente, evitando-se assim, eventualmente futuras decisões 
contraditórias.
VIII - Incapacidade de parte (art. 8º CPC), defeito de 
representação (art.12) ou falta de autorização (art. 10) (defesa 
dilatória): O juiz deve ensejar oportunidade à parte para sanar o vício 
encontrado. Caso não for sanado, será extinto o processo. Exemplo:
Defeito de representação 
O Autor encontra-se com duplo defeito de representação.
Em primeiro lugar, o Autor é comerciante individual, atualmente em 
estado falimentar, razão pela qual deveria estar representado em Juízo pelo 
síndico da massa falida.
 Em segundo lugar, há defeito de representação do Autor por falta 
de capacidade postulatória de seu advogado. Com efeito, verifica-se pela 
Certidão da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, que o 
procurador do Autor, para o processo, não se encontra inscrito naquela 
entidade.
Conseqüentemente, o Réu pede a suspensão do processo, nos 
termos do artigo 13 da lei processual, para que o Autor regularize sua 
representação, sob pena de ser decretada a nulidade do processo, como 
determina o inciso I desse mesmo dispositivo, com a extinção do processo, 
sem resolução do mérito, nos termos do artigo 267, IV, do mesmo diploma 
legal. 
IX - Convenção de arbitragem (defesa peremptória): É o modo de 
excluir a aptidão da jurisdição estatal para solucionar o litígio. Exemplo:
19
Convenção de arbitragem
Compete ao Réu levar ao conhecimento de V.Exa. que as partes, 
nos termos da Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996, firmaram 
convenção de arbitragem e entregaram a responsabilidade da solução da 
pendência a árbitros por eles nomeados.
Acontece que o Autor, sentindo que poderia obter resultados 
contrários a seus interesses, caso deixasse a decisão da controvérsia aos 
árbitros nomeados, resolveu ingressar em Juízo propondo a presente ação 
para obter a prestação jurisdicional que as partes esperavam do Juízo 
arbitral.
Ocorre, porém, que a existência da convenção de arbitragem sobre 
o objeto da ação judicial proposta, impede o prosseguimento e julgamento 
desta última, conforme reza o art. 267, VII, do Código de Processo Civil, 
tenha ele ocorrido no curso da ação ou mesmo antes dela proposta.
Por esse motivo, o Réu pede à Vossa Excelência, se digne decretar 
a extinção do processo, sem resolução de mérito, condenando o Autor nas 
custas do processo e honorários de advogado.
X - Carência de ação (defesa peremptória): ocorre quando se verifica 
a ausência de uma das condições da ação - legitimidade de parte, interesse 
de agir e possibilidade jurídica do pedido. Sendo assim, para cada uma 
destas condições (se ausente), cabe uma Preliminar de Carência de Ação. 
Exemplo de uma delas: 
 Carência da ação por impossibilidade jurídica do pedido
 O pedido formulado pelo Autor não possui amparo em nosso 
ordenamento jurídico brasileiro. Não existe em nosso direito, a contemplação 
em qualquer legislação sobre a qual se baseia o pedido do Autor, isto é, não 
há previsão legal para o seu pedido.
De fato, não existe no direito brasileiro, a possibilidade de cobrança 
de dívida de jogo, como pretende o Autor. Se a lei disciplinasse o direito dos 
jogadores que auferem dinheiro em jogos de azar, certamente disciplinaria o 
direito subjetivo de Ação correspondente. No entanto, ilegal era a aposta 
feita e ilegal também é sua cobrança em Juízo. O poder público não pode dar 
amparo a uma pretensão não disciplinada em lei. 
Assim sendo, o Autor é carecedor da ação por faltar-lhe uma das 
condições da ação, qual seja, a possibilidade jurídica do pedido, razão 
pela qual o processo deve ser extinto, sem resolução de mérito, nos termos 
do art. 267, VI, do Código de Processo Civil, condenando-se o Autor ao 
pagamento das custas do processo e honorários de advogado. 
XI - Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige 
como preliminar (defesa peremptória): ocorre nos casos dos artigos 28 e 835 
do CPC. O juiz deve ensejar oportunidade ao Autor para sanar a falha. Se 
não houver suprimento, o juiz decretará defesa peremptória. 
Obs1: Todas as preliminares supra citadas, exceto a do inciso IX 
do art. 301, poderão ser examinadas, apreciadas e decididas pelo juiz “ex 
20
officio”, isto é, independente de argüição pelo Réu.
Obs2: Deve ser argüida ainda, se for o caso, a questão da 
prescrição ou decadência antes do Mérito, fundamentando que o Autor 
exerceu o direito de ação fora dos prazos previstos nos arts. 205 e 206 do 
Código Civil, embora não se trata de Preliminar prevista no art. 301, como 
visto.22
1.3.5 DO MÉRITO:
Sobre o conteúdo da contestação, o Prof. Joseval Martins Viana 
revela que:
O texto jurídico da contestação deve ser muitobem 
elaborado, pois o profissional do Direito precisa impugnar 
todos os pontos apresentados pelo autor na petição inicial. 
Impugna-se ponto por ponto até refutar integralmente o 
pedido do autor. Essa impugnação deve revestir-se de 
fortes argumentos jurídicos.23
A defesa de mérito do réu (Fatos + Direito) pode ser DIRETA ou 
INDIRETA, conforme dispõe a doutrina, lembrando que, caso se trate de 
direito prescrito, deve-se antes de iniciar a defesa de Mérito, argüir a 
prescrição ou decadência. Passamos à análise das modalidades de defesas 
de Mérito:
* Defesa de mérito direta : quando o Réu ataca o fato jurídico que 
constitui todo o mérito da causa. O ataque do contestante pode atingir o 
próprio fato argüido pelo Autor ou suas conseqüências jurídicas. É dirigida 
contra toda a pretensão do Autor, objetivando destruir-lhe os fundamentos 
de fato e de direito, negando-lhes a existência ou mudando sua 
configuração. Em resumo, é a defesa propriamente dita.
1º Exemplo - Negação da existência dos fatos: 
O Réu desconhece, por completo, ter realizado qualquer contrato 
de empréstimo com o Autor, ainda que verbal, como este pretende 
convencer V.Exa. 
Esclarece-se que nada foi ajustado a título de empréstimo entre as 
partes, sendo que o Réu jamais firmou qualquer negócio financeiro com o 
Autor e nunca dele recebeu algum dinheiro a qualquer título.
2º Exemplo - Mudança de configuração:
Menciona o Autor ter havido relação contratual com o Réu, em 
razão da qual o primeiro teria emprestado ao segundo a quantia de R$ 
10.000,00. Ora, na realidade, nunca houve entre as partes nenhuma relação 
22 MONTENEGRO FILHO, Misael. Processo civil: técnicas e procedimentos. 2.ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. p. 27.
23 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p.162.
21
contratual de empréstimo. Ocorreu tão somente que o Réu recebeu a 
quantia de R$ 10.000,00 do Autor, mas não a título de empréstimo e sim 
como DOAÇÃO, em reconhecimento de inúmeros favores prestados pelo Réu, 
conforme o próprio Autor assim declarou na presença de testemunhas, fato 
que certamente será provado através da instrução do feito. 
* Defesa de mérito indireta : o Réu não ataca os fatos, 
fundamentos jurídicos e o pedido apresentados pelo Autor, mas ataca de 
forma inversa. Admite os fatos e fundamentos, mas contrapõe outro fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor, e outro fundamento 
jurídico que impeça a decisão favorável a este.
Exemplo 1 - Defesa impeditiva:
Realmente o Réu é devedor da importância de R$ 10.000,00 
pretendida em pagamento pelo Autor. Ocorre, porém, que existe um 
impedimento contra tal exigência, pois a dívida foi novada pelas partes em 
Março do corrente ano, de forma que ao invés de pagar em dinheiro, no 
prazo combinado com o Autor, o Réu pagará em produtos de informática, 
cujo vencimento foi prorrogado para o final do mês de Setembro/2008, 
conforme prova o documento anexo.
Sendo assim, não ocorrido ainda o término do prazo avençado e 
tendo as partes estipulado outra forma de cumprimento da obrigação, o 
Autor está impedido de exigir o pagamento original, não podendo então a 
presente Ação prosperar. 
Exemplo 2 - Defesa modificativa:
O Réu reconhece que recebeu um empréstimo de R$10.000,00 do 
Autor. Acontece que da importância mencionada como devida, o Réu já 
pagou a metade, ou seja, exatos R$ 5.000,00, como faz prova o recibo ora 
incluso.
Por este motivo, não pode o pedido do Autor ser acolhido da forma 
como pretende, senão com a modificação do total montante acima.
Defesa extintiva
Ocorre quando o Réu apresenta fatos que extinguem o pedido do 
Autor. Exemplo: Em uma Ação de Cobrança, prova que houve o 
pagamento.
Obs1.: Em ambas as defesas (Direta ou Indireta), o Réu deve 
fundamentar os argumentos ou fatos novos que constituíram sua 
defesa em relação ao mérito, tanto na legislação, doutrina e/ou 
jurisprudência.
Ex.:
“Neste sentido manifesta-se a jurisprudência pátria:...(citar 
22
a fonte) ou
“A respeito da matéria, assim se posiciona a doutrina:...” 
Obs2.: Deve ainda, se for o caso, argüir a LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ do 
Autor, conforme permitem os artigos 17 e 18 do CPC, ou ainda, a 
indenização decorrente de cobrança ilegal, se for o caso, prevista no 
artigo 940 do Código Civil, devendo argüi-los em tópicos distintos 
(dentro do Mérito), seguidos dos seus respectivos pedidos, ao final da 
peça. 
1.3.6 OS PEDIDOS: 
 Primeiramente deve-se pedir o acolhimento de cada 
preliminar(es) argüida(s), se houver(em), especificando o 
seu objetivo (Ex.: extinção do processo sem resolução 
do mérito, face a inépcia da inicial configurada, 
condenando o Autor ao pagamento das custas proc. e 
hon. advocatícios);
 Após, a improcedência do(s) pedido(os) da inicial, 
especificando-o(s) cada um contrariamente ao pedido do 
Autor; 
 Condenação do Autor em custas e honorários advocatícios;
 Reconhecimento da Litigância de má-fé do Autor (se 
também tiver argüido, no Mérito) e conseqüente 
condenação ao pagamento de multa, em quantia a ser 
arbitrada pelo Juiz.
Requerimentos:
 Assistência Judiciária Gratuita (quando for o caso).
 A produção de provas dos fatos alegados – sempre deve 
especificar quais provas.
Local e data.
Assinatura do(a) advogado(a) e respectiva sigla da OAB/SC.
Rol de documentos e Rol de Testemunhas, este se for necessário e 
conforme o Rito da Ação.
IMPORTANTES CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONTESTAÇÃO 
Na peça contestatória, qualquer matéria não devidamente 
23
impugnada ensejará a preclusão consumativa (perda da possibilidade de 
argüí-la), favorecendo o Autor da Ação.
O texto jurídico da contestação deve ser muito bem elaborado, pois 
o profissional do Direito precisa impugnar todos os pontos apresentados pelo 
autor na petição inicial. Impugna-se ponto por ponto até refutar 
integralmente o pedido do autor. Essa impugnação deve revestir-se de fortes 
argumentos jurídicos.24 
Assinale-se ainda que, no prazo da contestação poderá o réu, em 
peças processuais distintas, impugnar o valor da causa, opor Reconvenção, 
Exceção de Incompetência, entre outros.
 
NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS (Lei 9.099/95)
Na forma do artigo 30 e seguintes da Lei 9.099/95, a contestação 
poderá ser oral ou escrita e conterá toda a matéria de defesa, com exceção 
da argüição de suspeição ou impedimento do juiz, que se processará na 
forma da legislação processual civil em vigor.
Ainda o artigo 31 da Lei 9.099/95 não se admitirá a reconvenção. 
Contudo, o Réu poderá, na contestação, formular pedido em seu favor, nos 
limites do artigo 3º, contanto que formulados nos mesmos fatos que 
constituem objeto da controvérsia. 
NA AÇÃO DE CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO 
Nos termos do artigo 36 da Lei 6.515/77 não cabe reconvenção na 
conversão de separação judicial em divórcio, podendo a contestação se 
fundar em: I- falta de decurso de 1 (um) ano da separação judicial; II- 
descumprimento das obrigações assumidas pelo Autor na separação;
NA AÇÃO MONITÓRIA
Artigo 1.102c - A lei dispõe que o réu pode oferecer embargos, 
entendendo-se, neste caso que se equivalem a sua resposta. Neles o réu 
poderá, em uma única peça, articular toda sua defesa: em primeiro lugar as 
exceções; em segundo a matéria da contestação. 
Quanto à reconvenção, há entendimentos jurisprudenciais 
entendendo cabível a reconvenção na monitória (faticamente difícil ocorrer). 
2 EXCEÇÕES
2.1) Espécies: O Código de Processo Civil institui dois 
procedimentos para as exceções: 
 
a) Exceção de Incompetência Relativa Territorial : 
24 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p.162.
24
que consiste na impugnação em razão dapropositura 
da ação ter-se dado em juízo de território diverso 
daquele que foi convencionado pelas partes em 
contrato ou diverso daqueles estabelecidos pelos arts. 
94 a 102 do CPC. Quanto a sua fundamentação, é ônus 
do excipiente (réu na Ação) fundamentar a argüição de 
incompetência relativa mediante a exposição de fatos e 
demonstração de que eles são determinantes da 
competência de outro foro (inclusive mediante 
documentos, se for o caso), bem como indicar o foro 
pelo qual declina (art. 307). 25
b) Exceções de Impedimento ou Suspeição: voltam-se contra o 
órgão jurisdicional, juiz, desembargador ou ministro, atribuindo-lhe suposta 
dúvida de que não possa ele exercer suas funções com imparcialidade ou 
independência que dele se espera. Aplica-se também ao serventuário da 
justiça, ao perito, ao intérprete e ao órgão do Ministério Público, quando este 
não for parte. 
2.2) Formas de peticionamento e prazo
Ambas se iniciam por petição escrita e são autuadas em apartado, 
que corre em apenso aos autos principais. O prazo para o réu oferecer a 
exceção de incompetência relativa é de quinze dias e deve ser protocolada 
com a contestação.
2.3) Efeito: Ambas suspendem o processo principal, até que o 
incidente seja definitivamente julgado.
2.4) Terminologia
* Excipiente: Autor da exceção (Réu na Ação);
* Excepto: Réu da exceção (Autor na Ação).
2.5) Requerimento
Consiste em :
a) Se for Exceção de impedimento ou suspeição requerer que o 
Tribunal acolha a petição, devendo o processo ser remetido ao juiz substituto 
competente, condenando-se o excepto ao pagamento de novas custas da 
distribuição;
b) Se for Exceção de Incompetência Relativa, requerer a remessa 
dos autos, condenando-se o excepto ao pagamento das custas processuais.
EXEMPLO:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA DE FAMÍLIA DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ.
(+ 10 ESPAÇOS)
25 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 5 ed. 
São Paulo: Malheiros, 2005. Vol. III, p. 485.
25
Distribuída por dependência aos autos nº xxxxx
FOMEZERO DA SILVA, representado por sua genitora, MARIA SÓ, ambos 
já qualificados,vêm por seu advogado devidamente constituído, à presença de 
Vossa Excelência, argüir EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA Relativa em razão do 
Território, nos autos da Ação REVISIONAL DE ALIMENTOS que lhe move 
PONDURO DA SILVA, igualmente qualificado, pelos motivos que passa a expor:
O Autor, ora Excepto, propôs referida ação visando discutir o valor pago a 
título de pensão por Alimentos, mas para isso, elegeu o foro de seu domicílio como 
competente para apreciação da lide. No entanto, este r. juízo é incompetente para 
julgá-la, consoante fundamentação que segue. 
Há de se atentar que a presente ação Revisional, origina-se da Ação de 
Alimentos e portanto, aplica-se a regra especial do artigo 100, inciso II do CPC, que 
é claro quando determina a competência do domicílio ou da residência do 
alimentando para a lide em que se pedem Alimentos. 
Ressalta-se, todavia, que o Excepto pede nesta Ação que sejam reduzidos 
os valores das prestações devidas a título de Alimentos, e sendo este o seu pedido, 
aplica-se a mesma regra supra citada, que estabelece foro privilegiado para o 
alimentando, também não sendo outro o entendimento dos Tribunais de nossa 
região, senão vejamos:
.....................................................................
.....................................................................
................................................
(TJ.SC. Ap.Cív.nº 00000. Relator: xxxxx. Data 
julgamento:../.../...... Disponível em: 
www.tj.sc.gov.br)
Ocorre, porém, que o alimentando, ora Excipiente, reside em companhia 
de sua mãe, que o representa neste processo, na cidade de Blumenau/SC, no 
endereço informado na petição inicial e não nesta Comarca onde aforou a lide. 
Em vista disso, por disposição do art. 100, I, do Código de Processo Civil, 
o foro competente deve ser o do domicílio ou da residência do alimentando para a 
Ação em que se pedem Alimentos. Inclusive, apenas para afirmar ainda mais o 
direito do Excipiente, também as Ações de Investigação de Paternidade, quando 
cumuladas com pedido de ALIMENTOS, terão foro privilegiado de competência para 
o ALIMENTANDO, por força da Súmula nº 1, do Superior Tribunal de Justiça, in 
verbis: 
Súmula nº 01 do STJ: 
“....................................................................
.....................................................................
..............................................................”. 
 Diante do exposto, requer a V.Exa. que se digne julgar procedente a 
presente Exceção, remetendo-se os autos ao Juízo e Foro competente da Comarca 
de Blumenau/S.C., condenando-se o Excepto ao pagamento das custas às quais 
para isso deu causa.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Assinatura Advogado. 
26
3 RECONVENÇÃO
É um contra-ataque, uma verdadeira ação ajuizada pelo Réu contra 
o Autor, nos mesmos autos em que é demandado por este (art. 315, CPC). 
Com ela, o Réu introduz no processo uma nova pretensão, a ser julgada em 
conjunto com a do Autor.26
Deve ser proposta em petição autônoma, que deve preencher os 
mesmos requisitos de qualquer petição inicial (conforme o artigo 282 do 
CPC) e protocolada simultaneamente com a contestação. É simplesmente 
juntada aos autos, tal como a contestação e ambas tramitam no mesmo 
processo.
Quanto ao prazo para protocolar a Contestação e a Reconvenção, 
ensina o Prof. Joseval Martins Viana:
Deverá protocolá-las simultaneamente no prazo de 15 dias. 
Se o réu protocolar a contestação em dez dias, não poderá 
reconvir, pensando que lhe restam cinco dias. Ambas as 
peças são protocoladas no mesmo dia sob pena de preclusão 
da ação reconvencional.27
A reconvenção exige a existência dos seguintes pressupostos 
específicos:
a) Legitimidade de parte: apenas o Réu é legitimado para 
ajuizar tal ação.
b) Conexão: entre a reconvenção e a principal, deve ocorrer a 
identidade de objeto ou de causa de pedir.
c) Rito: deve ser o mesmo da principal.
d) Terminologia: RECONVINTE é o Réu da ação principal; e o 
RECONVINDO é o Autor da ação principal.
e) Procedimento: Recebida a reconvenção, não se procede a 
citação do Autor reconvindo. Esse é apenas intimado, na pessoa de seu 
advogado, para contestá-la no prazo de quinze (15) dias. A ação principal 
continuará em andamento. Não é apensa aos autos.
Nota-se que a eventual nulidade do pedido do Autor não prejudica o 
pedido reconvencional, assim como a desistência ou extinção da 
reconvenção sem apreciação do mérito, também não atinge o processo 
principal.
OBS: Pode haver reconvenção sem contestação, mas nesse caso, 
não deixa de caracterizar-se a revelia. EXEMPLO:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE FLORIANÓPOLIS – SC.
26 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. p.494.
27 VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. p.170.
27
(+ ESPAÇO)
Autos nº. 00000/00
LYSU REVESTIMENTOS DE PISOS LTDA., já qualificada nos autos da Ação 
Ordinária que lhe propõe SIMAR-REPRESENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO LTDA, 
igualmente qualificada, vem, por seu advogado, apresentar RECONVENÇÃO contra 
o Autor, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe:
I. DOS FATOS
A Reconvinte é credora da quantia de R$12.000,00, resultantes de 
adiantamentos para despesas em razão do contrato que é objeto da ação principal, 
adiantamentos estes constantes da contabilidade da empresa Requerida e apurados 
em auditoria realizada nos termos dos documentos de fls. 94/96.
A importância mencionada não foi liquidada pela Reconvinda, usados 
todos os meios permitidos na tentativa de solução amigávelda pendência, motivo 
pelo qual é o presente pedido reconvencional.
II. DO DIREITO
(....) ‘fundamentar juridicamente o pedido, tal qual uma petição inicial- 
com citação da lei, doutrina e jurisprudência’.
III. DO PEDIDO
Pelo exposto, presentes que se acham as condições da ação e 
pressupostos específicos da reconvenção, pleiteia a Reconvinte:
a) procedência do presente pedido reconvencional, condenando a 
Reconvinda ao pagamento da importância de R$ 12.000,00, acrescida de juros de 
mora, atualização monetária, custas processuais, bem como honorários de 
advogado, a ser ainda devidamente corrigida até a data do efetivo pagamento.
b) a intimação da Reconvinda, na pessoa de seu advogado, a fim de 
contestar a presente no prazo de 15 dias, sob as penas da lei;
c) Requer também a produção de todos os meios de provas em direito 
admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal da representante legal da 
Reconvinda, inquirição de testemunhas e juntada de documentos.
 
Dá à causa o valor de R$ 12.000,00 (Doze mil reais), com fundamento no 
artigo 259, I do CPC..
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data, assinatura. 
 
4 IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
28
É o meio com que o réu pleiteia a alteração do valor atribuído à 
causa na petição inicial, dando origem a um incidente que se processa em 
autos apensos, mas não suspende o curso do procedimento central.28 
Prevista no artigo 261 do Código de Processo Civil, a impugnação 
deve ser protocolada simultaneamente com a contestação e segue o 
seguinte procedimento:
a) requerimento para retificar (corrigir) o valor dado à 
causa pelo Autor, indicando qual o valor pertinente;
b) intimação do impugnado para se manifestar, no prazo de 
5 (cinco) dias;
c) perícia técnica, quando necessária;
d) Haverá decisão do juiz sobre o valor da causa. Desta 
decisão, cabe agravo na forma de instrumento.
EXEMPLO:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3a. VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE BRUSQUE – S.C.
Distribuída por dependência aos autos nº ...........
(+ ESPAÇO)
AFONSO PENA, já qualificado na AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL 
proposta por MANOLO TERU, igualmente qualificado, vem à presença de V. Exa., 
28 DINAMARCO, C.R. Instituições de direito processual civil. p.523.
29
por seu advogado ao final firmado, apresentar IMPUGNAÇÃO AO VALOR 
DADO À CAUSA pelo Autor, ora impugnado, pelos motivos que seguem:
O Autor propôs a presente ação, pretendendo a rescisão do negócio 
jurídico firmado entre as partes e, para tanto, atribuiu à causa o valor excessivo 
de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) 
Contudo, segundo denota-se do pedido inicial do próprio Autor, a 
controvérsia em questão tem por fundamento um contrato de compra e venda, 
no valor de R$ 26.000,00.
Ora, o artigo 259 do Código de Processo Civil é claro ao dispor que 
havendo discussão contratual, o valor da causa deverá ser o do contrato, senão 
vejamos:
Art. 259 – O valor da causa constará sempre da 
petição inicial e será:(...)
V – quando o litígio tiver por objeto a existência, 
validade, cumprimento, modificação ou rescisão de 
negócio jurídico, o valor do contrato;
Também outro não é o entendimento dos Tribunais 
pátrios:
“.........................................................................”
30
Assim, o Autor, ao atribuir o valor à causa, ignorou a norma legal 
supracitada, deixando de considerar o valor atualizado do contrato, como seria 
de rigor.
Ante o exposto, requer:
a) seja a presente julgada procedente, decretando a revisão do valor 
equivocadamente atribuído à causa, no sentido de fixá-lo em R$ 
26.000,00 (vinte e seis mil reais), devendo o Autor recolher eventual 
diferença das custas e demais despesas processuais;
b) intimação do Autor para, querendo, responder esta impugnação.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data.
Assinatura Advogado.
5 ALGUMAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA DE 
DEFESA PROCESSUAL
O advogado, ao elaborar uma defesa processual, não deve ficar 
limitado apenas às questões de ordem jurídica. Além de questões teóricas, 
necessário que sejam observadas as técnicas de uma redação eficaz, com 
o intuito de que sua argumentação possa convencer o órgão julgador que 
sua tese deve ser acatada. Para tanto é necessário que a defesa 
processual seja clara, objetiva e convincente.
Assim, deve o profissional jurídico exercer permanente 
autocrítica, refazendo seu discurso (escrito ou oral) quantas vezes for 
31
necessário, estudando os fatos trazidos pelo cliente, a doutrina e a 
jurisprudência, buscando a melhor orientação para o seu trabalho e 
observar o estilo forense consagrado. 
1. Quanto aos aspectos da composição do texto : 
Da obra de DANIEL CASSANY, Descrever o escrever: Como se 
aprende a escrever, Itajaí: Univali, 1999, traduzido pelo Professor OSMAR 
DE SOUZA, pode se extrair algumas sugestões que, aplicadas à elaboração 
da defesa processual, podem contribuir para a produção de um texto de 
qualidade:
a) Dedicar alguns momentos para pensar no texto antes de 
começar a redigir. Refletir sobre a(s) tese(s) que iremos defender 
na defesa processual. Buscar na doutrina e jurisprudência 
argumentos que confirmam esta(s) tese(s).
b) Deixar para o final a correção da forma.
c) Levar em conta todo o texto enquanto redigimos cada 
fragmento. Se durante a redação nos concentramos 
excessivamente em cada fragmento, é fácil perder de vista o 
conjunto.
d) Ser o suficientemente flexível para modificar os planos e a 
estrutura do texto. Se nos sentimos satisfeitos com o primeiro 
plano ou esquema que temos elaborado, se nos obstinamos em 
mantê-lo exato, sem fazer trocas, possivelmente estamos 
desaproveitando todas as idéias que se nos ocorrem durante a 
composição.
e) Buscar formas diferentes de expressar a mesma idéia, se não 
estamos satisfeitos com sua primeira formulação.
 
2. Quanto à linguagem utilizada: 
A linguagem deve ser clara e simples, de maneira que o 
pensamento possa ser expresso adequadamente. Evite utilizar palavras 
32
incomuns que possam dificultar a compreensão. Jamais use gírias ou 
expressões vulgares. 
a) Use corretamente a terminologia jurídica e não a substitua 
por sinônimos. O direito é uma ciência e como tal exige rigor em 
sua linguagem. A terminologia correta é a que consta na 
doutrina autorizada e nos códigos. Ex. Petição inicial não deve 
ser substituída por exordial, peça vestibular, prefacial, peça 
inaugural e outras equivalentes. O emprego correto do termo 
técnico não acarreta o menor problema na sua repetição, o que 
somente facilita a tarefa do leitor, no acompanhamento do 
raciocínio ali desenvolvido. 
b) Use parágrafos curtos , variando-lhes a estrutura. Uma norma 
prática: os parágrafos devem ter de cinco até no máximo dez 
linhas. Evite orações e períodos longos. Empregue vocábulos 
curtos. É recomendável que cada oração possua apenas um 
sujeito e que cada parágrafo trate somente de um assunto. 
Atente para a perfeição lógica e jurídica: cada argumento deve 
conter início, meio e fim; silogismo, coerência.
3. Quanto aos argumentos e outros detalhes 
importantes:
a) Os fundamentos da defesa devem consubstanciar uma crítica 
técnica à petição inicial, visando demonstrar seus desacertos, 
seja quanto aos defeitos processuais, seja quanto à aplicação do 
Direito, na hipótese em que a questão controvertida for de 
ordem jurídica, seja quanto a ambos os aspectos.
b) A crítica deve ser dirigida à petição inicial (fatos, fundamentos e 
pedidos), jamais à pessoa do Autor, de seu procurador ou do 
33
juiz. Passível de crítica é unicamente o pronunciamento 
jurisdicional do Estado, nunca o órgão que o emitiu.
As transcrições doutrinárias e jurisprudenciais devem ficar restritas 
àquelasabsolutamente necessárias, plenamente adequadas à 
fundamentação da defesa processual, com absoluta relação com os fatos 
discutidos na causa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mizuno, 2005. 1190 p.
CASSANY, Daniel. Descrever o escrever. Trad. Osmar de Souza. Itajaí: 
Univali, 1999, 215p. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 5 
ed. rev. e atual., de acordo com a emenda constitucional n. 45, de 8.12.2004 
(DOU de 31-12-2004). São Paulo: Malheiros, 2005. 4v. 
GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro: processo de 
execução a procedimentos especiais. 18 ed., rev. e atual. de acordo com EC 
n. 45/2004 e a nova reforma do CPC (até a Lei n. 11.280/2006). São Paulo: 
Saraiva, 2006. 392 p.
JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de direito processual civil: teoria 
geral do direito processual civil e processo de conhecimento. 47. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2007. 861 p. (Curso de direito processual civil, v.1).
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rev. e ampl., atual de acordo com o novo código civil. Florianópolis: OAB/SC, 
2006. 234 p.
__________________. Manual do advogado. 18 ed. rev. e ampl. Florianópolis: 
OAB/SC, 2006. 1013 p.
MILHOMENS, Jônatas; ALVES, Geraldo Magela. Manual prático do 
advogado: prática forense civil, penal e trabalhista. 18 ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2003.
MONTENEGRO FILHO, Misael. Processo civil: técnicas e procedimentos. 2 
ed. São Paulo: Atlas, 2007. 483 p.
34
NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria Andrade. Código de processo civil 
comentado e legislação extravagante. 10 ed. rev. e ampl. e atual. São 
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PALAIA, Nelson. Técnica da contestação. 7 ed. rev., atual. São Paulo: 
Saraiva, 2007. 311 p. 
SILVA, José Luiz Mônaco da. A contestação no processo civil. Rio de 
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VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. 2 
ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005. 255 p.
35
	APOSTILA DE PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL
	
	Sumário
	1. Conceito e importância
	2. A Linguagem Jurídica
	3. Estrutura da Petição Inicial
	3.2 O Preâmbulo 
	 Nomenclatura das partes
	AÇÕES e outros
	PARTE ATIVA
	PARTE PASSIVA
	3.3 A narração dos fatos e os fundamentos jurídicos
	3.5 O encerramento
	4. Os aspectos Materiais da petição

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