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Reprodução e Manejo de espécies florestais

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REPRODUÇÃO E MANEJO DE ESPÉCIES FLORESTAIS (parte 1)
Floresta: área medindo mais de 0,5 ha com arvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou arvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano (FAO, 2004)
Floresta: área mínima de terra de 0,05-1,0 hectare com cobertura de copa das arvores, com mais de 10-30% de arvores com potencial para atingir uma altura mínima de 2-5 metros na maturidade “in situ”. Uma floresta pode consistir de formações florestais fechadas, em que arvores de vários estratos e sub-bosques cobrem uma grande proporção do solo, ou de florestas abertas. Povoamentos naturais jovens e todos os plantios que ainda tem que atingir uma densidade de copa de 10-30 por cento ou altura de arvore de 2-5 metros são considerados florestas, assim como são as áreas que estão temporariamente sem estoques, em consequência da intervenção humana, e que normalmente fazem parte da área florestal, como a colheita ou causas naturais, mas que, espera-se, reverterão para florestas (ZAKIA & GUEDES PINTO, 2013).
A estruturação do dossel florestal pode ser obtida a partir da combinação de espécies com papéis diferentes na construção do dossel, diferentes velocidades de crescimento e diferentes características arquiteturais (Oliveira et al, 2007).
· Florestas na propriedade e na paisagem rural:
· Arvores isoladas
· Pequenos agrupamentos
· Bosques/pomares
· Plantios florestais e agroflorestais
· SSP ou ILPF
· Fragmentos de vegetação nativa
· florestal remanescente
· Áreas de restauração florestal
· Áreas de preservação permanente
· Áreas de reserva legal
· Cercas vivas e quebra-ventos
	Características
	Pioneira
	Secundária inicial
	Secundária tardia
	Clímax
	Crescimento
	Mt rápida
	Rápida
	Mediana
	Lento ou mt lento
	Madeira
	Muito leve
	Leve
	Mediamente duro
	Dura e pesada
	Tolerância à sombra
	Muito intolerante
	Intolerante
	Tolerante no estado juvenil
	Tolerante
	Regeneração
	Banco de sementes
	Banco de plântulas
	Banco de plântulas
	Banco de plântulas
	Dispersão de sementes
	Zoocoria (alta diversidade) anemocoria a longa distância
	Barocoria restrita ampla zoocoria e anemocoria a grande distância
	Principalmente anemocoria
	ampla zoocoria e barocoria restrita
	Tamanho das sementes e frutos dispersos
	Pequeno
	Médio
	Pequena ou médio
	Grande e pesado
	Dormência das sementes
	Induzida (foto ou termorregulada
	Sem
	Sem
	Inata (imaturidade do embrião)
	Idade da 1ª reprodução
	Prematura 
(1-5 anos)
	Intermediaria (5-10 anos)
	Relativamente tardia 
(10-20 anos)
	Tardia
 (> 20 anos)
	Dependência de polinizadores específicos
	Baixa
	Alta
	Alta
	Alta
	Tempo de vida
	Muito curto
(até 10 anos)
	Curto 
(10-25 anos)
	Longo
(25-100 anos)
	Muito longo
(> 100 anos)
· Características dos povoamentos florestais:
· Composição: puros ou mistos. Os povoamentos puros, são os constituídos por uma ou muito poucas espécies arbóreas, e normalmente são artificiais (plantios). Os povoamentos mistos são constituídos de várias espécies associadas seguindo diferentes modelos (Lamprecht,1990)
· Estrutura: equiânios, regulares ou coetâneos (em determinado momento, as árvores pertencem a mesma classe de idade), ou inequiânios, irregulares ou dissetâneos (aqueles que possuem pelo menos três classes de idade misturadas no mesmo povoamento) (Lamprecht, 1990; Loureiro, 1991, Ribeiro et al, 2002). Geralmente, os povoamentos equiâneos são artificiais. Já os inequiâneos podem ser naturais ou artificiais (Lamprecht, 1990; Loureiro, 1991, Ribeiro et al, 2002). A estrutura de um povoamento e caracterizada pela distribuição das classes de idade (podendo ser regular ou irregular). Na estrutura regular predomina uma distribuição horizontal, enquanto na irregular é evidente uma distribuição vertical. (Gonçalves et al., 2008). Um método de regeneração é um procedimento por meio do qual se estabelece ou se renova um povoamento florestal, e pode ser por meio de regeneração natural ou artificial.
Talhadia: sistema no qual a regeneração se dá por via vegetativa, com rotações relativamente curtas. A madeira obtida por este método e usada para fins menos nobres, como lenha ou carvão. As espécies utilizadas devem rebrotar bem, deve-se conhecer a época adequada para corte e o número de cortes viáveis.
Alto fuste: A regeneração ocorre pela germinação de sementes provenientes do próprio local, de outros locais ou de plantações pelo homem. Tem rotações mais longas e a regeneração pode ser artificial ou natural.
· Silvicultura
· Métodos naturais e artificiais de regeneração
· Sistemas silviculturais aplicados a florestas/povoamentos naturais e plantações florestais
 Um Sistema Silvicultural abrange todas as operações culturais aplicadas a uma floresta no decorrer de sua vida. Essas operações tem por objetivos o sucesso da regeneração das espécies desejadas, o tratamento adequado das arvores, a atenção ao solo e a criação de condições ótimas para a regeneração.
Um sistema silvicultural é a sequência de amostragens, e tratamentos silviculturais, com vista a favorecer certas arvores, por forma a obter uma floresta com uma proporção de arvores de espécies comercias, desejáveis e cada vez mais vigorosas (Louman et al., 2001)
· Sistemas Monocíclicos: aqueles que removem numa só operação todo o estoque de madeira comercial. Estes sistemas, modificam completamente a estrutura natural da floresta, com objetivo de criar florestas altas equianeas. Os principais sistemas são: sistema de regeneração natural/artificial com dossel protetor; sistemas de eliminação do dossel superior de uma só vez, e em função da regeneração natural ou artificial das sementes e sistema monocíclico de melhoramento (Louman et al., 2001).
· Sistemas Policíclicos: aqueles que manejam o povoamento em pé, e apenas, uma parte das espécies são aproveitadas. Estes sistemas modificam muito pouco a estrutura natural da floresta, e o objetivo e de criar uma floresta alta multianea e composta predominantemente por especeis de valor comercial. Os sistemas policíclicos podem ser: sistemas de enriquecimento, sistemas de melhoramento e sistemas de desbastes (Louman et al., 2001).
 Um método de regeneração e um procedimento por meio do qual se estabelece ou se renova um povoamento florestal, e pode ser por meio de reprodução natural ou artificial. O sistema silvicultural adotado determina a distribuição das idades das arvores, ou seja, a estrutura do povoamento. Representa o processo de condução das florestas, exploração e regeneração, dentro dos quais pode se estabelecer diferentes regimes de manejo, de acordo com cada tipo de produto que se quer obter.
Caraterização dos sistemas silviculturais
	Operação
	Tipo
	Características
	Exploração
	Seletiva
	Corte seletivo em uma área específica adotando um ciclo de corte
	
	Corte raso
	Corte raso em uma área distribuído em um nº de anos
	Regeneração
	Natural
	Mudas de regeneração natural ou rebrota
	
	Artificial
	Muda de viveiro
	Favorecimento
	De alta e de baixa intensidade
	
FAO, 1989
· Medidas de crescimento
O crescimento pode ser definido como uma mudança de magnitude de qualquer característica mensurável, como diâmetro, altura, volume, peso, biomassa, etc. O ritmo do crescimento e influenciado por fatores internos (fisiológicos), externos (ecológicos) e pelo tempo. Este último sempre vai atrelado ao crescimento, e por este motivo que se procura conhecer a idade de uma arvore. O que cresce em uma arvore em períodos sucessivos de tempo, e o que se denomina de incremento.
· Diâmetro (DAP)
· Volume (m3/ha)
· Incremento corrente anual (ICA): expressa o crescimento ocorrido entre o início e o fim da estação de crescimento, em um período de 12 meses, ou entre dois anos consecutivos. Esse crescimento também e conhecido como crescimento acumulado, correspondendo o que a arvore cresceu no período de um ano.
ICA = Y(t + 1) – Y(t)
Y = dimensão da variável considerada e t = idade
· Incremento periódico anual (IPA): é o que a arvore cresceuem média de um determinado período de anos. Por exemplo, o que a arvore cresceu em 5, 10 ou 15 anos. O cálculo se baseia nos valores do início e fim do período, e o número de anos.
IPA = (Y(t + n) – Yt)/n
Y = dimensão da variável considerada, t = idade, n = período de tempo
· Incremento médio anual (IMA): expressa a média do crescimento total a certa idade da arvore. Expressa, portanto, a média anual do crescimento para qualquer idade. E obtido pela divisão da grandeza atual da variável considerada pela idade a partir do tempo zero.IMA = Yt /to
to = idade a partir do tempo zero, Y = dimensão da variável considerada
· Área basal (m2/ha):
DAP: Diâmetro a altura do peito
CAP: Circunferência a altura do peito
AB = π (DAP)2/4
Área basal da espécie: somatório da área da secção do tronco (ou dos troncos) a 1,30 m acima do nível do solo, de todos os indivíduos das espécies (em m2/ha).
ABi = 
· A área basal é o melhor descritor para se caracterizar estruturalmente uma comunidade e para fazer comparações;
· Relaciona-se diretamente a biomassa da vegetação;
· Sofre pouca influência do critério de inclusão (usar 1 cm ou 5 cm como critério de inclusão de DAP resultara numa diferença inferior a 10%).
· Altura:
· Altura total: distancia vertical entre o terreno e o ápice da copa da arvore;
· Altura de fuste: distancia vertical entre o terreno até a base da copa
· Altura de copa: diferença entre a altura total e a altura do fuste
· Altura comercial: muito variável, pois depende da finalidade a que se destina a madeira. Pode ser considerada como a distância vertical contada de onde terminam as raízes tubulares até um determinado ponto de fuste ou até a copa;
· Altura dominante: altura média das 100 arvores dominantes em um local.
· Método da sombra:
Usar em dias de sol e para árvores na posição vertical; com sol a pino não funciona (meio-dia); descartar para povoamentos em que as copas são relativamente juntas.
· Método da vara (2):
altura = distancia da pessoa até a arvore + altura do olho da pessoa até o solo
· Prancheta dendrométrica:
Sendo Pp = 10 cm, pm= leitura da prancheta, AB= distancia horizontal entre o observador e a árvore.
Volume da árvore em pé: 
V = h.DAP².0,7854. f
V: volume da árvore (m³), h: altura da árvore (m), 0,7854: produto aproximado de , f: fator de forma
Fator de forma: O fato de as árvores serem mais grossas junto a superfície do solo e se tornarem mais finas rumo a copa pode causar erros no cálculo do volume do tronco. Para se evitar esses erros, usa-se esse um índice de correção. Para encontrar o fator de forma derruba-se algumas arvores representativas do povoamento, e mede-se os troncos de 2 em 2 m. Por meio de uma formula determina-se o valor que representa a correção entre a parte mais fina e a parte mais grossa da arvore. O fator de forma varia entre 0 e 1.
Para fins práticos utiliza-se para estimativas rápidas do volume total de madeira de arvores em pé fator de forma entre 0,4 e 0,5, para arvores com crescimento monopodial (Ex: eucaliptos, grevilea, pinus, araucária).

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