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Tricologia - livro

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
TRICOLOGIA: O ESTUDO DOS CABELOS 
 
 
 
1 
Copyright © Portal Educação 
2014 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842t Tricologia : o estudo dos cabelos / Portal Educação. - Campo Grande: 
Portal Educação, 2014. 
 95p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-621-1 
 1. Cabelo. 2. Cabelo – Química. 3. Cabelo – Anormalidades. I. Portal 
Educação. II. Título. 
 CDD 646.724 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 7 
2 APRENDENDO UM POUCO SOBRE A PELE .......................................................................... 8 
3 LOCALIZANDO AS ESTRUTURAS DOS PELOS DENTRO DA PELE ................................... 9 
4 FUNÇÃO DOS CABELOS ........................................................................................................ 9 
5 DENOMINAÇÕES DOS PELOS POR REGIÃO ...................................................................... 10 
6 TIPOS DE PELOS .................................................................................................................... 11 
6.1 LANUGEM ................................................................................................................................. 11 
6.2 VELUS ....................................................................................................................................... 12 
6.3 PELO TERMINAL ...................................................................................................................... 12 
7 AS DIFERENÇAS ENTRE OS PELOS DO CORPO ................................................................. 12 
8 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS CABELOS ................................................................ 13 
9 ESTRUTURA DOS PELOS ...................................................................................................... 13 
9.1 O FOLÍCULO PILOSO ............................................................................................................... 14 
9.1.1 O bulbo piloso .......................................................................................................................... 15 
9.1.2 Papila dérmica ........................................................................................................................... 16 
9.1.3 Matriz germinativa .................................................................................................................... 16 
9.1.4 Bainha externa .......................................................................................................................... 17 
9.1.5 Bainha interna ........................................................................................................................... 17 
9.1.6 Haste capilar .............................................................................................................................. 17 
9.1.6.1 Estrutura da haste capilar ..................................................................................................... 17 
9.1.7 Raiz do Pelo .............................................................................................................................. 20 
9.1.8 Glândula sebácea ..................................................................................................................... 21 
9.1.9 Músculo eretor .......................................................................................................................... 22 
10 OUTRAS ESTRUTURAS IMPORTANTES ............................................................................... 22 
10.1 OS QUERATINÓCITOS ........................................................................................................... 22 
10.2 CAPILARES SANGUÍNEOS ..................................................................................................... 23 
10.3 NERVOS .................................................................................................................................. 23 
 
 
3 
10.4 GLÂNDULA SUDORÍPARA ...................................................................................................... 24 
10.5 MEMBRANA VÍTREA ............................................................................................................... 25 
11 A FANTÁSTICA FORMAÇÃO DOS PELOS E DOS CABELOS .............................................. 25 
12 A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CABELOS .......................................................................... 26 
13 CICLO DE VIDA DOS CABELOS ............................................................................................. 26 
13.1 FASE ANAGENÉTICA ............................................................................................................... 27 
13.2 FASE CATAGENÉTICA ............................................................................................................ 27 
13.3 FASE TELEGENÉTICA ............................................................................................................ 28 
14 FORMAÇÃO DA COR DO CABELO ........................................................................................ 29 
14.1 OS MELANÓCITOS .................................................................................................................. 29 
14.2 OS PIGMENTOS DE MELANINA PODEM SER CLASSIFICADOS EM DOIS GRUPOS: ....... 31 
14.2.1 Eumelanina ............................................................................................................................. 31 
14.2.2 Feomelanina ............................................................................................................................ 31 
14.3 CABELO GRISALHO ................................................................................................................. 32 
15 AS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA HASTE CAPILAR ............................................ 33 
15.1 ÉTNICA ..................................................................................................................................... 33 
15.2 CURVATURA ............................................................................................................................ 33 
15.2.1 Cabelos Lisos ou Lisótricos .................................................................................................. 33 
15.2.2 Cabelos Ondulados e Sinótricos ........................................................................................... 34 
15.2.3 Cabelos Crespos ou Ulótricos ............................................................................................... 35 
15.3 DIÂMETRO DO CABELO .......................................................................................................... 35 
15.4 ELASTICIDADE ......................................................................................................................... 35 
15.5 RESISTÊNCIA MECÂNICA ....................................................................................................... 36 
15.6 RESISTÊNCIA QUÍMICA ..........................................................................................................36 
15.7 DENSIDADE .............................................................................................................................. 36 
15.8 GRAU DE OLEOSIDADE .......................................................................................................... 37 
15.8.1 Cabelo seco ............................................................................................................................ 37 
15.8.2 Oleoso ...................................................................................................................................... 37 
15.8.3 Normal ..................................................................................................................................... 38 
15.8.4 Misto ........................................................................................................................................ 38 
15.9 PROPRIEDADES ESTRUTURAIS ............................................................................................ 38 
16 O PH DO CABELO ................................................................................................................... 39 
 
 
4 
16.1 ESCALA DE PH ........................................................................................................................ 40 
17 ALTERAÇÕES DA HASTE CAPILAR E DO COURO CABELUDO ......................................... 41 
17.1 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS ............................................................................................... 41 
17.1.1 Tricorexis nodosa: formação de nódulos ............................................................................. 41 
17.1.2 Tricorrexe Invaginata - Cabelos em Bambu ......................................................................... 42 
17.1.3 Triconodose ............................................................................................................................ 43 
17.1.4 Tricoptilose: pontas partidas ................................................................................................. 44 
17.1.5 Pili Triangulati et Caniculi - Síndrome dos Cabelos Impenteáveis ..................................... 45 
17.1.6 Pili Torti – Pelos torcidos ....................................................................................................... 46 
17.1.7 Pili Multigemini ........................................................................................................................ 47 
17.1.8 Tricoclasia: pontas desfiadas ................................................................................................ 47 
17.1.9 Moniletrix: cabelos em contas ............................................................................................... 48 
17.1.10 Pili Pseudo Annulati ............................................................................................................. 49 
17.1.11 Pili recurvati – Pelos Encravados ........................................................................................ 49 
17.1.12 Pediculose ............................................................................................................................. 49 
17.2 ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS ............................................................................................ 50 
17.2.1 Hipertricose ............................................................................................................................. 51 
17.2.1.1 Hipertricose Congênita Generalizada ............................................................................... 51 
17.2.1.2 Hipertricose Congênita Localizada ................................................................................... 51 
17.2.1.3 Hipertricose Adquirida ....................................................................................................... 51 
17.2.1.3.1 Hipertricose Lanuginosa .................................................................................................... 52 
17.2.1.3.2 Paraneoplásica ................................................................................................................... 52 
17.2.1.3.3 Hipertricose em doenças sistêmicas e dermatoses ............................................................ 52 
17.2.1.3.4 Hipertricose Adquirida Localizada ....................................................................................... 52 
17.2.2 Alopécias ................................................................................................................................. 52 
17.2.2.1 Alopécias Cicatriciais .......................................................................................................... 53 
17.2.2.1.1 Tipos de alopécias cicatriciais ............................................................................................. 54 
17.2.2.2 Alopécias Não cicatriciais ................................................................................................... 57 
17.2.2.3 Alopécia Areata .................................................................................................................... 58 
17.2.2.4 Alopécia androgenética – AAG ........................................................................................... 60 
17.3 ALTERAÇÕES CROMÁTICAS DOS PELOS ............................................................................ 64 
17.3.1 Flavismo .................................................................................................................................. 64 
 
 
5 
17.3.2 Pili annulati .............................................................................................................................. 64 
18 DOENÇAS DO COURO CABELUDO ....................................................................................... 65 
18.1 PITIRÍASE – CASPA ................................................................................................................. 65 
18.1.1 Pitiríase simplex ou “caspa seca” ........................................................................................ 65 
18.1.2 Pitiríase esteatoide ou “caspa oleosa” ................................................................................. 66 
18.2 DERMATITE SEBORREICA ..................................................................................................... 66 
18.3 PSORÍASE ................................................................................................................................ 67 
18.4 TINHA DO COURO CABELUDO............................................................................................... 68 
18.5 LÍQUEN PLANO ........................................................................................................................ 69 
18.6 TINEA CAPITIS (TINHA) ........................................................................................................... 69 
18.7 DEMODEX FOLLICULORUM ................................................................................................... 69 
19 AGENTES EXTERNOS AGRESSORES DA HASTE CAPILAR .............................................. 70 
19.1 DESGASTE POR SUCESSIVAS LAVAGENS .......................................................................... 70 
19.2 PELA AÇÃO DE REDUTORES E AGENTES ALCALINOS ..................................................... 70 
19.3 POR CLAREAMENTO E TINTURAS ........................................................................................ 71 
19.4 PELA ATUAÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS ........................................................................ 71 
20 TESTES PARA AVALIAÇÃO DOS DANOS NA HASTE ......................................................... 71 
20.1 ENSAIO DE COR ...................................................................................................................... 72 
20.2 CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) ....................................................... 72 
20.3 MICROSCOPIADE FORÇA ATÔMICA (MFA) E MICROSCOPIA DE FORÇA ELÉTRICA 
(MFE) .................................................................................................................................................. 72 
20.4 TESTE DA TRAÇÃO SUAVE .................................................................................................... 72 
20.5 TESTE DO DESLIZE ................................................................................................................. 73 
20.6 TESTE DA TORÇÃO ................................................................................................................. 73 
20.7 DERMATOSCOPIA ................................................................................................................... 73 
20.8 MICROSCOPIA ÓPTICA COMUM (MOC) ................................................................................ 73 
20.9 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA .................................................................... 74 
21 O RESULTADO DAS AGRESSÕES SOFRIDAS PELA HASTE CAPILAR ............................. 74 
22 TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA RESTAURAÇÃO DA HASTE CAPILAR ................... 75 
22.1 ATIVOS DISPONÍVEIS COM AÇÃO COMPROVADA .............................................................. 76 
22.1.1 Ceramidas ................................................................................................................................ 76 
22.6.1 Minerais ................................................................................................................................... 76 
 
 
6 
22.6.2 As vitaminas ............................................................................................................................ 77 
22.7 TRATAMENTOS ....................................................................................................................... 78 
22.7.1 A importância do pH no tratamento capilar ......................................................................... 78 
22.7.2 Os recursos utilizados nos tratamentos capilares .............................................................. 78 
22.7.2.1 Eletroterápicos ..................................................................................................................... 78 
22.7.2.2 Físicos.................................................................................................................................. 80 
22.7.2.3 Cosmecêuticos ................................................................................................................... 80 
23 OBSERVAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 82 
24 DICIONÁRIO DE DIFICULDADES DO TEXTO ........................................................................ 84 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 87 
 
 
 
7 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Desde os tempos mais antigos os cabelos possuem grande importância para a 
humanidade, como símbolo de status, poder e atração, ligados fortemente à autoimagem e à 
autoestima, ocupam hoje um lugar de destaque na corrida comercial; as indústrias de 
cosméticos têm feito grandes investimentos em inovações e a tecnologia cresce em ritmo 
acelerado; novos produtos e ativos surgem no mercado na busca do combate ao desgaste e 
agressões aos cabelos; agressões estas ocasionadas por vários agentes, inclusive substâncias 
criadas a título de embelezamento. 
Na tentativa de seguir as regras da moda e das exigências do mercado de trabalho, que 
coloca a aparência como um dos principais itens a ser considerado, as mulheres e até mesmo os 
homens estão buscando cada vez mais, os centros de estética e clínicas de terapia capilar, na 
tentativa de melhorar e mudar a aparência, acreditando assim estarem ganhando pontos na 
disputa profissional ou até mesmo amorosa. 
No entanto, embalado na importância que a aparência do cabelo tem para a sociedade, 
o novo profissional de estética capilar deve ser o diferencial do mercado, conhecendo a fundo 
aquele que é o seu instrumento de trabalho, as patologias a que são acometidos e suas 
consequências na fibra capilar; esse conhecimento envolve utilizar o senso crítico para 
selecionar e analisar de forma objetiva a aquisição de produtos para a reestruturação da haste 
capilar. 
Esperamos ser este curso um convite aos profissionais da área de estética a 
continuarem a busca por informações de caráter científico, buscas que direcionem melhor seu 
trabalho e que, embasados por este conhecimento, norteiem seu trabalho a um rumo mais 
concreto e voltado para o cumprimento da nossa verdadeira missão: a contribuição para a 
satisfação das necessidades de saúde, de higiene e do embelezamento do ser humano. 
 
 
 
8 
2 APRENDENDO UM POUCO SOBRE A PELE 
 
Para compreendermos perfeitamente a formação do folículo piloso é necessário primeiro 
entender a pele, pois afinal o pelo se origina de uma invaginação de uma das camadas da pele. 
Nossa pele é dividida em três camadas: epiderme, derme e hipoderme ou tecido celular 
subcutâneo. É constituída por duas camadas germinativas diferentes: a ectoderme e a 
mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de um embrião em desenvolvimento; as outras 
duas camadas do embrião são a mesoderme e a endoderme. 
A epiderme tem origem na ectoderme, enquanto a derme e o tecido adiposo subcutâneo 
(hipoderme) têm origem mesodérmica. A epiderme inicialmente é um epitélio simples, depois 
graças à proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ele se torna estratificado 
pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal, espinhosa, granulosa e córnea. 
Os pelos formam-se pela proliferação da epiderme, desenvolvendo brotos epiteliais que 
se afundam no mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-se e engloba uma porção do 
mesoderma, formando a papila do pelo. As células epidérmicas que envolvem a papila proliferam 
intensamente e se queratinizam, migrando para a superfície da pele, formando o pelo. 
 
FIGURA 1 – Esquema das camadas da pele 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
9 
3- LOCALIZANDO AS ESTRUTURAS DOS PELOS DENTRO DA PELE 
 
 
Na Epiderme: podemos encontrar as aberturas dos folículos, poros das glândulas 
sudoríparas, camadas córneas, granulosas, espinhosas e basais, melanócitos e rede de cristas 
epidérmicas. 
Na Derme: encontramos a papila dérmica, as terminações nervosas livres (receptor da 
dor), o corpúsculo de Meissner (receptor tátil), glândula sebácea (regulada hormonalmente), 
músculo eretor do pelo, fibra de colágeno, corpúsculo de Ruffini (receptor mecânico), corpúsculo 
de Pacini (receptor de pressão), bulbo piloso, glândula sudorípara écrina. 
No Subcutâneo: parte mais profunda do folículo, bainha radicular externa e interna, 
células da matriz, papila pilosa, artéria, veia, vasos capilares, fibras nervosas sensitivas 
(mielinizadas), fibras nervosas autônomas (não mielinizadas), melanócitos, membrana hialino 
(vítrea), tecido celular subcutâneo. 
 
 
4 FUNÇÃO DOS CABELOS 
 
 
É um órgão cujas funções de proteger e regular tem importância vital para o bom 
funcionamento de nosso organismo. É exclusivo dos mamíferos e sua forma tem características 
hereditárias e étnicas. Também dependendo da raça o cabelo pode predominar e ser mais 
evidente nos sítios andrógeno dependente em ambos os sexos. O cabelo possui cerca de 20 
tipos de células com as mais variadas funções. Além de formarem os fios, essas células estão 
ligadas a diversos sistemas do corpo humano – principalmente o nervoso, o circulatório e o 
imunológico. Funcionam também como um isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações 
solares. São tidos como indicativo de diversas doenças que se manifestam no corpo humano. 
Os pelos têm uma grande quantidade de terminaçõesnervosas, que provêm da 
sensibilidade à pressão e tato. Em alguns animais o cabelo tem duas mil terminações nervosas, 
o que o converte em fundamentais para a sobrevivência de outras espécies de mamíferos 
através das funções de camuflagem, isolamento para termorregulação, defesa e desempenho 
sexual. Na espécie humana, apesar da unidade pilossebácea não representa valor vital, exerce 
 
 
10 
papel importante na regeneração epidérmica: a reepitelização é mais rápida em áreas com maior 
densidade de folículos pilossebáceos. 
O cabelo é condutor da secreção das glândulas sebáceas e apócrinas, estas últimas se 
distribuem especialmente em axilas e virilha. Outras funções incluem: proteção contra a radiação 
solar (cabelos e sobrancelhas), barreira mecânica (sobrancelhas, cílios e pelos nasais), aumento 
da superfície de evaporação de suor (principalmente axilas), auxílio na função sensorial cutânea 
e contribuição com os caracteres sexuais secundários, além de ser um meio de reconhecimento 
individual e atração sexual. 
Distribuem-se por todo o corpo, exceto nas regiões palmares e plantares, faces laterais 
dos dedos, lábios, glande, prepúcio, clitóris, pequenos lábios e superfície interna dos grandes 
lábios. O fio de cabelo é, em sua essência, um pelo. Possui a mesma estrutura dos outros pelos 
do corpo humano, tendo, porém, suas particularidades. 
 
 
 
 
5 DENOMINAÇÕES DOS PELOS POR REGIÃO 
 
 
 No couro cabeludo são chamados de: Cabelos 
 Nas órbitas são conhecidos por: Supercílios 
 Nas pálpebras recebem a denominação de: Cílios 
 No vestíbulo nasal: Vibrissas 
 No meato acústico externo: Tragos 
 No lábio superior: Bigode 
 Na face: Barba 
 Nas axilas: Hircos 
 Na região pubiana, monte púbico: Pubes 
 
 
 
 
 
 
 
11 
FIGURA 2 – Microfotografia dos pelos pubianos: medula e raiz 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
FIGURA 3 – Micrografia do cabelo da barba. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
6 TIPOS DE PELOS 
 
 
6.1 – LANUGEM 
 
 
É o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento; é delgado, macio, não 
pigmentado e não contém medula. É produzido pelos folículos fetais e desprende normalmente 
no útero no sétimo ou oitavo mês de gestação ou então logo após o nascimento. 
 
 
 
 
12 
6.2 – VELUS 
É o pelo que substitui a lanugem após o nascimento; é macio, não medulado, fino, cerca 
de 0,1 cm, curto, cerca de 2 cm, e raramente pigmentado. Pode ser encontrado normalmente 
nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens. 
 
 
6.3 - PELO TERMINAL 
 
 
É o pelo que substitui o velus em determinadas áreas do corpo e em certa idade da vida. 
É um pelo mais comprido, cerca de 2 cm, mais grosso, até 0,6 mm, pigmentado, visível e com 
medula. É encontrado nas axilas, regiões pubianas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e 
cabelos do couro cabeludo. 
 
7 As diferenças entre os pelos do corpo 
 
 
Os pelos e os cabelos em geral são bem parecidos, são praticamente idênticos, algumas 
das diferenças são: 
 
 O pelo geneticamente se desenvolve até certo comprimento e pára, fica velho e 
é substituído por outro novo. O cabelo já cresce por um período maior. 
 A diferença biológica: os pelos crescem principalmente na puberdade, enquanto 
que os cabelos crescem desde o nascimento. Mais tarde, os cabelos (sobretudo nos homens) 
terão queda acelerada, mas não os pelos. 
 A função dos pelos do nariz é evitar que partículas estranhas aderidas ao muco 
alcancem os alvéolos (componentes dos pulmões). Eles também mantêm desobstruídas as vias 
respiratórias e são capazes de movimentar partículas na velocidade de 16 mm por minuto. 
 As sobrancelhas e os cílios protegem o globo ocular da luz ultravioleta, corpos 
estranhos, suor e água. 
 
Os pelos do corpo e bigode crescem em menor velocidade, seguido da sobrancelha e 
 
 
13 
dos cílios, que demoram três anos para crescerem. 
8 Principais características dos cabelos 
 
 
O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pelos, 150.000 deles na forma de 
cabelos. São renovados em média de quatro a sete anos. O cabelo do couro cabeludo cresce 
0.4 mm por dia, o número de folículos é o mesmo em ambos os sexos; no entanto, os cabelos de 
fios finos crescem cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três meses. Os grossos podem levar 
o dobro do tempo. 
Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres, como também no 
vértice que na região parietal. Estudos por biópsias sugerem que ao nascer temos 700-750 
folículos por cm² no couro cabeludo e esta quantidade decresce com o tempo a 200-400 cabelos 
por cm². Os cabelos estão presos fortemente à cabeça, acredita-se que suportariam um peso de 
oitenta quilos. Uma trança aguentaria entre duzentos e trezentos quilos. 
As diferenças em suas características de comprimento, espessura e cor são 
determinadas geneticamente. Esta diferença de comprimentos entre as regiões ocorre porque a 
taxa de crescimento é variável em cada uma delas. Os pelos podem ser divididos em 3 
categorias, conforme a resposta a hormônios masculinos: 
 
- Dependentes de hormônios: axilares, púbicos e torácicos. 
- Parcialmente dependente: corpo e extremidades; 
- Independentes: escalpo, sobrancelhas e cílios. 
 
 
9 Estrutura dos Pelos 
 
 
O pelo que vemos é apenas uma parte de toda a estrutura capilar, internamente dentro 
da pele encontram-se estruturas complexas com uma taxa de multiplicação celular que ocorre a 
cada período de 39 horas. É uma das mais elevadas que se conhece. Os pelos são estruturas 
mortas de substâncias queratinizadas (córnea), com forma cilíndrica, derivada de uma 
invaginação da epiderme, o folículo piloso. Seu desenvolvimento é iniciado em torno do terceiro 
mês da vida fetal, quando a epiderme se invagina e invade a derme. 
 
 
14 
FIGURA 4 – Raiz de um fio, detalhes dos principais componentes 
 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
A unidade pilossebácea compreende: o folículo piloso, glândula sebácea, músculo 
eretor, um a quatro fios de pelos ou cabelos. 
 
 
9.1 - O FOLÍCULO PILOSO 
 
 
O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo. Podemos dividir o folículo piloso 
em duas partes: segmento superior e segmento inferior. 
 
Segmento superior: localizado à altura da inserção do músculo eretor até a superfície da 
pele, é composto por: 
 
 O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a 
desembocadura da glândula sebácea; 
 O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a superfície 
da pele; a saída do infundíbulo na superfície da pele é chamada de óstio folicular; 
 
 
15 
 Acrotríquio: é a porção intraepidérmica do folículo; 
 A glândula sebácea. 
 
Segmento inferior: que compreende a região que vai do músculo eretor até a base do 
bulbo, é composto por: 
 Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém a 
matriz germinativa do pelo; 
 O folículo piloso possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha 
interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica). 
 
FIGURA 5 – Estruturas do folículo piloso 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
Separando o folículo piloso do tecido conjuntivo, que o envolve, está uma membrana 
que deve ser a lâmina basal muito desenvolvida e é chamada de membrana vítrea. 
 
 
9.1.1 - O bulbo piloso 
 
 
Na base do folículo encontra-se uma dilatação denominada bulbo piloso, região onde as 
células dos pelos são produzidas. Estruturas importantes estão alojadas nesta bolsa, que muito 
se assemelha com um ventre materno. No pelo em formação o bulbo piloso possui cinco 
 
 
16 
porções: papila dérmica, matriz, bainha interna do folículo, bainha externa do folículo e o pelo. O 
bulbo piloso atinge sua largura máxima a meia altura da papila. Uma linha transversal nesse 
nível,linha de Auber, constitui o limite superior do território onde se expandem e se multiplicam 
os queratinócitos e os melanócitos. Na zona queratógena, que se localiza na parte superior do 
bulbo, as células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e 
endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. 
 
 
9.1.2 Papila dérmica 
 
 
A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados localizados na base do 
folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. Supõe-se que controla o 
número de células da matriz. A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados 
localizados na base do folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. 
Acredita-se que controla o número de células da matriz. São entrelaçadas por vasos capilares 
que provêm nutrição para as células que estão se dividindo por mitose, e as células 
especializadas enviam sinais que ajudam a determinar o diâmetro do fio do cabelo. Estas células 
migram até a matriz do pelo e começam a se dividir e se diferenciar. Seu comportamento é 
controlado por numerosas citoquinas. 
A profundidade da papila é muito variável – na maioria das pessoas se encontra a 4 mm 
da superfície da pele, porém pode chegar até a 7 mm. Altamente vascularizada, a papila é a 
força real que dirige o folículo, provendo toda informação necessária para a multiplicação e 
diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo de vida do cabelo. 
 
 
9.1.3 Matriz germinativa 
 
 
A matriz circunda a papila abaixo da linha de auber, grupos de células que origina o 
pelo. Essas células são pouco diferenciadas e possuem um ritmo mitótico, provavelmente o mais 
alto do corpo humano. A taxa de multiplicação destas células ocorre a cada período de 39 horas. 
 
 
17 
Dentro do grupo de células germinativas da matriz existem melanócitos produtores de pigmentos 
do cabelo. As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do 
núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o 
esqueleto do cabelo. 
 
 
9.1.4 - Bainha externa 
 
 
Representa uma invaginação da epiderme, situada entre a matriz germinativa e a 
superfície, a bainha externa continua com o epitélio da epiderme. 
 
 
9.1.5 - Bainha interna 
 
 
Composta de três laminas: cutícula da bainha interna e membrana de Huxley e de 
Henle; desenvolve-se em torno do pelo, separando-o da bainha externa, e estende-se apenas 
parcialmente pelo folículo, desaparece na altura da região, onde desembocam as glândulas 
sebáceas. 
 
 
9.1.6 - Haste capilar 
 
 
O pelo pode ser dividido em duas partes: a parte livre – a haste que se projeta para o 
exterior, e a parte interna – a raiz e uma haste. São estruturas mortas compostas por células 
queratinizadas fortemente aderidas entre si. 
 
 
9.1.6.1 Estrutura da haste capilar 
 
 
 
18 
 
Os pelos compreendem três estruturas básica: a cutícula, a medula e o córtex. 
 
 Cutícula 
 
A cutícula, superfície protetora do cabelo, tem a função de não permitir que substâncias 
nocivas penetrem no núcleo do cabelo e protegê-lo da excessiva evaporação de água. É 
responsável pelo brilho, maciez e proteção dos fios. É formada de uma camada única de células 
que se recobrem parcialmente, como escamas de peixe, com a borda livre direcionada para a 
extremidade do fio de cabelo. 
Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte transversal da 
cutícula dá a impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10 
espessuras. Transparentes, não pigmentadas, essas células cuticulares, muito achatadas (0,5 
micrometros) e muito alongadas (45 micrometros). A cutícula possui uma combinação 
diferenciada de ingredientes especiais, entre eles aminoácidos, lipídios (ceramidas e ácidos 
essenciais) e minerais que, quando não agredidos, possibilitam um aspecto uniforme, 
proporcionando brilho e maciez aos cabelos. São constituídas de três partes: 
 
- A epicutícula: fina membrana que envolve as escamas. 
- A exocutícula: região média, frágil. 
- A endocutícula região interior, resistente. 
 
FIGURA 6 – Fio de cabelo 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
19 
 Medula 
 
Ausente no lanugo ou no velus humano a medula é formada por células anucleadas, 
fracamente queratinizadas, contendo lipídeos e granulações pigmentadas. Devido à dificuldade 
de isolamento dessas células, suas funções não são claras quanto às propriedades físicas e 
químicas do cabelo. 
 
 Córtex 
 
O córtex é a principal estrutura do cabelo; formado por células fusiformes queratinizadas, 
que são constituídas por: macrofibrilas, que por sua vez são formadas por microfibrilas, que são 
envoltas por uma substância amorfa, rica em enxofre e onde se encontram os grãos de 
melanina. As microfibrilas são formadas por protofibrilas que possuem a forma de uma corda 
trançada, com 2 ou 3 fios. 
Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de enxofre, enrolada sobre si 
mesma, em forma de hélice. É responsável pela elasticidade, resistência e cor dos fios. As 
mudanças mais radicais, como tintura, descoloração, permanente e alisamento atuam 
principalmente nessa região, alterando a estrutura do córtex. 
 
FIGURA 7 - Desenho da macrofibrila, microfibrilas, protofribrila e hélice. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
 
 
20 
9.1.7 – Raiz do Pelo 
 
 
A raiz do pelo encontra-se no folículo. As células da raiz do cabelo se dividem e movem 
para cima dentro do folículo. Durante o processo de crescimento do pelo as células da raiz 
multiplicam-se e se diferenciam em vários tipos celulares: 
 
 Das células mais periféricas surge a cutícula do pelo, que se apresenta como 
grupos de células fortemente queratinizadas, como escamas que envolvem o córtex. 
 Ao redor da medula diferenciam-se células mais queratinizadas e dispostas 
compactamente, formando o córtex do pelo; 
 Algumas células grandes vacuolizadas e fracamente queratinizadas, que irão 
formar a medula do pelo; 
 
Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas epiteliais, uma interna e 
outra externa, que envolvem o eixo do pelo na sua porção inicial. 
 
FIGURA 8 – Microfotografia da raiz do cabelo humano 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
 
 
21 
9.1.8 - Glândula sebácea 
 
 
Estas estruturas originam-se como divertículos do broto que originará o pelo. Composta 
de água, resíduos epiteliais, grânulos de querato-hialina e de queratina, de substâncias minerais 
e de elevado teor de lipídios, principalmente triglicérides, tem a função de lubrificar os pelos e a 
superfície cutânea. Parece exercer certa função bactericida e fungicida. Protege a pele, evitando 
que se resseque, ao mesmo tempo em que a impermeabiliza, evitando a evaporação excessiva, 
sobretudo no inverno. Estas glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. 
Protege contra agentes patogênicos, das alterações climáticas, ajuda na impermeabilidade da 
pele. 
Segregam uma substância semilíquida e oleosa, o sebo cutâneo, composto de ácidos 
graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos, alcoóis e cera. O sebo cutâneo sobe através do 
folículo até a superfície e, além de lubrificar, amaciar e proteger a pele concede espessura e, de 
certa forma, impermeabilidade ao pelo. O sebo migra entre dois ou diversos fios de cabelos 
vizinhos, à razão de 2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do couro cabeludo, aproximadamente. A 
beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula produz e 
descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo. O suor secretado pelas glândulas 
sudoríparas se mistura ao sebo para proteger e lubrificar o couro cabeludo e o cabelo. 
 
FIGURA 9 - Glândula sebácea 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
22 
9.1.9Músculo eretor 
 
 
O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares lisas presas à bainha 
conjuntiva do folículo piloso, ao nível da porção mediana do mesmo. Semelhante a todos os 
músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o sistema nervoso lhes dá uma ordem 
nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre si mesmos, encolhem e repuxam as bases dos 
folículos, colocando, assim, o fio de cabelo em posição vertical. O local onde este músculo se 
conecta com o folículo piloso marca a região do bojo, no qual abriga as células stem (células 
mãe) do folículo piloso. Sua contração determina que o pelo fica “arrepiado” e também comprime 
as glândulas sebáceas ocasionando excreção de sebo para a superfície. 
 
FIGURA 10 - Músculo eretor 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
10 Outras estruturas importantes 
 
No folículo piloso ou próximo a ele outras estruturas também importantes podem ser 
vistas. 
 
 
10.1 OS QUERATINÓCITOS 
 
 
23 
Os queratinócitos são células responsáveis pela síntese da melanina. Os queratinócitos 
do folículo piloso são células que se multiplicam numa taxa muito maior do que os queratinócitos 
da pele. Além disso, eles se diferenciam para formar as diferentes estruturas do cabelo. A 
produção e armazenamento de queratina, um processo denominado queratinização, causa um 
endurecimento destas células, levando à desintegração de seus núcleos e consequente morte. 
 
10.2 CAPILARES SANGUÍNEOS 
 
São pequeníssimos vasos sanguíneos que conectam as artérias e veias à papila. Os 
vasos capilares são responsáveis pelas trocas gasosas e nutritivas, e simultaneamente eles 
fazem o processo de remoção de toxinas dos folículos pilosos. 
 
FIGURA 11 - Capilares sanguíneos. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
10.3 NERVOS 
 
Eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação do folículo piloso é bastante 
complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos. 
 
 
 
24 
 A inervação motora do músculo eretor. 
 A inervação da papila. 
 A inervação sensitiva do cabelo. 
 
O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que explica as dores à 
tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo. 
 
Figura 12 - Nervos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.4 GLÂNDULA SUDORÍPARA 
 
 
As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, com exceção de certas 
regiões como a glande. Constituídas por um fino e longo tubo que no início se enovela, chamado 
corpo da glândula. Secretam o suor através do poro sudorífero, a porção secretora localiza-se na 
derme. O suor secretado pelas glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém 
algumas proteínas que são expelidas por um tipo de células. Há também sódio, potássio, cloreto, 
ureia, amônia e ácido úrico, produtos da excreção de outros tipos de células. Ao atingir a 
superfície da pele o suor evapora-se, provocando a queda da temperatura. 
 
 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
http://www.indiceuv.ufrj.br/2003/iuv2003_glossario.html#pele
 
 
25 
FIGURA 13 – Glândula sudorípara 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
10.5 MEMBRANA VÍTREA 
 
 
Parte interna e acelular da bainha do tecido conjuntivo, elo que mantém ligado o bulbo 
em afastamento à papila dérmica. 
 
 
11 A FANTÁSTICA FORMAÇÃO DOS PELOS E DOS CABELOS 
 
 
Na parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, é onde encerra a zona de 
divisão celular. Cada célula vai se dividir e cria uma nova célula, a célula-filha, que é 
impulsionada para o alto pelo nascimento de outras células. Elas se queratinizam 
progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para dar origem aos fios de cabelo. As 
células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e 
endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o esqueleto do 
cabelo. No nível da zona queratógena se individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de 
 
 
26 
diversas camadas celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo no seu crescimento até o 
ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-se, então, livre. 
 
 
12 A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CABELOS 
 
O componente primário é a queratina, que corresponde entre 65% e 95% do peso da 
fibra capilar, outros elementos, no entanto, fazem parte da sua composição, como: 
 
 Água, que é fundamental, e seu teor pode variar de acordo com a umidade 
relativa do ar, mas chega em torno de 10% da composição química de um fio. Quando o cabelo 
está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso. 
 Lipídeos: Fazem parte da composição e podem estar tanto interna quanto 
externamente. Tanto os óleos internos quanto externos somam 6% da composição dos fios. Os 
internos ajudam na estrutura do fio e os externos são responsáveis pela lubrificação ao longo do 
fio. 
 Aminoácidos: São unidades fundamentais das proteínas e somam cerca de 14% 
da composição química. O mais importante é a cisteína, que contém enxofre em sua molécula, 
está presente em todo o polímero da queratina. Por oxidação, duas moléculas de cisteína podem 
formar fortes ligações dissulfeto e, portanto, ligar polímeros de queratina adjacentes. Essas 
ligações de cisteína contribuem para a força dos cabelos e são as principais responsáveis pela 
durabilidade e resistência. 
 
Os cabelos são compostos ainda por Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, Hidrogênio e 
Enxofre. Podemos ainda encontrar traços de Cálcio, Ferro, Chumbo e Silício. 
 
13 CICLO DE VIDA DOS CABELOS 
 
Os fios de cabelo não crescem indefinidamente. Após certo período a parte inferior do 
folículo sofre uma mudança degenerativa, onde o segmento bulbar é quase totalmente destruído. 
O cabelo cresce, em média, de 1 cm a 1,5 cm por mês. Cada fio de cabelo tem um ciclo de vida 
 
 
27 
de 4 a 7 anos, aproximadamente. Cada folículo piloso está programado para ter, em média, 25 
ciclos de vida. Na papila dérmica se desenvolvem as três fases de um ciclo. 
 
Figura 14 – Fases do ciclo de vida do fio 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
13.1 FASE ANAGENÉTICA 
 
 
O ciclo anágeno é o mais comprido, tem duração aproximada de 1.000 dias. Nesta fase 
se encontra a maioria dos cabelos, entre 80 a 85%, e é altamente ativo. Esta fase reflete no 
tamanho do pelo e variam nas diferentes regiões do corpo. Os primeiros estágios da anágena 
copiam a foliculogernese fetal e a parte inferior do folículo se refaz para produzir a nova haste. 
 
 
13.2 FASE CATAGENÉTICA 
 
 
 
 
28 
Após a fase anágena o segmento bulbar é quase totalmente destruído, e inicia-se a fase 
catágena. A interrupção dos processos mitóticos da matriz e a perda da bainha externa do 
folículo por apoptose (morte programada da célula) levam ao colapso da região bulbar. A porção 
superior do bulbo que escapou das transformações degenerativas forma um saco epitelial que 
engloba o cabelo remanescente, perde-se no processo catágeno, um terço ou até metade do 
tamanho do folículo. Somente a papila e a matriz permanecem no próximo ciclo. 
Nesta fase ocorre uma adaptação do istmo para servir de suporte ao pelo durante a fase 
seguinte – telógena – que é uma fase de repouso, sem atividade. 
 
FIGURA 15 – Micrografia da raiz do cabelo em fase catágena 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
13.3 FASE TELEGENÉTICA 
 
Nesta fase a matriz para de proliferar gradualmente, fica muito mais lenta e, em seguida, 
cessa completamente. A matriz descola-se em sentido da superfície da pele. A membrana vítrea 
enruga e engrossa, ocorre a perda da bainha externa do folículo por apoptose (morte 
programada da célula) e a bainha externa se afina e passa a envolver o pelo totalmente. O 
folículo torna-se uma estrutura de âncora para o desenvolvimento de um novo folículo, o bulbo 
 
 
29 
continuasua ascensão até a superfície, pressionado por outro pelo, logo abaixo, em fase 
anágena. 
 
FIGURA 16 – Micrografia da raiz de um cabelo em fase telógena. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
14 FORMAÇÃO DA COR DO CABELO 
 
 
O pigmento melanina é responsável pela cor que vemos tanto em nossa pele, pelos e 
cabelos. Estes pigmentos são produzidos pelos melanócitos que estão entre a papila e o epitélio 
da raiz do pelo, células residentes no bulbo do folículo piloso. O processo de melanogênese, que 
é o método da síntese da melanina, está diretamente ligado com a fase anágena do ciclo de 
crescimento dos pelos. Na fase catágena a formação da melanina é interrompida e ausente na 
fase telógena. 
 
 
14.1 - OS MELANÓCITOS 
 
 
 
 
30 
A coloração dos pelos resulta da atividade dos melanócitos, que produzem grânulos de 
um pigmento escuro conhecido como melanina, sintetizado a partir do aminoácido tirosina. A 
adição de outro aminoácido, conhecido como cisteína, produz um pigmento amarelado chamado 
feomelanina. Os melanócitos são células grandes presas no topo da papila dérmica que 
produzem o pigmento melanina e o transferem aos queratinócitos, que vão formar o córtex da 
fibra capilar. Os melanócitos produzem as melaninas em organelas especializadas chamadas de 
melanossomos. 
Os melanócitos usam seus dendritos para injetar os pequenos grânulos de pigmento. 
Deste modo, o cabelo é incolor no início. Diferentemente da pele, os melanócitos do folículo 
piloso não precisam da luz do sol para produzir melanina. A transferência das melaninas para os 
queratinócitos ocorre por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses são de 
que o melanossoma é injetado diretamente no queratinócitos ou ainda que ocorre fagocitose da 
organela na extremidade dendrítica do melanócitos. 
Os melanócitos foliculares diferem dos melanócitos epidérmicos por seu maior tamanho 
e dendritos mais longos e por estarem relacionados somente a 4 a 5 queratinócitos, em 
contraste com os 36 a 40 no caso de melanócitos epidérmicos. A proporção entre os pigmentos 
melanina e feomelanina dá origem às diferentes colorações de nossos cabelos. 
 
FIGURA 17 - Melanócito e a melanina. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
 
31 
14.2 OS PIGMENTOS DE MELANINA PODEM SER CLASSIFICADOS EM DOIS GRUPOS: 
 
 
14.2.1 Eumelanina 
 
É um polímero que ocorre em grânulos dentro dos melanossomos, semelhante a um 
grão de arroz e sua coloração varia de vermelho escuro ao preto (pigmentos granulados). A 
síntese de melanina ocorre pela presença de uma enzima – tirosinase – concentrada no 
aparelho de Golgi dos melanócitos. O pigmento é originado a partir da oxidação do aminoácido 
tirosina por intermédio da ação da tirosinase, que vai de um aminoácido incolor a um pigmento 
castanho. 
 
 
14.2.2 Feomelanina 
 
 
Ocorre em melanossomos com uma forma menos precisa e pode ser vista na forma de 
pontos difusos. Sua coloração varia de amarelo para vermelho (pigmentos difusos). Difere da 
eumelanina, porque, além da tirosina, outro aminoácido, a cisteína, está envolvida em sua 
produção. A variedade das cores naturais dos cabelos é explicada pelo grau de concentração 
dos pigmentos granulosos ou difusos. 
 
FIGURA 18 - Microfotografia da distribuição do pigmento vermelho no cabelo humano 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
32 
PROTA e THOMSON, em 1976, isolaram outro grupo de pigmentos faseomelanínicos, 
chamados tricocromas, antigamente designados sob o nome de tricossiderina, que seriam 
responsáveis pelas tonalidades ruivas. 
 
FIGURA 19 - Células corticais e os pigmentos de cor. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
14.3 CABELO GRISALHO 
 
 
A mistura de um cabelo colorido e cabelo branco gera a aparência grisalha do cabelo. O 
“embranquecimento” do cabelo pode ser explicado por uma incapacidade de alguns melanócitos 
em produzir pigmentos e de outros em transferir o pigmento aos queratinócitos. No entanto, dado 
que após receberem a melanina para sua coloração ocorre morte celular dos queratinócitos, 
para que o cabelo continue com sua cor natural é preciso que haja uma constante renovação 
dos mesmos. Isso é feito por meio das chamadas células tronco, capazes de se diferenciar em 
várias outras, inclusive em melanócitos. 
Desse modo, cientistas da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston 
descobriram recentemente que a perda gradual dessas células não diferenciadas está, 
literalmente, na raiz do cabelo grisalho. Mais especificamente no folículo capilar, estrutura que 
“ancora” o cabelo na pele. 
 
 
33 
15 AS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA HASTE CAPILAR 
 
 
15.1 ÉTNICA 
 
 
Raça branca – caucasiana 
Asiática – mongólica 
Negra 
 
FIGURA 20 – Microfotografia do cabelo da cabeça do indivíduo caucasiano/ Microg.de 
cabelo negroide/ Microg. de cabelo asiático (Nesta ordem) 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
15.2 – CURVATURA 
 
15.2.1 - Cabelos Lisos ou Lisótricos 
 
 
34 
 
 
Têm diâmetro maior e redondo ao corte transversal. Os folículos retos são vistos nas 
raças mongólicas, chineses, esquimós e índios americanos. 
 
FIGURA 21 - Corte transversal do cabelo liso. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
15.2.2 - Cabelos Ondulados e Sinótricos 
 
 
O diâmetro ao corte transversal é oval e são encontrados em vários grupos étnicos, 
principalmente nos caucasianos. Normalmente nascem lisos na raiz e formam cachos ao longo 
do fio, por isso tendem a ser menos ressecados que os crespos. 
 
FIGURA 22- Corte transversal do cabelo ondulado. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
35 
15.2.3 - Cabelos Crespos ou Ulótricos 
 
FIGURA 23 – Corte transversal do cabelo ondulado. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
O diâmetro ao corte transversal é de forma helicoidal ou espiralada. São encontrados em 
quase todas as raças negras (africanos). Nascem espiralados desde a raiz. Essa característica 
torna mais difícil a distribuição da oleosidade natural do couro cabeludo ao longo dos fios, 
deixando-os, por consequência, muito mais secos. Por isso, são mais difíceis de pentear e mais 
sujeitos à formação de nós. 
 
 
15.3 DIÂMETRO DO CABELO 
 
 
Os cabelos podem ser classificados quanto ao seu diâmetro da seguinte forma: 
- Cabelos grossos: diâmetro superior a 0.06 mm 
- Cabelos médios: diâmetro entre 0.04 e 0.06mm 
- Cabelos finos: diâmetro abaixo de 0.04 mm 
 
 
15.4 ELASTICIDADE 
 
 
36 
 
 
É a capacidade de alongamento e retomada do comprimento natural do fio de cabelo, se 
altera e os cabelos tornam-se difíceis de pentear, embaraçam e podem quebrar-se facilmente. 
Os pelos são estruturas muito resistentes, suportando tensões da ordem de 40 a 160g. O cabelo 
seco possui cerca de 30% da capacidade de alongamento em relação ao seu comprimento, 
enquanto que o fio molhado pode chegar a 100% deste valor. Isto mostra quão importante é o 
cuidado necessário para pentear os cabelos molhados, pois os fios estão submetidos à tração 
máxima suportável. 
 
 
15.5 RESISTÊNCIA MECÂNICA 
 
 
É a capacidade máxima de suportar uma carga tencionando cada fio, sem romper. Este 
número é de aproximadamente 50 gramas, portanto os 100.000 fios normalmente presentes na 
cabeça podem suportar até 500 kg de carga! Com as tinturas clareadoras acontece a quebra das 
ligações da cutícula do cabelo e a diminuição da resistência mecânica, o que pode ocasionar a 
quebra dos fios de cabelo. 
 
 
 
15.6 RESISTÊNCIA QUÍMICA 
 
 
Resistência química dos cabelos é abalada pela presença de substâncias oxidantes 
presentes nos agentes descolorantes. Tais compostos rompem as ligações sulfurosas da haste 
do cabelo tornando-os fragilizados e susceptíveis ao rompimento e queda.15.7 DENSIDADE 
 
 
 
37 
 
A densidade é medida pelo número de fios de cabelo por centímetro quadrado: 
- Denso: possui mais fios por centímetro quadrado 
- Esparso ou fino: possui menos fios por centímetro quadrado 
 
 
15.8 GRAU DE OLEOSIDADE 
 
 
15.8.1 Cabelo seco 
 
 
O cabelo tanto pode ser seco por uma característica natural, quando a secreção 
deficiente das glândulas sebáceas resseca os fios e acumula eletricidade estática, como pode 
ser uma condição adquirida devido à exposição à poluição, ao uso inadequado de produtos 
capilares, dentre outras causas. Uma característica do cabelo seco é o fato das escamas que 
compõem a camada externa dos fios abrirem-se, de se tornarem mais vulneráveis aos agentes 
externos, como poluição, vento, sol e processos químicos, como as tinturas e os permanentes. 
São difíceis de pentear e desembaraçar. Normalmente é uma característica dos cabelos 
crespos, o que determina o aumento de volume. 
 
 
15.8.2 Oleoso 
 
 
O cabelo tanto pode ser oleoso também por uma característica natural, quando as 
glândulas sebáceas lubrificam os fios excessivamente, como pode ser uma condição adquirida 
devido ao uso inadequado de produtos capilares, exposição a ambientes muito úmidos ou com 
alto teor de vapores de gordura, dentre outras causas. O cabelo oleoso tende a ter a irrigação 
distribuída ao longo dos fios, diminuindo a irrigação na raiz, o que aumenta a perda de cabelo. 
Existe uma associação frequente com a caspa, devido à maior secreção sebácea, podendo 
inclusive acelerar o processo de queda. 
 
 
38 
 
 
15.8.3 Normal 
 
 
A produção de gordura pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo é equilibrada e 
regular, de modo a lubrificar o cabelo da raiz às pontas. Não têm excesso de oleosidade na raiz 
nem pontas ressecadas. Dispensam grandes cuidados para exibir um aspecto brilhante e 
saudável. 
 
 
15.8.4 – Misto 
 
 
Possuem características de cabelos oleosos e secos, ou seja, o couro cabeludo é oleoso 
e as pontas são ressecadas e às vezes duplas. É o tipo de cabelo mais comum e também o mais 
difícil de tratar. Apresenta fios secos, quebradiços e sem brilho, geralmente nas pontas, com 
couro cabeludo oleoso. Normalmente são cabelos ondulados e finos. 
 
 
 
 
15.9 PROPRIEDADES ESTRUTURAIS 
 
 
A queratina capilar, seu principal componente, é uma proteína muito resistente aos 
agentes químicos, principalmente aos ácidos. Sua estrutura, no entanto, pode romper-se 
mediante ação de redutores e agentes alcalinos que a determinado pH e temperatura atuam 
sobre as ligações que mantêm a estrutura dos fios. O cabelo pode absorver água, que se aloja 
nos espaços intermoleculares das cadeias de queratina, aumentando seu diâmetro, em 
aproximadamente 15%. Se previamente tratado com agentes químicos, que rompem as ligações 
 
 
39 
de sustentação, o cabelo se tornará muito mais permeável, aumentando seu volume em até 3 
vezes. 
A elasticidade do cabelo está relacionada com a conformação da proteína e também 
com a quantidade de água incorporada. As moléculas aquosas, ao se localizarem entre as 
cadeias de queratina funcionam como lubrificante interno que proporcionaria as transformações 
estruturais. Um cabelo ressecado não pode contrair-se ou estirar-se com facilidade, rompendo-
se quando atingir uma taxa de 20 a 30% de estiramento. Se embebido em água esta taxa poderá 
atingir 100%. A aplicação de vapor de água aumenta ainda mais a capacidade de estiramento ou 
alongamento. 
 
 
16 O PH DO CABELO 
 
 
Este símbolo criado em 1909 pelo químico dinamarquês Soerensen que é a abreviatura 
de potencial hidrogênico e é usado para indicar o grau de acidez ou alcalinidade de uma 
substância. O pH é uma característica de todas as substâncias, determinado pela concentração 
de íons de Hidrogênio (H+) ou íons de Hidroxila (OH). Os valores variam de 0 a 14, sendo que 
de 0 a 7 são considerados ácidos, em torno de 7 são neutros e acima de 7 são denominados 
básicos ou alcalinos. Quanto menor o pH de uma substância, maior a concentração de íons H+ e 
menor a concentração de íons OH-. 
A camada hidrolipídica que protege o cabelo, a pele e a unha têm pH levemente ácido, 
um valor compreendido entre 4,2 e 5,8 na escala de pH. Assim se forma o manto ácido, que tem 
como função impedir a proliferação de fungos e bactérias no couro cabeludo, evitando irritações. 
Fios com pH neste grau são saudáveis e têm as cutículas fechadas (aderentes e lisas). Dessa 
forma, todos os produtos que entram em contato com o corpo humano devem ser neutros (pH 
igual ao do cabelo, pele e unha) ou levemente ácidos (em cosmetologia considera-se até um pH 
= 6,1). 
Produtos muito alcalinos (pH acima de 10), os cabelos “incham”, pois as cutículas se 
abrem. Deste modo o córtex fica mais exposto (menos protegido pelas cutículas), e é desta 
forma que os tratamentos químicos como alisamentos, permanentes e colorações são mais 
eficazes. 
 
 
 
40 
 
16.1 – ESCALA DE PH 
 
 
Observe a tabela abaixo 
 
 
 pH Ácido – (H+) pH Neutro pH Alcalino (OH-) 
 
Fonte: Própria da Autora 
 
Esta é uma escala logarítmica, portanto cada unidade de pH representa 10 vezes o 
intervalo de 1 unidade, permitindo maior precisão nas medidas. Assim sendo, cada grau significa 
uma reação ácida ou alcalina decuplicada, isto é, pH 5 é dez vezes mais ácido que pH 6, etc. A 
maioria das substâncias encontrada nos seres vivos (sangue, água, lágrimas) tem o pH 
aproximadamente neutro, com exceção de sucos gástricos (ácidos) e outros. 
Para anularmos a ação de uma substancia alcalina usamos a ação ácida de outra. 
Quando neutralizamos um cabelo estamos na verdade interrompendo, anulando a ação alcalina 
de alguns produtos químicos, utilizando a acidez de um para neutralizar a alcalinidade de outro. 
Na verdade usamos um processo para regular os fatores de pH do cabelo. 
 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
 
 
41 
17 ALTERAÇÕES DA HASTE CAPILAR E DO COURO CABELUDO 
 
17.1 – ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS 
 
São alterações assim conhecidas por modificarem a forma do fio de cabelo, alterando 
sua aparência normal. 
 
 
17.1.1 - Tricorexis nodosa: formação de nódulos 
 
Ocorre a formação de nódulos em sua forma original, como uma resposta do cabelo ao 
um traumatismo. A ruptura do fio ocorre pouco tempo após, deixando-os com aparência de um 
pincel. Pode ser proximal, distal ou focal. A proximal ocorre junto ao couro cabeludo, geralmente 
em cabelos crespos, ocasionada por patologia congênita; a distal se dá em cabelos longos em 
suas extremidades distais; a focal ocorre em apenas uma área do couro cabeludo, geralmente 
por trauma local, como coçadura em neurodermite, líquen plano, etc. 
 
FIGURA 24 – Tricorrexe - inchaço do fio. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
 
42 
FIGURA 25 – Tricorrexe - ruptura do fio. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
FIGURA 26 - Os estágios da ruptura. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
17.1.2 - Tricorrexe Invaginata - Cabelos em Bambu 
 
 
 
 
43 
Trata-se de genodermatose muito rara, na qual em uma determinada região da haste se 
alarga e se invagina na parte mais distal do pelo, cujo aspecto é de um nó de bambu. A 
tricorrexe invaginata é clássica na síndrome de Netherton, porém pode ocorrer isoladamente em 
lesões traumáticas nos cabelos normais ou em outras alterações congênitas da haste. Pode ser 
acompanhada de pili torti e tricorrexe nodosa. 
 
FIGURA 27 - Tricorrexe invaginata. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
17.1.3 – Triconodose 
 
 
A triconodose foi descrita como a formação de nós ou laços. Acomete cabelos 
caucasianos, mas é mais frequente em cabelos da raça negra. Na altura dos nós o cabelo perde 
cutícula expondo o córtex, o que ocasiona a quebra da haste. Resultado de agressões químicassucessivas. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
FIGURA 28 - Triconodose. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
17.1.4 - Tricoptilose: pontas partidas 
 
 
Esta alteração é classificada como sendo uma fissura longitudinal da haste do cabelo. A 
denominação seria a todos os cabelos que tenham perdido sua forma cilíndrica, rachando e 
quebrando em fiapos parecidos com as cerdas de um pincel. Cabelos frágeis e fendidos em sua 
ponta ou em toda haste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
FIGURA 29 – Tricoptilose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17.1.5 – Pili Triangulati et Caniculi - Síndrome dos Cabelos Impenteáveis 
 
 
A síndrome dos cabelos impenteáveis – pili canaliculi – é alteração rara da haste dos 
cabelos e ou pelos, manifestando-se em cabelos arrepiados ou impenteáveis, que se caracteriza 
por sulcos ou canais longitudinais identificados na microscopia eletrônica de varredura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 – Tricoptilose. Fonte: www.sitri.it. FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
46 
FIGURA 30 - Fio de cabelo com sulcos e perda de padrão cuticular. 
Pode ser herdada geneticamente, em geral de forma autossômica dominante. Todavia, 
há casos isolados e raramente está associada com má-formações de outros órgãos ou tecidos. 
 
 
17.1.6 - Pili Torti – Pelos torcidos 
 
 
É afecção congênita rara caracterizada por pelos espiralados, torcidos em torno dos 
eixos, secos e quebradiços, cuja localização mais frequente é o couro cabeludo. Herdada por 
gene autossômico dominante e pode ser associado com outras má-formações. É a anormalidade 
de pelo mais encontrada na síndrome de Menkes. O defeito é notado na infância pela fragilidade 
dos cabelos. 
 
FIGURA 31 – Pilli torti. 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
47 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
17.1.7 - Pili Multigemini 
 
 
Também chamados cabelos compostos, são considerados raros, embora não tenham 
sido objeto de estudos para definir a real frequência na população em geral. O nome descreve 
uma situação em que várias fibras separadas emergem para a superfície da pele através de um 
único canal. Patologia mostra que na profundidade da pele estão situadas várias papilas 
dérmicas e cada uma produzindo fibra, mas estão separadas no folículo piloso pelos bulbos. 
Foliculite, por vezes, pode ser associada a esta condição. 
 
 
17.1.8 – Tricoclasia: pontas desfiadas 
 
 
É fratura comum da haste do pelo. Ocorrem fraturas transversas da haste, parcialmente 
imobilizadas pela cutícula intacta. A cutícula, o córtex e o conteúdo de enxofre são anormais. 
Pode ser confundida com tricorrexe ou tricoptilose. As pontas dos cabelos aparentam uma 
vassoura, ficam desfibrados e desfiados. Trata-se da forma mais grave da Tricoptilose, porém as 
causas são as mesmas. 
 
 
48 
 
FIGURA 32- Figura esquemática da tricoclasia. 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
17.1.9 – Moniletrix: cabelos em contas 
 
 
É um distúrbio autossômico dominante caracterizado por cabelos que assumem um 
aspecto em contas, apresentando uma haste que, periodicamente, torna-se mais fina. O fenótipo 
resulta em fragilidade capilar e alopécia distrófica em placas. O termo moniletrix é derivado de 
monile (latim), que significa colar, e thrix (grego), que significa pelo. Indica a semelhança do 
cabelo com uma fieira de contas ou um colar. Moniletrix também é conhecida como cabelos 
nodosos. Isto se deve a uma produção irregular de queratina no folículo. 
 
 
FIGURA 33 – Moniletrix 
 
 
49 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
17.1.10 - Pili Pseudo Annulati 
 
 
São pelos que nascem obliquamente, encurvam e penetram na pele. O aspecto é 
idêntico, mas difere porque nesse tipo de pelo o anel brilhante é devido à reflexão e refração da 
luz por superfícies achatadas e torcidas do pelo, enquanto naquele tipo de pelo o anel mais claro 
decorre de alterações internas, no córtex e medula. 
 
 
17.1.11 – Pili recurvati – Pelos Encravados 
 
 
Afecção frequente, principalmente em pelos da barba e da nuca, particularmente em 
negros. Os pelos encravados podem causar uma reação inflamatória tipo corpo estranho e 
foliculite da barba. O tratamento é fazer a barba com o menor trauma possível, usando em 
seguida creme de corticoide associado com antibiótico. Os pelos encravados podem causar uma 
reação inflamatória tipo corpo estranho e foliculite da barba. 
 
 
17.1.12 – Pediculose 
 
 
50 
 
 
É uma doença provocada pela infestação de piolhos. Pode-se encontrar os seguintes 
tipos de Pediculose em função dos três tipos de piolhos que parasitam o ser humano nas regiões 
providas de pelos ou cabelos: 
 
 Pediculose do Couro Cabeludo: provocada pela presença do Pediculus 
humanus var capitis e lêndeas presas nos fios de cabelo. Atingem preferencialmente crianças 
em fase escolar; 
 Pediculose do Corpo: que tem como causador o Pediculus humanus var corporis 
(vulgarmente conhecido como muquirana) e lêndeas que são depositadas nos pelos e roupas 
dos indivíduos; 
 Pediculose Pubiana: causada pelo Phthirus pubis (vulgarmente chamado de 
chato) e lêndeas que são colocadas nos pelos pubianos. 
 
FIGURA 34 – Lêndea presa ao fio 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
17.2 ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS 
 
 
 
 
51 
São alterações que podem provocar a perda parcial, total, definitiva ou temporária dos 
fios. 
 
 
17.2.1 – Hipertricose 
 
 
É um crescimento desproporcional de pelos em qualquer parte do corpo. Pode ser 
congênita ou adquirida, difusa ou localizada. A distribuição e o número de pelos variam conforme 
a raça (pretos e amarelos têm menor pilosidade que brancos), cor, influência genética e 
constitucional. 
 
 
17.2.1.1 - Hipertricose Congênita Generalizada 
 
 
Quadro raro, autossômico dominante, em que o corpo é inteiramente recoberto, inclusive 
a face, por lanugos bem desenvolvidos. É associada a distúrbios dentários, à síndrome de 
Cornelia de Lange e ao leprechaunismo. 
 
 
17.2.1.2 - Hipertricose Congênita Localizada 
 
 
Pelos longos, terminais, ocorrendo em lesões névicas, como nevo de Becker e nevos 
epidérmicos, quando de localização sacral ou próximo à coluna. 
 
 
17.2.1.3 - Hipertricose Adquirida 
 
 
 
 
52 
17.2.1.3.1 Hipertricose Lanuginosa 
 
Caracteriza-se pelo aparecimento súbito de pelos finos, lanugos, na face e 
generalizados. 
17.2.1.3.2 – Paraneoplásica 
 
 
Mais comum em mulheres, é síndrome paraneoplásica associada com tumores 
malignos. 
 
 
17.2.1.3.3 - Hipertricose em doenças sistêmicas e dermatoses 
 
 
Aumento de pelos que pode ser encontrado em desnutridos, endocrinopatias e 
dermatomiosite. Na porfiria ocorre principalmente na face. É também observada na epidermólise 
bolhosa distrófica, lipodistrofia e no mixedema pré-tibial. 
 
 
17.2.1.3.4 - Hipertricose Adquirida Localizada 
 
 
Traumas repetidos, como mordedura, atrito, coçadura, processos inflamatórios e 
depilação (por eletrocoagulação, eletrólise) podem induzir aumento localizado de pelos. 
 
 
17.2.2 – Alopécias 
 
 
 
 
53 
O termo alopécia é usado para designar a perda total ou parcial, definitiva ou não dos 
pelos ou cabelos do corpo. Qualquer alopécia altera diretamente o ciclo biológico dos cabelos de 
quatro formas básicas: 
 Alteração no tempo da duração das fases. Por exemplo, na alopécia 
androgenética a fase anágena torna-se muito curta e a telógena muito longa; 
 Transformação rápida da fase anágena para telógena. O cabelo cai na fase 
telógena, como ocorre nos eflúvios; 
 O cabelo é eliminado ainda em sua fase de crescimento, como ocorre nos 
tratamentos com citostáticos; 
 
Quando por um motivo qualquer o folículo é totalmente destruído, como nas alopécias 
cicatriciais e congênitas, pode-se classificaras alopécias como: cicatriciais e não cicatriciais, 
congênitas ou adquiridas. Segundo alguns pesquisadores podemos ainda classificá-las da 
seguinte forma: 
1. Alopécias congênitas e hereditárias: cicatriciais e não-cicatriciais. 
2. Alopécias adquiridas: cicatriciais e não-cicatriciais. 
 
17.2.2.1 – Alopécias Cicatriciais 
 
 
Pode-se classificar as alopécias cicatriciais como: 
1 - Por agentes físicos ou químicos; 
2 - Infecciosas: fúngica, bacteriana, viral e protozoária: 
3 - Neoplásicas: linfomas, tumores metastáticos e carcinomas; 
4- Dermatoses de origens incertas ou síndromes clinicam. 
 
É todo processo que leva a uma involução e perdas definitivas dos folículos pilosos e, 
consequentemente, seus cabelos. O mecanismo básico principal na formação da alopécia 
cicatricial seria a destruição das células tronco-stem cells. Este termo geralmente é aplicado à 
alopécia que acompanha ou sucede a destruição total dos folículos pilosos, seja por uma 
doença, quer por algum processo externo a eles. Os folículos podem estar ausentes (como 
resultado de um defeito do desenvolvimento) ou estar irrecuperavelmente lesados por um 
 
 
54 
trauma, como por exemplo nas queimaduras, radiodermites, etc. Eles podem ser destruídos 
também por uma infecção específica e identificável (como: favo, tuberculose, sífilis); ou pela 
invasão de um tumor. 
 
17.2.2.1.1 – Tipos de alopécias cicatriciais 
 
 
 Pseudopelada de Brock 
 
A pseudopelada se caracteriza por áreas de alopécia irregularmente definida e 
confluente, que progridem lentamente sem foliculite ou sinais inflamatórios evidentes. Atinge 
ambos os sexos, embora mais comumentemente em mulheres e geralmente após os 40 anos. A 
evolução é longa (mais de 2 anos). Nas fases iniciais ocorre leve eritema perifolicular e nas fases 
mais tardias atrofia moderada. A área inicial mais frequentemente afetada é a região do vértex, 
mas pode ocorrer em qualquer área do couro cabeludo. As placas tendem a ser lisas, macias e 
ligeiramente deprimidas, geralmente pequenas, redondas ou ovais e as áreas calvas irregulares 
são formadas pela confluência de muitas lesões. Alguns autores sustentam a hipótese de que 
90% dos casos de pseudopelada são na realidade casos de líquen plano. A alopécia cicatricial 
decorrente da pseudopelada é irreversível e nem injeções intradérmicas de corticoide podem 
influenciar na evolução das lesões. 
 
Figura 35 - Alopécia cicatricial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 
55 
 
 
 Foliculite Decalvante 
 
A foliculite decalvante é o termo geral em que se agrupam várias situações nas quais 
ocorre foliculite crônica e cicatrização progressiva. A causa da patologia permanece obscura 
ainda, porém parece haver relação com um estado seborreico anormal do paciente. Afeta 
tipicamente mulheres entre 30 a 60 anos e homens da adolescência em diante. Qualquer região 
pilosa pode ser afetada, individualmente ou em grupo, sendo o curso da doença bastante 
prolongado. Há múltiplas áreas arredondadas ou ovais circundadas por coleções de pústulas 
foliculares, seguidas pela destruição dos folículos e produzindo extensas áreas de alopécia 
cicatricial. 
 
FIGURA 36 - Foliculite decalvante, um tipo de alopécia cicatricial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
 Foliculite dissecante (ou perifolliculitis capitis abscedens et suffodiens). 
 
Afeta principalmente negros, do sexo masculino, de 18 a 40 anos de idade. Tem como 
evento desencadeante a obstrução folicular por hiperqueratose, seguida de infecção secundária 
e destruição do folículo. Desse modo, compõe com a acne conglobata e a hidradenite supurativa 
 
 
56 
a tríade da oclusão folicular e comumente encontramos a associação destas doenças num 
mesmo paciente. 
 Há formação de pápulas e nódulos eritematosos foliculares, que evoluem para 
flutuação. Estas lesões, localizadas principalmente no vértex e occipício formam entre si 
comunicações e trajetos fistulosos, com drenagem de material purulento abundante na 
superfície. A alopécia, acompanhada de cicatrizes hipertróficas e queloidianas, são o estágio 
final da doença. 
 
 Lúpus eritematoso 
 
O Lúpus Eritematoso afeta muito frequentemente o couro cabeludo. Ele pode produzir 
no couro cabeludo lesões semelhantes às do lúpus encontradas na pele: placas avermelhadas, 
alastrantes, com cicatrização central estrelares e esbranquiçadas. Na ausência de lesões na 
pele o lúpus do couro cabeludo pode ser difícil de distinguir das outras formas de alopécia 
cicatricial, mesmo pela histologia e imunofluorescência. Na realidade, o lúpus como causa de 
alopécia definitiva no couro cabeludo é pouco frequente, sendo mais comum como causa de 
eflúvio telógeno nas fases instáveis e ativas da doença. 
 
FIGURA 37 - Lúpus eritematoso discoide 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação, 2014. 
 
 
57 
 
 
17.2.2.2 – Alopécias Não cicatriciais 
 
 
Alopécias temporárias ou não cicatriciais são aquelas em que a perda de cabelo não é 
definitiva, se caracteriza pela diminuição do cabelo, mas com resquícios de folículos. Os cabelos 
estão ausentes, mas os folículos pilosos estão preservados, o que explica a natureza reversível 
deste tipo de alopécia. 
 
 Alopécias traumática e acidental 
 
1) Por tração - Tipo de alopécia causada pelo ato mecânico de prender muito forte 
e por um longo tempo os cabelos, ocasionando a queda. 
2) Por calor - Alopécia ocasionada por exposição excessiva ao calor de secadores 
e chapinhas. 
3) Cosmética (Substâncias químicas fortes). Agressão química constante como: 
tintura, descoloração, alisamento, relaxamento e todas as formas de desestruturação da matriz 
capilar comprometem as propriedades de resistência, maciez e brilho do fio de cabelo. Os 
processo de alisamento dos cabelos são baseados em sistemas oxidativo-redutores metálicos 
extremamente agressivos. 
4) Desordem psicológica - Traumas emocionais de grande intensidade podem 
causar a queda parcial ou total dos cabelos. Via de regra haverá reposição em 30/45 dias. 
Assistência médica ou psicológica facilita a recuperação. A mais conhecida é a tricoptilose. 
5) O termo tricotilomania foi usado pela primeira vez há mais de 100 anos para 
descrever o hábito compulsivo de um indivíduo de, repetidamente, arrancar o seu próprio cabelo. 
Resulta de esforços deliberados, embora às vezes inconscientes, por estar sob tensão ou ser 
psicologicamente perturbado. A tricotilomania ocorre duas vezes mais em mulheres do que em 
homens, mas abaixo da idade de seis anos os meninos superam as meninas em uma proporção 
de 3:2 e a incidência máxima em meninos é no grupo etário de 2 a 6 anos. 
6) Pós-parto - Segundo o diretor da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, 
Luiz Henrique Camargo Paschoal, normalmente no sexto mês após o parto ocorre a queda; o 
 
 
58 
problema é que durante a gravidez o cabelo cresce, mas não cai, ou seja, não faz seu ciclo 
completo. Aparece entre 60 e 75 dias após o parto e dura aproximadamente seis semanas. O 
cabelo perdido será naturalmente substituído. 
 
Alopécias difusas 
 
 
São chamados de Eflúvio Anágeno Distrófico: as perdas de pelo secundárias motivadas 
por doenças agudas, febres, quimioterapia, radioterapia, etc. O Eflúvio Telógeno onde existe a 
inversão da relação entre os pelos que estão sempre em crescimento (Anágena) e os que estão 
em fase de queda (Telógeno). Os fatores que podem precipitar tal queda são: pós-parto, 
contraceptivos orais, perda de peso (emagrecimento), subnutrição, anemia, doenças crônicas, 
stress prolongado, etc. 
 
 
17.2.2.3Alopécia Areata 
 
 
Caracteriza-se por uma ou mais placas alopécicas, assintomáticas, bem delimitadas, 
arredondadas ou ovaladas, superfície lisa, da cor da pele, às vezes brilhante, sem descamação, 
evoluindo sempre

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