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Oídios Grupos de doenças Crédito: Tulasne and Tulasne (1861) FIP 300 – Fitopatologia I Departamento de Fitopatologia Universidade Federal de Viçosa Nome comum da doença Oídio (fase assexuada: Oidium spp.) Inglês: Powdery mildew Míldio pulverulento Fonte: Revista Cultivar. Fonte: Embrapa. Meloeiro MorangueiroTrigo Fonte: Embrapa. Importância ✓ Ocorre em diversas culturas de interesse comercial, em condições de campo e em cultivos protegidos; ✓ Interfere no processo fisiológico fotossíntese; ✓ Diminuição da quantidade de luz interceptada nas folhas; Sinais ✓ Hifa/micélio; ✓ Conidióforo; ✓ Conídio; ✓ Casmotécio (raro). Sintomas ✓ Clorose e necrose. Sintomatologia Sintomatologia Conidióforo Conídios Fonte: Linde; Shishkoff, 2017. Oídio da quiabeiro Crédito: ©2013 Jeremy Cartwright Oídio da cevada Fonte:APSnet.org Oídio do trigo Fonte: Wikipedia Oídio das cucurbitáceas Fonte: Wikipedia Oídio da videira Fonte: http://www.agf.gov.bc.ca/cropprot/tfipm/mildew.htm Oídio da macieira Oídio da roseira Fonte:Embrapa, 2009 Oídio do tomate OÍDIO ADAXIAL Fonte:APSnet Oídio do tomate OÍDIO ABAXIAL Etiologia Fotos: Fábio A. Custódio Etiologia Todos os fungos causadores de oídios são ascomicetos da família Erysiphaceae. Fonte: wikipedia Gêneros mais importantes: • Blumeria • Erysiphe • Leveilulla • Microsphera • Podosphera • Sphaerotheca • Phyllactinia Etiologia Gêneros são diferenciados com base nas estruturas da fase sexuada: Morfologia dos ascos e dos apêndices dos casmotécios C ré d it o s : A g ri o s ( 2 0 0 5 ) Etiologia Fonseca et al. Trop. plant pathol. (2017) 42:261 – 272 Silva et al. Australasian Plant Disease Notes volume 16, Article number: 6 (2021) Podosphaera Erysiphe Horst R.K. (2013) Powdery Mildews. In: Westcott's Plant Disease Handbook. Springer, Dordrecht. https://doi.org/10.1007/978-94-007-2141-8_40 Especialização patogênica Formae speciales (f.sp.) Populações patogênicas a hospedeiros específicos Blumeria graminis f. sp. tritici B. graminis f.sp. hordei Determinação de Raças Cultivares de trigo Isolados de Blumeria gramins f.sp. tritici A B C Designação da Raça RGS 1 + + - 1 RGS 2 + - + 2 RGS 3 + + - 1 SC - - + 3 PR + + + 4 Raça fisiológica ou patótipo População com adaptação específica a determinadas cultivares de um mesmo hospedeiro Raças do patógeno v.s. cultivares • Oídio da soja • Erysiphe diffusa Créditos: University of Wisconsin Reação diferencial de cultivares Causadores de oídios importantes no Brasil Hospedeiro Fase sexuada Nome da fase assexuada (em desuso) Cevada Blumeria graminis f.sp. hordei Oidium sp. Trigo Blumeria graminis f.sp. tritici Oidium monilioides Cucurbitáceas Podosphaera xanthii Oidium sp. Pimentão, Tomateiro Leveillula taurica Oidiopsis siculae Tomateiro Pseudoidium neolycopersici Oidiopsis siculae Feijoeiro Erysiphe polygoni Oidium sp. Ervilha Erysiphe polygoni Oidium sp. Soja, Mamoeiro Erysiphe diffusa Oidium sp. Cajueiro Erysiphe spp. Oidium spp. Mangueira Erysiphe polygoni Oidium mangiferae Videira Erysiphe (Uncinula) necator Oidium tuckeri Roseira, Eucalipto Podosphaera pannosa Oidium leucoconium Controle de oídios Cultivares resistentes Fungicidas Manejo da irrigação Produtos biológicos (exterior) Produtos alternativos Cultivares resistentes Fungicidas A. SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLÉICO B. MITOSE E DIVISÃO CELULAR C. RESPIRAÇÃO D. SÍNTESE DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNA E. TRANSDUÇÃO SINAL F. SÍNTESE LIPÍDIO E INTEGRIDADE MEMBRANA G. BIOSSÍNTESE DE ESTEROL NAS MEMBRANAS H. AÇÃO MULTISSÍTIO I. INDUÇÃO DE DEFESA DA PLANTA HOSPEDEIRA https://www.mdpi.com/2076-2607/8/9/1431/htm Fungicidas A. SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLÉICO B. MITOSE E DIVISÃO CELULAR C. RESPIRAÇÃO D. SÍNTESE DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNA E. TRANSDUÇÃO SINAL F. SÍNTESE LIPÍDIO E INTEGRIDADE MEMBRANA G. BIOSSÍNTESE DE ESTEROL NAS MEMBRANAS H. AÇÃO MULTISSÍTIO I. INDUÇÃO DE DEFESA DA PLANTA HOSPEDEIRA https://www.mdpi.com/2076-2607/8/9/1431/htm Produtos biológicos (exterior) Ampelomyces quisqualis – isolado M-10 (AQ10 Biofungicide®) Stephanoascus (Sporodex®) Trichoderma (Trichodex®) Produtos alternativos Leite cru diluído em água (10% vol./vol.) Sais (bicarbonato de sódio, bicarb. de potássio etc.); Biofertilizantes (fermentação de esterco bovino); Extrato de plantas (Reynoutria sachalinensis – Milsana®, Nim, etc.) Conteúdo prático Míldios e requeima Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I Míldios e requeima Fatos históricos e importância 2 Heinrich Anton de Bary Grande fome na Irlanda (1845) e início da fitopatologia Pierre A. Millardet Bordeaux (1885) Calda bordalesa (1885) e míldio da videira Míldios Principais características Doenças de parte aérea causadas por espécies de oomicetos ● Patógenos são parasitas obrigatórios e de nutrição biotrófica; ● Esporangióforos e zoosporângios formam os sinais sobre o tecido infectado; ● Em algumas espécies: zoosporângios germinam diretamente, como esporos. Condições ambientais: ● Alta UR e períodos de molhamento foliar; temperaturas entre 15 e 30°C ● Doenças policíclicas: dispersão por vento e respingos; epidemias ‘explosivas’ ● Sobrevivência dos patógenos: como oósporos, em hospedeiros alternativos, em tecidos dormentes de plantas perenes. 3 Míldios Sintomas Surge, como pequenos pontos de coloração verde-clara Áreas amarelecidas, com aspecto encharcado – anasarcas ou ‘manchas de óleo’ Manchas elípticas, circulares ou irregulares Sob alta UR, sintomas progridem rapidamente e lesões se coalescem As manchas podem se tornar necroses e ataques severos podem levar a uma intensa desfolha. 4 Míldios Sinais Importantes para a diagnose Esporulação através dos estômatos - sinais na face abaxial • Hifas cenocíticas • Esporangióforos • Esporângios 5 Thines M. 2011. Mycol Progress 10:415 –422. DOI 10.1007/s11557-010-0712-3 Míldios Sinais Estruturas assexuadas: • Esporangióforos • Esporângios • Zoósporos 6 Míldios Sinais Estruturas sexuadas: O esporo sexual é denominado de oósporo e é formado após a fertilização do oogônio pelo anterídio. O oósporo possui parede espessa e pode servir como estrutura de resistência (sobrevivência). 7 Míldios Etiologia e taxonomia Reino Straminipila - Filo Oomycota - Classe Oomycetes - Ordem Peronosporales - Família: Peronosporaceae Vários gêneros de patógenos, caracterizados por suas estruturas reprodutivas assexuadas 8 Míldios Etiologia de doenças importantes 9 Hospedeiro Patógeno Videira Plasmopara viticola Soja Peronospora manshurica Milho Peronosclerospora maydis Sorgo Peronosclerospora sorghi Fumo Peronospora tabacina Cana de açúcar Peronosclerospora sacchari Cucurbitáceas Pseudoperonospora cubensis Alface Bremia lactucae Cebola Peronospora destructor Roseira Peronospora sparsa Míldio da videira 10 Sintomatologia Áreas amarelecidas, com aspecto encharcado – anasarcas ou ‘manchas de óleo’ Sob alta UR, sintomas progridem rapidamente e lesões se coalescem As manchas podem se tornar necroses e ataques severos podem levar a uma intensa desfolha. Míldio da videira 11 Sintomatologia Sob as manchas (face abaxial) são formados os sinais do patógeno Míldio da videira 12 Sintomatologia - A doença ocorre em tecidos mais jovens da planta - Cachos novos ficam deformados e podem secar por completo - Flores infectadas são necrosadas e não originam frutos - Infecções de frutos novos levam ao abortamento - Sinais formados sobre as bagas de uva infectadas https://twitter.com/pacodelmotte/status/780707660870090753 Míldio da videira 13 Sintomatologia - Infecções mais tardias dos cachos: - bagas com coloração escura e enrugamento - Nestes frutos, não há formação de sinais https://www.embrapa.br/uzum/mildio.html https://viticultura.vinhoverde.pt/pt/sanidade-videira-doencas-mildioMíldio da videira Plasmopara viticola Sinais: massas de zoosporângios em esporangióforos na superfície do tecido infectado 14 Thines M. 2011. Mycol Progress 10:415 –422. DOI 10.1007/s11557-010-0712-3 Míldio da videira Plasmopara viticola - Os esporangióforos saem pelas aberturas dos estômatos - São ramificados e produzem zoosporângios ‘em cachos’ - Zoósporos são diferenciados no interior dos esporângios e posteriormente liberados 15 Trösteret al. 2017. Protoplasma 254:1887 –1901. DOI 10.1007/s00709-017-1123-y Yin et al. 2017. Horticulture Research 4 , 17033; doi:10.1038/hortres.2017.33 Bruce Watt at Forest Images. https://www.forestryimages.org/browse/detail.cfm?imgnum=5510498 Míldio da videira Ciclo da doença - P. viticola forma oósporos que sobrevivem no interior de folhas mortas que foram infectadas durante a safra. - O patógeno também pode sobreviver como micélio nas gemas vegetativas dormentes da videira. 16 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Míldio da videira Ciclo da doença - Na primavera, com o aumento das temperaturas e início das precipitações: - Oósporos dormentes no solo e restos de cultura germinam, formando zoosporângios; - Zoosporângios, dispersos pelo vento e respingos, são levados até as folhas mais baixeiras. 17 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Míldio da videira Ciclo da doença - Sob temperaturas entre 20 e 25˚C, UR > 95% (água livre) - Zoosporângios inoculados liberam zoósporos - Zoósporos nadam, encistam próximo a estômatos, germinam; hifa infectiva penetra pelo estômato e infecta a planta 18 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Míldio da videira Ciclo da doença - P. viticola infecta todos os tecidos aéreos da videira - Biotrófico, o patógeno coloniza o espaço entre as células do tecido vegetal e emite haustórios para nutrição 19 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Míldio da videira Ciclo da doença - Temperaturas 20 – 25°C: - período latente ~ 5 dias - até 21 dias sob condições menos favoráveis. - Inóculo secundário, zoosporângios, dispersos por vento e respingos - Vários ciclos secundários durante a safra: - uma doença policíclica 20 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Míldio da videira Ciclo da doença - Temperaturas 20 – 25°C: - período latente ~ 5 dias - até 21 dias sob condições menos favoráveis. - Inóculo secundário, zoosporângios, dispersos por vento e respingos - Vários ciclos secundários durante a safra: - uma doença policíclica 21 https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/oomycete/pdlessons/Pages/DownyMildewGrape.aspx Outros exemplos de míldios Etiologia de doenças importantes em planta cultivadas 22 Hospedeiro Patógeno Videira Plasmopara viticola Soja Peronospora manshurica Milho Peronosclerospora maydis Sorgo Peronosclerospora sorghi Fumo Peronospora tabacina Cana de açúcar Peronosclerospora sacchari Cucurbitáceas Pseudoperonospora cubensis Alface Bremia lactucae Cebola Peronospora destructor Roseira Peronospora sparsa Míldio do alface 23 Bremia lactucae - Amarelecimento iniciado nas folhas baixeiras e posterior necrose - Importante nos cultivos de inverno, e.g. cinturão verde de SP Ebrahimzadeh et al. 2018. International Journal of Forestry and Horticulture, Vol4, 2,1-6. DOI: http://dx.doi.org/10.20431/2454-9487.0402001 https://www.forestryimages.org/browse/subthumb.cfm?sub=18946 Míldio do alface 24 Bremia lactucae - Sinais na face abaxial das folhas - Zoosporângios formam zoósporos ou germinam diretamente Ebrahimzadeh et al. 2018. International Journal of Forestry and Horticulture, Vol4, 2,1-6. DOI: http://dx.doi.org/10.20431/2454-9487.0402001 https://www.forestryimages.org/browse/subthumb.cfm?sub=18946 Esporangióforos ramificados e zoosporângios Míldio das cucurbitáceas 25 Pseudoperonospora cubensis - Cultivos: abóbora, melancia, pepino no sudeste; melão no nordeste - Sintomas – amarelecimento limitado pelas nervuras secundárias, seguido de necrose https://alchetron.com/Pseudoperonospora-cubensis; https://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1575450 Míldio das cucurbitáceas 26 Pseudoperonospora cubensis - Sinais na face abaxial das folhas, de cor branca a cinzenta; - Oósporos raramente produzidos; - Sobrevivência: hospedeiros alternativos https://alchetron.com/Pseudoperonospora-cubensis; https://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1575450 Savory et al. 2011. The cucurbit downy mildew pathogen Pseudoperonospora cubensis. Molecular plant pathology, 12(3), pp.217-226. Esporangióforos ramificados e zoosporângios https://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1575450 Míldio em aliáceas 27 Peronospora destructor Cultivos de cebola no sul e sudeste - Descoloração do tecido foliar --> amarelecimento --> necrose e queima das folhas - Pode afetar os bulbos: podridão pós-colheita; - Sobrevivência até o plantio. Míldio em aliáceas 28 Peronospora destructor - Esporulação (sinais) cinzenta sobre as folhas - Zoosporângios germinam diretamente Míldios Manejo Variedades resistentes - Alface, melão, milho, pepino, soja, videira Controle químico - Protetores (calda bordalesa, mancozeb, clorotalonil) - Sistêmicos (metalaxil, cimoxanil, dimetomorfe, mandipropamida) Controle cultural - Densidade de plantas, manejo da irrigação, podas bem conduzidas e espaçamento adequado - Cultivo protegido (Míldio da videira). Indução de resistência - Fosfito no controle do míldio da alface e da videira 29 Pierre A. Millardet Bordeaux (1885) Requeima Sintomatologia 30 Lesões aquosas, progridem rapidamente para necroses escuras Sob alta UR, patógeno forma sinais na parte abaxial, ao redor das necroses Requeima Sintomatologia Caules e brotos também apresentam necroses escuras 31 Tomate Batata Requeima Sintomatologia Podridão de cor marrom e aspecto endurecido nos frutos de tomate e tubérculos de batata 32 Tomate Batata Requeima Patógeno: Phytophthora infestans (Família: Pythiaceae) 33 http://www.phytophthoradb.org/file/html_fppd/phytophthora/infestans/Figure_1.htm https://psbpathology.msu.edu/lateblight/ - Sinais são os esporangióforos que formam os esporângios. - Nos esporângios são formados os zoósporos (assexuada). Requeima Ciclo da doença P. infestans sobrevive: - Em tubérculos infectados; - Em hospedeiros alternativos; - Em restos de cultura. 34 Requeima Ciclo da doença P. infestans sobrevive: - Como oósporos no solo, fato não confirmado no Brasil. 35 Requeima Ciclo da doença Dispersão de P. infestans: - Sob alta UR e temperaturas baixas - Quando presentes, oósporos no solo germinam em esporângios. 36 Requeima Ciclo da doença Dispersão de P. infestans: - Sob alta UR e temperaturas baixas. - Inóculo em hospedeiros alternativos e tubérculos deixados no campo: - zoosporângios produzidos em esporangióforos - Zoosporângios dispersos pelo vento e respingos de chuva. 37 Requeima Ciclo da doença 38 Penetração e infecção de P. infestans: - UR > 90%, temperaturas noturnas <18˚C - zoosporângios formam zoósporos - zoósporos se movem pela pela folha, encistam, germinam - Tubo germinativo origina apressório, seguido da hifa infectiva que penetra na planta Requeima Ciclo da doença 39 Penetração e infecção de P. infestans: - UR > 90%, temperaturas noturnas >18˚C - zoosporângios germinam diretamente - Tubo germinativo origina apressório, seguido da hifa infectiva que penetra na planta Requeima Ciclo da doença 40 Colonização e reprodução de P. infestans: - UR > 90%, temperaturas amenas 1) Fase biotrófica: patógeno cresce entre as células – forma haustórios. 2) Fase necrotrófica: passa a liberar enzimas para degradação dos tecidos vegetais Requeima Ciclo da doença 41 Colonização e reprodução de P. infestans:- UR > 90%, temperaturas amenas - Esporangióforos produzidos de 3 a 5 dias após a inoculação!! - Muitos ciclos secundários durante a safra - Rápido progresso da epidemia: requeima de toda a plantação. https://www.youtube.com/watch?v=oOURQRXSoi8 https://www.youtube.com/watch?v=oOURQRXSoi8 Requeima Ciclo da doença 42 Colonização e reprodução de P. infestans: - Zoosporângios e zoósporos lavados pela chuva infectam os tubérculos no solo - apodrecimento pós colheita; infecção de tubérculos semente. Requeima Manejo da doença Escolha do local: • Evitar baixadas (nevoeiro, encharcamento) Escolha da época: • Em regiões propícias à doença, plantar em épocas mais quentes Uso de espaçamento adequado Evitar excesso de adubação nitrogenada Controle químico, sempre de caráter preventivo: • Protetores (mancozeb, clorotalonil, cúpricos) • Sistêmicos (metalaxil, cimoxanil, dimetomorfe) Cultivares de tomate e batata resistentes*** 43 Obrigado pela atenção! Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I Conteúdo prático Carvões e Cáries Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I Carvões e cáries Características da doença Causados por fungos da classe Ustilaginomycetes ● Atacam tecidos meristemáticos; ● Causam infecção sistêmica; ● Não formam basidiocarpos; ● Não formam haustórios; ● Dois tipos de esporos: teliósporos e esporídios 2 Carvões e cáries Etiologia da doença Reino: Fungi Filo: Basidiomicota Classe: Ustilagomycetes Ordem: Ustilaginales e Tilletiales – Estruturas: ustilósporos (teliósporos) e esporídios (basidiósporos) 3 Carvões e cáries Exemplos de algumas doenças importantes 4 Doença Hospedeiro Patógeno Carvão Cana-de-açúcar Sporisorium scitamineum Milho Ustilago maydis Trigo Ustilago tritici Cevada Ustilago nuda Cebola Urocystis cepulae Cárie Trigo Tilletia spp. Ustilago - do latim ustilare (queimar) Carvões e cáries Sintomatologia da doença 5 Carvões Sintomatologia da doença 6 Carvões Sintomatologia da doença 7 Banuett, F., & Herskowitz, I. (1996). Development, 122(10), 2965-2976. Cáries Sintomatologia da doença 8 Carvões e cáries Sintomatologia da doença Sintomas – Visualizados na parte aérea, principalmente em órgãos reprodutivos – alteração da estrutura do órgão afetado - galhas - chicote – subcrescimento das plantas Sinais – Importantes para a diagnose – Produção abundante de ustilósporos “carvão” 9 Carvões e cáries Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 10 Carvão do milho (Ustilago maydis) Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 11 Carvão do milho (Ustilago maydis) Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 12 Carvão do trigo (Ustilago tritici) Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 13 Carvão do trigo (Ustilago tritici) Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 14 Carvão da cana-de-açúcar (Sporisorium scitamineum) Sinais do patógeno (teliósporos = ustilósporos) 15 Carvões e cáries Ciclo da doença 16 Carvão do milho (Ustilago maydis) Ciclo da doença 17 Carvão do milho (Ustilago maydis) Tipo de parasitismo e nutrição do patógeno 18 - O patógeno é biotrófico e não forma haustórios - Mas emite hifas que penetram as células da planta sem romper a membrana plasmática vegetal Carvão do trigo (Ustilago tritici) Ciclo da doença 19 Cárie do trigo (Tilletia sp.) Ciclo da doença 20 Carvão da cana-de-açúcar (Sporisorium scitamineum) Ciclo da doença 21 (0) Em cana, a infecção ocorre através do meristema, onde um teliósporo maduro (fase 3) atinge uma gema e inicia-se o ciclo do patógeno (1) Teliósporos produzidos em plantas infectadas (n+n) (6) A partir da plasmogamia entre dois micélios primários compatíveis ocorre a formação do micélio secundário dicariótico (n+n) (5) Os esporídios germinam e dão origem ao micélio primário (n) (4) Formação dos esporídios a partir do pró-basídio (n) (3) Germinação do teliósporo originando o pró-basídio que sofre meiose (2) Teliósporos imaturos (n+n) sofrem cariogamia (n+n = 2n) Taniguti et al. (2015). PLoS ONE 10(6): e0129318 Carvão da cana-de-açúcar Sporisorium scitamineum 22 1877: África do Sul 1940: Argentina Carvão da cana-de-açúcar Sporisorium scitamineum Histórico ● 1946 ○ primeiro relato no Brasil (Assis-SP) ○ POJ36 e POJ213 (altamente suscetíveis) ● 1975 ○ PROALCOOL ○ Aumento da área de 760 mil para 2 milhões de ha em 10 anos ○ Variedade argentina NA56-79 (moderadamente suscetível) ● Década de 1980 ○ Níveis de infecção de 30 mil a 40 mil chicotes/ha ○ Medida legislativa limita o plantio da variedade NA56-79 23 Carvão da cana-de-açúcar Sporisorium scitamineum 24 Carvões e cáries Epidemiologia da doença ● Doenças monocíclicas ● Dispersão de inóculo: - vento, sementes (órgãos de propagação vegetativa) e água. ● Fontes de inóculo: - sementes doentes, plantios doentes e plantas daninhas 25 Carvões e cáries Condições que favorecem as epidemias da doença ● Temperaturas entre 26 e 36 °C e baixa (alta) umidade; ● O estresse hídrico; ● Altas doses de N resultam em maior suscetibilidade; ● Lesões nas plantas (principalmente nas espigas) e redução na polinização também são considerados fatores que favorecem a infecção; 26 Carvões e cáries Manejo da doença ● Uso de variedades resistentes; ● Aplicação de fungicidas - Tratamento de sementes ou toletes com fungicidas sistêmicos; ● Controle cultural - Uso de mudas sadias; - Preparo do solo; - Em variedades de resistência intermediária, a prática de “roguing” para eliminação de plantas doentes antes da liberação dos esporos; - O bom empalhamento, rotação de culturas, redução de injúrias e de lagartas nas espigas também são recomendados para a redução da doença; ● Controle físico - Tratamento térmico de mudas a 52ºC por 30 minutos. 27 Obrigado pela atenção! Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I Conteúdo prático Ferrugens Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I Ferrugens Introdução Diversidade e importância ● >5000 espécies descritas ● 100-150 gêneros aceitos ● Diversas culturas agronômicas e florestais 2 Ferrugens Sintomatologia Formação de pústulas - Predominantemente nas folhas - Bainhas, colmos, ramos, órgãos florais e frutos 3 Ferrugens Sintomatologia Formação de pústulas - Predominantemente nas folhas - Bainhas, colmos, ramos, órgãos florais e frutos 4 Ferrugem da folha do trigo (Puccinia triticina) Ferrugens Danos ● Estádio fenológico da planta ● Diminuição da área fotossintética ● Necrose em brotações ● Queda precoce de folha, flores e frutos ● Morte de planta jovens ● Enfraquecimento de planta adultas ● Redução da produção de frutos 5 Ferrugens Etiologia Reino: Fungi Filo: Basidiomycota Subfilo: Pucciniomycotina Classe: Pucciniomycetes Ordem: Pucciniales Hospedeiros ● Pteridófitas (250-300 milhões de anos) ● Angiosperma ● Gimnospermas 6 Ferrugens Principais Gêneros • Puccinia (3000-4000 espécies) • Uromyces (600-700 espécies) • Ravenalia (150 espécies) • Melampsora (100 espécies) • Coleosporium (80 espécies) • Phragmidium (70 espécies) • Gymnosporangium (50 espécies) • Hemileia (50 espécies) • Phakopsora (50 espécies) 7 Ferrugens Etiologia ● Parasitas obrigatórios ● Patógenos biotróficos ● Alta especialização com relação ao hospedeiro - formae speciales e raças fisiológicas ● Colonização intercelular com emissão de haustórios intracelulares ● Ciclo de vida complexo com vários tipos de estruturas de frutificação e esporos (picniósporos, eciósporos, urediniósporos, teliósporos e basidiósporos) ● Maior parte do ciclo de vida na forma de micélio dicariótico; ● Vento tem um papel fundamental na dispersão dos esporos dos fungos causadores de ferrugens a longas distâncias, permitindoque eles percorram, inclusive distâncias intercontinentais. 8 Ferrugens Processo infeccioso 9 Ferrugens Processo infeccioso 10 Ciclo de vida Estágios sequenciais - estruturas de frutificação e esporos (0) Pícnio ou espermogônio - hifas receptivas - espermácias (I) Écio - eciósporos (II) Urédia (uredínia) - uredósporos (urediniósporos) (III) Télia(o) - teliósporos (IV) Basídia(o) - basidiósporos 11 (0) (I)(III) (II) (IV) Ciclo de vida Estágio (0) - Pícnio ou espermogônio Duas estruturas são produzidas: - hifas receptivas e espermácias Pícnio é originado de um basidiósporo - HAPLÓIDE O pícnio normalmente produz uma substância açucarada. 12 Espermácia: doadora do núcleo Hifa receptiva: receptora do núcleo Ciclo de vida Estágio (I) - Écio Espermogônio: na superfície adaxial Écio: superfície abaxial - Sempre associado ao espermogônio - originado da dicariotização da hifa receptiva Eciósporos ● Dicarióticos ● Produzidos em cadeia ● Verrugosos ● Não repetitivos ● Obrigatoriamente darão origem à urédia 13 Ciclo de vida Estágio (II) - Urédia Uredósporos: produzidos pela urédia Urédia: proveniente da infecção do eciósporo ou do uredósporo Uredósporos ● Dicarióticos ● Equinulado ● Poros germinativos ● Não formam cadeias ● Erumpente ou sair através de estômatos ● REPETITIVO (epidemias) 14 Ciclo de vida Estágio (III) - Télia Teliósporo Teliomorfo - Cariogamia - Meiose Diversidade Taxonomia Uni ou pluricelular Parede espessa Pode ser erumpente 15 Ciclo de vida Estágio (IV) - Basídia Basidióporos - Haplóide O basidiósporo infecta o hospedeiro, formando o PÍCNIO 16 Ferrugens Classificação 1) Com base nas variações no ciclo de vida ● Macrocíclica - possuem todos os 5 estágios do ciclo de vida ● Microcíclica - não possuem todos os 5 estágios 2) Com base na alternância de hospedeiros ● Autóica - Completam o ciclo de vida em um único hospedeiro ● Heteróica - Completam o ciclo de vida em hospedeiros alternados 17 Ferrugens Epidemiologia - Doença policíclica - Disseminação - vento 18 Ferrugens importantes Ferrugens do trigo 19 Ferrugem da folha do trigo (Puccinia triticina) Ferrugem estriada ou ferrugem linear da folha do trigo (Puccinia striiformis f.sp tritici) Ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici) Foto: Sandra Patussi Brammer Foto: Flávio Santana Foto: Flávio Santana Ferrugens importantes Ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici) 20 Berberis vulgarisTrigo Ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici) Ciclo de vida 21 (0) (I) (III) (II) (IV) Berberis vulgaris Trigo Ferrugem macrocíclica e heteróica 22 (0) (I) (III) (II) (IV) Trigo Ferrugem macrocíclica e heteróicaBerberis vulgaris Ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici) Campanha de erradicação de Berberis vulgaris 23 Ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici) Campanha de erradicação de Berberis vulgaris Primeira medida legislativa no controle de doenças de plantas: - Rouen, França (1660) – Erradicação das plantas de Berberis - 200 anos de DeBary provar que Berberis era hospedeiro alternativo durante o verão - EUA: 1916-1975 (> 1 milhão de plantas eliminadas) 24 Barnes et al. (2020). Banishing barberry: The history of Berberis vulgaris prevalence and wheat stem rust incidence across Britain. Plant Pathology, 69(7), 1193-1202. Ferrugens importantes Ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) 25 Ferrugens importantes Ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) 26 Ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) Ciclo de vida 27 (III) (II) ??? X Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) Histórico e importância Os ingleses e o chá 28 Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) Ciclo de vida 29 (III) (II) (IV) ??? Ferrugens importantes Ferrugens do milho 30 Ferrugem polissora (Puccinia polysora) Ferrugem comum (Puccinia sorghi) Ferrugem tropical (Physopella zeae) Ferrugens importantes Outras ferrugens 31 Ferrugem marrom da cana-açúcar (Puccinia melanocephala) Ferrugem alaranjada da cana-açúcar (Puccinia kuehnii) Ferrugens importantes Outras ferrugens 32 Ferrugem do feijoeiro (Uromyces appendiculatus) Ferrugens importantes Outras ferrugens 33 Ferrugem das mirtáceas (Astropuccinia psidii) Ferrugens Manejo ● Cultural ● Genético ● Químico ○ Favorabilidade 34 Manejo da ferrugem asiática da soja Obrigado pela atenção! Prof. Franklin Machado Departamento de Fitopatologia franklin.machado@ufv.br FIP 300 Fitopatologia I
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