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8 INSTITUTO CULTUS PÓS - GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS Antônia Flavia Lima Barbosa A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS TRABALHO SOCIAL COM IDOSOS (TSI) DO SESC FORTALEZA, NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO. FORTALEZA 2022 9 INSTITUTO CULTUS PÓS - GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS Antônia Flavia Lima Barbosa A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS TRABALHO SOCIAL COM IDOSOS (TSI) DO SESC FORTALEZA, NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO. Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em PLÍTICAS PÚBLICAS. FORTALEZA 2022 10 A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS TRABALHO SOCIAL COM IDOSOS (TSI) DO SESC FORTALEZA, NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO. Eu, Antonia Flávia, Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho”. RESUMO É visível o crescente fenômeno do envelhecimento da população em todas as sociedades economicamente desenvolvidas ou em desenvolvimento. Segundo a Organização das Nações Unidas (UNO) a expectativa de vida do brasileiro é de 74,9 anos e atingirá 81,2 anos até 2050. Portanto estes não apenas estão presentes em maior número como também estão vivendo mais anos. Com esse processo de envelhecimento percebe-se uma maior preocupação com a qualidade de vida nessa fase, assim, o presente estudo objetivou-se compreender como o trabalho desenvolvido nos projetos do Trabalho Social com Idosos (TSI) no SESC-Fortaleza contribui para a qualidade de vida do idoso. Tendo como referencial teórico as concepções e conceito acerca do envelhecimento e velhice, qualidade de vida para o idoso e a garantia de uma velhice protegida, projetos sociais do TSI no SESC-Fortaleza. É uma pesquisa que se caracteriza como exploratória, qualitativa, bibliográfica e de campo. Com utilização das técnicas de observação in loco e questionário estruturado. A pesquisa foi realizada dentro do Trabalho Social com Idosos (TSI) na cidade de Fortaleza/CE. Com amostragem de 8 integrantes. Verificou-se que os projetos desenvolvidos no TSI, através de trocas de conhecimento e vivências é de suma relevância para uma melhor qualidade de vida para os idosos. Conclui-se que os projetos direcionados ao idosos formulados pelo TSI trabalham a inclusão social, autoestima e socialização, fazendo com que compreendam as mudanças e transformação nessa etapa da vida, percebendo que o idoso ativo e participativo tem maior possibilidade de uma melhor qualidade de vida na terceira idade. Palavras chaves: Velhice e Envelhecimento, Qualidade de vida, TSI. 11 LISTA DE SIGLAS TSI Trabalho Social com Idosos SESC Serviço Social do Comércio OMS Organização Mundial da Saúde IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 12 1 INTRODUÇÃO O crescimento da população de idosos e da longevidade, em números absolutos e relativos é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes, atingindo todas as classes. Nas últimas décadas tanto os países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, estão passando pelo envelhecimento populacional, desencadeado pelas quedas nas taxas de fecundidade e natalidade e pelo aumento da busca pela qualidade de vida, dando ênfase nas melhorias das condições de saúde, alimentação, habitação e saneamento básico, dentre outros aspectos. A junção desses fatores propicia um crescimento na expectativa de vida dos idosos. Utilizando como base a última década (2001 a 2010) os estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a faixa etária de 51 a 59 anos obteve as maiores taxas de crescimento da população brasileira (cerca de 32%). É importante destacar esse segmento, pois é o que representará o contingente de idosos das próximas décadas. Já o grupo com 70 anos ou mais cresceu cerca de 31% de 2001 a 2010. Esta realidade também se estende ao Ceará e em Fortaleza. Estudos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE (2012) demonstram que nos últimos dez anos (2001 a 2010) Fortaleza passou a ocupar a 12ª posição entre as capitais com maior número de idosos. De acordo com o Estatuto do Idoso ao considerarmos como idosas pessoas aquelas com idade igual ou superior a 60 anos, critério etário estabelecido pela referida legislação para classificar alguém como idoso no Brasil, reconhecendo, todavia, que, além do aspecto cronológico, a velhice está permeada por múltiplas dimensões, como a social, a psicológica, a cultural e a econômica, entre outras. Esse crescimento populacional do segmento envelhecido traz novas necessidades, demandando serviços, políticas públicas e benefícios assistenciais e previdenciários voltados para os idosos, possibilitando um envelhecimento com maior qualidade de vida e dignidade. 13 Diante disso buscamos compreender qual a importância do Trabalho Social com Idosos para qualidade de vida, pois nos últimos anos, fez-se necessário pensar e discutir acerca dos direitos e do bem-estar da pessoa idosa, bem como acerca da criação de políticas públicas e sociais que pudessem atender a essa população. Assim, podemos citar o marco legal que assegura direitos ao idoso a partir da Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei Federal nº8.742/1993), Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). Podendo ser consideradas como grandes avanços, representando conquistas para a cidadania e os direitos da pessoa idosa. É a partir dessas legislações que o Estado teve que se organizar através das políticas sociais: Política Nacional do Idoso (Lei 8842/94), Política Nacional de Assistência Social (PNAS), de 2004, Política Nacional de saúde (Lei 8.080/1990) etc, para atender aos direitos do idoso. É importante destacarmos o fato de que essas legislações e o avanço na concepção de cidadania da pessoa idosa não significam apenas frutos de concessões do Estado, mas produto de várias pressões e tensões dos movimentos sociais, os quais lutaram ativamente para que os direitos deste segmento fossem ampliados e efetivados. É nesse âmbito que surgem programas e projetos voltados para os idosos, visando trabalhar as diversas dimensões do envelhecimento e promover sua integração na sociedade, bem como oferecer espaços de participação e convívio social, como os grupos de convivência. O Serviço Social do Comércio (SESC) – Fortaleza foi o lócus da pesquisa, pois dentro da instituição são desenvolvidos projetos e atividades que visam promover e resgatar a sociabilidade intrageracionalda pessoa idosa. Diante disso, trazemos como objetivo geral: Compreender como o trabalho desenvolvido no Trabalho Social com Idosos (TSI) contribui para a qualidade de vida do idoso inserida no projeto. Trazendo como objetivos específicos: Apontar os benefícios proporcionados aos idosos atendidos pelo TSI-SESC Fortaleza; Identificar a percepção do idoso quanto a sua qualidade de vida dentro do projeto e identificar o perfil dos idosos atendidos. 14 Cabe ressaltar o fato de que o público feminino é maioria nos grupos de convivência, tanto porque as mulheres são mais longevas do que os homens como porque sempre dedicaram mais tempo aos cuidados com a saúde e qualidade de vida. Além disso, segundo Abigail, Ferrino e Leite (2006), a mulher, sob o prisma histórico, sempre esteve mais restrita ao âmbito privado, o que as leva a sentirem-se mais protegidas em tais equipamentos sociais, ao passo que os homens sempre gostaram mais de ocupar espaços públicos, como praças e bares, sendo por esse motivo que continuam a fazê-lo durante a velhice. A presente pesquisa teve uma abordagem qualitativa, exploratória, bibliográfica e pesquisa de campo. Sendo utilizado como instrumentais a observação e questionário fechado com múltiplas escolhas. Para uma melhor compreensão do leitor sobre a realidade pesquisada, o trabalho de conclusão de curso foi divido em seis capítulos: O primeiro capítulo: Introdução que é a visão geral sobre o projeto; segundo capítulo apresenta a metodologia utilizada na pesquisa; terceiro capitulo de titulo “ Concepções e conceito acerca do envelhecimento e a velhice” que traz elementos para compreensão desses processos, mencionando diferentes conceitos; o quarto capitulo de titulo “Qualidade de vida para o idoso e a garantia de uma velhice protegida” abordando o contexto histórico da proteção social e os projetos sociais desenvolvidos pelo Trabalho Social com Idosos (TSI); quinto capitulo de título “ Uma análise sobre a importância do projeto +50 na vida dos idosos atendidos pelo TSI, elencando o sujeito da pesquisa e a percepção do idoso sobre a qualidade de vida e o ultimo capitulo refere-se as considerações finais. A partir dos elementos supracitados essa pesquisa converge para sua consolidação em assuntos sequenciais e complementares. 15 2 CAMINHO DA PESQUISA: Aproximação do objeto No decorrer do processo acadêmico como estudantes de graduação do curso de Serviço Social, despertou-se nos pesquisadores compreender qual a importância do Trabalho Social com Idosos (TSI) para a qualidade de vida e a contribuição para um envelhecimento ativo. Esse despertar deu-se de início a partir das visitas realizadas as instituições que trabalham com idosos. Ao Abordar essa temática com o grupo de pesquisadores foi possível identificar que uma delas tem uma vivência no cotidiano profissional voltada ao cuidado com o idoso. Nesse dado momento foi possível identificar também que outra participante do grupo de pesquisa tem um/a parente que presta serviços no ramo de alimentação inserido/a no do Serviço Social do Comércio (SESC-Fortaleza). Diante disso, intensificou-se o interesse de abordar a temática dentro do Trabalho Social com Idosos (TSI) desenvolvido pelo do Serviço Social do Comércio (SESC- Fortaleza.) A partir das informações supracitadas despertou-se um maior interesse em compreender as contribuições que o Trabalho Social com Idosos (TSI) traz para uma melhor qualidade de vida para os idosos inseridos no projeto. Iniciando assim, os estudos relacionados a qualidade de vida e projetos sociais. Diante disso foi encaminhado para o Serviço Social do Comércio- SESC um ofício, juntamente com o pré-projeto para realização da pesquisa in loco. No segundo momento os pesquisadores participaram de uma reunião com a coordenação do projeto. Visando a aproximação com o campo de pesquisa, onde foi disponibilizado as datas e horários para realização da pesquisa. No terceiro momento foi possível observar a interação entre idosos e sociedade em geral no compartilhamento de experiências e vivencias através IV FÓRUM COMUNITÁRIO SOBRE O ENVELHECIMENTO que aconteceu no dia 06 de novembro de 2019 com localização do evento na quadra da paróquia da Piedade na Rua Joaquim Torres- Fortaleza- CE. Organizado pelo SESC, com o projeto Cidadania Ativa que tem como objetivo a promoção da cidadania e do protagonismo da pessoa idosa, incentivando a reivindicação de seus direitos e o desenvolvimento de projetos para melhorar a qualidade de vida na comunidades onde vivem. O 16 público alvo atendido pelo Cidadania Ativa, são protagonistas do SESC e protagonistas do controle social, que atuam em cinco comunidades: Bom Jardim, Monte Castelo, Pici, Joaquim Távora e Papicu. Nesse dado momento houve várias apresentações, incluído o coral, grupo de teatro com o projeto “Um olhar Histórico sobre Fortaleza”, criação litaria, entre outros. A pesquisa não se deu na forma de observação participante pois não foi disponibilizado pela coordenadora do projeto, porque o grupo no qual foi escolhido trata-se de um grupo fechado. Único momento que ouve interação com as participantes do grupo foi na aplicação do questionário. 2.2. Percurso Metodológico Esta pesquisa é de caráter exploratória, de natureza qualitativa, do tipo: bibliográfica e de campo. Para uma compreensão de como foi realizada a pesquisa é necessário entender o que significa o termo pesquisa e as formas de caráter citadas acima. Segundo o autor Gil (2007, p.91) pesquisa é definida como. (...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados. Portanto ao pesquisar o individuo está à procura de respostas para algo, logo ao iniciar uma pesquisa é preciso que exista uma dúvida e uma pergunta na qual possivelmente se obterá uma resposta.Já para os autores Marconi e Lakatos (2010, p. 139) a pesquisa é. “um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”. Para seu desenvolvimento, utilizamos a abordagem Qualitativa Como cita Denzin e Lincoln (2006) A palavra qualitativa implica em ênfase as qualidades das entidades e sobre os processos que não podem ser examinados ou medidos. Roesh(1999) completa citando que na qualitativa o pesquisador através de suas perguntas pode captar melhor as perspectivas dos entrevistados. Uma vez que dentro da pesquisa objetivo estabelecido é compreender como as atividades desenvolvidas dentro do Trabalho Social com Idosos (TSI) no Serviço Social do 17 Comércio (SESC), influem para a qualidade de vida dos idosos assistidos e inseridos pelo projeto. Este trabalho constitui-se do tipo Exploratória, pois dentro de sua elaboração, foi necessário explorar o cotidiano e suas atividades dentro do projeto. Como diz Gil (2002) Uma Pesquisa Exploratória tem como objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de instituições sobre o tema, tornando o pesquisador mais familiar com o assunto. Desse modo, foi utilizado como embasamento teórico estudos bibliográficos com autores que tratam sobre qualidade de vida e sua relação com o envelhecimento. No que diz respeito à pesquisa bibliográfica para o autor Gil ela É elaborada como base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas,CDs, bem como o material disponibilizados pela Internet. (2010, p. 29). Por isso, o processo bibliográfico se fez necessário para o embasamento teórico sobre o tema. A pesquisa foi desenvolvida através do método de Pesquisa de Campo, pois ele tem o propósito de analisar um determinado grupo de pessoas com o intuito de destacar as relações entre eles. Assim Gil (2008) fala que o estudo de campo estudo um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Assim, o estudo de campo tende a utilizar muitas técnicas de observação do que de interrogação. Procuram muito mais o aprofundamento das questões propostas. Dentro dos instrumentais da coleta de dados utilizamos a observação pois Segundo Gil (1999) A Observação “Constitui elemento fundamental para o trabalho”. Pois é a partir dela que é possível o desenvolvimento das etapas da pesquisa. Sendo utilizado também o questionário com questões fechadas e de múltiplas escolhas, que nos permitiram caracterizar os sujeitos, compreendendo sobre a importância do Trabalho Social com Idosos (TSI) desenvolvido no SESC-fortaleza e sua contribuição para a qualidade de vida. 18 A pesquisa de campo delimitou-se somente ao questionário por orientação da coordenadora do SESC, cuja perguntas foram selecionadas por ela, devido os projetos serem desenvolvidos para grupos fechados. Nesse sentido definimos como objeto de nossa pesquisa as idosas participantes do projeto +50, que é um grupo fechado para mulheres com faixa etária de idade a partir de 50 anos. Onde elas compartilham suas histórias, experiências dentre outras questões e tem a oportunidade de se expressar juntamente com suas colegas de grupo. Mediante a anuência dos participantes, os mesmos foram informados da necessidade de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). No momento da aplicação do instrumental questionário, nossa atenção foi voltada para os relatos das idosas, depoimentos e afirmações apresentadas por elas. 3 CONCEPÇÕES E CONCEITO ACERCA DO ENVELHECIMENTO VELHICE “A sabedoria é a essência da conquista. É iniciada nos sonhos, desenvolvida na coragem, eternizada no tempo.” Bruno Raphael da Cunha Dobicz Ao falar sobre velhice lidamos com um tema até certo ponto controverso, uma vez que saber ao certo quando uma pessoa é realmente idosa, para isto temos como referência a definição do Estatuto do Idoso (2003) que tratando da idade cronológica define que a pessoa é idosa com idade igual ou superior a 60 anos. A (OMS) Organização Mundial da Saúde faz distinção entre a população de países desenvolvidos, trazendo como idade limite para que uma pessoa seja considerada idosa a idade de 65 anos, por outro lado fixa a mesma Organização, uma idade inferior no que refere aos países em desenvolvimento, sendo estes considerados a partir dos 60 anos de idade. Essa definição foi dada pela (ONU) Organização das Nações Unidas por conta da Resolução 39/125, durante a Primeira Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento da População, relacionando-se com a expectativa 19 de vida ao nascer e com a qualidade de vida que as nações propiciam aos seus cidadãos. A partir de 2039, haverá mais idosos do que crianças vivendo no Brasil, evidência de uma trajetória de envelhecimento populacional que se percebe mais real a cada ano que se passa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, a porcentagem da população com 65 anos ou mais não ultrapassava os 7,3%. Em 2034, será o dobro disso. Voltando mais no tempo, a mudança demográfica é ainda mais visível. Em 1945 a expectativa de vida no país era de 43 anos. O crescimento da população idosa converge com a busca por um envelhecimento saudável. Na época contemporânea, a velhice ainda é vista sob o ponto de vista negativo, sempre associado a doenças e ainda a perdas de capacidades físicas e motoras, com isto o idoso perde espaço com relação aos mais jovens no que e se refere a oportunidades, uma vez que é visto como um ser ultrapassado e que não maneja bem as ferramentas tecnológicas. É o que assevera, (SCHINEIDER e IRIGARAY P. 587). As concepções de velhice nada mais são do que resultados do que uma construção social e temporal feita no seio de uma sociedade com valores e princípios próprios, que são atravessados por questões multifacetadas, multidirecionadas e contraditórias. Na época contemporânea, florescer do século XXI, ao mesmo tempo em que a sociedade potencializa a longevidade ela nega aos velhos seu valor e a importância social. Para compreender o que é envelhecimento e velhice faz-se necessário conceituar, podemos ver na literatura que abordam o tema autores diferenciando o que seja as duas fases do indivíduo, podemos citar, por exemplo, a definição trazida por Costa (1998, p.26). Envelhecimento: processo evolutivo, um ato contínuo, isto é, sem interrupção, que acontece a partir do nascimento do indivíduo até o momento de sua morte [...] é o processo constante de transformação. Velhice: é o estado de ser velho, o produto do envelhecimento, o resultado do processo de envelhecer. Declara ainda o autor referindo-se a contexto social do idoso no que se refere ao aspecto econômico onde há uma valorização do novo, desta forma, tem-se em mente que o velho seria ultrapassado, restringindo oportunidades para pessoas com idade avançada. (SCHINEIDER e IRIGARAY P. 587) 20 Vive-se em sociedade de consumo na qual apenas o novo pode ser valorizado, caso contrário, não existe produção e acumulação do capital. Nesta dura realidade, o velho passa a ser ultrapassado, descartado, ou já está fora de moda. Para BEZERRA, apud RIBEIRO, (2009) “o envelhecimento não deve ser considerado como um período de perdas e incapacidades, pois muitos idosos podem ter a sua capacidade funcional preservada.” O importante é a maneira como os indivíduos percebem e lidam com as situações da vida e com as transformações do envelhecimento, a qual determina, em grande parte, a pessoa ter uma velhice saudável ou não. Para Simone BEAUVOIR, (1970, p. 468). Um dos fatores preponderantes na velhice que seria a experiência vivida, não há mais espaço no mundo atual, condições para compartilhar de tais vivencias, uma vez que a sociedade atual parece não valorizar o passado rico de aprendizado, já que o idoso é visto apenas como ser ultrapassado. Muito longe de oferecer ao indivíduo um recurso contra seu destino biológico, assegurando-lhe um futuro póstumo, a sociedade de hoje o rechaça, ainda vivo, para um passado ultrapassado. [...] Outrora, imaginava- se que em cada um, ao longo dos anos, acumulava um tesouro: a experiência. Ainda segundo a autora, remediar as circunstâncias psicossociais dos idosos, não poderia por si só, embora reconheça que seria importante melhorar o presente, não seria a solução para o problema da última idade. BEAUVOIR, (1970, p. 663). A entrada na velhice depende de vários aspectos que vão além do cronológico, pode-se dizer que em países em que a expectativa de vida é de 40 anos, a concepção de velhice é completamente diferente de outro cuja essa expectativa é de 70 anos de idade. FARINATTI. (P. 14; 16). A velhice ainda segundo o autor, é constituída paulatinamente para o que concorrem varáveis biológicas e sociais. (p. 22). O envelhecimento causa algumas modificações naturais no individuo, quase sempre confundidas com enfermidades, desde físicas até psicológicas, afetando assim a locomoção bem como o raciocínio de pensa ou simples reflexos para realizar coisas simples e cotidianas, denominada de senescência. Com isso 21 percebe-se ao longo dos anos aspectos que identificam o processo de envelhecimento que por si só não pode ser visto como enfermidades. o que observado pelo Ministério da saúde(Brasília 2006); Dois grandes erros devem ser continuamente evitados. O primeiro é considerar que todas as alterações que ocorrem com a pessoa idosa sejam decorrentes de seu envelhecimento natural, o que pode impedir a detecção precoce e o tratamento de certas doenças e o segundo é tratar o envelhecimento natural como doença a partir da realização de exames e tratamentos desnecessários, originários de sinais e sintomas que podem ser facilmente explicados pela senescência. Não se pode, entretanto, definir a velhice apenas sob um aspecto e sim verificar as várias mudanças que acontecem ao longo dos anos, segundo SCHNEIDER e IRIGARAY, (2008 p.585) a velhice pode ser compreendida a partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos, biológicos, psicológicos e sociais. Dos quais serão abordados no tópico subsequente. 3.1 ELEMENTOS PARA COMPREENSÃO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO 3.1.1 Aspectos biológicos Definido por SCHNEIDER E IRIGARAY (2008 p.590) como idade biológica, está ligada as transformações corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de envelhecimento, tempo como base, lógico, o passar dos anos. Os autores ainda apresentam alguns outros fatores externos de caráter biológico que segundo eles, inicia-se desde o nascimento e perdura por toda existência; A partir dos 40 anos, a estatura do indivíduo diminui cerca de um centímetro por década, principalmente devido à diminuição da altura vertebral ocasionada pela redução da massa óssea e outras alterações degenerativas da coluna vertebral. A pele fica mais fina e friável, menos elástica e com menos oleosidade. A visão também declina, principalmente para objetos próximos. A audição diminui ao longo dos anos, porém normalmente não interfere no dia-a-dia. Estas mudanças vale salientar, acontecem de forma individual, ou seja, como a devida intensidade de acordo com o estilo de vida de cada um. É importante ressaltar que tais alterações aconteceram individualmente em cada idoso. Coube-lhe aceitar, adaptar-se ou modificar-se de acordo com as novas mudanças surgidas com a idade. 22 Para que os efeitos da idade biológica possam ser amenizados ou menos sentidos se faz necessário e recomendado por profissionais que os idosos evitem a ociosidade, com práticas de exercícios embora que leve, é o que pontua Veras, M. L. M. et al; (2015, p. 116-117). Os discursos mostram que a prática regular de atividade física proporciona vários benefícios para os idosos. Dentre os benefícios, eles destacam a melhoria de saúde, como uma melhor convivência com a dor além de contribuir para o aumento da densidade óssea, auxílio no controle do diabetes, na artrite, doenças cardíacas, diminuição da depressão, benefícios que os idosos podem não tomar conhecimento, mas indubitavelmente irá influenciar diretamente na sua qualidade de vida. Diante disso, entende-se a importância das práticas de exercícios físicos como contribuição para uma melhor qualidade de vida, proporcionado bem-estar físico e psíquico. 3.1.2 Aspectos psicológicos Levando em consideração a especificidade de cada indivíduo pode-se dizer que a velhice por ser um processo contínuo e inevitável tem como característica também fatores psicológicos como assim bem conceitua RODRIGUES (2012 p. 42) Os aspectos psicológicos, nesta etapa da vida, são muitos e por vezes difíceis de se lidar. A emoção torna-se mais complicada de gerir, a motivação que em alguns casos deixa de existir e é substituída por desilusão e a própria personalidade das pessoas Idosas se altera porque há um desfasamento entre o ritmo e ao estilo da vida passada e o presente. É claro que neste sentido está incluso a aceitação das mudanças biológicas já citadas anteriormente que influenciam no psicológico do idoso, por perceber suas limitações ao realizar pequenas tarefas, vem com isso a dificuldade de adaptar-se a novas realidades. São inúmeras as alterações psicológicas que um indivíduo sofre ao longo dos anos segundo RODRIGUES (2012 p. 42), pode-se enumerar algumas delas; - Certo declínio na manifestação da afetividade, dos interesses, das acções, das emoções e dos desejos; - Prejuízo da memória de fixação, como, por exemplo, esquecer nomes de pessoas, coisas, ou mesmo onde colocou determinados objetos; 23 - Acentuação das características da personalidade. Traços do tipo, por exemplo: rigidez, egocentrismo, desconfiança, irritabilidade, avareza, dogmatismo, autoritarismo, que tenham existido na juventude, tendem a exacerbar-se; - Dificuldade na assimilação ou mesmo aversão a ideias, coisas e situações novas; - Apego maior aos valores já conhecidos e convencionados, aos costumes e às normas já instituídas; - Depressão/ alteração de humor; Ainda assevera a autora que é preciso levar em conta todas estas manifestações uma vez que podem transformar-se em graves patologias, impedindo o Idoso de viver a sua vida de maneira independente. Também é importante saber quais os aspectos psicológicos de risco no Idoso. RODRIGUES (2012 p. 42). Para SCHINEIDER e IRIGARAY (2018 P. 592) há uma significativa e clara mudança na capacidade cognitiva do idoso levando-o ter lapsos de memória, dificuldade de aprendizado e falhas de atenção, orientação e concentração, comparativamente com suas capacidades cognitivas anteriores. Ainda segundo SCHINEIDER e IRIGARAY (2018 P. 592) apud Neri (2001) define a idade psicológica como “a maneira como cada indivíduo avalia em si mesmo a presença ou a ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos da idade, com base em mecanismos de comparação social mediados por normas etárias”. É preciso entender que deve haver um equilíbrio entre o envelhecimento psíquico e biológico, isso é importante para melhorar qualidade de vida e as relações com os outros. 3.1.3 Aspectos sociais No Brasil em 1960 com o processo de envelhecimento populacional nas regiões mais desenvolvidas, iniciou-se um declínio da fecundidade em todas as faixas etárias, devido ao avanço dos métodos contraceptivos, melhorias no sistema de saúde, facilidade ao acesso à educação, o desenvolvimento profissional qualificado e também o alto custo para se ter um filho nos países mais desenvolvidas no país. Já nos países subdesenvolvidos as taxas de fertilidade são mais elevadas, crescente níveis de pobreza, precário acesso aos serviços de saúde. 24 Na década de 70 esse processo de envelhecimento já começou se estendendo paulatinamente às demais regiões urbanas, rurais e todas as classes sociais. Numa abordagem de Santos (1990, p.22) “Ser velho representa um afastamento do mundo social” o idoso precisa aceitar essa nova fase da vida, envelhecer não significa se excluir da sociedade, é o momento de renovar-se usufruir de todas as formas, a socialização é fundamental para mantê-lo ativo. De acordo com o censo do IBGE (2018), o contingente feminino acima de 60 anos ganha destaque nesse grupo com 16,9 milhões, enquanto os homens são 13,3 milhões, o número de mulheres em todas as regiões no Brasil é superior ao de homens. A longevidade desse segmento se deve a fatores como: proteção hormonal, maior utilização de serviços de saúde, menor uso de drogas lícitas (cigarro e álcool) e ilícitas (cocaína, maconha, tabaco, crack, heroína). O avanço de conquista no campo tecnológico, epidemiológico e das ciências médicas a população têm se destacado no crescimento numérico e a longevidade tem aumentado constantemente, proporcionando uma verdadeira revolução na sociedade, assegurando qualidade e expectativa de vida. No entanto, esse fenômeno trará uma série de desafios para a sociedade com relação a repercussão na demanda de políticas públicas e sociais voltadas para atender esse público etário. A idade social, entretanto, caracteriza-se pela vivência de novos hábitospor parte de indivíduos que se identificam com outras pessoas de sua faixa etária, criando assim, expectativas de relacionamentos que envolvem aspectos culturais e sociais. O que se percebe é a busca por novos tipos de atividade que se enquadrem dentro das limitações destes indivíduos como já citadas neste trabalho. As novas características são percebidas pelas vestimentas, hábitos e linguagem há de certa forma, ligação com as idades cronológica e psicológica, (Shroots e Bierren,1990. apud SCHNEIDER e IRIGARAY). Nesse contexto se destaca o processo da feminilização da velhice que é a predominância de mulheres na população idosa. Essa tendência é uma consequência da desigualdade quantitativa de gêneros, as condições estruturais e 25 econômicas relacionados às situações de renda, muitas vezes refletem na saúde, âmbito familiar, a morbimortalidade masculina que é associada a exposição a fatores de risco que atingem os homens com maior frequência. Com relação à participação nas atividades econômicas, é importante a inclusão da pessoa idosa no mercado de trabalho, pois através dele se constrói a identidade do sujeito, influenciando no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, adquirindo crescimento pessoal, desenvolvendo novas habilidades, contribuindo para as relações interpessoais e intergeracionais para usufruir das oportunidades de diálogo e adaptar-se às novas mudanças. A expansão da economia capitalista durante a década de 80 com a ocasião do processo de industrialização surge novas características na reestruturação produtiva e flexibilização do trabalho o qual passam a requerer o aumento na produtividade, qualificação do empregado, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o novo padrão de consumo. O percentual de idosos acima de 60 anos no mercado de trabalho representa 7,9 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A múltiplos fatores que contribuem para esse segmento continuar no mercado de trabalho alguns deles são o baixo valor da aposentadoria quando não é suficiente para cobrir os gastos ou não foi alcançado o tempo de contribuição e a idade mínima. Ainda podemos destacar o complemento da renda para ajudar a família, a satisfação de trabalhar o qual pode influenciar o indivíduo a permanecer trabalhando, o vínculo na empresa criada com os amigos e entre outros. A aposentadoria pode representar uma fase em que os idosos aproveitam para descansar, participar de atividades e projetos, passar o tempo com a família, cuidar da saúde, descobrir outros interesses na vida, um período que se precisa planejar um novo projeto de vida. Ao pensar em se aposentar o idoso precisa fazer um planejamento e se preparar para se adaptar essa nova fase de pós-aposentadoria, para os que não se organizam em relação a sua saída do trabalho podem até ocasionar dificuldades emocionais, angústias e doenças para lidar com a perda do convívio do trabalho e das relações sociais. 26 Proporcionando novas experiências, descobertas, metas, objetivo é preciso manter-se ativo. Com envelhecimento rápido da população aliada a idades avançadas e a conquista da longevidade, exige a necessidade do apoio de seus familiares, da sociedade para assegurar bem-estar e a qualidade de vida, do estado para amparar e garantir o direito e a proteção ao idoso. “A família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua importância na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.” Artigo 230 da Constituição Federal (1988, p. 60). Em todas as fases da vida a família exerce uma importância fundamental no fortalecimento das relações é através do ambiente familiar que está ligando ao bom envelhecimento é de suma importância para sua estabilidade emocional, incluindo a relações de afetividade e união familiar. A família tem o papel de auxiliar, dar apoio ao idoso, garantindo sua autonomia e respeitando sua dignidade. Cada componente exerce seu papel, pois todos possuem suas funções na sociedade, na família e na vida política do país, respeitando a individualidade de cada um, que possa distinguir suas qualidades e possa contribuir com o meio em que vive. A importância de vínculos dentro de atividades destinados aos idosos, trazem alterações nas relações interpessoais, melhorando o desenvolvimento de sua autoestima, recuperação da memória, desenvolvimento da sociabilidade, as relações com familiares e amigos, a qualidade de vida, fortalecendo o papel do idoso.Com o processo de envelhecimento, a sociedade tem passado por várias mudanças no perfil demográfico, epidemiológicas, sociais, tecnológicas, socioeconômicas contribuindo para a melhoria de vida dos idosos. Compreender as novas formas de mudanças na estrutura social e o papel da família, os vínculos interpessoais para melhorar as relações intergeracionais. 27 4 QUALIDADE DE VIDA PARA O IDOSO E A GARANTIA DE UMA VELHICE PROTEGIDA “A menos que modifiquemos à nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo” Albert Einstein Ao realizar pesquisas sobre o conceito do termo qualidade de vida observa-se diversas definições o que acaba tornando-o complexo para uma definição precisa. De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) para o indivíduo a definição de qualidade de vida se dá a posição em que ele se encontra em sua vida. A qualidade de vida é a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente. (OMS, 1994). Com os idosos ocorre com diferentes causas sendo elas sociais, cognitivas, biológicas e culturais, ele se encontra em meio às diversidades do dia a dia como os padrões estabelecidos pela sociedade, os seus próprios objetivos, expectativas e suas preocupações em relação ao estado em que se encontram seja ele financeiro ou social. A qualidade de vida é geralmente relacionada ao bem-estar por meio da educação, da saúde, da moradia, dentre outros. Proporcionar a si mesmo esses elementos com êxito é uma forma de garantir o seu bem-estar, como também manter relacionamentos familiares e sociais acaba gerando uma satisfação. 28 Segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS) obter uma boa qualidade de vida requer não somente estes fatores, mas também a oportunidade de ter e proporcionar o lazer, o afeto, a proteção, exercer sua identidade, sentir paz de espírito independente de religião alguma, ter qualidade de vida é estar bem consigo mesmo e sentir a reciprocidade em sua volta. Para garantir a qualidade de vida na velhice é necessário que os fatores que asseguram esta qualidade sejam identificados pelos profissionais que iram trabalhar com os idosos e pelos próprios idosos. Mesmo com as perdas afetivas, doenças e mudanças ao longo da vida a longevidade é algo importante para este público, pois com ela é possível identificar diferentes graus de ansiedade causados pelos momentos vividos. Algo que implica fortemente na qualidade de vida é a sensação de inutilidade que pode ocorrer com o idoso como também não ter um suporte familiar para ampará-lo e incluir o mesmo em atividades feitas entre os familiares observando sempre como ele está reagindo às atividades propostas. Ter um momento de lazer com a família onde o idoso tem a oportunidade de contarsuas inúmeras histórias, passar o seu conhecimento e consequentemente aprender com os demais seria algo que poderia fortalecer o vínculo familiar. “À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência” (OMS, 2005, p. 14). Manter a sua autonomia e independia como é citado acima remete ao fato individuo se sentir útil e de poder contribuir com suas habilidades tanto para seus familiares como para a sociedade. O mesmo segundo a OMS ao manter tais aspectos tem a sensação de bem-estar, de poderem estar inseridos em atividades físicas e sociais por meio de sua autonomia e independência. 4.1 Proteção social ao idoso: contexto histórico Quando refere- se a proteção social ao idoso é importante levar em consideração as construções históricas acerca da velhice e bem-estar social dentro da sociedade capitalista. Envelhecer com dignidade é um direito básico que requer atenção, necessidade de cuidados e assistência. 29 O sistema de proteção social ao idoso está estruturado em termos legais que visam a garantia de direitos sendo eles básicos e especiais, através de políticas de seguridade social e de outras medidas que visem uma melhor qualidade de vida na velhice. Uma das primeiras formas de previdência social no Brasil foi o Decreto-lei n° 4.682/23 sancionada em 24 de janeiro de 1923, denominada Lei Eloy Chaves, determinando a criação de caixas de aposentadorias e pensões nas empresas ferroviárias, sendo que, só podia ser concedido tal benefícios aos operários que atingissem a idade avançada e por casos de invalidez, tornando-se incapaz de exercer qualquer tipo de profissão. Dentre os benefícios, a pensão por morte e a assistência médica. Garantia essa, conquistada devido aos movimentos ocorridos nos anos 1917 e 1919, onde os operários realizaram greves gerais em todo o país devido as péssimas condições de trabalhos, sem nenhuma garantia trabalhista como: jornada de trabalho definida, férias, aposentadoria ou pensão. “A previdência social passou a incorporar de forma seletiva e controlada aquelas frações de classe que, por estarem inseridas nos setores mais dinâmicos da economia, tinham seu poder de barganha aumentado.” (Dias e Cabral,1997, p.13). Agora, a aposentadoria que antes era restrita, foi estendida para os demais participantes do sistema sem distinção de gênero, sendo assim, mulheres com 30 anos de serviços prestados e os homens com 35, tinham o direito de receber o valor do seu benefício, desde que, a soma dos anos de serviços prestados e a idade da pessoa seja equivalente à 85 e 95 pontos. Esses movimentos ocorridos em 1917 a 1919 reafirmaram a importância da luta pela garantia de direitos, dando ênfase na luta por uma melhor qualidade de vida na velhice. Com a crise econômica de 1929 viu-se a necessidade de melhorias na condição de vida para a classe trabalhadora, ocasionando revoluções nos anos de 1930 e 1932. Com isso deu-se início à elaboração da constituição de 1934, surgindo assim a primeira constituição verdadeiramente social do Brasil, de natureza democrática e interventiva. A constituição de 1934 tornou o voto secreto e conferiu o direito de voto as mulheres. Por mais que a constituição de 1934 tenha sido de grande relevância no contexto histórico pós-primeira Guerra Mundial, ela esteve vigente em um curto 30 período de apenas três anos. Pois ainda não supria as necessidades do proletariado, formando um ambiente de crise político-ideológica no país, possibilitando um golpe de estado, permitindo a elaboração da constituição de 1937,considerada como retrocesso na democracia, pois em sua elaboração havia a separação dos poderes, senado tinha sido extinto, e o poder legislativo podendo ser colocado em recesso a qualquer momento pelo presidente da república. Mas, podemos afirmar que devido seu conteúdo, a carta política de 1937 não teve aplicabilidade haja vista em que a mesma previa a realização de um plebiscito para sua aceitação, algo que não aconteceu. Avançando um pouco na história, após a segunda guerra mundial foi homologada a constituição de 1946, consagrando os princípios do estado liberal e o estado social caracterizado pela constituição de 1930. A carta politica de 1946 buscou em sua estrutura uma proteção maior dos direitos individuais. Trazendo a igualdade de todos perante a lei; a liberdade de manifestação de pensamentos, sem censura, a não ser em espetáculos e apresentações; extinção da pena de morte, entre outros. Com o golpe de 1964, estava visível que a constituição de 1946 ainda não atendia as necessidades daquela classe. Visto que de 1946 à 1961 a constituição sofreu apenas três emendas, e dos anos de 1961 e 1966 o numero de emendas alcançava um numero de vinte e uma. Levando-se em consideração os marcos históricos podemos dizer que Constituição federal de 1988 é o maior, a nova constituição trouxe avanços significativos e resultantes das lutas e reivindicações no campo da proteção social, favorecendo assim aos que competem nesta lei, garantindo todos os direitos nela estabelecidos e efetivando as normas assim dispostas. O papel da família é de extrema importância para que o idoso se sinta seguro com seus entes queridos, o meio familiar é visto como base de incentivo e um suporte para apoiar e acolher o idoso. reafirmou a importância da luta pela garantia de direitos, dando ênfase na luta por uma melhor qualidade de vida na velhice. Conforme, a Constituição Federal de 1988, no Art. 230 para sermos mais específicos, diz que “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.” Além da Constituição de 88, surgiu em 04 de janeiro de 1994, através da lei 8.824 A política nacional do idoso, tendo como objetivo em seu 1º art. “assegurar os 31 direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva sociedade”. Ou seja, refere-se a garantia concedida aos idosos, dando aos mesmos a possibilidade de uma melhor qualidade de vida e sua inserção na sociedade. A lei 8.842/94 foi o primeiro amparo a pessoa idosa, sendo reconhecido pelo estado o envelhecimento cronológico dela, assegurando os direitos a pessoas com idade a partir de 60 anos, ignorando outros aspectos do envelhecimento. A política nacional do idoso foi criada no intuito de assegurar os direitos sociais do idoso e inseri-lo na sociedade garantindo aos mesmos uma vida saudável e digna, tendo como base cinco princípios que estão estabelecidos no art.3° informando de quem é o dever de assegurar tais direitos, fala também sobre a discriminação que os idosos sofrem na sociedade por serem vistos como pessoas incapazes de realizar algo ou de contribuir para algum evento. Além da política nacional do idoso, existem atualmente políticas estaduais, municipais e planos setoriais que atuam juntos a sociedade na formulação e no controle de políticas destinadas a população idosa. A partir da política nacional do idoso foram divulgados outros documentos com teor de lei ou normativos. Dentre eles o mais significativo, que assumiu o papel fundamental na reafirmação das garantias e direitos da pessoa idosa foi o estatuto do idoso, lei n° 10.741, 1 de outubro de 2003. concretizando avanços e a valorização do idoso na sociedade. Assegurando a melhoria na qualidade de vida e seus direitos preservados e executados. Inseridos dentro do estatuto artigos que buscam garantir o direito à vida, à liberdade, ao respeito, à dignidade, saúde, educação, cultura, esporte e lazer, profissionalização e do trabalho, previdência social, assistência social, habitação, transporte, medidas de proteção, entidades de atendimento ao idoso,fiscalização das entidades de atendimento, acesso à justiça… No art.3 do Estatuto Nacional do Idoso(Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) diz que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à esporte, ao lazer, ao trabalho, à liberdade à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Trazendo a responsabilidade não só para o estado, mas para a família e sociedade, tornando-se 32 responsáveis pela proteção e valorização de vida dos idosos\inseridos dentro do contexto atual. Nos art. 8° e 9° do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) dizem que: “O envelhecimento é direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta lei e da legislação vigente. “ “É obrigação do estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.” Observa-se que os art. 8° e 9° basicamente se complementam, pois, o art.8° fala sobre a importância de envelhecer com qualidade e o 9° relata a função do estado em garantir estes direitos com qualidade, onde o estado é obrigado a cumprir a efetivação de políticas públicas sociais que garantam tais feitos. No capítulo II do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. Art.10 do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) é obrigação do estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito dede direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na constituição federal. Liberdade como princípio básico primordial garantido através da Constituição Federal tendo como aspectos o direito de ir e vir; expressar sua opinião; ter crença e culto religioso; buscando a participação na vida familiar e comunitária; a participação de esportes e de diversões entre outros. Dentre os demais direitos inseridos no Estatuto do idoso, analisando o art.20 do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) que diz que: “O idoso tem direito a educação, cultura, esporte lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade” e art.23° do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) fala que: Participação de idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) de nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. Os presentes artigos inclusos no capítulo V Da Educação, cultura, esporte e lazer. Mostram que o idoso pode participar de diversas atividades desenvolvidas 33 pelo estado, garantindo uma participação ainda mais ativa devido há descontos disponibilizados para a pessoa idosa. Ao analisar os artigos 43°, 44° e 45°do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) vemos sobre as medidas especificas de proteção, onde acontece muitas vezes os idosos terem os seus direitos ameaçados ou violados por familiares, instituições, estado ou pelo próprio idoso. Neste caso cabe ao ministério público ou poder judiciário determinar qual será a medida estabelecida a favor do idoso, podendo ele ter um acompanhamento temporário, ter um vínculo maior restaurado com a família ou até mesmo a inclusão em um programa comunitário sendo temporário ou fixo. Do art.59° à art.62° do Estatuto Nacional do Idoso (Lei n°10.741de 1°de outubro de 2003) relata sobre a infração das normas de proteção ao idoso, informando quais serão as medidas tomadas para quem infringir estas normas causando desconforto e más consequências para os envolvidos. Tendo como exemplo: O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da data da intimação, que será feita: I – pelo atuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator; II – por via postal, com aviso de recebimento. Assim, é primordial que a sociedade, a família e o estado compreenda como o idoso se sente em relação a descriminação e ao seu sofrimento, proporcionando ao idoso um entendimento maior sobre a sua verdadeira identidade, assim ele entenderá que independente de sua idade ele ainda é muito importante para a sociedade e que é preciso que ele também tenha essa convicção. Atualmente a sociedade ainda tem uma visão negativa sobre a velhice pois esta fase é relacionada como um momento de dependência, há casos de idosos com mobilidade mais afetada, vinculadas há algumas doenças, porém deve-se aprender a lidar com cada fase da vida, chegar a velhice é considerada uma dadiva, significa que vivenciou e enfrentou diversas situações e driblou a morte precoce. No entanto, a busca por rejuvenescimento com procedimentos estéticos e/ou exercícios físicos e/ou alimentação saudável torna-se cada vez maior, uns na tentativa de lutar contra esse fenômeno natural, outros por motivos de saúde, visando apenas ter um envelhecimento saudável. 34 Porém, é importante ressaltar que enquanto seres humanos temos que compreender que a velhice é algo inevitável e que só temos a colecionar aprendizados no decorrer dessa jornada chamada vida, precisamos entender que a população idosa também faz parte da sociedade ativa e que contribuem tanto como nós, talvez até mais por terem mais conhecimento a repassar. Por isso é de extrema importância que a proteção social aos idosos seja garantida e que possamos dividir o conhecimento independentemente da idade. 4.2 Projetos sociais para idosos De acordo com os estudos relacionados a temática, observa-se que os projetos sociais têm como objetivo dar respostas positivas as demandas apresentadas pela questão social, que tem como origem na Revolução Industrial, período que o trabalho artesanal perdeu seu espaço sendo substituído pela máquina. Trazendo como base a produção capitalista, surgindo assim a classe operaria e a burguesa, resultando em conflitos do capital e o trabalho. Trazendo o crescimento desordenado das cidades, principalmente nas áreas periféricas, desvalorização da mão-de-obra, desigualdade social lavando ao pauperismo. Assim, o projeto social busca, por meio de um conjunto integrado de atividades, transformar uma parcela da realidade reduzindo ou eliminando um déficit ou solucionando um problema, para satisfazer necessidades de grupos que não possuem meios para solucioná-las por intermédio do mercado (CEPAL, 2000; NOGUEIRA 1998). No mundo há diversos projetos criados para a população sendo destinadas aos jovens, adultos, crianças, idosos, comunidades, igrejas, escolas, pessoas com deficiência dentre outros. Assim como no Brasil, também há projetos voltados para uma melhor qualidade de vida na velhice, visando a inclusão do idoso em espaços socio-ocupacionais, a fim de proporcionar um envelhecimento ativo. Tendo como exemplo: Faça um Idoso Feliz-MG; Vida e Movimento- SP; Projeto Velho Amigo- SP; Oficina da Memória- AL; Portal do Idoso Empreendedor-SC; Trabalho Social com Idosos-SESC; Cidadania Ativa- CE. O trabalho social com idosos do Sesc inicia-se na década de 1960 e, segundo seus técnicos é decorrente de sua finalidade precípua: O SESC, instituição de direito 35 privado com sede e foro na capital da Republica organizado e dirigido pela Confederação Nacional do Comercio, tem por finalidade estudar, planejar e executar medidas que contribuam para o bem-estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade, através de uma ação educativa que, partindo da realidade social do país, exercite os indivíduos e os grupospara adequada e solidaria integração numa sociedade democrática[…](Sesc, Resolução CNCn.24/68). O trabalho social com idosos marcou a expansão dos serviços do Sesc para a comunidade, apesar de incluir também comerciários aposentados no primeiro grupo de convivência para idosos. Hoje, a instituição atende acerca de 100 mil idosos no país nos programas: “Grupo ou Centro de Convivência de Idosos”; “Escola Aberta para a Terceira Idade” ; “Trabalho de Pré-aposentadoria”; “Programa Sesc Gerações”; “Trabalho Voluntario na Terceira Idade’, que objetivam a socialização, autonomia e melhoria da autoestima com a reconstrução da própria imagem do idoso. Esse trabalho social com idosos é parte da metodologia de trabalho em grupo do Sesc e das suas áreas prioritárias de ação, o lazer sociocultural e a educação, a qual encontrou nas experiencias desenvolvidas com idosos, nos Estados Unidos e na Europa, as suas diretrizes, objetivos, atividades propostas e o diagnóstico da situação dos idosos. 4.3 Projetos sociais do TSI no SESC- fortaleza Os primeiros grupos de convivência organizados pelo SESC datam da década de 60, foram aglutinados no mesmo espaço social, com os seguintes objetivos: Incentivar a integração social dos idosos, melhorando suas condições de vida e promovendo a sua socialização, atualização cultural e a descoberta de novas habilidades, numa perspectiva de inserção social; Auxiliar os idosos a preencher seu tempo livre com práticas e relações saudáveis, mas sobretudo a redimensionar sua vida, a ver o envelhecimento sob um novo prisma, em que a natureza fragilizada física dos mais velhos pode ser harmonizada com dignidade; Promover a valorização do idoso como fonte e repositório da memória histórica, proporcionando sua reintegração e participação nos processos sociais (SESC, 2004, p.6). 36 A unidade SESC-Fortaleza dispõe de teatro, ginásio de esportes, área de convivência, biblioteca, lanchonete e restaurante, academia e piscinas. Oferece ainda cursos de dança, ballet, canto, ginástica, judô, natação, hidroginástica, musculação e futsal. O Sesc Fortaleza desenvolve atividades educativas, além de realizar um excelente trabalho com grupo da terceira idade, o TSI – Trabalho Social com o Idoso. Na área de cultura, a unidade é responsável pelo fomento da arte e formação de plateia na região, com cursos e atuação em várias linguagens como dança, artes plásticas, teatro e música. O Trabalho Social com Idosos (TSI) atua no Ceará desde 1983, e atualmente, só na Unidade Fortaleza do Sesc atende mais de 1.500 idosos. que visa estimular a convivência grupal com ações voltadas para os interesses e características dos idosos atendidos, trabalhando a pessoa idosa em sua integralidade por meio do desenvolvimento de ações e projetos que atendem às diversas dimensões do envelhecimento. Ao fazer parte do TSI, o idoso pode participar de atividades gratuitas como: curso de idiomas, reuniões de integração, bailes temáticos, dinâmicas, vivências, palestras, oficinas, seminários, trabalhos manuais, canto coral e criação literária, entre outras. É possível ainda participar de atividades com valores subsidiados, como é o caso do curso de informática, aulas de Gerontomotricidade, Reflexologia, Lian Gong, Terapia Ocupacional e Dança Sênior. Tendo como: Linhas de Trabalho: Promoção da saúde e qualidade de vida Direitos sociais e cidadania Memorias e histórias de vida Expressões artísticos culturais Intergeracional idade Protagonismo e autonomia da pessoa idosa Diretrizes: 1. Relações Intergeracionais 2. Gerontologia como tema transversal 3. Envelhecimento Ativo 4. Protagonismo do Idoso Junto ao envelhecimento trazemos várias questões sociais decorrente de uma sociedade capitalista. Onde na maior parte das vezes a valorização e bem-estar 37 social é voltada a juventude. “O mundo fecha os olhos aos velhos, assim como os delinquentes, as crianças abandonadas, aos aleijados, aos deficientes, todos estigmatizados, nivelado em um mesmo plano” (BEAUVOIR,1970, p.16). A família é considerada base para as relações interpessoais desses idosos, é função da família cuidar, proteger e dar suporte nesta fase tão crucial da vida. Porém, nem todos tem esse apoio dentro do ambiente familiar, pois há idosos que não são compreendidos pelos próprios parentes, isso quando tem alguém como companhia, pois parte deles moram sozinhos. Fazendo que eles busquem nos projetos desenvolvidos pelo TSI, suprir essas necessidades enquanto pessoa. O Trabalho Social com Idosos (TSI) traz projetos voltados à pessoa idosa que buscam proporcionar a valorização e inclusão do idoso na sociedade. Muitos dos idosos inseridos nesses projetos sentem-se mais vivos, pois buscam um ambiente para socialização com outros indivíduos, realizando a troca de experiências e conhecimentos, onde encontram um espaço para serem ouvidos, pois alguns buscam apenas encontrar uma pessoa que esteja disposta a escutá-los. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa possibilitou uma maior compreensão sobre como o Trabalho Social com Idosos (TSI) contribui para qualidade de vida do idoso, para isto se fez necessário debruçarmos no conhecimento acerca do envelhecimento e da velhice. Trazendo a percepção das idosas inseridas nos projetos sobre o que é qualidade de vida para elas. Entendendo que o envelhecimento é um processo gradual, inerente a todo ser humano, que inicia a partir do nascimento e que vai até a morte. A velhice é o resultado desse processo. Devido a essas transformações físicas e psicológicas, o indivíduo passa a ter limitações, que por sua vez, podem ser confundidas com enfermidades. No entanto, observamos que nessa fase há uma preocupação maior em viver bem e sentir-se útil na sociedade. 38 Diante das observações e do questionário aplicado sobre a realidade estudada, foi possível identificar que a qualidade de vida pode ter diferentes significados, tendo em vista a percepção de cada idoso. Para essas idosas ter qualidade de vida, de acordo com o resultado da pesquisa é ter saúde, companheirismo, estar bem consigo mesmo, longevidade, alegria e participar de atividades. No decorrer da pesquisa ficou perceptível que a inserção das idosas nos projetos possibilita uma aceitação nessa fase de mudanças e transformações, resgatando a autoestima, ampliando conhecimentos através das trocas de experiência que contribui na construção de uma nova realidade. A pesquisa aponta a relevância dos projetos desenvolvidos pelo SESC para uma melhor qualidade de vida desses idosos, haja vista que, após a inserção nos projetos, relatam ter tido melhorias em alguns aspectos de suas vidas, promovendo uma maior sociabilidade, instigando a criatividade através das atividades desenvolvidas como teatro, coral, dança, criações de livros entre outros possibilitando uma maior autonomia, suporte e equilíbrio ao idoso. Neste sentido, a velhice requer uma maior integração entre o Estado, sociedade e família. Pois esta fase requer uma maior atenção e cuidado. Onde as necessidades da pessoa idosa, precisa ser atendida e principalmente respeitada. Tendo como base o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso. As considerações aqui apresentadas, não pretendem ser absolutas ou trazer conclusões fechadas, antes estimula uma reflexão a cerca da qualidade de vida para o idoso, como também fornecer achados que contribua para ampliação e elaboração políticas públicas voltadas à pessoa idosa. 39 REFERÊNCIAS GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. GÜNTHER, H. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa,v. 22, n. 2, p. 201-210, mai/jun 2006. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2011. MORESI, E. (Org.) Metodologia da pesquisa. Programa de pós-graduação stricto sensu em gestão do conhecimento e tecnologia da informação. Universidade Católica de Brasília – UCB. 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Grau de Escolaridade ( ) Alfabetizado ( ) Não Alfabetizado ( ) Fundamental Completo ( )Fundamental Incompleto ( ) Médio Completo ( ) Médio Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Superior Incompleto ( )Pós graduação ( ) Outros_______________ 2 . Quão satisfeito você está com as atividades proporcionadas pelo Trabalho Social Com Idosos do SESC? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Satisfeito 43 ( ) Muito satisfeito 3. Em que medida você tem oportunidade de atividades de lazer? ( ) Nada ( ) Pouquíssimo ( )Bastante ( ) Extremamente 4. Quão satisfeito você está com sua saúde? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito 5.Quão satisfeito você está com sua vida? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito 6. Quão satisfeito você está com sua situação financeira? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito 7. Em geral, você se sente contente? ( ) Nada ( ) Pouquíssimo ( )Bastante ( ) Extremamente 8. Quão satisfeito você está com suas relações sociais e pessoais (família, amigos, parentes, conhecidos e colegas)? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Satisfeito 44 ( ) Muito satisfeito 9. Para você,em uma palavra, o que significa Qualidade de vida? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Apêndice B- 45
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