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Músculos da cintura escapular, do braço e antebraço, da mão e dos dedos da mão APRESENTAÇÃO Os movimentos dos membros superiores são essenciais para realizar atividades básicas da vida diária, como pentear o cabelo, escovar os dentes, alimentar-se, entre tantas outras. Entender a biomecânica e as estruturas que compõem essa região é imprescindível para conhecer o correto funcionamento do corpo humano e compreender sinais e sintomas de quando essas estruturas são afetadas de diversas formas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender quais são as estruturas que compõem o complexo do ombro e do membro superior, entendendo como elas são recrutadas para as diferentes funções. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a musculatura do complexo do ombro, do braço, do antebraço, da mão e dos dedos. • Compreender a interação entre as funções das regiões do membro superior envolvendo o pescoço, o braço, o antebraço, a mão e os dedos. • Descrever a relação da organização e da função do sistema nervoso com o sistema muscular e ósseo da região dos membros superiores. • DESAFIO Na contemporaneidade, dedicação excessiva ao trabalho, ergonomia precária e sedentarismo contribuem para o desenvolvimento de várias doenças. Dentre estas, surdez definitiva ou temporária, doenças psíquicas, dermatites e mutilações, porém as mais comuns são as lesões por esforço repetitivo (LER) e as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT). O fisioterapeuta encontra no campo da fisioterapia ortopédica ampla área de atuação nesses casos, uma vez que pode atuar tanto no tratamento como na prevenção dessas doenças. Suponha que você seja contratado como fisioterapeuta de uma fábrica de tecidos que precisa se modernizar. Os operários passam horas e horas operando máquinas e manipulando os tecidos produzidos. Depois de alguns meses, você percebe que a maior parte dos afastamentos da fábrica por motivo de saúde deve-se ao desenvolvimento de LER e/ou DORT pelos operários, o que traz grande prejuízo aos sócios da fábrica. Você decide convencer os sócios da fábrica de que pode trabalhar com a prevenção dessas doenças e a promoção da saúde e, para isso, resolve apresentar um projeto. Elabore um esboço desse projeto, explicando como você vai apresentá-lo aos sócios da fábrica. Apresente argumentos que justifiquem essa nova tarefa como fisioterapeuta. INFOGRÁFICO Todos os músculos dos membros superiores são inervados por nervos formados pelas raízes anteriores dos nervos espinais de C5 a T1. Conhecendo a inervação de cada músculo esquelético do membro superior, é possível compreender quais músculos podem ter sua função prejudicada em caso de trauma dos nervos do plexo braquial. Neste Infográfico, você verá um resumo dos músculos inervados pelo plexo braquial. CONTEÚDO DO LIVRO Na história evolutiva dos seres vivos, o ser humano e alguns outros primatas ganharam a capacidade de desenvolver atividades complexas por terem se tornado bípedes, o que permitiu que os membros superiores pudessem ser utilizados para a execução de tarefas como segurar objetos, tocar instrumentos musicais, escrever, pintar, dentre tantas outras. As atividades dos músculos dos membros superiores são essenciais para garantir as nossas funções mais básicas. Por isso, é importante compreender a estrutura e a atuação detalhada de cada um deles. No capítulo Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão, que faz parte da obra Anatomia aplicada à fisioterapia, você vai estudar a musculatura dos membros superiores, bem como seus locais de origem e inserção, com suas respectivas ações. ANATOMIA APLICADA A FISIOTERAPIA Giulianna da Rocha Borges Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar e descrever a organização e a função do sistema nervoso com os sistemas muscular e ósseo da região dos membros superiores. Identificar a musculatura da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão. Desenvolver a compreensão da interação entre as funções das regiões do membro superior envolvendo o pescoço, o braço, o antebraço, a mão e os dedos. Introdução Neste capítulo, você vai compreender como descrever os músculos esqueléticos que realizam os movimentos da cintura escapular, do braço, do antebraço, da mão e dos dedos. Além disso, veremos quais articulações esses músculos atravessam para realizar suas ações, inclusive suas origens e inserções, que são informações fundamentais para a compreensão das ações musculares, bem como a interação de grupos musculares. A integração funcional entre as regiões dos membros superiores serão discutidas e veremos também a inervação promovida pelo plexo braquial. Compreender a importância dos movimentos dos membros superio- res para a realização das atividades complexas que o ser humano, com a evolução, foi desenvolvendo é fundamental para a prática profissional Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão do fisioterapeuta. Além disso, entender a inervação muscular permite que o fisioterapeuta correlacione a integridade da função muscular à integridade do sistema nervoso. Isso quer dizer que em qualquer alteração na função muscular o sistema nervoso será alvo da avaliação fisioterápica. Adicionalmente, a prática fisioterapêutica exige a avaliação muscular por meio de testes de função muscular e para compreender os objetivos de tais testes e o porquê devem ser realizados é necessário conhecer detalhadamente a anatomia muscular. Anatomia dos músculos do membro superior O membro superior é dividido em cintura escapular e parte livre do membro superior, o qual, por sua vez, é dividido em braço, na sua porção mais proximal, seguido pelo antebraço e mão, na porção mais distal. Tem como característica uma grande mobilidade que permite ao indivíduo realizar movimentos com- plexos como segurar, golpear e manipular objetos com extrema destreza, sendo esta última função mais específi ca das mãos, as quais têm vários músculos inervados por vários neurônios que permitem o desenvolvimento de atividades motoras fi nas (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculos da cintura escapular (cíngulo do membro superior) O cíngulo do membro superior é considerado a raiz desse membro, pois liga a parte livre do membro superior ao tronco. Seu esqueleto é formado pela escápula posteriormente e pela clavícula anteriormente. Anteromedialmente, a clavícula articula-se com o manúbrio do esterno e, posteriormente, a escápula forma uma articulação fi siológica com o gradil costal, por meio da muscula- tura relacionada a ela. Por fi m, lateralmente, temos a articulação do ombro formada pela cavidade glenoidal da escápula e a cabeça do úmero (articulação glenoumeral) que é movimentada por vários músculos. Dentre os músculos que atravessam essa articulação, temos o conjunto de músculos esqueléticos que partem da região torácica e se inserem no úmero, os denominados mús- culos toracoapendiculares que serão estudados juntamente aos músculos do tronco. Fechando esse grupo, temos os músculos intrínsecos do ombro que partem diretamente da escápula e se inserem no úmero, os quais são também denominados músculos escapuloumerais (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). 2 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos escapuloumerais São seis os músculos escapuloumerais que movem os membros superiores na articulação do ombro: músculo deltoide, músculo redondo maior, músculo supraespinal, músculo infraespinal, músculo subescapular e músculo redondo menor, sendo os quatro últimos denominados músculos do manguito rotador devido às suas ações relacionadas à rotaçãoda articulação do ombro. Músculo deltoide: o músculo deltoide tem essa nomenclatura por seu formato de triângulo invertido semelhante à letra grega delta (δ). Esse músculo envolve todo o ombro em suas porções anterior, lateral e pos- terior e cada uma delas age de certa maneira estabilizando a cabeça do úmero na cavidade glenoidal da escápula, seja durante o repouso, a deambulação ou outras atividades. Outra função primordial desse músculo, especificamente de sua porção lateral multipeniforme, é re- alizar a abdução a partir do ângulo de 15°. A porção anterior ainda é sinergista do músculo peitoral maior na flexão realizada pelo balanço dos membros superiores durante a deambulação, já a extensão nessa mesma atividade é realizada pela porção posterior, sinergista do músculo latíssimo do dorso. As origens do músculo deltoide são divididas pelas suas porções; porção anterior: extremidade acromial da clavícula; porção lateral: acrômio da escápula; e porção posterior: espinha da escápula. A inserção acontece na tuberosidade do músculo deltoide no úmero. A inervação é realizada pelo ramo do plexo braquial denominado nervo axilar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo redondo maior: sua nomenclatura é decorrente do fato de sua secção transversal apresentar um formato redondo e espesso. Está localizado na face posterior do ângulo inferior da escápula e se insere no lábio medial do sulco intertubercular do úmero. Pela sua posição posteroinferior na escápula e inserção anteromedial no úmero, sua contração promove adução e rotação medial do braço. É inervado pelo nervo subescapular inferior também proveniente do plexo braquial (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculos do manguito rotador: o manguito rotador é um conjunto de quatro músculos que formam uma cobertura (manguito) musculoten- dínea ao redor da cabeça do úmero que tem por função auxiliar na estabilização ativa da cabeça do úmero na cavidade glenoidal. Com exceção do músculo supraespinal, todos os outros são músculos que realizam rotação da articulação do ombro. 3 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculo supraespinal: o primeiro integrante do grupo de músculos do manguito rotador está localizado na porção mais superior e posterior da escápula, a fossa supraespinal. Seu ventre se afunila lateralmente, passa abaixo da articulação acromioclavicular para que seu tendão se insira na face superior do tubérculo maior do úmero. Nessa posição, o músculo supraespinal é responsável por iniciar a abdução até os primeiros 15° e depois dessa angulação auxilia o músculo deltoide na continuidade desse movimento. É inervado pelo nervo supraescapular (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo infraespinal: é mais largo que o músculo supraespinal, tem origem na fossa infraespinal da escápula e é parcialmente recoberto pelo músculo trapézio e porção posterior do músculo deltoide. A inserção ocorre na face média do tubérculo maior do úmero. Sua contração promove a rotação lateral do úmero. Também é inervado pelo nervo supraescapular (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIEL- SEN, 2017). Músculo redondo menor: ocupa toda a parte média da margem lateral da escápula e se insere na face inferior do tubérculo maior do úmero. Também realiza rotação lateral do úmero. Sua inervação fica a cargo do nervo axilar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIEL- SEN, 2017). Músculo subescapular: o último músculo que compõe o grupo man- guito rotador ocupa a face anterior da escápula na fossa subescapular e se insere no tubérculo menor do úmero. Sua ação individual é rodar medialmente o úmero. Os nervos subescapulares superior e inferior realizam sua inervação (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). A seguir, veja as Figuras 1, 2 e 3. 4 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Vale ressaltar que ainda temos o músculo coracobraquial, que será estudado juntamente aos músculos do braço, como preconiza Moore (2014), diferente de Tortora e Nielsen (2017), que o descrevem juntamente aos músculos escapuloumerais. Figura 1. Nessa vista anterior do tórax e da parte do membro superior, observe, principal- mente, a porção anterior do músculo deltoide e a parte da porção lateral. Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009). 5 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 2. Vista posterior da região escapular. Observe os músculos posteriores que formam o manguito rotador (músculo supraespinal, músculo infraespinal e músculo redondo menor) e o músculo redondo maior. O músculo deltoide foi seccionado e rebatido. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). Figura 3. Vistas posterior e anterior da região escapular. Observe que todos os músculos que compõem o manguito rotador. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 6 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos do braço O braço é a região localizada entre o ombro e o cotovelo, cujo esqueleto é formado pelo úmero. Proximalmente, a cabeça do úmero articula-se com a cavidade glenoidal formando a articulação do ombro e, distalmente, o côndilo do úmero formado pelo capítulo (lateral) e a tróclea (medial) articulam-se com o rádio e a ulna, respectivamente, formando a articulação do cotovelo. Os músculos do braço podem atravessar tanto a articulação do ombro como a articulação do cotovelo e até mesmo ambas articulações e, portanto, agem sobre elas. As ações desses músculos promovem, basicamente, os movimentos de fl exão e extensão do ombro e do cotovelo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Os músculos do braço que têm inervação semelhante estão distribuídos em dois compartimentos, um anterior e um posterior separados por duas lâminas de tecido conjuntivo denominadas septos intermusculares medial e lateral. O compartimento anterior aloja os músculos flexores e o compartimento posterior aloja os músculos extensores. A distribuição em compartimentos é melhor identificada em um corte transversal do braço (Figura 4) (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Figura 4. Corte transversal do braço. Compartimentos anterior e posterior do braço. Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009). 7 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos do compartimento anterior Todos os músculos que compõem o compartimento anterior do braço são inervados pelo nervo musculocutâneo do plexo braquial (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA e NIELSEN, 2017). Nas Figuras 5 e 6, além desse nervo, podemos observar os demais nervos que vão realizar a inervação das porções mais distais do membro superior. Músculo bíceps braquial: é o músculo mais superficial do compartimento anterior, é longo, fusiforme e como a nomenclatura sugere, tem dois ventres (bíceps). O músculo bíceps braquial atravessa a articulação do ombro e a articulação do cotovelo, ambas anteriormente, e, portanto, sua ação principal nessas articulações é de flexão. A cabeça longa do músculo tem um longo tendão que se origina do tubérculo supragle- noidal da escápula e atravessa a articulação do ombro no interior da cápsula articular entre os tubérculos maior e menor do úmero no sulco intertubercular, onde é mantido pelo ligamento transverso do úmero. A cabeça curta tem origem na extremidade do processo coracoide da escápula, desce o úmero anteriormente para se juntar à cabeça longa em um tendão único que atravessa anteriormente a articulação do cotovelo e se insere na tuberosidade do rádio, o que possibilita a flexão dessa articulação. Antes de inserir-se na tuberosidade do rádio, do tendão do músculo parte uma faixa de tecido conjuntivo que atravessa a fossa cubital anteromedialmente e se funde à fáscia do antebraço, a aponeu- rose do músculo bíceps braquial(MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). O músculo bíceps braquial é um exímio flexor do cotovelo, porém, sua ação pode variar dependendo da posição dessa articulação. Por exemplo, quando o cotovelo está flexionado a quase 90° e o antebraço encontra-se em supinação, o músculo bíceps braquial é capaz de vencer a resistência do movimento para produzir vigorosa flexão. Entretanto, quando o antebraço está pronado, esse músculo passa a ser um potente supinador. 8 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculo braquial: imediatamente profundo ou posterior ao músculo bíceps braquial, temos o músculo braquial, o principal flexor da ar- ticulação do cotovelo por ser o principal gerador de força para esse movimento, seja qual for a posição do membro. Tem origem na metade distal da face anterior do úmero e inserção no processo coronoide e tuberosidade da ulna (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo coracobraquial: é um músculo relativamente pequeno e estreito comparado aos demais músculos do compartimento anterior do braço. Tem origem próxima à cabeça curta do músculo bíceps braquial na ex- tremidade do processo coracoide da escápula e inserção no terço médio da face medial do úmero, sendo que nesse trajeto é perfurado pelo nervo musculocutâneo. Auxilia na adução e flexão do braço, além de resistir à luxação da articulação do ombro (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Figura 5. Vista superficial do compartimento anterior do braço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 9 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 6. Vista profunda do compartimento anterior do braço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). Músculos do compartimento posterior Os músculos do compartimento posterior são inervados pelo nervo radial do plexo braquial e têm como ação principal a extensão do ombro e do cotovelo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). 10 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculo tríceps braquial: é um músculo volumoso, grande e em forma de fuso que tem três cabeças, a longa, a curta e a medial. A cabeça longa tem origem no tubérculo infraglenoidal da escápula e, ao atra- vessar a articulação do ombro posteromedialmente, é capaz de auxiliar na extensão e adução do braço, porém, é mais ativa na estabilização posterior do ombro em adução e resiste ao deslocamento inferior da cabeça do úmero (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). A cabeça medial é a principal extensora do cotovelo por ter origem na face posterior do úmero, inferior ao sulco do nervo radial. Já a cabeça curta, a mais forte das três cabeças, têm origem superior ao sulco do nervo radial, também na face posterior do úmero. A inserção comum das cabeças do tríceps braquial se dá por meio de um forte tendão na extremidade proximal do olecrano da ulna e da fáscia do antebraço (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo ancôneo: às vezes parcialmente fundido ao músculo tríceps braquial, às vezes, visível como um pequeno músculo triangular na face posterolateral do braço, o músculo ancôneo é sinergista da extensão do cotovelo e tensiona a cápsula articular do cotovelo para evitar seu pinçamento durante o movimento de extensão. Tem origem no epicôndilo lateral do úmero e inserção na face lateral do olecrano e face posterior da ulna (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Tanto a cabeça curta como a longa do músculo tríceps braquial, juntamente com o músculo ancôneo, são superficiais. Já a cabeça medial do músculo tríceps braquial é, em sua grande parte, profunda (TANK; GEST, 2009). Veja as Figuras 7 e 8 a seguir. 11 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 7. Vista superficial do compartimento posterior do braço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 12 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 8. Vista profunda do compartimento posterior do braço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). Músculos do antebraço O antebraço é a porção do membro superior entre o braço e a mão. Seu es- queleto é formado por dois ossos paralelos, o rádio (lateral) e a ulna (medial), que, por sua vez, são unidos entre si por uma forte membrana interóssea que serve de inserção a vários músculos do antebraço e auxilia nos movimentos de pronação e supinação. Basicamente, o antebraço auxilia o ombro a aplicar força e a controlar a posição da mão para realizar suas funções fi nas. Assim como no braço, os músculos do antebraço que têm inervação semelhante estão distribuídos em dois compartimentos diferentes, um compartimento anterior (anteromedial), denominado também de fl exor-pronador e outro comparti- 13 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão mento posterior (posterolateral) ou extensor-supinador. Diferentemente do braço, os compartimentos do antebraço espiralam-se na região proximal e tornam-se realmente delimitados na região distal do antebraço. Entretanto, na região proximal do antebraço, o que delimita os compartimentos anterior e posterior são o rádio e a ulna, já a membrana interóssea é uma boa estrutura para utilizarmos como limite anterior e posterior na região distal (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). A máxima funcionalidade das regiões distais do antebraço, punho e mão dependem que as mesmas apresentem volume mínimo. Para garantir esse pequeno volume, seria impossível que toda a musculatura que promove movimentos tão finos e coordenados estivesse nessas regiões. Portanto, os ventres desses músculos são extrínsecos aos locais que atuam e seus longos e delgados tendões estendem-se distalmente até o local de ação, como cordões em polias distantes (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Veja a seguir a Figura 9. 14 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 9. Vista de corte transversal da porção proximal do antebraço. Linha tracejada é considerada o limite entre os compartimentos anterior e posterior nessa região do antebraço. Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009). Músculos do compartimento anterior (flexor-pronador) Esses músculos são maiores e mais fortes que os do compartimento posterior e executam primariamente as ações de fl exão do cotovelo, punho e dedos, bem como a pronação do antebraço. O nervo mediano do plexo braquial que se estende por toda a região mediana do antebraço inerva cinco dos oito músculos desse compartimento. A maioria dos tendões dos músculos fl exores estão situados na face anterior do punho e o ligamento carpal palmar e o retináculo dos músculos fl exores, um espessamento da fáscia do antebraço, têm a função de mantê-los no lugar, principalmente durante o movimento de fl exão. Os músculos estão distribuídos em três camadas, superfi cial, intermédia e profunda (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). 15 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos da camada superficial A partir de uma fi xação comum, pelo tendão comum dos fl exores, no epicôndilo medial em direção lateral, temos quatro músculos esqueléticos nessa camada, o músculo pronador redondo, o músculo fl exor radial do carpo, o músculo palmar longo e o músculo fl exor ulnar do carpo. Todos eles são inervados pelo nervo mediano, exceto o músculo fl exor ulnar do carpo que é inervado pelo nervo ulnar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo pronador redondo: é o músculo mais lateral dessa camada e com formato de fuso. Tem origem no epicôndilo medial do úmero (cabeça umeral; origem comum dos flexores) e processo coronoide da ulna (cabeça ulnar) e se insere na metade da convexidade da face lateral do rádio. O sentido oblíquo de suas fibras com origem medial no úmero e ulna e inserção lateral no rádio faz com que sua contração faça o rádio rodar sobre a ulna promovendo o movimento de pronação. Uma referênciaimportante sobre esse músculo é que ele forma a margem medial da fossa cubital (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo flexor radial do carpo: está localizado medialmente ao mús- culo pronador redondo. É longo, fusiforme e também tem origem no epicôndilo medial do úmero. Para realizar sua ação de flexão do punho e também abdução deste, insere-se mais lateralmente, na base do II osso metacarpo. Seu longo tendão pode ser visualizado na metade de seu comprimento e antes de realizar sua fixação distal passa por um canal formado na parte lateral do retináculo dos músculos flexores e um sulco no osso trapézio do carpo, na bainha do músculo flexor radial do carpo. Além disso, lateralmente à parte distal de seu tendão podemos tocar a artéria radial (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo palmar longo: medialmente ao músculo flexor radial do carpo, temos outro músculo fusiforme, com ventre pequeno e tendão longo, o músculo palmar longo. Esse músculo pode apresentar variação ana- tômica em cerca de 14% das pessoas, podendo estar ausente bi ou unilateralmente. Também faz parte da origem comum dos flexores e se insere superficialmente no retináculo dos músculos flexores e no ápice da aponeurose palmar. Realiza flexão do punho e tensiona a aponeurose palmar. A parte distal de seu tendão serve como referência para localizar o nervo mediano que passa medialmente a ele antes de 16 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão entrar no retináculo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo flexor ulnar do carpo: o último músculo dessa camada é o mais medial de todos e o único não inervado pelo nervo mediano, mas sim pelo nervo ulnar que passa imediatamente profundo ao seu ventre. Sua cabeça umeral tem origem comum com os demais flexores dessa camada e a cabeça ulnar parte do olecrano e margem posterior da ulna. A inserção acontece no punho, no osso pisiforme, no hâmulo do hamato e no V osso metacarpo. Dessa maneira, o músculo realiza flexão do punho, além de adução (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Veja a Figura 10 a seguir. 17 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 10. Camada superficial dos músculos do compartimento anterior do antebraço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 18 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculo da camada intermédia Na camada intermédia temos apenas o músculo fl exor superfi cial dos dedos, o qual realiza fl exão das articulações interfalângicas proximais dos quatro últimos dedos da mão. É um músculo amplo, com origem também no epicôndilo medial e processo coronoide da ulna (cabeça umeroulnar) e no rádio em sua metade superior da margem anterior (cabeça radial). Em sua porção distal perto do punho, o ventre muscular dá origem a quatro tendões estreitos, que passam dentro do túnel do carpo, juntamente aos quatro tendões do músculo fl exor profundo dos dedos e se fi xam nos corpos das falanges médias dos quatro dedos mediais. Além de fl exionar as articulações interfalângicas proximais dos dedos que se inserem, ao agir mais fortemente, consegue também fl exionar as articulações metacarpofalângicas desses mesmos dedos (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Veja a Figura 11 a seguir. 19 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 11. Camada intermédia do compartimento anterior do antebraço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 20 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos da camada profunda A camada profunda do compartimento anterior do antebraço abriga os três últimos músculos esqueléticos que compõem essa região. Músculo flexor profundo dos dedos: imediatamente profundo ao músculo flexor superficial dos dedos, o músculo flexor profundo dos dedos flexiona as articulações interfalângicas distais por atravessá- -las anteriormente. Tem duas partes, a parte medial e a parte lateral, porém ambas têm origem nos três quartos proximais das faces medial e anterior da ulna e membrana interóssea. As inserções da parte medial acontecem na base das falanges distais dos 4º e 5º dedos e a parte lateral na base das falanges distais dos 2º e 3º dedos, sempre anteriormente. Além disso, a parte ulnar é inervada pelo nervo ulnar e a parte lateral pelo nervo interósseo anterior do nervo mediano (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo flexor longo do polegar: lateral ao músculo flexor profundo dos dedos, sua posição faz sentido ao visualizarmos que seu tendão deve alcançar o polegar, um dedo lateral. Sua origem se dá na face anterior do rádio e membrana interóssea e a inserção na face anterior da base da falange distal do polegar. Ao contrair-se, promove flexão da articulação interfalângicas do polegar. Sua inervação é feita pelo nervo interósseo anterior do nervo mediano (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo pronador quadrado: para finalizar os músculos do compar- timento anterior, temos o músculo pronador quadrado localizado na porção mais profunda e distal do antebraço. Tem formato quadrangular e, assim como o músculo pronador redondo, realiza a pronação do antebraço. Na realidade, o músculo pronador quadrado é o agonista desse movimento, enquanto o músculo pronador redondo é sinergista. Tem origem no quarto distal da face anterior da ulna e inserção no quarto distal da face anterior do rádio. Ao se contrair, roda o rádio medialmente sobre a ulna. Também é inervado pelo nervo interósseo anterior do nervo mediano (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Veja a Figura 12 a seguir. 21 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 12. Vista posterior dos músculos próprios ou intrínsecos do dorso. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). 22 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos do compartimento posterior (extensor-supinador) Todos os músculos extensores do antebraço são inervados pelo nervo radial e, assim como os tendões dos músculos fl exores, os tendões dos músculos exten- sores são mantidos nas suas posições pelo retináculo dos músculos extensores, impedindo o fenômeno denominado “corda de arco”, que se caracteriza pelo deslocamento posterior dos tendões desses músculos ao se realizar extensão do punho. Outra semelhança entre os tendões dos músculos extensores e fl exores é que todos são revestidos com bainhas tendíneas sinoviais para reduzir o atrito entre os tendões que estão muito juntos. Também existe uma fi xação proximal comum entre os tendões de quatro músculos superfi ciais, músculo extensor radial curto do carpo, músculo extensor dos dedos, músculo extensor do dedo mínimo e músculo extensor ulnar do carpo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). O túnel do carpo É um canal formado superiormente pelo ligamento transverso do carpo e retináculo dos músculos flexores e inferiormente pela fileira distal de ossos do carpo. O túnel do carpo contém os tendões dos músculos flexores superficial e profundo dos dedos, o tendão do músculo flexor longo do polegar, bem como as bainhas tendíneas sinoviais que envolvem esses músculos e o nervo mediano. Este último é um nervo sensitivo e motor (misto), responsável por desencadear a dor e a restrição dos movimentos durante inflamações das bainhas sinoviais em razão do atrito excessivo entre elas, caracterizando a síndrome do túnel do carpo. Veja a Figura 13. Figura 13. Túnel do carpo. Fonte: Adaptada de Tortora e Derrickson (2017). 23 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculo braquiorradial: é uma exceção à regra, pois, apesar de ser componente do compartimento extensor, localiza-se na face anterolateral do antebraço e é um músculo flexor. É mais ativo contra resistência, por exemplo,ao levantarmos peso necessitando de flexão do cotovelo e evitando a subluxação do rádio. Sua origem é na crista supraepicondilar e sua inserção é na face lateral do rádio próximo ao processo estiloide. Observe que o músculo braquiorradial atravessa somente a articulação do cotovelo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor radial longo do carpo: sua origem também é na crista supraepicondilar logo inferior à origem do músculo braquiorradial que o recobre até certa distância, podendo estar fundido a ele. Segue, então, posteriormente ao músculo braquiorradial, cruzado pelos músculos abdutor curto do polegar e extensor curto do polegar e se insere na face posterior do II metacarpo. Atravessando a articulação do cotovelo posterolateralmente, realiza extensão dessa articulação e, ao atravessar a articulação do punho lateralmente, realiza abdução. É o principal músculo responsável por cerrar o punho (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor radial curto do carpo: é o primeiro músculo com origem comum no epicôndilo lateral do úmero. Se insere na face pos- terior da base do III metacarpo e é responsável pelas mesmas ações do músculo extensor radial longo do carpo. Tanto os tendões do músculo extensor radial longo como do extensor radial curto do carpo passam sob o retináculo dos músculos extensores (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor dos dedos: estende os quatro dedos mediais da mão e as articulações metacarpofalângicas, pois os quatro tendões desse músculo se inserem nas faces posteriores das falanges médias e distais desses dedos. É interessante pensar que esse músculo realiza a extensão das articulações metacarpofalângicas apenas por passar posteriormente a elas e não necessariamente ter inserção na região. A origem é co- mum no epicôndilo lateral do úmero. A extensão individual dos quatro últimos dedos é restringida por conexões intertendíneas que unem os quatro tendões na região proximal das articulações metacarpofalângicas (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor do dedo mínimo: apesar de sua nomenclatura, após realizar a extensão do 5º dedo, realiza extensão da mão. O ventre, em sua porção distal, se separa do músculo extensor dos dedos e seu tendão e bainha atravessam um compartimento separado do retináculo dos extensores. Sua origem também é comum no epicôndilo lateral do 24 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão úmero e a inserção ocorre na face posterior na expansão extensora do dedo mínimo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor ulnar do carpo: tem origem no epicôndilo lateral e margem posterior da ulna. Insere-se na face posterior do V osso metacarpo. Sua ação se resume em estender e aduzir a mão, além de, juntamente com o músculo extensor radial longo do carpo, cerrar a mão. Seu tendão não atravessa o retináculo dos extensores e passa por um compartimento, juntamente com sua bainha sinovial, entre a cabeça da ulna e o processo estiloide (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Veja a Figura 14 a seguir. 25 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 14. Vista superficial dos músculos do compartimento posterior do antebraço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). Músculo supinador: é o primeiro músculo da “camada profunda” e está localizado profundamente na fossa cubital formando seu assoalho juntamente com o músculo braquial. Tem origem no epicôndilo lateral do úmero, ligamentos colaterais radial e anular do rádio, “fossa do músculo supinador” e crista do músculo supinador. Sua inserção acontece em direção oblíqua, seguindo as faces anterior, lateral e posterior do terço proximal do rádio. Sua contração realiza a supinação lenta do antebraço 26 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão (a supinação rápida é feita pelo músculo bíceps braquial), além de ser capaz de girar o rádio anterior ou superiormente com o cotovelo em flexão. Por entre suas fibras trafega o ramo profundo do nervo radial que o inerva e ao sair do músculo passa a seguir o trajeto da artéria interóssea posterior e passa a ser denominado nervo interósseo posterior (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo abdutor longo do polegar: sua origem é bem profunda nas faces posteriores das metades proximais do rádio, ulna e membrana interós- sea. Insere-se na base do I osso metacarpo e suas principais ações são abduzir o polegar e estender o polegar na articulação carpometacarpal. No punho seu tendão é saliente e segue profundamente no retináculo dos músculos extensores juntamente com o tendão do músculo extensor curto do polegar na bainha que encerra esses tendões. Quando o polegar é abduzido contra resistência na articulação metacarpofalângica, é possível ver e palpar o tendão na face lateral da tabaqueira anatômica, uma área triangular na lateral do dorso da mão. O tendão medial na saliência da tabaqueira anatômica pertence ao músculo extensor longo do polegar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor curto do polegar: distalmente e parcialmente enco- berto pelo músculo abdutor longo do polegar temos o ventre fusiforme do músculo extensor curto do polegar. Tem origem na face posterior do terço distal do rádio e membrana interóssea e inserção na face dorsal da base da falange proximal do polegar. Sua contração promove extensão da falange proximal do polegar na articulação metacarpofalângica e extensão da articulação carpometacarpal. Seu tendão se junta ao tendão do músculo abdutor longo do polegar na tabaqueira anatômica (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor longo do polegar: como a própria nomenclatura descreve, esse músculo é o mais longo que o extensor curto. Seu tendão, ao atravessar o retináculo dos extensores juntamente com sua bainha sinovial, se insere na face posterior da falange distal do polegar. A origem é profunda na face posterior do terço médio da ulna e membrana interóssea. A contração desse músculo estende a falange distal do polegar na articulação interfalângicas, além de estender as articulações metacarpofalângica e carpometacarpal. Seu tendão forma o limite medial da tabaqueira anatômica (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Músculo extensor do indicador: o mais medial dos músculos profundos tem um ventre estreito e alongado localizado medialmente ao mús- culo extensor longo do polegar. Em razão desse músculo é que o dedo 27 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão indicador tem independência ao ser estendido. Entretanto, o músculo extensor do indicador pode agir junto com o músculo extensor dos dedos para estender o dedo indicador na articulação interfalângica proximal, por exemplo, quando apontamos em direção a algo. Além disso, esse músculo auxilia na extensão da mão. Sua origem é na face posterior do terço distal da ulna e membrana interóssea e a inserção na expansão do músculo extensor do 2º dedo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Todos os músculos profundos do compartimento posterior do antebraço são inervados pelo ramo profundo do nervo radial (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA e NIELSEN, 2017). Veja a Figura 15 a seguir. 28 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Figura 15. Vista profunda dos músculos do compartimento posterior do antebraço. Fonte: Adaptada de Tank e Gest (2009). Músculos da mão A mão é a porção da parte livre do membro superior mais distal. Está conectada ao antebraço proximalmente e tem a capacidade de realizar movimentos extre- mamente complexos que deram a capacidade ao ser humano de segurar objetos, 29 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão fazer oposição, escrever e muitos outros. Tais movimentos fi nos somente são possíveis devido ao grande número de músculos esqueléticos destinados à mão, além da integração neuronal desenvolvida pelo sistema motor e, claro, dotipo de inervação motora que esses músculos recebem. Dessa forma, temos muitos músculos inervados dos muitos neurônios e sabemos que quanto mais um músculo é inervado por mais neurônios, mais unidades motoras são formadas e maior é a capacidade de recrutá-las durante um movimento específi co. Além disso, um maior número de unidades motoras confere uma maior capacidade de modulação pelos sistemas de controle motor (SILVERTHORN, 2017). O esqueleto da mão é formado por 27 ossos, os quais formam articulações sinoviais entre si e permitem ampla mobilidade à essa região. São oito ossos carpais formando o carpo, cinco ossos metacarpais formando a palma e o dorso da mão e 14 falanges formando os dedos da mão. Para que cada articulação se movimente de forma adequada, temos músculos localizados fora da estrutura da mão (extrínsecos) e músculos localizados na própria mão (intrínsecos) (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). É essencial que profissionais da área da saúde, principalmente os fisiotera- peutas e os terapeutas ocupacionais, tenham o conhecimento da morfologia e da função da mão. É de esperar que indivíduos que apresentam incapacidade ou dificuldade de realizar tarefas ou redução da habilidade manual desenvolvem diversos prejuízos, principalmente às atividades da vida diária. Para tanto, vamos fazer uma breve explanação sobre as atividades realizadas pela mão. Preensão palmar: se refere à forma que seguramos objetos. Os dedos envolvem um objeto contra a palma da mão, sendo necessário realizar mais ou menos resistência (força) dependendo do peso do objeto. De acordo com a força empregada podemos utilizar mais ou menos mús- culos, em geral, ao realizarmos um movimento de preensão com força, necessitamos dos músculos flexores extrínsecos, que têm sua ação nas articulações interfalângicas, músculos intrínsecos da mão, que agem nas articulações metacarpofalângicas e os músculos extensores do punho, que agem nas articulações mediocarpal e radiocarpal para posicionar a mão, garantindo efetividade à preensão, uma vez que a flexão do punho reduz a capacidade de preensão (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Preensão em gancho: nesse movimento, os músculos flexores extrínsecos da mão são mais recrutados porque é necessário menor grau de energia desprendida e precisão, por exemplo, quando carregamos sacolas ou uma mala (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). 30 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Preensão com manuseio de precisão: por exemplo, quando você segura um objeto e tenta sentir sua textura e formato, você necessita segurá-lo e ao mesmo tempo manuseá-lo, mudando-o de posição na palma da mão e movimentando-o com os dedos. Segurar o lápis ao escrever, colocar uma linha na agulha e se maquiar também são exemplos de movimento de preensão com a utilização de movimentos finos realizados pelas mãos. Nesse contexto, o punho e a mão são mantidos imóveis por contrações isométricas dos músculos flexores e extensores dos dedos e os músculos intrínsecos da mão realiza os movimentos complexos (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Pinçamento: esse movimento é realizado entre o polegar e o indicador, como quando você vai pegar objetos muito pequenos como uma moeda ou segurar a asa de uma xícara. Também é considerado pinçamento o movimento de estalar os dedos utilizando o polegar juntamente com os 2º e 3º dedos (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). Nesse movimento, os músculos intrínsecos e extrínsecos destinados a esses dedos são mais utilizados. Posição de repouso: é a posição assumida quando a mão não está execu- tando nenhuma atividade, ou seja, está inativa. É importante conhecer essa posição, principalmente, quando é necessário imobilizar a mão fraturada (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014). A posição assumida é com os dedos levemente flexionados e sem inclinação lateral na articulação carpometacárpica. Agora passaremos às descrições dos músculos intrínsecos da mão. Os músculos extrínsecos já foram abordados no estudo do antebraço como inte- grantes dos músculos de seus compartimentos anterior e posterior. São eles: músculo flexor superficial dos dedos, músculo flexor profundo dos dedos, músculo flexor longo do polegar, músculo extensor dos dedos, músculo exten- sor do indicador, músculo extensor do dedo mínimo, músculo abdutor longo do polegar, músculo extensor longo do polegar e músculo extensor curto do polegar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculos intrínsecos da mão Os músculos intrínsecos da mão estão agrupados em três partes distintas, tenar, hipotenar e músculos curtos da mão, além de termos ainda o músculo abdutor do polegar que não é agrupado em nenhumas das partes citadas. 31 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Músculos tenares Estão agrupados na eminência tenar, uma região elevada localizada in- ferolateralmente na palma da mão e relacionada à oposição do polegar. O polegar tem um alto grau de mobilidade, basicamente em virtude dos eixos de movimento de suas articulações, principalmente do osso metacarpal I. Nesse sentido, o polegar é capaz de executar os movimentos de fl exão/extensão, abdução/adução e oposição. A inervação de quase todos os músculos tenares é realizada pelo nervo recorrente do nervo mediano, com exceção da cabeça profunda do músculo fl exor curto e adutor do polegar que são inervados pelo ramo profundo do nervo ulnar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo abdutor curto do polegar: está localizado na porção ante- rolateral da eminência tenar. Como a nomenclatura sugere, realiza abdução, porém, também é sinergista da oposição do polegar realizando um pouco de rotação medial da falange proximal. Esse músculo tem origem no retináculo dos músculos flexores e tubérculos dos ossos esca- foide e trapézio. A inserção acontece na face lateral da base da falange proximal desse dedo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo flexor curto do polegar: é medial ao músculo abdutor curto do polegar. Tem duas cabeças (ventres) que se interpõem entre o tendão do músculo flexor longo do polegar, a cabeça superficial e a cabeça profunda. Antes de se inserir na face lateral da base da falange pro- ximal do polegar, podemos verificar na porção distal de seu tendão dois pequenos e arredondados ossos sesamoides. A origem também é comum aos músculos tenares no retináculo dos músculos flexores e tubérculos dos ossos escafoide e trapézio. O músculo flexiona o polegar nas articulações carpometacarpais e metacarpofalângicas, além de ser sinergista da oposição (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo oponente do polegar: está localizado profundamente ao mús- culo abdutor curto e lateralmente ao músculo flexor curto do polegar. Sua contração promove a oposição, movimento específico desse dedo e que lhe confere uma característica evolutiva importante que somente alguns primatas têm, incluindo os seres humanos, os quais aprimora- ram ainda mais esse movimento. Esse músculo roda e flexiona o osso metacarpal I na articulação carpometacarpal durante a oposição, que 32 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão está diretamente relacionado ao polegar. A origem e a inserção são comuns aos demais músculos tenares (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo adutor do polegar É um músculo em forma de leque e está localizado no compartimento adutor da mão. Origina-se por meio de duas cabeças (oblíqua e transversa) que são divididas pela artéria radial antes de formar o arco palmar profundo. A ação desse músculo aumenta a força de preensão por mover o polegar em direção à palma da mão. A cabeça oblíqua tem origem nas bases dos ossos metacarpais II e III, capitato e carpais adjacentes e cabeça transversa na face anterior do corpo do osso metacarpal III. A inserção acontece na face medial da base da falange proximaldo polegar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculos hipotenares Esses músculos estão em lados opostos à eminência tenar, na face medial da palma da mão e formam a eminência hipotenar, menos volumosa que a sua oposta. Semelhante aos músculos tenares que movem o polegar, os múscu- los hipotenares movem o dedo mínimo. Todos os músculos hipotenares são inervados pelo ramo profundo do nervo ulnar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo abdutor do dedo mínimo: apesar de ser um abdutor, também flexiona a falange proximal do dedo mínimo por se inserir na face medial da base da falange proximal desse dedo. Sua origem é no carpo, no osso pisiforme. É o mais superficial dos músculos hipotenares (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo flexor curto do dedo mínimo: está localizado lateralmente ao músculo abdutor do dedo mínimo. Também flexiona a falange proximal do 5º dedo por sua ação na articulação metacarpofalângica. Tem origem no hâmulo do osso hamato e retináculo dos músculos flexores e inserção no mesmo local que o músculo abdutor curto do dedo mínimo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo oponente do dedo mínimo: esse músculo complementa o mo- vimento de oponência do polegar deslocando o V osso metacarpal em sentido anterior e girando-o. Também tem origem no hâmulo do osso 33 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão hamato e retináculo dos músculos flexores e insere-se na margem medial do osso metacarpal V, atuando na articulação carpometacarpal do 5º dedo (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculo palmar curto: localizado na tela subcutânea da eminência hipo- tenar, sua ação é de enrugar a pele da eminência hipotenar e aprofundar a palma da mão, atuando, assim, no movimento de preensão. O nervo e a artéria lunares passam profundamente a esse músculo. Se insere na margem medial da aponeurose palmar e na pele na margem medial da mão (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculos curtos da mão Nesse grupo, temos os músculos lumbricais e os músculos interósseos. Músculos lumbricais: são quatro músculos estreitos, alongados e ver- miformes. Atuam tanto na flexão dos dedos nas articulações meta- carpofalângicas como na extensão das articulações interfalângicas. A origem dos 1º e 2º lumbricais é nos dois tendões laterais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos semipeniformes), mas a origem dos 3º e 4º lumbricais é nos três tendões mediais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos peniformes). Já as inserções acontecem nas faces laterais das expansões extensoras do 2o ao 5o dedo. Os 1º e 2º lumbricais são inervados pelo nervo mediano e os 3º e 4º, pelo ramo profundo do nervo ulnar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). Músculos interósseos: existem quatro músculos interósseos dorsais entre os ossos metacarpais e três músculos interósseos palmares nas faces palmares dos ossos metacarpais. Esses músculos fecham os es- paços entre os ossos metacarpais, sendo que a musculatura dorsal abduz os dedos e a musculatura palmar os aduz. Para finalizar, os músculos interósseos dorsais têm origem nas faces adjacentes de dois ossos metacarpais (como músculos peniformes) e inserção nas bases das falanges proximais e expansões extensoras do 2o ao 4o dedo. Os músculos interósseos palmares têm origem nas faces palmares dos ossos metacarpais II, IV e V (como músculos semipeniformes) e inserção nas Bases das falanges proximais; expansões extensoras do 2o, do 4o e do 5o dedos. Todo o grupo de músculos interósseos é inervado pelo ramo profundo do nervo ulnar (MOORE; DAILEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017). 34 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão Veja a Figura 16 a seguir. Figura 16. Vistas posterior e anterior da mão. Músculos intrínsecos da mão e tendões dos músculos extrínsecos. Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009). 35 Músculos da cintura escapular, do braço e do antebraço, da mão e dos dedos da mão MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (Série Martini). MOORE, K.; DAILEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 36 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR As linhas de ação de um músculo determinam o tipo de movimento que será realizado em uma articulação. Compreender as linhas de ação dos músculos esqueléticos facilita muito a vida profissional de um fisioterapeuta, pois os testes de ação muscular são baseados nessas linhas de ação, que determinam a direção da contração muscular. Nesta Dica do Professor, você vai entender um pouco mais sobre as linhas de ação que atuam sobre o ombro. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Os músculos intrínsecos do ombro, que partem diretamente da escápula e se inserem no úmero, são também denominados músculos escapuloumerais. Nesse sentido, qual músculo escapuloumeral ocupa toda a parte média da margem lateral da escápula e se insere na face inferior do tubérculo maior do úmero? A) Músculo subescapular. B) Músculo supraespinal. C) Músculo infraespinal. D) Músculo redondo menor. E) Músculo redondo maior. Os músculos escapuloumerais que movem os membros superiores na articulação do 2) ombro são: músculo deltoide, músculo redondo maior, músculo supraespinal, músculo infraespinal, músculo subescapular e músculo redondo menor, sendo os quatro últimos denominados músculos do manguito rotador devido às suas ações relacionadas à rotação da articulação do ombro. Nesse contexto, qual músculo escapuloumeral tem como principal função o movimento de abdução do ombro até os primeiros 15° e a partir do ângulo de 15°, respectivamente? A) Músculo deltoide e músculo infraespinal. B) Músculo supraespinal e músculo deltoide. C) Músculo deltoide e músculo supraespinal. D) Músculo infraespinal e músculo deltoide. E) Músculo supraespinal e músculo infraespinal. 3) O braço é a região localizada entre o ombro e o cotovelo, cujo esqueleto é formado pelo úmero. Na região proximal, a cabeça do úmero articula-se com a cavidade glenoidal, formando a articulação do ombro e, na região distal, o côndilo do úmero formado pelo capítulo (lateral) e a tróclea (medial) articulam-se com o rádio e a ulna, respectivamente, formando a articulação do cotovelo. Nesse contexto, o braço é dividido em compartimento anterior, que aloja os músculos flexores, e o compartimento posterior, que aloja os músculos extensores. Quais músculos a seguir estão localizados no compartimento anterior? A) Músculo bíceps braquial e músculo braquial. B) Músculo braquial e músculo tríceps braquial. C) Músculo bíceps braquial e músculo tríceps braquial. D) Músculo coracobraquial e músculo ancôneo. E) Músculo tríceps braquial e músculo ancôneo. 4) O antebraço é a porção do membro superior entre o braço e a mão. Seu esqueleto é formado por dois ossos paralelos, o rádio, que está situado na região lateral, e a ulna, localizada na região medial, ambos são unidos entre si por uma forte membrana interóssea que serve de inserção a vários músculos do antebraço e auxilia nos movimentos de pronação e supinação, além disso, essa musculatura é inervada pelos nervos mediano e ulnar. Nesse sentido, qual músculo é inervado pelos nervos mediano e ulnar, respectivamente? A) Músculo pronador redondo e músculo flexor radial do carpo. B) Músculo palmar longo e músculo flexor ulnar do carpo. C) Músculo flexorradial do carpo e músculo palmar longo. D) Músculo flexor ulnar do carpo e músculo flexor radial do carpo. E) Músculo flexor radial do carpo e músculo pronador redondo. A mão é a porção mais distal da parte livre do membro superior, está conectada na região proximal do antebraço e tem a capacidade de realizar movimentos extremamente complexos que conferem ao ser humano a capacidade de segurar objetos, fazer oposição, escrever, entre outros. Esses movimentos complexos são possíveis pela integração neuromotora que apresenta um maior número de unidades motoras, o que confere uma maior capacidade de modulação pelos sistemas de controle motor. Nesse contexto, é essencial que os fisioterapeutas tenham o conhecimento da morfologia e da função da mão para melhor entender as atividades realizadas por ela. Nesse sentido, o movimento que é realizado entre o polegar e o indicador, como, por exemplo, quando você vai pegar objetos muito pequenos, como 5) uma moeda, é denominado de: A) Preensão com manuseio de precisão. B) Preensão em gancho. C) Preensão palmar. D) Pinçamento. E) Posição de repouso. NA PRÁTICA Várias doenças musculoesqueléticas são incapacitantes, seja por afetarem diretamente a estrutura muscular e/ou esquelética, seja por afetarem o sistema nervoso. O manguito rotador, por exemplo, é um conjunto de músculos que tem por função primordial manter a cabeça do úmero em sua posição na cavidade glenoidal da escápula, além de promover os movimentos de rotação e abdução do ombro. Qualquer lesão que afete a musculatura ou os ossos dessa região provocará prejuízos nas ações desses músculos, afetando a estabilidade do ombro. Uma lesão comum do manguito rotador é a ruptura do tendão do músculo supraespinal, responsável por sustentar a cabeça do úmero e iniciar o movimento de abdução. No anexo a seguir, você verá um caso clínico sobre esse tipo de lesão. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Anatomia do movimento Para aprofundar seus conhecimentos e compreender como testar a função dos músculos esqueléticos, leia a Parte II deste livro. Fisiologia – Uma abordagem integrada No Capítulo 12 do seguinte livro, você poderá estudar como acontece a contração muscular esquelética.
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