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01 - Crédito e Mercado Financeiro

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Crédito e Mercado Financeiro
Professora: Mércia de Lima Pereira
Mestre em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal da Paraíba – UFPB/PPGCC 
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CRÉDITO
Em sentido amplo, a palavra crédito significa confiança, fé na solvabilidade. Em termos financeiros, significa acreditar na capacidade de pagamento.
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ORIGEM DO CRÉDITO
O crédito é prática muito antiga. Há citações na Bíblia pertinentes ao crédito:
Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor; não lhe imporás juros. (Êxodo 22:25); 
Do estrangeiro poderás exigir juros; porém, do teu irmão não os exigirás, para que o Senhor teu Deus te abençoe em tudo a que puseres a mão, na terra à qual vais para a possuíres. (Deuteronômio 23:20).
A concessão de crédito é a principal aplicação de uma instituição financeira (IF) clássica. Nela, a carteira de créditos geralmente é o maior ativo e fonte predominante de receita.
A concessão de crédito é a principal operação de uma instituição financeira (IF) clássica. Nela, a carteira de créditos geralmente é o maior ativo e fonte predominante de receita
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Crédito (em Finanças)
Modalidade de financiamento destinada a possibilitar a realização de transações comerciais entre empresas e seus clientes
O CRÉDITO INCLUI:
TEMPO
CONFIANÇA
Promessa de pagamento
Período entre aquisição e quitação da dívida
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Crédito atende a várias necessidades:
Pessoas Físicas
 Compra de bens (imóveis, veículos, equipamentos, etc);
 Reforma de imóveis;
Gastos com saúde, educação, lazer e moradia.
Financiamento a empresas
 Compra de Matéria prima;
Compra de máquinas e equipamentos;
Ampliação da fábrica;
 Financiamentos do comércio exterior;
Financiamento ao cliente.
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Crédito x Risco
Definição: troca de um valor presente por uma promessa de reembolso futuro, não necessariamente certa , em virtude do “fator risco”. 
Necessidade de que o credor faça uma análise cuidadosa da capacidade financeira de cada cliente antes da concessão do financiamento.
Lojas: 
Entrega da mercadoria ou bem
Instituições financeiras: Empréstimos e financiamentos
O crédito envolve tanto uma venda a prazo, feita por empresa comercial ou industrial, como um empréstimo feito por uma instituição financeira.
A qualquer momento acontecimentos imprevistos adversos, como o da recessão econômica, que podem afetar as fintes primárias de pagamentos de empresas e pessoas 
físicas, reduzindo a possibilidade de recebimento de crédito.
- Entregar a reportagem e exibir o vídeo: cadastro positivo.
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Risco crédito 
Como o crédito envolve a expectativa de recebimento futuro, existe o fator risco, pois o futuro é incerto. Conceder crédito envolve a análise do risco.
Risco de crédito: é a probabilidade de que o capital não retorne na data acordada, ou seja, no vencimento. Ocorre sempre que houver incertezas em relação ao recebimento de um título, de um boleto, de uma aplicação financeira, de um bem, etc. (É o risco do não pagamento, probabilidade de perda financeira).
Inadimplência: o não pagamento.
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Risco de crédito
Relaciona-se com:
Perdas financeiras: Prejudicam a liquidez; e
Captação financeira no mercado financeiro.
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Fatores determinantes de inadimplência
Dois fatores determinantes para o risco de crédito (WESLEY, 1993):
Fatores internos: profissionais desqualificados, controles de riscos inadequados, ausência de modelos estatísticos, concentração de crédito com clientes com alto risco;
Fatores externos: concorrência, Carga tributária, caráter de clientes, Taxa de Juros, etc.
No fator externo, exemplificar com as crises dos EUA.
No fator interno, exemplificar a petrobras no envolvimento com a lava jato, da corrupção de seus dirigentes.
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Tipos de riscos
Riscos não Sistêmicos: independe da economia e que está relacionado a características de uma empresa ou de um segmento da economia, relaciona-se aos fatores internos.
Risco Sistêmico: compreende a parte relevante do risco de um investimento, principalmente relacionada à situação econômica e concorrencial, está relacionado a fatores externos.
No risco sistêmico, exemplificar com a crise dos EUA. E como a crise afetou o sistema financeiro do mundo inteiro, por isso, sistêmico.
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Para minimizar o risco de concessão de crédito...
Os credores devem direcionar recursos para os seguintes investimentos:
Atualização de conhecimentos e treinamentos dos analistas de crédito;
Implantação de técnicas estatísticas para concessão e monitoramento do risco de inadimplência;
Desenvolvimento de simulações sobre o comportamento de fatores sistemáticos para mensurar possíveis impactos sobre o risco (inadimplência) e retorno (lucratividade) em carteiras de crédito.
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Limitações enfrentadas por empresas 
A dependência do risco de crédito da ocorrência de fatores sistemáticos;
A utilização de informações imperfeitas na fase da análise de crédito;
Ausência de banco de dados com informações dos clientes em todo o mercado de crédito;
As dificuldades de ajustamento de estratégias de diversificação de riscos em carteiras de crédito.
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Estrutura dos mercados no Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional está estruturado em 4 (quatro) mercados:
Mercado de crédito;
Mercado monetário;
Mercado Cambial;
Mercado de capitais.
No ambiente econômico, crédito é um meio importante de alavancar o desenvolvimento de um país e possui diversas características que são objeto de estudo do mercado financeiro. Assim, vamos estudar as diversas operações de crédito e também as formas de obtenção de recursos, pelas pessoas físicas, para financiar a aquisição de bens, E pelas pessoas jurídicas, para financiar suas atividades.
Preliminarmente é necessário contextualizar o ambiente econômico em que está inserido o risco de crédito, conhecer as operações que fazem parte do mercado financeiro, as quais serão objeto de análise de risco, e também a importância da sua gestão.
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MERCADO DE CRÉDITO
Ocorre geralmente pela intermediação, por uma instituição financeira, de recursos financeiros para os agentes econômicos demandadores de capitais:
As instituições financeiras fazem operações de crédito de curto, médio e longo prazo tanto para pessoas físicas, como para as pessoas jurídicas.
Agentes econômicos são todas as pessoas e entidades que fazem parte da economia.
As instituições financeiras têm como principal finalidade fazer a intermediação financeira, captando recursos dos agentes superavitários (poupadores) para emprestar ou financiar os agentes deficitários (tomadores). Ou seja, os bancos fazem fazem a ligação entre as pessoas físicas ou jurídicas que têm dinheiro e as que precisam de dinheiro.
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MERCADO DE CRÉDITO
Para cumprir a função de disponibilizar crédito para os agentes econômicos deficitários, os bancos efetuam captação de recursos através das contas correntes e das aplicações financeiras mantidas pelos clientes.
Mais comuns: caderneta de poupança e o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que é um título emitido pelo banco que paga juros aos aplicadores.
Letras de câmbio;
Letras imobiliárias;
Letras hipotecárias; e
Letras de crédito imobiliário.
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Fundo Garantidor de Crédito (FGC): “É uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, em caso de falência ou de sua liquidação. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC.”
A finalidade do Fundo Garantidor é proteger os correntistas e aplicadores no caso de quebra da instituição financeira associada ao Fundo. Todavia, esse fundo garante até o valor máximo total, atualmente, de R$ 70.000,00, que podem ser mantidos em uma ou mais instituições aplicados em:
• Depósitos em contas correntes;
• Depósitos a prazo (por exemplo, em CDB);
• Letras de câmbio;• Letras imobiliárias;
• Letras hipotecárias;
• Letras de crédito imobiliário.
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MERCADO MONETÁRIO
No mercado monetário são realizadas as operações de compra e venda de títulos públicos, com o objetivo de controlar a liquidez monetária da economia e suprir as necessidades de caixa do Tesouro Nacional.
Atualmente, no Brasil, os títulos públicos são emitidos basicamente pelo Tesouro Nacional e são, também, denominados obrigações do Governo Federal.
Exemplos de títulos públicos: Notas do Tesouro Nacional (NTN); Letras do Tesouro Nacional (LTN); Letras Financeiras do Tesouro (LFT); Bônus do Tesouro Nacional (BTN); Bônus do Banco Central (BBC); Letras do Banco Central (LBC), etc.
Os títulos públicos são mais uma opção de aplicação de recursos, que pode ser feita, inclusive, por pequenos investidores. Os títulos públicos também possuem risco de crédito, pois há a possibilidade de, no vencimento, o Governo não honrar o seu pagamento, todavia as aplicações nesses papéis são consideradas as de menor risco no mercado.
Mas o que são títulos públicos? São papéis emitidos pelo Governo Federal, Estadual e Municipal, para captar recursos a fim de financiar a dívida pública e as atividades do Poder Executivo, como Saúde, Educação e infraestrutura.
Você estudante, como futuro gestor ou analista financeiro, deve conhecer além das opções de captação de recursos para financiar as atividades empresariais (investimentos)
também as opções de aplicações financeiras, para as eventuais sobra de caixa, assim como os riscos inerentes a essas operações. São informações importantes para o planejamento financeiro pessoal.
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MERCADO DE CAPITAIS
A captação de recursos no mercado de capitais é feita, principalmente, por empresas de grande porte. As Sociedades Anônimas (S.A) de capital aberto, que são aquelas com ações negociadas em bolsa de valores, também denominadas empresas listadas em bolsa, podem fazer lançamento de ações para captar recursos.
No mercado de capitais são negociados diversos títulos, que são denominados valores mobiliários. Os principais são:
• Ações: papéis representativos do capital de empresas;
• Debêntures: títulos emitidos por uma sociedade anônima, com a finalidade de captar recursos, de médio e de longo prazo, para capital de giro e investimento. Podem ser conversíveis em ações;
• Notas promissórias (também denominadas de commercial papers): emitidas com a finalidade de captar recursos para capital de giro. Geralmente, são papéis de curto prazo, representativos de dívidas das empresas emissoras.
Os grandes aplicadores de recursos financeiros, que são denominados de investidores institucionais, como, por exemplo, instituições financeiras, fundo de pensões, seguradoras etc., são principalmente os adquirentes dos valores mobiliários emitidos pelas empresas. A decisão de adquirir títulos representativos de dívidas de uma empresa pelos investidores (debêntures, notas promissórias, etc.) é feita com base em análise de risco de crédito.
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MERCADO CAMBIAL: 
Segmento financeiro em que ocorrem a compra e venda de moedas estrangeiras. Troca de moeda de um país pela moeda de outro país.
Exemplos: quando um brasileiro viaja para o exterior, as empresas brasileiras exportam e recebem em moeda estrangeira, tomam empréstimos no exterior.
A conversão da moeda é feita com base na taxa de câmbio do dia. Tais oscilações acarretam alterações nos valores, que podem ser favoráveis ou desfavoráveis. 
Dólar 18.02.2010: 1 dólar EUA = 2,49 Reais
Dólar 18.02.2014: 1 dólar EUA = 2,39 Reais
Dólar 18.02.2018: 1 dólar EUA = 3,23 Reais
Dólar 18.02.2020: 1 dólar EUA = 4,36 Reais
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Questões para discussão
1- De que forma os riscos não sistêmicos e os riscos sistêmicos podem aumentar a inadimplência em carteiras de crédito de empresas e de pessoas físicas? 
2- Por que a análise de crédito de empresas está interligada com o risco de inadimplência do segmento de pessoas físicas?
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Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
O Mercado Financeiro Nacional pode ser definido como um conjunto de mercados, instituições e instrumentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos de ofertantes finais para os tomadores finais.
	Conceitos de agentes:
	- superavitários
	- deficitários
É fácil confiar em outra pessoa para fins de “empréstimo?”
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Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional é composto por diversas instituições, as quais podem ser agregadas em 3 (três) segmentos: o normativo, o supervisor e o operativo.
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Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
O segmento normativo tem a função de elaborar normas do SFN, sendo composto por três grandes conselhos: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
O segmento supervisor tem a função de fiscalizar e controlar as normas que foram elaboradas pelas autoridades monetárias. Esse segmento é composto pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Superintendência de Seguros Privados e pela Superintendência Nacional de previdência complementar.
O Segmento operativo aplica essas normas e cria as condições operacionais para implementá-las. Esse segmento é constituído pelas instituições financeiras públicas ou privadas que atuam no sistema financeiro, as quais podem ser agrupadas em 3 (três) grandes grupos:
Os normatizados pelo CMN
Os normatizados pelo CNSP
Os normatizados pelo CNPC
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Sistema Financeiro Nacional
Para próposito dessa disciplina, com foco na intermediação financeira, concentraremos maior atenção nas áreas supervisionadas pelo Banco central e pela comissão de valores mobiliários
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CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
Tem como finalidade formular a política da moeda e do crédito, fazendo com que o progresso econômico e social do país se constitua no principal objetivo.
Atribuições:
adaptar os volumes dos meios de pagamento às reais necessidades da economia e seu processo de desenvolvimento;
regular o volume interno de moeda, prevenindo surtos inflacionários, deflacionários e/ou outros fenômenos conjunturais;
regular o valor externo da moeda em vistas a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
coordenar as políticas monetária, cambial, creditícia, fiscal e da dívida pública, interna e externa;
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CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
Autorizar as emissões de papel-moeda;
Limitar sempre que necessário as taxas juros, descontos e qualquer forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros;
Determinar as taxas de recolhimento compulsório das instituições financeiras.
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CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS
Órgão responsável por fixar diretrizes e normas da política de seguros privados. Dentre as principais atribuições, estão:
Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao conselho, bem como a aplicação de penalidades previstas;
Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;
Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro.
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CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Órgão responsável por regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar.
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Sistema Financeiro Nacional
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SEGMENTO SUPERVISOR (NORMATIZADO PELO CMN)
O Banco Central
Tem como responsabilidade cumprir as disposições que regulam o funcionamento do SFN e as normas expedidas pelo conselho. A citar:
emissão de papel-moeda e moeda metálica;
recebimento de depósitos compulsórios dos bancos;
 realização de operação de redescontos e empréstimos a instituições financeiras;
regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
realiza compra e vendas de títulos públicos federais;
fiscalização de instituições financeiras;
controlar e fiscalizar o crédito;
atentar para interferência de outras empresas nomercado financeiro;
atos que dizem respeito a instalação, funcionamento , fusão, incorporação etc, de instituições financeiras;
agente financeiro do Tesouro Nacional;
administra a dívida pública. Assim, é conhecido como o “banco dos bancos”! 
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Segmento Supervisor (normatizado pelo CMN)
A Comissão de Valores Mobiliários
Responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, ou seja, os títulos emitidos pelas empresas para captar recursos. Seguem algumas atribuições da CVM:
 promover a expansão e funcionamento eficiente e regular do mercado de ações;
proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado;
evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;
assegurar o acesso publico a informações sobre os valores mobiliários;
assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
examinar registros contábeis, livros ou documentos;
determinar republicações com correções e/ou aditamentos de informações financeiras por parte das companhias que operam valores mobiliários;
aplicar aos autores de infrações as penalidades previstas.
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Sistema Financeiro Nacional
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Bancos comerciais
Instituições financeiras privadas ou públicas;
Tem o objetivo de proporcionar o suprimento de recursos necessários para financiar o comércio, a indústria, as prestadoras de serviços, pessoas físicas e terceiros em geral, a curto e médio prazo;
Captam recursos com depósitos a vista e a prazo;
Devem utilizar a denominação “banco” e ser constituído como sociedade anônima;
Principais serviços:
Serviços de cobrança bancária;
 Abertura de contas correntes e poupança;
Concessão de crédito pessoal para financiamentos não específicos;
Captação de depósitos a prazo;
Oferecer cartões de crédito;
Venda de investimentos;
Venda de seguros.
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Bancos múltiplos
Instituições financeiras que podem operar simultaneamente carteiras de banco comercial, de investimento, crédito imobiliário, arrendamento mercantil;
Possuem no mínimo duas carteiras, sendo uma comercial e uma de investimentos;
Constitui-se em uma instituição financeira de carteiras múltiplas com um único caixa e balanço (aglomerados financeiros);
A maioria das instituições financeiras no Brasil são bancos múltiplos.
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Sistema Financeiro Nacional
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Cooperativas de crédito
Possui caráter associativo podendo se originar da coletividade de funcionários de uma mesma entidade, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou ainda adotar livre admissão, sob certas condições;
Os lucros auferidos com as operações são repartidos entre os associados;
Devem adotar, obrigatoriamente, a expressão “cooperativa”;
São autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos a vista e a prazo, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doações.
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Sistema Financeiro Nacional
Para próposito dessa disciplina, com foco na intermediação financeira, concentraremos maior atenção nas áreas supervisionadas pelo Banco central e pela comissão de valores mobiliários
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Instituições de pagamento
funcionam atreladas a uma conta corrente ou a um cartão de crédito. Por meio delas, o usuário faz uma compra e paga pela aquisição do produto por meio de um aplicativo, utilizando a internet do smartphone. Em alguns casos, como com o PicPay, é possível parcelar a compra e fazer pagamentos a pessoas físicas por serviços prestados. Ou mesmo para pagar uma conta de restaurante que foi dividida com um amigo. 
Dentre as instituições de pagamento que usam a tecnologia para prestar seus serviços estão: Mercado Pago; Cielo; Redecard; PayPal; Nubank; PagSeguro; PicPay; Apple Pay. Todas estas empresas são baseadas em aplicativos e recursos tecnológicos para conseguirem prestar seus serviços. Os usuários podem pagar também contas em estabelecimentos físicos, utilizando o aplicativo e um QR Code. A grande vantagem é que por meio destas ferramentas, o usuário ainda pode enviar valores para contas bancárias ou mesmo outras instituições de pagamento. 
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Administradoras de consórcios (Supervisionados pelo BACEN)
A administradora de consórcios é a empresa especializada na organização e administração de grupos de consórcio, bem como na gestão dos recursos coletados. Essa empresa somente pode operar após obter autorização do BACEN. A administração de cada grupo de consórcio deve ser individualizada e não deve se confundir com a administração da própria sociedade. As administradoras de consórcio auferem dois tipos de receitas em suas atividades operacionais: taxas de adesão e taxas de administração.
Imagine que você reuniu um grupo de 12 amigos. Durante um ano, cada um vai contribuir com R$500 para somar R$6.000 ao final do período e comprar uma moto. Todo mês, um vai ser sorteado e receber a bolada guardada. Passados os 12 meses, todos terão recebido suas motos e estarão felizes e realizados! Agora, considere as questões abaixo.
- Quem vai ser responsável por guardar o dinheiro recebido?
- O que acontece se um dos amigos desistir do negócio?
- Como fazer para que o outro, já com a sua moto, continue pagando sem atraso?
- Se a moto aumentar de preço, quem paga a diferença?
Em suma, a administradora é responsável por tomar todos os cuidados para fazer tudo de forma legal e trazer as melhores soluções para os seus consorciados. Se fizermos uma comparação, o papel da administradora é semelhante ao de um maestro que rege uma orquestra, porque ele precisa coordenar a atuação de cada músico para que o resultado saia perfeito.
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Sistema Financeiro Nacional
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Segmento Operador (Supervisionados pelo CVM)
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM)
Operam no mercado acionário, na compra, venda e distribuição de valores mobiliários por conta de terceiros. Fazem a intermediação com bolsas de valores e mercadorias. Efetuam lançamentos públicos de ações e intermediam operações de câmbio, entre suas atividades. Dependem do Bacen para serem constituídas e da CVM para operarem.
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM)
Operam no mercado de ações de debêntures, de forma parecida com a CTVM. A partir de 2009 (decisão do BACEN e CVM), passaram a ter acesso às bolsas de valores e mercadorias. Operam com títulos e valores mobiliários de renda fixa ou variável, em nome próprio ou de terceiros. Participam também de consórcios e lançamento de ações.
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Sistema Financeiro Nacional
As Instituições Financeiras Não bancárias, são aquelas que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meio de pagamentos, ou seja, não são como bancos comerciais.
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Segmento Operador (Supervisionadas pelo BACEN)
Agências de fomento
Tem o objetivo de conceder financiamento de capital fixo e de giro a projetos oriundos a região onde tem sede;
São constituídas sob forma de sociedade anônima de capital fechado sob controle do ente federado onde possuir sede;
Deve adotar a expressão “agência de fomento”;
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Sociedade de crédito ao microempreendedor e a empresa de pequeno porte
Instituição especializadas em conceder financiamentos a pequenos negócios. Criada para ampliar o acesso ao crédito por parte dos microempreendedores e empresas de pequeno porte. Essas entidades são impedidas de captar recursos do público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados a colocação e oferta pública
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Bancos de investimento
Instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e degiro;
Devem utilizar a expressão “banco de investimento” e ser constituído como sociedade anônima;
Não possuem conta corrente, captam recursos via depósitos a prazo e suas operações visam o longo prazo;
Principais atividades: financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros, gestão de carteira de investimentos;
Podem atuar com leasing financeiro.
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Segmento Operador (Supervisionados pelo BACEN)
Bancos de desenvolvimento
São instituições financeiras públicas, que visam promover o desenvolvimento econômico e social em sua área de atuação. Para isso, fornecem recursos financeiros para o financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos capazes de gerar desenvolvimento. 
O BNDES é o principal agente de fomento para financiar as necessidades de investimentos das empresas com recursos de longo prazo. O banco do nordeste e da amazonia, visam o desenvolvimento da região nordeste e amazonia , respectivamente.
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Segmento Operador 
INSTITUIÇÕES ESPECIAIS
Banco comercial e múltiplo
Banco de desenvolvimento
Banco comercial e múltiplo
Incentivo a: agropecuária, modernização industrial e comércio exterior
Crédito rural: melhorar o nível de vida dos agricultores e reduzir o êxodo rural
Tem o objetivo de apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Financiamentos de longo prazo com custos competitivos.
Prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos na área de assistência social, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Centraliza o recolhimento e posterior aplicação do FGTS, pagamento do PIS/PASEP. integra o SFH e também financia os projetos de saneamento básico. Tem monopólio do empréstimo sob penhor e sob os bilhetes de loteria.
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Sistema Financeiro Nacional
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Segmento Operador (Supervisionados pelo CVM)
Bolsa de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros
Ambiente de negócios onde são negociados diversos produtos que envolvem os mercados a vista, futuro, de opções, entre outros.	
Atualmente, são companhias abertas que tem como principais objetivos:
Fornecer condições para que ocorra a compra, a venda e a liquidação de títulos e valores mobiliários de forma segura;
Proporcionar a continuidade de cotações e a plena liquidez de títulos e valores mobiliários negociados nos pregões;
Fiscalizar o cumprimento das regras estabelecidas para o ambiente de negócios da bolsa;
Oferecer ampla e rápida divulgação das operações realizadas;
Coibir a manipulação de preços.
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REFERÊNCIAS
LAGIOIA, U.C.T. Fundamentos do Mercado de Capitais. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SANTOS, J.O. Análise de crédito: empresas, pessoas físicas, varejo, agronegócio e pecuária. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2015.
SILVA, J.P. Gestão e análise de risco de crédito. 9ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.
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