Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MICROBIOLOGIA BÁSICA REVISÃO AV1 PROFESSORA DRA. LORENA XAVIER PARTE 1: HISTÓRIA E APLICAÇÕES DA MICROBIOLOGIA Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula OS PRIMEIROS MICROBIOLOGISTAS 1 TEORIA DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA X BIOGÊNESE 2 TEORIA DO GERME X POSTULADOS DE KOCH 3 DESCOBERTA DA VACINAÇÃO E QUIMIOTERAPIA 4 RECENTES AVANÇOS DA MEDICINA 5 PRÓXIMOS PASSOS MICRO-ORGANISMOS E O BEM-ESTAR HUMANO 6 CLASSIFICAÇÃO DOS MICRO- ORGANISMOS 7 VÍRUS SÃO SERES VIVOS? 8 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Definição de Microbiologia Logos = estudo/ciência Microbiologia é a ciência que estuda os seres microscópicos e suas atividades. Os micro-organismos são: bactérias, fungos, protozoários, algas unicelulares e vírus. MICRO BIO LOGIA Mikros = pequeno Bios = vida Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Os principais microbiologistas Alguns pesquisadores tiveram grande influência na história da Microbiologia, em épocas em que apenas o poder da observação era disponível para descobertas e invenções. 1665 • Robert Hooke – Denominou de “células” aos compartimentos visualizados num pedaço de cortiça. 1673 • Antonie Van Leeuwenhoek – Identificou “seres invisíveis”, aos quais chamou de “animáculos”. 1798 • Edward Jenner – Produziu a primeira vacina, contra a varíola, coletando pústulas. 1857 • Louis Pasteur – Identificou a fermentação, deu fim à Teoria da geração espontânea e postulou teorias. 1860 • Robert Koch – Postulou a Teoria microbiana das doenças e identificou o bacilo da tuberculose. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Teoria da geração espontânea – Abiogênese A teoria da geração espontânea é também chamada de Abiogênese. Na abiogênese, uma vida poderia surgir a partir de seres em decomposição ou espontaneamente, a partir de matéria bruta. Acreditava-se existir uma “força vital” que gerasse vidas. Foi proposta por filósofos e cientistas, como Aristóteles, René Descartes e Isaac Newton. origem/iníciovidanão/sem https://paradigmadoverme.files.wordpress.com/2012/0 3/paradigma-do-verme-51-a.jpg ABIOGÊNESE Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Experimentos de Redi e a Biogênese Em 1668, Francesco Redi, iniciou a observação de carnes em decomposição e percebeu que: • Larvas apareciam somente em potes destampados; • Moscas eram atraídas pelas carnes em decomposição. Com este experimento, Redi concluiu que as larvas não surgiam, espontaneamente, na carne em decomposição, mas, sim, a partir de moscas. Sua teoria foi muito contestada e ainda perdurou por mais de um século. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Experimentos de Pasteur e a Biogênese Após a teoria de Redi, John Needham e Lazzaro Spallanzani também fizeram experimentos tentando comprovar o fim da Abiogênese. Em 1860, Louis Pasteur fez o seguinte experimento: • Usou frascos com gargalos longos e finos; • Após fervura, observou que o líquido no frasco longo e fino permanecia estéril; • Quando quebrou o gargalo, percebeu crescimento microbiano. Pasteur considerou que os micro-organismos estavam no ar e, em contato com o caldo, proliferavam. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES os microrganismos estão presentes em doentes e não em indivíduos sadios; os micro-organismos podem ser cultivados; a inoculação da cultura adoece outro animal; o micro-organismo isolado apresenta características iguais ao que causa a doença e pode ser re-isolado. os microrganismos eram responsáveis por muitas doenças; cada micro-organismo seria responsável por uma doença em particular. foi a base da Epidemiologia atual. Teoria do germe x Postulados de Koch Os princípios de Epidemiologia e Microbiologia atuais são fundamentados nos princípios abaixo: Postulados de Koch (Robert Koch) Teoria do germe (Louis Pasteur) Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES A idade de ouro da microbiologia Idade de Ouro da Microbiologia → período de 1857 e 1910. As descobertas e postulados científicos dessa época servem de base para a Microbiologia Moderna. • Invenção e aperfeiçoamento de microscópio; • Visualização de seres microscópicos; • Queda das teorias abiogênicas; • Importância da pasteurização e da fermentação; • Identificação e isolamento de micro-organismos de indivíduos doentes; • Descoberta, criação e aperfeiçoamento de vacinas e quimioterápicos; • Relação entre contaminação das mãos e infecções em cirurgias; • Uso de métodos de coloração em lâminas microscópicas. https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/6/61/5_ Mark_DDR_1968_- _125._Geburtstag_von_Robert _Koch_-.JPG Domínio público - modificada https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/5_Mark_DDR_1968_-_125._Geburtstag_von_Robert_Koch_-.JPG Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Descoberta da vacinação A primeira vacina, contra a varíola, foi feita por Edward Jenner, em 1789. • Jenner percebeu que ordenhadores de vacas não tinham varíola; • Levantou a hipótese de a varíola das vacas proteger os humanos; • Inoculou secreções das pústulas da vaca em um menino; • Posteriormente, inoculou pus de secreções humanas no menino, que não adoeceu; • Descobriu a imunização contra varíola. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Louis_L%C3%A9opold_Boilly_-_L%27innoculation.jpg - Domínio público https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Louis_L%C3%A9opold_Boilly_-_L'innoculation.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Descoberta da quimioterapia Quimioterapia é o uso de compostos químicos (sintéticos) para o tratamento de doenças. • O primeiro quimioterápico foi descoberto por Paul Ehrlich, em 1909, quando produziu uma droga contra a sífilis, a partir de arsênio. Chamou-a de Salvarsan; • Os quimioterápicos antineoplásicos são usados no tratamentos do câncer; • Alguns quimioterápicos são usados em infecções bacterianas, como os antibióticos naturais. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Recente avanços da Medicina O advento da tecnologia trouxe avanços importantes para a Microbiologia, como: • Microscopia eletrônica, possibilitando a visualização de vírus e organelas celulares; • Exames diagnósticos com maior sensibilidade, especificidade e acessibilidade; • Uso de micro-organismos na produção de vacinas, alimentos, combustíveis e produtos biotecnológicos. Yersinia sp. Por Microscopia eletrônica Bunyavírus por microscopia eletrônica Ainda existem desafios a serem vencidos, como a cura de infecções crônicas, como a causada pelo vírus HIV, e de doenças infecciosas letais, como o ebola, dengue etc. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Classificação dos microrganismos A principal classificação dos seres vivos foi descrita por Whittaker, em 1969. Em 1990 surgiu a teoria dos 3 domínios, proposta por Carl Woese. • Atualmente, os seres vivos são classificados em domínios, de acordo com o tipo celular; • Todos os seres vivos com célula eucariota fazem parte do domínio Eukarya (eucarioto); • As bactérias possuem célula do tipo procariota e, por isso, fazem parte de dois domínios: Eubacteria ou Archaebacteria (Archea); • O domínio Archea é composto por bactérias que vivem em condições extremas de vida, enquanto o domínio Eubactéria, englobas as bactérias mais comuns na natureza. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Os reinos e seus domínios A partir dos DOMÍNIOS (Woese, 1990) , os seres vivos são classificados em REINOS. DOMÍNIO Bactéria DOMÍNIO Archea DOMÍNIO Eucarionte REINO Eubactéria REINO Protista REINO Fungi REINO Animal REINO Vegetal SERES VIVOS ... ............... Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Os vírus são seres vivos? Antes de avaliar se um vírus é ou não ser vivo, é necessário identificar as características que todo ser vivo possui. Todo ser vivo: • É constituído por célula(s); • Respira; • Consome nutrientes; • Reproduz-se; • Possui ciclo vital: nasce e.... morre. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Os vírus Os vírus: • São acelulares; • Não respiram; • Não consomem nutrientes; • Não se reproduzem (replicam); • Não possuem ciclo vital. Por não possuírem características dos seres vivos, fazem parte de uma classificação à parte. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Morfologicamente, são compostos por: ácido nucleico (ADN ou ARN) e um capsídeo. Alguns vírus possuem envelope. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PARTE 2: MICROBIOLOGIA NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula AVANÇO DAS TÉCNICAS ASSÉPTICAS 1 LAVAGEM DAS MÃOS: QUANDO, PORQUE E COMO 2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 3 DESCARTE DE RESÍDUOS 4 DISSEMINAÇÃO DE AGENTES INFECCIOSOS 5 PRÓXIMOS PASSOS Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Biossegurança • usar equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivo (EPC); • classificar dos riscos de cada setor; • promover e realizar as normas assépticas; • seguir os procedimentos operacionais padrão (POP) de cada técnica e equipamento; • conhecer os símbolos dos riscos. A Biossegurança é “o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados". (Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar, 1996) Seguir as normas de Biossegurança requer: BIOSSEGURANÇA Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Classificação de riscos Os riscos são classificados em cinco grupos, de acordo com o tipo de exposição. Cada grupo é representado por uma cor: • Grupo I (verde) → riscos físicos; • Grupo II (vermelho) → riscos químicos; • Grupo III (marrom) → riscos biológicos; • Grupo IV (amarelo) → risco ergonômicos; • Grupo V (azul) → riscos de acidentes. RISCOS Vírus, bactérias, fungos, parasitas, protozoários Ruídos, vibrações, radiações, calor, umidade, frio Arranjo inadequado, eletricidade, ferramentas, máquinas e equipamentos Esforço físico, jornada prolongada, postura, levantamento de peso Poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, produtos químicos Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Mapa de risco Um mapa de risco é a representação de um setor, ala ou de um andar, quanto ao tamanho e tipo de riscos que se está exposto. A proporção do risco é representada por círculos de tamanho diferentes. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Higienização das mãos: quando, porque e como O termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos, por se tratar de um procedimento mais complexo, que visa reduzir a quantidade de micro-organismos sobre as mãos e não somente a remoção de sujidade. Antes e após contato direto ou indireto com pacientes; serviços de saúde; coleta e manipulação de materiais contaminados, alimentos e medicamentos; presença visível de sujidade, secreções e excreções. QUANDO HIGIENIZAR? POR QUE HIGIENIZAR? COMO HIGIENIZAR? Pode ser realizada utilizando somente água e sabão, substância anti-séptica degermante ou solução alcoólica, seguindo sequência correta que contempla todos os locais das mãos. Por meio das mãos, muitos micro-organismos da microbiota residente e transitória podem ser transmitidos, de forma direta e indireta. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Higienização das mãos Sequência de higienização das mãos. http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+porta l/anvisa/sala+de+imprensa/menu+- +noticias+anos/2011+noticias/saude+comemora+dia+ mundial+de+higiene+das+maos http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/tecnicas.htm Link ANVISA – Higienização das mãos: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higi enizacao_maos/apresentacao.htm http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/apresentacao.htm Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivo (EPC) Os equipamentos de proteção individual (EPI) são instrumentos usados por profissionais, quando expostos a riscos. Cada profissão apresenta uma necessidade específica, por meio de normas regulamentadoras, frente à demanda de trabalho e exposições. Todas as normas regulamentadoras (NR) são estabelecidas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A NR 32 é a principal norma regulamentadora de normas de segurança aos profissionais de saúde. Alguns instrumentos são equipamentos proteção coletiva (EPC), como lavadores orbitais, chuveiros de emergência, câmaras de fluxo laminar, extintores de incêndio, placas sinalizadoras etc. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES EPI – Luvas As luvas protegem as mãos de exposição a riscos. Podem ser de materiais diversos, ambidestras, como as de procedimento, ou manidestras, como as estéreis. Principais tipos de luvas: • Luvas de látex (procedimento e estéril) • Luvas de nitrila (nitrílica) • Luvas de silicone http://www.suprimax.com/media/catalog/product/f/i/file _5_23_1_4.jpg http://www.medjet.com.br/fotos/norm/luva-nitrlica- sem-p-tamg-c-100-un-descarpack-21775.jpg http://www.santoamarolimpeza.com.br/product_imag es/s/747/laranja__57174_zoom.jpg Luvas de látex Luvas de borrachaLuvas de siliconeLuvas de nitrila http://www.pontodoepi.com.br/imagens/produt os/grande/Luva_procedimento_vinil.jpg • Luvas de borracha • Luvas térmicas Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES EPI – Máscaras • As máscaras são EPIs que promovem proteção respiratória. Costumam ser usadas por profissionais em exposição à riscos e por clientes quando em tratamento médico específico. • Existem máscaras com diferentes porosidades, quantidade de camadas e filtração do ar. • As peças faciais filtrantes (PFF) são máscaras (respiradores) que agem como filtros. O tipo de PFF dependerá do tipo de exposição. • As máscaras PFF2/N95 são muito usadas em casos de exposição à riscos biológicos com pequena proporção microscópica, como gripe H1N1 e ebola. N95 e PFF2 promovem proteção equivalente. N95 → segue as normas americanas. PFF2 → segue as normas brasileiras e européias. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Tipos de máscaras Principais máscaras: http://www.ceaditabira.com.br/product_ima ges/b/760/114__06844_zoom.png http://www.lojasksi.com.br/produtos/Mascara_R espiratoria_PFF2_com_valvula_det.jpg CIRÚRGICA CARVÃO ATIVADON95/PFF2 http://images.onccc.com/i003/2014/04/27/89/bi g_cdfb4990cd4860c1bba27abc782237b1.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES EPI – Jalecos e capotes Os jalecos são EPIs de proteção ao corpo inteiro e, portanto, só devem ser usados em caso de exposição à riscos de contato. São fontes de contaminação cruzada entre profissionais e pacientes, portanto, JAMAIS utilizá-los em ruas, cantinas, elevadores, salas de aulas teóricas e veículos. Tipos de jalecos e capotes: • Jalecos compridos e de mangas compridas;* • Jalecos de mangas ¾ curto; • Capotes/ aventais cirúrgicos; • Pijama cirúrgico. http://4.bp.blogspot.com/-Zjvhvk0_erU/TfoqNaq- y2I/AAAAAAAAAYw/eUnVELqaFII/s1600/jaleco%2Bcienciabol.jpg * jalecos de uso médico-hospitalar e laboratorial. http://4.bp.blogspot.com/-Zjvhvk0_erU/TfoqNaq-y2I/AAAAAAAAAYw/eUnVELqaFII/s1600/jaleco+cienciabol.jpgMicrobiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES EPI – Óculos de proteção e protetores faciais Os óculos de proteção e os protetores faciais são EPIs usados em casos de exposição a riscos de gotículas e aerossóis, além de proteção contra fagulhas e pequenas peças projetadas. São de uso obrigatório em casos de punções e riscos de exposição à respingos, jatos e http://www.microbac.com.br/portal/portfolio_ibus iness/protecao-facial/ http://www.segmat.com.br/wp- content/uploads/2014/08/DSCN1146.jpg http://www.medline.com/media/catalog/CA14/CA14_07 /CA14_07_09/PF07357/PF07357_PRI01.JPG ÓCULOS DE PROTEÇÃO MÁSCARA COM PROTETOR FACIAL (Fluidshield) PROTETOR FACIAL Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Os sapatos hospitalares precisam ser de tecido impermeável, cobrir todo o peito do pé e não possuir orifícios de ventilação nas partes superior e lateral. Em casos especiais, como em cirurgias, é usado um protetor sobre os calçados, chamado pró-pé. Os gorros e toucas costumam ser usados em cirurgias e procedimentos que requerem condições estéreis. EPI – sapatos e gorros http://www.nsp-comercial.com.br/image/cache/catalog/prope- tnt-500x500.jpg http://cdn.mundodastribos.com/249343-sapatos- hospitalares-modelos-pre%C3%A7os-2.jpg http://www.prolab.com.br/produtos_i mg/gde_6e1ddb8c5cabe16a873e6ea76 fe6bdd2_touca-descartavel2.jpg SAPATOS HOSPITALARES PRÓ-PÉ TOUCA/GORRO http://img.elo7.com.br/product/main/28 FF3F/touca-cirurgica-estampada.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Resíduos de serviços de saúde (RSS) Os resíduos de serviço de saúde (RSS) são descartados de acordo com normas regulamentadoras da ANVISA1, CONAMA2, ABNT3 e outros órgãos reguladores. Os RSS são classificados, de acordo com o tipo de material e risco oferecido. Para cada grupo de RSS, um tipo de descarte. Grupo A – resíduos potencialmente infectantes; Grupo B – resíduos químicos; Grupo C – resíduos radioativos; Grupo D – resíduos comuns; Grupo E – resíduos Perfurocortantes. 1 Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2 Conselho Nacional do Meio Ambiente , 3 Associação Brasileira de Normas Técnicas http://www.farmaceuticoinfoco.net/2015/03/o-que- e-o-plano-de-gerenciamento-de.html Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Classificação dos resíduos de serviços de saúde http://image.slidesharecdn.com/aula-residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01/95/aula-residuos-de-servios-da-sade-11-728.jpg?cb=1306580819 Classificação do lixo, de acordo com a RDC ANVISA 306/04 e Resolução CONAMA 358/05. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Descarte de resíduos de saúde GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D GRUPO E Exemplos: restos de órgãos, bolsas de sangue, vacinas etc. Descarte: saco plástico branco leitoso, resistente e impermeável Destino: Incineração Exemplos: reagentes de laboratório, medicamentos etc. Descarte: manter na embalagem original Destino: devolvido ao fabricante ou coleta especial Exemplos: agulhas, lâminas de microscopia, lancetas, lâminas de bisturi Descarte: recipientes coletores rígidos Destino: Incineração Exemplos: papel, luvas, máscaras descartáveis, alimentos, madeira etc. Descarte: saco plástico resistente e impermeável. Alguns podem ser reciclados Destino: Incineração Exemplos: resíduos de quimioterapia, radioterapia, raio x etc. Descarte: recipiente protegido com chumbo Destino: Coleta especial / CNEN Descarte do grupo 1: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/la b_virtual/descarte-residuos-grupo-a.htm Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Disseminação de agentes infecciosos • Os micro-organismos podem ser disseminados de diferentes formas: MICROBIOLOGIA CONTATO DIRETO Abraço, aperto de mão etc. CONTATO INDIRETO Através de fômites ATRAVÉS DE VETOR Através de insetos VEÍCULO COMUM Alimentos, água, soro contaminados etc. PERFURO- CORTANTES Seringas, agulhas, bisturis etc. TRANSPLA- CENTÁRIA / AMAMEN- TAÇÃO HORIZONTAL http://4.bp.blogspot.com/-SeHwoVTCuvA/UBqG6qFGHnI/AAAAAAAAH1Q/w9IzNbALliA/s1600/cnt_sp_germs_001hl.jpg?width=400 http://2.bp.blogspot.com/-F9aETP_Y52A/T4Vz5M8x2aI/AAAAAAAABAw/7D9WGymFB4Q/s1600/Adult_Baby%2520hands%2520-%2520edited%2520photo%2520for%2520NICU%2520book.jpeg http://jorgeschneider.com.br/wp-content/uploads/2014/04/dngue.png http://enfermedadclinica.com/wp-content/uploads/2013/12/Food-poisoning.jpg http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image245.gif VERTICAL http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/gravidez9.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES FÔMITES Fômites são objetos potencialmente contaminados, que promovem contaminação cruzada e indireta entre pessoas. Em geral, são contaminados pelas mãos dos portadores e por secreções expelidas, como tosse e espirro. Um espirro é um movimento de propulsão. Para tal, é necessária grande captação de ar e o mesmo é expelido numa velocidade média de 150km/h; São formados dois tipos de secreções de saliva: gotículas, em geral atingem até 1 metro de distância, e aerossóis, que podem atingir até 4 metros de distância. Em um ambiente hospitalar, termômetros, esfigmomanômetros, tesouras, telefones, canetas etc. são fômites de comum contato entre profissionais. http://blog.h1n1.influenza.bvsalud.org/pt/files/2009/09/espirro.JPG Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PARTE 3: VIROLOGIA Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA VIRAL 1 TIPOS DE VÍRUS 2 CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS 3 TROPISMO E REPLICAÇÃO VIRAL 4 CICLO VIRAL 5 PRÓXIMOS PASSOS PATOGÊNESE E INFECÇÕES VIRAIS 6 PRIONS 7 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Composição estrutura viral Do latim virus = veneno, toxina Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Composição estrutura viral Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, acelulares e sem nenhuma estrutura semelhante às organelas celulares. Morfologicamente, os vírus são compostos por: • Ácido nucleico (ADN ou ARN); • Capsídeo, formado por capsômeros; • Alguns vírus são envelopados, pois possuem um envoltório externamente ao capsídeo; • Cada vírus possui tamanho e características diferentes uns dos outros. https://www.google.com.br/search?q=part%C3%ADculas+virais&biw=1366&bih=667&source=lnms&tbm=isc h&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMIqvbcyOqIyQIVhEwmCh1yigVs#tbm=isch&q=ESTRUTURAS+VIRAIS Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Morfologia viral Independente do ácido nucleico do vírus ser do tipo ADN ou ARN, os vírus podem apresentar morfologia diferenciada quanto ao tamanho, da forma, do tipo de simetria, da presença ou ausência de peplômeros (espículas) e presença ou ausência de membranas. Os vírus podem apresentar estrutura helicoidal ou poliédrica, com ou sem envelope. Os bacteriófagos podem apresentar morfologia diferenciada. VÍRUS SEM ENVELOPE VÍRUS COM ENVELOPE BACTERIÓFAGO Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Tamanho dos vírus Em geral, proporcionalmente, os vírus são muito menores que as células, como bactérias e hemácias. O esquema ao lado apresenta a relação entre uma bactéria (Escherichia coli), quando comparada à uma hemácia e, posteriormente, a vírus diversos. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES C LA SS IF IC A Ç Ã O D O S V ÍR U S Famílias de vírus ADN - Parvoviridae - Anelloviridae - Polyomaviridae - Papilomaviridae - Adeniviridae - Hepadnaviridae - Herpesviridae - Poxviridae Famílias de vírus ARN - Picornaviridae - Astroviridae - Caliciviridae - Herpeviridae - Togaviridae - Flaviviridae - Arenaviridae - Coronaviridae - Retroviridae- Orthomyxoviridae - Bunyaviridae - Bornaviridae - Rhabdoviridae - Paramyxoviridae - Filoviridae Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Características gerais dos vírus Apesar de possuírem morfologias diferentes, os vírus apresentam características comuns, tais como: • São acelulares; • São parasitas intracelulares obrigatórios; • Utilizam toda a maquinaria da célula para realização sua replicação; • Possuem tropismo celular, isto é, possuem “afinidade” por um ou poucos tipos celulares; • Fora da célula se cristalizam, tornando inativos; • Ao penetrarem em uma célula se tornam ativos e replicam. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Replicação viral Cada vírus apresenta o ciclo de replicação com etapas semelhantes, mas que podem ocorrer em diferentes locais da célula. Etapas da replicação viral: 1 – adsorção 4 – transcrição e tradução 7 – saída de novos vírus da célula 2 – penetração 5 – replicação do ácido nucleico 3 – desnudamento 6 – montagem de novos vírus https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/Virus_replication.svg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Adsorção e penetração do vírus na célula Para que um vírus infecte uma célula, é necessário que uma estrutura de membrana, desta célula, sirva de receptor para o vírus e, assim, este faça a adsorção. Após a adsorção ocorre a penetração do vírus na célula. Cada família de vírus tem uma forma de entrada na célula. Uns entram por fusão de membrana, outros com o envelope, endocitose etc. Assim que ocorre a penetração do vírus na célula, este sofre desnudamento, libertando o ácido nucleico para as etapas seguintes da replicação viral. ADSORÇÃO PENETRAÇÃO DESNUDAMENTO http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Receptores+Virais&lang=3 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Saída dos vírus da célula Após a montagem de novos vírus, estes podem sair da célula por: SAÍDA POR BROTAMENTO SAÍDA POR LISE CELULAR Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Retrovírus Os retrovírus são vírus que, apesar de possuírem genoma ARN, utilizam a enzima transcriptase reversa, para sintetizarem uma molécula de ADN. Estas são chamados vírus lisogênicos, pois o ADN sintetizado será incorporado ao genoma da célula do indivíduo, tornando a célula uma fábrica de vírus. O vírus HIV é um exemplo de retrovírus. Linfócito TCD4+ repleto de vírus HIV (em vermelho) ao seu redor ARN → ADN → ARNm → Proteínas virais Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Patogênese viral • Uma infecção viral inicia após a fase de penetração do vírus na célula. Este pode entrar por diferentes vias: sanguínea, respiratória, pele, trato genital etc. • Após a penetração do vírus na célula, inicia-se o período de disseminação do vírus, com sua chegada à célula-alvo e replicação. • O período compreendido entre a entrada do vírus no organismo e a manifestação dos sintomas é chamado de período de incubação. Penetração Disseminação Replicação Lesão Doença Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PRIONS Os PRIONS são proteínas infecciosas, que não apresentam ácido nucleico conhecido. Em alguns organismos podem sofrer diferenciação e causar encefalopotias espongiformes. Algumas doenças priônicas acometem os humanos, causando quadros de demência rápida e progressiva, como a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que pode ser confundida com casos de Alzheimer. A Doença da vaca louca é uma doença priônica em bovídeos e a ingestão da carne contaminada provoca doença humana. A Insônia familiar fatal, o Kuru, a Doença de Creutzfeld-Jacob e suas variantes, e a Síndrome de Gerstmann-Sträussler-Scheinker são doenças priônicas humanas, com diagnósticos feito por coleta do liquido encefaloraquidiano ou necropsia. PRIONS = Proteinaceous Infectious Only Particle (Partícula Infecciosa Puramente Proteica). Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PARTE 4: BACTERIOLOGIA I Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS 1 MORFOLOGIA BACTERIANA 2 FISIOLOGIA BACTERIANA 3 METABOLISMO BACTERIANO 4 PRÓXIMOS PASSOS Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Características gerais das bactérias As bactérias são seres vivos, pertencentes ao Reino Monera, do Domínio Eubactéria. Apresentam as características: • Procariotos (sem núcleo); • Unicelulares; • Desprovidos de vacúolos contráteis e fagossomo; • Presença de ribossomos livres e ausência de outras organelas citoplasmáticas. • Presença de parede celular externa à membrana celular. http://arquivoufo.com.br/wp-content/uploads/2012/02/bacteria-mortal.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Morfologia bacteriana As bactérias podem apresentar diferentes morfologias. Formas morfológicas bacterianas: • Cocos (e arranjos); • Bacilos (e arranjos); • Vibriões; • Espirilos; • Espiroquetas. http://www.biologianet.com/upload/conteudo/images/2014/09/bacterias.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Estruturas bacterianas Bactérias possuem membrana celular e citoplasma como as demais células. Apresentam estruturas obrigatórias, presentes em todos os gêneros e estruturas facultativas, presentes em algumas espécies bacterianas. OBRIGATÓRIAS FACULTATIVAS Parede celular Ribossomos Plasmídeos ADN cromossômico Flagelo Fímbrias e pili Endósporo Cápsula https://gl.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_procari%C3%B3tica#/media/File:Average_pr okaryote_cell-gl.svg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Estruturas obrigatórias bacterianas As estruturas presentes em todos os gêneros bacterianos do Domínio Eubactéria são: PAREDE CELULAR ADN CROMOSSÔMICO PLASMÍDEO RIBOSSOMOS ADN cromossômico (genômico), contendo informações morfológicas e vitais para a célula. ADN extra cromossomial, onde se encontram fatores de resistência e de virulência. Estrutura externa à membrana celular. Pode ser de constituição diferente, de tipo Gram positiva ou Gram negativa. Organela citoplasmática, onde ocorre a síntese de proteínas. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Plasmídeos Os plasmídeos são formados por um ADN extracromossômico. Não possuem informações relacionadas à morfologia e fisiologia celular. São autoduplicáveis e podem receber ou doar genes em trocas genéticas entre bactérias. http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/plasmideo.jpg Na Genética molecular e na Biotecnologia, plasmídeos são usados para multiplicar genes e produzir de substâncias diversas. O princípio é a inserção de um gene ao plasmídeo. GENE PLASMÍDEO Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Estruturas facultativas bacterianas Algumas bactérias possuem estruturas que, em geral, conferem vantagens. Estrutura de locomoção bacteriana. Pode ser único ou múltiplo. Estrutura externa à parede celular, que confere vantagens à bactéria. Forma preservada que se forma em situações de carência de água e nutrientes. São filamentos fino e curtos, de função variável. FLAGELO FÍMBRIAS/PILI ENDÓSPORO CÁPSULA Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Flagelos As bactérias flageladas podem ser classificadas quanto à localização e a quantidade de flagelos. A = MONÓTRICAS, com um único flagelo B = LOFÓTRICAS, com vários flagelos em um ponto C = ANFÍTRICAS, com flagelos em extremidades opostas D = PERÍTRICAS, com flagelos em toda a superfície do corpo Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Fímbrias / Pili As fímbrias ou pili (pilus) são estruturas finas e curtas, proteicas,que recobrem algumas bactérias Gram negativas. Apresentam diversas funções, como a facilitar a fixação em superfícies e formar “pili sexual”. Através do “pili sexual” bactérias trocam material genético. http://photos1.blogger.com/blogger/4566/894/1600/conjugation-pili-pg.jpg https://lh5.googleusercontent.com/- m7hCEqemx8k/TW2Pl2Io7eI/AAAAAAAAABU/jWyz3MzYqTY/s1600/fig04 08.jpg http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/conjugacaobacteriana2.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Cápsula bacteriana Estruturas polissacarídicas e/ou polipeptídicas que estão externamente aderidas à parede celular bacteriana. Impedem a fagocitose, armazenam nutrientes e favorecem adesão à superfícies. http://revistaavances.com/wp- content/uploads/2014/01/Cresa-Haemophilus-parasuis.jpg CÁPSULA Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Endósporos bacteriano Formadas por bactérias dos gêneros Clostridium e Bacillus, principalmente, em condições de carência de nutrientes e água. Podem permanecer por muitos anos de forma latente e, ao entrarem no organismo vivo, voltam à forma viva (vegetativa). Formação de um endósporo bacteriano: https://www.youtube.com/watch?v=pSpEXSz-SvY http://ccgb.fiocruz.br/imgs/ccgb01.jpg Endósporo https://www.youtube.com/watch?v=pSpEXSz-SvY Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Genoma bacteriano Bactérias apresentam ADN cromossômico de fita dupla, disperso no citoplasma, numa região denominada nucleoide, uma vez que não possuem núcleo. Possuem plasmídeos (ADN extra cromossômico) e segmentos de ADN denominados transposons e integrons. Apresentam mecanismos de recombinação gênica bacteriana: conjugação, transdução e transformação. http://media.tumblr.com/tumblr_lz1flu4VEa1qj1rb4.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Fisiologia e metabolismo bacteriano A manutenção da vida bacteriana, assim como seu crescimento, requer condições ideais. Cada espécie bacteriana requer fatores gerais, específicos e em proporções diferentes. Estas condições envolvem: • Obtenção de macro e micronutrientes; • Temperatura; • pH; • Respiração; • Umidade; • Luz; • Obtenção de energia. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/82/E_coli_at_10000x.jpg O metabolismo bacteriano é o resultado das reações anabólicas e catabólicas bacterianas. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Nutrição bacteriana Para que as funções fisiológicas bacterianas ocorram, são necessários água, fatores de crescimento e nutrientes, entre outros fatores. Alguns nutrientes são requeridos por todas as espécies e outros de forma específica. Os nutrientes são classificados como macronutrientes, micronutrientes e fatores de crescimento. MICRONUTRIENTES MACRONUTRIENTES FATORES DE CRESCIMENTO NUTRIENTES Nutrientes requeridos em grande quantidade. Ex.: carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e enxofre. Nutrientes requeridos em pequena quantidade e por algumas bactérias. Ex: manganês, zinco, potássio, sódio, cloro, cobre, molibdênio, selênio e outros. Nutrientes necessários ao crescimento bacteriano. Ex: vitaminas, aminoácidos e nucleosídeos. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Obtenção de energia As bactérias autotróficas produzem seu próprio alimento com uso de dióxido de carbono (CO2). As bactérias heterotróficas utilizam compostos orgânicos como fonte de energia. Bactérias, em geral, obtêm energia pela oxidação de substratos. • Fototróficas – utilizam luz como fonte de energia. Podem ser fotoautotróficas ou fotoeterotróficas. • Quimiotróficas – utilizam compostos químicos como fonte de energia. Podem ser quimioautotróficas ou quimioeterotróficas. http://estudmed.com.sapo.pt/microbiologia/metabolismo_bacteriano.htm De forma geral, quanto à forma de obtenção de energia, as bactérias são: Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Temperatura bacteriana De acordo com a faixa de temperatura metabólica, as bactérias do Domínio Eubactéria são classificadas em: psicrófilas, mesófilas e termófilas. As bactérias hipertermófilas fazem parte do Domínio Archea. A maior parte das bactérias patogênicas para o homem é mesófila. A faixa de temperatura de cada grupo varia de acordo com o autor. • Psicrófilas → abaixo de 150C • Mesófilas → entre 250C e 400C • Termófilas → entre 600C e 800C • Termófilas extremas/Hipertermófilas → acima de 850C Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES pH bacteriano O pH do meio também é importante para o crescimento bacteriano. Cada espécie bacteriana apresenta uma faixa de pH ideal para seu metabolismo, podendo ser: acidófilas, neutrófilas e alcalinófilas. A maior parte das bactérias patogênicas para o homem é neutrófila. http://image.slidesharecdn.com/crescimentobacteriano-140718064655- phpapp01/95/noes-bsicas-do-crescimento-bacteriano-16- 638.jpg?cb=1405666083 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Respiração bacteriana De acordo com o uso de gás oxigênio e o padrão respiratório, as bactérias são classificadas em aeróbias e anaeróbias. As bactérias aeróbias usam gás oxigênio (O2) em diferentes teores de disponibilidade em sua respiração e as anaeróbias não o utilizam. Não usam, mas suportam a atmosfera de O2. AERÓBIAS ANAERÓBIAS ESTRITAS MICROARERÓFILAS FACULTATIVAS AEROTOLERANTES ESTRITAS Utilizam altos teores de O2. Utilizam baixos teores de O2. Na ausência de disponibilidade de O2, fazem fermentação. São consideradas aeróbias ou anaeróbias facultativas. Morrem na presença de O2. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PARTE 5: BACTERIOLOGIA II Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula PAREDE CELULAR BACTERIANA 1 MÉTODO DE COLORAÇÃO DE GRAM 2 REPRODUÇÃO BACTERIANA 3 CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO 4 MICOPLASMAS E RIQUÉTSIAS 5 PRÓXIMOS PASSOS Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Parede celular bacteriana • A parede celular é a estrutura presente externamente à membrana celular de bactérias do Domínio Eubactéria. • A parede celular bacteriana pode ser identificada pelo Método de coloração de Gram, criada em 1884 pelo bacteriologista Hans Christian Gram. • As que se coram de roxo (azulado) são denominadas Gram positivas, enquanto as que se coram de vermelho (róseo) são denominadas de Gram negativas. https://claraealinebioifes.files.wordpress.com/2011/04/gram-negativas-e-positivas.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Parede celular GRAM POSITIVAS → Apresentam extensa camada de peptideoglicano, com ácidos teicoicos e lipoteicoicos inseridos nessa. GRAM NEGATIVAS → Apresentam espaço periplásmico, fina camada de peptideoglicano e outra membrana celular externa. http://www.microbiologybook.org/Portuguese/bact-mem-port.jpg http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bacterias/imagens/bacterias3g.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Método de coloração de Gram http://biomedicinaparatodos.blogspot.com.br/2015/06/coloracao-de-gram-sabe-o-que-e-entenda.html TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE GRAM O Método de coloração de Gram é a técnica aplicada para a identificação da parede celular bacteriana. Reagentes utilizados: • Violeta de genciana (Cristal de violeta) • Lugol (Iodo) • Solução álcool-acetona • Fucsina Os micoplasmas e as micobactérias não se coram pelo Método de Gram. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Método Ziehl Neelsen As bactérias do gênero Mycobacterium (micobactérias) não se coram pelo Método de coloração de Gram. São bacilos-álcool-ácido-resistentes (BAAR) e possuem, externamente à parede celular, uma camada composta por ácidos micólicos.Os BAAR são corados pelo Método de Ziehl Neelsen. http://image.slidesharecdn.com/micatip2008alessandram-141101183410-conversion-gate01/95/micobactrias-atpicas-de-crescimento- rpido-no-tuberculosa-3-638.jpg?cb=1414866986http://www.scielo.br/img/revistas/abmvz/v60n5/09f1.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Reprodução bacteriana • Crescimento microbiano é o aumento na quantidade de células. • O crescimento ocorre por divisão binária (fissão binária). • Bactérias formam colônias e estas podem ser vistas a olho nu. • Cada bactéria possui taxa de crescimento e tempo de geração específicos. http://gerencia.ambientebrasil.com.br/ midia/imagens/81.gif http://static.hsw.com.br/gif/bacteria-2.jpg VARIAÇÃO NA FORMA, ELEVAÇÃO E MARGEM DAS COLÔNIAS http://lh4.ggpht.com/-0lnFKtdgXYo/UgGjyVg1FzI/AAAAAAAAOa8/csgOUZ-zDK8/colonia%25255B2%25255D.png?imgmax=800 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Crescimento bacteriano • Taxa de crescimento – variação na quantidade de células por unidade de tempo. • Geração – intervalo em que uma célula origina duas novas. • Tempo de geração – tempo necessário para a população bacteriana dobrar em número. • Crescimento exponencial – padrão em que o número de células é duplicado a cada período de tempo (2, 22, 24, 28,...) http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe u6QAE/fisiologia-microbiana?part=2 Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Curva de crescimento Em meio de cultura (sistema fechado), o crescimento bacteriano ocorre em etapas, denominadas: Fase lag, Fase log (ou exponencial), Fase estacionária e Fase de declínio (ou morte). As fases da curva de crescimento em sistema fechado são: N º d e b ac té ri as Tempo (h) Lag Log Estacionária Declínio Fase Lag → Período de repouso e adaptação ao meio. Fase log ou exponencial → Período de divisão celular intenso. Fase estacionária → Período de equilíbrio, em que a quantidade de células novas equivale a de células mortas. Fase de declínio ou morte → Período com progressão de células mortas. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Meios de cultura • O cultivo bacteriano pode ser realizado, fornecendo as condições ótimas para cada espécie bacteriana. • Os meios de cultura são substâncias suplementadas de nutrientes e elementos químicos, necessários ao metabolismo bacteriano. • Existem meios de cultura sólidos, líquidos ou semissólidos. • Os meios sólidos, em geral, são produzidos com a alga Agar agar e são específicos para gêneros ou espécies bacterianas. MEIO SÓLIDO MEIO LÍQUIDO http://scienceblogs.com.br/meiodecultura/files /2010/05/65bi.jpg http://www.prolab.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/12/1-Meiodecultura1.jpg AULA 7: BACTERIOLOGIA II Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Meios de cultura Meios de cultura: http://www.biomedicinabrasil.com/2010/09/meios- de-cultura.html#.Vk6QwnarTIU http://www.biomedicinabrasil.com/2010/09/meios-de-cultura.html#.Vk6QwnarTIU Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Meios de cultura Os meios de cultura podem ser enriquecidos, seletivos, diferenciais e redutores. Exemplos de meios de cultura: • Ágar sangue de carneiro • Ágar chocolate • Ágar manitol salgado • Ágar Mac Conkey • Ágar Mueller-Hinton, • Ágar salmonella-shigella Meios de cultura http://www.ufjf.br/microbiologia/files/20 12/11/Meios-de-cultura-usados-no- laborat%C3%B3rio-e- colora%C3%A7%C3%B5es.pdf http://static1.squarespace.com/static/50e713f4e4b0888041877c38/t/524c4699e4b0ad97e93c2591/1432216489782/iStock_000019289346Large.jpg AULA 7: BACTERIOLOGIA II http://www.ufjf.br/microbiologia/files/2012/11/Meios-de-cultura-usados-no-laborat%C3%B3rio-e-colora%C3%A7%C3%B5es.pdf Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Meios de cultura http://www.cenapro.com.br/images/noticias/beleza-eswcondida-escola-focus.jpg Arte em meios de cultura: http://www.microbialart.com/galleries/ Crescimento bacteriano em diferentes meios de cultura AULA 7: BACTERIOLOGIA II http://www.microbialart.com/galleries/ Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Coleta de material Para a identificação bacteriana, é necessário a coleta do material. Em geral, a coleta de superfícies é feita com swab estéril. Urina e secreções são coletados em frascos, e sangue em tubos ou frascos de hemocultura. https://www.bd.com/resource.aspx?IDX=3562 https://www.bd.com/scripts/brasil/productsdrilldown.asp?CatID=115&SubID=3 08&siteID=10056&d=brasil&s=brasil&sTitle=&metaTitle=Microbiologia&dc=bras il&dcTitle=BD+-+Brasil Coleta com swab Frascos de hemoculturaColeta de hemocultura http://www.sciencecodex.com/aggregated- images/tech/jIv3x1W938BxXzHX.jpg Coleta com frascos Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Identificação bacteriana A identificação da espécie bacteriana pode ser feita por meio de testes bioquímicos, sistema automatizado, sistema API (Analytical Profile Index), laminocultivos ou culturas indicadoras. http://www.biomerieux.pt/upload/API_ID41.jpg http://www.interlabdist.com.br/produtos/mostra_pr oduto/1573,urilab-cromoclin-trio-c10un http://images.slideplayer.com.br/18/5764974/slides/slide_1.j pg Testes bioquímicos Sistema API laminocultura Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Micoplasmas O gênero Mycolasma pertence à família Mycoplasmateceae. São menores que as demais bactérias do Domínio Eubactéria e não possuem parede celular. Algumas espécies apresentam estruturas semelhantes à micélios de fungos e, por isso, foram designados como micoplasmas. Causam, principalmente, infecções do trato respiratório. http://ibiantech.com/wp-content/uploads/2013/09/Micoplasma.jpg http://www.icb.usp.br/bmm/ext/arquivos/imagens/timenetsky%20micoplasma.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Riquétsias O gênero Rickettsia pertence à Família Rickettsiaceae. São bactérias muito pequenas, quase não vistas ao microscópio óptico. São, obrigatoriamente, parasitas intracelulares e costumam parasitar piolhos, pulgas e carrapatos. O tifo é causado pela Rickettsia prowasekii, transmitida por piolhos, enquanto a febre maculosa é causada pela Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapato. https://dnaeoutrascoisas.files.wordpress.com/2014/02/slide2.jpg http://cdn.doutissima.com.br/content/uploads/2013/09/febre-maculosa.jpg https://lh4.googleusercontent.com/-hma-n1xcYCc/UBqTO01CZnI/AAAAAAAAB4I/cB5cl8msoCg/s300/tifo- epidemico.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES PARTE 6: Microbiota, patogenicidade e virulência Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Conteúdo desta aula PATOGENICIDADE X VIRULÊNCIA 1 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE 2 FATORES DE VIRULÊNCIA 3 MICROBIOTA RESIDENTE 4 MICROBIOTA TRANSITÓRIA 5 PRÓXIMOS PASSOS Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Patogenicidade x virulência PATOGENICIDADE VIRULÊNCIA Um organismo é patogênico quando, ao entrar em um organismo, causa sinais e sintomas clínicos. Portanto.... ... patogenicidade é a capacidade do micro-organismos em causar doença em um hospedeiro. Quanto maior a capacidade de um micro-organismo em causar casos graves, mais virulento ele é. Portanto... ... virulência é a capacidade de um micro-organismo ser mais agressivo e causar maior número de casos graves e óbitos. Denomina-se infecção à presença de um micro-organismo ou parasita em um organismo hospedeiro e depende de fatores relacionados à patogenicidade e à virulência do agente etiológico. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Infecção x colonização Nem sempre a presença de um micro-organismono organismo humano significa doença. O controle de contaminação é importante para evitar infecção. CONTAMINAÇÃO COLONIZAÇÃO INFECÇÃO Presença e crescimento de micro-organismos em superfícies do corpo, sem causar doença. Presença e multiplicação de micro-organismos com invasão à sítios do corpo e manifestação de doença. Presença transitória de micro-organismos em superfícies, sem invasão de tecidos do corpo. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Mecanismos de Patogenicidade Os mecanismos de patogenicidade iniciam quando o micro-organismo consegue transpassar as barreiras físicas e químicas do organismo, causando infecção. Nem todas as infecções obedecem a todas as etapas do mecanismo de patogenicidade. ENTRADA DO PATÓGENO FIXAÇÃO TECIDUAL MULTIPLICAÇÃO DANOS AO HOSPEDEIRO DISSEMINAÇÃO A infecção pode resultar em quadro agudo ou inaparente. Alguns micro-organismos possuem mecanismos de escape e burlam as defesas imunológicas, levando à infecção persistente (crônica ou latente). Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Bacteremia x sepse x choque séptico • Bacteremia → presença de bactérias na corrente sanguínea por forma direta (entrada direta) ou secundária (hematogênica ou linfática). • Sepse → quando, em uma bacteremia, bactérias invadem órgãos, promovendo um quadro inflamatório sistêmico. A sepse difusa, que acomete múltiplos órgãos, com disfunção orgânica, é classificada como sepse grave. • Septicemia → termo menos usado. Designa sepse causada por toxinas ou infecções também por outros micro- organismos. • Choque séptico → sepse grave com choque circulatório e diminuição da função dos órgãos, aumentando a probabilidade de óbito por falência múltipla dos órgãos. http://www.jcnet.com.br/banco_imagem/images/sa%C3%BAde/Uremia.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Fatores de virulência Os fatores de virulência são estruturas ou substâncias produzidas por micro-organismos, que aumentam sua capacidade de danos. Cada espécie bacteriana apresenta fatores de virulência específicos, entre eles: FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANA http://www.facmed.unam.mx/deptos/microbiologia/bacteriologia/images/adhesinas.jpg TOXINAS Podem ser endotoxinas ou exotoxinas que aumentam os danos ao hospedeiro. ADESINAS Estruturas bacterianas que facilitam a adesão à superfícies. INVASINAS Provocam alterações no citoesqueleto da célula- alvo e protegem o micro- organismo das defesas imunológicas do hospedeiro. https://pt.wikipedia.org/wiki/Transfer%C3%AAncia_horizontal_de_genes#/media/File:E_coli_at_10000x.jpg BIOFILME Crescimento bacteriano aderidos à superfícies, formando um agregado, conferindo auto- proteção e colonização. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Microbiota Os micro-organismos que habitam um corpo constituem a microbiota. A microbiota pode ser residente ou transitória. A presença de micro-organismos pode caracterizar quadro benéfico ou que traga riscos para o organismo. O uso de antibióticos, antimicóticos ou antiparasitários pode alterar a microbiota normal e trazer problemas para o organismo. http://i2.wp.com/asaudesimples.files.wordpress.com/2014/05/gutbtra.jpg Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Microbiota residente A microbiota residente também é chamada de microbiota anfibiôntica normal, microbiota normal, microbiota indígena, microbiota autóctone ou “flora” normal. http://4.bp.blogspot.com/- imWdz7nRsk0/U6iUEWr6AnI/AAAAAAAABqc/1S4gSL7z24w/s1600/Microbiota+intestinal.jpg É caracterizada por bactérias, fungos e/ou protozoários que estão, habitualmente, no organismo e, primariamente, não causam danos ao organismo. A microbiota normal produz substâncias importantes para o organismo, impede a colonização por outros micro-organismos patogênicos, degradam produtos tóxicos etc. Um micro-organismo da microbiota normal pode se comportar como oportunista, em condições de desequilíbrio do hospedeiro, e causar doença. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Principais microbiotas • A microbiota intestinal é formada por bactérias diversas. Estas protegem de colonização de outras bactérias patogênicas, fazem a síntese de vitaminas B e K, degradam toxinas etc. MICROBIOTA P EL E UROGENITAL INTESTINAL R ESP IR A TÓ R IO • A microbiota da pele alberga uma gama de micro-organismos que, em geral, não são patogênicos. Porém, lesões na continuidade da pele (corte, arranhão etc.) promovem a invasão destes. • A microbiota do trato respiratório apresenta diversidade de micro-organismos, como bactérias e fungos que podem acometer boca, nariz, faringe, até os pulmões. • A microbiota vaginal é composta por lactobacilos (Bacilos de Döderlein). Estes mantêm o pH vaginal e impedem a colonização por outras bactérias. Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Principais microbiotas http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/01/desequilibrio-na-flora-intestinal-ou-vaginal-da- sintomas-veja-como-evitar.html http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/01/desequilibrio-na-flora-intestinal-ou-vaginal-da-sintomas-veja-como-evitar.html Microbiologia básica AULA 1: A MICROBIOLOGIA - HISTÓRICO E APLICAÇÕES Microbiota transitória A microbiota transitória também é chamada de microbiota alóctone ou microbiota exógena. Os micro-organismos que colonizam o corpo por pouco tempo fazem parte da microbiota transitória e, em geral, são adquiridos por contato direto ou indireto, como por fômites. Em algumas situações, bactérias da microbiota transitória podem causar doença ao terem acesso e invadir o organismo. As mãos, no dia a dia, adquirem a maior gama de micro- organismos transitórios. Por este motivo, a higienização das mãos é essencial. http://beneditasaudavel.com.br/wp-content/uploads/2013/12/germs-on-hands-150x150.jpg
Compartilhar