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Conferência 2 - Marcela Baroni Pelve ou bacia - compreende ossos do quadril e sacro - lesão na pelve é considerada urgência ortopédica, uma vez que causa grande perda de sangue Cintura pélvica -compreende a ligação entre o esqueleto axial (coluna) e esqueleto apendicular (membros inferiores) por meio do osso do quadril Osso do quadril ✓ Formado pela fusão de três ossos primários: ilio, isquio e púbis ✓ Posição anatômica: púbis pra anterior e acetábulo pra lateral Osso ilíaco Osso isquiático Osso púbico Lesões pélvicas ➢ Compressão Lateral: ✓ Possibilidade de fratura dos ossos do quadril ✓ Lesiona principalmente articulação sacroilíaca ➢ Compressão Antero-posterior/open book ✓ Disco interpúbico é o primeiro a ser rompido ✓ Se a intensidade do trauma for muito intensa haverá lesão do ligamento sacroilíaco Estabilização pélvica ➢ Articulações ✓ Ligamento sacroilíaco anterior (fibras horizontais) ✓ Ligamento sacroilíaco posterior (fibras verticais e horizontais) ✓ Ligamento íliolombar (fibras horizontais) ✓ Ligamento sacrotuberal (fibras verticais) ✓ Ligamento sacroespinhal (fibras horizontais) ✓ Disco interpúbico Articulação do tipo Sínfise/cartilagem secundária [suporta pressão/impactos] ➢ Estabilidade Horizontal/Latero-lateral ✓ Ligamentos que apresentam fibras horizontais: ligamento sacroilíaco anterior, ligamento sacroilíaco posterior, ligamento sacroespinhal, ligamento íliolombar, sínfise púbica ➢ Estabilidade Vertical ✓ Ligamentos que apresentam fibras verticais: ligamento sacroilíaco posterior e ligamento sacrotuberal Articulação sacroilíaca: - sinovial do tipo plana - movimento de deslizamento Articulação do tipo sínfise/cartilagem secundária Vista anterior Vista Posterior Articulação do Quadril ➢ Articulação sinovial do tipo esferóide esferóide ✓ Movimentos da articulação são: flexão/extensão, abdução/adução, rotação interna/rotação externa e circundação ✓ A cabeça do fêmur articula-se com acetábulo do osso do quadril ➢ Estabilização da articulação ✓ Ligamento iliofemoral →posicionamento mais anterior que impede a hiper extensão do quadril ✓ Ligamento pubofemoral → posicionamento mais medial ligamento impede abdução excessiva ✓ Ligamento isquiofemoral → Apesar de apresenta posicionamento mais posterior apresenta inserção anterior favorecendo o impedimento da hiper extensão do quadril ✓ Acetábulo do quadril apresenta maior reforço posterior e por isso atual impedindo a hiper flexão ✓ Lábio acetabular → aumenta a área de contato entre acetábulo e cabeça do fêmur favorecendo melhor distribuição das forças de impacto Luxação Congênita do Quadril ➢ Consiste em uma deformação congênita que causa frouxidão ligamentar que leva ao desenvolvimento de um acetábulo mais raso e de uma cabeça do fêmur menor, lateralizada e menos esférica, o que favorece a ocorrência de uma luxação (perda total do contato) durante o nascimento. ➢ Diagnóstico em crianças: • Testa a frouxidão ligamentar, ou seja, o potencial de luxação. • O teste é feito por meio de uma leve flexão seguida de adução do quadril • Testa se o quadril está luxado por meio do movimento de flexão associado a abdução de modo que causa uma redução (tração que faz a regressão do osso de volta a sua posição anatômica) do quadril • Se houver luxação será possível ouvir um estalido ➢ Compressão/Cisalhamento vertical ✓ Em geral causada por quedas que transmitem impacto em apenas um dos membros inferiores ✓ Pode romper todos os ligamentos pélvicos causando deslocamento vertical ipsilateral a lesão Fêmur ✓ Osso longo ✓ Acidentes ósseos : ✓ Estrutura geral de um osso longo • Epífise: É composta por tecido ósseo esponjoso, portanto é trabeculado o que favorece a melhor distribuição das forças que tensionam as extremidades ósseas e a melhor absorção de impactos • Metafise: onde localiza-se o disco cartilaginoso composto por cartilagem hialina, por meio da qual se dá o crescimento endocondral • Diáfise: é composta em sua maior parte por osso compacto, com pequena quantidade de osso esponjo e delimita o canal medular • As partes ósseas dividem-se em cortical medial e cortical lateral de acordo com a posição anatômica Epífise proximal Metáfise Cartilagem articular T. Ósseo Esponjoso Cortical medial Disco Epifisário Canal medular Diáfise Metáfise Epífise distal Cortical lateral ✓ Epífise proximal do fêmur Cortical medial Cortical lateral Trígono de Ward Trabéculas de tensão Trabéculas de compressão • Trabéculas de compressão: localizadas na cabeça do fêmur recebe forças de compressão vindas da região mais superior e as dissipa em direção a cortical medial • Trabéculas de tensão: localizadas mais no colo do fêmur recebem forças de tensão/cargas dissipando-as pra cortical lateral • Trígono de Ward: região caracterizada pela ausência de trabéculas como resultado de um padrão de equilíbrio do sistema trabeculado • Importâncias das trabéculas: proteção contra fraturas na cabeça do fêmur ✓ Fratura do fêmur • É mais comum em idosos devido a perda da matriz óssea, como consequência por exemplo da osteoporose. Como conseqüência, há redução do número de trabéculas, causando perda da eficiência da dissipação de cargas pelo sistema de distribuição de forças da epífise proximal, causando assim fraturas mesmo com baixa energia aplicada. Articulação do joelho ✓ É sinovial do tipo gínglimo ✓ Realiza movimentos de flexão/extensão e pequenos graus de rotação lateral e medial ✓ A superfície articular apresenta certa incongruência já que o côndilo medial do fêmur é maior que o côndilo lateral do fêmur. Tal característica é importante para a diferença de tamanho dos meniscos ✓ ➢ Estabilização latero-lateral ✓ Ligamento colateral lateral/fibular • Não está diretamente associado ao menisco lateral devido a passagem de um tendão entre as duas estruturas articulares • Protege contra o estresse em varo ✓ Ligamento colateral medial/tibial • Está diretamente associado ao menisco medial • Protege contra o estresse em valgo Obs.: Os testes dos ligamentos colaterais devem ser feitos com os joelhos semi fletidos para que os ligamentos cruzado anterior e posterior não impeçam o movimento de rotação lateral e medial. ➢ Estabilização Antero-posterior ✓ Ligamento cruzado anterior • Evita os deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur (o mesmo que dizer que evita o deslizamento posterior do fêmur em relação a tíbia) • A integridade do ligamento é testada por meio do teste da gaveta anterior ou teste de lachman Teste da gaveta anterior: Perna flexionada com paciente em decúbito dorsal, médico senta no pé e realiza tração anteriorTeste de lachman: com o joelho semi fletido realizar tração anterior da perna ✓ Ligamento cruzado posterior • Evita o deslocamento posterior da tíbia em relação ao fêmur (o mesmo que dizer que evita o deslizamento anterior do fêmur em relação a tíbia) • A integridade é testada por meio do teste da gaveta posterior ou teste da gravidade Obs.: Quando os joelhos estão fletidos esses ligamentos ficam frouxos. A estabilidade ligamentar mais firme se dá durante a extensão e é garantida pelo entrelaçamento entre eles Teste da gaveta posterior: perna flexionada com paciente em decúbito dorsal, médico senta no pé e realiza tração posterior Teste da gravidade: segura a parte mais distal perna flexionada em 90º, se a panturilha cair e formar-se um sulco há lesão ligamentar ➢ Meniscos ✓ São compostos por fibrocartilagem e absorvem impactos , distribuem a carga radialmente por todo o platô tibial e aumentam a superfície de contato entre tíbia e fêmur, o que garante maior estabilidade ✓ Menisco Medial • É maior (côndilo medial do fêmur é maior), é imóvel/fixo (está diretamente associado ao ligamento colateral medial) ✓ Menisco Lateral • É menor (côndilo lateral do fêmur é menor), é móvel (não está associado ao ligamento colateral medial/ essa característica favorece a circulação do líquido sinovial da articulação sinovial do joelho) ✓ Lesões no menisco • Se ocorrer na região mais externa do menisco haverá maior chance de cicatrização, pois nessa região a vascularização é maior • Se ocorrer na região mais interna, a cicatrização será mais difícil, nesse caso será necessária uma menisctomia parcial (a retirada completa do menisco gera artrose, nesses casos é necessário um transplante de menisco) ✓ Testes da integridade dos meniscos Teste de Apley: paciente em decúbito ventral, realiza-se uma compressão da perna com o joelho fletido. Teste de McMurray: movimento de flexo-extensão com rotação medial e lateral. ➢ Tríade infeliz/ Tríade maldita ✓ Caracteriza-se pelo rompimento de: • Ligamento colateral medial (causada por um intenso estresse em valgo) • Menisco medial (será lesionado por estar associado ao ligamento colateral medial) • Ligamento cruzado anterior (a instabilidade causada pela lesão dos outros dois levara a sua ruptura_ Articulação do Tornozelo ✓ É uma articulação sinovial do tipo gínglimo ✓ Permite movimentos de: flexão plantar/flexão dorsal ✓ eversão/inversão é feita pela articulação entre calcâneo e talus (obs: pé em flexão plantar realiza também abdução e adução ✓ Complexo ligamentar medial: ligamento deltóide • Ligamento tibiotalar anterior • Ligamento tibionavicular • Ligamento tibiocalcâneo • Ligamento tibiotalar posterior ✓ Lesão associada a hiper eversão do pé (incomum, quando acontece está associada a uma fratura) Conhecido como ligamento mola, está na sola do pé e é responsável por estabilizar o arco medial do pé Pé ✓ Arco medial do pé: talus, navicular, cuneiformes e 1º metatarso ✓ Arco lateral do pé: calcâneo, cubóide e 5° metatarso ✓ Arco central do pé: cuneiformes Arco medial Arco lateral ✓ Complexo ligamentar lateral • Ligamento talofibular anterior • Ligamento Calcâneo fibular • Ligamento Talofibular Posterior ✓ Lesão associada a hiper inversão do pé (entorse do tornozelo) Pé em eversão e arco plantar mais plano Pé em inversão e arco plantar mais curvo ✓ Marcha ✓ Tipos de pisada: • Pisada neutra • Pisada supinada: pé em inversão; sobrercarga do arco lateral; maior chance de lesão no complexo ligamentar lateral • Pisada pronada: pé em eversão; sobrecarga do arco medial; maior chance de lesão no complexo ligamentar longitudinal medial ✓ Tipos de marcha: • Primeira fase: apoio do calcanhar; pé em dorso flexão; sustentação pelo músculo tibial anterior (Principal dorsiflexor da perna) • Segunda fase: impulso; pé em flexão plantar; sustentação pelo músculo tríceps sural (Principal flexor plantar) • Terceira fase: balanço; aceleração + oscilação intermediária + fase da desaceleração; flexão da musculatura do joelho e da coxa e dorsiflexão; é necessária extensão da perna (quadríceps) Conferência 3: Tronco Estrutura da Coluna Vertebral ✓ Função: Equilíbrio, sustentação, proteção de estruturas neurais e mantém a cabeça centralizada sobre a bacia/pelve. Lordose Cifose Lordose Sacro Cifose ✓ Cifose • Curvatura primária (desde o nascimento devido a posição intra-uterina) • Nas torácicas e no sacro • Convexidade anterior ✓ Lordose • Curvatura secundária (surgem ao longo do desenvolvimento) • Nas cervicais e nas lombares • A lordose cervical desenvolve-se a partir do momento em que a criança começa a olhar pro horizonte • Convexidade posterior ✓ As cifoses e lordoses juntas formam o centro de gravidade do corpo, pois as curvas se compensam pra manter o equilíbrio da coluna vertebral ✓ Quando as curvaturas passam do grau de angulação normal, o centro de gravidade é alterado e passará a caracterizar uma patologia ✓ Escoliose • Curvatura anormal da coluna no plano coronal ✓ Vértebra típica Arco vertebral ✓ Especificidades vértebra cervical • movimentos de extensão, flexão, rotações, inclinações ✓ Vértebras Atípicas • Atlas (C1) ✓ Especificidade vértebra torácica: • Movimentos de rotação interna e externa • Áxis (C2) Processo espinhoso verticalizado ✓ Especificidades vértebra lombar • Movimentos de flexão e extensão ✓ Articulação intervertebral • Ligamento longitudinal anterior: é mais largo, recobrindo toda a extensão anterior dos corpos vertebrais. Restringe o movimento de hiper extensão • Ligamento Longitudinal posterior: é mais estreito e restringe a hiper flexão • Ligamento Amarelo: revestimento interlaminar (liga as lâminas vertebrais ) que restringe hiper flexão • Ligamento interespinhoso: restringe hiper flexão • Ligamento supraespinhoso: restringe hiper flexão • Disco intervertebral o É classificada como articulação cartilaginosa secundária ou sínfise o Tecido fibrocartilaginoso o É divido em ânulo fibroso e núcleo pulposo Disco intervertebral Ligamento longitudinal anterior Ligamento longitudinal posterior o Por não apresentar pericondrio, está associado a um tecido conjuntivo responsável por sua nutrição o O Disco intervertebral é responsável pela absorção de impactos e pelo suporte de peso e impedem o desgaste dos ossos durante a movimentação o O ânulo fibroso é composto por aproximadamente 25 lamelas concêntricas compostas por fibras colágenas o O núcleo pulposo é composto por um gel fluido que é composto por glicoproteínas (aumenta a pressão osmótica, portanto atrai mais água) ✓ Hérnia de disco • É causada pelo extravasamento do gel presente no núcleo pulposo na parte posterior, causandoa compressão de nervos e da medula óssea, gerando muita dor nos pacientes • Está, em geral, associada ao envelhecimento já que causa a perda de glicoproteínas no núcleo pulposo, levando a desidratação do mesmo, que torna o gel menos fluido, aumentando a deformabilidade do disco intervertebral durante a absorção de impactos ou carga • Essa deformabilidade favorece o extravasamento do gel pra posterior, já que o ligamento longitudinal posterior é mais estreito em relação ao anterior, as lamelas concêntricas estão menos adensadas na região posterior do anulo fibroso e o gel tende a acumular-se 2/3 pra posterior do núcleo pulposo. ✓ Articulação entre atlas e axis • Articulação sinovial do tipo trocóide • Ligamento transverso do atlas • Ligamento Cruciforme • Juntos mantêm o dente do áxis aderido à fóvea do dente, impedindo assim lesão medular que poderia ser causada caso o dente se movimentasse livremente • Ligamento Alar: limita hiper rotações ✓ Plexo cervical