Resumo - Direito Constitucional - Aula 01 a 03 - Dica e Constituinte - Prof Erival Oliveira

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
 Curso: Reta Final OAB| Disciplina: Direito Constitucional
 Aulas: 01 ao 03 
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EXAME DE ORDEM 
ANOTAÇÃO DE AULA 
Ementa da Aula 
 
Aula 01 
 
Professor Erival Oliveira 
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Dicas de Leitura 
 
- Artigos da CF/88 comentada pelo STF (de graça na internet): 5º, 12, 14 até 17, 22 24, 34 até 36, 50 até 
69, 80 até 88, 93 até 97, 102 até 15 e 109. 
- Título VIII – Da Ordem Social – art.193 em diante (Saúde, Educação, Meio Ambiente, Família, Idoso, 
Criança e Adolescente...) 
- Leis 
9.868/1999 - Comentada pelo STF – ADI, ADO e ADC 
9.882/1999 - Comentada pelo STF – ADPF, 
12.562/2011 - ADI INT. FED. 
 
- Processo Legislativo – Lei ordinária revogada lei complementar se na origem a matéria é de lei ordinária; 
- Reeleição na mesa do senado – art. 57, §4º da CF; 
- Ação Popular – art. 5º, LXXIII da CF; 
- ADI proposta por Governador – art.103, V da CF - demonstrar a pertinência temática; 
- Estado e Atividade Econômica – art. 173, “caput” da CF; 
- Acesso à informática – art. 5º, XXXIII da CF; 
 
 
 
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- Direito de Religião – art. 5º, VII da CF. 
 
- Controle Concentrado – ADC e CN legislar; 
- Direito à e participação privada – art. 199, §§ 1º e 2º; 
- Estado de defesa – art. 136, § 1º, II da CF; 
 - Mandado de Injunção Coletivo – art. 5º, LXXI da CF e lei 13.300/2016; 
- Justiça Desportiva – art. 217, § 1º da CF; 
- Ação Popular – art. 5º, LXXIII da CF; 
- Participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra – art. 176, § 2º da CF 
 
PODER CONSTITUINTE - ORIGINÁRIO 
Poder para criar a primeira ou uma nova constituição para o país. 
Poder constituinte originário, genuíno, primário ou de primeiro grau, é um poder de fato que institui a 
Constituição de um Estado (país). 
Esse Estado pode ter sido criado naquele instante e por isso necessita de uma Constituição para estruturá-
lo, ou ele já existia anteriormente, e, em razão disso, já uma constituição, porém está se tornou 
ultrapassada em relação à evolução sociopolítica cultural, entre outros fatores. 
CUIDADO: a nova constituição revoga totalmente a anterior. 
 
Dica: 
A Nova Constituição revoga totalmente a anterior (ab roga). 
OBS: pode haver ou não a recepção das normas infraconstitucionais anteriores. 
CUIDADO: para retirar a efetividade de norma não recepcionada cabe uma ADPF. 
Para que uma lei (norma infraconstitucional) seja recepcionada basta não contrariar direitos da nova 
constituição. 
 
 
 
 
 
 
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VEDAÇÃO DE RETROCESSO 
 
O limite possível do Poder Constituinte Originário é a vedação do retrocesso em relação direitos humanos 
previstos em tratados internacionais. Desse modo, ao elaborar uma nova constituição o país deve respeitar 
os direitos humanos previstos em tratados internacionais que ele seja parte. Também conhecido como 
eleito “cliquet” (ampliação de direitos). Pode-se citar como exemplo: não restabelecer a prisão civil por 
dívida do depositário infiel. Fundamento: art. 7º, item 7 do Decreto 678/1992 (Pacto de San José da Costa 
Rica = Convenção Americana de Direitos Humanos) que apenas possibilita a prisão civil por dívida para 
devedor de alimentos. Nesse sentido, há decisão do STF no RE 466.343-1/SP. 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE 
 
É o poder dos Estados-Membros da Federação de se constituírem, ou seja, de elaborarem suas próprias 
Constituições, respeitando os princípios constitucionais da Lei Fundamental da União (Constituição Federal 
vigente). Também chamado de poder secundário federativo. 
 
O Distrito Federal é um ente federativo, artigo 32 da CF. 
 
Fundamento legal: artigo 25 (Estados). 
 
Nota-se que é possível ampliar esse poder para englobar os Municípios (art. 29) e o Distrito Federal (art.32), 
destacando que estes se regem por Lei Orgânica. Para alguns doutrinadores, a Lei Orgânica Municipal não 
seria uma “Constituição”, tendo caráter de lei ordinária, e, portanto, não caberia controle de 
constitucionalidade, mas de legalidade. Nesse caso, não haveria poder constituinte decorrente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 02 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADP DE REFORMA (REFORMADOR) OU DE EMENDABIIDADE 
 
Este Poder pressupõe a existência de uma Constituição, e nesta há a expressa previsão de como poderá 
ser alterado o texto constitucional, tarefa que cabe ao legislador ordinário (Congresso nacional). 
É um poder de direito resultante do texto constitucional, também chamado de poder de revisão, de 
reforma, secundário reformado, de segundo grau de poder de emendabilidade, que edita emendas 
constitucionais. 
 
Podem-se citar como exemplos: art. 60 da CF/1988 (Emendas Constitucionais – único meio atual de mudar 
a CF) e o art. 3º do ADCT (Emendas Constitucionais de Revisão - foi um meio de mudar a CF). 
Na atualidade, somente será possível alterar a Constituição Federal mediante o procedimento previsto no 
artigo 60. 
Destaque-se que o sistema de aprovação das emendas constitucionais é o mesmo para a 
constitucionalidade de tratos e convenções dos direitos humanos (art. 5º, §3º da CF/88). 
 
REVISÃO CONSTITUCIONAL 
 
Prevê a constituição, no Ato das disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), mais precisamente em 
seu art.3º - “A revisão constitucional será realizada após cinco anos contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso nacional, em sessão unicameral”. 
Dessa forma, a revisão constitucional só poderia iniciar-se após 05 de outubro de 1993, fato que realmente 
ocorreu com a edição das seis emendas constitucionais de revisão, sendo a primeira promulgada em 01 de 
março de 1994 e a última em 07 de junho de 1994 (Adin 815/1996 e Adin 984/1993 – emendas 
constitucionais de revisão “uma só vez” e não podem mais ser utilizadas). 
 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTO DE MUDANÇA DA CONSTITUIÇÃO 
 
Limitações e procedimentais ou formais – relaciona-se ao procedimento ou ao mecanismo a ser adotado 
para modificar a Constituição Federal. 
O art. 60, I, II e II, trata da iniciativa, ou seja, de quem pode propor um projeto de emenda constitucional, 
nos seus §§2º (votação) e 3º (promulgação) e 5º (limite temporal para reapresentação da PEC), e como 
deve ser o procedimento para emendar a Constituição. 
 
INICIATIVA 
 
De no mínimo um terço dos Deputados Federais (171) ou Senadores Federais (27), do Presidente da 
República ou de um projeto com a anuência de mais da metade das Assembleias Legislativas da Federação 
brasileira (14), manifestando-se a maioria relativa de seus membros em cada uma delas. 
 
TRÂMITE 
 
A proposta será discutida e votada na Câmara do Deputados e no Senado Federal, em dois turnos 92 
votações), com a obtenção em cada um deles em três quintos (3/5) dos votos respectivos membros de 
cada casa (3/5 da Câmara = 308, 3/5 do Senado = 49). 
Se aprovada, a emenda constitucional será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem (presidente 1º, vice-presidente 2º, vice-presidente 1º, 2º,3º 
e 4º secretários). 
Cumpre destacar que a matéria constante de emenda constitucional rejeitada ou prejudicada não poderá 
ser objeto de novaproposta na mesma sessão legislativa. 
 
Dica: Sessão Legislativa - regra começa dia 02/02 e termina 22/12. 
 
 
 
 
 
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LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS 
 
O artigo 60 em seu §1º, estabelece que, havendo determinadas circunstâncias, a Constituição não poderá 
ser emendada. São os casos de vigência de Intervenção Federal (arts. 34 a 36 da CF/88), de Estado de 
Defesa (art. 136 da CF/88) ou de Estado de Sitio (arts. 137 a 139 da CF/88). 
IMPORTANTE: pela primeira vez depois que entrou em vigor a CF/ 1988 foi realizada a Intervenção Federal. 
O Decreto Presidencial nº 9.288, de 16 de fevereiro de 2018 determina a Intervenção Federal na área da 
Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de pôr termo ao grave comprometimento 
da Ordem Pública com prazo previsto de vigência em 31 de dezembro de 2018. Na sua vigência, não pode 
ser modificada a CF/1988. 
 
LIMITAÇÕES MATERIAIS 
 
São as chamadas limitações materiais explicitas, cláusulas pétreas, cerne fixo, cláusulas de inamovíveis ou 
núcleos constitucionais intangíveis, ou seja, partes das Constituições não podem ser modificadas por 
emendas constitucionais para abolir direitos. 
As cláusulas pétreas só poderão ser retiradas da Constituição se houver nova Assembleia Nacional, que, 
como se sabe, não encontra limites. 
As cláusulas pétreas explicitas estão previstas no § 4º do art. 60 da CF/88 e são os seguintes casos: a forma 
Federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico.; a separação dos Poderes; e os direitos 
e garantias individuais. 
Cabe observar eu o próprio dispositivo que contém tais vedações é também intangível. 
 
 
 
 
 
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Aula 03 
 
FÊNOMENOS 
 
Fenômenos ou teorias que surgem com uma nova constituição. 
 
RECEPÇÃO 
 
Toda legislação infraconstitucional anterior compatível materialmente com a nova Constituição continua 
em pleno vigor. São exemplos: o Código de Processo Penal (Decreto-lei n. 3.689/41), o código Penal 
(decreto-lei 2.848/40, entre outros. Saliente-se que normas infraconstitucionais anteriores à CF/88 não 
podem contrariar materialmente, mas podem contrariar formalmente (procedimento por exemplo, a 
espécie normativa). Desse modo, tanto o código de processo penal quando o código penal, que foram 
criados por decretos-leis foram, recepcionados como leis ordinárias. 
A nova constituição vai receber, deixar onde continua existindo normais infraconstitucionais criadas com 
acordos anteriores, desde que, não contariam materialmente a nova constituição. 
Recepção existe de norma não recepcionada cabe ADPF. 
 
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
 
A nova Constituição recebe a anterior como legislação infraconstitucional (lei ordinária). Esta tese não 
vigora entre nós, pois não há justificativa e lógica para que as leis constitucionais sejam rebaixadas para 
legislação ordinária. 
 
Há o rebaixamento da Constituição anterior para legislação ordinária. 
A nova constituição vai rebaixar a anterior para a norma infraconstitucional. 
 
 
 
 
 
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PRORROGAÇÃO 
 
A continuação de institutos, entes ou atos anteriores até a efetiva regulamentação de acordo com a nova 
Constituição. Por exemplo: arts. 27, parágrafo 1º, 29, parágrafo 3º, 34 e 70, todos do ADCT da CF/88. 
 
REPRISTINAÇÃO 
 
A nova Constituição revalida ou revigora a legislação infraconstitucional revogada pela Constituição que a 
antecedeu. Essa restauração de eficácia conhecida por repristinação, não deve ser admitida em nosso 
ordenamento jurídico no plano constitucional em virtude dos princípios da segurança e da estabilidade das 
relações sociais. 
 
Não obstante, destaque-se no plano infraconstitucional, o parágrafo 3º do art. 2º (salvo disposição em 
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência) do Decreto-lei n. 
4.657/42 (Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro, antiga LICC), bem como o efeito repristinatório 
de decisões do Supremo Tribunal Federal em sede de Adin genérica (o STF declara inconstitucional a lei 
revogadora, revigorando a lei revogada). 
 
 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia jurídica, porém nem todas possuem efetividade 
(aplicabilidade). 
Segundo a doutrina majoritária, podem ser classificadas em: 
 
1) Normas Constitucionais de Eficácia Plena - São aquelas normas de aplicabilidade imediata, direta, 
integral, independente de legislação infraconstitucional para sua inteira operatividade (autoaplicáveis ou 
autoexecutáveis). 
Por exemplo: arts. 1º,2º, 13, “caput”, 14, parágrafo 4º, 44, parágrafo único, 69, entre outros da CF/88. 
 
 
 
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2) Normas Constitucionais de Eficácia Contida - São aquelas normas que têm aplicabilidade imediata, 
integral, plena, direta (autoaplicáveis ou autoexecutáveis), mas podem ter reduzido o seu alcance pela 
atividade do legislador ordinário, em virtude de autorização constitucional. São também chamadas normas 
de eficácia redutível ou restringível. 
Por exemplo: inc. XI do art. 5 da CF/88: “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”; Inciso LVIII do art. 5º da CF/88: O civilmente 
identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”, entre outros 
da CF/88. 
CUIDADO: Atividade ilícita ou criminosa não podem ser regulamentadas. 
 
3) Normas Constitucionais de Eficácia Limitada - São aquelas normas que dependem da emissão de uma 
normatividade futura, em que o legislador ordinário, entregando-lhes a eficácia mediante lei, lhes dê 
capacidade de execução em termos de regulamentação dos interesses visados (aplicabilidade diferida). São 
também chamadas eficácia relativa ou complementável – por exemplo, inc. XXVII do art. 7 da CF/88: 
“proteção em face de automação, na forma da lei”