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Cap 2 _ Tratamentos capilares e avaliacao

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TRICOLOGIA E ESTÉTICA CAPILAR
UNIDADE 2 - TRATAMENTOS CAPILARES E 
AVALIAÇÃO CAPILAR
Adriana Teixeira dos Reis
- -2
Introdução
Os cabelos crescem e caem em virtude dos mais variados estímulos. Hoje sabemos que fatores hormonais,
alimentares, hábitos, doenças, medicamentos e estresse podem interferir na proliferação de células das raízes
dos pelos e cabelos, provocando aumento ou redução do número de fios no couro cabeludo e no restante do
corpo. O mesmo hormônio pode influenciar os folículos pilosos, promovendo estímulo ou inibição de
crescimento dos fios. Para tratarmos as alterações do sistema capilar é preciso fazer uma avaliação criteriosa e
para ajudarmos nossos pacientes em suas alterações capilares, é importante refletirmos sobre alguns pontos: o
que é nutrição capilar? Conseguimos fazer uma boa nutrição capilar apenas de fora para dentro? Como podemos
fazer uma avalição detalhada das alterações do couro cabeludo e da haste capilar? Antes de indicar um
tratamento, tanto para o couro cabeludo quanto para os fios, precisamos avaliar as condições de ambos e
escolher os procedimentos adequados. Um dos procedimentos mais utilizado é o cosmético e devemos conhecer
a utilidade dos ativos para que possamos indicar os produtos certos para cada disfunção. Vamos lá? Acompanhe
esta unidade com atenção!
2.1 Danos capilares
O cabelo é constituído por medula, córtex e cutícula. Clique no recurso a seguir para entender o que cada um
deles é.
Medula
A Medula não influencia física ou quimicamente no comportamento capilar. Localiza-se no
centro da haste, sendo composta por células anucleadas, lipídeos e granulações
pigmentadas (GOMES e GABRIEL, 2006).
Córtex
Já o córtex representa 80% da massa da fibra capilar, constituído por células
queratinizadas em forma de fuso e unidas pelo cimento intercelular. Cada célula é
composta por uma cadeia queratínica e por pontes de aminoácidos. A quebra dessas
pontes, que são sensíveis a ação química, pode causar fragilidade e instabilidade ao córtex
e toda fibra capilar. O córtex é responsável pela elasticidade e pela resistência do fio do
cabelo (GOMES e GABRIEL, 2006).
Cutícula
A cutícula, por sua vez, é formada por células em plaquetas encaixadas, dispostas segundo
o eixo longitudinal da fibra, formando de cinco a seis camadas concêntricas. Parecem
escamas que estão coesas mediante um cimento rico em aminoácidos (WICHROWSKI,
2007). As cutículas são transparentes e opacas e, quanto mais alinhadas, mais brilho geram
ao cabelo. Se as cutículas se dilatam, o cabelo fica mais sujeito ao aumento de porosidade e
sem brilho. É importante que a cutícula seja mantida em boas condições para que o cabelo
tenha um aspecto saudável e com o máximo de reflexo de luz (GOMES e GABRIEL, 2006).
A aparência do cabelo de uma pessoa depende do estado da cutícula do fio e das condições do córtex. O cabelo se
apresenta áspero ao contato e sem brilho quando a cutícula está danificada pelo rompimento das escamas. Os
primeiros sinais da deterioração da estrutura dos fios são as alterações da cor, o ressecamento dos fios e a falta
de brilho. Logo, quanto mais danificado o cabelo, mais poroso e mais opaco ele fica. A elasticidade do fio também
se alterará, sendo que, se tracionado, o cabelo romperá facilmente (CORAZZA, 2005).
A descoloração é o processo químico que mais danifica o cabelo, pois, além de destruir os pigmentos, oxida os
aminoácidos, sendo que entre 15 e 45% da cisteína é destruída (GOMES, 2007). Nesse sentido, a finalidade da
hidratação capilar é "selar" a cutícula do cabelo e proteger o córtex, equilibrando o nível de hidratação,
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hidratação capilar é "selar" a cutícula do cabelo e proteger o córtex, equilibrando o nível de hidratação,
reduzindo a eletricidade estática e melhorando a textura do fio capilar. Com a hidratação, a superfície do cabelo
torna-se mais homogênea, reforçando o brilho e o aspecto natural (GOMES e GABRIEL, 2006).
O couro cabeludo produz oleosidade por meio das cavidades pilo sebáceas, fazendo a hidratação natural dos fios
com o objetivo de promover a saúde e o condicionamento dos cabelos. A retirada do sebo pelo uso excessivo de
xampus inadequados ao tipo de fio, lavagens além do necessário, escovação, uso contínuo de secadores ou outras
fontes de calor, alisamentos, tinturas e permanentes, além do clima e da exposição às águas do mar ou piscina,
tornam necessária a utilização de produtos que reponham a oleosidade natural dos fios. (GOMES, 2007). Para
auxiliar e também complementar os tratamentos para os cabelos, podem ser usadas as máscaras de hidratação
que têm por objetivo a reposição da oleosidade, a emoliência e a amenização do aspecto e textura inadequada,
bem como a união de pontas duplas.
2.1.1 Nutrição e hidratação dos cabelos
Uma das grandes preocupações das pessoas com seus cabelos é mantê-los hidratados e nutridos, mas quando
falamos de nutrição, precisamos considerá-la tanto de dentro para fora, quanto de fora para dentro. Como saber
qual é o melhor alimento para formação de fios de cabelo? Como avaliar se o cosmético apresenta os melhores
ingredientes para os danos dos fios? Qual a função do xampu, do condicionador e da máscara? Estas questões são
elucidadas a seguir. Acompanhe!
1.2.2 A nutrição e os cabelos
A nutrição capilar é dada pela reposição dos nutrientes que estão presentes no cabelo, como por exemplo, a
reposição de lipídeos, que são responsáveis pela proteção da fibra, uma vez que a camada de gordura advinda da
glândula sebácea protege e dá brilho aos cabelos. A superfície do cabelo é recoberta por uma camada
mononuclear, ligada por covalência, de um ácido gorduroso único – ácido 18 metil eicosanoico (18 MEA). Este se
combina com a proteína subjacente da epicutícula da queratina capilar, chamada de camada F. Por causa desta
camada, a superfície da cutícula é hidrofóbica (HALAL, 2011). Por isso, muitos cosméticos apresentam 18 MEA
para recompor a fibra capilar.
O cabelo, quando molhado, pode ser esticado 40% a 50% e voltar ao comprimento original sem quebrar. Ele
suporta temperaturas extremas e anos de estresse repetido. Portanto, há necessidade, ao longo da vida, de repor
algumas substâncias que são perdidas. Também é importante reter a hidratação dentro da estrutura do fio de
maneira mais eficiente. Por isso, a nutrição pode ser feita sempre que necessário. Existem, atualmente, muitos
ativos para nutrir os fios de cabelos e muitos deles têm a composição dos nutrientes que devemos ingerir para
formação da haste capilar.
Fatores como idade, tratamentos físicos e químicos, exposição a luz ultravioleta, cuidados diários e estado
nutricional afetam diretamente a qualidade do couro cabeludo e da haste capilar. Na composição química dos
cabelos encontramos 88% de proteína (alfa queratina), que corresponde a cerca de 27% de aminoácidos, 12%
de micro minerais e oligoelementos, além de carbono, nitrogênio, oxigênio, enxofre e hidrogênio (GOMES, 2007).
Logo, o sistema capilar precisa de lipídeo, aminoácidos, vitaminas e minerais para seu bom desenvolvimento.
2.1.3 Lipídios, Aminoácidos, Vitaminas e Minerais
Os lipídios são moléculas de óleo e gordura formadas pela união de duas moléculas menores, o ácido graxo e o
glicerol. A sua deficiência na dieta causa caspa, dermatite, queda de cabelo e despigmentação dos fios. Os
aminoácidos, por sua vez, são compostos importantes para o nosso organismo. Dividem-se em aminoácidos
essenciais e não essenciais. Os aminoácidos essenciais são vitais para síntese de proteínas, hormônios e
neurotransmissores. Entretanto, eles não são produzidos pelo organismo e, por isso, precisam ser obtidos
através da alimentação de origem animal, como carnes, ovos e derivados do leite. Os principais aminoácidos do
cabelo são a cistina e a tirosina e sua deficiência interfere no crescimento dos fios, assim como aumenta a fase
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através da alimentação de origem animal, como carnes, ovos e derivados do leite. Os principais aminoácidos do
cabelo são a cistina e a tirosina e sua deficiênciainterfere no crescimento dos fios, assim como aumenta a fase
telógena e provoca o afinamento capilar.
As vitaminas também são importantes para os cabelos. Algumas são essenciais para o sistema capilar como.
Assim como as vitaminas, os minerais como o silício, ferro, zinco e enxofre também auxiliam o bom
funcionamento do sistema capilar. Clique nas abas a seguir para saber mais sobre as vitaminas e os minerais.
Vitamina B
As do complexo B, que conferem brilho e espessura aos fios.
Vitamina C
A vitamina C colabora para o crescimento e fortalecimento dos fios, além de melhorar da absorção de ferro,
reduzir os radicais livres e os processos inflamatórios.
Vitamina D
A vitamina D é importante para o ciclo de crescimento, ação anti-inflamatória; e a vitamina E confere
fortalecimento e volume aos cabelos (GOMES, 2007).
Silício
O silício estimula o crescimento capilar, confere brilho e efeito anti-idade capilar; baixos índices de ferro
(ferritina) levam a queda difusa, interferem no crescimento capilar e favorecem a chegada precoce da fase
telógena.
Zinco
A deficiência do zinco, por sua vez, causa queda capilar, cabelos mais finos, quebradiços, sem brilho, alteração de
cor.
Enxofre
O enxofre é fundamental para síntese da queratina, colaborando para a força e resistência dos fios.
2.1.4 Xampus, condicionadores e máscaras
Os xampus são surfactantes que funcionam entrando entre as superfícies do óleo e da água, fazendo com que o
óleo forme uma gota que se fixa na água e flutue para fora do cabelo e do couro cabeludo. Essa gota de óleo é
rodeada por moléculas surfactantes, que formam uma esfera chamada micela. Por causa do surfactante, essa
gota de óleo é emulsificada em água, dentro da micela até que mais água a retire. Quando o cabelo é enxaguado, o
óleo emulsificado e a sujeira que estão grudados na água são levados embora com ela (HALAL, 2011). Dessa
forma, os surfactantes são agentes de limpeza. Eles atuam através do enfraquecimento das forças de adesão
físico-químicas que ligam impurezas e resíduos que estão na fibra capilar, retirando-os da superfície do couro
cabeludo. A capacidade de limpeza de um xampu é diretamente proporcional ao tipo ou à associação e
concentração do(s) tensoativo(os). Para lavar os cabelos, é importante massagear gentilmente o couro cabeludo
para que o surfactante remova a sujidade e o óleo.
Os condicionadores são os ingredientes que dão brilho, maciez e maleabilidade, reduzem a eletricidade estática e
VOCÊ QUER VER?
Neste vídeo você consegue acompanhar a formação do folículo piloso, suas fases de
crescimento e a estrutura capilar. Ele é bem detalhado em relação ao funcionamento do
sistema capilar e destaca a função de cada estrutura dos fios. Vale a pena ver! Acesse em: <
>.https://www.youtube.com/watch?v=6Iwv1WG62UY
https://www.youtube.com/watch?v=6Iwv1WG62UY
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Os condicionadores são os ingredientes que dão brilho, maciez e maleabilidade, reduzem a eletricidade estática e
o atrito entre os fios e agem como hidratantes. A função do condicionador é eliminar as cargas aniônicas
(negativas) deixadas pelo xampu e auxiliar no processo diário pós-higienização. Afinal, o cabelo necessita de
proteção constante por ser uma estrutura queratinizada e também por sofrer interferências do meio. Os
condicionadores retornam a aparência e textura naturais dos cabelos, pois os ativos utilizados nos
condicionadores vão repor alguns elementos importantes dos cabelos. Alguns ativos utilizados são: silicones,
umectantes, hidratantes, álcoois graxos, proteínas, polímeros catiônicos, extratos vegetais e filtro solar (HALAL,
2011).
As máscaras capilares são parecidas com os condicionadores e apresentam a mesma função, apenas são mais
espessas e podem apresentar uma quantidade maior de princípios ativos. Portanto, permitem maior hidratação
e são destinadas aos tratamentos intensivos para os cabelos, pois aumentam a hidrofobicidade do cabelo,
deixando os mesmos protegidos dos fatores externos que degradam a estrutura dos cabelos (GOMES e GABRIEL,
2006). Navegue no recurso a seguir para saber mais sobre as máscaras hidratantes capilares.
Rebello (2006) afirma que as máscaras hidratantes são preparações cosméticas, que contém agentes
antiestáticos, ou seja, tensoativos catiônicos, pois eles se agregam ao fio, neutralizando as cargas negativas
deixadas pelo xampu e também aquelas já existentes em um cabelo ressecado. Ademais, contém emolientes, os
quais agem formando um filme lubrificante sobre a fibra capilar e selando a cutícula do cabelo, tendo como
resultado um cabelo, macio, com mais brilho, fácil de pentear e sem fios arrepiados (REBELLO, 2006).
Segundo Gomes e Gabriel (2006), as máscaras teriam uma formulação parecida com a dos condicionadores,
tendo uma estrutura de emulsão não-iônica ou catiônica (com catiônico não agressivo de alto peso molecular).
Apenas diferem-se por obter maior concentração de agentes espessantes, com ótima capacidade e alta
viscosidade, ricas em substâncias condicionantes. As máscaras de hidratação capilar podem conter princípios
ativos emolientes, como os silicones, óleos minerais, vegetais e animais, ceras vegetais como a lanolina, manteiga
como a de karité, todos agentes formadores de uma película protetora e oclusiva ao redor dos fios, agindo de
forma a diminuir a perda de água pelos cabelos e, consequentemente, a desidratação. Uma fibra hidratada terá
boa característica de brilho, maleabilidade, redução de eletricidade estática e do atrito entre os cabelos.
As máscaras podem conter peptídeos, aminoácidos, proteínas animais (como a queratina, elastina e seda),
vegetais como trigo e soja, que deixam os cabelos sedosos e com brilho intenso, promovendo a regeneração da
estrutura interna dos fios, reduzindo o impacto das lesões aos fios e deixando-os mais resistentes, e
fotoprotetores, que atuam protegendo os fios contra a radiação solar (BEDIN, 2005). Atuam basicamente nas
primeiras camadas do cabelo, na cutícula e no córtex, sendo que, na cutícula agem de modo a promover seu
selamento, e o córtex será atingido no caso de uma reestruturação capilar, ou seja, máscaras que possuem em
sua formulação aminoácidos ou proteínas como a de queratina (GOMES e GABRIEL, 2006).
Em decorrência do exposto, percebe-se a diversidade dos princípios ativos que podem ser utilizados, para
hidratar o cabelo e devolver suas propriedades naturais. A hidratação capilar torna-se indispensável antes ou
depois de um procedimento mais agressivo, como uma descoloração e alisamento, por exemplo (CORAZZA,
2005).
2.1.5 Princípios ativos para haste e couro cabeludo
O cosmético é considerado um produto de higiene pessoal e perfume, constituídos por substâncias naturais e/ou
sintéticas ou suas misturas; de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas,
lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral com objetivo principal de limpá-
los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores corporais, protege-los ou mantê-los em bom estado
(REBELLO, 2006).
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Os nanocosméticos conseguem incremento de brilho, maciez, regeneração dos fios, condicionamento,
aumentando a penetração dos ingredientes ativos nos fios. Há inúmeros princípios ativos que podem ser usados
na formulação cosmética. Segundo Halal (2011), são usados:
o , que tem propriedade queratolítica de combate às escamações da pele do couroácido salicílico
cabeludo, caspa, dermatites seborreicas, acnes e distúrbios de oleosidade; o , queácido undecilênico
é um composto de ação fungicida usado no tratamento de tíneas; o , que é umóleo de melaleuca
óleo essencial de amplo espectro com ação antimicrobiana, antisséptica, analgésica local, cicatrizante
e antifúngica; a , largamente usada na terapia capilar, promovendo adstringência,argila verde
desintoxicação e remineralização do tecido e desenvolvendo um amplo combate aos distúrbios de
oleosidade, pois sua composição carrega elementos como o silício, o óxido de alumínio, magnésio e
potássio, além de outros oligoelementoscomo o manganês, o cobre e o selênio; o , que éóleo vegetal
uma gordura extraída de plantas e formada por triglicerídio, substância biocompatível, sendo
utilizado para as mais diversas funções e amplamente usado em cosméticos, produto farmacêuticos e
para usos industriais; os , que são substâncias vitais aromáticasóleos essenciais ou óleos voláteis
de alta substantividade, encontradas nas flores, ervas, frutas e especiarias, com aplicação ampla em
cosméticos e medicamento fitoterápico (HALAL, 2011).
Já Rebello (2006), menciona que são usados também:
extratos glicólicos, que são obtidos por processo de maceração, infusão ou percolação de uma erva
em um solvente hidroglicólico, podendo ser este o propilen glicol ou a glicerina pura ou com
pequena quantidade de água, tendo seu principal uso nos fitocosméticos; ®, que é umANAGELINE
ativo sistêmico para o folículo piloso, criado pela SILAB, que visa a melhora do metabolismo celular
ao fornecer peptídeos glutaminados e minerais que estimulam a atividade mitótica e proliferativa
das células do bulbo, favorecendo a queratinização e o crecimento dos fios, melhora da
vascularização ao fornecer elevado teor da vitamina PP, capaz de reativar a microcirculação do bulbo
capilar melhorando a irrigação da papila, favorecendo o potencial de adsorção de nutrientes; e
restaura o equilíbrio hormonal do couro cabeludo por inibir a atividade da enzima 5 Alpha Redutase
II em fibroblastos, evitando a transformação de testosterona em 5 Alpha DHT, responsável pela
alopecia androgenética; Follicusan®, que é um bioativo composto por uma fração derivada do leite,
DL-etilpantenol, inositol e aminoácidos sulfurados (N-acetil cisteína e N-acetil metionina) em meio
hidroalcoólico estabilizado, que foi idealizado especialmente para o tratamento preventivo das
desordens funcionais do cabelo e couro cabeludo, pois estimula o funcionamento das células do
couro cabeludo e folículos pilosos e aumenta a biossíntese de proteínas; ,fatores de crescimento
VOCÊ SABIA?
As formulações cosméticas seguem padrões para que a nomenclatura dos ingredientes
cosméticos seja harmonizada mundialmente, o rótulo de um produto cosmético lista sua
composição, com cada ingrediente numa nomenclatura especial: o nome “INCI” ou “INCI
name”. Geralmente os ingredientes estão descritos em ordem decrescente, isto é, da maior até
a menor concentração. Para pesquisar um nome INCI, função do ingrediente, número CAS e
ELINCS, você pode consultar este endereço: <https://ec.europa.eu/growth/tools-databases
>./cosing/index.cfm?fuseaction=search.simple
https://ec.europa.eu/growth/tools-databases/cosing/index.cfm?fuseaction=search.simple
https://ec.europa.eu/growth/tools-databases/cosing/index.cfm?fuseaction=search.simple
- -7
couro cabeludo e folículos pilosos e aumenta a biossíntese de proteínas; ,fatores de crescimento
que são moléculas biologicamente ativas que regulam direta e externamente o ciclo celular, pois
atuam em nível de membrana celular, provocando uma cascata bioquímica age diretamente no
núcleo da célula, promovendo a transcrição gênica, uma vez que diversas células epidermais e
epiteliais produzem essas moléculas, tais como os macrófagos, fibroblastos e queratinócitos, que
além de produzirem os fatores também são ativadas por eles, atuando assim de forma autócrina ou
parácrina (REBELLO, 2006).
Afora as substâncias destacadas anteriormente, também podem ser utilizadas as , que, entre todas asqueratinas
proteínas aplicadas nos cosméticos capilares, sem dúvida ocupa o primeiro lugar em uso. Há vários tipos de
queratina: queratina hidrolisada, queratina quaternizada, aminoácidos de queratina. Seus benefícios são
inúmeros: excelente substantividade e habilidade de penetrar no cabelo, fonte distinta de cisteína (aminoácido
sulfurado), força, melhora as condições dos fios de cabelo, evita o ressecamento, confere corpo, textura, maciez,
brilho e volume, aumenta a flexibilidade e forças tensoras das fibras.
Há ainda o , que é uma matriz amino estrutural que tem por benefícios: efeito ProFiller (aumento doRepaAge
diâmetro do fio), redução dos danos da superfície capilar, substantividade superficial e interna, proteção térmica
da alfa queratina, aumento expressivo do brilho e manutenção da cor. Por fim, cabe mencionar os silicones e
, cujos benefícios deles são: brilho, sensorial macio e sedoso, proteção térmica, menor perda de água epolímeros
substâncias voláteis, menor formação de pontas duplas e redução do .flyaway
2.1.6 Cuidados na secagem dos cabelos
Para uma boa secagem dos fios é necessário utilizar uma tolha e pressioná-la na haste capilar, sem causar atrito
(fricção). Dessa maneira, evitamos a formação de frizz e quebras na haste. Quanto ao uso do secador, devemos
mantê-lo a distância de 15 centímetros e não deixar parado mais de 5 segundos em um mesmo lugar, evitando
ainda temperaturas muito altas, optando sempre pelo uso da temperatura mais baixa oferecida por cada
equipamento (GOMES, 2007).
2.2 Avaliação capilar
A queixa do paciente deve ser muito bem indagada e avaliada. Coletar a história detalhadamente, realizar um
excelente exame físico geral, com testes específicos para couro cabeludo e para a haste capilar são fundamentais
para se traçar um plano de tratamento. Você sabe quais são os testes existentes que podemos realizar? Sabe
também que o couro cabeludo não deve ser pregueado facilmente? Quais são os indícios de uma queda com uma
simples tração dos fios? Essas e outras informações você vai ter ao longo dessa unidade. Continue lendo com
atenção para elucidar estas questões.
VOCÊ O CONHECE?
Antonella Tosti é uma médica e cientista italiana com importantes contribuições no campo da
dermatologia. É autora de mais de 550 publicações científicas, membro da Sociedade Norte-
Americana de Pesquisa em Cabelos e detentora do prêmio de mentoria WDS. Procure por ela
na internet e acompanhe suas publicações, pois sempre surgem muitas novidades.
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atenção para elucidar estas questões.
2.2.1 Anamnese - Exame físico
A anamnese envolve a coleta e o histórico detalhado do problema, o exame físico geral, o exame clínico e em
clínicas médicas, podendo englobar ainda exames laboratoriais dos cabelos e do couro cabeludo. A queixa deve
ser muito bem indagada, pois este será o melhor caminho para encontrar o possível problema. É importante
também termos uma ficha de avaliação para registrarmos todos os detalhes.
Após a anamnese é importante utilizarmos o tato e a visão para realizar o exame físico. Para isso, é bom que a
pessoa esteja sentada em uma cadeira, de forma que o topo da cabeça fique mais ou menos na altura do
abdômen e o lugar deve ser bem iluminado. Devemos examinar toda orla de implantação dos fios e todas as
áreas do couro cabeludo, anotando as falhas, entradas, retrações e etc. Adicional a isso, devemos comparar
densidades capilares, consistência, comprimento e diâmetro dos cabelos, entre as diversas áreas, sempre
comparando a região acometida com a contralateral e observando os cabelos desde sua saída do óstio folicular
até sua extremidade distal (DAWBER e NESTE, 2000).
2.2.2 Sinal de Jacquet
A pele do corpo é macia e pregueável, mas no couro cabeludo a situação é diferente. A grande quantidade de
folículos pilosos existentes, geralmente acima de 200 por cm² e muito profundos, muitas vezes atingindo o
tecido subcutâneo, impedem que a pele do couro cabeludo se pregueie. Assim, se for fazer esta prega em um
couro cabeludo saudável (sem alopecia) poderá observar que a pele não se “dobra” (DAWBER e NESTE, 2000).
Portanto, em casos de alopecia, perda de cabelos ou de folículo (como acontece na alopecia cicatricial), o couro
cabeludo passa a se comportar como a pele do corpo, ou seja, torna-se facilmente pregueável, situação a que
damos o nome de sinal de Jacquet (PEREIRA et al, 2016).
CASO
A. J. G relata perda importante de cabelos e presença abrupta de área alopécica, coloração da
pele normal, além de pelos com deposição de pigmento melânico na clava (sinal de Widy).
Segundoa paciente já ocorreram episódios iguais há 3 anos e sua mãe também já apresentou o
mesmo quadro. Alguns sinais estavam presentes na avaliação física, como a positividade do
sinal da tração suave, presença de pelos cadavéricos e desenvolvimento de penugem branca de
cerca de meio centímetro de comprimento ao longo da área alopécica. Estes sinais são
característicos de alopecia areata, que é uma patologia inflamatória que causa a queda de
cabelo. Inúmeros fatores estão envolvidos no seu desencadeamento, tais como a genética e a
participação autoimune. Os fios começam a cair resultando mais frequentemente em falhas
circulares sem pelos ou cabelos. A medida que as lesões evoluem para fases mais crônicas, a
presença desses sinais não é mais detectada e pode surgir leve hiperqueratose folicular na
área alopécica.
- -9
Figura 1 - Sinal de Jaquet.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 27.
Assim, quando há presença de sinal de Jacquet, é sinal que não há mais folículos pilosos naquela região, o que se
caracteriza por alopecia cicatricial.
2.2.3 Teste do atrito
O teste do atrito avalia a fragilidade da haste capilar. Com uma das mãos estendida, colocamos sobre a palma a
maior parte do chumaço dos cabelos isolados. Com o dedo indicador da mão contralateral, comprimimos os
cabelos contra palma da mão e os atritamos com movimentos circulares. Ao remover o chumaço, devemos dar
uma pequena chacoalhada para ver se desprende os cabelos (DAWBER e NESTE, 2000). O exame é positivo
quando ficam pedaços de cabelos sobre a palma da mão. Devemos fazer o teste com os cabelos secos e repeti-lo
em várias regiões (SHAPIRO, 2015).
- -10
Figura 2 - Teste do atrito.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 28.
O teste do atrito é fundamental para aqueles cabelos que sofreram alguma agressão química, como, por exemplo,
alisamentos, permanentes, descoloração etc.
2.2.4 Teste do pente com gaze
Para esse teste, precisamos de um pente e duas ou três gazes. As pontas dos dentes do pente são introduzidas
através das gazes e estas são levadas até a região de implantação dos dentes dos pentes. Em seguida, penteamos
os cabelos a serem pesquisados com o pente montado. Os movimentos devem ser contínuos e lentos, repetidos
em várias direções no couro cabeludo. Em caso de fragilidade da haste, pedaços de cabelos quebrados ficam
presos na gaze (SHAPIRO, 2015). Com esse teste, também podemos colher escamações para exames (SHAPIRO,
2015).
- -11
Figura 3 - Teste do pente com gaze.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 29.
Como no teste anterior, este teste é fundamental para aqueles cabelos que sofreram alguma agressão química,
como por exemplo, alisamentos, permanentes, descoloração, entre outros. Nestes casos os cabelos estão mais
propensos a perda da integridade.
2.2.5 Teste do deslize
Segundo Shapiro (2015), o teste do deslize pode identificar alterações de haste como tricorrexe nodosa, pili torti,
lêndeas, moniletrix, triconodose, entre ouros. A manobra consiste em segurarmos alguns fios pela sua
extremidade distal, usando as polpas digitais do primeiro e segundo dedos, e estica-los suavemente,
perpendicularmente à superfície do couro cabeludo. Com as polpas digitais da outra mão, fazemos uma
compressão suave sobre os cabelos e deslizamos várias vezes os dedos no sentido distal e proximal, ou seja, um
movimento de vaivém. Percebemos facilmente qualquer alteração da haste pelo tato. Devemos fazer essa
manobra em várias regiões do couro cabeludo e observar cerca de dez fios de cada vez (SHAPIRO, 2015).
2.2.6 Teste da torção dos cabelos
Quando o paciente tem os cabelos longos, o teste da torção dos cabelos pode dar informações valiosas sobre o
estado geral dos fios. Para isso, pegamos um chumaço de cabelos, correspondente a uma área arredondada no
couro cabeludo, com mais ou menos, dez centímetros, e, segurando pela sua porção distal, torcemos os cabelos
sobre seu eixo longitudinal até que fiquem compactos, conforme imagem a seguir.
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Figura 4 - Teste da Torção.
Fonte: PEREIRA et al, 2016 p. 29.
Com isso, segundo Shapiro (2015), temos alguns resultados básicos: (1) quando o paciente tem uma queda
diária grande, podemos observar cabelos de vários tamanhos e o chumaço terá sua parte proximal grossa e sua
parte distal mais fina; (2) se o chumaço estiver uniforme em sua extensão, pode significar que o paciente tem
fase anágena muito longa, portanto uma quantidade de reposição muito pequena, ou que possuem uma
deficiência de reposição de cabelos, como ocorre na alopecia androgenética difusa; (3) se o cabelo é grosso em
sua extremidade proximal e abruptamente se afina em direção a distal, pode ter acontecido queda abrupta e
parcial, com reposição uniforme, como acontece alguns meses após o eflúvio telógeno ou alopecia areata; ou (4)
configuração totalmente irregular e disforme que ocorre em agressões químicas, como, por exemplo, após
alisamento mal realizado (SHAPIRO, 2015).
2.2.7 Teste da tração suave
Utilizamos esse teste para verificar a adesividade dos cabelos no couro cabeludo. Consiste em prendermos
alguns fios de cabelos entre as polpas digitais do indicador e polegar, junto à superfície da pele, fazermos uma
compressão, deslizarmos os dedos no sentido distal dos cabelos, contarmos e analisarmos os cabelos que se
desprendem entre os dedos (DAWBER e NESTE, 2000). Devemos tomar cuidado para fazermos a tração de
forma uniforme em todos os fios que estão entre os dedos. Devemos colocar em torno de 60 fios para serem
tracionados e o normal é se desprenderem em torno de 10% dos cabelos (PEREIRA et al, 2016).
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Figura 5 - Teste da tração.
Fonte: PEREIRA et al, 2016 p. 30.
Podemos analisar os cabelos removidos em uma lupa ou microscópio, quando observaremos os seguintes
pontos: (1) o cabelo telógeno não deve conter saco epitelial, pois este é vestígio da bainha radicular externa que
mantém o cabelo telógeno preso ao folículo piloso e se houver presença de saco epitelial, significa que a tração
foi muito vigorosa; (2) hiperpigmentação na clava ou haste pode ser sinal de alopecia areata; (3) quando
arrancamos os cabelos telógenos com muita facilidade e em grande quantidade, é provável que seja eflúvio
telógeno (DAWBER e NESTE, 2000).
2.2.8 Avaliação da risca dos cabelos
No caso de avaliação difusa, observar a risca dos cabelos nos fornece informações valiosas. Para isso, devemos
repartir os cabelos com um pente, penteando-os para um lado e outro, e com as mãos espalmadas contra o curo
cabeludo, força-los em sentidos opostos (PEREIRA et al, 2016). Devemos realizar o teste, preferencialmente, na
região parietal. Em pessoas normais, a risca é discreta, mas para aqueles que apresentam rarefação, a risca é
bem evidente, conforme podemos observar na figura a seguir. Pacientes com cabelos muito curtos inviabilizam a
visualização da risca (SHAPIRO, 2015).
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Figura 6 - Teste da risca.
Fonte: PEREIRA et al, 2016 p. 31.
A avaliação da risca do cabelo vai estar positiva em pacientes com alopecia androgenética padrão difuso. Para o
teste, iniciar pelo lado que as pessoas costumam fazer risca no seu dia a dia é uma boa estratégia, pois esta área
está mais exposta às intempéries, tais como poluição e sol, causando perda difusa de fios um pouco mais
acentuada.
2.2.9 Diâmetro do rabo de cavalo
Em pacientes que apresentam cabelos longos, podemos fazer uma manobra para medir o volume total dos
cabelos. Penteamos todos os cabelos e juntados em um único maço, junto à região occipital. Prendemos esse
chumaço em uma braçadeira de Hellerman, a qual deve ficar praticamente encostada a superfície da pele. Após
travarmos a braçadeira nessa posição, a retiramos e a cortamos junto ao ponto da trava. A medida dessa fita
mostra exatamente o perímetro do rabo-de-cavalo e pode ser utilizado para controle e evolução do tratamento
(PEREIRA et al, 2016).
2.2.10 Dermatoscopia
Também chamado de microscopia de superfície ou tricoscopia, pode ser feita por uma câmera que aumenta em
até 250 vezes, podendo ser gravada ou projetada a imagem em um monitor.Com esse teste podemos observar o
couro cabeludo, a disposição arquitetônica dos cabelos, os óstios foliculares e a haste dos cabelos.
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Ao realizarmos a dermatoscopia, poderemos observar se a presença de hemangioma rubi no couro cabeludo é
frequente; se há eritema e descamação, o que sugere dermatite seborreica; se os cabelos, que normalmente se
implantam em trios, estão isolados, o que pode ser o indício de estar diante de uma alopecia androgenética; se os
pelos terminais, geralmente grossos, que isolados na periferia de uma área cicatricial podem indicar líquen plano
pilar ou atrofia frontal fibrosante; a presença de pústula, que pode significar algum tipo de foliculite; se há vários
pelos em um mesmo óstio, o que pode caracterizar uma celulite abscedante, foliculite queloideana ou foliculite
em tufos; se há restos de pelos em decomposição dentro do óstio, o que identificam os chamados “pelos
cadavéricos” característicos pela alopecia areata; se há óstio vazio e intacto, o que é observado em alopecia
androgenética ou eflúvio telógeno (TOSTI, 2014).
2.2.11 Lâmpada de Wood
A Lâmpada de Wood emite uma luz de comprimento que varia de 340 e 450 nm. Com ela, podemos evidenciar as
lesões de vitiligo no couro cabeludo. Também conseguirmos observar a presença de Malassezia furfur, que
apresenta uma florescência róseo-alaranjada, de fungos Microsporum canis e Microsporumaudouini, que dão
uma coloração verde-azulada ao couro cabeludo e de hiperceratose folicular, que apresenta cor amarelo-rosada
(PEREIRA et al, 2016). Outra utilidade é o encontro de lêndeas.
2.2.12 Tricograma
É um exame que avalia a quantidade de cabelos na fase anágena, catágena e telógena, portanto, o utilizamos para
avaliar o ciclo biológico do cabelo. O local ideal de coleta dos cabelos é onde a patologia está em atividade.
Selecionamos 100 fios de cabelos e os arrancamos sob anestesia do couro cabeludo. Na observação, o cabelo na
fase anágena é o mais encontrado. Esquematicamente, apresenta em sua extremidade proximal a papila dérmica
e a matriz. Esta produz a bainha radicular interna, a cutícula do cabelo, o córtex e a medula. Acima da matriz
encontramos a zona de queratinização. Após esta a haste diminui muito em seu diâmetro pela desidratação de
suas células. Todas estas estruturas estão envolvidas pela bainha radicular externa. Já na fase telógena, quando a
queda é espontânea, a clava se desprende do saco epitelial e acompanha a haste. Os cabelos catágenos são mais
raros de ser encontrados nesse exame, mas a matriz está ausente e o bulbo está em fase de balonização e
queratinização, sem caracterizar a clava.
De maneira geral, os cabelos podem cair por sete razões, que você poderá saber quais são, clicando nos ícones a
seguir.
Razão 1:
O cabelo está em fase anágena e se transforma em telógeno, exemplo eflúvio telógeno.
Razão 2:
A matriz é agredida por um citostático ou radiação e para de produzir a haste, originando os cabelos anágenos
VOCÊ QUER LER?
Antonella Tosti, em seu livro “Dermatoscopia das doenças do couro cabeludo e dos cabelos”,
publicado em 2014, expõe muitas imagens e uma grande apresentação de achados no
tricoscópio. O livro nos ajuda a fazer o diagnóstico dos distúrbios dos cabelos e encontrar
indícios quanto ao estágio e progressão da doença. Indispensável para quem se interessa pela
temática.
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Razão 2:
A matriz é agredida por um citostático ou radiação e para de produzir a haste, originando os cabelos anágenos
distróficos, como acontece no deflúvio anágeno. Esta forma de queda também pode acorrer por uma agressão
biológica à matriz, como ocorre na alopecia areata, alopecia androgenética ou outras alopecias inflamatórias.
Razão 3:
Os cabelos diminuem globalmente o seu tamanho, mas mantém inalterada a duração do ciclo biológico, como
acontece na alopecia androgenética padrão difuso ou hipotireoidismo.
Razão 4:
Há diminuição global do folículo piloso, acompanhado de um encurtamento drástico na duração da fase anágena,
com consequente aumento do número de cabelos na fase telógena, como ocorre na alopecia androgenética.
Razão 5:
Há desprendimento simultâneo de grande quantidade de cabelos telógenos do saco epitelial (teloptose), como
ocorre em um tipo de eflúvio telógeno ou após coloração.
Razão 6:
O folículo piloso pode ser totalmente destruído e substituído por uma fibrose, por exemplo, como ocorre no
líquen plano pilar.
Razão 7:
Alterações congênitas ou adquiridas da haste.
1.2.13 Fotografia
Seu uso é muito importante para acompanharmos a evolução de um paciente. Existe uma grande variedade de
técnicas fotográficas e devemos tentar minimizar todos os detalhes de fundo, ambiente e adornos. Ademais,
fotografias do couro cabeludo geralmente envolvem a face e todo cuidado deve ser tomado para que o paciente
não seja identificado. Cabelos oleosos e úmidos aumentam a reflexão e dão fotos de má qualidade.
Quanto ao fundo, devemos estar atentos aos detalhes: preto evita a formação de sombras, porém, no caso de
cabelos escuros, o fundo pode confundir-se com os cabelos. Como não deve chamar a atenção, fundo azul é o
mais indicado. Devemos obedecer aos seguintes critérios: localização da lesão, distribuição e detalhes. Colocar
etiquetas numeradas e datadas são muito úteis para identificação. Quando formos tirar novamente a foto,
devemos fazer com a mesma distância, fundo e ângulo que a anterior, pois a falta de padronização da fotografia é
um grande problema para compararmos os resultados.
Síntese
Chegamos ao fim dessa unidade referente à avaliação capilar. Você teve a oportunidade de conhecer os
nutrientes que favorecem o bom funcionamento do sistema capilar e quais são os testes mais utilizados em um
exame físico no paciente com queixa de disfunção capilar, já que é este conhecimento que vai nos dar suporte
para elaborarmos os planos de tratamentos em terapia capilar.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Aprender sobre os nutrientes necessários para a formação de fios;
• Entender a função dos xampus, condicionadores e máscaras;
• Conhecer alguns princípios ativos para tratamentos de couro cabeludo e haste capilar;
• Identificar quais são os testes mais utilizados em um exame físico no momento da avaliação com o 
paciente.
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Bibliografia
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https://www.youtube.com/watch?v=6Iwv1WG62UY
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	Introdução
	2.1 Danos capilares
	2.1.1 Nutrição e hidratação dos cabelos
	1.2.2 A nutrição e os cabelos
	2.1.3 Lipídios, Aminoácidos, Vitaminas e Minerais
	2.1.4 Xampus, condicionadores e máscaras
	2.1.5 Princípios ativos para haste e couro cabeludo
	2.1.6 Cuidados na secagem dos cabelos
	2.2 Avaliação capilar
	2.2.1 Anamnese - Exame físico
	2.2.2 Sinal de Jacquet
	2.2.3 Teste do atrito
	2.2.4 Teste do pente com gaze
	2.2.5 Teste do deslize
	2.2.6 Teste da torção dos cabelos
	2.2.7 Teste da tração suave
	2.2.8 Avaliação da risca dos cabelos
	2.2.9 Diâmetro do rabo de cavalo
	2.2.10 Dermatoscopia
	2.2.11 Lâmpada de Wood
	2.2.12 Tricograma
	1.2.13 Fotografia
	Síntese
	Bibliografia

Outros materiais