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GFP 101 Histórico e Conceitos em Fitopatologia Parte 1

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE FITOPATOLOGIA
CP. 3037 Fone: (35) 3829-1281 Fax: (35)3829-1283
E-mail: dfp@dfpufla.br
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GFP 101 – FITOPATOLOGIA 1 1 2021
Prof. Ricardo Magela De Souza / Coordenador
 GFP 101 – Fitopatologia 1
Docentes
Profa. Antonia dos Reis Figueira
Virologia
Professor Edson Ampelio Pozza 
Epidemiologia
Professor Vicente Paulo Campos
Nematologia
Prof. Ricardo Magela de Souza
Bacteriologia/Coordenador
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	GFP-101: LITERATURA BÁSICA
 1 AGRIOS, G. N. Plant Pathology. 5th Ed., New York: Academic Press, 2005, 922 p.
 
2 AMORIM, L; REZENDE, JAM; BERGAMIN FILHO, A (Ed). Manual de Fitopatologia: Princípios e Conceitos, V.1 Ouro Fino - MG; Ed. Agronômica Ceres, Quinta Edição. 2018, 573 p. 
 
3 AMORIM, L; REZENDE, JAM; BERGAMIN FILHO, A & CAMARGO, LEA (Ed). Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas, V.2 Ouro Fino - MG; Ed. Agronômica Ceres, Quinta Edição. 2016, 810 p.
4 - MARIANO, RLR; SOUZA, EB (Coord.) Manual de Práticas em Fitobacteriologia. 3a Edição – Recife : EDUFRPE, 2016. 234 p. 
5 VALE, F. X. R. & Zambolim, L. (Ed.) Controle de Doenças de Plantas. V. 1 e 2, Ministério da Agricultura e do Abastecimento/UFV, Viçosa, MG, 1997, 1132 p.
6 ZAMBOLIM L, JESUS JÚNIOR WC, PEREIRA OL. O Essencial da Fitopatologia: Agentes causais. Viçosa, MG.: UFV, DFP. v. 1 364p. v. 2. 417p. 2012. 
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GFP 101 - FITOPATOLOGIA 1
1ª Aula - Histórico e Conceitos em Fitopatologia 
Histórico da Fitopatologia 
Parte 1 - Períodos Místicos e da Pré-Disposição
Prof. Ricardo Magela de Souza
Bacteriologia de Plantas/Coordenador
Homem nômade - Extrativismo
Preocupação é encontrar alimentos 
Ambientes Naturais (Matas) – Equilíbrio
Resistência a doenças é regra, suscetibilidade exceção
Ainda hoje nos ambientes Naturais há o Equilíbrio
 o que não quer dizer ausência de plantas doentes...
 
Margens do Sapucaí
mas sim ausência de epidemias 
Olhando de perto...
Margens do Sapucaí
Homem sedentário vivia da Caça e da Pesca, mas...
... também passou a ser Produtor de alimentos 
Selecionou algumas culturas 
O Homem sedentário e Produtor de alimentos 
Selecionou algumas culturas 
	As doenças de plantas passaram a ser conhecidas e problemáticas quando o homem passou a viver em sociedade, tendo a base de sua alimentação nos produtos agrícolas
Ruínas da cidade histórica de Machu Picchu
Homem Atual vive em grandes cidades
Lavras: 100.000 habitantes 
Homem Atual - alta produção de alimentos
Busca-se o Equilíbrio
Alta produção e Equilíbrio?
	 Histórico da Fitopatologia
	Didaticamente fazemos a diferenciação dos fatos históricos em Períodos de acordo com o enfoque dado à relação causa-efeito: 
1 Período Místico
2 Período da Predisposição 
3 Período Etiológico
4 Período Ecológico
 
5 Período Atual ou Biotecnológico
	Na falta de uma explicação racional para as Doenças de plantas, atribuía-se o fato a causas sobrenaturais, como castigo divino
	Prevalecia a tese da geração espontânea e perpetuidade das espécies proposta por Lineu, quando apresentou o sistema binomial de classificação botânica. A diferenciação das doenças era baseada na sintomatologia e a classificação no sistema de Lineu
Período Místico
Da Antiguidade ao início do século XIX
Características
	As referências mais antigas sobre doenças de plantas são quase sempre atribuídas a causas místicas, geralmente castigos divinos, são encontradas em Homero (1000 a.C.) e no Velho Testamento (750 a.C.)
Amós (4:9) 
	“Eu vos feri com um vento abrasador e com ferrugem a multidão de vossas hortas e de vossas vinhas. Aos vossos olivais e vossos figueirais comeu a lagarta; e vós não voltastes para Mim, diz o Senhor.”
Deuteronômio 28:22
	“O Senhor te ferirá com a tísica, e com a febre, e com a quentura, e com o ardor, e com a secura, e com destruição das sementeiras, e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças”
Ageu 2:7-18
	“17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.” 
Período Místico
Crônicas II 6:28
	28 Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se os seus inimigos os cercarem nas suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver; 
	29 toda oração e toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa, 
	30 ouve então do céu, lugar da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração dos filhos dos homens)
	31 para que te temam e andem nos teus caminhos todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
 
Obs: As passagens bíblicas falam sobre as culturas da época, ferrugens dos cereais, doenças em videira, figueira e oliveira
Período Místico
 escreveu:
“The Nature of Plants” (morfologia e anatomia de plantas,
 descreveu plantas cultivadas e selvagens)
“Reasons of Vegetable growth” (propagação por sementes e mudas, mudanças no ambiente e influencia nas plantas)
 Doenças em função da altitude e clima
Severidade de ferrugens: trigo > leguminosas
Manteve a crença de que as doenças eram castigos divinos
Gregos
Teofrasto (372 – 287 a.C.) – Pai da Botânica
Período Místico
Romanos e a Robigalia (25 de abril)
O sacrifício aos deuses Robigus e Robigo
 Lenda: a Raposa de estimação foi caçada e como 
Castigo o sangue dela foi jogado sobre o trigo (pústulas) 
 Sacrifício – cães, ovelhas e vacas de cor avermelhada
Ferrugem do trigo
 . 25 de abril dia de São Marcos e da Rogação 
 - época de proteção do trigo contra a ferrugem
Período Místico
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Sec. XII - Ibu al Awam - Sevilha
Árabes na ocupação moura da Espanha
 “Kitab al Felahah” 
O Livro da Agricultura – Doenças e seu controle 
Período Místico
Anthonie Van Leeuwenhoek (1663), Holanda, e a descoberta do mundo microscópico 
Robert Hooke (1665), Inglaterra, publica a primeira figura de estruturas fúngicas: Phragmidium
Período Místico: o final
Antoni Van Leeuwenhoek 1632-1723 
Primeiro a visualizar uma célula bacteriana
Microscópio
Período Místico: o final
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Passatempo: polir lentes e construir microscópios
	Microscópios eram constituídos de uma única lente de alta qualidade
	
Período Místico: o final
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1683 – Publicações: .Philosophical Transactions of Royal Society of London (375)
.Memoirs of the Paris Academy of Sciences (27)
 A – bactérias com formato de bastonete (placa dentária)
B – Selenomonas sputigena
G – provavelmente uma Spiroqueta
.Microrganismos vivos, por "nadarem" ativamente
. Fermento: leveduras
. Giardia lamblia: diarréia 
. Espermatozóides: insetos, cães e humanos 
Período Místico: o final
26
	Pe. Pier A. Micheli (Itália 1729) Pai da Micologia
	 Nova Plantarum Genera - descreveu muitos novos gêneros de fungos e suas estruturas reprodutivas 
	Transferiu partículas de “pó preto”, (Aspergillus ou Mucor) de material infectado para fatias de melão e houve reprodução do fungo
	Mathie Tillet (França 1755)
	Transmitiu esporos pretos da cárie do trigo de sementes infectadas para sementes sadia
	“Há toxina ou substância venenosa no pó preto” (esporos)
Avanços
	Felice Fontana e Giovanni Tardioni Tozzetti (Itália,1767) 	Estudaram a ferrugem do trigo e estavam seguros da natureza parasitária da doença 
Período Místico: o final
Isaac-Bénédict Prévost (Suíça 1807)“Mémoire sur la cause immédiate de la carie ou carbon de blés 
(Nota sobre a causa do carvão do trigo)” 
	Produção e germinação dos esporos do fungo e controle da doença por imersão das semente em solução de sulfato de cobre (CuSO4)
	Provou que a cárie do trigo era causada pelo fungo e em homenagem a Tillet o nomeou Tilletia carie
Período Místico: o final
Características e Fatos Históricos relevantes do período
	A associação entre fungos e plantas doentes já era evidente, mas acreditava-se que as plantas produziam doença por geração espontânea
	Prevost (1807) demonstrou etiologia da cárie do trigo (Tilletia tritici) 
	A Teoria foi aceita como válida somente para esse caso, nos demais casos, os fungos, acreditava-se, surgiam por geração espontânea
Período da Pré-disposição - Inicio do Sec. XIX
Franz Unger (Alemanha1833) “ Die Exantheme der Pflanzen
 (As lesões das plantas)”
	“As Doenças seriam o resultado de desordens nutricionais, que predispunham os tecidos das plantas a produzirem fungos, estes como excrecências que cresciam sob geração espontânea
	Sob determinadas condições qualquer planta poderia produzir fungos”
Adeptos
Philipo Ré (Módena - Itália), 
Franz Julius Ferdinand Meyen  (Alemanha)
Contrários começam as Descrições de fungos
Rev. MJ Berkeley (Inglaterra), irmãos Tulasne (França) e Anton de Bary (Alemanha)
Período da Pré-disposição
A requeima ou mela da batata e a fome na Irlanda
1845
PERÍODO DA PRÉ-DISPOSIÇÃO : o final do período
A Importância das Doenças de Plantas
As Epidemias que Marcaram a História da Humanidade 
Período da Pré-disposição: o final
Serão estuadas em Histórico da Fitopatologia Parte 3
Anton de Bary (1853) 
Etiologia da doença: Phytophthora infestans é o agente causal da mela ou requeima da batata
Phyto = planta; Phthora = destruidor
Desvendou a o ciclo de vida de Puccinia graminis (ferrugem) e sua alternância entre o trigo e o Berberis vulgaris
Pai da Fitopatologia
Pontos positivos - uma descoberta marcante 
Obs: Geração espontânea ainda predominava
PERÍODO DA PRÉ-DISPOSIÇÃO : o final do período
A Requeima ou Mela da Batata e a Fome na Irlanda
Esporângios de
Phytophthora infestans 
 INÍCIO DA FITOPATOLOGIA COMO CIÊNCIA 
 phyton = planta
 Palavra de origem grega: pathos = doença
 logus = estudos
Anton de Bary (1831 – 1888) 
1853 - Etiologia da requeima da batata e ferrugem do trigo
Julius Gotthelf Kühn (1825 – 1910)
1858 – “Die Krankheiten der Kultergewachse; ihre Ursachen und ihre Verhütung - As doenças de plantas cultivadas, suas causas e controle"
PAIS DA FITOPATOLOGIA
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