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ESTÉTICA CAPILAR

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ESTÉTICA CAPILAR
PROF.A DRA. TUANE KRUPEK
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS PELOS E DO COURO CABELUDO ................................................................... 5
1.1. SISTEMA TEGUMENTAR ..................................................................................................................................... 5
1.2. ESTRUTURAS DO COURO CABELUDO .............................................................................................................. 8
1.3. CICLO DE CRESCIMENTO DOS PELOS/CABELOS ......................................................................................... 12
1.4. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CABELOS ......................................................................................................... 14
1.5. COLORAÇÃO DOS CABELOS ............................................................................................................................. 17
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 19
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO
PROF.A DRA. TUANE KRUPEK
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ESTÉTICA CAPILAR
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INTRODUÇÃO
A terapia capilar é uma das cinco grandes áreas de atuação do Tecnólogo em Estética e 
Cosmética. Para atuar nesta área, é necessário conhecer a anatomia e fisiologia dos pelos, como 
ocorre seu ciclo de crescimento e as características do couro cabeludo. A partir disso, pode-se 
compreender a necessidade dos cuidados básicos com os cabelos, bem como o mecanismo de 
ação de cada cosmético utilizado para este fim.
Mas o que diferencia a terapia capilar de procedimentos realizados em salões de beleza é 
que o Tecnólogo em Estética e Cosmética, além do amplo conhecimento sobre a estrutura da pele, 
pelos, couro cabeludo e cosméticos utilizados, conhece as disfunções que acometem os cabelos 
e o couro cabeludo, bem como os procedimentos utilizados para tratar as principais afecções de 
ambos. Sendo assim, não atua apenas no embelezamento dos fios, mas em tratamentos para os 
cabelos e o couro cabeludo.
Na unidade I, estudaremos a anatomia e fisiologia dos pelos/cabelos e do couro cabeludo, 
bem como o ciclo de crescimento dos fios.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS PELOS E DO COURO 
CABELUDO
A importância dos cabelos ao longo do tempo vai além da proteção que proporciona ao 
crânio contra traumas, frio e radiação solar. Podemos observar essa importância no fato de ser 
um adorno sexual, nas representações de deuses que nunca eram calvos, nos líderes mundiais 
escolhidos pelo povo, nas lendas e mitos, e nos cuidados que desde muito tempo atrás eram 
despendidos aos cabelos (PEREIRA et al., 2016).
Sua influência está até mesmo nas religiões. Algumas pregam que os cabelos não devem 
ser cortados e outras, ao contrário, recomendam a remoção completa do cabelo. Independente 
de questões religiosas, atualmente o cabelo e seu estilo ainda estão profundamente enraizados em 
todas as culturas (HALAL, 2013).
Os pelos são produzidos nos folículos pilossebáceos presentes na pele e têm a função 
de proteção contra radiações, traumas, atritos e variações térmicas, além de terem a função de 
adorno e funcionar como moldura do rosto (LACRIMANTI, 2008). Sendo assim, para o melhor 
entendimento desta estrutura e, assim, de todos os distúrbios estéticos que acometem o couro 
cabeludo e os cabelos, iremos estudar os aspectos gerais do sistema tegumentar.
1.1. Sistema Tegumentar
O sistema tegumentar é composto pela pele, hipoderme, glândulas sudoríparas e sebáceas, 
pelos e unhas. A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por duas camadas, a epiderme 
e a derme. E alguns autores citam a hipoderme ou tecido adiposo como uma terceira camada 
da pele. Porém a consideraremos como tecido subcutâneo, o tecido que se encontra abaixo da 
pele, que também tem alterações que causam disfunções estéticas (KEDE; SABATOVICH, 2004; 
LACRIMANTI, 2008).
As funções da pele são revestimento e proteção, formando uma barreira contra agentes 
externos, regulação da temperatura, sensibilidade (apresenta receptores de frio, calor, tato, 
pressão e dor), absorção e secreção de líquidos e metabolismo da vitamina D (LACRIMANTI, 
2008; HARRIS, 2009).
Os estudos mais antigos a respeito do crescimento dos cabelos vêm dos gregos 
antigos. O filósofo Aristóteles notou que os eunucos, que são homens provados 
de seus testículos, não apresentavam calvície e, a partir daí, passou a questionar 
e analisar a relação dos hormônios produzidos pelos testículos com a queda 
excessiva de cabelos (HALAL, 2013).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Como podemos observar, a seguir, na imagem de microscopia eletrônica da pele humana, 
nossa pele apresenta diferentes células e características ao longo de sua extensão. Para melhor 
ilustrar, o desenho (Figura 2) mostra cada uma das estruturas da epiderme e da derme, inclusive 
o folículo piloso que é nosso foco de estudo.
Figura 1 - Pele humana, imagem em microscopia eletrônica. Fonte: Instituto de Ciências Biomédicas (2018).
Figura 2 - Ilustração da pele humana. Fonte: Poder das mãos (2018).
Conforme citamos, a epiderme é a camada que se localiza mais superficialmente, está 
em contato com o meio externo e é formada por tecido epitelial estratificado pavimentoso 
queratinizado. Ela é uma camada contínua que recobre todo o corpo e tem espessura de 0,07 mm 
até 1,6 mm. E, como não possui vascularização, depende do suprimento sanguíneo da derme 
(BORGES; SCORZA, 2016).
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Esta camada possui cinco camadas diferentes. À medida que as células vão se afastando 
da região mais próxima da vascularização da derme sofrem transformações, por isto observamosdiferentes camadas. As células presentes na epiderme são os queratinócitos ou corneócitos, 
constituem 80% da população de células da epiderme, células de Langerhans (2 a 8%), que 
pertencem ao sistema imunológico, as células de Merkel (3%), que são receptores táteis e os 
melanócitos (5 a 10%), que produzem a melanina (BORGES; SCORZA, 2016).
No quadro a seguir, relembramos as características de cada uma das camadas da epiderme, 
segundo Kede e Sabatovich (2009), Gomes (2013), e Borges e Scorza (2016):
Camada Característica
Basal
É a camada mais profunda, está em contato com a derme. Formada por uma 
fileira de queratinócitos com formato cúbico ou cilíndrico dispostos lado a 
lado, com capacidade de multiplicação celular (mitose).
Espinhosa
É a camada mais espessa da epiderme, as células são poliédricas (muitas faces 
planas), pavimentosas e com pontas que parecem espinhos, por isso recebe 
esse nome.
Granulosa Células achatadas, nucleadas e com citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina.
Lúcida
Células são anucleadas e formam uma faixa clara e homogênea, presente nas 
regiões em que a pele é mais espessa, como por exemplo, a planta dos pés e 
palma das mãos.
Córnea
As células não têm núcleo e são achatadas, pois completaram o processo de 
queratinização, a parte mais superficial desidrata, descama e tem função de 
barreira protetora mecânica, prevenindo a passagem de água e substâncias 
solúveis do meio ambiente para o interior do corpo.
Quadro 1 – Características das camadas da epiderme. Fonte: Kede & Sabatovich (2009); Gomes (2013); Borges & 
Scorza (2016).
A junção dermoepidérmica une a epiderme e a derme, assegurando a aderência e 
proporcionando a nutrição e oxigenação da epiderme (BORGES; SCORZA, 2016).
Na derme temos o folículo piloso. A derme é formada por tecido conjuntivo propriamente 
dito, sendo constituída por fibras de colágeno e elastina, fibroblastos (responsáveis pela produção 
de fibras de colágeno e elastina) e matriz extracelular. Outras células que compõe a derme são 
macrófagos, linfócitos e mastócitos, responsáveis pela defesa imunológica da pele (HARRIS, 
2009; KEDE; SABATOVICH, 2009). 
Ainda nesta camada estão presentes os músculos eretores dos pelos, estes músculos se 
inserem nas extremidades das papilas dérmicas e quando o músculo contrai desloca o pelo em 
posição perpendicular à superfície da pele (HALAL, 2015; BORGES; SCORZA, 2016).
Fazendo a lubrificação dos cabelos e da pele temos as glândulas sebáceas e sudoríparas. 
As glândulas sebáceas são estruturas lobulares com canais secretores que se abrem no terço 
superior do folículo pilossebáceo, sendo que cada folículo apresenta seis glândulas sebáceas. O 
sebo secretado por elas é constituído de triglicerídeos, ácidos graxos, esqualeno e colesterol, e 
tem a função de impermeabilizar o couro cabeludo e os cabelos.
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E as glândulas sudoríparas asseguram o equilíbrio térmico e eliminam toxinas do 
metabolismo celular, o suor é composto de água, sódio, cloreto de sódio, cálcio, potássio, ácido 
lático, ureia, glicose, ácidos orgânicos e aminoácidos (WICHROWSKI, 2007; HALAL, 2015).
1.2. Estruturas do Couro Cabeludo
O couro cabeludo é constituído pelo músculo epicraneano, músculo frontal, músculo 
occipital, músculos temporoparietais, gálea aponeurótica, tecido subcutâneo, pele e pelos. Sendo 
a pele no couro cabeludo espessa, com reduzida concentração de melanina e com as demais 
características da pele, conforme relatado anteriormente (WICHROWSKI, 2007).
Os folículos estão em praticamente toda a superfície da pele (exceto nas palmas das mãos, 
plantas dos pés, lábios e região urogenital interna). O folículo consiste de uma haste toda rodeada 
de revestimento epitelial contínuo com a epiderme, a glândula sebácea e o músculo eretor do pelo 
(WICHROWSKI, 2007; BORGES e SCORZA, 2016).
O folículo piloso é considerado um anexo cutâneo, seu conteúdo dérmico compreende 
a bainha de tecido conectivo e a papila dérmica. Seus componentes epiteliais são as células que 
compõem a matriz, esta produz a bainha radicular externa, bainha radicular interna e a haste 
(PEREIRA et al., 2016).
Os folículos se formam ainda no feto, primeiramente a epiderme cresce no sentido da 
derme criando um canal profundo chamado folículo. Esse canal formado se enrola ao redor de 
uma pequena parte do tecido da derme, então a epiderme circunda quase que totalmente essa 
parte da derme formando o folículo. Todo esse processo de formação do folículo ocorre cerca de 
cinco milhões de vezes em cada indivíduo (HALAL, 2013; PEREIRA et al., 2016).
Como o canal folicular é forrado por tecido epidérmico e como a epiderme é avascularizada 
o fornecimento de sangue, nutrientes e oxigênio para os fios é feito a partir de minúsculos capilares 
presentes na derme papilar, eles se mantêm presos no fundo do bulbo capilar (HALAL, 2013).
A base do bulbo tem forma de taça, nela está presente a matriz e ela envolve a papila 
dérmica. Na papila dérmica há fibroblastos que controlam o tamanho e o número de células da 
matriz, durante a fase anágena ela é bem desenvolvida e se torna compacta e com menor número 
de células na fase telógena (PEREIRA et al., 2016).
A cor do pelo é em razão da presença de melanócitos. Há dois tipos de pelos: os velos 
que são curtos, pigmentados e muito finos, presentes em toda superfície corporal e os terminais, 
mais longos, grossos e pigmentados (WICHROWSKI, 2007; BORGES; SCORZA, 2016). Sendo 
que pode ocorrer a transformação dos pelos do tipo velo em pelo terminal, é o que acontece na 
puberdade (PEREIRA et al., 2016).
O folículo pilossebáceo é dividido anatomicamente em segmento superior ou permanente 
e segmento inferior ou transitório. O seguimento superior é formado pelo infundíbulo e o istmo; 
o infundíbulo inicia-se na abertura do folículo na pele, que é chamado de óstio, e se estende 
até onde desembocam as glândulas sebáceas, deste local até onde se insere o músculo eretor do 
pelo temos o istmo. O seguimento inferior vai desde a inserção do musculo eretor até o bulbo 
(RESTREPO, 2010; PEREIRA et al., 2016). Podemos observar essas subdivisões na imagem a 
seguir.
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Figura 3 – Seguimentos e subdivisões do folículo piloso. Fonte: ABC da massagem (2018).
A haste do cabelo é produzida pela matriz, que é a parte mitoticamente ativa do folículo 
e consiste de três partes (WICHROWSKI, 2007; HALAL, 2013):
• Medula: é a parte mais central do pelo, formada por células fracamente queratinizadas 
e mal interconectadas, ela só aparece em pelos mais grossos, como da barba, por exemplo. Sua 
função ainda não é bem esclarecida, mas acredita-se que dá a consistência ao fio.
• Córtex: representa a maior porção do pelo, é formado por células alongadas e 
queratinizadas e nele se encontra a melanina que dá a coloração ao pelo. Ele também contribui 
para a força, flexibilidade e elasticidade do cabelo.
• Cutícula: é a porção mais externa do pelo, constituída de células achatadas e 
queratinizadas, elas são dispostas na forma de escamas sobrepostas. Ela é responsável pelo brilho 
do cabelo e é sua principal barreira protetora, sendo assim, qualquer fator que altere a cutícula 
alterará a qualidade dos fios. Porém não é uma barreira impenetrável, as altas temperaturas e o 
pH alto fazem com que as cutículas se abram e produtos químicos penetrem no córtex.
A medula dos fios contém glicogênio e melanossomas, acima do nível da epiderme elas 
desidratam e os vacúolos ficam cheios de ar. Seu papel ainda é desconhecido e ela é encontrada 
em pelos mais espessos. O córtex é a parte mais volumosa (90% da haste), consiste de células 
fusiformes estreitamente ligadas. A cutícula é formada por cinco a dez camadas de células 
sobrepostas, cada camada com cerca de 350 a 450 nm de espessura, entre as células há um espeço 
estreito de 30 nm, essa camada pode sercomparada às telhas de um telhado. 
Na parte mais próxima do couro cabeludo elas estão intactas e vão se desgastando ao 
longo do comprimento do fio (DAWBER; NESTE, 1996; PEREIRA et al., 2016) (Figura 4).
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Vamos analisar e conhecer as características de cada uma das camadas do folículo piloso, 
conforme observamos na figura a seguir. A bainha radicular interna é formada pela camada 
de Huxley, camada de Henle e cutícula da bainha, conforme podemos observar na Figura 5 
(PEREIRA et al., 2016).
Figura 4 – Estrutura dos fios. Fonte: Equipe Valente (2018).
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Figura 5 – Microanatomia do folículo piloso. Fonte: Estética, Higiene e Saúde (2018).
A camada de Henle é formada por uma camada de células cuboides que se queratinizam. 
A camada de Huxley é formada por uma ou duas camadas de células mais volumosas que se 
queratinizam mais acima. A cutícula da bainha consiste de apenas uma camada de células 
achatadas, encaixadas umas sobre as outras, tendo a borda livre virada para baixo, o que permite 
a aderência às células da cutícula do pelo (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998).
A bainha radicular externa é uma invaginação da epiderme, abaixo do istmo ela não é 
queratinizada e compõe-se de camadas de células ricas em glicogênio que é utilizado como forma 
de energia pelo folículo piloso. E, conforme observamos na imagem, todo o folículo é envolvido 
por uma bainha de tecido conjuntivo (PEREIRA et al., 2016).
Possuímos, em nosso corpo, dois tipos de pelos, o pelo propriamente dito ou pelo terminal 
e o velo. Há ainda outro tipo, mas esse está presente apenas quando somos recém-nascidos. As 
características de cada um destes tipos, descritas por Wichrowski (2007), estão descritas a seguir:
• Pelo propriamente dito ou terminal: trata-se dos cabelos presentes no couro cabeludo, 
são fios compridos, de mais de 2 cm, com espessura de até 0,6 mm, pigmentados. Se localizam 
em zonas pilosas, como cabeça, axilas, púbis e barba.
• Velo: são pelos incolores, finos, com menos de 0,1mm, comprimento de menos de 2 cm. 
Estes pelos não tem medula. Eles recobrem toda a superfície cutânea, exceto palmas das mãos e 
planta dos pés.
• Lanugo ou lanugem: são pelos extremamente finos e não pigmentados que recobrem 
todo o corpo do feto e que desaparecem após o nascimento.
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1.3. Ciclo de Crescimento dos Pelos/Cabelos
Os humanos têm de 100 a 150 mil fios de cabelos na cabeça. Os fios crescem de 1 a 1,2 
cm/mês (WICHROWSKI, 2007). Justamente este fator – o crescimento dos fios – é um dos mais 
frequentes motivos de procura para tratamentos capilares.
 Vamos entender melhor como se dá o crescimento dos fios. Esse ciclo de crescimento 
compreende três fases: anágena, catágena e telógena. Foi descrito pela primeira vez em 1891 por 
Adeodato Garcia (PEREIRA et al., 2016).
Na fase anágena as células germinativas apresentam grande atividade mitótica, formando 
o novo pelo, ou seja, é a fase de crescimento ativo dos fios. Esta fase dura em média 2 a 6 anos, 
dependendo da região do corpo em que está o pelo (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998; 
LACRIMANTI, 2008). Nessa fase há produção contínua da bainha radicular interna e do cabelo, 
após isso a matriz para de se proliferar, o bulbo se solta da papila e desloca em direção a superfície 
da pele. Apenas uma fina camada de células epiteliais une a papila dérmica ao folículo piloso 
(PEREIRA et al., 2016).
Na fase catágena as células germinativas perdem a atividade mitótica e cessa a 
melanogênese, é a fase em que o pelo entra em repouso (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 
1998; LACRIMANTI, 2008). Demora cerca de 2 semanas até que toda a extremidade proximal 
da haste passe pelo processo de queratinização, então a bainha radicular interna desaparece 
(PEREIRA et al., 2016).
Por fim, a fase telógena é quando ocorre a queda do pelo. Dura de 3 a 4 meses. Nela 
ocorre uma regressão do folículo e o pelo se solta, permanecendo assim até que surja o novo pelo 
(PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998; LACRIMANTI, 2008). No final desta fase as células 
tronco começam a se proliferar na região de conexão entre o músculo piloeretor e a bainha 
radicular externa se deslocam em direção à papila dérmica para que, assim, seja formado um 
novo pelo anágeno (PEREIRA et al., 2016).
Após a fase telógena pode-se observar diferentes estágios ou subfases. Os acontecimentos 
que ocorrem nas subfases até que um novo pelo anágeno seja formado estão descritos a seguir, 
de acordo com Pereira et al. (2016). Os estágios I a V são denominados de fase proanágena e o 
estágio VI, de fase metanágena.
• Estágio I: as células tronco que chegam à papila se proliferam e fazem com que se 
desloquem juntamente com a bainha radicular externa em sentido à hipoderme.
• Estágio II: se inicia a formação da matriz.
• Estágio III: a matriz inicia a produção da bainha radicular interna.
• Estágio IV: com a formação da bainha radicular interna os melanócitos iniciam a 
produção de melanina e se observa a formação do pelo dentro da bainha radicular interna.
• Estágio V: o pelo sai da bainha radicular interna. Ainda não se sabe se a abertura da 
bainha ocorre fisicamente pela perfuração do pelo ou se por substâncias químicas que atuam 
sobre os desmossomos que unem as células.
• Estágio VI: o pelo anágeno emerge para a superfície cutânea.
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Figura 6 – Ciclo de crescimento dos cabelos. Fonte: Art Vitta (2018).
Segundo Halal (2015), até a década de 90 se acreditava que o crescimento dos fios se 
dava a partir das células tronco presentes ao redor do bulbo e que o eixo do cabelo crescia a 
partir desta raiz. Porém, descobertas recentes mostram que as células tronco vêm da pequena 
saliência sob as glândulas sebáceas, ao lado de cada folículo. As células recém-formadas têm o 
citoplasma preenchido por queratina (queratinização) e vão sendo empurradas para o folículo, 
após o folículo inteiro se encher, as células emergem acima do couro cabeludo.
E entre os fatores que influenciam neste crescimento estão a genética, fatores hormonais, 
ambientais, alimentares e emocionais (LACRIMANTI, 2008). Peyrefitte, Martini e Chivot (1998) 
citam como fatores que interferem no ciclo pilar o local onde eles se encontram (os cabelos têm 
um ciclo mais longo do que os demais pelos do corpo), o sexo (nas mulheres o crescimento é mais 
rápido), as estações do ano (o máximo de crescimento é no fim da primavera e início do verão e a 
queda máxima no início do outono). Os fatores que influenciam no crescimento são os genéticos, 
alimentares (é necessário um aporte de aminoácidos e vitaminas A, B5 e C) e hormonais.
Atualmente há uma classificação do ciclo de crescimento dos pelos em fases, de 
acordo com a atividade mitótica da matriz. Neste caso, na primeira fase se tem uma 
intensa atividade mitótica da matriz (corresponde ao estágio V da fase anágena), 
a segunda fase é longa, a atividade mitótica é reduzida e ocorre diferenciação 
celular (estágio IV da fase anágena), na terceira fase as mitoses cessam (fase 
catágena) e na quarta fase as mitoses e diferenciação estão ausentes (telógena) 
(PEREIRA et al., 2016).
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Recentemente foi descrita uma nova fase do ciclo de crescimento dos fios, a chamada fase 
quenógena, ela ocorre quando os folículos, após passarem pela fase telógena, em vez de iniciarem 
a formação de um novo fio anágeno ficam por um tempo inativos. Sendo assim, a fase quenógena 
dura três meses, e quando o fio é eliminado o folículo permanecia vazio. A denominação vem do 
termo grego Keno, que significa vazio (PEREIRA et al., 2016).
1.4. Composição Química dos Cabelos
A constituição dos cabelos lhe conferepropriedades únicas, como poder ser esticado em 
40 a 50% quando molhado e voltar ao comprimento normal sem se quebrar, caso esteja saudável 
(HALAL, 2013). A composição dos cabelos é de 90% proteína, 8% água, 2% minerais, sendo que 
a proteína que os compõe é a alfa-queratina (WICHROWSKI, 2007).
As proteínas são formadas por cadeias de aminoácidos unidos através de ligação química 
chamada de ligação de peptídeo. Sendo assim, as proteínas são uma cadeia de polipeptídeos 
longos, enrolados e complexos. O formato delas enroladas é em hélice ou alfa-hélice (HALAL, 
2013).
Conforme podemos observar na figura a seguir, três cadeias de proteínas se unem 
lateralmente formando protofibrilas. Cerca de nove destas fibras se torcem em torno umas 
das outras formando as microfibrilas, diversas delas, por sua vez, se entrelaçam para formar as 
macrofibrilas. Por fim, seis macrofibrilas se entrelaçam para formar as fibrilas que são as células 
do córtex (DAWBER; NESTE, 1996; PEYREFITTI; MARTINI, 1998; HALAL, 2015).
Figura 7 – Estrutura dos cabelos. Fonte: Dolijal, Adriano. Curso de Tricologia (2018).
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Os cabelos são formados por proteínas, principalmente a queratina. Se o cabelo de 
todas as pessoas é formado por proteínas, o que faz com que tenhamos cabelos 
com formatos diferentes (lisos, encaracolados, ondulados)?
A estrutura dos cabelos é determinada pelas ligações químicas dos aminoácidos que 
os compõem. A queratina é a principal proteína constituinte dos fios, enquanto proteína ela é 
formada por 18 aminoácidos que são unidos por ligações químicas covalentes, ou seja, difíceis de 
serem rompidas (PEYREFITTE, MARTINI e CHIVOT, 1998).
Os aminoácidos presentes na estrutura proteica dos cabelos são ácido aspártico, glutamina, 
ácido glutâmico, alanina, arginina, aspargina, cisteína, fenilalanina, glicina, histidina, isoleucina, 
leucina, lisina, metionina, prolina, serina, tirosina, treonina, triptofano e valina, segundo Halal 
(2015).
A cadeia de aminoácidos que compõe a queratina forma uma estrutura helicoidal chamada 
de alfa hélice, que é estabilizada por várias ligações de hidrogênio, conforme observamos na 
imagem a seguir (PEYREFITTE; MARTINI, 1998).
Figura 8 – Estrutura molecular da queratina. Fonte: Portal del colágeno (2018).
As ligações de hidrogênio ou pontes de hidrogênio são ligações fracas e facilmente 
rompidas. Na presença de água, por exemplo, elas são rompidas, havendo a transformação da 
alfa queratina em beta queratina que é sinusoidal. Quando é seco, as ligações de hidrogênio se 
refazem e a queratina reassume a formação em alfa hélice (PEYREFITTE, MARTINI e CHIVOT, 
1998).
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Figura 9 – Comparação entre alfa e beta queratina. Fonte: Bele Visage (2018).
Na queratina em alfa hélice também há ligações ou pontes dissulfeto, ou seja, são ligações 
entre dois átomos de enxofre. Essas ligações são fortes, elas são rompidas quando se faz um 
processo químico de alisamento permanente (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998).
A tabela a seguir apresenta as características principais destas ligações e o processo que 
causa seu rompimento, conforme descrito por Halal (2015).
Ligação 
química Características
Processo de 
rompimento
Ligação de 
hidrogênio
Ligação iônica que ocorre entre o átomo de 
hidrogênio da porção ácida de um aminoácido e 
um átomo de oxigênio da porção ácida de outro 
aminoácido. Representam um terço da força total dos 
cabelos, pois apesar de serem fracas estão presentes 
em grande número.
São ligações fracas 
facilmente rompidas 
pela água ou calor.
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Ligação de sal
Ligação iônica entre a carga negativa de um 
aminoácido e a carga positiva de outro aminoácido, 
sendo esta ligação dependente do pH. Representam 
um terço da força total dos cabelos, pois apesar de 
serem fracas estão presentes em grande número.
Rompidas facilmente 
por soluções alcalinas 
ou ácidas fortes.
Ligação 
dissulfeto
Ligação covalente forte entre os átomos de enxofre 
de dois aminoácidos cistéicos vizinhos para criar 
uma cistina. Estão presentes em menor quantidade 
que as ligações iônicas e de sal, porém são fortes. 
Representam um terço da força total do cabelo.
Não se rompem com 
a água ou o calor, 
apenas com produtos 
químicos.
Quadro 2 – Ligações químicas presentes nos cabelos. Fonte: Halal (2015).
1.5. Coloração dos Cabelos
A coloração dos cabelos é determinada pelo pigmento chamado melanina, presente no 
córtex. Os fatores que influenciam essa coloração são o número e a disposição dos melanócitos, 
a síntese de tirosinase e tirosina, a morfologia e distribuição dos melanossomas nos melanócitos 
e a transferência dos melanossomos (DAWBER e NESTE, 1996).
Os melanócitos são as células responsáveis pela síntese de melanina, eles estão presentes 
no bulbo, no ápice da papila dérmica, em contato com a membrana basal. Os melanócitos têm 
prolongamentos chamados de dendritos que distribuem a melanina sintetizada por todo o córtex 
dos fios (DAWBER e NESTE, 1996). Eles são funcionalmente ativos durante a fase anágena do 
ciclo do pelo, na fase catágena a formação de melanina é interrompida, permanecendo ausente 
também na fase telógena (OLIVEIRA e JUNIOR, 2013).
Figura 10 - Desenho de um melanócito. Fonte: Souza (2018).
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O processo de síntese de melanina é chamado de melanogênese, ela ocorre nos 
melanócitos, mais especificamente nas organelas chamadas de melanossomas. A síntese ocorre 
a partir da ação da enzima tirosinase, conforme observamos no esquema a seguir. A tirosinase 
promove a oxidação enzimática de L-tirosina à L-Dopa e oxidação de L-Dopa à dopaquinona. 
Então ocorre a transformação espontânea da dopaquinona em leucodopacromo e dopacromo e 
em seguida uma cascata bioquímica que leva a formação de pigmento castanho-preto chamado 
eumelanina. Outra possibilidade desta via é a conjugação de dopaquinona com os aminoácidos 
cisteína ou glutationa resultando na formação em cisteinildopa e glutationildopa, estes passam 
por uma série de transformações que resultam na formação do pigmento vermelho-amarelo 
chamado feomelanina (OLIVEIRA e JUNIOR, 2013). O processo de melanogênese pode ser 
observado no esquema:
Figura 11 – Representação esquemática da melanogênese. Fonte: Miot et al. (2018).
Após a síntese, os melanossomas são transferidos para a região perinuclear dos melanócitos, 
até as pontas de seus dendritos e, então, para os queratinócitos (OLIVEIRA; JUNIOR, 2013).
A coloração dos cabelos é resultado da combinação entre eumelanina e feomelanina 
(HALAL, 2015), e é determinada geneticamente, tendo influência de fatores hormonais e 
celulares que controlam a função dos melanócitos. Um dos hormônios que exerce influência 
sobre os melanócitos foliculares é o hormônio melanócito estimulante (MSH), como o próprio 
nome aponta ele estimula a síntese de melanina pelos melanócitos (DAWBER; NESTE, 1996).
Como podemos observar, a melanina é quem dá o pigmento aos cabelos. A queratina é 
transparente, por isso quando cessa ou reduz a produção de melanina os cabelos ficam grisalhos, 
este processo ocorre com o envelhecimento e é chamado de canície. Há uma redução da produção 
de melanina com o avançar da idade, devido à redução da ação da tirosinase no bulbo ou ausência/
redução dos melanócitos, a melanina produzida vai sendo diluída causando uma variação da cor 
até que se torna branco. O início do grisalhamento é determinado geneticamente e pode ocorrer 
prematuramente, devido a isso ou a doenças autoimunes (DAWBER; NESTE, 1996).
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O artigo referenciado a seguir consiste de uma revisão sobre a estrutura dos 
folículos e dos cabelos, contandocom imagens microscópicas que permitem o 
melhor entendimento da anatomia e fisiologia destas estruturas.
RESTREPO, R. Anatomía microscópica del folículo piloso. Rev Asoc Colomb 
Dermatol, Vol. 18, p. 1-38, 2010.
O filme “Felicidade por um fio” traz a discussão 
sobre a aceitação dos cabelos negroides naturais 
frente ao padrão de cabelo liso normalmente 
preterido socialmente. Trata-se de uma adaptação 
do livro homônimo (Nappily Ever After) da escritora 
Trisha Thomas, e tem o diferencial de focar sua 
história na transição capilar e empoderamento 
negro da protagonista Violet Jones.
Fonte: Netflix
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme estudamos nesta unidade, a pele humana é uma estrutura complexa e com 
componentes altamente especializados em funções extremamente necessárias para o bom 
funcionamento da pele, cabelos e manutenção de funções de nosso organismo como um todo.
O conhecimento da anatomia e fisiologia do sistema tegumentar permitirá a você um 
melhor entendimento das disfunções que acometem os cabelos e o couro cabeludo, bem como 
o entendimento de como planejar o melhor tratamento para cada uma destas disfunções e de 
como cada princípio ativo, cosmético, equipamento, procedimento irá atuar no tratamento das 
mesmas.
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U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 22
1 - AVALIAÇÃO DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO ..................................................................................... 23
1.1. ESTRUTURA DOS CABELOS .............................................................................................................................. 23
1.2. POROSIDADE OU SENSIBILIDADE DOS CABELOS ........................................................................................ 24
1.3. DENSIDADE DOS CABELOS .............................................................................................................................. 24
1.4. TEOR LIPÍDICO DOS CABELOS ........................................................................................................................ 24
1.5. TEXTURA CAPILAR ........................................................................................................................................... 24
1.6. ELASTICIDADE .................................................................................................................................................. 25
1.7. FICHA DE AVALIAÇÃO CAPILAR ....................................................................................................................... 25
2 - CUIDADOS COSMÉTICOS BÁSICOS COM OS CABELOS E O COURO CABELUDO ...................................... 30
AVALIAÇÃO E CUIDADOS COSMÉTICOS BÁSICOS 
COM OS CABELOS E O COURO CABELUDO
PROF.A DRA. TUANE KRUPEK
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ESTÉTICA CAPILAR
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2.1. XAMPUS ............................................................................................................................................................. 30
2.2. CONDICIONADORES ........................................................................................................................................ 35
3 - NUTRIÇÃO E OS CABELOS ............................................................................................................................... 37
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 39
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INTRODUÇÃO
 
Para que se realize um tratamento estético de qualidade e com resultados satisfatórios, um 
dos passos primordiais é a realização de uma avaliação completa para o entendimento de todos 
os fatores que interferem ou desencadeiam a disfunção que se deseja tratar, desde hábitos até 
doenças. Assim também ocorre na estética capilar.
Nesta unidade, estudaremos os itens a serem observados durante a avaliação capilar. Ainda 
conheceremos quais os cuidados cosméticos básicos necessários para garantir a boa aparência 
e saúde dos cabelos e do couro cabeludo. Esses procedimentos além de serem realizados no 
consultório de estética precisam ser repassados aos pacientes, pois grande parte dos resultados 
do tratamento depende dos cuidados cosméticos e hábitos que estes mantêm em seu dia a dia.
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1 - AVALIAÇÃO DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO
 
A avaliação dos cabelos deve considerar diversos itens. A seguir veremos cada um destes, 
bem como um modelo de ficha de avaliação capilar que pode e deve ser adaptado por cada 
profissional de acordo com o que julgar necessário. Ainda veremos os instrumentais que podem 
ser utilizados para a realização da avaliação.
Segundo Pereira et al. (2016), são fundamentais o tato e a visão. O tato permite sentir, 
por exemplo se os fios estão afinando, como ocorre na alopecia andogenética, ou se há lesões 
nodulares no couro cabeludo, além, é claro, da observação clínica que vai se aprimorando com 
o tempo. Para a avaliação, o ideal é manter o paciente sentado em uma cadeira de assento baixo 
para que o avaliador possa observar toda a extensão do couro cabeludo. O local do exame deve ser 
bem iluminado e todos os acessórios capilares devem ser retirados para facilitar a visualização.
1.1. Estrutura dos Cabelos
Kede e Sabatovich (2004) e Wichrowski (2007) classificam os cabelos em diferentes tipos 
de acordo com sua estrutura, são eles: os cabelos lisos ou lisótricos, ondulados ou sinótricos e 
crespos ou ulótricos. Os cabelos lisos são comuns em raças mongólicas, chineses, esquimós e 
índios americanos; os folículos são retos, com diâmetro maior, e redondos quando se faz um 
corte transversal. Os cabelos ondulados são comuns em caucasianos e diversos outros grupos 
étnicos; quando se faz o corte transversal são ovais. E os cabelos crespos são comuns em pessoas 
negras; apresentam forma helicoidal quando é realizado corte transversal.
Lacrimante (2008) faz a classificação denominando os tipos de cabelo como mongoloide, 
caucasoide e negróide respectivamente como lisótricos, sinótricos e ulótricos. Salienta que os 
cabelos mongoloides são cabelos bastante resistentes, enquanto os cabelos negroides geralmente 
são fracos, quebram com facilidade e são ressecados, por conta da estrutura o sebo não consegue 
se distribuir ao longo dos fios, e os cabelos caucasoides são um meio termo entre estes dois.
Figura 12 – Tipos de cabelos. Fonte: Vibra (2018).
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1.2. Porosidade ou Sensibilidade dos Cabelos
De acordo com a porosidade ou sensibilidade, os cabelos são classificados em porosos, 
normais ou permeáveis. Cabelos porosos absorvem com mais rapidez os elementos químicos 
porque apresentam as escamas das cutículas abertas. Cabelos normais têm as cutículas semiabertas, 
sendo assim, têm absorção de elementos químicos considerada normal. E os cabelos impermeáveis 
têm as cutículas fechadas e, por isso, dificuldade de permeação (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A porosidade pode ser avaliada realizando o teste de deslize que consiste em deslizar 
dois dedos sobre uma mecha dos fios, quanto mais atrito, ou seja, quanto maior resistência ao 
deslizamento apresentar, mais poroso (WICHROWSKI, 2007).
1.3. Densidade dos Cabelos
Neste item se avalia o número de fios por centímetro quadrado do couro cabeludo. Em 
média a densidade é de 2,2 fios por centímetro quadrado, porém sofre variações de acordo com 
a raça, cuidados diários e doenças. A densidade aumenta na gestação, voltando ao normal cerca 
de 6 meses após o parto; é menor nas mulheres; diminui em homens e mulheres após os 50 anos 
de idade; diminui em cabelos quimicamente tratadose com escovação e penteados inadequados 
(HALAL, 2015).
A densidade diminui com a idade, entre 20 e 30 anos ela é de cerca de 615 fios por cm2 e 
de 30 a 50 anos é de 485 fios por cm2 (WICHROWSKI, 2007).
1.4. Teor Lipídico dos Cabelos
A avaliação de acordo com o teor lipídico classifica os cabelos em oleosos, normais, secos 
e mistos. O cabelo normal se apresenta saudável e brilhante. Cabelos oleosos têm pouco volume, 
possuem brilho devido ao excesso de oleosidade no couro cabeludo, têm a aparência de sujo; pode 
ocorrer devido a doenças hormonais, medicamentos e estresse. Os cabelos secos apresentam-se 
opacos, com toque áspero, sem brilho e são mais susceptíveis à danos, devem ser lavados menos 
vezes e sempre utilizar condicionadores e cremes para pentear. Os cabelos mistos são oleosos 
próximos ao couro cabeludo e secos nas pontas, a maioria dos cabelos longos se apresenta dessa 
forma; deve ser feita a lavagem com xampu para cabelos oleosos e utilizado condicionador nas 
pontas (KEDE e SABATOVICH, 2004; WICHROWSKI, 2007).
1.5. Textura Capilar
 
É o diâmetro de cada fio. Pode ser fina, média e grossa, sendo influenciada pela genética. Os 
cabelos mais finos são frágeis e susceptíveis a danos, os cabelos mais grossos são mais resistentes, 
porém também requerem mais processos para procedimentos de alisamento, clareamento e 
coloração (HALAL, 2015; WICHROWSKI, 2007). 
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1.6. Elasticidade
A elasticidade reflete o grau de fragilidade dos cabelos, pois eles apresentam resistência 
ao estiramento. Um fio de cabelo pode suportar o peso de aproximadamente 80 gramas, podendo 
variar se os fios apresentarem anormalidades. Ela pode ser avaliada selecionando um fio e 
estirando-o, se ele tiver boa elasticidade poderá ser tensionado até 30% de seu comprimento 
(WICHROWSKI, 2007).
1.7. Ficha de Avaliação Capilar
Para melhor avaliação, e também documentação da mesma, assim como nas demais áreas 
da estética, na estética capilar se utiliza uma ficha de avaliação. A seguir temos um exemplo de 
ficha de avaliação capilar apresentada por Pereira et al. (2016).
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Nome: Data:
Idade: Sexo: Cor: Nacionalidade:
Procedência: Profissão:
Telefone: E-mail: 
ANAMNESE
1. Qual é a queixa principal?
2. Qual é a área ou áreas acometidas?
3. A doença acomete outras áreas do corpo?
4. Faz quanto tempo?
5. A doença está estável?
6. Houve mudança nas características ou consistência dos cabelos?
7. Houve mudança na cor dos cabelos?
8. Ficou mais fino ou mais crespo?
9. Ficou difícil de pentear?
10. Ficou mais oleoso ou mais seco?
O vídeo a seguir consiste de uma entrevista com uma profissional de estética 
sobre a importância da anamnese ou ficha de avaliação em estética. 
Ficha de anamnese e avaliação completa, disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=cH4Y6KkDRpY>.
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11. Apresentou alterações no couro cabeludo como dor, coceira, ardor, inflamação, caspa, 
crostas ou feridas?
12. Já teve outras crises?
13. No caso de queda dos cabelos, eles estão caindo com a raiz ou estão se quebrando?
14. No caso de queda de cabelos, tem ideia de quantos cabelos caem diariamente?
15. No caso de queda dos cabelos, tem percebido se os cabelos perdidos estão sendo 
repostos?
16. No caso de queda dos cabelos, há momento em que os cabelos caem mais: como no 
banho, à noite (no travesseiro), ao pentear, durante o dia etc.?
17. Sua doença tem sido percebida por amigos ou parentes?
18. Houve alteração na pele, unhas, pelos do corpo ou dentes?
19. Houve alguma manipulação dos cabelos?
20. Você costuma puxar, tracionar ou torcer os cabelos?
HISTÓRIA PESSOAL
1. Descrever as últimas doenças, operações ou internações.
2. Você tem alguma doença atual?
3. Perdeu peso ou teve alguma crise emocional nos meses que precederam a doença atual?
4. Profissão atual e anteriores. Detalhar.
5. Você teve problemas no trabalho, mudou de endereço, problemas com o cônjuge e filhos 
etc.?
6. Quais os medicamentos que tomou nos últimos meses e por que tomou?
7. Toma anticoncepcional?
8. Tem alergia a medicamentos?
9. Tem filhos? Quantos? Qual a data da última gravidez?
10. A gravidez piorou a doença atual?
11. Teve queda de cabelos alguns meses após o parto?
12. Tem alguma alteração menstrual?
13. Tem algum problema endocrinológico?
14. Observou crescimento ou aumento na quantidade de pelos do corpo?
15. Sente intolerância ao calor ou frio?
16. Como é sua alimentação?
17. Teve contato com pessoas ou animais com queda de cabelos?
18. Teve contato com algum tipo de radiação como raio X ou radioatividade?
CUIDADOS COM OS CABELOS NO MOMENTO
1. Usa xampu, condicionador, spray?
2. Frequência do uso.
3. Faz alisamento, relaxamento, amaciamento etc. Quais os tipos: químicos ou físicos?
4. Usa gel, bobs, pente, escova etc.?
5. Tintura – tipo e frequência de uso.
6. Clareadores – tipo e frequência de uso.
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7. Estilo dos cabelos – tipo de penteado, uso de elástico, presilha, bonés, capacetes, fitas, 
tiaras?
8. Faz uso de apliques, perucas, megahair etc.?
HISTÓRICO FAMILIAR
HISTÓRICO DE MEDICAMENTOS
EXAME FÍSICO DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO
EXAME FÍSICO GERAL
ESTUDO TRICOLÓGICO
EXAMES COMPLEMENTARES
DIAGNÓSTICO
CONDUTAS
FOTOGRAFIAS
Quadro 3 - Ficha de avaliação capilar. Fonte: Pereira et al. (2016).
Esta é uma sugestão de ficha de avaliação apresentada pelos autores, cada profissional 
deve adaptar a ficha de forma que fique mais funcional para si mesmo e que abranja todas 
as variáveis que julga necessário avaliar, bem como todas as informações importantes para o 
tratamento.
O tricograma é um exame realizado por médicos tricologistas em que se retira alguns 
fios de cabelo para observar alterações anatômicas do pelo. Ele permite avaliar a proporção de 
fios que está na fase anágena, catágena e telógena. Serve para diagnóstico ou acompanhamento 
do tratamento de disfunções que alterem o ciclo de crescimento dos fios (KEDE; SABATOVICH, 
2004). A coleta é realizada no local em que a doença está em maior atividade, são coletados de 
50 a 100 fios e é realizada através da tração dos fios e após isto os fios são avaliados (PEREIRA 
et al., 2015).
A microscopia permite avaliar e diagnosticar alterações estruturais na haste dos pelos, 
bem como alterações no couro cabeludo (DAWBER; NESTE, 1996). Na imagem a seguir 
observamos como o couro cabeludo pode ser visualizado a partir do microscópio óptico.
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Figura 13 – Couro cabeludo observado com microscópico óptico. Fonte: Dermatológica clínica (2018).
Pereira et al. (2016) denominam este equipamento de dermatoscópio, cujo uso é cada 
vez mais comum nas clínicas de estética. Ele permite fazer uma varredura no couro cabeludo 
para verificar a presença de alterações, bem como nos fios. A imagem a seguir mostra como é 
utilizado o dermatoscópio.
Figura 14 – Dermatoscopia. Fonte: Dermatologia especializada (2018).
O teste do atrito é utilizado para avaliar a fragilidade dos cabelos, consiste em, com os 
cabelos secos e limpos, separar uma mecha com 100 a 150 fios, fazer uma torção na parte mais 
proximal para que os fios fiquem juntos, colocar a mecha sobre uma das mãos estendidas e com 
o dedo indicador comprimir os cabelos contra a palma da mão fazendo movimentos circulares e 
causando atrito. Se os cabelos estiverem frágeis serão rompidos e alguns pedaços ficarão sobre a 
palma das mãos (PEREIRA et al., 2016).
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Outro item importante a constar na ficha de avaliação ou anamnese é o termo de 
consentimento livre e esclarecido. O paciente o assina declarando que foi informado de todos os 
benefícios, riscos, indicações e contraindicações do tratamento, ainda se compromete a seguir as 
orientações quanto a cosméticos, hábitos e cuidados que o profissional lhe fornecer. No termo 
de uso de imagem ele afirma que está de acordo com o registro fotográfico das regiões a serem 
tratadas, assentindo que podem ser divulgadas em jornais, livros, revistas e outros meios sem que 
haja identificação e comprometimento de sua imagem (BORGES, 2010).
No livro “Tratado das doenças dos cabelos e do 
couro cabeludo”, os autores tratam, entre outros 
assuntos, de diversos testes, além dos citados 
nesta unidade, que podem ser realizados durante 
a avaliação capilar. Por exemplo, o teste da gaze, 
teste do pente com gaze, teste do deslize, teste da 
torção dos cabelos, teste da tonsura, tricograma, 
fototricograma, teste dos sessenta segundos, 
teste da luz fluorescente, entre outros. Esses 
testes permitem avaliar a resistência, diâmetro, 
grau de queda e outros fatores para diagnóstico 
de doenças nos cabelos e no couro cabeludo. 
Você poderá estudá-los e selecionar os que 
melhor se adaptarem a sua realidade para a realização da avaliação capilar.
 
PEREIRA, J. M.; PEREIRA, F. C. N.; PEREIRA, V. C. N; PEREIRA, I. J. N. Tratado das 
doenças dos cabelos e do couro cabeludo. Rio de Janeiro: Dilivros, 2016.
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2 - CUIDADOS COSMÉTICOS BÁSICOS COM OS 
CABELOS E O COURO CABELUDO
Os cuidados cosméticos básicos com os cabelos incluem xampu e condicionador, mas 
também podem ser utilizados cremes de tratamento, cremes para pentear, entre outros.
2.1. Xampus
Wichrowski (2007) afirma que o xampu foi inventado há cerca de 100 anos pelo químico 
alemão Hans Schwarzkopf. Sua função é a de remover a sujeira da haste do cabelo e do couro 
cabeludo, podendo também ter outros princípios ativos de tratamento. Os xampus que comumente 
usamos, geralmente, têm detergentes aniônicos (com cargas elétricas negativas) que abrem as 
escamas da cutícula capilar e, assim, fazem a limpeza dos fios.
Os xampus apresentam como função principal a remoção do sebo, suor, escamas e sujidades 
em geral, porém também apresentam componentes que contribuem para o embelezamento dos 
fios ou para tratamento de disfunções (GUIMARÃES, 2007). De acordo com Bolognia, Jorizzo e 
Schaffer (2015), os xampus removem do cabelo e do couro cabeludo o sebo, suor, estrato córneo 
descamativo, produtos para modelamento e sujeira proveniente do ambiente, entretanto se esta 
remoção de sebo for excessiva, os cabelos ficam susceptíveis à eletricidade estática e difíceis de 
pentear, tornando-se necessário o uso de condicionadores.
Os xampus apresentam agentes de limpeza chamados de tensoativos ou surfactantes, 
geralmente as formulações apresentam um ou mais tensoativos de diferentes tipos e ações, entre 
suas ações podemos citar as propriedades detergente, umectante, espumante, emulsionante e 
solubilizante (GUIMARÃES, 2007).
Os tensoativos são assim chamados porque são substâncias com a capacidade 
de reduzir a tensão superficial de um líquido. A tensão superficial ocorre devido a 
ligação iônica entre o hidrogênio de uma molécula de água com o oxigênio de outra 
molécula de água. Reduzindo esta tensão as moléculas que não são hidrofílicas, 
ou seja, não tem afinidade com a água, como é o caso do sebo presente nos 
cabelos, podem ser dissolvidas e eliminadas com a lavagem dos cabelos.
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Os tensoativos são classificados de acordo com sua carga elétrica em aniônicos, catiônicos, 
afóteros e não iônicos (GUIMARÃES, 2007; HALAL, 2015). Veremos a seguir as características 
de cada um deles.
Os tensoativos aniônicos são carregados negativamente, apresentam excelente detergência, 
estabilidade, solubilidade em água e poder espumífero (capacidade de formar espuma), porém 
são irritantes. Um exemplo desta classe é o lauril sulfato de sódio (GUIMARÃES, 2007). Estes 
tensoativos são amplamente utilizados por serem baratos, ótimos limpadores e fáceis de serem 
removidos (HALAL, 2015)
Os tensoativos catiônicos geralmente são carregados positivamente, a ação detergente é 
boa, porém tem poder espumífero e de umectação inferiores ao aniônicos e são incompatíveis 
com eles em soluções aquosas, porque neutralizam e perdem a atividade (GUIMARÃES, 2007; 
HALAL, 2015).
Esses são utilizados em condicionadores, por possuírem cargas positivas formam ligações 
iônicas com a superfície negativamente carregada dos cabelos, deixam os cabelos fáceis de pentear 
e reduzem a eletricidade estática (HALAL, 2015). São exemplos de tensoativos catiônicos os sais 
de alquilpiridínio, sais de alquil trimetil amônio, sais de alqui dimetil benzil amônio e derivados 
das imidazolinas, os principais são os quaternários de amônio (GUIMARÃES, 2007; HALAL, 
2015).
Os tensoativos anfóteros possuem tanto grupamentos ácidos quanto básicos, sendo assim 
agem de acordo com o pH da formulação, também por isso podem ser combinados tanto com 
os tensoativos catiônicos como com os aniônicos. Têm bom poder espumífero e baixo índice 
de irritação. São exemplos os alquil derivados de betaínas, cocoamidopropilbetaína e alqui 
imidazolinas anfoterizadas (GUIMARÃES, 2007). Em um pH baixo, de menos de 5 ou 6, eles 
são carregados positivamente como se fossem catiônicos, em um pH mais alto são carregados 
negativamente, como os aniônicos, se o valor do pH tender à neutralidade eles não apresentam 
carga elétrica, assim como os aniônicos (HALAL, 2015).
Por fim, os tensoativos não iônicos apresentam a característica de não serem ioniáveis, 
por isso são compatíveis com qualquer tensoativo, geralmente são utilizados combinados com 
os aniônicos. São utilizados em cremes e loções, sendo exemplos a glicerina, sorbitol, mono e 
dialcalonaminas, álcoois, alquil fenóis, polissorbatos, decil poliglucose, lauril poliglucose, entre 
outros (GUIMARÃES, 2007).
Figura 15 – Tipos de tensoativos. Fonte: Lab News (2018).
 Halal (2015) ainda apresenta os tensoativos etoxilados que são formados por meio 
da adição de óxido de etileno em um material graxo. São exemplos o lauril sulfato de sódio, 
octoxinol-40, nonoxinol-10 e polissorbato-80. 
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Essa alteração faz com que diminua a irritação aos olhos e aumente a solubilidade. 
Os componentes básicos dos xampus são a água, para fazer a diluição dos tensoativos, e 
o tensoativo, que possui estrutura molecular com grupamentos hidrofílicos (que tem afinidade 
com a água) e lipofílicos (que tem afinidade com o sebo) que, por isso, tem a ação detergente 
(GUIMARÃES, 2007).
Essa característica dos tensoativos permite sua eficiência na lavagem dos cabelos. Sua 
extremidade hidrofílica irá se ligar a água, e sua extremidade lipofílica se liga ao sebo. Com isso se 
formam as micelas (Figura 16), em que a parte lipofílica fica na região central e a parte hidrofílica 
na parte externa, assim, quando o cabelo é enxaguado as sujidades presentes no interior das 
micelas são eliminadas na água (HALAL, 2015).
Figura 16 – Micela formada pelos tensoativos presentes no xampu, em que a extremidade azul é hidrofílica e a 
cauda amarela é hidrofóbica. Fonte: Science blogs (2018).
Além dos tensoativos estão presentes nos xampus os agentes espessantes, conservantes, 
fragrância, corretivos de pH, sequestrantes, opacificantes e corantes. O Quadro 4 apresenta a 
função e exemplos de cada um destes componentes, de acordo com Guimarães (2007), Kede e 
Sabatovich (2004) e Halal (2015).
Componentes Ação Exemplos
Formadores e 
estabilizadores de 
espuma
Fazem com que se 
forme espuma na 
lavagem
Dietanolamidas, alquinolamidasde ácidos 
graxos de coco, monoetanolamidas
Espessantes
Aumentam a 
viscosidade dos 
xampus.
Derivados da celulose (metil celulose, 
hidroxipropil celulose, natrasol), polímeros 
carbovinílicos, polivinilpirrolidonas, sais 
orgânicos (cloreto de sódio ou amônio) e 
álcoois polivinílicos (carbopol).
Sobreengordurantes ou 
condicionadores
Compensam a 
retirada excessiva 
de óleo na lavagem
Alcalinamidas de ácidos graxos de 
coco, lanolina etoxilada, cetiol, óleo 
de abacate, amêndoas, germe de trigo, 
jojoba, macadâmia, amônios quaternários, 
hidrolisados de proteínas de origem animal, 
colágeno, proteínas do leite ou da seda e 
dometiconascopolioles.
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Conservantes
Evitam a 
contaminação 
microbiana no 
xampu
Corretivo de pH Ajusta o pH para a faixa de 5,5 a 6,5. Ácido cítrico
Sequestrante
Quela íons 
metálicos e previne 
a descoloração do 
produto.
EDTA
Opacificante
Confere brilho 
perolado ou 
aparência opaca.
Corante e fragrância
Confere odor 
agradável e cor ao 
produto.
São diversos, representam menos de 1% da 
formulação.
Quadro 4 – Classes de componentes dos xampus, sua ação e exemplos. Fonte: Guimarães (2007); Kede, Sabatovich 
(2004); Halal (2015).
 
Na terapia capilar é de grande importância a utilização, no consultório bem como a 
indicação para o paciente, dos cosméticos capilares adequados às condições de seus cabelos e couro 
cabeludo, ou disfunção que apresente. Existem diversos xampus com indicações terapêuticas, a 
seguir vemos os componentes de alguns destes xampus, conforme descrito por Guimarães (2007).
Função Componente
Anticaspa Cetoconazol, Piritionato de zinco, selênio, enxofre, piroctona olamina.
Antibacteriano Triclosan, clorexidina, peróxido de benzoíla, ácido salicílico, povidona-iodo e enxofre.
Antipsoriásico Coaltar, ácido salicílico, enxofre e selênio.
Quadro 5 – Componentes dos xampus com ação terapêutica. Fonte: Guimarães (2007).
E mesmo os xampus que não apresentam uma indicação terapêutica mais específica, 
como nos casos citados, são classificados de acordo com as condições dos cabelos. Os xampus 
para cabelos secos irão conter mais ingredientes hidratantes, enquanto que os indicados para 
cabelos finos contêm polímeros que se depositam nos fios formando um filme e dando corpo aos 
fios (GUIMARÃES, 2007).
De acordo com Wichrowski (2007), para os cabelos normais, o ideal é realizar a lavagem 
diariamente com xampu de pH neutro; os cabelos secos, como apresentam teor lipídico reduzido, 
devem ser lavados duas vezes por semana, com xampu de pH ácido e que contenha ativos 
hidratantes; para os cabelos oleosos deve ser evitado ao máximo a lavagem com água quente, 
pois essa aumenta a oleosidade, a lavagem deve ser feita diariamente com água fria e xampu 
desengordurante com princípios ativos adstringentes.
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O mesmo autor apresenta os princípios ativos adicionados aos cosméticos capilares de 
acordo com o efeito desejado, conforme observamos no quadro a seguir.
Ação Princípio ativo
Desengordurante Lauril éter sulfato de sódio, lauril sulfato de sódio, cocoamidopropilbetaina, dietanolamina e ácido láurico.
Reparadora Ceramidas, silicones e derivados, manteiga de karité, extrato de aveia, proteínas, colágeno e aminoácidos.
Adstringente
Taninos, polifenóis, ácidos orgânicos, vitamina B6, vitamina B3, 
cobre, zinco, extratos de algas marinhas, extrato de hamamélis, 
extrato de capuchinha, extrato de limão, extrato de sálvia e estrato 
de tília
Ativadores do 
metabolismo celular
Alcaloides, capsaicina, pilocarpina, quinina, quercetina, rutina, 
xantofilina, carotenos, glicosídeos, urtigosideos, sitosteróis, 
saponinas e fitoesteróis.
Reguladores da 5 alfa 
redutase
Quinofenóis, ácidos graxos insaturados, zinco, piridoxina e 
pygeum.
Estimulantes da 
circulação periférica
Mucopolissacarídeos, sulfato de condroitina, própolis, ginko 
biloba e hortelã pimenta.
Substâncias para a 
biossíntese de queratina
Metionina, cisteína, vitamina A, B e E, cálcio, ferro, fósforo, 
ômega 3, 6 e 9.
Nutriente
Extrato de alecrim, extrato de algas vermelhas, colágeno solúvel, 
queratina solúvel, extrato de ginseng, pantenol, extrato de 
castanha da índia e extrato de cavalinha.
Emoliente 
Manteiga de karité, óleo de amêndoas, óleo de abacate, óleo 
de calêndula, óleo de gérmen de trigo, óleo de girassol, óleo de 
jojoba, óleo de macadâmia, óleo de semente de uva e óleo de 
prímula.
Regeneradores 
Extrato de aloe vera, extrato de arnica, extrato de ginseng, extrato 
de hera, óleo de rosa mosqueta, vitamina A, pantenol, vitamina C 
e vitamina E.
Antinflamatórios
Extrato de arnica, extrato de camomila, extrato de hera, óleo de 
calêndula, óleo de prímula, extrato de própolis, extrato de pepino 
e extrato de aloe vera.
Cicatrizantes do couro 
cabeludo
Alantoína, pantenol, extrato de cavalinha, extrato de própolis, óleo 
de calêndula, óleo de rosa mosqueta e vitamina D.
Quadro 6 – Princípios ativos presentes em cosméticos capilares de acordo com sua ação. Fonte: Wichrowski 
(2007).
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O pH é uma escala que mede quimicamente o potencial hidrogeniônico (pH) das 
substâncias, sendo que o 7 indica neutralidade e quanto mais o valor se aproximado zero mais 
ácida e quanto mais se aproxima de 14 mais básica, conforme observamos na Figura 17. Se o 
produto não tem a indicação desse valor ele pode ser medido com fitas de pH que podem ser 
adquirida em casas de produtos para laboratórios. Braga (2014) apresenta as características dos 
cosméticos capilares de acordo com o pH, confirme vemos a seguir:
• pH de 1 a 3: são produtos reconstrutivos acidificantes que tem a capacidade de deixar 
os cabelos mais lisos conforme se faz o uso repetidamente.
• pH de 4: são os xampus e máscaras para manutenção de tratamentos acidificantes.
• pH de 6 a 9: compreendem xampus e cremes com a capacidade de abrir as cutículas dos 
fios e retirar todo o residual cosmético, sujidades e proteção natural.
• pH de 10 a 14: alisantes que transformam a estrutura dos cabelos e descolorantes 
capazes de retirar toda a cor.
Figura 17 – Escala de pH. Fonte: M Científica (2018).
2.2. Condicionadores
 
Após a lavagem com o xampu deve ser aplicado o condicionador, ele tem a função de 
selar as escamas das cutículas que foram abertas pelos xampus através de suas cargas positivas. 
Seus princípios ativos têm peso molecular pequeno que permite que eles penetrem no córtex 
capilar e recomponham sua estrutura (GUIMARÃES, 2007; WICHROWSKI, 2007).
Os condicionadores contêm material graxo para repor a oleosidade que foi retirada 
excessivamente pelos xampus e tensoativos, muitas vezes os mesmos utilizados nos xampus. Sua 
presença é primordial porque sem eles os condicionadores não poderiam ser enxaguados dos 
cabelos.
De acordo com Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015), eles são necessários pela remoção de 
sebo que o xampu faz, pelos danos que os permanentes, colorações e outros tratamentos químicos 
trazem à cutícula e, também, porque eles proporcionam a redução da eletricidade estática ao 
depositar íons positivamente carregados na haste do cabelo, assim, quando são penteados ou 
escovados os cabelos não irão arrepiar.
A maioria dos componentes dos condicionadores são ingredientes gordurosos, como 
os álcoois graxos, derivados da lanolina, óleos vegetais, óleos minerais, lecitinas, ácidos graxos 
essenciais, derivados quaternários, silicones, pantenol, entre outros (GUIMARÃES, 2007).
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Segundo Halal (2015), os condicionadores não têm a capacidade de reparar os cabelos 
danificados, porém restauram a aparência e a textura naturais dos cabelos. Principalmente por os 
cabelos danificados serem mais porosos, ou seja, estarem com as cutículasabertas, eles absorvem 
quantidades maiores dos condicionadores, proporcionando brilho, maciez, maleabilidade e 
redução da carga estática.
Wichrowski (2007) salienta que há diferentes tipos de condicionadores, sendo eles 
intensivos, usados durante o banho durante 3 minutos, profundos, que são para cabelos ressecados, 
utilizados com uma fonte de calor ou não, e os leave-in ou leave-on que são os produtos sem 
enxágue. Halal (2015) comenta sobre os xampus condicionadores, que são conhecidos com os 
xampus “2 em 1”, esses xampus contém uma quantidade maior de tensoativos catiônicos.
O quadro a seguir apresenta os principais componentes utilizados nos condicionadores e 
sua ação, conforme descrito por Halal (2015).
Classe de ativos 
condicionadores 
utilizados
Ativos condicionadores Ação
Proteínas e derivados de 
proteínas
Peptídeos de proteínas 
hidrolisados, queratina
Aumentam a resistência da tensão 
do cabelo, unem as pontas duplas 
temporariamente, melhoram a textura 
e reduzem a porosidade.
Silicones
Amodimeticona, 
ciclodimeticona e 
dimeticona
Formam um filme nos cabelos, são 
excelentes para cabelos danificados por 
química.
Substâncias umectantes PCA de sódio, lactato de sódio e glicerina
Sua ação depende da umidade do ar, 
pois atraem e retém a umidade da 
atmosfera
Substâncias hidratantes Lanolina, óleo mineral e colesterol
Revestem o cabelo prevenindo a 
evaporação da água.
Quadro 7 – Ativos de condicionadores e sua ação nos cabelos. Fonte: Halal (2015).
Os condicionadores sem enxágue contêm na formulação polímeros condicionantes 
catiônicos, espessantes, tensoativos não iônicos, fragrâncias e conservantes, também podem 
conter álcoois, derivados de proteínas e compostos quaternários de amônio (HALAL, 2015).
Frangie et al. (2016) apresenta o passo a passo do procedimento de lavagem e 
condicionamento básico dos cabelos, conforme descrito a seguir:
• Posicionar o paciente de forma confortável na cadeira do lavatório.
• Solicitar que o paciente retire os ornamentos dos cabelos, bem como outros adereços e 
óculos.
• Examinar o couro cabeludo para ter certeza de que não há lesões.
• Escovar os cabelos completamente por 5 minutos.
• Posicionar o paciente para que seu pescoço se encaixe no apoio.
• Certificar-se de que a temperatura da água está adequada e umedecer todo o cabelo com 
água morna.
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• Sempre trabalhar com a mão livre protegendo o rosto, orelha e pescoço do paciente para 
que não se molhem.
• Aplicar o xampu no couro cabeludo e massagear com as pontas dos dedos, ter todo o 
cuidado para que todas as regiões do couro cabeludo sejam lavadas, se necessário erguer a cabeça 
do paciente para realizar a lavagem na parte posterior e acima das orelhas.
• Enxaguar bem o couro cabeludo, lave e enxague novamente se necessário.
• Retirar o excesso de água dos cabelos apertando delicadamente.
• Aplicar o condicionador evitando a base do cabelo próximo ao couro cabeludo.
• Se o produto tiver que permanecer por mais de um minuto nos cabelos pode ser colocada 
touca plástica.
• Enxaguar o cabelo completamente.
• Retirar o excesso de água com a toalha ainda no lavatório antes da paciente levantar.
• Prossegui com o tratamento que irá ser realizado.
3 - NUTRIÇÃO E OS CABELOS
A condição nutricional afeta diretamente as condições dos cabelos e do couro cabeludo. 
Conforme estudamos na Unidade I, os cabelos são compostos de proteínas que, por sua vez, são 
constituídos de aminoácidos. Todas as proteínas animais são compostas por 20 aminoácidos, 
dentre estes 11 aminoácidos são chamados de não essenciais, ou seja, nosso organismo pode 
sintetizá-los e os outros 9 são essenciais, precisam estar presentes em nossa alimentação diária, 
pois não são sintetizados pelo corpo humano. Os aminoácidos essenciais e não essenciais presentes 
nas proteínas humanas são descritos por Halal (2011) e estão listados no quadro a seguir.
Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais
Histidina, lisina, treonina, isoleucina, 
metionina, triptofano, leucina, fenilalanina e 
valina
Alanina, ácido aspártico, glicina, cistina, 
arginina, ácido glutâmico, serina, tirosina, 
asparagina, glutamina e prolina
Quadro 8 – Aminoácidos essenciais e não essenciais presentes nas proteínas animais. Fonte: Halal (2011).
Para auxiliar na manutenção dos cabelos, Wichrowski (2007) apresenta alguns alimentos 
funcionais também chamados de nutracêuticos. Os constituintes e a ação destes estão descritos 
a seguir:
• Azeite de oliva: suas vitaminas lipossolúveis A, D, K e E e substâncias antioxidantes 
atuam melhorando o fluxo sanguíneo e retardando o envelhecimento celular.
• Beterraba: por ser rica em ferro, cobre e zinco fortalece os cabelos.
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• Cenoura: tem ação remineralizante, antioxidante e antinflamatória.
• Chá verde: rico em flavonoides e polifenóis que atuam contra a enzima 5 alfa redutase 
por isso diminuem a di-hidrotestosterona.
• Linhaça: seus óleos insaturados ômega 3, ômega 6 e ômega 9 reforçam o sistema 
imunológico e a provitamina A, vitaminas B, D, E e fitoesteóis promovem a renovação celular.
• Levedo de cerveja: contém todos os aminoácidos essenciais para o metabolismo 
humano e 14 minerais que estimulam o metabolismo folicular.
• Pepino: fortifica os cabelos e diminui a oleosidade devido ao elevado conteúdo de 
enxofre e silício.
• Soja: contém isoflavonas que têm a capacidade de neutralizar a di-hidrotestosterona, 
sem influenciar na quantidade de testosterona do organismo.
• Vinho tinto: contém os flavonoides luteonina e quercetina que previnem o 
envelhecimento funcional, próantocianinas e antocianinas que tem efeito protetor sobre os vasos 
sanguíneos e, ainda, o resveratrol que é antinflamatório e oligoelementos como cromo, silício, 
sódio e potássio.
Existem alguns suplementos nutricionais desenvolvidos pela indústria 
especificamente para tratamentos capilares. Em geral eles são ricos em taurina, 
zinco, ácido pantotênico, L-cisteína e aminiácidos. Esses suplementos teriam um 
efeito melhor que os suplementos que não são direcionados aos tratamentos 
capilares? Por quê?
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O livro ‘‘Nutrição aplicada à estética” apresenta 
os efeitos da nutrição nas diversas disfunções 
estéticas e orientações alimentares para a melhoria 
das mesmas. 
 
PUJOL, A. P. Nutrição aplicada à estética. São 
Paulo: Rubio, 2011.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação capilar permite ao profissional de estética a documentação dos dados de seu 
paciente, do histórico de doenças e medicações, das condições e das disfunções capilares que 
apresenta, além do termo de consentimento para a realização dos tratamentos capilares e termo de 
uso de imagem para realização do registro fotográfico. Além de ser um documento, ainda facilita 
seus atendimentos por constar todo o histórico de procedimentos realizados no paciente, e as 
características que ditam as indicações e contraindicações de procedimentos a serem realizados 
no mesmo. Ainda, a partir da fotodocumentação, o profissional pode apresentar a seu paciente a 
evolução dos resultados do tratamento realizado.
Conforme comentamos, parte primordial para se obter bons resultados nos tratamentos 
capilares, assim como em todos os tratamentos estéticos, são os cuidados cosméticos domiciliares 
e hábitos do paciente. Sendo assim, o profissional precisa conhecer as características dos 
cosméticos capilares para indicar o ideal para seu paciente, bem como orientá-lo quanto à forma 
correta de higienização dos fios, pois muitos dos distúrbios podem ter como causa a higienização 
incorreta ou ineficiente.
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U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................41
1 - ALTERAÇÕES NA HASTE .................................................................................................................................... 42
2 - ALTERAÇÕES NO COURO CABELUDO .............................................................................................................. 44
2.1. ALOPECIA .......................................................................................................................................................... 44
2.2. PITIRÍASE .......................................................................................................................................................... 53
2.3. SEBORREIA ....................................................................................................................................................... 54
2.4. DERMATITE SEBORREICA ............................................................................................................................... 54
ALTERAÇÕES DA HASTE DOS CABELOS
E DO COURO CABELUDO
PROF.A DRA. TUANE KRUPEK
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ESTÉTICA CAPILAR
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INTRODUÇÃO
A terapia capilar consiste na técnica de avaliação das alterações do cabelo e do couro 
cabeludo, com o objetivo de tratar distúrbios dos mesmos, por exemplo caspa, seborreia, alopecia 
(queda excessiva), entre outros (LACRIMANTI, 2008).
Os cabelos e pelos eram de suma importância para nossos ancestrais, pois eles dependiam 
desses para aquecimento e proteção (HALAL, 2011). Atualmente, não temos esta mesma 
necessidade, porém, segundo Wichrowski (2007), os cabelos sempre e em todas as culturas 
foram ornamentos pessoais, por isso problemas nos mesmos afetam diretamente a auto estima 
de homens e mulheres. 
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1 - ALTERAÇÕES NA HASTE
Observa-se deterioração dos fios quando estes apresentam alterações na coloração e 
ressecamento, o cabelo danificado fica mais poroso, opaco e perde a elasticidade. Estes danos 
são causados pela radiação solar, uso de secador muito quente, vento, falta de umidade no ar 
(ar condicionado), xampu com grande concentração de detergente, descoloração, alisamento, 
tinturas, cloro da piscina, entre outros (WICHROWSKI, 2007).
A tricorrexe nodosa caracteriza-se por pequenas nodosidades de cor branca acinzentada 
(WICHROWSKI, 2007). Essa alteração ocorre devido ao desgaste ou lesão nos fios, as células da 
cutícula são rompidas e, com isso, as células do córtex se alargam para fora formando nódulos. 
Nesse local, geralmente, o fio se quebra, pode ocorrer devido ao efeito cumulativo da aplicação do 
xampu, escovação, banho de mar, exposição ao sol, secador de cabelos, entre outros (DAWBER, 
NESTE, 1996; LACRIMANTI, 2008).
Figura 18 – Tricorrexe nodosa. Fonte: Tudo ela (2018).
Na tricoptilose, conhecida popularmente como pontas duplas, ocorre a divisão 
longitudinal da haste dos cabelos, isto devido à trauma químico e físico. Observa-se a separação 
longitudinal da extremidade distal dos fios em duas ou várias divisões, como podemos ver na 
figura a seguir. O tratamento consiste em evitar o trauma repetitivo, mas não há como recuperar 
o fio, as extremidades precisam ser cortadas (LACRIMANTI, 2008).
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Figura 19 – Tricoptilose. Fonte: Tua saúde (2018).
Na triconodose se formam nós na haste do cabelo, eles são mais frequentes em cabelos 
negroides ou em cabelo caucasoide encaracolado, raramente se observa em cabelos lisos. Com 
o pentear ou escovar dos fios ocorre a quebra do cabelo neste local (DAWBER, NESTE, 1996; 
LACRIMANTI, 2008).
Figura 20 – Triconodose. Fonte: Doorman (2018).
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2 - ALTERAÇÕES NO COURO CABELUDO
2.1. Alopecia
Entre os pacientes que buscam tratamentos capilares também é muito frequente a 
preocupação com a queda dos fios, porém o normal é que caiam cerca de 100 fios por dia, pois 
ao analisar o couro cabeludo tem-se 85% dos fios na fase anágena, 1% na fase catágena e 14% 
na fase telógena. Quando esta queda ultrapassa os valores normais, tem-se um distúrbio capilar 
chamado de alopecia, que é conhecido popularmente como calvície. Há vários tipos de alopecia 
relacionados diretamente às suas causas, porém a mais frequente é a alopecia androgenética, 
que afeta os homens e tem influência dos hormônios masculinos, como a testosterona 
(WICHROWSKI, 2007; LACRIMANTI, 2008).
A alopecia ocorre por diversos fatores, por isso há diferentes tipos de alopecia, porém 
uma das principais causas é o hiperandrogenismo, ou seja, o excesso de hormônios masculinos, 
por isso a alopecia afeta muitos homens (HARRIS, 2009). Consiste na redução parcial ou 
total dos pelos ou cabelos em determinada área. Tem diversas causas, podendo ter evolução 
progressiva e resolução espontânea ou controlada por meio de tratamento adequado.
Entre as causas da alopecia tem-se estresse físico ou mental, baixo nível de ferro no 
sangue, doença da tireoide, tratamento contra o câncer, cosméticos inadequados, doenças 
crônicas, medicamentos, infecção, grandes cirurgias, pílulas anticoncepcionais, gravidez, drogas 
ilícitas e álcool, ovários policísticos, doenças autoimunes, entre outros.
A alopecia apresenta diferentes tipos, sendo as mais comuns a alopecia androgenética, 
alopecia areata, alopecia emocional, alopecia seborreica, alopecia cicatricial, alopecia por tração, 
tricotilomania. Estudaremos as características de cada uma delas, pois saber distinguir uma 
da outra é de suma importância para que se faço o diagnóstico correto e, assim, o tratamento 
adequado.
A alopecia androgenética ocorre devido a estimulação dos folículos pilosos por hormônios 
masculinos, principalmente a testosterona. Ao atingir o couro cabeludo, a testosterona sofre a 
ação da enzima 5 alfa redutase e é transformada em diidrotestosterona (DHT) e esta, por sua vez, 
causa a miniaturização dos folículos. Nesta disfunção ocorre a redução progressiva do diâmetro, 
comprimento e pigmentação dos cabelos (TOSTI, 2014).
Apesar de ter como causa principal a ação da testosterona, que é chamada muitas vezes 
de hormônio masculino por estar presente em grande quantidade nos homens, a alopecia 
androgenética também acomete as mulheres. Nas figuras a seguir podemos observar a evolução 
do quadro de alopecia androgenética em homens, que é chamada de classificação de Hamilton-
Norwood, e a evolução do quadro nas mulheres, por meio da classificação de Ludwig.
Segundo Tosti (2014), a alopécia androgenética é a causa mais comum de queda dos 
cabelos e atinge até 50% das mulheres e 80% dos homens ao longo da vida.
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Figura 21 – Classificação da alopecia de Hamilton-Norwood. Fonte: Vasconcelos (2018).
Figura 22 – Classificação da alopecia de Ludwig. Fonte: Vasconcelos (2018).
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Figura 23 – Alopécia androgenética feminia. Fonte: Josymb (2018).
Figura 24 – Alopécia androgenetica masculina. Fonte: Cabelo e Calvície (2018).
 
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Conforme podemos observar nas figuras, a alopecia androgenética feminina apresenta 
diferenças significativas da masculina. Nas mulheres ela se inicia no vértice da cabeça, enquanto 
nos homens geralmente se inicia na região frontal e temporal. Sendo que, nas mulheres a alopécia 
androgenética pode ser um sinal de hiperandrogenismo (aumento dos hormônios androgênicos) 
e apresentar associados acne e hirsutismo (TOSTI, 2014). 
A primeira escala de graduação da alopecia foi produzida por Hamilton após examinar 
adultos de ambos os sexos e foi modificada em seguida por Norwood. Posteriormente,

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