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Pedagogia Grega

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UNIVERSIDADE SAVE-MAXIXE
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
Licenciatura em Ciências da Educação
Cadeira: História da Educação 
Discentes: Irena Samuel Novele				Docente: Venâncio Chauque
	 Jamisse Carlos Milice
	 Rita Solomone
 	 Rute Francisco Caxe
Resumo: A educação experimentou em diversos povos e épocas ao logo da historia, diferentes etapas de evolução. Desde os povos primitivos aos dias de hoje, a educação tem sofrido mudanças, mas importa contemporaneamente fazer o seu estudo com vista a observação dessas mudanças e suas consequências e implicações para melhor fazer a sua abordagem. Da pedagogia grega observamos um salto importante na concepção educativa, pois inicia a reflexão sobre a educação. Grandes pensadores gregos fazem parte do desenrolar reflexivo da educação, que neste excerto falaremos da sua contribuição. 
Palavras-chave: Pedagogia Grega. Educação. Sofistas. Sócrates. Platão. Isócrates. Aristóteles. 
1. PEDAGOGIA GREGA
Se a pedagogia é a reflexão sobre a actividade educativa, a pedagogia teve inicio na Grécia, onde primeiro se começou a meditar sobre a educação. O próprio termo (educação) surgiu na Grécia; e o mesmo aconteceu com as ideias pedagógicas. Trata se uma teoria de educação valiosa nos dias de hoje, e não de uma ciência propriamente dita. 
A principal característica da nascente pedagogia é claridade e transparência. As ideias aparecem expostas de forma essencial, elementar, isto é, em seus fundamentos. Dai o seu valor pedagógico, didáctico, clássico.
As ideias pedagógicas dos gregos encontram-se associadas com as ciências: politica e filosofia. Se pudermos observar é na Grécia onde teve a origem do conhecimento, e a pedagogia grega teve enorme energia criadora, esta susceptível a uma avalanche de interpretações, mas coincidentemente reconhece-lhe o seu estado humanístico, da afirmação da personalidade livre sobre todas as circunstâncias políticas.
Tem como principais representantes:
1) Sofistas;
2) Sócrates;
3) Platão;
4) Isócrates, e;
5) Aristóteles. 
2. Sofistas
A palavra sofista, etimologicamente, vem de sophos, que significa “sábio”, ou melhor, “professor de sabedoria”. Associados ao embarcadorismos ou tergiversagismo das ideias, urge necessariamente destruir esse preconceito. É bem verdade que alguns sofistas abusavam da retórica, elaborando um discurso vazio, um palavreado oco, ou justificando, com igual maestria, posições contrárias sobre o mesmo assunto. Talvez devido à excessiva atenção ao aspecto formal da exposição e defesa de ideias, já que se achavam, naquele momento histórico, mais interessados na arte da persuasão do que na verdade da argumentação. No entanto, não se pode generalizar esse tipo de crítica.
 São os primeiros professores, educadores profissionais conscientes da história. Empregam a actividade docente como professores ambulantes na segunda metade do século v a. C. no momento da grande transformação social em Atenas.
 Tinham como finalidade: educação para a vida pública, formação do político, do orador. São antes professores que cientistas ou filósofos originais, e sua influência foi considerável na cultura e na educação do tempo.
Ideias pedagógicas dos sofistas:
1. Acentuaram o valor humano, do homem e mais concretamente do indivíduo na educação, segundo a conhecida forma de Protágoras: ʻʻ O Homem é a medida de todas as coisas ʼʼ. Enfatizou se a vida do homem individual, rompendo os moldes rígidos da organização estatal da polis, as que colocavam uns em supremacia dos outros nas classes sociais em relação particularmente a educação.
2. Reconheceram que a aretê, a virtude, a capacidade, não é privilégio de minoria aristocrática, mas é transmissível, susceptível de ensino. Todos os capazes preparados através da educação podem ter acesso ao governo.
3. Organizaram sistema e métodos de educação para intervenção na vida pública, para formação do político e do orador. Neste sentido criaram dialéctica e oratória de grande eficácia. 
4. Acolheram na educação a cultura geral, o saber múltiplo, universal, não apenas retórico ou dialéctico, e elevaram o nível da instrução a altura não conhecidas no tempo.
Foram criadores da educação intelectual, independentemente da educação ginástica e musical, predominantes ate então. Desta forma, foram considerados fundadores da educação autónoma, ou por outra, foram os criadores do intelectualismo, do individualismo e do subjectivismo na educação, englobando os benefícios e prejuízos que estes conceitos acarretam.
3. Sócrates[footnoteRef:2] [2: Sócrates (c. 469-399 a.C.) é uma figura emblemática na história da filosofia.] 
Sócrates divergia e compactuava alguns pontos com os Sofistas. Com eles realizou a actividade educativa por meio da conversação, da palavra falada; como eles discordava da educação do tempo, excessivamente sujeita ao estado; como eles insistia no valor do homem, da vida pessoal, e como eles cria que a virtude, a eretê, não era património da aristocracia, senão que devia ser de todos, pois era transmissível, passível de ser ensinada.
As divergências são maiores que as coincidências. a) Primeiro: Sócrates não dez profissão remunerada, utilitária, nem tratou de granjear adeptos, antes estes ocorriam a ele espontaneamente; b) Segundo, sua educação não tinha carácter prático, de proveito pessoal; era do tipo espiritual; c) Em terceiro, enquanto os sofistas empregavam o diálogo e seus ensinamentos para impor ideias e servir a fim egoístas, estes o utiliza para convencer e descobrir a verdade. Finalmente, este se preocupava mais com a vida ética às ideias morais.
A maior contribuição de Sócrates corresponde ao domínio da ética e da moral. O saber e o conhecimento não só conduzem a virtude, mas o saber e a virtude são idênticos. Com a libertação da consciência, estamos diante de uma paideia como problematização e como pesquisa, que visa a um individuo em constante amadurecimento de si próprio, acolhendo em seu interior a voz do mestre e fazendo se mestre de si mesmo.
Foi o primeiro a compreender que a razão é um novo universo perfeito e superior ao que deparamos naturalmente em nosso derredor. Na ordem intelectual o indivíduo deve reprimir as convicções espontâneas que são opiniões (doxa) e adoptar, em vez delas, os pensamentos da razão pura que são o verdadeiro saber (episteme).
O fim último da educação em Sócrates era o bem, a personalidade moral, e não o estado, como na educação antiga, nem o proveito individual, como para os sofistas. Como a virtude é igual ao conhecimento e, portanto, comunicável, o decisivo a educação é o ensino da virtude. Deve haver unidade e precisão, ou seja, a conversão das opiniões em conceitos, pedagogicamente conversão do concreto em abstracto. É necessário ensinar a pensar. A educação intelectual é, assim, a base da educação moral.
Sócrates emprega o diálogo, distinto em duas fases: a ironia e a maiêutica. 
i. A ironia como ponto de partida e faz ver ao interlocutor sua própria ignorância.
ii. Com a maiêutica faz como faria uma parteira, nascer, dar alma ao interlocutor, ideias latentes, ou seja, através de sucessão de perguntas fazer o indivíduo descobrir a verdade. “operação de trazer para fora”
No diálogo socrático trata-se de uma espécie de ficção ou convenção, pela qual o interrogado acredita descobrir a verdade que o interrogador lhe sugere. Este tem uma grande importância pedagógica, porque o aluno é estimulado a pensar, a descobrir as coisas por si, para chegar a uma conclusão geral, expressa numa definição. 
Em síntese, em Sócrates podemos dizer:
· Foi o primeiro a reconhecer como fim da educação o valor da personalidade humana, não a individual subjectiva, mas a de carácter universal;
· O decisivo no homem é a virtude, o fim imediato da educação é a formação ética e moral;
· A pedagogia de Sócrates é intelectualista e unilateral;
· Seu principal método: é o diálogo, concebido em duas fases, a ironia e a maiêutica.
A Paideia trazida por Sócrates é problemática e aberta; mas fixa o itinerário e a estrutura do processo com as escolhasque o sujeito deve realizar; consigna um modelo de formação dinâmico e dramático, mas ao mesmo tempo individual e universal.
4. Platão 
Fundador da teoria da educação, da pedagogia. Em Sócrates predominou a actividade educativa e neste a reflexão pedagógica associada a politica.
Diferentemente do seu mestre, Platão organizou o ensino e investigação sistemáticos, pois tal era a finalidade da academia, na qual se realizavam estudos superiores de carácter filosófico e político. 
A pedagogia de Platão esta baseada em sua filosofia, a qual por sua vez, assenta a concepção das ideias (o mundo das ideias). As ideias são o fundamento último e a essência da realidade. São como arquétipos ou modelos das coisas, a que as coisas aspiram, como a autentica realidade sobre a puramente sensível, tal como se vê na alegoria da caverna[footnoteRef:3]. [3: . Segundo esse famoso relato, homens se encontram acorrentados em uma caverna desde a infância, de tal forma que, não podendo olhar para a entrada, apenas enxergam o fundo da caverna. Aí são projectadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses homens conseguisse se soltar das correntes para contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objectos, ao regressar para contar o que vira, não mereceria o crédito de seus antigos companheiros, que o tomariam por louco.] 
Platão fixa em seu pensamento dois tipos de paidéia, uma mais socrática: ligada a formação da alma individual; outra, mais política: ligada aos papeis sociais dos indivíduos, distintos quanto as qualidades intrínsecas da sua natureza que destinam a uma ou outra classe social e politica.[footnoteRef:4] Neste itinerário, a alma se eleva através da beleza (que parte dos corpos belos para chegar à beleza em si, à sua ideia) e assim se espiritualiza põe meio de ascese ao mesmo tempo ética e cognitiva, atribuída à dialéctica. Já neste primeiro modelo de formação, ligado à condição do homem “aprisionado na caverna” do corpo e da doxa (opinião), sublinha-se o forte acento individual e dramático da paidéia, cujo objectivo é o reconhecimento da espiritualidade da alma e da sua identidade contemplativa. [4: CAMBI, Franco (1999). História da pedagogia. Ediitora Unesco.] 
A educação está a serviço do estado, mas este, por sua vez, esta a serviço da educação. O indivíduo é constituído por três estratos: o dos apetites ou instintos, de carácter irracional e biológico; o do valor ou desejo combativo; o racional e espiritual. A essas três porções compreendem três classes sociais: 
1. A dos apetites e instintos, (produtores e trabalhadores); 
2. À do valor (os guerreiros) e; 
3. À racional (os guardiães e governantes). 
Cada um deles tem um tipo especial de educação, dentro da organização pedagógica geral do estado.
O fim último da educação em Platão é como para Sócrates, a formação do homem moral. E o meio é a educação do estado, na medida em que representa a ideia da justiça, mas salienta que o estado não é o fim em si mesmo, mas meio de realizar a justiça e a educação conforme a justiça. A ginástica e a musica são instrumentos essenciais da educação, tendo em papel mais amplo que na educação tradicional. 
Este define a educação como dizer: deve proporcionar ao corpo e à alma toda a perfeição e beleza de que são susceptíveis. A educação para ele, começa antes do nascimento com a eugenia e com a regulamentação dos matrimónios, inclusive. Na primeira infância, predominam jogos educativos em comum de um ou de outros sexos. A educação propriamente dita começa aos sete anos, com a ginástica e musica como já se disse. Esta educação contínua ate aos 18 anos, quando começa a “efebia” ou preparação cívico militar. Os moços mais capazes continuam a educação depois dos vinte anos, já com carácter superior e baseada nas matemáticas e filosofia. Dentre eles, se escolhem os futuros governantes, cuja educação prossegue ate aos 50 anos, e, em verdade, continua durante toda vida.
A educação como sociedade está, baseada na diferenciação de classes sociais, mas esta não é uma separação fixa, de tipo aristocrático. Assim, se os filhos dos governantes forem incapazes devem ser relegados ao estado conveniente, seja o de artesão, seja o de lavrador. Este compactua com o modelo platónico e ainda tem o mesmo carácter intelectualista de que Sócrates defende. A formação moral do homem dentro do estado justo é a essência pedagógica de Platão. 
5. Aristóteles[footnoteRef:5] [5: Nasceu em Atenas em 427 a. C.] 
Une à reflexão pedagógica grande actividade educativa; foi apenas um grande filósofo, mas ainda educador, mestre. Como consequência dessa teoria do movimento e das causas, toda educação deve levar em conta o facto de que o ser humano se encontra em constante devir. A educação tem como finalidade ajudá-lo a alcançar a plenitude e a realização do seu ser, a actualizar as forças que tem em potência.
A finalidade da educação para Aristóteles é o bem moral, no qual consiste a felicidade, que não há confundir com o prazer, posto seja este condução necessária daquela. Por felicidade entende Aristóteles a plenitude da realização humana do homem. Ora, para ter o bem não basta conhece-lo, pelo saber, como queria Sócrates, mas há que pratica-lo, realiza-lo.
Não basta adquirir as ideias morais, mas há que partir dos actos, da formação de hábitos, do domínio das paixões para chegar às volições completas racionais. Com isso Aristóteles se aparta do intelectualismo socrático e cria a direcção voluntarista da educação.
Para Aristóteles três coisas podem fazer bem o homem: natureza, habito e razão. A estes três momentos correspondem três momentos da educação: a educação física, a do carácter e a intelectual, que se devem realizar sucessivamente.
A educação, embora não chegue no radicalismo de Platão é função do estado, e ainda reconhece a família como lugar de primeira infância. Mas a educação é necessária ao estado: onde a educação tenha sido descuidada, tem o estado recebido golpe funesto.
Segundo seu plano, até os cinco anos as crianças recebem a educação em casa, que apenas consiste em regras de higiene e em submete-las ao endurecimento. Dos cinco aos sete devem assistir a certas lições e dos sete em diante a educação deve compreender dois períodos: o primeiro dos sete à puberdade, o segundo da puberdade aos vinte e um.
A ginástica e a musica, tal como para todos os gregos é a parte essencial da educação. A primeira não tem por fim desenvolver atletas mais sim desenvolver valores, a coragem, e até à adolescência os exercícios devem ser leves, para não deter o crescimento do corpo; depois, devem ser mais rudes e severos. A música tem por fim exercer influência moral, embora também deve servir de recreio e de prazer. Alem de ginástica e musica, a educação compreende letras e desenho. Aristóteles também cultivou a retórica em sua escola; mas diferentemente de Isócrates, baseou-a na lógica e na dialéctica e lhe deu carácter objectivo científico. A que reforçar o facto de em os tratados da alma e sobre a ética ele coloca no epicentro o elemento intelectivo e no vértice da vida psíquica e, portanto, também da vida moral: o homem deve realizar-se segundo sua forma de enteléquia, que é constituída pela vida contemplativa, pela actividade de nous (intelecto); este também o escopo da formação individual: realizar as virtudes dianoéticas (racionais).

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