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DIREITO CIVIL

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
LINDB – Parte I
Livro Eletrônico
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
Carlos Elias
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
LINDB – Parte I ................................................................................................................................. 8
1. Eficácia, Vigência e Vigor ........................................................................................................... 8
2. Formação da Lei ........................................................................................................................ 10
3. Princípios da Obrigatoriedade, da Vigência Sincrônica e da Continuidade da Lei .......12
4. Vacatio Legis, Vacatio Constitutionis e Contagem do Prazo ........................................... 14
5. Repristinação e Efeito Repristinatório .................................................................................. 17
6. Correção de Texto de Lei ..........................................................................................................19
7. Retroatividade ............................................................................................................................21
7.1. Princípio da Irretroatividade .................................................................................................21
7.2. Direito Adquirido .................................................................................................................... 22
7.3. Coisa Julgada .......................................................................................................................... 25
7.4. Ato Jurídico Perfeito .............................................................................................................. 27
7.5. Roubier vs Gabba ...................................................................................................................28
7.6. Graus de Retroatividade ....................................................................................................... 30
7.7. Situações Jurídicas Institucionais ...................................................................................... 32
7.8. Normas que Positivam Regras Anteriores e Baseadas em Princípios .......................34
7.9. Lei do Distrato e Aplicação a Contratos Anteriores ....................................................... 35
8. Conflito de Normas e Diálogo das Fontes ........................................................................... 37
8.1. Antinomia ................................................................................................................................. 37
8.2. Diálogo das Fontes ............................................................................................................... 39
9. Palavras Finais ..........................................................................................................................40
Questões de Concurso ................................................................................................................. 41
Gabarito ........................................................................................................................................... 50
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
Carlos Elias
ApresentAção
Olá!
Fico feliz em estar aqui para unir-me à tua jornada de estudos para concurso! O cargo que 
você está almejando é formidável. Vale a pena o teu sacrifício de dedicar-se intensamente ago-
ra para, em um futuro breve, está usufruindo de um salário bem atraente e de uma profissão 
bem entusiasmante!
Sou o professor Carlos E. Elias de Oliveira. Ministro aula de concurso de Direito Civil há 
mais de 11 anos. Pelo meu currículo, você já percebeu que eu vivi estudando para concursos. 
Consegui realizar o meu objetivo de ser consultor legislativo do Senado após ser o único apro-
vado no concurso de 2012 (é que os concorrentes foram eliminados por não conseguirem as 
notas mínimas). Antes, eu já havia sido aprovado no concurso de Advogado da União (cargo 
que exerci por quase três anos). E, durante a faculdade, eu havia sido aprovado nos concursos 
de técnico judiciário do TST e do STJ. Eu preferi ficar no STJ na época. E, por conta disso, eu 
gostaria de, antes de começarmos a aula, compartilhar algumas experiências minhas quanto 
ao método mais adequado para estudar para concursos.
Tenho um amigo que, apesar de sua genialidade, estudava há bastante tempo para concur-
so sem obter êxito. Ele já era servidor de um Tribunal, mas estava em busca de outros cargos. 
Perguntei-lhe como ele estudava, e ele me disse: “Pego um livro de doutrina e saio a fazer 
resumo”. Vi logo a razão de ele não estar passando nos concursos públicos. Passei-lhe o mé-
todo que agora te exporei e, algum tempo depois, esse meu amigo conseguiu se aprovado no 
concurso da AGU para Advogado da União e, posteriormente, ele se confortou ao ser aprovado 
para juiz federal.
Posso assegurar que esse método é o caminho correto para passar em concurso. Só fica 
de fora daí as pessoas que são superdotadas, como um amigo que conheci. As pessoas de 
padrão médio – no meio das quais eu me incluo! – devem adotar o método que exporei.
Passo a expor o método.
Estudar para concurso é igual a aprender a jogar futebol. Ninguém lê um livro previamente. 
Já vai direto para o campo de futebol e vai aprendendo na “raça” como jogar. No caso de con-
curso, o objetivo é você responder corretamente às questões. Logo, você tem de começar os 
estudos pegando questão de concurso.
Então, a primeira coisa a fazer quando você for estudar é pegar uma questão de concurso 
– seguindo a ordem das matérias do edital – e tentar responder, mesmo não sabendo nada. 
Isso é importante por dois motivos. O primeiro é o de que você desenvolverá uma habilidade 
importante em importante (a de “chutar”). Eu me vali dessa habilidade em todos os concursos 
que fiz, porque sempre a gente vai se deparar com questões cobrando temas que não estu-
damos. Acontece que, ao ter essa habilidade de “chutar” mais aguçada, a gente passa a dar 
um “chute qualificado” (rs), ou seja, a gente consegue intuir qual é a resposta mais provável. É 
claro que você só deve chutar em concursos que não punam o candidato com a perda de uma 
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Carlos Elias
questão no caso de erro na resposta (uma errada anula uma certa). O segundo motivo é que 
a tua atenção no estudo se aguçará. De fato, o nosso cérebro, ao deparar-se com um proble-
ma, ativa a tinta indelével da memória. O que for aprendido dificilmente será esquecido. Por 
exemplo, lembramos, com facilidade, de problemas que sofremos. Semelhantemente, quando 
esbarramos com uma questão de concurso, o nosso cérebro interpreta-a como um problema, 
de sorte que tudo quanto for estudado por força dela será armazenado no cérebro com maior 
perenidade. Duvido você sentir sono ao estudar assim.
O fato é que, após tentar responder à questão, aí sim você para a tua segunda fonte de 
consulta: o texto da lei. Várias questões de concurso se baseiam no texto da lei. Você vai ler o 
texto da lei sem pressa alguma.Lei e faça anotações. Talvez você demore 30 minutos nessa 
brincadeira. Não há problema! Você está adquirindo aí uma “memória fotográfica” do texto da 
lei, o que te ajudará futuramente na resolução de questões.
Não achando a solução para a questão no texto da lei, você irá para a terceira fonte de 
consulta: a doutrina. E aí, se você não tiver livros, até o Google está valendo. Eu já me servi dele 
bastante. Você vai ler a doutrina relativa ao assunto, sem pressa. Faça anotações. Talvez você 
demore uma hora nisso. Não há problemas.
Após tudo isso, você deve retornar à questão e novamente tentar responder. Pronto! Você 
terá aprendido a matéria de uma forma muito mais perene, porque o teu cérebro dificilmente 
esquecerá tudo quanto você aprendeu ao impulso de um problema (de uma questão). Em se-
guida, você deve continuar resolvendo mais questões, repetindo a metodologia. Evidentemen-
te, quando se deparar com matérias do mesmo assunto, você irá mais rápido, porque poderá 
consultar também as tuas anotações.
Fora isso, você deve ler informativos do STF e – nos casos de concursos de carreiras jurí-
dicas – do STJ.
Tenho uma boa notícia para você: as nossas aulas aqui seguirão, no que couber, a metodo-
logia acima, de maneira que, seguindo as nossas aulas, você acabará estudando toda a maté-
ria no que é relevante para concurso público.
É evidente que, nas aulas, a gente não trata de TUDO de Direito Civil. A gente trata apenas 
daquilo que costuma ser cobrado em concurso. É que há diversos temas de Direito Civil que só 
tem relevância para a vida acadêmica; nunca ou raramente cai em concurso. O nosso objetivo 
aqui é contribuir para você conquistar a tua vaga.
Por fim, faço mais uma advertência. Sacrifique mesmo o teu tempo. Eu, como disse, estu-
dei bastante para concurso. Lembre-se de que, depois de você ser aprovado no concurso, você 
terá estabilidade financeira e profissional para fazer o que quiser, como desfrutar de lazer, dar 
atenção para família, ir pessoalmente ao Maracanã para ver o maior espetáculo do mundo: a 
torcida do Flamengo vibrando com os gols do Mais Querido etc. Pague o preço para conquistar 
a vitória!
O seu feedback é importante, especialmente por estarmos em uma aula a distância.
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Sempre que você puder, deixe as suas impressões, com críticas, elogios ou ideias que 
você tiver.
Curta a aula no link disponível, se você gostar.
Eu mesmo acompanho as avaliações! Eu e o Gran Cursos nos preocupamos em disponibi-
lizar o melhor para você!
Além dos canais de comunicação aqui na plataforma virtual do curso, você pode me con-
tatar no Facebook (Carlos Eduardo Elias de Oliveira), no Instagram (@profcarloselias e @direi-
toprivadoestrangeiro) ou por e-mail (carloseliasdeoliveira@yahoo.com.br).
Orientação sobre a Aula
Em concursos públicos (e isso vale para as mais diferentes bancas), há questões que exi-
gem conhecimento do texto da lei (cai muito o texto dela). Dessa forma, o que acaba diferen-
ciando os candidatos que não apenas passarão, mas também serão nomeados no concurso, 
é o conhecimento de alguns temas doutrinários e jurisprudenciais. Lembre-se de que uma ou 
duas questões podem ser decisivas para você ser nomeado. Por isso, no nosso curso, iremos 
abordar também aspectos doutrinários e jurisprudenciais que, embora não tenham sido muito 
cobrados, podem te distinguir no concurso.
Por isso, durante as aulas, eu me servirei de questões de várias bancas examinadoras. Não 
é correto você se limitar a questões da banca examinadora do concurso que você fará. É extre-
mamente comum uma banca examinadora copiar questões de outras.
Além do mais, não me limitarei a questões do nível do concurso que você fará. Usarei ques-
tões para os mais variados cargos, porque o meu objetivo é que você esteja preparado não 
apenas para questões mais simples, mas especialmente para as questões mais complexas. 
São estas últimas que te farão não apenas ser aprovado, mas também nomeado! Ademais, eu 
darei preferência a questões mais difíceis: quem se prepara para o mais difícil faz o mais fácil.
Tem mais uma coisa importante: eu vou aprofundar o conteúdo. Em alguns pontos, eu irei 
além do que comumente vem caindo nas provas. Sabe por quê? Porque é comum haver 5% 
de questões no concurso público que são extremamente difíceis e que trata de assunto novo. 
Eu quero que você acerte esses 5% de questões, exatamente porque elas podem ser decisivas 
para você não apenas ser aprovado no concurso, mas também ser NOMEADO. Uma questão 
pode significar a tua nomeação!
Resumo desta Aula
Eu começarei com um resumo de toda a aula.
Se você estiver com muita pressa, leia este resumo e vá logo para as questões. Isso, porém, 
não é o ideal, porque o resumo não contém detalhes.
O ideal é que, depois de ver esse resumo, você prosseguir lendo a parte teórica, pois eu 
explico a matéria abordando questões e esclarecendo tudo.
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
Carlos Elias
Enfim, segue o resumo desta aula:
• Vigência, vigor e eficácia são conceitos diferentes:
− Vigência é o período entre a entrada em vigor e a revogação da lei;
− Vigor é a força vinculante, é a aptidão de sujeitar os fatos à norma. Isso explica a ul-
tratividade: uma norma, mesmo depois de revogada (após a sua vigência), continua 
tendo força para disciplinar fatos ocorridos durante a vigência (continua com vigor 
para esses fatos);
− Eficácia é a aptidão da norma para produzir efeitos concretos;
• A formação da lei ocorre em três fases:
− A de elaboração: é o processo legislativo;
− Promulgação: o ato que atesta a existência formal da lei;
− Publicação: condição de eficácia da lei;
• Há controvérsia sobre o momento de nascimento da lei: há quem aponte para a promul-
gação e outros para o último ato do processo legislativo (como a sanção e a derrubada 
do veto nos casos de leis ordinárias e complementares);
• Há três princípios importantes acerca das leis:
− Princípio da obrigatoriedade da lei: ninguém pode alegar desconhecimento da lei;
− Princípio da vigência sincrônica da lei: a lei entra em vigor simultaneamente em todo 
o território;
− Princípio da continuidade da lei: lei permanece até que outra a revogue;
• A entrada em vigor da lei ocorre após o período de vacatio legis, que, salvo disposição 
em contrário, é de 45 dias após a publicação ou, para ter eficácia no exterior, é de 3 
meses;
• Não se aplica a LINDB para a vacatio constitutionis, de modo que a regra é que a CF e 
suas emendas entram em vigor na data de sua publicação. Houve, porém, um caso de 
vacatio constitutionis para uma pequena parte da CF/88: a parte do sistema tributário 
nacional (art. 34 da ADCT);
• A repristinação é vedada no nosso Direito, salvo previsão expressa;
• Efeito repristinatório é sinônimo de repristinação como regra geral. Há, porém, quem 
faça a distinção, associando a repristinação ao fenômeno tratado na LINDB (revoga-
ção de leis sucessivas, caso em que se aplica a vedação de repristinação sem previsão 
legal contrária) e o efeito repristinatório a outras hipóteses (inconstitucionalidade, não 
conversão de Medida Provisória em Lei e competência legislativa). Para essa última 
hipótese, há efeito repristinatório automático:não há necessidade lei para ocorrer. De 
qualquer forma, saiba que o STF usa a expressão repristinação e efeito repristinatório 
como sinônimos para casos de inconstitucionalidade;
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
Carlos Elias
• Em resumo, para concursos públicos, a regra é considerar repristinação e efeito re-
pristinatório como sinônimos. E, em regra, deve-se considerar que esses termos se 
referem ao caso de revogação de leis sucessivas nos termos da LINDB. Todavia, se o 
examinador fizer distinção entre os termos, recomendamos levar em conta a distin-
ção acima. Ademais, se o examinador se referir a outras hipóteses diversas da previs-
ta na LINDB, considere os termos como sinônimos, salvo se o examinador distinguir 
os termos;
• As normas, em regra, não podem retroagir (princípio da irretroatividade). Apesar dis-
so, excepcionalmente, elas podem retroagir, se não violarem ato jurídico perfeito, coi-
sa julgada e direito adquirido;
• Em matéria de retroatividade, o direito brasileiro adotou a corrente do italiano Carlo 
Francesco Gabba, que entende que efeitos futuros de ato jurídico perfeito pretérito 
continuam regidos pela lei antiga, em respeito à vedação de retroatividade contra ato 
jurídico perfeito;
• Diante dos óbices constitucionais (ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adqui-
rido), a retroatividade, ainda que mínima, é vedada. Exceção: norma constitucional 
originária tem retroatividade mínima e, se tiver determinação expressa, pode ter retro-
atividade média ou máxima;
• Situações jurídicas institucionais não caracterizam ato jurídico perfeito; logo, lei nova 
pode atingi-lo. Ex.: lei nova que muda a moeda ou a periodicidade da correção mone-
tária (STF);
• Lei do Distrato não se aplica para contratos anteriores a ela, ainda que o “distrato” 
ocorra posteriormente (STJ);
• Havendo conflito de normas (antinomias), a regra é a utilização dos critérios norma-
tivos, a saber: o cronológico, o da especialidade e o hierárquico. O diálogo das fontes 
é uma forma de solução de antinomias que rejeita esses critérios normativos tradi-
cionais e propõe que, no caso de antinomias, devem-se aplicar todas as normas em 
conflito simultaneamente, estabelecendo um diálogo entre elas e aplicando, no caso 
concreto, a parte “boa” de cada uma das normas. A ideia é obter, ao final, um resulta-
do compatível com os valores do ordenamento jurídico.
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LINDB – Parte I
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LINDB – PARTE I
1. eficáciA, VigênciA e Vigor
Amigos e amigas, respondam esta questão: certo ou errado? Se não souber, tente chutar a 
resposta mesmo assim.
001. (CESPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Para ser aplicada, a norma deverá estar vigen-
te e, por isso, uma vez que ela seja revogada, não será permitida a sua ultratividade.
E aí? Qual é a resposta? Se você não sabe, chute mesmo assim.
Errado.
002. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) A vigência, uma qualidade da lei, diz respeito a sua eficá-
cia temporal.
Se você não sabia o tema, excelente! Isso significa que você deve prestar o máximo de atenção 
na explicação.
Certo.
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
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Se você não sabia o tema, excelente! Isso significa que você deve prestar o máximo de 
atenção na explicação.
Você precisa saber da distinção existente entre três conceitos: vigência, vigor e eficácia.
É verdade que você encontrará provas que usarão esses conceitos de forma indiscrimina-
da. Você só levará isso em conta para responder à questão se você verificar que o examinador 
está focando a definição do conceito. Do contrário, não seja rigoroso; não responda “errado” só 
porque o examinador usou um termo de forma indevida.
Vigência, vigor e eficácia são conceitos diversos, embora todas sejam qualidades da nor-
ma (ou seja, caracterizam as normas jurídicas).
A vigência da lei diz respeito ao período da lei, ao tempo de duração da norma, à eficácia 
temporal da lei (lembra da questão do TCU acima?), ao lapso temporal durante o qual a lei tem 
vigor. Ex.: a vigência do CPC/73 é o período compreendido entre a sua entrada em vigor (1º/
JAN/1974, conforme art. 1.220) e a sua revogação, que ocorreu na data da entrada em vigor 
do novo CPC (18/MAR/2016).
O vigor é a força vinculante da norma, é a sua condição de sujeitar à norma os fatos. Nor-
mas sem vigência podem ainda estar em vigor. É o que sucede no fenômeno da ultratividade 
da lei, assim entendido que leis revogadas (sem vigência, portanto) ainda vinculam (possuem 
vigor, portanto) fatos ocorridos antes da revogação. A título de exemplo, o Código Civil de 
1916 (CC/16), embora já tenha sido revogado, ainda continua aplicável a contratos celebrados 
durante a sua vigência. Isso é uma ultratividade: o CC/16 continua em vigor para os fatos jurí-
dicos ocorridos durante a sua vigência.
A eficácia é a aptidão da norma para produzir efeitos concretos e pode ser social, técnica 
ou jurídica.
A eficácia social diz respeito à presença de condições fáticas para o cumprimento da nor-
ma. Uma lei que, por exemplo, exija que todos os seres humanos se abstenham de dormir para 
sempre é ineficaz socialmente, pois a realidade fática denuncia a impossibilidade de seu cum-
primento. Alerte-se que eficácia social não se confunde com observância da norma, pois esta 
última significa a necessidade de o Estado valer-se dos meios coercitivos disponíveis para 
exigir o cumprimento de uma norma, como a que exige o uso de cinto de segurança.
A eficácia técnica reporta-se à presença de condições técnicas para a aplicação. Uma nor-
ma que dependa de outra para produzir efeitos concretos é um exemplo, tal como sucede 
com as “normas de eficácia limitada”, para usar classificação de José Afonso da Silva. Essa 
norma tecnicamente só poderá produzir efeitos concretos com o advento de uma norma regu-
lamentadora.
A eficácia jurídica representa a presença de condições jurídicas para a produção de efeito 
concreto. Toda norma possui eficácia jurídica, pois sempre irradiará efeitos jurídicos, como, 
por exemplo, o de revogar uma norma anterior incompatível.
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LINDB – Parte I
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Diante disso, veja esta outra questão:
003. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Em razão da denominada ultratividade da nor-
ma, mesmo revogado, o Código Civil de 1916 tem aplicação às sucessões abertas durante a sua 
vigência, ainda que o inventário tenha sido proposto após o advento do Código Civil de 2002.
Exatamente porque o CC/16 possui ultratividade: embora tenha sido revogado, ele continua 
regendo fatos jurídicos (como a sucessão hereditáriaaberta com a morte de uma pessoa) 
ocorridos durante a sua vigência. A partilha de bens será feita de acordo com as regras do 
CC/1916, ainda que os herdeiros tenham demorado a propor a ação de inventário. O que 
importa, para definir a regra sucessória, é a data da morte da pessoa, e não da data do início 
do processo. O processo apenas é um instrumento para formalizar um direito já existente 
previamente.
Certo.
2. formAção dA Lei
Mudando de assunto, peço que você tente resolver esta questão (certo ou errado?):
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004. (CESPE/INSS/ANALISTA/2012) As leis, em sentido amplo, nascem com a promulgação.
Talvez você se apresse a dizer: “Que absurdo! É com a sanção que a lei nasce!”.
Certo.
Keep calm! Deixa eu explicar algumas coisas para você. Em concurso público, você precisa 
sempre tentar descobrir o que estava na cabeça do examinador. Na questão acima, como a 
questão falou de “lei em sentido amplo”, ela abrangeu todas as espécies legislativas do art. 59 
da Constituição Federal (CF), e não apenas as leis ordinária e complementar. Aí no art. 59 da 
CF há menção a várias “leis em sentido amplo” (emendas à Constituição, leis complementares, 
leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos do Congresso Nacio-
nal e resoluções do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados).
Isso significa que, por exemplo, a Medida Provisória está incluída nesse meio. Ora, não dá 
para falar que a Medida Provisória nasce com a sanção, porque não existe sanção aí. Na ver-
dade, a questão em pauta acabou sendo formulada por algum examinador que, provavelmente, 
só deve conhecer alguns manuais de direito civil, porque há civilistas que afirmam que a lei 
nasce com a promulgação. É mais no Direito Constitucional que há divergência apontando a 
“sanção” como o marco de nascimento da lei.
Seja como for, vamos estudar o assunto.
A formação da lei em sentido amplo envolve três etapas: (1) a de elaboração da lei; (2) a 
de promulgação da lei; e (3) a de publicação da lei, que é uma condição de eficácia da lei, pois, 
sem publicidade, uma lei não pode irradiar efeitos.
A fase da elaboração corresponde ao processo legislativo, disciplinado no art. 59 e seguin-
tes da CF. Tem-se, apenas, uma proposição legislativa. Assim, por exemplo, na fase de elabo-
ração das leis, tivemos o Projeto de Lei Ordinária n. 1.756/2003, que representava o Projeto de 
Lei Nacional de Adoção.
A promulgação é ato que atesta a existência formal da lei, embora ainda não tenha entra-
do em vigor.
Promulgar é, grosso modo, arrumar o texto final da lei, enumerar adequadamente a norma, 
inserir a numeração sequencial das leis, indicar os dispositivos que foram vetados, acrescer 
a tradicional cláusula de sanção “O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso 
Nacional e eu sanciono a seguinte lei” no preâmbulo da lei e lançar a assinatura da autoridade 
promulgadora. Promulga-se uma lei, e não um projeto de lei, porque a lei já existe desde o últi-
mo ato da primeira etapa de formação da lei.
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Por fim, a publicação é o ato que divulga oficialmente o teor da lei. É a condição para a lei en-
trar em vigor, atendido – se houver – o período de vacatio legis, instituto a ser estudado adiante.
Há controvérsia acerca do momento do surgimento da lei, se seria com a promulgação ou 
não. Alguns civilistas apontam para a promulgação como marco inicial, como Maria Helena 
Diniz (2012, p. 111). Outros doutrinadores, porém, entendem que o nascimento ocorre com 
o último ato da fase de elaboração, de maneira que, no caso de leis ordinárias ou comple-
mentares, a lei nasce antes da promulgação, especificamente com a sanção do Presidente 
da República ou a rejeição do veto presidencial pelo Congresso Nacional, após as quais o 
projeto de lei ordinária transforma-se em uma lei (Fernandes, 2012, p. 856). Parece-nos que a 
segunda corrente é mais adequada, pois se promulga algo que já existe: a lei. O próprio art. 66, 
§ 7º, da CF refere-se à promulgação de lei, e não de projeto de lei. A promulgação, portanto, 
tem eficácia meramente declaratória: a lei já existe antes disso. Portanto, temos que o último 
ato do processo legislativo é o marco do nascimento da lei, de sorte que o parto da lei será a 
sanção ou a derrubada do veto no caso de leis ordinárias complementares (art. 66 da CF) ou a 
aprovação pela última Casa Legislativa no caso de emendas à Constituição (art. 60, § 3º, CF). 
No caso de medidas provisórias, como se trata de um ato único e unilateral do Presidente da 
República, o nascimento da lei coincidirá com a promulgação, pois inexiste ato anterior. E, no 
caso de decreto legislativo e de resolução, o nascimento se dá com a aprovação do projeto 
na forma do Regimento Comum do Congresso Nacional ou do Regimento Interno do Senado 
Federal ou da Câmara dos Deputados.
Seja como for, para efeito de concurso público, você precisa estar atento ao que está na 
cabeça do examinador. Se for uma prova de Direito Civil, há tendência de o examinador sim-
plesmente dizer que a lei nasce com a promulgação.
3. princípios dA obrigAtoriedAde, dA VigênciA sincrônicA e dA continui-
dAde dA Lei
Há dois princípios importantíssimos quando tratamos de aplicação da lei e de lei no tempo.
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O primeiro é o princípio da obrigatoriedade da lei, que, em suma, estabelece que há uma 
presunção de que todos conhecem a lei. O fundamento é o art. 3º da LINDB, que estabelece 
que “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. Essa presunção de 
ciência da lei é relativa, pois admite prova em contrário a depender do caso concreto e de pre-
visão legal. Por exemplo, o art. 139, III, do CC admite a anulação do negócio jurídico por erro de 
direito, flexibilizando o princípio da obrigatoriedade da lei.
O segundo princípio é o da vigência sincrônica da lei. A lei entra em vigor simultaneamente 
em todo o território nacional, do Acre ao Rio Grande do Sul. Trata-se do princípio da vigência 
sincrônica da lei, que adota sistema da vigência única, sincrônica ou simultâneo da lei (tam-
bém chamado de critério do prazo único). Antes da LINDB (que nasceu na década de 1940, em 
04/09/1942), o art. 2º da antiga Lei de Introdução adotava o sistema da vigência sucessiva, 
progressiva ou gradual da lei (também chamado de critério do prazo progressivo), de maneira 
que, salvo disposição diversa, uma nova lei entrava em vigor em momentos diferentes em cada 
região do país: 3 dias depois no antigo Distrito Federal (DF1), 15 dias no RJ – que era vizinho do 
DF –, 30 dias nos Estados marítimos e em MG e 100 dias nos demais locais.
Não enxergamos obstáculos a que uma lei preveja, para si, uma vigência progressiva, pois 
o próprio caput do art. 1º da LINDB admite disposição contrária. Além do mais, ofato de a va-
catio legis para a vigência da lei brasileira no exterior ser de 3 meses indica haver resquícios do 
sistema da vigência progressiva.
O terceiro princípio é o da continuidade ou da permanência da lei. De acordo com ele, a lei 
permanece em vigor até que outra a revogue, salvo no caso de lei temporária, que já prevê a 
sua própria caducidade com o advento de um termo. Trata-se do princípio da continuidade ou 
da permanência.
A revogação consiste em fazer cessar a eficácia de uma lei, encerrando a sua vigência. No 
caso de leis que dão nova redação a dispositivos legais, há uma revogação do texto anterior 
cumulada com a edição de uma nova norma. Pode ser dividida em duas espécies quanto à ex-
tensão: (1) ab-rogação, quando atinge toda a lei, ou seja, todos os seus dispositivos, a exemplo 
do que sucedeu com o CC/1916, que foi ab-rogado pelo CC/2002; e (2) derrogação, quando 
atinge apenas alguns artigos da lei, a exemplo das revogações ocorridas em dispositivos do 
CC pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, que, ao modificar apenas alguns artigos do CC, 
perpetrou uma derrogação.
Uma nova lei somente revoga a anterior se entrar em vigor. Antes do início de sua vigên-
cia, ela não produz o efeito de revogar normas anteriores, pois não tem eficácia jurídica. Não 
importa a data de sua publicação ou de sua promulgação, e sim a data do início da sua vigên-
cia. Assim, se uma norma tiver um ano de vacatio legis, ela só revogará normas anteriores e 
incompatíveis quando do fim dessa vacatio. Isso explica o atropelamento legislativo perpe-
trado pelo CPC/2015 (Lei n. 13.105/2015) sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 
1 Não coincidia, obviamente, com o atual DF, que se localiza na região Centro-Oeste do Brasil e que só foi criado na década 
de 1960.
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13.146/2015), pois diversos dispositivos que haviam sido alterados por este último diploma 
– como o art 1.769 do CC – foram revogados posteriormente pelo CPC/2015, que entrou em 
vigor em março de 2016, dois meses depois da entrada em vigor do Estatuto da Pessoa com 
Deficiência. É irrelevante o fato de o Estatuto ter sido promulgado e publicado posteriormente 
ao CPC/2015, pois o que importa é a data do início da vigência.
Quanto à forma, a revogação pode classificada como expressa, quando textualmente revo-
gar uma outra norma, ou tácita, quando, apesar de seu silêncio, guardar incompatibilidade com 
outra norma ou regular inteiramente a matéria dessa outra lei (art. 2º, § 1º, da LINDB). É co-
mum haver novas normas que, sem anunciar a revogação expressa, reiteram o texto de outra 
norma, caso em que, apesar de a disciplina da matéria ter se mantido, poder-se-á falar em revo-
gação implícita da norma reproduzida se a matéria das normas for a mesma. Há ainda casos 
de normas que disciplinam o assunto de outra sem reiterar dispositivos, caso em que também 
se poderá falar em revogação tácita. Um exemplo é o de que foram revogadas implicitamente 
as Leis n.s 1.046/1950 e 2.339/1954, que previam a extinção do empréstimo consignado com 
a morte do servidor público mutuário, pois a Lei n. 8.112/1990 regulamentou inteiramente a 
matéria – empréstimo consignado por servidor público –, sem reiterar a previsão daquelas leis 
(STJ, REsp 688.286/RJ, 5ª T., Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ 05/12/2005).
4. Vacatio Legis, Vacatio constitutionis e contAgem do prAzo
Veja a questão.
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005. (CESPE/JUIZ/TJ-AM/2016) Não havendo disposição em contrário, o início da vigência 
de uma lei coincidirá com a data da sua publicação.
A lei não entra em vigor com a sua publicação. Isso é sempre perguntado em concurso. Ela 
entra em vigor após o período de vacatio legis, que, em regra, é de 45 dias, salvo disposição 
em contrário (art. 1º da LINDB). Para vigência no exterior, a vacatio legis é de 3 meses (art. 1º, 
§ 1º, LINDB).
Errado.
Em regra, a lei somente entra em vigor após o transcurso de um tempo posterior à publica-
ção e destinado a permitir que os destinatários tomem ciência e preparem-se para observar a 
nova lei. Esse lapso temporal entre a publicação e a entrada em vigor (o início da vigência) da 
lei chama-se: (1) vacatio legis para as normas infraconstitucionais ou (2) vacatio constitutionis 
para a Constituição Federal e uma emenda constitucional. Antes de entrar em vigor, não há 
revogação da lei anterior incompatível.
Salvo previsão em sentido contrário, a vacatio legis é de 45 dias após a publicação ou, 
especificamente para entrar em vigor em território estrangeiro, de 3 meses (art. 1º, LINDB). O 
lapso é maior para vigência no exterior diante da presunção de que a chegada da notícia da 
nova norma pode ser mais demorada. Há vários casos em que a lei brasileira se aplica mesmo 
no exterior, como no caso de regras de sucessão hereditária envolvendo brasileiro domiciliado 
no Brasil na hipótese de o processo de inventário correr no exterior (art. 10, LINDB). Um outro 
exemplo é dado pelo Decreto-Lei n. 333/1967, que, após alterar regras relativas ao imposto de 
importação, afastou expressamente a vacatio legis trimestral da LINDB e estabeleceu entrada 
em vigor imediata à publicação. Além do mais, uma lei que altera regras de casamento, só pas-
sará a vigorar nos consulados brasileiros (que tem competência para celebrar casamentos) 
sediados em outros países após três meses, salvo previsão legal diversa. 
É comum haver normas que explicitamente estabeleçam que a sua entrada em vigor será 
na data da publicação, hipótese em que não haverá vacatio legis, ou que aumentem o lapso da 
vacatio legis para um ou mais anos. O fato é que a vacatio legis é um período durante o qual a 
lei, embora já tenha sido publicada, ainda está vaga (daí o nome vacatio legis), sem irradiar efei-
tos concretos, com o objetivo de permitir que os seus destinatários tomem ciência e adotem 
as medidas necessárias para cumprir a lei, como, por exemplo, criar sistemas informáticos ou 
contratar pessoal para obedecer às normas que imponham obrigações de controle tributário.
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Como a norma “tem pressa” para entrar em vigor – como brincamos em sala de aula –, 
a contagem do prazo inclui o dia do início e o dia do fim e autoriza a entrada em vigor no dia 
seguinte à consumação do prazo (art. 8º, § 1º, da LC 95/1998). A contagem é contínua e pode 
recair em dia não útil, pois, afinal de contas, mesmo nos feriados alguma lei deve estar em 
vigor. Na prática, basta somar o prazo da vacatio legis com o dia da publicação, fazendo as 
adaptações de mês necessárias. Assim, se a vacatio legis é de 10 dias e a lei foi publicada no 
dia 11 de um mês, a sua entrada em vigor ocorrerá no dia 21 (10+11). Se a vacatio legis for 
estipulada em anos, a contagem será feita em anos, e não em dias, de modo a que a norma en-
trará em vigor no diaseguinte à consumação. Basta somar a quantidade de anos com o ano da 
data da publicação e considerar o dia seguinte como a data inicial. Assim, por exemplo, o STJ, 
em sessão administrativa ocorrida em 2/MAR/2016, entendeu que o CPC de 2015, por ter sido 
publicado em 17/MAR/2015 e por conter comando de vacatio legis de um ano da publicação 
(art. 1.045), entraria em vigor no dia 18/MAR/2016, dia seguinte à consumação do prazo. Se o 
ano do vencimento do prazo não contiver o dia correspondente ao ano de início da contagem, 
o prazo finda-se no primeiro dia subsequente, conforme art. 2º da Lei que define o ano civil (Lei 
810/1949). Ex.: se uma lei é publicada em 29/FEV/2016 com vacatio legis de 1 ano, o prazo 
se expirará em 1º/MAR/2017 (não há dia 29/FEV no ano de 2017), de modo que a entrada em 
vigor da lei será no dia seguinte, ou seja, em 2/MAR/2017.
A vacatio constitutionis aplica-se apenas à Constituição Federal e a emendas constitucio-
nais. Para ela, não se aplica a regra do art. 1º da LINDB (que prevê a regra de 45 dias de vacatio 
legis), pois uma lei ordinária – a LINDB – não pode vincular uma norma superior – a CF ou uma 
emenda constitucional. Dessa forma, se a CF ou a emenda constitucional for omissa, a entrada 
em vigor será na data de sua publicação. Isso significa que a vacatio constitutionis é admitida 
no Brasil, desde que haja previsão expressa na CF ou na emenda constitucional.
No caso da CF/88, ela entrou em vigor na data de sua promulgação por comando próprio 
(art. 1º, ADCT), salvo na parte relativa ao sistema tributário nacional, que desfrutou de uma va-
catio constitucionais até o primeiro dia do quinto mês seguinte à promulgação da Carta Magna 
(art. 34 da ADCT). No caso de emendas constitucionais, cita-se a Emenda Constitucional n. 25, 
que previu, para si, uma vacatio constitutionis de cerca de 10 meses.
Por fim, como o art. 1º da LINDB cuida de vacatio legis abrangendo apenas espécies legis-
lativas, ele não se aplica às normas infralegais, pois estas não são espécies legislativas (não 
estão no art. 59, CF), e sim espécies de atos administrativos de índole normativo. É o caso de 
decretos editados pelo Presidente da República para regulamentar lei e de outros atos norma-
tivos de autoridades públicas (como uma portaria do chefe de uma repartição pública). Nesses 
casos, vigora as regras de Direito Administrativo, segundo a qual o ato administrativo produz 
efeitos com a ciência do seu destinatário. Isso significa que, com a publicação do ato, presu-
mir-se-á a ciência do destinatário e, portanto, a norma infralegal já estará em vigor. É evidente 
que a própria norma infralegal pode diferir a sua entrada em vigor, mas, nessa hipótese, será 
atécnico servir-se da expressão vacatio legis, pois não se trata de uma lei (legis). Melhor seria 
falar em vacatio infralegis, para servir-se de um neologismo.
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5. repristinAção e efeito repristinAtório
Um dos temas mais perguntados em concurso em relação à LINDB é a repristinação. Res-
ponda a esta questão:
006. (FCC/PROCURADOR/PREFEITURA DE SÃO LUÍS/2016) A partir da vigência de uma lei, 
sua eficácia só poderá ser descontinuada pela revogação por outra, sendo possível a repristi-
nação tácita, em decorrência do princípio da continuidade das leis.
A repristinação não pode ser tácita.
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Vamos tratar desse tema.
Prístino é substantivo arcaico que significa origem, original, primeiro. O prefixo “re” dá ideia 
de retorno, de recuperação. No vernáculo, repristinação, portanto, significa restaurar os aspec-
tos primitivos, ressuscitar algo antigo. No Direito, repristinação é o fenômeno jurídico em razão 
do qual uma norma revogada volta a viger, ressuscita, restaura-se, repristina-se.
Tradicionalmente, a repristinação – que também pode ser chamada de efeito repristinató-
rio – diz respeito apenas a hipóteses de repristinação de uma lei em decorrência da revogação 
da lei revogadora da lei repristinada. Em outras palavras, se uma Lei “A” é revogada por uma Lei 
“B”, a repristinação se daria caso a Lei “A” voltasse a viger em razão da superveniente revoga-
ção da Lei “B” por uma Lei “C”. A repristinação será intuita por conta do raciocínio de que o úni-
co obstáculo à irradiação de efeitos pela Lei “A” era a Lei “B”, que a havia revogado. Como esse 
obstáculo foi removido com a revogação da Lei “B”, deduzir-se-ia que a Lei “A” repristinaria, vol-
tando a estar em vigor a partir dessa revogação. Indo contra essa intuição, o § 3º do art. 2º da 
LINDB proíbe expressamente a repristinação nesse caso, salvo se houver disposição expressa 
em contrário. A repristinação nesses casos não é automática; depende de previsão expressa. 
Se, no exemplo citado, a Lei “C”, ao revogar a Lei “B”, expressamente prever a repristinação de 
todas as normas revogadas pela Lei “B”, a Lei “A” voltará a viger. O comando expresso de repris-
tinação pode ser específico (nominando as leis a serem repristinadas) ou geral (aludindo-se à 
repristinação de todas as normas que haviam sido tácita ou expressamente revogadas).
Como a doutrina civilista tradicional só atentava para esse caso de repristinação (a decor-
rente de revogações sucessivas), popularizou-se a asserção de que a repristinação é vedada, 
salvo disposição em contrário. Todavia, há outras situações jurídicas de repristinação ou de 
efeito repristinatório. Trata-se dos casos de repristinação de uma norma que havia sido: (1) 
revogada por uma lei que, posteriormente, veio a ser declarada inconstitucional em contro-
le concentrado de constitucionalidade; (2) revogada por uma medida provisória que não foi 
convertida em lei; ou (3) suspensa por uma lei federal geral que posteriormente foi revogada 
nos casos de competência legislativa concorrente do art. 24 da CF. Ora, nessas hipóteses, a 
ressurreição da norma revogada ou suspensa é automática e independe de comando expres-
so. Não se aplica a esses casos o § 3º do art. 2º da LINDB, que se reserva apenas a casos de 
revogações sucessivas de leis. Essas outras situações representam, portanto, hipóteses de 
repristinação automática.
Em termos de nomenclatura, preferimos considerar que o verbete “repristinação” deveria 
ser reservado aos casos de revogações sucessivas, para as quais há necessidade de comando 
expresso para a restauração da lei, ao passo que a locução “efeito repristinatório” deveria ser 
aplicada para essas outras hipóteses de ressurreição de normas, que ocorrem automatica-
mente com a declaração de inconstitucionalidade, como a não conversão da medida provisó-
ria em lei ou com a revogação da lei federal geral. Assim, com essa distinção de nomenclatura, 
poder-se-ia dizer que a repristinação não é automática, ao passo que o efeito repristinatório o 
é. Um interessante julgado do STJ já chegou a adotar essa nomenclatura (STJ, REsp 517.789, 
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2ª T., Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 13/06/2015). Todavia, o STF, a doutrina majoritá-
ria e até mesmo as provas de concursos públicos em geral confundem as expressões “efeito 
repristinatório” e “repristinação”, de modo que o recomendável é, em nome da uniformização 
taxonômica, reputar as duas formas como sinônimas e abrangentes de todas as situações 
acima (seja a de revogações sucessivas, seja as demais situações de restauração de normas).
A sua pergunta deve ser a seguinte: o que devo fazer em concurso público, professor?
Minha resposta é a seguinte: tente descobrir o que está na cabeça do examinador mediante 
a leitura da questão. Se a questão deita holofotes sobre a distinção entre as expressões (efei-
to repristinatório e repristinação), considere a corrente minoritária e distinga os termos. Se, 
porém, não há esse indício, trate os termos como sinônimos, na linha da corrente majoritária.
6. correção de texto de Lei
Veja esta questão.
007. (CESPE/JUIZ/TJ-AM/2016) Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor 
ocorrer tão somente para correção de falhas de grafia constantes de seu texto, o prazo da va-
catio legis não sofrerá interrupção e deverá ser contado da data da primeira publicação.
Nesse caso, reinicia-se o prazo da vacatio legis, conforme art. 1º, § 3º, da LINDB.
Errado.
Vamos a esse assunto.
Iniciada a vigência de uma lei, a sua alteração só poderá ser feita por lei nova, ainda que 
seja para mera correção textual. Correções de leis em vigor consideram-se lei nova, diz o art. 
1º, § 4º, LINDB. Há exemplos clássicos de erros gramaticais que se perpetuam na legislação 
diante da ausência de nova lei retificadora, a exemplo do uso do verbete “comissão” no lugar 
de “comistão” nos arts. 1.273 e 1.274 do CC e do emprego do adjetivo “poderoso” no lugar de 
“ponderoso” no § 2º do art. 843 da CLT. A doutrina, mesmo sem lei, costuma corrigir essas 
falhas evidentes de redação.
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Todavia, se a lei ainda não tiver entrado em vigor, ainda há tempo para a correção de erros 
de redação, mediante nova publicação da lei com o texto corrigido. Nesse caso, não haverá 
uma nova lei; a mesma lei, antes de entrar em vigor, se autorretificou mediante nova publica-
ção. Isso é plenamente admissível, desde que se trate de mero erro de redação (como erros 
de ortografia). É evidente que mudanças de mérito não poderão ser feitas por nova publicação, 
pois isso já feriria a vontade manifestada pelo Parlamento. Mudanças de mérito dependeriam 
de novo projeto de lei que enfrentasse os trâmites democráticos do processo legislativo. O 
fato é que, havendo nova publicação da lei que ainda não havia entrado em vigor para o efeito 
de correção de erro material, o prazo de vacatio legis reiniciará a contar da nova publicação, 
conforme art. 1º, § 3º, da LINDB. No caso de a parte corrigida ser separável do restante da lei, o 
reinício da contagem da vacatio legis somente ocorrerá em relação aos dispositivos retificados 
dessa lei, de maneira que os dispositivos remanescentes entrarão em vigor anteriormente. Ex.: 
se o art. 1º de uma lei trata de nulidade de cláusula contratual em contrato de consumidor e o 
art. 2º institui um tributo qualquer, essa lei é dividida em duas partes separáveis, de sorte que, 
havendo nova publicação da lei antes da sua entrada em vigor para corrigir um erro ortográfico 
no art. 1º, somente se reiniciará a contagem do prazo da vacatio legis em relação a esse dispo-
sitivo, de sorte que o art. 2º entraria em vigor antecipadamente.
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7. retroAtiVidAde
7.1. princípio dA irretroAtiVidAde
Amigos e amigas, peço que vocês tentem resolver esta questão:
008. (VUNESP/MPE-SP/2010) No âmbito do direito intertemporal (direito conflitual de leis no 
tempo), deve-se pressupor, como regra geral e princípio absoluto,
a) a retroatividade da lei nova.
b) a irretroatividade da lei nova, preservado o princípio da segurança jurídica.
c) a retroatividade justa, resguardados sempre o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
d) o efeito imediato e geral da nova lei, respeitados tão somente o ato jurídico perfeito e o di-
reito adquirido.
e) a sobrevivência da lei antiga, resguardada a ultratividade da norma.
Se referir à regra da irretroatividade das leis.
Letra b.
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Vamos falar sobre o tema.
O prefixo “retro” significa movimento para trás, de sorte que, no vernáculo, retroatividade é 
uma atuação (uma atividade) para trás. No Direito, retroatividade é a aplicação de uma lei para 
fatos anteriores à sua vigência.
Ora, a regra é a de que nenhuma lei é feita para disciplinar o passado, e sim o presente e 
o futuro, donde dizer-se que vigora no Brasil o princípio da irretroatividade das leis. Leis são 
feitas para disciplinar fatos que vierem ocorrer após a sua vigência.
Apesar do princípio da irretroatividade, o fato é que a retroatividade das leis é plenamen-
te admissível, desde que não viole os óbices constitucionais da segurança jurídica: o direito 
adquirido, a coisa julgada e ato jurídico perfeito. Dizem-se constitucionais esses óbices em 
razão de estarem previstos na CF (art. 5º, XXXVI). Eles também estão pormenorizados no art. 
6º da LINDB.
Em realidade, todos os óbices constitucionais poderiam ser enquadrados em direito adqui-
rido, pois a coisa julgada e o ato jurídico perfeito são, em última análise, um direito adquirido 
proveniente respectivamente de uma decisão judicial e de um ato jurídico. Todavia, por ques-
tão didática, a doutrina desmembra do direito adquirido essas outras duas categorias.
Caso não se viole os óbices constitucionais, uma nova lei, automaticamente (independen-
temente de previsão expressa), atingirá situações jurídicas novas e pendentes e poderá atingir 
situações jurídicas pretéritas apenas se houver previsão expressa. Reitere-se: isso só acontece 
se essas situações jurídicas não se enquadrarem em nenhum dos óbices constitucionais. A 
título de exemplo, reportamo-nos ao exemplo da licença-prêmio, citado quando tratamos de 
direito adquirido.
Vamos falar um pouco sobre cada um dos óbices constitucionais.
7.2. direito Adquirido
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LINDB – Parte I
DIREITO CIVIL
Carlos Elias
009. (FCC/TRT-20ª/2016) Com autorização de lei, a empresa “Z” descarta resíduos sólidos em 
área próxima a uma represa. Se revogada a lei que autoriza o descarte nesta área, a empresa “Z”
a) não poderá continuar a fazê-lo, poisa lei nova possui efeito imediato e a empresa “Z” não 
tem direito adquirido, devendo adequar-se ao novo regime jurídico.
b) não poderá continuar a fazê-lo, pois, embora a empresa “Z” tenha direito adquirido, a lei de 
ordem pública tem efeito retroativo.
c) poderá continuar a fazê-lo, pois a empresa “Z” tem direito adquirido, o qual obsta o efeito 
imediato da lei nova.
d) poderá continuar a fazê-lo, pois a empresa “Z” tem direito adquirido, o qual obsta o efeito 
retroativo da lei nova.
e) não poderá continuar a fazê-lo, pois, de acordo com as Normas de Introdução às Leis do 
Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito retroativo, seja de ordem pública ou não, e a empresa 
“Z” não tem direito adquirido, devendo adequar-se ao novo regime jurídico.
O caso em pauta pode ser explicado de duas formas. Primeira: não há direito adquirido a regi-
me jurídico, de maneira que o conjunto de regras ambientais que autorizavam a empresa “Z” a 
poluir (ou seja, o regime jurídico-ambiental) pode ser modificado por nova lei, vedando poluição 
daí para frente. Segunda forma: a empresa “Z” tinha apenas uma faculdade jurídica de poluir e, 
como isso não é direito adquirido, ela perde a faculdade jurídica com a revogação da lei.
Letra a.
Vamos tratar um pouco desse tema.
Direito adquirido é o direito cujos requisitos de aquisição já foram totalmente preenchidos. 
É o direito já incorporado ao patrimônio jurídico do titular. Aí se incluem os direitos que já se 
podem exercer e, também, os direitos sujeitos a condição ou termo suspensivos, conforme art. 
6º da LINDB. Por exemplo, o direito de alguém se tornar proprietário de um imóvel se o Flamen-
go for campeão neste ano (direito sob condição suspensiva) é, para efeito de proteção diante 
de novas leis, direito adquirido, de sorte que uma lei posterior vedando condições suspensivas 
vinculadas à sorte de um time de futebol seria inócua perante esse direito. Nenhuma lei pode 
retroagir para prejudicar direito adquirido. Se os requisitos de aquisição não foram preenchi-
dos, há mera expectativa de direito ou mera faculdade jurídica, as quais não são imunizadas à 
retroatividade por não serem direitos adquiridos.
A expectativa de direito se configura quando ainda não se verificaram todos os fatos exigi-
dos para a aquisição do direito. O titular da expectativa tem apenas a esperança de que o direi-
to poderá nascer com a ocorrência desses fatos faltantes. Esses fatos não dependem apenas 
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da vontade do titular. A faculdade jurídica, por outro lado, consiste na possibilidade de o seu ti-
tular poder, se quiser, praticar um ato para adquirir um direito. A faculdade jurídica distingue-se 
da expectativa de direito em razão de, na faculdade jurídica, o preenchimento do suporte fático 
de aquisição do direito depender apenas de conduta do titular. É o caso, por exemplo, da facul-
dade de doar, de testar, de contratar. Se o titular não exercer essa faculdade, não poderá querer 
exercê-la se sobrevier lei cassando-a. Se alguém não fez uma doação quando a lei permitia, 
não poderá realizá-la após a superveniência de lei proibindo-a, pois inexistia direito adquirido a 
doar, e sim mera faculdade jurídica, em desfavor de quem uma nova lei pode retroagir.
Alerte-se que a locução “faculdade jurídica” também pode ser empregada em um outro 
sentido, como alerta Vicente Ráo. Trata-se de uma faculdade oriunda de um direito adquirido, 
como, por exemplo, a faculdade de usar, fruir e dispor de um imóvel em razão de um direito real 
de propriedade. Não é dessa percepção que estamos tratando ao afirmar que as faculdades 
jurídicas não são protegidas contra a retroatividade.
É verdade que esses conceitos de expectativa de direito e de faculdade jurídica são 
confusos, tanto que o mestre Clóvis Beviláqua os desqualificava afirmando que eles “ne-
nhuma luz trouxeram à questão, antes concorreram para obscurecê-la”. Entendemos que 
a maior confusão está na falha distinção de duas espécies de faculdades jurídicas, pois, a 
nosso sentir, sempre uma faculdade jurídica decorre de um direito subjetivo. A faculdade 
de doar decorre do direito subjetivo de fazer doações. Por isso, parece-nos que seria mais 
didático simplesmente se valer da expectativa de direito como conceito que abrangesse 
todas as situações de não preenchimento total dos requisitos de aquisição de um direito, 
inserindo o conceito de mera faculdade jurídica no de expectativa de direito.
Do fato de a expectativa de direito não ser direito adquirido decorre uma outra conse-
quência: não há direito adquirido a regime jurídico, assim entendido o conjunto de regras 
que autoriza a aquisição de um direito automaticamente após a ocorrência de fatos pre-
determinados. Novas leis podem mudar o regime jurídico, resguardado apenas os direi-
tos cujos fatos aquisitivos já tenham sido totalmente preenchidos por já haver aí direito 
adquirido.
À guisa de exemplo, a versão original Lei n. 8.112/1990 (art. 87) previa o direito à 
licença-prêmio: o servidor público tinha direito a três meses de folga a cada cinco anos 
de trabalho. Servidores públicos à época dessa versão inicial não têm direito adquirido a 
permanecer com esse regime jurídico generoso. Nova lei poderia extingui-lo, como, aliás, 
ocorreu em 1997, com o advento da Lei n. 9.527/1997, que revogou o referido art. 87 e, 
no seu lugar, inseriu um outro regime jurídico (o da licença-capacitação). Nesse caso, 
nenhum servidor público poderá alegar direito adquirido a, após a lei, continuar receben-
do novos direitos à licença após o transcurso de novos quinquênios (situações jurídicas 
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futuras). Se, em 1997, faltava apenas 2 anos para um servidor completar um quinquênio 
de trabalho, esse servidor tinha mera expectativa de direito de adquirir um período de 
licença-prêmio (três meses de folga), de maneira que a nova lei atingirá essa situação 
jurídica pendente e o impedirá de completar o pressuposto fático. Não há necessidade 
de comando expresso, pois novas leis atingem automaticamente situações jurídicas pen-
dentes e futuras que não constituam óbices constitucionais. Todavia, se algum servidor 
já tiver preenchido um período aquisitivo de licença-prêmio antes de 1997, ele terá direito 
adquirido a fruir um período de licença-prêmio.
7.3. coisA JuLgAdA
Na definição do art. 6º, § 3º, da LINDB, coisa julgada (= caso julgado) é definida como a 
decisão judicial da qual não caiba mais recurso. É, em outras palavras, a decisão que “transi-
tou em julgado”, ou seja, que caminhou até se tornar um julgado. Essa definição é incompleta 
e pode ser elucidada com estudos de Processo Civil, mas, para não escapar ao nosso objeto, 
limitar-nos-emos a remeter ao art. 502 e seguintes do CPC, que detalha o tema. Basta-nos a 
noção dada pela LINDB.
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O fatoé que a coisa julgada garante segurança jurídica ao impedir a contínua rediscussão 
de questões já decididas judicialmente. Os romanos, nas suas típicas metáforas, afirmavam 
que a coisa julgada faz do quadrado redondo e do branco preto. Isso significa que, se uma 
sentença reconhecer uma pretensão de uma pessoa (ex.: o direito de um servidor a receber 
uma gratificação) e transitar em julgado, nada mais há a fazer, ainda que a sentença tenha se 
baseado em argumentos equivocados: o quadrado virou redondo. Nem mesmo uma nova lei 
poderia ser editada para atingir esse direito reconhecido por uma coisa julgada, pois nenhuma 
lei pode retroagir para prejudicar coisa julgada.
É evidente que a coisa julgada define um direito dentro dos limites fáticos e jurídicos vi-
gentes no momento da propositura da ação ou, no máximo, no caso de fatos supervenientes, 
até a data da decisão judicial. A coisa julgada tem, portanto, limites objetivos. Se, por exemplo, 
alguém ganhou judicialmente um direito com base em uma Lei “X”, os limites objetivos da coi-
sa julgada não impedirão que esse beneficiário perca esse direito caso a uma nova lei venha 
a revogar a Lei “X”, salvo se o direito previsto na Lei “X” era vitalício ou sujeito a um termo ou 
condição resolutivo além da vigência dessa Lei. Nesse caso, a nova lei não está desafiando a 
coisa julgada, e sim a lei sobre a qual se amparou a coisa julgada. Isso é lícito! O beneficiário 
não poderá invocar a proteção da coisa julgada para preservar o seu direito. Cumpre-lhe recor-
rer a outro óbice constitucional, se for o caso.
Assim, por exemplo, se uma pessoa ganha judicialmente direito a receber um benefício as-
sistencial previsto por uma Lei “X” e com duração enquanto esta estiver em vigor, ela não terá 
direito a continuar recebendo esse benefício assistencial caso essa lei venha a ser revogada2. 
A coisa julgada lhe garantirá o benefício somente durante a vigência da Lei “X”, e não depois. 
Há limites objetivos da coisa julgada. Do contrário, essa pessoa injustamente continuaria a 
perceber um benefício assistencial que os demais indivíduos, que não precisaram de uma 
ação judicial para receber esse benefício, perderam. O direito ao benefício assistencial somen-
te subsistiria se houvesse algum outro óbice constitucional a imunizá-lo diante dessa nova lei, 
como um direito adquirido, o que não é o caso em pauta, pois a Lei “X” apenas garante o direito 
ao benefício assistencial durante a sua vigência.
É raro haver um caso de lei que se volte contra uma coisa julgada, dada a manifesta incons-
titucionalidade. E é disso que a LINDB trata ao vedar a retroatividade contra a coisa julgada.
Todavia, fora da discussão de retroatividade de leis, podem-se discutir outras situações de 
flexibilização da coisa julgada. A coisa julgada pode ser flexibilizada nas hipóteses processu-
almente admissíveis, como em ação rescisória (art. 966 do CPC), em defesa em execução de 
sentenças inconstitucionais (arts. 525, § 12, e 535, § 5º, CPC) e em querela nullitatis insanabilis 
2 A observação é feita levando em conta benefícios assistenciais que são outorgados apenas enquanto houver lei. Por exem-
plo, o famoso benefício assistencial do “Bolsa Família” só é dado enquanto houver lei para tanto. Se revogarem a lei do 
“Bolsa Família”, ninguém mais vai continuar recebendo-o, pois não se trata de um benefício vitalício. O mesmo se dá com 
o benefício assistencial da Lei Orgânica de Assistência Social. A questão trata desses casos. Se, porém, se tratasse de um 
benefício vitalício ou com um termo ou condição resolutivos para além da vigência da lei, a solução seria diferente: a revo-
gação da lei não iria subtrair o direito daqueles que já tiverem adquirido esse direito, o qual só se extinguirá com a superve-
niência do termo ou condição resolutivos pertinentes.
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(doutrina processual admite no caso de vícios transrescisórios, como o de falta de citação). 
Essas hipóteses interessam mais ao Direito Processual.
Há, porém, uma outra situação de flexibilização da coisa julgada, de relevância para o Direi-
to Civil. Trata-se do caso de situações jurídicas que envolvam valores constitucionais que, no 
caso concreto, devem ser prestigiados em detrimento da segurança jurídica.
Se, por exemplo, uma sentença transitasse em julgado ordenando o fuzilamento de um 
devedor, essa sentença poderia ser flexibilizada a qualquer momento, por violar o direito à vida, 
que, no caso concreto, deve preponderar sobre o valor da segurança jurídica.
Igualmente, em prestígio ao direito fundamental à família, à identidade e à ascendência, é 
cabível nova ação de investigação de paternidade quando houve uma anterior que transitou 
em julgado negando o vínculo de paternidade sem se respaldar em uma verdade científica 
atual. Esse é o entendimento do STJ. Assim, se a anterior ação negou a paternidade com 
base em exame de tipagem sanguínea (suposto pai era AB+ e pretenso filho era O-), não 
caberá nova ação, pois a incompatibilidade sanguínea é uma verdade científica que segue 
atual. Todavia, se o fundamento da negativa da paternidade da primeira ação foi a desse-
melhança física entre as partes, o pretenso filho poderá flexibilizar a coisa julgada em nova 
ação para pleitear o exame de DNA, pois aparência física não é critério cientificamente válido 
atualmente para esse fim.
Em relação ao caso de a primeira ação ter-se baseado em exame de DNA, o STJ também 
aceita nova ação de investigação de paternidade se há dúvida razoável quanto à credibilidade 
desse exame, como no caso de suspeita razoável de fraude em um exame de DNA ou no caso 
de o exame de DNA ser inconclusivo (STJ, REsp 1769328/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Moura 
Ribeiro, DJe 06/03/2019)3.
7.4. Ato Jurídico perfeito
Os atos jurídicos em geral (como os contratos) são protegidos de mudanças supervenien-
tes das regras do jogo. Lei nova não pode atingir ato jurídico perfeito. O ambiente de negócios 
de um país seria sombrio se não houvesse essa garantia de segurança jurídica.
3 Veja também esta matéria: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Negativa-de-pa-
ternidade-transitada-em-julgado-nao-pode-ser-relativizada-sem-duvida-razoavel.aspx.
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http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Negativa-de-paternidade-transitada-em-julgado-nao-pode-ser-relativizada-sem-duvida-razoavel.aspx
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Negativa-de-paternidade-transitada-em-julgado-nao-pode-ser-relativizada-sem-duvida-razoavel.aspx
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Quando se qualifica como “perfeito” o ato jurídico, quer-se dizer todas as condutas neces-
sárias à sua prática já foram adotadas. Tudo está “feito” (perfeito). Um contrato que, por exem-
plo, já foi assinado pelas partes é um ato jurídico perfeito. Se eventualmente o pagamento das 
obrigações do contrato ocorrerá no futuro (como no caso de vendas parceladas em várias 
vezes), isso não desnatura a qualidade de ato jurídico perfeito do contrato, pois este já foi ce-
lebrado (ato jurídico perfeito) e apenas se prorrogou no tempo o seu cumprimento. Nenhuma 
nova lei pode atingir esse ato jurídico perfeito nem, obviamente, os efeitos deledecorrentes. 
Mais a frente aprofundaremos esse tema ao tratar de graus de retroatividade.
7.5. roubier Vs gAbbA
Na doutrina, havia duas visões acerca da existência ou não de retroatividade diante de 
efeitos futuros a uma lei que são produzidos por atos, decisões judiciais ou fatos anteriores.
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Para o francês Paul Roubier, a lei nova pode atingir esses efeitos futuros, pois isso seria 
efeito imediato da lei, e não retroatividade. Roubier só excepcionava o caso de contratos, cujos 
efeitos deveriam ser sempre regidos pela lei velha.
O italiano Carlo Francesco Gabba discordava e entendia que a lei nova não poderia atingir 
esses efeitos futuros, pois isso seria retroatividade: a nova lei estaria indiretamente atingindo 
atos, decisões judiciais ou fatos anteriores a ela e dos quais irradiam os efeitos. Dessa forma, 
para Gabba, a lei velha deveria continuar regendo todos os efeitos, mesmo os produzidos após 
o advento da nova lei.
No Brasil, sempre se adotou a solução do italiano Gabba em matéria de proteção do direito 
adquirido, da coisa julgada e do ato jurídico perfeito, de maneira que, em regra, não se admite 
que uma nova lei atinja nenhum dos efeitos produzidos por esses óbices constitucionais, nem 
mesmo os futuros a essa nova lei.
Cuidado: se não houver óbice constitucional (direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa 
julgada), a lei nova atinge automaticamente efeitos futuros e pendentes de situação jurídica 
anterior e, ainda, se houver previsão expressa, poderá atingir efeitos pretéritos.
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7.6. grAus de retroAtiVidAde
Quanto aos efeitos, a retroatividade pode ser dividida em três espécies: (1) máxima: é a 
máxima intensidade de uma retroatividade, pois a nova lei atinge efeitos pretéritos, pendentes 
e futuros de um ato pretérito; (2) média: a nova lei atinge apenas efeitos pendentes e futuros 
de um ato pretérito; (3) mínima: a nova lei atinge apenas os efeitos futuros de um ato pretérito.
Ao se tratar de norma constitucional originária (NCO) – aquela que é produzida pelo oni-
potente Poder Constituinte Originário (que, ao elaborar uma nova Constituição, é ilimitado e, 
portanto, pode estabelecer o que lhe aprouver como regra4) –, o STF firmou que: (1) toda NCO 
possui retroatividade mínima, independentemente de previsão expressa; e (2) a NCO pode ter 
retroatividade média ou máxima, desde que haja comando expresso nesse sentido. A ideia 
subjacente a isso é a de que, na sua onipotência, o Poder Constituinte Originário não é obri-
gado a assistir, no novo Estado que ele constituiu, a uma situação jurídica que ele abominou, 
4 Por falta de pertinência temática, deixa-se de lado aqui as discussões de Direito Constitucional acerca da existência de 
limites supradispositivos para o Poder Constituinte Originário.
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ainda que seja procedente de um ato jurídico perfeito, de uma coisa julgada ou de um direito 
adquirido anterior à CF. Por isso, qualquer NCO possui retroatividade mínima automaticamen-
te. Lembre-se de que foi o Poder Constituinte Originário quem estabeleceu a proteção ao di-
reito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito, de maneira que ele pode, se quiser, 
flexibilizá-los. Seja como for, para haver retroatividade média ou máxima, aí já há necessidade 
de comando expresso em NCO.
A título de ilustração, suponha que a CF, na sua versão inicial, tivesse proibido a cobrança 
de juros remuneratórios acima de 12% a.a. em qualquer contrato bancário. Nesse caso, há uma 
NCO a abominar a cobrança de juros acima desse patamar, de maneira que quem havia se 
comprometido a pagar 20% a.a. de juros por meio de um contrato de empréstimo bancário (ato 
jurídico perfeito) celebrado antes da CF está livre da obrigação de pagar juros acima de 12% 
a.a. relativamente às prestações que se vencerem após o advento da CF. Os efeitos futuros à 
CF do referido contrato deverão submeter-se à NCO (retroatividade mínima), porque nada, nem 
mesmo um contrato, poderá fazer o onipotente Poder Constituinte Originário testemunhar a 
algo que ele repugnou. A CF, todavia, não atingirá as prestações vencidas e pagas antes da CF 
(retroatividade máxima) nem as prestações que, embora tenham vencido antes da CF, estão 
pendentes de pagamento (retroatividade média), pois inexiste determinação expressa para 
tanto. Essas prestações seguirão sujeitas à taxa de juros de 20% a.a.
Ao se tratar, porém, de normas que não são constitucionais originárias, como as emendas 
à Constituição e as demais normas infraconstitucionais, todas elas devem estrito respeito à 
proibição de retroatividade contra os óbices constitucionais, pois essa vedação foi instituída 
pelo onipotente Poder Constituinte Originário como cláusula pétrea. Diante disso, se a norma 
não for constitucional originária, ela jamais poderá exibir qualquer tipo de retroatividade, se-
quer mínima, quando se deparar com algum óbice constitucional.
Assim, no caso ilustrativo acima, se a proibição de cobrança de juros acima de 12% tivesse 
sido imposta por uma lei ordinária, nenhuma das prestações do contrato de empréstimo ban-
cário seriam atingidas, nem mesmo as vencidas posteriormente a essa nova lei, sob pena de 
violação ao ato jurídico perfeito. Todas as prestações, vencidas e vincendas, sujeitar-se-iam à 
taxa contratada de juros, a de 20% a.a.
Portanto, diante de óbices constitucionais, não se admite retroatividade alguma, sequer 
mínima, salvo para as normas constitucionais originárias, que possuem retroatividade mínima 
automática e, se contiverem comando expresso, podem ter retroatividade máxima e média.
Na CF, há dois casos de retroatividade máxima. A primeira é a prevista no art. 51 da 
ADCT, que autorizava, nos três anos seguintes à CF, o desfazimento de doações de grandes 
faixas de terras públicas entre 1962 e 1987. Quem estivesse vivendo em um imóvel adquiri-
do da União em 1963 de acordo com as leis da época ficaria sujeito a perder a propriedade 
diante de uma nova norma, a CF/1988. Essa situação, por ser flagrantemente controversa 
em matéria de justiça, nunca foi implementada na prática. A segunda hipótese de retroati-
vidade máxima é a prevista no art. 231, § 6º, da CF, que extinguiu todos os títulos de pro-
priedades em terras indígenas sem direito à indenização. Quem, por exemplo, comprou um 
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imóvel da União na década de 1940 e nele edificou toda a sua vida iria ver

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