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MICROBIOLOGIA-BÁSICA-1

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1 
 
 
MICROBIOLOGIA BÁSICA 
1 
 
 
 Sumário 
 Sumário .................................................... Erro! Indicador não definido. 
o INTRODUÇÃO .................................................................................... 3 
1.1- METODOLOGIA .......................................................................... 4 
o MICROBIOLOGIA BÁSICA................................................................. 5 
o MICROBIOLOGIA APLICADA ............................................................ 6 
o CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE 
MICRORGANISMOS. ......................................................................................... 6 
o Microscopia ........................................................................................ 7 
o BACTÉRIAS Morfologia e Ultra-Estrutura das Bactérias. ................. 20 
o Aplicação pratica da microbiologia em saúde ................................... 26 
o COLORAÇÃO DE GRAM ................................................................. 29 
o UTILIZAÇÃO..................................................................................... 29 
o CONCLUSÃO ................................................................................... 30 
o REFERÊNCIAS ................................................................................ 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
o INTRODUÇÃO 
No século XVII, a “descoberta” dos microrganismos esteve associada à 
invenção do microscópio. Nessa época, um modelo simples utilizado por Antony 
van Leeuwenhoek (pronuncia-se lêiven ruk), um comerciante holandês que tinha 
como passatempo fazer lentes, permitiu que ele observasse na água de chuva o 
que chamou de “animálculos”, provavelmente referindo-se a bactérias e 
protozoários. 
A Microbiologia teve um grande avanço no período de 1857 a 1914, 
particularmente na Europa. Louis Pasteur estabeleceu a relação entre o processo 
de fermentação do vinho com microrganismos (no caso, as leveduras, organismos 
unicelulares pertencentes ao Reino dos Fungos) e, na busca de uma solução para 
um problema dos viticultores de uma região da França – a acidificação dos vinhos 
armazenados – relacionou essa deterioração com a contaminação por bactérias. 
Pasteur descobriu que, aquecendo o vinho a uma temperatura de 56ºC, os 
organismos que alteravam o gosto do vinho eram eliminados. Esse processo ficou 
conhecido como pasteurização, ainda hoje largamente utilizado na indústria de 
alimentos, principalmente como processo de conservação do leite. 
A disciplina de microbiologia, juntamente com a matemática, a química e a 
física, constitui um dos ramos fundamentais das ciências básicas. O conhecimento 
e o estudo detalhado dos microrganismos e de suas funções permitem estabelecer 
seu uso em aplicações muito variadas, desde o campo médico, alimentar e 
ambiental, agrícola e industrial. Desse modo, a microbiologia consolida-se como 
um dos pilares da biotecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Figura 1 
 
As informações aqui apresentadas auxiliarão na compreensão de algumas 
áreas de atuação da microbiologia, assim como na apreensão das principais 
características dos microrganismos. Existem numerosos aspectos no estudo 
da microbiologia, que é dividido em duas áreas: a microbiologia básica e a 
microbiologia aplicada. 
 
 
 
1.1- METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo de pesquisa bibliográfica, baseado em produções 
científicas sobre o tema. 
Os trabalhos de revisão são estudos que analisam a produção bibliográfica 
em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo 
5 
 
 
uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre um tópico 
específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido 
maior ou menor ênfase na literatura selecionada. 
As buscas foram realizadas nas bases de dados Scielo, LILACS e MEDLINE, 
GOOGLE. 
Além da utilização dos trabalhos acima referidos, foram também coletados 
livros na área de microbiologia, a fim de nortear o desenvolvimento desta 
apostila. 
 
o MICROBIOLOGIA BÁSICA 
A microbiologia básica estuda: 
 a natureza e as propriedades dos microrganismos (morfológicas, 
fisiológicas, bioquímicas, etc.). 
 Características morfológicas (tamanho e forma das células, composição 
química, etc.). 
 Características fisiológicas (nutrição e condições de crescimento e 
reprodução). 
 Atividades bioquímicas (obtenção de energia pelos microrganismos). 
 Características genéticas (hereditariedade e variabilidade das 
características). 
 Características ecológicas (microrganismos no ambiente e sua relação 
com outros organismos). 
 Potencial patogênico dos microrganismos. 
 Classificação (relação taxonômica entre os grupos dos 
microrganismos). 
 
 
 
 
 
6 
 
 
o MICROBIOLOGIA APLICADA 
A microbiologia aplicada estuda: 
 O controle e o uso dos microrganismos de maneira benéfica 
(processos industriais, controle de pragas e de doenças, produção de 
alimentos, etc.). 
 Na área industrial, os microrganismos são utilizados na síntese de 
substâncias químicas como ácido cítrico, antibióticos mais complexos 
e enzimas. 
 Na área ambiental, os microrganismos são usados como agentes de 
biodegradação e de limpeza ambiental, no controle de pragas, etc. 
 A microbiologia médica trata dos microrganismos causadores de 
doenças e da prevenção e controle das mesmas. 
 A microbiologia dos alimentos está relacionada com doenças 
transmitidas por alimentos, controle de qualidade e produção de 
alimentos (queijos, bebidas, pães, etc.). 
o CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE 
MICRORGANISMOS. 
Os microrganismos procariontes compreendem as bactérias, que se dividem 
em eubactérias e arqueobactérias, e os microrganismos eucariontes, que 
compreendem os protozoários e alguns fungos. 
Tabela 1 
7 
 
 
 
o Microscopia 
O microscópio é um instrumento indispensável para os trabalhos 
laboratoriais, tornando possível a observação de estruturas invisíveis a olho 
nu. 
Os microscópios são classificados dependendo do princípio no qual a 
ampliação é baseada. Eles podem ser: 
Ópticos – empregam dois sistemas de lentes, ocular e objetiva, através das 
quais a imagem ampliada é obtida. 
Eletrônicos – empregam um feixe de elétrons para produzir a imagem 
ampliada. O microscópio óptico é utilizado para observar células procariotas 
e eucariotas, e o eletrônico, detalhes celulares e vírus. 
Figura 2 
8 
 
 
 
 Partes mecânicas do microscópio 
 Pé (1) – dá suporte ao microscópio, garantindo a estabilidade. 
 Braço (3) – haste vertical ou inclinável fixada à base. 
 Platina (4) – plataforma na qual se colocam as preparações a serem 
observadas. Apresenta no centro, uma abertura por onde passamos 
raios luminosos. 
Revólver (6) – suporte das objetivas, fixado à extremidade inferior do tubo, 
serve para facilitar a substituição de uma objetiva por outra, colocando-as por 
rotação em posição de observação. 
A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”), e 
logos (“ciência”). Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas 
atividades biológicas, isto é, verificam as diversas formas, estruturas, reprodução, 
aspectos bioquímico-fisiológicos, e seu relacionamento entre si e com o 
hospedeiro, podendo ser benéficos e prejudiciais. A Microbiologia trata os 
organismos microscópicos unicelulares, onde todos os processos vitais são 
realizados numa única célula. 
Independente da complexidade de qualquer organismo, a célula é, e deve 
ser considerada, a unidade básica da vida. Todas as células vivas são basicamente 
9 
 
 
compostas de: protoplasma (do grego: primeira substância formada), complexo 
orgânico coloidal constituído principalmente de proteínas, lipídeos e ácidos 
nucléicos; membranas limitantes ou parede celular; e um núcleo ou uma substância 
nuclear equivalente. 
De forma geral, todos os sistemas biológicos possuem as seguintes 
características comuns: 
1) habilidade de reprodução; 
2) capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias alimentares, 
visando a obtenção de energia e de crescimento; 
3) habilidade de excreção de produtos tóxicos; 
4) capacidade de reagir ou se adaptar às alterações do meio ambiente, 
5) susceptibilidade a mutações. 
Figura 3 
10 
 
 
 
Os microrganismos apresentam sistemas específicos para estudo das 
reações fisiológicas, genéticas e bioquímicas, constituindo a base da vida. Seu 
crescimento, reprodução é rápido e em ritmo elevado, sendo que algumas espécies 
bacterianas podem apresentar 100 gerações em menos de 24 horas. 
Em Microbiologia podem-se estudar os organismos em detalhes e observar 
seus processos vitais durante o crescimento, reprodução, envelhecimento e morte. 
Com a alteração das condições ambientais, se podem alterar as atividades 
metabólicas, regular o crescimento e, alterar o padrão genético, sem ocasionar a 
destruição microbiana. Os principais grupos de microrganismos são os 
protozoários, fungos, algas e bactérias. 
Os vírus, apesar de não serem considerados organismos vivos e sem 
partículas, têm algumas características de células vivas. 
11 
 
 
Figura 4 
 
A vida microbiana é incrivelmente diversificada e os microrganismos cobrem 
literalmente o planeta. Estima-se que conheçamos menos de 1% das espécies 
microbianas da Terra. Microrganismos podem sobreviver em alguns dos ambientes 
mais extremos do planeta: alguns conseguem sobreviver a altas temperaturas, 
frequentemente acima de 100 ° C, como os encontrados em gêiseres, fumarolas 
negras (fonte hidrotermal comum em fundos de lagos e lagoas quentes e oceanos) 
e poços de petróleo. Alguns são encontrados em habitats extremamente frios, 
outros em águas salinas, ácidas ou alcalinas. 
Um grama de solo pode conter aproximadamente um bilhão (1.000.000.000) 
de micróbios, que contém alguns milhares de espécies. Microrganismos têm 
impacto especial em toda a biosfera. Em alguns tipos de ecossistemas, eles se 
fazem fundamentais. 
No Brasil a microbiologia tem suas implicações para a história da saúde 
pública, em fins do século XIX e início do atual, ocorre o Parto da Escola Tropicalista 
Baiana e à instituição criada por Oswaldo Cruz, que alguns chamam de Escola de 
Manguinhos. Até então, teriam reinado as crenças errôneas da higiene dos 
miasmas, combatidas solitariamente por Adolfo Lutz e Vital Brazil no Instituto 
Bacteriológico criado, pouco tempo antes, em São Paulo. Com a fundação do 
instituto que viria a receber o nome de Oswaldo Cruz e sua ascensão à chefia da 
12 
 
 
saúde pública, esta teria abraçado definitivamente a teoria microbiana e adquirido 
a capacidade de exercer, enfim, ações eficazes. 
A problemática da medicina pasteuriana no Brasil tem de retroceder pelo 
menos uma geração se quiser dimensionar o sentido realmente inovador das 
iniciativas de Oswaldo Cruz e seus coetâneos. Mas só conseguira enxergar a rica 
dinâmica da experimentação médica no período decorrido entre as escolas da 
Bahia e de Manguinhos se abandonar as dicotomias êxito-fracasso, verdade-erro 
como critérios para a seleção de atores e “actantes” (Latour, 1987) dignos de serem 
estudados. 
A regra consiste em estar atento a quaisquer micróbios, laboratórios, vacinas 
que tenham aflorado no período. 
A Escola Tropicalista Baiana recebeu este nome em 1952, por Coni, para 
designar um grupo de médicos que se organizou em torno de um periódico fundado 
em 1866, a Gazeta Médica da Bahia (1866-1915), à margem da Faculdade de 
Medicina existente na antiga capital do Brasil colônia. Coni buscava os precursores 
do conhecimento médico vigente à sua época e, por isso, destacou só os trabalhos 
“bem-sucedidos” daquele grupo relacionando certas doenças a vermes e 
micróbios.1 Peard (1996, 1992) mostrou que os tropicalistas permaneceram na 
fronteira entre o paradigma miasmático/ambientalista e a teoria dos germes. 
Preocupada em refutar o preconceito historiográfico de que a medicina 
brasileira era imitação da européia, enfatizou, sobretudo, o afã do grupo de produzir 
investigações originais sobre as patologias nativas daquela região da “zona tórrida”, 
bem como suas posições independentes face à medicina acadêmica européia e ao 
establishment médico local. 
Entre os tropicalistas baianos sobressaíram três médicos estrangeiros. Otto 
Wucherer (1820- 1875), nascido em Portugal, de pais alemães, graduou-se em 
Tübingen, em 1841, trabalhou como assistente no Hospital de São Bartolomeu, em 
Londres, regressando em seguida ao Brasil, em 1843, para assumir a posição de 
médico da comunidade alemã de Salvador. No mesmo ano, o escocês John L. 
Paterson (1820-1882), formado em Aberdeen (1841), tornou-se o médico da 
comunidade britânica naquela cidade. Fez freqüentes viagens à Inglaterra e 
Escócia e trabalhou com Lister, em Edimburgo, em 1869. O português José 
13 
 
 
Francisco da Silva Lima (1826- 1910) graduou-se na capital baiana, em 1851, mas 
fez também diversas viagens à Europa, nos anos seguintes. 
Figura 5 
 
Em 1865, começaram a reunir-se informalmente para debater questões 
médicas, e logo fundariam o periódico que Silva Lima editaria por muito tempo. A 
Santa Casa de Misericórdia foi o teatro das investigações clínicas, 
anatomopatológicas e microscópicas feitas pelos integrantes do grupo. Wucherer, 
Paterson e Silva Lima congregaram estudantes e médicos mais jovens, alguns dos 
quais iriam se tornar atores políticos importantes nos movimentos abolicionista e 
republicano. As idéias liberais e cientificistas, e o interesse pelo positivismo e o 
evolucionismo compartilhados pelo grupo estavam se difundindo entre as camadas 
médias emergentes em Salvador e em outros centros urbanos do império 
escravocrata. Segundo Peard, foi o novo modelo científico, que deslocava a 
atenção do meio ambiente para etiologias parasitárias específicas, que deu uma 
“clara e poderosa” identidade aos tropicalistas baianos. Essa identidade adveio, 
principalmente, das investigações de Wucherer,2 relacionadas à ancilostomíase e 
à filariose. Como mostrou Edler, os tropicalistas faziam parte de uma rede informal 
de médicos geograficamente isolados nos domínios coloniais europeus, com 
interesse crescente pelo papel dos parasitos como produtores de doenças. 
14 
 
 
Peard enfatiza o antagonismo entre os integrantes baianos desta rede e os 
médicos da capital do império, encastelados na Academia e na Faculdade de 
Medicina do Rio de Janeiro. Enquanto estes encaravam o progresso como imitação 
da ciência e das instituições européias, os tropicalistas baianos investigavam a 
singularidade das doenças nos trópicos, a influênciado clima sobre as raças e 
sobre a geração ou multiplicação de miasmas e germes. Queriam saber se os 
europeus podiam se aclimatar nesse ambiente adverso e se era possível neutralizá-
lo com políticas sociais progressistas e condutas médicas e higiênicas racionais. A 
busca de patologias e, por conseqüência, de uma medicina nacional implicava a 
refutação da crença de que os trópicos eram irremediavelmente malsãos, 
degenerativos, impermeáveis à civilização européiaEdler (1999) rejeita a suposta 
irredutibilidade entre os modelos de conhecimento dos médicos da Bahia e do Rio 
de Janeiro. Mostra que estes estavam imbuídos da mesma preocupação em criar 
um conhecimento original sobre as doenças da nação recém-constituída. Por 
intermédio das sociedades e periódicos que haviam criado, defendiam, também, a 
necessidade de investigar as patologias nativas e tinham a mesma preocupação 
de reabilitar a imagem e as perspectivas daquele Império encravado nos trópicos.3 
Justamente com este espírito, José Maria da Cruz Jobim (1841) elaborara o 
trabalho sobre as doenças que mais afligiam os escravos e indigentes do Rio de 
Janeiro.4 Entre elas, sobressaía uma vulgarmente conhecida por opilação, 
cansaço, caquexia africana e, na literatura estrangeira, tropical chlorosis, mal de 
coeur etc. À luz do paradigma climatológico, combinando abordagens sofisticadas 
para a época (topografia médica, estatística, anatomia patológica, exame dos 
componentes químicos do sangue), descreveu a doença que chamou hipoemia 
intertropical, já que sua lesão característica era a anemia, ou a “inferioridade... do 
sangue, própria dos países que ficam entre os trópicos”. 
A Evolução da Microbiologia Considera-se o início da Microbiologia se deu 
quando se aprendeu a polir lentes de vidro, e ao combiná-las produzia aumentos 
suficientes para a visualização de microrganismos. 
No século XIII, Roger Bacon postulou que a doença era produzida por seres 
vivos invisíveis. Este postulado foi reforçado e defendido por Fracastoro de Verona 
(entre 1483-1553), e posteriormente por Von Plenciz (1762), mas nenhum deles 
apresentava provas. 
15 
 
 
Em 1665, Robert Hooke visualiza e descreve as células em um pedaço de 
cortiça, sugerindo que animais e plantas, por mais complexos que sejam, eram 
compostos de partes elementares repetidas. 
Entretanto, é muito provável que o primeiro a visualizar bactérias e 
protozoários, foi o holandês Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723), relatando suas 
observações, com descrições precisas e desenhos, denominando de pequenos 
“animálculos”. Posteriormente, foi usada a palavra “bacterium”, introduzida pelo 
alemão Ehrenberg, em 1828, que significa da palavra em grego "pequeno bastão". 
Em 1878, o cirurgião francês, Charles-Emmanuel Sedillot introduz a palavra 
micróbio. Geração Espontânea vs Biogênese A descoberta dos microrganismos 
incentivou o interesse científico sobre a origem dos seres vivos. 
Já entre 384 e 322 a.C., Aristóteles pensava que os animais podiam se 
originar, espontaneamente, do solo, plantas ou outros animais diferentes, e esta 
idéia ainda continuou até o século XVII. 
Tudo isto, devido a que, por exemplo, larvas podiam ser originadas pela 
decomposição da carne, embora o pesquisador Francesco Redi (1626-1697) já 
duvidava desse fato. Assim, ele realizou um experimento na qual colocou carne 
numa jarra coberta com gaze. Atraídas pelo odor da carne, as moscas puseram 
seus ovos sobre a cobertura e as larvas emergiam. 
Entre 1729 e 1799, Spallanzani ferveu caldo de carne durante uma hora, 
fechando os frascos após fervura. Nenhum microrganismo apareceu, mas seus 
resultados, ainda que repetidos, não convenceram. 60 a 70 anos mais tarde dois 
pesquisadores responderam a este argumento. Franz Schulze (1815-1873) aerava 
infusões fervidas, fazendo o ar atravessar soluções fortemente ácidas, enquanto 
Theodor Schwann (1810- 1882) forçava o ar através de tubos aquecidos ao rubro. 
Em nenhum dos casos surgiram os micróbios. Os adeptos da geração 
espontânea não se convenceram, dizendo que o ácido e o calor é que não 
permitiram o crescimento dos micróbios. O conceito da geração espontânea foi 
revivido, pela última vez, por Pouchet (1859), que segundo ele tinha a prova da 
ocorrência. Pouchet foi rebatido por Louis Pasteur (1822- 1895) onde pelo 
conhecido experimento, onde preparou um frasco com pescoço de cisne, as 
16 
 
 
soluções nutritivas foram fervidas no frasco e o ar não-tratado e não-filtrado podia 
passar para dentro ou para fora. 
Os micróbios, porém, depositavam-se no pescoço de cisne e não apareciam 
na solução. Finalmente, John Tyndall (1820-1893) efetuou experiências numa caixa 
especialmente desenhada para provar que a poeira carrega os micróbios. Se não 
houver poeira, o caldo estéril ficará livre de crescimento microbiano por períodos 
indefinidos de tempo. Teoria Microbiana das Doenças 
Em 1762, Von Plenciz, afirmou que os seres vivos seriam as causas de 
doenças, e que microrganismos diferentes eram responsáveis por enfermidades 
diferentes. O médico Oliver W. Holmes (1809-1894) insistia que a febre puerperal 
era contagiosa e, provavelmente, causada por um germe transmitido de uma mãe 
para outra por intermédio das parteiras e dos médicos. 
Quase na mesma época, o médico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818-
1865) introduzia o uso de antissépticos na prática obstétrica. Na França, Louis 
Pasteur estudou os métodos e processos envolvidos na fabricação de vinhos e 
cervejas. Observou que a fermentação de frutas e grãos resultava em álcool, e era 
produzido por micróbios. 
Pasteur sugeriu que os tipos indesejáveis de microrganismos deveriam ser 
eliminados pelo calor, não tão intenso que prejudicasse o gosto do suco de fruta, 
mas suficiente para tornar inócuo o micróbio. Assim, mantendo os sucos a uma 
temperatura de 62-63 o C, durante uma hora e meia, obtinha o resultado desejado. 
Este processo tornou-se conhecido como pasteurização e hoje é 
amplamente utilizado nas indústrias de fermentação, e dos derivados do leite, 
visando a destruição dos microrganismos patogênicos. 
Na Alemanha, o médico Robert Koch (1843-1910) estudou o problema do 
carbúnculo hemático, que é uma doença do gado bovino, caprino e, às vezes, do 
homem. Ele descobriu os bacilos típicos com extremidades cortadas em ângulos 
retos, no sangue de animais mortos pela infecção carbunculosa. Inoculou as 
bactérias em meios de cultura, examinou-as ao microscópio para verificar de que 
apenas uma espécie tinha se desenvolvido e injetou-as em outros animais para 
17 
 
 
verificar se estes se tornavam doentes e desenvolviam os sintomas clínicos do 
carbúnculo. 
A partir destes animais experimentais, Koch isolou micróbios iguais aos que 
tinha encontrado originalmente nos animais infectados. Esta foi a primeira vez que 
uma bactéria foi comprovada como causa de doença animal. 
A partir disto foram estabelecidos os postulados de Koch: 
1) Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em 
associação com uma dada doença; 
2) O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório; 
3) A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensível; 
4) É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais 
experimentalmente infectados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Figura 6 
 
 
A caracterização e classificação dos organismos vivos são o principal 
objetivo nas diferentes áreas da Biologia. As comparações das características de 
grande número de microrganismos resultam, eventualmente, num sistema de 
agrupamento das espécies semelhantes. Por fim, cria-se um grupo com 
características muito semelhantes, que é considerado como uma espécie e recebe 
um nome específico. 
19 
 
 
Uma cultura que consiste em uma única espécie de microrganismo, 
independentemente do número de indivíduos, é denominadade cultura axênica ou 
culturas puras. 
Figura 7 
 
Se dois ou mais tipos (espécies) crescem juntos, como normalmente ocorre 
na natureza, passam a constituir uma cultura mista. Antes de identificar e classificar 
um microrganismo, suas características devem ser determinadas com detalhes 
como seguem: 
1) Características culturais: exigências nutricionais e atmosféricas 
ambientais; 
2) Características morfológicas coloniais e celulares; 
3) Características metabólicas: envolve reações químicas vitais para sua 
sobrevivência; 
4) Características antigênicas: componentes especiais da célula que 
fornecem evidências de semelhança entre as espécies; 
5) Características genéticas: composição do ácido desoxirribonucléico 
(DNA). 
20 
 
 
o BACTÉRIAS Morfologia e Ultra-Estrutura das Bactérias. 
Entre as principais características das células bacterianas estão suas 
dimensões, forma, estrutura e arranjo. Estes elementos constituem a morfologia da 
célula, podendo ser: cocos, cocobacilos, bacilos, e que podem apresentar 
diferentes arranjos em pares ou cadeias. 
As bactérias espiraladas ocorrem como células isoladas. Cada forma celular 
individual de espécies diferentes exibe nítidas diferenças no comprimento, número, 
e amplitude das espirais e na rigidez das paredes celulares. 
A unidade de medida das bactérias é o micrômetro, que equivale a 10-3 mm. 
As bactérias mais frequentemente estudadas em laboratório medem, 
aproximadamente, entre 0,5 e 1,0 µm e entre 2,0 e 5,0 µm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 8 
 
 
Estruturas Bacterianas Flagelos: apêndices muito finos, semelhantes a 
cabelos, que se exteriorizam através da parede celular e se originam de uma 
estrutura granular denominada de corpo basal, localizada imediatamente abaixo da 
membrana citoplasmática, no citoplasma. 
O flagelo apresenta três partes: a estrutura basal, estrutura semelhante a um 
gancho, e um longo filamento externo à parede celular. O seu comprimento é, 
usualmente, várias vezes o da célula, mas seu diâmetro é uma pequena fração do 
diâmetro celular (entre 10 e 20 nm). fímbrias: apêndices filamentosos menores, 
mais curtos e mais numerosos que os flagelos e que não formam ondas regulares. 
Estão presentes em muitas bactérias gram-negativas. 
São encontrados tanto nas espécies móveis como nos imóveis e, portanto, 
não desempenham papel relativo à mobilidade. Podem funcionar como sítios de 
adsorção de vírus bacterianos, como mecanismo de aderência às superfícies e 
22 
 
 
como porta de entrada de material genético durante a conjugação bacteriana 
atuando como pêlo sexual. 
 
Figura 9 
 
 
 
Glicocálice: formado de uma substância viscosa, que forma uma camada de 
cobertura ou envelope ao redor da célula. 
Se o glicocálice estiver organizado de maneira definida e acoplado 
firmemente à parede celular, é denominado de cápsula; entretanto, se estiver 
desorganizado e sem qualquer forma e estiver frouxamente acoplado à parede 
celular, é denominado de camada limosa. 
O glicocálice pode ter natureza polissacarídica, formado por um ou vários 
açúcares como, galactose, ramnose, glicana, etc.; ou polipeptídica como o ácido 
glutâmico. 
A principal função do glicocálice é a aderência sobre superfícies; ele pode 
evitar o dessecamento das bactérias, fornece um envoltório protetor e pode servir, 
também, como reservatório de alimentos, além de evitar a adsorção e lise celular 
por bacteriófagos. 
23 
 
 
Figura 10 
 
 
Parede Celular: dá forma à célula e situa-se abaixo das substâncias 
extracelulares (glicocálice) e externamente à membrana que está em contato 
imediato com o citoplasma. Sua espessura varia, em média, de 10 a 25 nm. 
A função da parede celular é a de proporcionar um envelope rígido, que 
suporta e protege as estruturas protoplasmáticas; evita a evasão de certas 
enzimas, assim como o influxo de certas substâncias que poderiam causar dano à 
célula. 
A parede celular das bactérias Gram-positivas é constituída por ácido 
teicóico, além do peptideoglicano, que corresponde à uma fração maior que a 
encontrada na parede das bactérias Gramnegativas. 
A parede das bactérias gram-negativas é mais complexa que a das gram-
positivas porque possui uma membrana externa cobrindo uma camada fina de 
peptideoglicano. Esta membrana externa é cosnstituída por fosfolipídeos, proteínas 
e lipopolissacarídeos (LPS). 
24 
 
 
Estruturas internas à parede celular: Protoplastos: quando se remove a 
parede celular bacteriana, a bactéria se torna um corpo arredondado, por não 
contar com a rígida limitação da parede. 
Então, a bactéria recebe o nome de protoplasto, que pode ser caracterizado 
como: imóvel, esférico, não se divide, não forma nova parede celular e não é 
susceptível, de modo geral, às infecções por bacteriófagos. Membrana 
citoplasmática: fina membrana situada abaixo da parede celular. A espessura de 
aproximadamente 7,5 nm e é composta de fosfolipídeos (20 a 30%), que formam 
uma bicamada que envolve as proteínas (50 a 70%). 
A membrana é o sítio da atividade enzimática específica e do transporte de 
moléculas para dentro e para fora da célula. Em alguns casos, a membrana se 
estende no citoplasma formando o mesossomo, que participa do metabolismo e da 
replicação celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Figura 11 
 
Citoplasma: o material celular pode ser dividido em área citoplasmática, que 
é a porção fluida contendo substâncias dissolvidas e partículas tais como 
ribossomos, e material nuclear ou nucleóide, rico em DNA. Inclusões 
citoplasmáticas: depósitos concentrados de certas substâncias, insolúveis, 
chamados de grânulos, e que podem servir como fonte de material nutritivo de 
reserva. 
Os grânulos podem ser constituídos de polissacarídeos (amido, glicogênio), 
lipídeos, fosfatos e até enxofre, como é o caso das bactérias sulforosas. Material 
nuclear: as células bacterianas não contêm o núcleo típico das células animais e 
vegetais. 
O material nuclear consiste de um cromossomo único e circular e ocupa uma 
posição próxima do centro da célula. Podendo ser denominado de corpo 
cromatínico, nucleóide, ou cromossoma bacteriano. Endósporos: esporos que se 
formam dentro da célula. São como um corpo oval de parede espessa, altamente 
resistente e refrateis. Bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium produzem 
endósporos. São constituídos de ácido dipicolínico e de grande quantidade de 
26 
 
 
cálcio. Os esporos representam uma fase latente da célula bacteriana; comparados 
com as células vegetativas, são extremamente resistentes aos agentes físicos e 
químicos adversos. 
Figura 12 
 
 
o Aplicação pratica da microbiologia em saúde 
 
Foi durante a Primeira Guerra Mundial que houve a necessidade de se 
estabelecerem meios de minimizar as doenças infecciosas, deixando os exércitos 
entregues só ao massacre das armas, sendo desarmados pela pandemia da gripe 
espanhola, que ceifou cerca de 21 milhões de vidas, impunemente, em 1989. 
No Brasil, o saldo trágico de óbitos pôs a nu a incapacidade dos médicos de 
lidarem com aquela espécie de inimigo ainda invisível aos microbiologistas e 
explicitou a precariedade dos serviços sanitários e hospitalares.2 
Diante desse contexto, o ensino da Microbiologia iniciou no Brasil em 1946, 
cujo idealizador e fundador do Instituto de Microbiologia foi o professor Paulo de 
Góes. Em 1951, visando à profissionalização nacional da Microbiologia, foi 
27 
 
 
oferecido o primeiro Curso de Atualização e Revisão em Métodos de Microbiologia 
e Imunologia, o qual foi mantido até 1992. 
Com o objetivo de melhorar o ensino de microbiologia no país, em 1953 foi 
criada a pós-graduação lato sensu, especialização em Microbiologia e Imunologia, 
com duração de 10 meses, como forma de capacitar professores universitários.3 
Nota-se atualmente uma dificuldadepara o ensino teórico-prático de 
Ciências em geral, sendo que Vieira et al., em seu estudo, questionaram 
professores de ensino de Ciências de escolas públicas, que apontaram como as 
maiores dificuldades no ensino de microbiologia a falta de recursos para ministrar 
o conteúdo, abordagem breve do conteúdo em livros didáticos, sendo este o único 
método de ensino utilizado, falta de tempo de elaboração de aulas práticas e 
número excessivo de alunos.5 
O estudo da microbiologia é essencialmente um curso de biologia avançado 
onde se estudam os microrganismos. Estes podem ser divididos em duas principais 
categorias: microrganismos acelulares ou partículas infecciosas (vírus e príons) e 
microrganismos celulares (bactérias arqueanas, protozoários e alguns tipos de 
algas e fungos). Os primeiros microrganismos a serem observados pelo homem 
foram as bactérias e protozoários.6 
A teoria dos germes causando doenças é a mais importante contribuição da 
ciência da microbiologia para o bem-estar geral da população mundial, sendo talvez 
a ajuda mais importante de qualquer disciplina cientifica moderna.7 
É por essa razão que as atividades práticas de microbiologia são de extrema 
importância para que o aluno possa compreender, interpretar e empoderar-se do 
conteúdo apresentado. Além disso, as práticas despertam o interesse do educando 
por tratá-lo como agente, motivando-o a observar, interpretar, formular hipóteses e 
despertar seu julgamento crítico, além de despertar o interesse pelo conhecimento 
científico.8 
Garcia (2005) apud Kimura, et al. (2013): "A escola é um 
espaço formativo e a educação uma prática de formação da 
pessoa, é necessário que este espaço não se limite somente 
28 
 
 
ao repasse de informações sobre um determinado assunto. 
É importante que a escola tenha por missão contribuir para 
que o aluno desenvolva habilidades e competências que lhe 
permitam trabalhar as informações, ou seja, selecionar, criticar, comparar, 
elaborar novos conceitos a partir dos que se tem".9 
 
 
Através dos estudos e dentre os conhecimentos adquiridos em microbiologia 
a descoberta da penicilina por Alexander Fleming em 1928, é um marco e ocorreu 
após ele reparar que numa determinada cultura de bactérias, contaminada por uma 
determinada espécie de fungos, as bactérias não se desenvolviam, deu início a 
uma nova fase da medicina: a fase dos antibióticos. 
A descoberta dos antibióticos revolucionou a medicina, tendo efeitos 
decisivos sobre a saúde humana e a expectativa de vida da população, tornando 
curáveis doenças que antes eram consideradas letais. 
Os antibióticos são comumente utilizados no tratamento de infecções 
bacterianas, entretanto, seu uso deve ocorrer somente sob indicação médica, pois, 
se usado indiscriminadamente, ao invés de combater as bactérias, ele as tornará 
mais resistentes e, desta forma, já não será mais eficaz contra elas. 
Os antimicrobianos são drogas que têm a capacidade de inibir o crescimento 
de microorganismos (Bacteriostático) ou destruí-los de forma direta (Bactericidas). 
Podem agir a nível de parede celular, membrana citoplasmática, ribossomos, DNA 
e metabolismo intermediário. 
Outros métodos descobertos através da microbiologia estão relacionados 
aos exames diagnósticos que utilizam o meio de cultura para determinar o patógeno 
e direcionar o tratamento com antimicrobianos, em uso na medicina em larga 
escala. 
29 
 
 
o COLORAÇÃO DE GRAM 
A coloração de Gram é usada para classificar bactérias com base no 
tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. No laboratório 
de microbiologia clínica é um teste adicionalrápido para o diagnóstico de agentes 
infecciosos, sendo também utilizado para avaliar a qualidade da amostra clínica 
analisada. 
As interpretações dos esfregaços corados pelo Gram envolvem 
considerações relacionadas com as características da coloração, tamanho, forma 
e agrupamento das células. Estas características podem ser influenciadas por 
vários fatores, incluindo idade da cultura, o meio de cultivo utilizado, a atmosfera 
de incubação e a presença de substâncias inibidoras. 
Não se pode deixar de destacar que a coloração de Gram somente será um 
recurso rápido e útil quando for corretamente realizada (do ponto de vista técnico) 
e interpretada por profissionais experientes. 
o UTILIZAÇÃO 
Para bacterioscopia da maioria dos materiais biológicos ou culturas de 
microrganismos em meios sólidos ou líquidos. 
 Nas amostras analisadas de culturas jovens (<< 24h) de meio de cultura 
sem inibidores e amostras clínicas recém-coletadas (são as que fornecem melhores 
resultados). 
 Na verificação da morfologia bacteriana a partir de esfregaços de cultura em 
caldo. 
São inúmeros os exames realizados para identificação dos microorganismos 
causadores de doença e não é nosso objetivo citar todos nesta apostila, apenas 
enfatizar a importância dos estudos em microbiologia. 
 
 
 
 
30 
 
 
o CONCLUSÃO 
De acordo com Salomon-Bayet (1986), a revolução pasteuriana exauriu-se 
nesses anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, realizou o feito de minimizar a 
devastação das doenças infecciosas, deixando os exércitos entregues só ao 
morticínio das armas, mas foi desarmada pela pandemia da gripe espanhola, que 
ceifou pelo menos 21 milhões de vidas, impunemente, em 1989 (Crosby, 1989; 
Brito, 1997). O saldo trágico de óbitos no Brasil pôs a nu a incapacidade dos 
médicos de lidarem com aquela espécie de inimigo ainda invisível aos 
microbiologistas e explicitou a precariedade dos serviços sanitários e hospitalares, 
agravando a insatisfação contra as oligarquias que tratavam com tanto descaso a 
saúde coletiva. 
 
O resultado mais imediato da crise foi a criação do Departamento Nacional 
de Saúde Pública, em 1920-1922. Seu raio de ação, pela primeira vez, foi além das 
campanhas contra epidemias em algumas poucas cidades litorâneas. Iniciaram-se 
ações mais prolongadas, de caráter curativo e preventivo, contra doenças 
endêmicas nas zonas rurais e suburbanas (Hochman, 1998; Castro Santos, 1987). 
As insurreições tenentistas, os movimentos pela reforma de outras esferas da vida 
social, as cisões intra-oligárquicas desaguaram na Revolução de 1930 e na criação 
de um Ministério da Educação e Saúde Pública, que iria, finalmente, transformar a 
saúde em objeto de políticas de alcance nacional, com a ajuda da Fundação 
Rockefeller, poderoso enclave, com atribuições e prerrogativas que rivalizavam 
com as do próprio Estado no tocante à saúde pública. 
 
Muito do que havia parecido sólido começaria então a se desmanchar para 
dar lugar a dinâmicas que os historiadores ainda conhecem mal. 
As habilidades que haviam formado o perfil multivalente dos cientistas de 
Manguinhos transformaram-se em esferas profissionais autônomas. As novas 
oportunidades econômicas que se abriam à ciência de laboratório colocaram-nos 
face ao dilema de se dedicarem exclusivamente à pesquisa em instituição pública 
ou a atividades mais rendosas em laboratórios privados. A crescente 
radicalização dos movimentos políticos e ideológicos no país interferiria nas 
31 
 
 
relações internas à instituição, que sofreria duro golpe com supressão de sua 
autonomia administrativa e financeira pelo ministro Gustavo Capanema, no Estado 
Novo. 
Portanto, faz-se necessária a utilização de métodos e materiais alternativos 
para elaboração e realização de aulas práticas laboratoriais de microbiologia 
refletindo os aspectos teóricos, observando: atualidade, ética, responsabilidade 
socioambiental, criatividade, pesquisa, autonomia e baixo custo. E a peculiaridade 
do ensino de microbiologia é a necessidade de atividades que admitam a 
percepção do universo de organismos infinitamente pequenos. Sendo as atividades 
práticas fundamentais para a compreensão, interpretação e assimilação dos 
conteúdos.32 
 
 
o REFERÊNCIAS 
1. Benchimol, J, L A instituição da microbiologia e a história da saúde pública 
no Brasil Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, av. Brasil 4.365, 
Manguinhos, 21045-900 Rio de Janeiro, RJ jben@openlink.com.br 
2. Benchimol JL. A instituição da microbiologia e a história da saúde pública no 
Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 2000;5(2):265-92. 
3. Cabral MC. História do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes. 20. 
Disponível em m <http:// www.microbiologia.ufrj.br/conheca-oinstituto-de-
microbiologia-paulo-goes/historia-do-instituto-de-microbiologia-paulo-de-goes 
Acesso em 22 mar. 2014 
4. Neto P, A, D, M, Santana, H, B, M PAD, HBM RBAC. 2018;50(2):149-52 
5. Vieira CAC, Campois TG, Gullich RIC, Oliveira KMP. O Ensino de 
Microbiologia em Foco: Metodologias e práticas articuladas na educação básica 
pública e privada na perspectiva dos professores de ciências. In: 25º Congresso 
Brasileiro de Microbiologia - Área: Educação em Microbiologia, Porto de Galinhas - 
PE/ Brasil. Local: Enotel Hotels & Resort S/A. 2009. Disponível em . Acesso em 15 
maio. 2014. 
6. Engelkirk PG, Duben-Engelkirk J. Microbiologia para as Ciências da Saúde. 
Traduzido por Eiler Fritsch Toros. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 
7. Portal Educação. Diagnóstico de Vírus. - Campo Grande: Portal Educação, 
2012. 
8. Silva MS, Bastos SND. Formação Continuada de Professores: O ensino da 
microbiologia através de recursos pedagógicos alternativos. In: VIII Encontro 
Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Atas do VIII Encontro Nacional 
de Pesquisa em Educação em Ciências. Universidade Estadual de Campinas, 
2011. Disponível em www.nutes.ufrj.br/ abrapecviiienpec/ resumos/ R0120-2pdf. 
Acesso em 15 maio. 2014. 
9. Kimura AH, Oliveira GS, Scandorieiro S, Souza PC, Schuruff PA, Medeiros 
LP, et al. Microbiologia para o Ensino Médio e Técnico: contribuição da extensão 
ao ensino e aplicação da ciência. Revista Conexão UEPG - Ponta Grossa. 2013. 
jul/dez; 2(9): 255-67. Disponível em:http/ / www.revista2.uepg.br/ / index.php/ 
conexão. Acesso 11 abr. de 2014 
10. Manual de microbiologia clínicapara o controle de infecções em serviço de 
saúde, 2004. 1 Infecção Hospitalar – Controle. 2. Infecção em Serviços Saúde. 3. 
33 
 
 
Microbiologia Clínica. 4. Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde. 5. Resistência 
microbiana. I. Brasil. ANVISA Ministério da Saúde.

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