Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO À INTRODUÇÃO À TIPOGRAFIATIPOGRAFIA Me. Aristeu S imon INICIAR introdução Introdução Entender a tipogra�a e como ela se comporta é um processo de conhecimento de uma parte do desenvolvimento da sociedade, ao longo dos milênios o homem busca se comunicar e deixar registradas suas atividades. Dessa forma, a tipogra�a serviu de ferramenta, ou melhor, foi sendo desenvolvida para gerar o efeito de �xação e repasse de conhecimentos e informações. É de grande relevância que tenhamos conhecimentos das ações possíveis da tipogra�a, que conheçamos seus limites e formas de aplicação. Nesse sentido, precisamos conhecer sua anatomia, tipologias e características para que possamos aplicar em cada caso a tipogra�a adequada, sabendo o que estamos fazendo. Você consegue imaginar como seria a sociedade, ou o mundo sem a tipogra�a? Imagine os processos de comunicação sem essa incrível ferramenta de codi�cação de sentidos e tradução de elementos. Para iniciarmos uma compreensão desse fenômeno que gerou mudanças enormes na sociedade, vamos buscar o sentido inicial de seu nome. Em sua descrição de origem grega temos a tradução literal de escrita com tipos, ou seja, uma composição de textos usando símbolos alfabéticos, numéricos e de pontuação com o objetivo de reproduzir de forma numerosa e sequenciada, com uma proposta de redução de esforços. Dessa forma, podemos a�rmar que tipogra�a é uma área de estudos que visa direcionar os esforços, harmonizar e aplicar de forma técnica e coerente os conjuntos de tipos, para que a partir disso, eles transmitam suas mensagens e sejam funcionais. Vemos a tipogra�a em todo lugar, sim, estão em todas as partes, nos livros, jornais, revistas, gibis, sites, redes sociais, embalagens, manuais, bulas, Tipogra�a: De�niçõesTipogra�a: De�nições IntrodutóriasIntrodutórias marcas, cartazes e isso se dá pela sua relevância e capacidade de transmitir informações de forma simbólica. O processo de impressão é historicamente conhecido por usar tipos móveis para gravar mensagens. Estes, por sua vez, podem ser de metal, madeira, em relevo, gravuras, clichês. A proposta é dar uma sequência estrutural e gerar a comunicação escrita. Brisolara (2009) aponta que, por analogia e consequência, a tipogra�a também passou a se referir à grá�ca que usa uma prensa de tipos móveis. Figura 1.1 – Tipos móveis Fonte: Przemyslaw Koch / 123RF. praticar Vamos Praticar Farias (2004) de�ne tipogra�a como o conjunto de práticas e processos envolvidos na criação e utilização de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográ�cos (letras) e para-ortográ�cos (números, sinais de pontuação etc.) para �ns de reprodução. A partir da a�rmação apresentada, assinale a alternativa que apresenta a(s) a�rmativa(s) correta(s) de variação tipográ�ca: a) O termo ‘tipogra�a’ pode ser utilizado como um sinônimo de ‘fonte’ para referirmo-nos a um determinado ‘tipo de letra’ utilizado em alguma aplicação especí�ca. b) O termo ‘tipogra�a’ pode ser utilizado como um sinônimo de caligra�a ou letreiramento, desde que tenha um uso especí�co no ambiente físico. c) O termo ‘tipogra�a’ pode ser utilizado como um sinônimo de ‘letras’ única e exclusivamente, tendo em vista que seu projeto o direciona para essa aplicação. d) O termo ‘tipogra�a’ pode ser utilizado como um sinônimo de ‘tipologia’, desde que ele contemple o uso de fontes em murais, cartazes e materiais grá�cos. e) Tipologia e tipogra�a estão ligadas à caligra�a. Assim como podemos relacionar o desenho técnico com as ilustrações artísticas. Pensando por um viés histórico com o advento e o crescente desenvolvimento da Revolução Industrial, a tipogra�a como arte divulgadora de progresso já não correspondia às necessidades de um mundo em revolução de ideias e costumes, tendo em vista que ela já possuía um histórico de desenvolvimento anterior. Brisolara (2009) a�rma que o livro era indispensável como instrumento de acompanhamento e formação, onde essa técnica praticamente artesanal já não mais conseguia acompanhar a agilidade na invenção e construção de máquinas que massi�cavam ainda mais o ofício e o produto. Tendo em vista esse contexto que orienta a tipogra�a a um processo de obsolescência, quando comparado a outras tecnologias, precisamos destacar que um método ou prática nunca substitui o outro de forma completa. Tipogra�a é um tema que aborda tantas possibilidades e variações, que é mais adequado pensar em um processo de modernização dos métodos e técnicas que propriamente o desuso de algumas delas. Brisolara (2009) aponta que enquanto as prensas o�sets são muito mais velozes e conseguem desempenhar funções impraticáveis na tipogra�a, esta possui particularidades que outras técnicas grá�cas di�cilmente obterão, como o relevo que forma no papel devido à pressão dos tipos nas máquinas. Podemos observar sempre que a tipogra�a acaba se envolvendo em níveis distintos, de acordo com o objeto de análise que está sendo tomado, mas precisamos compreender que vai além de simplesmente imprimir tipos em alguma superfície ou de utilizar de forma harmônica, pois carrega sentidos muitas vezes guardados sob o peso simbólico que representa. Dentro de um olhar semiótico a tipogra�a vai transmitir muito mais que legibilidade ou sentidos, ela vai carregar estes com ela. Podendo ser usada de forma a transmitir ações e representá-las, assim como qualidades e características, ela consegue representar intenções e interações em relação ao que está sendo representado e também pode realizar o signi�cado textual, demarcando os elementos de um texto e expressando seu grau de similaridade ou diferença no corpo de leitura, além de destacar elementos- chaves enquanto reduz a importância de outros. Assim sendo, a tipogra�a pode ser vista como um modo semiótico, sistemático e multimodal, capaz de realizar signi�cados não apenas textuais, mas também de interpretação simbólica, cultural e social. Figura 1.2 - A tipogra�a funciona como meio de mensagens, transmitindo mais que letras, elas trazem emoções Fonte: Rawpixel / 123RF. O termo tipogra�a em oposição à escrita manual, conforme Brisolara (2009) a�rma, refere-se às formas padronizadas e pré-de�nidas de desenho da letra para reprodução (impressa ou por outros meios); sobre as técnicas que posteriormente foram sendo desenvolvidas o processo de impressão tipográ�ca é baseado em uso de matrizes moldadas em relevo, obtidas da composição de tipos e clichê e fazendo uma alusão aos elementos tipográ�cos do contexto do pro�ssional tipógrafo. É curioso como ao passar dos anos o termo assume o sentido mais amplo da palavra sendo abordado como algo além do impresso, o design tipográ�co, que se estende por analogia a outros meios que dispensam este tipo de suporte (FONSECA, 2007). De toda a forma devemos destacar que a tipogra�a tem seu berço no mundo ocidental no século XV como o primeiro processo de reprodução mecanizada do texto, decorrente disso diversas transformações e mudanças relacionadas a inovação se sucederam ao longo desses cinco séculos, permaneceu como referência para a caracterização formal do texto no contexto da comunicação. Nesse processo complexo em que a tipogra�a pode ser analisada, é importante percebermos no primeiro momento que existe um processo de dualidade, que se traduz ainda pela sua intermediação entre os domínios do verbal e do visual, como se a exploração da forma tipográ�ca que permite a manifestação do poder de comunicação da palavra escrita estivesse constantemente carregada de pesos simbólicos e interpretações que podemos contextualizar. Assim, para partirmos de um conceito inicial de que tipogra�a é um processo de reprodução mecânica, e chegarmos a um processo de exposição de valores culturais e simbólicos, existe um grande trajeto. Uma amplitude de enfoques que precisam ser conhecidos para que possamos direcionar nossos esforços projetuais, e assim em um harmonioso projeto de designcolocar todo o peso de uma tipogra�a bem trabalhada na própria concepção do objeto grá�co. A tipogra�a apresenta-se como importante elemento para observarmos os fatos e momentos históricos que contribuíram para uma nova postura e mudanças na comunicação impressa ou digital. Esses processos evolutivos estão permeados por uma série de características gerais da tipogra�a, que vamos entender partindo da estrutura geral e analisando as partes envolvidas na arte de trabalhar com os tipos. Caligra�ia Um dos pontos a serem analisados no processo de desenvolvimento da tipogra�a pela presença e e�ciência é a caligra�a, este elemento tipográ�co denota uma proximidade muito grande com as pessoas, sendo que somos apresentados a ela pelo processo de aprendizado e alfabetização, e apesar de ter uma ligação grande com o público infantil é uma ferramenta de grande e�cácia para o design grá�co, entender ela em sua funcionalidade é importante para direcionarmos o projeto grá�co. Brisolara (2009) de�ne Caligra�a como: Letras únicas produzidas a partir de traçados contínuos à mão livre (manuscritos). Algumas fontes, contudo, são elaboradas a partir de originais caligrá�cos, reproduzindo-os; estas são conhecidas como ‘caligrá�cas’, ‘script’ ou ‘cursivas’. Boguszewski (2012) a�rma que, simbolicamente, a caligra�a é expressão de civilidade, requinte, elegância, distinção, identidade. Esse atributo tem origem muito antiga e se baseia, originalmente, no valor simbólico das letras em muitas tradições religiosas. O autor ainda aponta que a letra aparece como símbolo do mistério do ser, como unidade fundamental vinda direto do verbo divino e com sua diversidade inumerável resultante de suas Figura 1.3 - Caligra�a, quando pensamos em um processo manual de reprodução do ato de desenhar as fontes ou letras Fonte: Marina99 / 123RF. combinações virtualmente in�nitas; é a imagem da multidão das criaturas, e até mesmo a própria substância dos seres que nomeiam. Estamos falando de uma análise simbólica e histórica relacionada à caligra�a, é importante percebermos a relevância de cada elemento e como isso se constituiu, para que possamos aplicar com assertividade em nossos trabalhos. "No ocidente a arte da caligra�a remonta às tradições romanas e cristãs antigas, sendo sua prática cultivada nos mosteiros medievais em que se copiavam os textos bíblicos, entre outros manuscritos herdados do passado" (BOGUSZEWSKI, 2012, p. 130). Os elementos que são ligados à caligra�a e ao efeito simbólico que participa de sua conceituação trazem a discussão dos efeitos e da tradição envolvidos nessa abordagem. É importante saber que, antigamente, as letras eram muito ligadas à caligra�a e ao movimento das mãos e, com o avanço do uso dos tipos, houve a necessidade de uma organização e que, por meio da classi�cação, obtém-se maior a�nidade com o projeto grá�co e o público ao qual é voltado. A origem das palavras está nos gestos do corpo. Os primeiros tipos foram modelados diretamente sobre as formas da caligra�a. No entanto, elas não são gestos corporais, mas imagens manufaturadas para repetição in�nita. A história da tipogra�a re�ete uma tensão contínua entre a mão e a máquina, orgânico e o geométrico, o corpo humano e o sistema abstrato (LUPTON, 2006, p. 9). Tipologia e Tipogra�ia Tipologia e Tipogra�a, os dois termos são muito utilizados no design, não há dúvida. Mas mesmo assim muitas vezes esses termos são empregados de maneira incorreta. Os dicionários apresentam diversos signi�cados para Tipologia, a interpretação que temos interesse e é nosso foco de estudo é o termo: “Conjunto de caracteres tipográ�cos usados em um projeto grá�co”. Em outras palavras, quando você vai fazer um projeto é necessário determinar a fonte que será usada, a decoração, o tamanho, a cor, se utilizará mais do que uma fonte, se a fonte será serifada ou não, todo esse estudo é classi�cado como Tipologia. Esse estudo e proposta complexa de conceitos que estão envolvidos em todas as fases do projeto tipográ�co é o que chamamos de tipologia, assim podemos entender que a tipologia é o estudo de como será utilizada a fonte, as circunstâncias envolvidas, e a estrutura do projeto em nível macro, já a tipogra�a é a arte de criar tais fontes. Figura 1.4 – Tipologia é um estudo para entender quais tipogra�as serão aplicadas na arte grá�ca Fonte: Imogi / 123RF. Nesse sentido, começaremos de�nindo o que é tipogra�a como o conjunto de práticas e processos envolvidos na criação e utilização de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográ�cos (letras) e para-ortográ�cos (números, sinais de pontuação etc.) para �ns de reprodução, sim, precisamos pensar sempre neles em nível de possibilidade de reprodutibilidade. Esse elemento vai incluir tanto o design de tipos quanto o design com tipos. Na falta de um termo em português que traduza o termo inglês typeface o termo ‘tipogra�a’ pode ser utilizado como um sinônimo de ‘fonte’, para referirmo-nos a um determinado ‘tipo de letra’ utilizado em alguma aplicação especí�ca (FARIAS, 2004). Dentro dessa de�nição geral, ao efetuar a análise ou descrição de algum exemplo especí�co de design com tipos, é necessário levar em consideração os diferentes processos disponíveis para a obtenção destes caracteres ortográ�cos e para-ortográ�cos. Embora qualquer um desses processos possa resultar em uma fonte tipográ�ca do ponto de vista do design de tipos, dentro da esfera do design com tipos é importante diferenciar a tipogra�a, enquanto processo mecânico ou automatizado para a obtenção de caracteres regulares e repetíveis, da caligra�a e do letreiramento (processo manual para a obtenção de letras únicas, a partir de desenhos). Pensar em processos tipológicos e tipográ�cos pode parecer em um primeiro momento algo rápido e que não exige muita demanda projetual, porém, a avaliação deve acontecer com calma, por exemplo se estiver desenvolvendo uma embalagem de alimento, é necessário entender a linguagem do público, como se relaciona com a marca, se o produto está falando de forma adequada, por meio da tipogra�a com o público, avaliar se está legível o su�ciente e como está a atratividade gerada. Entender esse processo envolvido na projetação da tipogra�a, ou seja, na tipologia do projeto pode de�nir o rumo a que você deverá levar o material, se precisa trabalhar elementos especí�cos para valorizar determinados elementos que são relevantes a determinado público. Figura 1.5 – As diferenças de tipogra�a aplicadas em produtos ao longo dos anos, promove a atualização do design da embalagem e a mudança de linguagem Fonte: Paul Jantz / 123RF. Vamos direcionar a atenção para o elemento que gera muita confusão no design, a Tipologia. Esse elemento essencial no design grá�co é na verdade pertencente à taxonomia, a ciência das classi�cações, tipologia é o estudo das características das diferenças entre objetos e seres vivos de toda espécie. Tipologia é um termo que constantemente é utilizado em textos do design, ele costuma ser adotado quando existe a necessidade de distinguir o estudo que resulta na caracterização de qualquer elemento da estrutura do projeto, seja ele uma fonte, cor, formas, imagens ou qualquer outra realidade que precise ser caracterizada. A partir de uma interpretação mais ampla pode-se entender que tipologia é um sinônimo para classe, família, gênero, en�m, uma classi�cação generalista de algo, como já citado, utilizamos como um processo de re�exão dos elementos contidos no projeto, a tipogra�a é contemplada por ela estar dentro desse processo. Ou seja, em um projeto tipográ�co a tipologia foi feita ao pensar sobre os conjuntos de elementos e como trabalham. Figura 1.6 – Aplicação de um projeto de tipologia com uso de tipogra�a Fonte: Cienpies Design / 123RF. Vamos desenvolver um pouco mais sobre o assunto tipogra�a? A tipogra�a é considerada a arte e o processo de criação de caracteres, ela tem origem etimológicana implantação da impressão por tipos móveis na Europa, a partir do século XV. Dentro do design grá�co, a tipogra�a é interpretada como uma ferramenta de promoção de uma organização estrutural para ser utilizada como forma à comunicação imprteessa. Trabalhar com os tipos envolve uma série de características muito interessantes, na maioria dos casos, a exigência é que uma composição tipográ�ca deve ser legível e visualmente atrativa, sem desconsiderar o contexto em que é lida e os objetivos da sua publicação, e o local ou substrato que foi aplicado (físico ou digital). Tipogra�a pode ser também algo que não precisa ser lido. Se você gosta de transformar partes dessa informação em algo mais interessante, pode fazer algo ilegível, para que o leitor descubra a resposta. Isso também é possível, e isso também é tipogra�a. Escrita à mão é tipogra�a. Fazer letras à mão também é tipogra�a. Tipogra�a é a arte de escolher o tamanho correto, comprimento certo da linha, de escolher as diferentes espessuras das informações do texto. Ela pode incluir cor, que dá outro signi�cado à palavra. Se você imprimir algumas partes em vermelho, elas se transformam numa outra informação. A tipogra�a inclui regras para o uso de linhas, formas positivas e aplicação de retículas, letras em diferentes contrastes de claro-escuro e de tamanhos pequenos e grandes (FARIAS, 2004, p.15). Em trabalhos de design grá�co experimental ou de vanguarda os objetivos formais extrapolam a funcionalidade do texto, portanto questões como legibilidade, nesses casos, podem acabar sendo relativas, tendo em vista que a análise dos elementos de valor e estéticos vão se sobrepor sobre a funcionalidade. Isso ocorre devido à versatilidade de recursos que a tipogra�a oferece, é uma arte que nos liga à comunicação tanto em uma estrutura formal como um texto ou um livro ou em uma obra de arte utilizada para transmitir além da palavra descrita ou representada. O interesse visual despertado pela tipogra�a é realizado por meio da harmonia das fontes tipográ�cas, composição, layout do texto, cores, e direciona para o teor do texto. Letreiramento Figura 1.7 – Uso da tipogra�a como elemento secundário, direcionando a atenção para as formas antes da leitura Fonte: Alvaro Cabrera Jiménez / 123RF. Se considerarmos os mais de 500 anos da história da impressão com tipos móveis, muitos termos foram adotados ou adaptados de diferentes línguas para signi�car alguma função, tarefa ou elemento relacionado aos tipos. Farias (2013) aponta que, desta forma, alguns dos termos utilizados na nomenclatura tipográ�ca são adaptações de termos tradicionalmente adotados na prática da caligra�a ou da escrita em geral, enquanto outros foram criados para melhor descrever as partes dos tipos de metal ou madeira. Quando consideramos o advento da internet e o avanço das tecnologias digitais, muitos destes termos continuaram em uso, embora nem sempre com o mesmo signi�cado, e novos termos foram cunhados, pois foi necessária alguma adaptação para que tivesse relação com a realidade. Farias (2013) a�rma que dentro dessa de�nição ampla, ao efetuar a análise ou descrição de algum exemplo especí�co de design com tipos, é necessário levar em consideração os diferentes processos disponíveis para a obtenção desses caracteres ortográ�cos e para-ortográ�cos. Ainda como complemento, Farias (2013) aponta que dentro da esfera do design com tipos é importante diferenciar a tipogra�a, enquanto processo mecânico ou automatizado para a obtenção de caracteres regulares e repetíveis, da caligra�a (processo manual para a obtenção de letras únicas, a partir de traçados contínuos à mão livre) e do letreiramento (processo manual para a obtenção de letras únicas, a partir de desenhos). Brisolara (2009) de�ne que Letreiramento como letras únicas, produzidas a partir de desenhos (com pincel, caneta, lápis ou outro instrumento). As implementadas como fonte passam à designação ‘brush’ ou ‘manuais’. Entendendo que o contexto e os fatores envolvidos na produção de�nem também a nomenclatura adotada, percebemos que além de rico, visualmente, esse elemento tipográ�co permite intervenções visuais em diversos ambientes sociais. Assim, o Letreiramento (tradução do inglês lettering), interpretado segundo Farias (2013) mantém um aspecto mais restrito, ainda com vínculos com o termo tipogra�a que �ca reservado à identi�cação de caracteres produzidos de forma mecânica ou automática, e com os traçados individualizados e manuais chamados de caligra�a. Figura 1.8 – Lettering ou letreiramento, exemplo de uso que vemos habitualmente em ambientes sociais Fonte: Pavel Maliugin / 123RF. Caractere e Fonte A tipogra�a é formada por diversos elementos micros que consistem em características de formatação e que se relacionam com a tipologia escolhida. Nesse contexto, utilizaremos o termo caractere, pois de acordo com Farias (2004) deve ser utilizado para nos referirmos a cada uma das letras, números e sinais (inclusive espaços) que compõem uma fonte tipográ�ca, ou que fazem parte de um sistema de escrita. Ainda sobre a explanação do autor, podemos de�nir alguns termos relacionados com as fontes, principalmente nos meios pro�ssionais (grá�cas, agências, estúdios de design etc.). O Tipo, original do grego Typos, signi�ca modelo, sinal, caractere, letra de imprensa em interpretações modernas. É um sinônimo de tipogra�a e pode ser reconhecido como typeface também em bibliogra�as modernas que trabalham com o digital. Já o caractere ou fonte refere-se, de acordo com Farias (2004), com cada símbolo abstrato de uma fonte. É o design especí�co de um conjunto de caracteres tipográ�cos. Também pode se referir a conjuntos de caracteres determinados não só pelo desenho das faces, mas também por suas características métricas e de espaçamento no caso das fontes digitais. Quando buscamos a signi�cação do termo alfabeto, o autor nos mostra que pode ser o conjunto de símbolos abstratos usados em cada sistema de escrita, não necessariamente precisa estar implementada como fontes. São as letras usadas em uma determinada língua. Seu nome deriva das duas primeiras letras do alfabeto grego. A abordagem relacionada à família tipográ�ca está vinculada com o conjunto das variantes (estilo regular, itálico, bold, bold itálico etc.) de um mesmo design tipográ�co (determinada fonte). Os termos série, fonte ou face se referem a cada um dos membros da família. Outros elementos �cam próximos, pois, atuam em conjunto como a já discutida caligra�a, que, de acordo com Farias (2004) é formada por letras únicas produzidas a partir de traçados contínuos à mão livre. Porém, algumas fontes, contudo, são elaboradas a partir de originais caligrá�cos, reproduzindo esses traçados; estas são conhecidas como fontes caligrá�cas, script ou cursivas. Um ponto que ainda trataremos na anatomia tipográ�ca, ligado a fonte, é a conhecida como Caixa-alta/Caixa-baixa, que para Farias (2004) são termos sinônimos para designar letras maiúsculas e letras minúsculas. Essa nomenclatura tem ligação com sua origem que remonta à posição ocupada pelos tipos móveis de metal na caixa de tipos (as maiúsculas na parte superior e as minúsculas na parte inferior). Figura 1.9 – Exemplo de caixa baixa e caixa alta Fonte: Maksym Butskyi / 123RF. Glifo e Família Tipográ�ica A tipogra�a é traduzida com a expressão máxima do pensamento, da técnica verbal e da não verbal que, por associações geométricas e imagens grá�cas, consegue expressar diversos sentimentos e anseios do ser social (MOTA; AMENDOLA, 2018). Dentro dos termos que vimos que estão intrínsecos ao estudo da tipogra�a, precisamos abordar o signi�cado do termo glifo, não é um dos termos populares, mas ele existe e tem sua relevância. Para Farias (2004) o termo glifo é a melhor tradução para o inglês glyph , e pode ser utilizado como alternativa ao termo ‘caractere’ quando desejamos nos referir a qualquer imagem (letra, número ousímbolo) que faz parte de uma fonte. Para Mota e Amendola (2018), a atuação do designer propõe a abertura de novas possibilidades que ampliem os seus horizontes sugerindo, a partir da riqueza de exemplos do passado, formas criativas e conscientes de se proceder no presente. Quando está atuando na composição grá�ca com tipos há o emprego de signi�cados atribuídos e a possibilidade de utilizar diferentes maneiras de se comunicar algo dentro de um limite e de um princípio dialético. Observando os formatos das revistas, dos jornais e livros impressos, percebemos facilmente que esses sofreram poucas alterações ao longo de sua existência. Mas quando estamos trabalhando os elementos envolvidos nas artes grá�cas, e em usos ditos modernos como sites, e-books e materiais grá�cos notamos transformações mais radicais em seus elementos especí�cos, principalmente pela forma que o layout e a tipologia são estruturados, a tipogra�a, o tratamento das imagens, o uso de cores, e a diagramação, todos os elementos são orientados para que transmitam reações e mensagens. Mota e Amendola (2018) completam ainda que são detalhes capazes de alterar padrões, uma vez que cada um, em si mesmo, e todos em interação, são capazes de criar proposições de leituras radicalmente diferentes entre si. Farias (2004) apresenta que família tipográ�ca contempla o conjunto das variantes da fonte (estilo regular, itálico, bold, bold itálico etc.) de um mesmo design tipográ�co. Os termos série, fonte ou face se referem a cada um dos membros da família, dessa forma o conjunto e suas variações ainda pertencem a um grupo único. Finizola e Coutinho (2009) trazem a discussão sobre as famílias tipográ�cas apontando que o atributo do peso de�ne as espessuras das hastes de uma família tipográ�ca, afetando a sua cor, sua tonalidade na mancha grá�ca de um layout. Os autores ainda completam que como exemplo temos as variações de peso light, regular, bold, semibold, extrabold. Elementos Ortográ�icos e Para- Ortográ�icos Duarte (2017) a�rma que todas as abordagens sobre tipogra�a são complementares e ampliam a identi�cação do que é. E ainda mais com a contribuição que a alinha à linguagem visual. É fundamental relembrar que a tipogra�a é um conjunto de elementos que compõe a sintaxe visual, assumindo assim a responsabilidade pelo papel de expressar visualmente o texto escrito. Dessa forma, Duarte (2017) aponta que é necessário buscar condições para que se possa exercer essa tarefa de forma a que respeite a legibilidade, assim como também possa agir em favor dos objetivos da mensagem dentro dos projetos grá�cos. De�niremos, assim, tipogra�a como um conjunto de práticas subjacentes à criação e alteração de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográ�cos (letras) e para-ortográ�cos (tais como números e sinais de pontuação) para �ns de reprodução, independentemente do modo como foram criados (à mão livre, por meios mecânicos) ou reproduzidos (impressos em papel, gravados em um documento digital) (FARIAS, 2013, p. 18). Segundo Farias (2004), os termos utilizados na nomenclatura tipográ�ca se originam tanto da prática da caligra�a e da escrita em geral, quanto da prática tipográ�ca de tipos móveis de metal ou madeira. Quando observamos os elementos e diferenciamos que possuem suas funções com distinções, percebemos que os caracteres ortográ�cos ou as fontes que compõem as estruturas nos direcionam a contemplações de informações descritivas, pois estão se relacionando diretamente com palavras. Já os elementos ortográ�cos possuem função diferente, pois organizam o contexto, criam espaços, estruturam a mensagem, apontam números e trazem um sentido mais racional à estrutura. Farias (2004) de�ne os elementos tipográ�cos e descreve como são interessantes de serem interpretados, pois estão ligados com os caracteres para-ortográ�cos e os ortográ�cos, sob um olhar técnico acabam tendo aparências muito distintas, mas nas ações diárias da escrita passam quase despercebidos, porém ainda fazem grande diferença. Como, por exemplo, placas de carros, atuam basicamente com ambos os formatos, mas que tem maior peso na interpretação lógica e codi�cada, ou no caso dos calendários em que nos deparamos com o controle de tempo, ou a partir de ambos os formatos de caracteres, nas senhas dos bancos em que direcionamos o entendimento não para o que os códigos apresentam, mas pelo que eles representam, que é sua vez de ser atendido. Dessa forma, podemos contextualizar as aplicações dos caracteres e compreender que estão no nosso dia a dia, e relacionam-se com nossas tarefas diárias. Isso aponta o quanto é importante a ação do designer na atividade grá�ca. Figura 1.10 – A tipogra�a convive com a sociedade e oferece meios de comunicação com tamanha e�ciência que poucas abordagens conseguem Fonte: Maglara / 123RF. praticar Vamos Praticar Uma fonte tipográ�ca (ou, simplesmente, uma fonte) pode ser de�nida como um conjunto de caracteres em um estilo especí�co, sendo, neste sentido, um sinônimo de tipogra�a, tipo ou face. FARIAS, P. L. Notas para uma normatização da nomenclatura tipográ�ca. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN, 6., 2004, São Paulo. Anais … São Paulo: FAAP, 2004. A partir disso, analise as alternativas e assinale a a�rmativa correta: I- Podemos dizer, por exemplo, que na ‘tipogra�a’ com tipos móveis, cada um dos blocos que faz parte de uma ‘fonte’ é chamado de ‘tipo’, e o lado a ser impresso desses blocos é chamado de ‘face’. II- O termo fonte deveria ser reservado a conjuntos de caracteres implementados como conjunto de elementos, isto é: conjuntos para os quais foram determinados os desenhos de suas faces, cores, sombreamentos. III- Uma fonte digital, nesse sentido, pode ser descrita como um arquivo manuscrito contendo um conjunto de instruções manuais para o desenho de curvas, que determinam a reprodução de seus glifos. IV- Podemos dizer, por exemplo, que na ‘tipogra�a’ com tipos móveis, cada um dos blocos que faz parte de uma ‘fonte’ é chamado de ‘tipo’, e o lado a ser impresso desses blocos é chamado de ‘gra�a’. Agora, assinale a alternativa correta. a) Apenas a alternativa I está correta. b) Apenas as alternativas I e II estão corretas. c) Apenas as alternativas I e IV estão corretas. d) Apenas as alternativas I e III estão corretas. e) As alternativas I, II e III estão corretas. O conceito de variações tipográ�cas é aplicado para se referir a um determinado conjunto de fontes que compartilha características comuns de forma, métrica e espacejamento, formando uma família tipográ�ca. Essas variações possuem como objetivo facilitar a hierarquização de informações em uma página diagramada ou projeto grá�co (FARIAS; PEREIRA, 2010). Para entendermos melhor como esse processo ocorre, ele é direcionado a um conjunto de fontes, que é quase sempre gerado a partir de uma fonte inicial, que partilha um mesmo conceito ou faz parte de uma mesma solução de projeto, embora apresente diferenças de espessura, largura, inclinação e estilo, ou seja, essas fontes pertencem à mesma família tipográ�ca mas podem ser analisadas individualmente por diferenças que possuem. Conforme Farias e Pereira (2010), a fonte romana faz parte desse conjunto, mas será nosso modelo principal que permite orientar a elaboração das variações, conservando assim as características que determinam a família. Inicialmente, destacamos a nomenclatura apresentada como romana em nosso modelo base, segundo Pereira e Farias (2010) sua nomenclatura tem De�nições e introdutóriasDe�nições e introdutórias - Características e- Características e propriedadespropriedades base em quatro fatores presentes: 1. Caracteres que apresentam estruturas baseadas em formas de origem latina; 2. Caracteres de eixo vertical, ou seja, sem inclinação; 3. Caracteres com formas não cursivas; 4. Formas de caracteres relacionadas às inscrições monumentais romanas. Assim, usamos a nomenclaturacom base na orientação de Farias e Pereira (2009), pois possui formas ocidentais de origem latina, não cursivas, não inclinadas (não-itálicas), com peso “regular” e largura “normal”, enquanto que os outros membros da família são variações dessa fonte. Os elementos tipográ�cos das famílias apresentadas são classi�cados como sem serifa, podendo também ser descritas como tipogra�as destinadas à composição de textos longos, ou seja, famílias não-display, ou simplesmente famílias de texto. Ao abordarmos a versão com efeito itálico, ou inclinada, a proposta é gerar algum tipo de ênfase no elemento textual. Farias e Pereira (2010) a�rmam que os primeiros cortes itálicos eram usados para impressão de textos longos inteiros. As fontes itálicas tinham a vantagem de economizar páginas e eram empregadas especialmente em livros de formatos menores, o estilo itálico possui alterações estruturais, tendo nesse caso a alteração de espessura, mas a altura é mantida. Há estilos criados a partir de variações na espessura dos traços dos tipos, como thin, light, semibold, bold, extrabold , entre outros (FONTOURA, 2004, p. 34). A variação apresentada como condensed se deve a variações na largura dos glifos. Ela se mantém sem inclinação, mas preserva pontos de mudança, deixando suas linhas preservadas, tendo o espacejamento alterado. Na variação com negrito, os traços tendem a gerar áreas demasiadamente escuras, mas essa é uma das características das variações bold (negrito) ou mais pesadas. Geralmente utilizadas como auxiliares das romanas, podem ser empregadas na composição de títulos e subtítulos, em listas para destacar itens de forma proposital. “O negrito se mostra geralmente entre dois quintos e dois terços mais pesado que o romano” (FRUTIGER, 2007, p. 148), as hastes verticais devem apresentar espessura igual a 35% do valor da altura de versal (distância da linha de base ao topo da letra maiúscula) em fontes bold. Dessa forma, entendemos que as principais variações se devem a aplicações e possibilidade com que cada elemento tipográ�co é aplicado, seja para facilitar a leitura longa ou para dar atenção a um fragmento da frase. Ao trabalharmos a estrutura das fontes, alguns pontos são relevantes de serem analisados ponto a ponto, por exemplo o design de fontes tipográ�cas, principalmente aquelas projetadas para aplicação em textos extensos. Devemos considerar dois conceitos relevantes: legibilidade e leiturabilidade, entendendo primeiro que sua intenção é de oferecer ao leitor a clareza, para que os caracteres possam ser reconhecidos individualmente. Já o conceito de leiturabilidade, do inglês readability, se refere à qualidade de conforto visual, Farias (2004) de�ne os elementos da seguinte forma: A leiturabilidade é a qualidade que torna possível o reconhecimento do conteúdo informacional de um material, quando esse material é representado por caracteres alfanuméricos. Essa característica de ser adaptada a uma boa leitura se deve principalmente pelo espaço entre caracteres, entre grupos de caracteres e se está sendo trabalhado com variantes da família trabalhada, habitualmente encontraremos as variações condensado e expandido, regular, itálico, negrito e versalete. Segundo Farias (2004) na maioria dos casos a mais legível, além de ser também a mais Aplicações de ConceitosAplicações de Conceitos comum, particularmente em grandes blocos de texto, é a que prevalece no texto como um todo. Sobre a presença ou ausência de serifa, é um tópico importante de ser tratado, já que as serifas são traços adicionados ao início ou ao �m das hastes principais de um caractere, podendo ser uni ou bilateral, e transitiva ou abrupta, ou seja, acabar com uma curva suave até a base ou reta. Farias (2004) levanta a a�rmação que a serifa aumenta as características que distinguem as letras (legibilidade), propiciando seu agrupamento em conjuntos signi�cativos (leiturabilidade). Já Guimarães (2004) tece a mesma recomendação, a�rmando que textos compostos em tipo com serifa são mais fáceis de ler, pois a serifa incrementa a diferenciação entre as letras. Por outro lado, quando aplicados a palavras isoladas, recomenda-se a utilização de tipos sem serifa. Em termos gerais, a via de regra é que colabora na leitura, mas pode aumentar o peso da fonte, pois pode cansar mais em leituras longas, assim nesses casos fontes sem serifa podem auxiliar mais. Sobre as espessuras das hastes, segundo Gribbons (1993), as famílias tipográ�cas mais legíveis são aquelas com uma variação média entre as hastes mais �nas e as mais grossas de seus caracteres. A diferença moderada entre a espessura das hastes facilita a diferenciação entre caracteres, frequentemente confundidos ao acentuar o desenho especí�co de cada um. Muitas pequenas diferenças são possíveis de serem aplicadas dentro da tipogra�a, com o intuito de melhorar ou apurar a leitura, ou até mesmo para chamar a atenção para alguma palavra ou ponto especí�co. Dessa forma, o designer deve pesquisar e entender a anatomia da fonte que pretende trabalhar, para não corrermos o risco de descrever normas para a criação de um texto perfeito, a partir de de�nições de estilo e corpo de fonte, espacejamento, largura de coluna e outras variáveis. Estas são muito importantes, mas precisamos sempre pensar na experiência gerada e como será aplicado no layout. ref l ita Re�ita O estudo da tipogra�a, tanto a partir de uma perspectiva histórica quanto de um panorama estético e projetual, não pode prescindir de considerações acerca da questão técnica. Rocha (2005) a�rma que a tipogra�a sempre buscou estabelecer relações além dos aspectos estéticos e econômicos, mas que priorizaram fundamentalmente as questões técnicas em suas aplicações. Ou seja, é importante conhecer tecnicamente e saber os limites de uso, mas também devemos buscar romper com os limites dentro de formatos respaldados e criativos. saiba mais Saiba mais Quem fez a Comic Sans? Seu criador é Vincent Connare, designer de tipos da Microsoft. Em 1994, a empresa estava desenvolvendo a versão beta do "Microsoft Bob", um app de gerenciamento que era para ser amigável e divertido. A aba de ajuda do software foi representada por um �lhote e os textos em Times New Roman, Vincent achou terrível e totalmente contraditório com o estilo do aplicativo. Então ele embarcou na criação da Comic Sans, inspirada nos quadrinhos da época. praticar Vamos Praticar Os sucessivos avanços técnicos e tecnológicos que a civilização ocidental experimentou desde o século XV impactaram de forma intensa o ofício da tipogra�a. A tipogra�a afeta seu dia a dia e você percebe suas interferências diretas. Considerando a a�rmação apresentada, assinale a alternativa correta. a) A tipogra�a está presente no dia a dia, em todos os locais que fazem algum tipo de apresentação de código escrito. b) A tipogra�a gera um processo de interpretação técnica formal que ocasiona interpretação simbólica de elementos de alerta, como placas de trânsito, nos demais casos podemos chamar de leitura. c) A tipogra�a pode ser encontrada em jornais, revistas e processos de design grá�co, mas não se considera tipogra�a o formato encontrado em sites de download. d) Tipogra�a é um processo original dos hieróglifos que traduziam através de imagens situações ocorridas em um período histórico. e) A tipogra�a está em todos os locais inclusive quando só temos imagens, mas que trazem uma mensagem. indi cações Material Complementar L I VRO Esse é meu tipo: Um livro sobre fontes Simon Gar�eld Editora: Jorge Zahar ISBN: 978-8537808290 Comentário: Na era digital, as fontes deixaram de ser uma questão exclusiva de tipógrafos e designers para habitar os menus dos nossos computadores. Qual o seu tipo favorito? Saiba que essa resposta vai revelar muito sobre você. Simon Gar�eld nos leva a um interessante passeio pelo mundo da tipogra�a, da invenção da prensa por Gutenberg aos dias de hoje. Nessaobra o autor re�ete sobre a razão de alguns tipos terem se tornado grandes clássicos, como Bodoni e Garamond, enquanto outros perderam-se ou acabaram rejeitados; comenta a ditadura da Comic Sans e da Helvética mundo afora; revela o papel da Gotham na campanha de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos; analisa os logotipos de lojas e capas de discos (por que, por exemplo, o "T" na logo dos Beatles é maior que as outras letras?), entre outras curiosidades. O autor trabalha e explana sobre uma série de fontes que estão no nosso dia a dia e explica suas características e relações históricas. F I LME O jogo da imitação Ano: 2015 Comentário: O �lme relata uma história real durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tinha como principal objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos, essa equipe atuava na inteligência, tentando interceptar e traduzir a tempo as mensagens. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos, com grande capacidade de interpretação lógica e focado no trabalho, ele tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta, justamente por seu difícil processo de interação humana, porém com o sistemas numéricos e códigos ele está em seu cenário adequado. Turing lidera a equipe em pouco tempo, tendo em vista sua clara capacidade de interpretar e achar soluções rápidas e efetivas, e não podemos esquecer que estamos na Segunda Guerra, assim todo momento signi�ca vidas. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codi�cação do Enigma em apenas 18 horas, dessa forma os ingleses passariam a entender as ordens enviadas entre os alemães antes que elas sejam executadas, permitindo evitar tragédias e salvar vidas. Sem dúvidas um �lme muito interessante sobre a forma que a linguagem codi�cada pode ter importância em nossas vidas e na história. Assim como a tipogra�a ao longo dos séculos sofre e continua sofrendo mudanças nesse complexo contexto de representar por símbolos os processos de comunicação. Para conhecer mais sobre o �lme, assista ao trailer. A C ESSA R http://www.adorocinema.com/filmes/filme-198371/trailer-19542374/ conclus ão Conclusão O estudo da tipogra�a, tanto a partir de uma perspectiva histórica quanto de um panorama estético e projetual consistem no ato de manipular e interpretar os códigos grá�cos que revelam, além de complexidade, um conjunto de emoções a serem transmitidas. Uma das características mais marcantes da tipogra�a está em seu caráter funcional, mas que com toda sua estrutura por vezes rígida consegue manter a sutileza e expressão das emoções humanas. Os muitos avanços e aplicações ao longo de mais de 500 anos de desenvolvimento �zeram a tipogra�a mudar o mundo, não teríamos a mesma concepção de sociedade sem ela. Os processos comunicacionais se baseiam em códigos e acabam em sua grande maioria derivando de algum código escrito e codi�cado em letras e fontes. Tipogra�a é uma forma de autoexpressão ou manifestação estética, os atributos grá�cos da tipogra�a têm por objetivo representar e fortalecer visualmente o conteúdo de uma determinada mensagem e permitir que o indivíduo que está fazendo uso de seus elementos possa transmitir o que sente, vê ou quer representar. re f erências Referências Bibliográ�cas 11 CURIOSIDADES tipográ�cas. Maenri , on-line . Disponível em: < https://bit.ly/2JFvMQY >. Acesso em: jul. 2019. BOGUSZEWSKI, J. H. A primeira impressão é a que �ca: imagens, imaginário e cultura da alimentação no Paraná (1884-1940). Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. BRISOLARA, D. V. Proposição de um modelo analítico da tipogra�a com abordagem semiótica. InfoDesign . Revista Brasileira de Design da Informação, v. 6, n. 2, p. 30-41, 2009. ISSN 1808-5377. DUARTE, A. M . A Revista, o Design Grá�co e a Tipogra�a Digital: um estudo de caso sobre as capas de Elle. 2017. Tese (Doutorado em Comunicação Social) - Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2017. FARIAS, P. L. Notas para uma normatização da nomenclatura tipográ�ca. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN, 6., 2004, São Paulo. Anais … São Paulo: FAAP, 2004. FARIAS, P. L. Tipogra�a Digital: o impacto das novas tecnologias. 4. ed. Teresópolis: Editora 2AB, 2013. FARIAS, P. L.; PEREIRA, F. M. C. Notas para uma análise de variações tipográ�cas em famílias tipográ�cas não serifadas. Pesquisa em design, comunicação e cognição. São Paulo: Centro Universitário Senac, 2010, p. 52- 67. 2010. FINIZOLA, F; COUTINHO, S. G. Em busca de uma classi�cação para os letreiramentos populares. InfoDesign. Revista Brasileira de Design da Informação , 2009. p. 16-29. ISSN 1808-5377. https://bit.ly/2JFvMQY FONSECA, V. S. A Tradição do Moderno: uma reaproximação com valores fundamentais do design grá�co a partir de Jan Tschichold e Emil Ruder. 2007. Tese (Doutorado em Design) - Departamento de Artes & Design, PUC-RJ. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: < https://bit.ly/2YjrsPG >. Acesso em: 18 jul. 2019. FONTOURA, A. M. Vade-mécum de tipogra�a. Curitiba: Champagnat, 2004. FRUTIGER, A. Sinais e Símbolos: desenho, projeto e signi�cado. 2. ed. Trad. Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2007. GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia Cognitiva. Série Monográ�ca de Ergonomia. 2. ed. Porto Alegre: FEEng, 2004. GRIBBONS, W. M. Information Design: a human factors approach to a new typography. In: INTERNATIONAL PROFESSIONAL COMMUNICATION CONFERENCE. Proceedings . Philadelphia, PA.: IEEE, 1993. p. 17-23. Disponível em: < https://bit.ly/2M5LjuO >. Acesso em: 18 jul. 2019. LUPTON, E. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estudantes. São Paulo: Cosac Naify, 2006. MOTA, M.; AMENDOLA, M. B. F. Design, layout e sistemas tipográ�cos: Design, layout and typographic systems. Projética , Londrina, v. 9, n. 2, p. 107-124, nov. 2018. PEREIRA, F; FARIAS, P. L. Seleção de variações tipográ�cas: um estudo centrado no usuário de fontes tipográ�cas digitais não serifadas. In: Congresso Internacional de Design da Informação, 4., 2009, Rio de Janeiro. Anais ... Rio de Janeiro: SBDI, 2009. ROCHA, C. Projeto Tipográ�co: análise e produção de fontes digitais. 3. ed. São Paulo: Rosari, 2005. STEFANO, S. D. Tipologia ou tipogra�a? Não use o termo errado. Webinsider , 3 mar. 2003. Disponível em: < https://bit.ly/2GiNDeh >. Acesso em: 24 jun. 2019. https://bit.ly/2YjrsPG https://bit.ly/2M5LjuO https://bit.ly/2GiNDeh YUUKURA, Fernanda. Uma Breve Introdução à Tipogra�a. Deadlines. Medium , 28 set. 2017. Disponível em: < https://bit.ly/2Yb3B4m >. Acesso em: 24 jun. 2019. IMPRIMIR https://bit.ly/2Yb3B4m
Compartilhar