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Livro recuperação_concreto-páginas-107-172
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TÉCNICAS USUAIS EM SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO 3.1 INTRODUÇÃO Como já comentado nos capítulos anteriores, a qualidade dos serviços de recuperação ou de reforço de estruturas de concreto depende da análise precisa das causas que os tornaram necessários e do estudo detalhado dos efeitos produzidos. Definidos estes dois pontos, passa-se então à escolha da técnica adequada, que inclui a cuidadosa seleção dos materiais e equipamentos a serem empregados e mesmo da mão-de-obra necessária para a execução do serviço. Os serviços de reforço requerem sempre a prévia elaboração de trabalhos de cálculo estrutural, sejam estes serviços derivados de necessidade de alteração na funcionalidade da estrutura -aumentoda carga de utilização, por exemplo - ou como conseqüência de danificação sofrida pela estrutura, casos em que o reforço estará inserido nos trabalhos de recuperação. H interessante observar-se que, se 110 primeiro caso - reforço puro e simples - a necessidade de recurso prévio ao cálculo é pacífica, no segundo, muitas vezes, dá-se que os próprios profissionais, para não se falar nos contratantes (donos de obra), consideram tal proceder desnecessário, esquecendo-se de que só a partir do cálculo poderão ser estabelecidos elementos básicos para: • definição precisa das peças da estrutura em que será necessário proceder-se ao reforço - e a extensão desta intervenção - e daquelas em que será suficiente apenas a recuperação, entendendo-se como tal a reconstituição das características geométricas, de resistência e desempenho originais; • determinação da capacidade resistente residual da estrutura, ou da peça estrutural (ver item 4.2), e, conseqüentemente, definição do tipo, intensidade e extensão do reforço necessário; • indicação da necessidade ou não da adoção de procedimentos de escoramento durante os trabalhos; • avaliação do grau de segurança em que se encontra a estrutura, antes, durante c depois da execução do reforço; • escolha da técnica executiva a utilizar; • determinação das tarefas necessárias e das quantidades reais de trabalho a realizar, isto é, definição do custo real da empreitada, em conjunto com os elementos da inspeção técnica realizada (ver item 5.5). Quanto mais não fosse, este último aspecto deveria mobilizar todo o interesse das partes envolvidas, pois, como se sabe, a prévia avaliação do custo de trabalhos de recuperação é, em muitos casos, extremamente difícil, e. portanto, toda e qualquer informação complementar será de extrema valia. O custo final dc obras de recuperação ou reforço de estruturas de concreto é função direta da solução (projeto) adotada para a execução da mesma, considerando-se aí incluídos cálculos, metodologias, especificações de materiais e trabalhos complementares, como escoramentos e andaimes, por exemplo, que são muitas vezes determinantes na avaliação da própria viabilidade econômica da obra. I: dever do projetista, nestes casos, esclarecer o proprietário sobre as diversas hipóteses que porventura existam - se existir mais do que uma - , comparando custos de execução e qualidade final ( resultado do trabalho), seguranças a serem atingidas em cada caso e previsão dos gastos futuros com manutenção, ou seja, estipulação, com base nestes elementos, da nova vida útil da estrutura. Somente assim poderá o proprietário estar apto a decidir, sempre aconselhado pelo especialista, pela execução dos serviços de recuperação e/ou reforço, ou, por outro lado, pela não intervenção, ou ainda pela demolição e reconstrução, total ou parcial, da estrutura (sobre o assunto, veja-se o item 5.8). Neste capítulo serão abordadas as técnicas, aqui entendidas como os vários recursos disponíveis, em termos de materiais e intervenções mais comumente utilizadas, para execução de serviços de recuperação e reforço de estruturas de concreto armado e protendido. 3.2 INTERVENÇÕES EM SUPERFÍCIES DE CONCRETO 3.2.1 GENERALIDADES Neste item são abordadas as várias técnicas que se relacionam diretamente com intervenções de recuperação ou de reforço em superfícies expostas de concreto, sejam estas técnicas simples tratamentos ou etapas componentes de um sistema de recuperação e/ou de reforço. Não serão objeto de análise no presente trabalho as medidas para a obtenção de detenninados tipos de acabamentos em superfícies de concreto, como, por exemplo, as necessárias à obtenção de concreto aparente, por não serem técnicas de recuperação, mas sim de construção de estruturas, independente do fato de normalmente virem a requerer cuidados e metodologias semelhantes. Os serviços de intervenção em superfícies são normalmente medidos por m2 da área original de intervenção, ou seja, têm quantidades previamente fixadas, relativamente á execução dos trabalhos, e, para tanto, apenas requerem a garantia de acesso direto ao local de trabalho. Por exemplo, para um serviço de corte de concreto como o representado na Figura 3.1, a área a medir será: A c o r t e = 1 < h i + h 2 + b ) (m 2 ) (3.1) Figura 3.1 - Sistema de medição para intervenções de corte em concreto Os preços unitários do m2 dos trabalhos de corte em concreto devem incluir os serviços preparatórios necessários e a remoção e transporte para vazadouro dos detritos e entulhos resultantes. 3.2.2 POLIMENTO Esta é uma técnica muito utilizada nos casos em que a superfície de concreto se apresenta inaceitavelmente áspera, quer em decorrência de deficiências executivas - dosagens equivocadas do concreto, utilização de fôrmas brutas ou ásperas (em concreto aparente), falta de vibração adequada, etc. - quer como resultado do desgaste pelo próprio uso. O polimento visa reconduzir a superfície dc concreto à sua textura original, lisa e sem partículas soltas, o que pode ser conseguido manualmente, pela ação enérgica de pedras de polir apropriadas, ou mecanicamente, com lixadeiras portáteis, ou, ainda, para grandes superfícies, através de recurso a máquinas de polir pesadas. O polimento do concreto exige pleno conhecimento da tecnologia, já que existe a necessidade de utilização de equipamentos apropriados e mão-de-obra especializada, além de requerer cuidados especiais relativos à proteção ambiental e dos operários, pois implica sempre elevados graus de poluição sonora e atmosférica (grande formação de pó). 3.2.3 LAVAGENS 3.2.3.1 Pela apl icação de soluções ácidas A lavagem de superfícies por soluções ácidas tem por objetivo a remoção de tintas, ferrugens, graxas, carbonatos, resíduos e manchas de cimento, o que não seria garantido somente com lavagens a jato d'água. Preliminarmente, a superfície deve ser abundantemente molhada, de forma a se prevenira penetração do ácido no concreto sadio. A aplicação deve ser sempre feita em pequenas áreas, de forma progressiva, por aspersão ou com a utilização de broxa, tomando-se todos os cuidados com a segurança e garantindo que o ambiente permaneça sempre ventilado. A utilização de soluções ácidas é sempre perigosa para a saúde da camada superficial do concreto armado, e não deverá mesmo ser utilizada se a espessura de cobrimento das armaduras for reduzida, casos em que se deverá optar pelas soluções alcalinas (ver item 3.2.3.2). Também não se deverá recorrera este tipo de lavagem nas faixas vizinhas a juntas de dilatação ou a outros dispositivos suscetíveis de degradação, quando em presença do ácido. Normalmente, e se um produto específico não for utilizado, a solução a ser empregada é a de ácido muriático - que é o ácido clorídrico comercial - em água, na proporção 1:6. Por se estar tratando da utilização de íons cloretos, e por se saber da facilidade com que estes atacam o concreto, deve-se estar particularmente atento às medidas de saturação prévia e lavagem posterior à aplicação do ácido, de forma a que, garantidamente, sejam removidas as partículas sólidas e os resíduos da solução utilizada. A aplicação da solução