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DESENHO TÉCNICO 
Profa. Elaine Alcântara Freitas Peixoto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO 
Apresentação 
Prezados alunas e alunos, 
Estamos iniciando a disciplina Desenho Técnico! Desenho é uma ferramenta utilizada 
por várias pessoas, profissionais de determinadas áreas, como Engenharia, Arquitetura, 
Medicina, Jornalismo e Geografia, sendo também entendido como meio de 
comunicação. 
O desenho é recurso adotado para criação, transmissão, guarda e análise de dados. Ele 
é a representação gráfica de um objeto existente ou de um projeto de máquina, edifício, 
novo mecanismo que exista inicialmente na mente de quem o idealizou, depois é 
materializado: primeiro desenhado e depois construído, conforme concebido. 
No entanto, para que o desenho possa ser ferramenta de trabalho para representar um 
projeto ou um objeto, as exigências relativas ao desenho técnico deverão ser 
conhecidas, e este é o objetivo desta disciplina. 
Dessa maneira, o tema Desenho Técnico é apresentado na disciplina em seis blocos: 
 Bloco 1 – Representação gráfica por meio de desenho técnico; 
 Bloco 2 – Normas de desenho técnico; 
 Bloco 3 – Projeções planas: apresentação geral; 
 Bloco 4 – Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas; 
 Bloco 5 – Corte em desenho técnico; 
 Bloco 6 – Aplicação do desenho técnico. 
Essa disciplina também contempla a elaboração de desenhos por meio de software CAD 
(Computer Aided Design). Dessa forma, a apresentação de comandos e funções 
acontecerá ao longo do material, no último subtema de cada bloco. 
 
 
 
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Você perceberá que o conteúdo de cada bloco será dividido em subtemas, que serão 
explorados individualmente, propiciando seu entendimento e permitindo, com a junção 
de todos, a compreensão e elaboração de objetos por meio de desenho técnico. O 
objeto, nesse contexto, tem o sentido daquilo que se quer representar graficamente: 
um elemento de máquina, um conjunto de peças mecânicas, um edifício, o leiaute de 
um setor, um terreno com suas curvas de nível, a implantação de um conjunto de 
edifícios residenciais ou o detalhe de fixação de um rodapé num ambiente construído. 
Os temas abordados neste primeiro bloco serão: representação gráfica de objetos, 
geometria descritiva (conceituação), normas de desenho técnico, desenho técnico 
convencional e desenho utilizando software CAD e Software CAD (ambiente gráfico, 
comandos, iniciando um desenho). 
Vamos, então, iniciar os estudos e bom trabalho! 
1.1 Representação gráfica de objetos 
O desenho se constitui como meio de comunicação. Segundo Mello (2019), a 
comunicação apresenta os seguintes elementos, conforme esquema e explicação que 
seguem: 
 
Figura 1.1 – Teoria da Comunicação: elementos. 
Fonte – Adaptado de: Mello, 2019, p. 3. 
 
 
 
 
 
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Apresentando os elementos para compreensão da figura, temos: 
 Emissor: quem emite a mensagem. 
 Destinatário: a quem a mensagem se destina. 
 Mensagem: objeto da comunicação, compõe-se dos conteúdos das informações 
transmitidas. 
 Contexto: situação à qual a mensagem se refere. 
 Canal: meio adotado para circulação da mensagem, podendo ser físico ou virtual, 
garantindo o contato entre emissor e destinatário. 
 Código: modo pelo qual a mensagem se organiza. É formado por conjunto de 
sinais, organizado em conformidade com determinadas regras, sendo que cada 
elemento tem significado com os demais. O código deve ser de conhecimento 
tanto do emissor como do destinatário. 
E o desenho técnico também se constitui como meio de comunicação? 
Silva et al. (2006) afirmam que o desenho e a representação gráfica estão presentes em 
praticamente toda a atividade humana, constituindo-se na forma mais antiga de registro 
e constituição de informação. Pinturas rupestres, como o bisão representado na figura 
1.2, são representações artísticas pré-históricas, formando registros que datam de, pelo 
menos, 30 a 40 mil anos. 
 
Figura 1.2 – Pinturas rupestres em um trecho da caverna de Chauvet. 
Fonte – Portal Vermelho Dia, 2016, p. 1. 
 
 
 
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A comunicação gráfica, portanto, é tão antiga quanto o próprio homem, sendo 
desenvolvida em paralelo com a tecnologia ao longo do tempo. É certo dizer que o 
desenho precedeu a escrita na comunicação de conhecimentos. O povo egípcio utilizou 
a escrita baseado em desenhos (os hieróglifos, representados na figura 1.3), sendo que 
cada desenho tem um significado diferente. De acordo com Silva et al. (2006), nosso 
sistema de escrita, o alfabeto, é baseado em símbolos abstratos que, quando juntos, 
formam palavras que significam diferentes coisas. 
 
Figura 1.3 – Hieróglifos da escrita egípcia. 
Fonte – Disponível em: <https://pixabay.com/pt/hier%C3%B3glifo-escrita-
eg%C3%ADpcio-museu-3839141/>. Acesso em 04 fev. 2019. 
1.2 Geometria descritiva: conceituação 
Um objeto pode ser descrito de diversas maneiras: pelo seu nome ou por um desenho 
que o representa; um desenho livre ou um desenho técnico. Segundo Silva et al. (2006), 
a diferença entre os dois pode ser o próprio objetivo da descrição: caso seja apenas uma 
ideia do objeto representado pela imagem, então um desenho livre é suficiente. Esse 
desenho pode ser um trabalho realmente artístico ou então simplesmente um esboço 
do objeto. Já se o objetivo for representar com exatidão a forma e dimensões do objeto, 
então trata-se de um desenho técnico. 
 
 
 
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Silva et al. (2006) fornecem outra definição que também pode ser dada para diferenciar 
um desenho livre de um técnico. Enquanto um desenho livre pode ter diferentes 
interpretações e significados para diferentes pessoas, um desenho técnico não deve 
apresentar ambiguidades. Este deve representar com exatidão e perfeição, sem 
margem para dúvidas, o objeto representado. 
Um exemplo de desenho livre é a ilustração da primeira casa estatal de Vermont, figura 
1.4, construída em 1808 e localizada em Montpelier, capital do estado de Vermont, nos 
Estados Unidos. Esse tipo de desenho livre é também chamado de ilustração. Observa-
se nesse desenho a forma aproximada da casa, mas não temos conhecimento de suas 
exatas dimensões. 
 
Figura 1.4 - Primeira casa estatal de Vermont. 
Fonte – Wikimedia. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_first_Vermont_State_House_(1808_
wood_engraving).jpg>. Acesso em 4 fev. 2019. 
Um exemplo de desenho técnico é mostrado na figura 1.5. É possível observar nesse 
desenho o formato exato do objeto, além de todas suas dimensões. Fica claro para o 
leitor que tenha conhecimento sobre desenho técnico a correta interpretação da peça 
a que representa, além do que cada símbolo significa. 
 
 
 
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Figura 1.5 – Peça em perspectiva isométrica com cotas. 
Fonte – Abrantes, 2018, p. 54. 
O estudo do desenho é o que chamamos de geometria gráfica. A partir dela é possível 
entender as características do objeto representado pelo desenho. É dividida em 
desenho geométrico (que representa formas bidimensionais) e geometria descritiva 
(para formas tridimensionais), desenvolvida por Gaspard Monge (1746-1818), professor 
da Escola Politécnica da França, que desenvolveu o conceito de projeção (SILVA et al., 
2006, p. 4). 
Portanto, de acordo com Silva (2014), o desenho técnico é dividido em: 
 desenhos não projetivos: são os desenhos obtidos a partir de cálculos algébricos 
(tais como gráficos, diagramas, fluxogramas etc.); 
 desenhos projetivos: representam um determinado objeto em um ou mais planos 
ortográficos (vistas frontal, lateral, inferior, superior e posterior) e perspectivas. 
Sendo os desenhos projetivos nosso objeto de estudo, o principal objetivo dessa 
disciplina é desenvolver o nosso raciocínio e visão espacial. Vamos entender a forma de 
um objeto 3D sem precisar observar diretamente o objeto. 
 
 
 
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Para isso, portanto, precisamos definir o que sãoas duas formas de representação do 
desenho projetivo. De acordo com Silva et al. (2006), a representação em vistas 
múltiplas baseia-se no conceito de projeção ortogonal, obedecendo determinadas 
regras e convenções. Quando as vistas são assimiladas pelo leitor que conhece essas 
regras, este consegue entender e visualizar o objeto representado. 
Já a perspectiva é usada quando se deseja ter uma visão espacial e rápida do objeto. O 
desenho assemelha-se a uma fotografia do objetivo, sem precisar de nenhuma 
capacidade especial para interpretação. Em geral, costuma transmitir menos 
informações que o desenho em vistas múltiplas, mas, por ter fácil visualização e 
interpretação, é bastante utilizado (SILVA et al., 2006, p. 4). 
A figura 1.6 mostra, à esquerda, as vistas múltiplas da peça, apresentada em perspectiva 
à direita. Observe que a perspectiva fornece quase imediatamente a forma do objeto, 
enquanto a interpretação do objeto à esquerda é mais difícil. No entanto, atente-se ao 
fato de que a representação em vistas múltiplas representa o objeto de forma rigorosa 
e inequívoca. 
 
Figura 1.6 – Desenho em perspectiva e projeções. 
Fonte – Abrantes, 2018, p. 58. 
1.3 Normas de desenho técnico 
Seguem as normas mais frequentemente utilizadas em desenho técnico, sendo aqui 
apresentadas as normas gerais e outras específicas para arquitetura e eletrônica. As 
normas serão estudadas e sua aplicação verificada, conforme os diferentes conteúdos 
forem abordados ao longo da disciplina. 
 
 
 
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Normas para desenho técnico mecânico
ABNT NBR 14611:2000 
Desenho técnico - Representação simplificada em estruturas 
metálicas
ABNT NBR 6409:1997 
Tolerâncias geométricas - Tolerâncias de forma, orientação, 
posição e batimento - Generalidades, símbolos, definições e 
indicações em desenho
ABNT NBR 10067:1995 
Princípios gerais de representação em desenho técnico - 
Procedimento
ABNT NBR 12298:1995 
Representação de área de corte por meio de hachuras 
em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 8402:1994 
Execução de caracter para escrita em desenho técnico - 
Procedimento
ABNT NBR 12288:1992 
Representação simplificada de furos de centro 
em desenho técnico- Procedimento
ABNT NBR 10126:1987 Cotagem em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10582:1988 Apresentação da folha para desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10068:1987 Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização
ABNT NBR 8403:1984 
Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras 
das linhas - Procedimento
ABNT NBR 8404:1984 
Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos - 
Procedimento
Normas para desenho técnico arquitetônico
ABNT NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura
ABNT NBR 7191: 1982
Execução de desenhos para obras de concreto simples ou 
armado
ABNT NBR 16636-1:2017
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos 
especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos 
ABNT NBR 16636-2:2017
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos 
especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos 
Normas para desenho técnico eletrônico
ABNT NBR 5410:2004 Instalações elétricas de baixa tensão 
ABNT NBR IEC 60079-
14:2016
Atmosferas explosivas
Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas
 
Quadro 1.1 – Normas de desenho técnico. 
Fonte – Adaptado de: ABNT Catálogo. Disponível em: 
<http://www.abntcatalogo.com.br>. Acesso em 4 fev. 2019. 
 
 
 
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Importante: consultar a ABNT para confirmar a vigência da norma ou conhecer aquela 
que a substituiu. 
1.4 Desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD 
Silva et al. (2006) afirmam que o avanço da tecnologia e, principalmente, o 
desenvolvimento da informática e a utilização de computadores têm impulsionado 
especialmente a área de Engenharia, tanto na realização de cálculos como no desenho. 
O computador tem auxiliado na concepção e projeto das várias áreas da Engenharia 
(Civil, Mecânica, Eletrotécnica, Arquitetônica) e do Design Industrial. Cada vez mais 
softwares são utilizados, impulsionado o desenvolvimento industrial, a educação e a 
pesquisa científica. Sistemas CAD (Computer Aided Design, do inglês, ou Projeto 
Assistido por Computador) são os softwares que contêm um conjunto de comandos 
específicos para operações de desenho (criar linhas, polígonos, formas geométricas, 
sólidos, objetos tridimensionais) e sua manipulação (ampliações, deformações, 
mudanças de escala, cópias, translações etc.). Esses vários comandos criam uma 
interface de simples uso pelo usuário. 
Atualmente, os sistemas CAD abrangem várias fases do projeto e da produção de um 
produto, através da articulação entre si de vários módulos: o CADD (Computer Aided 
Design and Drafting), o CAE (Computer Aided Engineering), o AEC (Architectural, 
Engineering and Construction) e o CAM (Computer Aided Manufacturing). 
Ao longo da disciplina, a sigla CAD, embora signifique Computer Aided Design, será 
utilizada como Computer Aided Drafting, referindo-se a Desenho Assistido por 
Computador (SILVA et al., 2006). Este possui diversas vantagens em relação ao desenho 
manual, método tradicional de desenho, do qual Silva et al. (2006) elencam as seguintes 
vantagens: 
 A primeira e óbvia vantagem é a substituição do trabalho manual de desenho pelo 
uso do computador. A inserção de símbolos repetitivos normalizados, no desenho 
manual, era feita geralmente com normógrafos ou folhas de decalque, na escala do 
desenho. No CAD, essa inserção de símbolos normalizados é direta, na própria escala do 
 
 
 
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desenho. Ainda, erros cometidos no desenho manual eram corrigidos de forma muito 
trabalhosa: o papel vegetal utilizado para o desenho era raspado com uma lâmina e 
desenhado por cima. O erro cometido no CAD é facilmente corrigido, com alguns cliques 
do mouse ou alguns comandos no teclado. 
 Outra vantagem do CAD é a facilidade para guardar o desenho, que nunca perde 
sua qualidade. Desenhos tradicionais feitos em papel podem se deteriorar com o tempo, 
ser perdidos, rasgados, sujos, o que pode inviabilizar a leitura. 
 No desenho à mão, algumas construções geométricas como tangentes, elipses 
etc., demoram muito tempo para serem obtidas. Essas construções são feitas de forma 
automática em CAD, o que diminui bastante o tempo de execução do desenho. 
 Como os desenhos em CAD ficam salvos, a importação desses desenhos para 
catálogos e relatórios pode ser feita de forma automática, sem perda de resolução ou 
qualidade do desenho, facilitando ainda a edição e formatação de texto. 
 Por fim, para sistemas CAD 3D a construção de objetos tridimensionais permite, 
imediatamente, a verificação de possíveis interferências na análise cinemática de 
mecanismos, a análise estrutural por elementos finitos de componentes e conjuntos e 
a obtenção direta da representação do objeto em vistas múltiplas ou de qualquer 
perspectiva desejada, a partir do modelo tridimensional do próprio objeto. 
Relacionada ao software CAD, existe a tecnologia BIM (Building Information Modeling) 
que permite criar digitalmente modelos virtuais. Rosso (2011) explica que um software 
BIM permite gerar objetos paramétricos, sendo, portanto, editáveis. Essa tecnologia 
incorpora informações ao projeto extraindo dados inerentes dos desenhos ao modelo 
como custo. 
 
 
 
 
 
 
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1.5 Ambiente gráfico, comandos, iniciando um desenho; coordenadas relativas, 
coordenadas polares 
Neste subtema vamos conhecer configurações, comandos de formas geométricas, 
comandos básicos de modificações, de aferições, de edição, dimensionamento, 
parametrização, comandos de impressão e plotagem, utilizando o software 
CADMultiplus, cujo ambiente gráfico consiste em tela de comandos, menus e opções. 
Abrindo o programa, encontra-se o ambiente gráfico. Vamos verificar os comandos 
disponíveis, que são: File, Edit, View, Insert, Modify, Format, Tools,Windows e Help, 
funções que permitem ao usuário realizar a tarefa desejada. 
Comandos
File
Neste comando estão as funções relativas à manipulação dos arquivos: abrir um arquivo 
existente, criar um novo arquivo, salvar o desenho atual, sair do software.
Edit
Comandos relativos à edição: copiar e colar, fazer e desfazer (undo – redo) etc. Estes 
comandos existem em qualquer programa ambiente Windows. Para estes comandos 
também existem teclas de atalho: 
Ctrl + C = Copiar 
Ctrl + V = Colar 
Ctrl + Z = Desfazer a ultima operação 
Ctrl + X = Recortar 
View
São comandos para a visualização dos elementos, como zoom, vistas em 3D etc. Para 
visualizar um elemento ampliado ou de qualquer ponto de vista, é necessário acessar o 
comando view e nele estará a opção desejada. 
Insert
Aqui encontram-se os comandos relativos ao desenho. Podemos inserir no desenho linha, 
texto, elemento, bloco etc. 
Modify
Este comando permite fazer as alterações em elementos já desenhados. Por exemplo: mover 
uma linha de lugar, rotacionar um elemento, espelhar, copiar, outras possibilidades. 
Format
Nesta opção encontramos as configurações do desenho, como: estilo das cotas, estilo dos 
textos, configurações sobre os layers.
Tools
Aqui estão reunidas ferramentas para: extrair áreas, perímetros e volume de elementos; 
definir a ordem de apresentação; e as opções gerais como a cor da tela, cor do cursor, 
tamanho do cursor e outras. 
Window
É possivel definir cada desenho aberto, ou cada uma das vistas (viewports) criadas como 
uma janela. É possível configurar como veremos as janelas simultaneamente: lado a lado, 
em cascata etc. Nessa opção também fechamos as janelas existentes.
Help
Neste comando encotramos a ajuda: manuais em pdf, site para suporte e informações 
importantes de utilização do software. 
Quadro 1.2 – Comandos disponíveis no CADMultiplus. 
Fonte – Adaptado de: CADMultiplus. 
 
 
 
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Linha de comando, conhecida como prompt de comando, corresponde ao meio de 
comunicação entre software e usuário. Poderemos verificar duas formas de diálogo: 
a) Janela solicitando dados para a escolha da opção desejada; 
b) Mensagem na linha de comando perguntando o que será feito na etapa seguinte. 
Utilizando o mouse para o desenho, recomendamos o mouse com scroll, pois facilita os 
comandos de zoom. 
Os botões esquerdo e direito do mouse apresentam as funções: 
 Botão esquerdo: não havendo comando ativo, este botão tem a função de janela 
de seleção; é utilizado para selecionar um objeto antes de realizar um certo 
comando. Se houver comando ativo, este botão é utilizado para executar tarefas, 
como desenhar uma linha, por exemplo. 
 Botão direito: possui a mesma função que a tecla enter. Quando há comando 
ativo, o botão direito serve para finalizar. 
Para iniciar um desenho: vamos à opção File > New. 
Abre-se uma tela para escolhermos o arquivo dwt que será utilizado. 
Arquivo dwt são os templates que armazenam as configurações básicas e mais 
frequentemente usadas quando iniciamos um novo desenho. As configurações podem 
ser as cotas e textos, por exemplo, e no arquivo dwt é onde indica esse padrão. Podemos 
desenhar uma folha em formato pré-definido e salvar este padrão de folha como um 
template. Assim, criando um desenho, podemos escolher esse formato de folha. 
Há também templates já existentes, e vamos utilizá-los, ao selecionar icad.dwt. 
Vamos desenhar o sistema de coordenadas, apresentadas no formato: X, Y, Z. Em 
desenhos 2D a coordenada Z está presente, porém nula. Então, temos: eixo X na 
horizontal, eixo Y na vertical, e o eixo Z temos apenas sua projeção, pois estamos 
fazendo um desenho em 2D. 
 
 
 
 
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Figura 1.7 – Eixos do sistema de coordenadas. 
Vamos desenhar a prancha (a folha em formato pré-definido, no caso de folha A1, 841 
x 594). Veja o esquema do desenho que vamos executar. 
 
Figura 1.8 – Folha tamanho A1, com dimensões 841 x 594. 
Vamos desenhar essa folha utilizando coordenadas relativas. Elas são informadas em 
relação ao ponto anterior, e indicamos as distâncias em X e Y. 
 Selecionar comando Line; 
 Digitar a coordenada inicial: 0,0,0 – corresponde ao ponto A; 
 Na linha de comando, digitar: @841,0 enter – obtido o ponto B; 
 Em seguida, digitar: @0,594 enter (pois será uma linha na vertical) – obtido o 
ponto C; 
 Próxima etapa: digitar: @-841,0 enter (porque a linha será na horizontal, mas no 
sentido contrário ao eixo principal) – obtido ponto D; 
 Próxima etapa: digitar: @0, -594 enter (porque esta linha será na vertical, no 
sentido contrário ao eixo principal). E enter para desativar o comando linha. 
A figura terá sido fechada (um retângulo 841 x 594). 
 
 
 
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A mesma figura pode ser desenhada por coordenadas polares. Utilizando as 
coordenadas polares informamos os ângulos utilizados na construção do desenho. Na 
linha de comando, digita-se @distância <Ângulo. 
Note que o ângulo sempre é calculado segundo o círculo trigonométrico, a partir de 0°. 
 
Figura 1.9 – Círculo trigonométrico. 
Então, vamos à execução da folha dimensões 841 x 594. 
 Selecionar comando Line; 
 Digitar a coordenada inicial: 0,0,0 – corresponde ao ponto A; 
 Na linha de comando, digitar: @841<0 enter, pois a linha AB tem a dimensão = 841 
e está na horizontal (ângulo=0°); 
 Em seguida, digitar: @594<90 enter. Observe que informamos apenas o valor do 
ângulo, sem qualquer outra indicação; 
 Depois, digitar: @841<180 enter, pois será executada a linha que une os pontos C 
e D. A distância entre os pontos é 841 e o ângulo é de 180°; 
 Em seguida digitar: @594<270 enter, e assim a figura do retângulo estará fechada. 
E enter para desativar o comando linha. 
Desta maneira, vimos duas maneiras de construir uma figura formada por segmentos de 
reta, por coordenadas relativas e por coordenadas polares. 
Você terá condições de identificar o meio que considera mais fácil e mais rápido para 
executar figuras similares à do exemplo. 
 
 
 
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Conclusão 
Neste bloco iniciamos o estudo de desenho técnico e a sua aplicação na atuação 
profissional de cada um de vocês. 
Iniciamos apresentando conceitos básicos de desenho, desenho técnico, normas que 
regem o desenho técnico no Brasil, as características do desenho técnico executado de 
modo convencional e o desenho técnico executado por software CAD. No último 
subtema deste bloco iniciamos os estudos relacionados ao uso de software CAD, de 
modo a conhecer comandos e funções para executar desenhos que representem 
objetos, projetos e sistemas. 
A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem. Então, vá 
realizando as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco. 
REFERÊNCIAS 
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básico: teoria e prática. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 
CRUZ, M. D. Desenho técnico. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014. 
MELLO, S. A. Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e receptor. 2019. Pedagogia 
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MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS. CADMultiplus PRO V8. Edição/versão: 
CADMultiplus v8 Pro / 8.1.1415.0.P.VC11.x86. São Paulo: IntelliCAD Technology 
Consortium, 2015. Extensão: Licença do software CADMultiplus PRO V8. 
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PORTAL VERMELHO DIA (São Paulo). Associação Vermelho. Nova datação estima que 
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<http://www.vermelho.org.br/noticia/279193-1>. Acesso em: 05 fev. 2019. 
ROSSO, S. M. Softwares BIM: conheça os programas disponíveis, seucusto, principais 
características e segredos: Os segredos da plataforma BIM, os softwares disponíveis e 
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