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M����� �� J���� YORÙBÁ Vocabulário Temático do Candomblé PORTUGUÊS-YORÙBÁ / YORÙBÁ-PORTUGUÊS Organizado por assuntos, com explicações rituais e teológicas do culto aos deuses africanos da etnia yorùbá no Brasil Realização: INSTITUTO ORI Rua Inimutaba, nº. 6 – Pedra de Guaratiba – Rio de Janeiro E-mail: ori@ori.net.br Esta obra encontra-se devidamente registrada no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional e não poderá ser reproduzida, parcial ou totalmente, por quaisquer meios sem prévia autorização do autor, com base na Lei nº. 5.998/73. A������������� Agradeço aos meus ancestrais que me ajudaram, me deram forças e me inspiraram na realização deste trabalho. Agradeço aos meus familiares e à minha comunidade religiosa pela compreensão durante o período em que me dediquei intensamente a esta obra. Agradeço à minha querida amiga, Professora Telma Gama (Coordenadora Executiva do PROEPER/UERJ), pela generosidade no fornecimento de vasto material para pesquisas e reflexões, todas cruciais para a construção deste livro. Agradeço ao Ọ̀gá Carlos Negreiros, pelo incentivo e talento gráfico. Agradeço pela paciência, experiência e apoio constante da querida amiga, Professora Denise Pini Fonseca. Agradeço ao meu Mestre José Beniste e ao meu assistente Marcus Vinicius pelo suporte incessante. Agradeço à colaboração de irmãos e amigos queridos, sempre atenciosos, que contribuíram com esclarecimentos em suas áreas de especialização: Ìyá Regina de Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, Ọ̀gá Jaçanã, Prof. Fernandez Portugal, Bàbá Walter de Nkosi e Bàbá Paulo de Òṣàlà. Agradeço, agradeço e agradeço! Adúpẹ́ gbogbo àwọn Òrìṣà! (Agradeço a todos os Orixás!) A����������� A cultura yorùbá precisa ser compreendida de forma ampla. Jamais conseguiremos alcançar toda a extensão da religião, se não compreendermos sua filosofia; assim como jamais assimilaremos seu alcance filosófico, se não compreendermos o idioma e suas singularidades. Estas questões estão fortemente entrelaçadas. Portanto, objetivamos aqui fazer uma sucinta demonstração de que através do conhecimento idiomático, somos capazes de entender melhor a vastidão desta cultura. Assim, em cada verbete, além da tradução semântica, nos permitimos descortinar um pouco da visão teológica e ritualística sobre o assunto. Esta valiosa cultura nos ensina, sobretudo, que ninguém constrói nada sozinho. Todos somos herdeiros de esforços daqueles que trabalharam antes de nós; assim como seremos continuados por outros, que se dedicarão às mesmas causas, cada qual acrescendo um pouco, como elos de uma corrente ancestral infinita. Por conta deste conceito, sou convicto de que este trabalho só foi possível graças aos pioneiros no estudo do yorùbá, aos quais registro aqui meus sinceros respeitos e agradecimentos. Em especial ao meu Mestre Prof. José Beniste, a quem tenho a felicidade de chamar de amigo. Este trabalho se destina a contribuir para que o idioma yorùbá seja cada vez mais utilizado, conhecido, preservado e divulgado. Logo, este livro acaba se integrando às excelentes obras preexistentes e espero que estimule outras vindouras. Àṣẹ! P������� 1 O presente e a atualidade desse mundo ritual afro-brasileiro, vem exigindo constantes buscas e aprofundamentos para um entendimento necessário e uma participação consciente. O Candomblé viveu uma época de habituais desculpas para justificar a negativa de explicações mais simples como forma da guarda de poder. Uma religião herdada, rica de beleza, arte e cuidados diversos, não teria condições de se manter de maneira estática, indiferente a evolução dos acontecimentos. Essa mudança ocorreu, a partir do momento em que titulares de núcleos religiosos propuseram a transmitir por escrito o resultado de suas observações, a fim de que, os que chegam, entendam o que se diz e o que se faz. Hoje as pessoas estão conscientes da importância de sua participação. É a geração do cobhecimento. Eu estive conversando com o autor, logo após o lançamento de seu livro “Ori – A Cabeça como Divindade”, e fazendo algumas observações sobre a importância das atividades da função de babalorixá na busca de explicações calcadas em sua experiência. O Candomblé agita nossa imaginação e é objeto de desejo. Somos atraídos por pessoas, lugares, coisas que vibram conosco e, na maioria das vezes nos conduzem, a grandeza religiosa, É justamente isto que o autor pretendeu nesta obra de peso. A participação induz ao raciocínio e incentiva. Como exemplo, a utilização dos sómbolos na prática religiosa afro, aqui devidamente transcritos e explicados sob diversas expressões. Possuem significados próprios através de pedras, plantas, animais, a água, o fogo, ou peças fabricadas pela arte humana. Riscos, pontos, pinturas, números, tudo se transforma em mensagens para determinadas práticas, conferindo-lhes enorme importância. Tanto na religião como nas artes visuais, a ancestralidade afro brasileira soube preservar sua historia através deste procedimento, exaltado em cânticos e expressões diversas. É o registro que foi deixado a esta geração e motivou a necessidade de constantes buscas. Candomblé é religião e arte. As mãos que conduzem a arte do criar, do vestir, do se ajustar. A oralidade exigiu este procedimento. Os símbolos falam, ordenam e determinam o que deve ser feito. É a forma de linguagem dos símbolos. A oralidade foi inteligente na manutenção de sua história e tradição, agora revelada nessa obra. Marcio analisa expressões devidamente separadas por assuntos, costumes e práticas, o que motiva um entendimento organizado de forma simples e de fácil entendimento. Com a ajuda de explicações detalhadas, revela, dessa forma o seu repetido interesse em detalhes ocultos e esquecidos nas práticas habituais. Sempre apostamos na importância do estudo do idioma falado nos Candomblés. Um recurso que admite participação, mas sem interferências. Este Vocabulário Temático do Candomblé de Márcio de Jagun, é uma contribuição indispensável à fase atual dos estudos afros. José Beniste P������� 2 Esta obra representa para todos nós uma importante ferramenta para a utilização e compreensão do idioma iorubá, que nos foi trazido junto com a cultura de nossos ancestres africanos. Existe um provérbio iorubá que nos ensina a reconhecermos a importância daqueles que vieram antes de nós: “Ọmọ ènìà rìn wa odù, pẹ̀lù gbàwà ésà” (O Homem pisa no seu destino, com a herança dos seus ancestrais). Durante séculos nossos antepassados têm mantido o idioma iorubá vivo nos Terreiros de Candomblé de Nação Kétu, geração após geração. Assim, nos ensinaram a rezar, a cantar, a saudar e a perpetuar o culto aos Orixás. Aprendemos, na prática, com estes heróis da resistência e devemos muito a eles todo nosso legado sócio, linguístico e religioso. Neste vasto trabalho de pesquisa apresentado no Vocabulário Yorùbá, reconhecemos termos usados nos quase dois séculos de existência da Casa de Oxumarê. Inúmeros cargos, rituais, expressões, saudações, são aqui descritos, explicados e grafados adequadamente, preservando e enaltecendo o idioma iorubá, base da nossa liturgia. Como sacerdote da Casa de Oxumarê, sempre considerei fundamental reconhecermos nossos saberes ancestrais, assim como avançarmos em pesquisas que possam valorizar nossa cultura. Desta forma, o Bàbálórìṣà Márcio de Jagun nos trás um livro em que podemos alcançar estes propósitos. Além dos termos litúrgicos, o autor discorre sobre a teologia e a filosofia que estão contidas em cada verbete, tornando a obra bastante abrangente e completa. Este Vocabulário temático nos permite manejar o iorubá com facilidade, consultando as palavras por assuntos, resgatando termos que estavam em desuso e também trazendo luzes sobre diversas palavras usadas na prática dos Terreiros. Maior ainda nosso contentamento, por ser o autor um filho desta Casa, alinhado com nossos princípios e metas. Minhas bênçãos ao autor e a todos aqueles que se debruçarem na leitura deste trabalho. Gbogbo àwọn Òrìṣà súre! (Quetodos os Orixás semeiem sorte!). Salvador, 13 de maio de 2016. Silvanilton Encarnação da Mata Bàbálórìṣà Olórí Ẹgbẹ́ da Casa De Oxumarê P������� 3: A������ P������� A todos nós é permitido participar da “esperança”; principalmente aquela que a dignifica. Todos nós que temos memória sabemos e recordamos a história do Homem negro no Brasil. da necessidade de reconhecimento desta história, e por todas as causas pelas quais lutaram e ainda lutam. Suas “vozes” ecoam por todos os seguimentos da sociedade, como nuvem ao sopro do vento. Este livro pertence, principalmente, àqueles que ousam não permanecer no silêncio. Devemos levantar a voz e convidar a todos para participar deste empreendimento. Dizermos que esta é a hora de acordar! Nossa religião está exposta a perigos do consequente desconhecimento. Queremos estimular o zelo pela religião, contra a vergonhosa lida que tem empobrecido e prejudicado o reconhecimento das nossas raízes... Nossas memórias... Nossa ancestralidade... Santo Agostinho já colocava, no passado, sua mensagem dizendo: “o ramo separado da videira conserva sua forma; mas de que isso lhe serve se já não vive da raíz?” E para que isso não cresça e se distancie do passado é que revivemos nossas “esperanças”, nossas palavras, nosso enredo, nossa linguagem. Estamos unidos, entre outros elementos, à religião: a nossa língua de origem, nossas palavras. A verdadeira essência do reconhecimento da linguagem que deseje defender, em sua integridade a inviolabilidade de sua natureza que nos uniu.As vicissitudes históricas nos revelam o caminho e indicam esperanças. Esta original obra de Márcio de Jagun tem o mérito de pôr a língua iorubá ao alcance de todos; não só pelo reconhecimento das palavras, mas, também, pelos comentários cabíveis sobre os itãns, os mitos, as lendas, exemplos calorosos da historicidade desse “Homem valoroso do passado” que resistiu às “tempestades da História”. Esta coletânea revela notáveis marcas do legado espiritual deixado para nós. Obra benéfica que pretende extirpar todas as dúvidas, resgatar, de forma brilhante e oportuna, a realidade necessária a nossa visão de mundo. O mundo da origem e da ótica negra que nos chega por novos caminhos. O caminho da literatura, das letras. À medida que adequamos nosso modo de compreender o passado, o presente se modifica: perspectivas, visualizações, desejos, pensamentos, dinamismo e atividades também tornam-se diferentes. O conhecimento proporciona a uma pessoa coragem para que ela carregue grandes afazeres que serão, com certeza, livres e conscientes. O conhecimento transforma. É, portanto, essa direção do caminho que se faz presente nesta literatura. Parabéns Márcio. Continue. Rio de Janeiro, 22 de abril de 2016. Telma Rosina Simoni da Gama Coordenadora Executiva do Programa de Estudos e Pesquisas das Religiões da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – PROEPER/UERJ. N����: 1- A ordem alfabética do idioma iorubá é diferente do português, considerando que as letras “Ẹ”, “Ọ”, “Ṣ”, são distintas de “E”, “O” e “S”, respectivamente. Por isso, as palavras iniciadas por estes caracteres compõem sequências próprias. Ver ordem alfabética; 2- “GB” é considerada em iorubá uma letra única, razão pela qual as palavras iniciadas por este caractere estão separadas em um capítulo específico e posterior à letra “G”; 3- No idioma iorubá não existem as letras “C”, “Q”, “V”, “X” e “Z”. Em razão disto, as palavras conhecidas, cujos sons lembrem tais caracteres serão sempre estrangeirismos oriundos de outras línguas (devidamente apontados como tal), ou estarão dispostas nos capítulos dedicados às letras corretas de acordo com a fonética daquele idioma. Ver capítulo sobre fonética. 4- O idioma central deste estudo é grafado em português como “ioruba”. Contudo na gramática original, escreve-se “yorùbá”. Logo, conforme o contexto, utilizaremos livremente nesta obra ambas as grafias. SUMÁRIO Agradecimentos Apresentação Prefácio 1 Prefácio 2 Prefácio 3: Algumas Palavras Notas PRIMEIRA PARTE: NOÇÕES SOBRE O IDIOMA YORÙBÁ Abreviaturas Estrangerismos e neologismos Fonética O alfabeto e o som das Letras Denominação das Letras As vogais puras e as vogais nasais As vogais alongadas Caracteres e acentos Gramática Verbos Elisão Conjugação Formas de comando Negativa dos verbos Substantivos Adjetivos Advérbios Pronomes pessoais Pronomes possessivos Pronomes oblíquos Pronomes demonstrativos Pronomes indefinidos Pronomes interrogativos Pronomes relativos Artigos Preposições de lugar Preposições de posse Preposições de procedência Preposições de intenção Preposições de propósito Preposições de direção Preposições de endereço Preposições de companhia Preposições de exclusão Preposições de referência Preposições de exceção Preposições de valor Preposições de oposição Preposições de conformidade Preposições diversas Conjunções Plural Gênero Numerais SEGUNDA PARTE: VOCABULÁRIO PORTUGUÊS- YORÙBÁ Administração e Comércio Alimentos e Bebidas Animais Apetrechos Rituais Cargos e Funções Rituais Cidades, Locais Míticos e Habitações Cinco Sentidos Comidas Liturgicas Cores Dias da Semana Divindades e Espíritos Ancestrais Elemenos da Natureza Ervas Rituais Escola e Elementos de Ensino Estações do Ano Expressões e Saudações Família de Santo Fases da Lua Identificação Pessoal Meios de Transporte Meses do Ano Minerais Noções de Lugar e Direção Noções de Peso Noções de Tamanho Noções de Temperatura Noções de Tempo Números Odus Parametros de Orixás e Ancestrais Partes do corpo humano e situações físicas Partes do Terreiro de Candomblé Pontos Cardeais Profissões e Atividades Qualidades e Títulos dos Orixás Refeições Reinos da Natureza Relações Familiares Ritmos Litúrgicos Rituais Roupas, Enxoval e Adornos Saudações às Divindades Sensações Térmicas Sentimentos, Emoções e Comportamentos Símbolos Cristãos Utensílios Domésticos Verbos Xingamentos TERCEIRA PARTE: VOCABULÁRIO YORÙBÁ- PORTUHUÊS Administração e Comércio Alimentos e Bebidas Animais Apetrechos Rituais Cargos e Funções Rituais Cidades, Locais Míticos e Habitações Cinco Sentidos Comidas Litúrgicas Cores Dias da Semana Divindades e Espíritos Ancestrais Elementos da Natureza Ervas Rituais Escolas e Elementos de Ensino Estações do Ano Expressões e Saudações Família de Santo Fases da Lua Identificação Pessoal Meios de Transporte Meses do Ano Minerais Noções de Lugar e Direção Noções de Peso Noções de Tamanho Noções de Temperatura Noções de Tempo Números Odù Paramentos de Òrìsà e Ancestrais Partes do corpo humano e situações físicas Partes do Terreiro de Candomblé Pontos Cardeais Profissões e Atividades Qualidades e Títulos dos Òrìsà Refeições Reinos da Natureza Relações Familiares Ritmos Litúrgicos Rituais Roupas, Enxoval e Adornos Saudações às Divindades Sensações Térmicas Sentimentos, Emoções e Comportamentos Símbolos Cristãos Utensílios Domésticos Verbos Xingamentos QUARTA PARTE: VOCABULÁRIO GERAL YORÙBÁ-PORTUGUÊS A B C D E F G H I J K L M N O P R S T U V W Y Z Bibliografia Sobre o autor 1ª ����� Noções sobre o idioma Yorùbá A����������� Os verbetes são acompanhados de abreviaturas e, às vezes, de sinais, os quais servem para facilitar a compreensão acerca dos vocábulos, ou para fazer remissões de interesse do leitor. Passamos a descrevê-los: adj.: adjetivo adv.: advérbio art.: artigo conj.: conjunção Ex.: exemplo exp.: expressão Lit.: literalmente num.: numeral num.adv.: numeral adverbial num.card.: numeral cardinal num.ord.: numeral ordinal part.: partícula pref.: prefixo prep..: preposição prep. pré-v: preposição pré verbal pron.: pronome pron. dem.: pronome demonstrativo pron. indef.: pronome indefinido pron. interrog.: pronome interrogativo pron. pess.: pronome pessoal pron. poss.: pronome possessivo pron. obl.: pronome oblíquo resp.: resposta s.: substantivo saud.: saudação v.: verbo V.: ver v. aux.: verbo auxiliar v. lig.: verbo de ligação = : o mesmo que, igual a + : indica o somatório de vocábulos para a formação de determinada palavra - : tal comoE������������� � �����������: O idioma ioruba, assim como o português e tantos outros, é vivo e acabou sofrendo processos de neologismo e de estrangeirismo. Enquanto o neologismo (ọ̀rọ̀ titun) pode ser classificado como o fenômeno de criação de novas palavras, ou de ressignificação de palavras; o chamado estrangeirismo (ọ̀rọ̀ titun àjòjì) é a utilização de palavras, ou expressões oriundas de outro idioma que tenham, ou não correspondência na língua local. O processo de estrangeirismo foi intenso no iorubá, sobretudo após o período de colonização da África. Diversas palavras foram adquiridas do árabe, hauça, fon e inglês, e agregadas ao idioma falado na iorubolândia. Por exemplo: àlàáfíà - paz, do árabe: lafiya; tákàdá - papel, do hauça: tákàrdá; kọfí – café, do inglês: coffe; ajuntọ - segunda divindade guardiã, do fongbè: jòtò Outros neologismos e estrangeirismos surgiram já em solo brasileiro, devido ao processo da diáspora. O contato intenso entre diferentes etnias africanas no Brasil, no longo período da escravatura, favoreceu a interface desses variados idiomas falados pelos escravos que advinham de regiões distintas. Posteriormente, com a criação dos Candomblés, reuniram-se e sincretizaram-se deuses, rituais e elementos litúrgicos. Estes, eram oriundos de variados locais da África. Diferentes idiomas e práticas de diversas localidades, interagiram em solo brasileiro, proporcionando uma nova integração das línguas africanas, já no contexto sócio-religioso nacional. Devido ao contato entre religiosos de origem Jêje (etnia ewe-fon), Kétu (etnia yorùbá) e Congo-Angola (etnia bantu), nos respectivos Terreiros passaram a ser utilizados indistintamente vocábulos desses correspondentes idiomas, criando estrangeirismos que se entrecruzavam e tornaram-se uma espécie de linguagem própria do Candomblé brasileiro. Exemplos: mona – mulher, filho(a), do idioma kimbundu; becen – uma das qualidades de Òṣùmàrè, do idioma fongbè; aboró – homem, masculino, sem definição de idioma originário. Outros tantos vocábulos, ora de origem yorùbá, ora kimbundu, ora fongbè, foram de tal forma aportuguesados e utilizados nos Candomblés, que seus nomes corretos na língua nativa foram praticamente descartados, sendo hoje quase desconhecidos. Exemplo: débúrú = pipoca, comida litúrgica feita à base de milho alho - cujo vocábulo yorùbá correto é gúgúrú; kizila = interdito, tabu, conflito – cujo vocábulo kimbundu correto é kijila; akidavi = vareta para percussão – cujo vocábulo fon correto agdavi. Há ainda neologismos híbridos que foram criados a partir da união de palavras de idiomas africanos diferentes e que passaram a ter um novo significado próprio, vastamente utilizado nos Candomblés do Brasil, como mona ọkọ = lésbica. Que resulta da mistura das palavras mona (do idioma kimbundu) = mulher + ọkọ (do idioma ioruba) = marido. Por termos considerado que esses e outros tantos estrangeirismos e neologismos se incorporaram de forma definitiva ao idioma ioruba falado nos Candomblés do Brasil, incluímos os mesmos em nosso vocabulário fazendo a devida distinção de suas línguas de origem, bem como a remissão à palavra correta, conforme o caso. F������� A fonética é o estudo dos sons da fala. Ela nos indica como as letras e as palavras formadas são pronunciadas, conforme o idioma. A fonética nos ajuda a compreender e a falar melhor a língua que estamos estudando. Como o ioruba é um idioma essencialmente tonal, no qual as diferentes entonações de cada letra e palavra diferenciam o próprio significado das mesmas, é fundamental entendermos os sons para podermos compreender o sentido do que está sendo expressado em cada reza (àdúra), cântico (orin), conto (ìtàn), etc. As regras básicas da fonética iorubá são as seguintes: 1- não existem letras mudas. Logo, todas devem ser adequadamente pronunciadas; 2- cada letra tem o seu próprio som. Assim, não há sons diferentes, ou duplos de uma mesma letra; 3- todas as palavras são oxítonas. Portanto, sempre a última sílaba será tônica, seja em tom alto, baixo, ou médio, agudo ou grave; 4- todas as palavras terminam sempre por vogais, sejam elas puras, ou vogais nasais. O �������� � � ��� ��� ������ Vamos então entender como o alfabeto e as letras em ioruba devem ser pronunciados. A = A (como em areia). Ex.: adé (coroa) B = B (como em bife e nunca como Robson). Ex.: ìgbàlè – cemitério D = D (como em dígrafo). Ex.: dan (cobra) E = Ê (como em ele). Ex.: èkuru (comida ritual) Ẹ = É (como em ela). Ex.: ọ̀bẹ (faca) F = F (como em faca). Ex.: fìlà (gorro) G = G (som gutural como em galo; nunca como em gente). Ex.: gèlè (pano de cabeça) GB = GB (o “g” não é mudo devendo ser levemente pronunciado). Ex.: ìgbálẹ̀ (qualidade de Ọya) H = RR (como em rito). Ex.: ehín (dente) I = I (como em igreja). Ex.: ilé (casa) J = DJ (como em Djanira). Ex.: jẹ (comer) K = QU (como em quibe). Ex.: karé (qualidade de Ọdẹ e Ọ̀ṣùn) L = L (como em líder). Ex.: láròyé (saudação a Èṣù) M = M (como em milho). Ex.: mi (pron. poss. meu, minha) N = N (como em Nilton. Quando seguido de consoante, passa a ter som anasalado = UN). Ex.: nupe (cidade de Ọmọlu, no Norte da Nigéria) O = Ô (como em ovo). Ex.: oníré (qualidade de Ògún) Ọ = Ó (como em cola). Ex.: ọba (rei) P = KP (o “k” não é mudo devendo ser levemente pronunciado exemplo?). Ex.: pẹ́pẹ́iyẹ (pato) R = R (som leve como em vareta). Ex.: rárá (não) S = S (como em santo). Ex.: sàsányìn (ritual a Ọ̀sànyìn) Ṣ = X (como em xisto). Ex.: Òrìṣà (divindade) T = T (como em tábua). Ex.: titun (novo) U = U (como em urso). Ex.: ọ̀tún (direita) W = U (como em Wilson). Ex.: èwọ̀ (proibição) Y = Í (como em irmã). Ex.: yèyé (mãezinha) Observemos que no idioma ioruba não existem as letras C, Q, V, X, Z. Portanto, sempre que estas letras forem notadas em palavras utilizadas no cotidiano dos Terreiros de Candomblé, certamente derivam de outro idioma, como o bantu, kimbundo, fongbè, etc. D���������� ��� L����� Para denominar as consoantes, acrescenta-se a letra “i” à sua própria pronúncia. Já as vogais, são denominadas como em sua fonética normal. Vejamos: A a M mi B bi N ni D di O ô E ê Ọ ó Ẹ é P pi F fi R ri G gi S si GB gbi Ṣ xi H hi T ti I i U u J ji W wi K ki Y yi L li A� ������ ����� � �� ������ ������ As vogais puras são: A, E, Ẹ, I, O, Ọ, U Quando as vogais são unidas à letra “N” formam as chamadas vogais nasais e mudam a pronúncia: AN = ÓN ẸN = ÉIN IN = IN ỌN = ÓN UN = UM As vogais nasais AN e ỌN produzem o mesmo som (ÔN). Por isso, existe uma regra para utilização das mesmas. ỌN – é usada após as consoantes B, F, GB, M, P, W Ex.: yànpọnlá (compulsão); gbọnṣẹ̀ (defecar); fọ̀n (começar) AN – é usada após as demais consoantes Ex.: takántakán (enorme) As vogais nasais AN, IN, ỌN, UN quando antecedidas por M ou N, perdem o símbolo nasal constituído pela letra N. Contudo, sua pronúncia permanece. Ex.: Yemọja (divindade dos mares): lê-se Yemọnja omi (água): lê-se omin ọ̀nà (caminho): lê-se ọ̀nan ọmọ (filho): lê-se ọmọn Nàná (divindade da vida e da morte): lê-se Nànán Ìjìmú (uma das qualidades de Ọ̀ṣùn): lê-se Ìjìmún Iná (fogo): lê-se inán A� ������ ��������� Quando vogais idênticas forem escritas juntas, devem ser lidas com o som alongado (e não separado). Ex.: ààrin (meio), oore (bondade), ààlà (fronteira). Contudo, quando duas vogais se juntarem, mas tiverem grafias, ou acentuações diferentes, cada qual deve ser pronunciada respeitando os respectivos tons. Ex.: aláàfin (soberano de Ọ̀yọ́), àlàáfíà (paz), ẹlẹ́ẹ̀rí (testemunha) C��������� � ������� As vogais “ẹ”, “ọ”, assim como a consoante “ṣ”, são distinguidas com pontos em baixo (marcas oxímoras, ou “aboarin” – em ioruba). As vogais podem receber acentos graves e agudos (acentos diacríticos), variando seus sons e até o significado das palavras. As possibilidades são muitas, contudo a presença dos caracteres e acentos nos dão a noção exata de como devem ser pronunciadas as letras e palavras. O Ò Ó Ọ Ọ́ Ọ̀ E È É Ẹ Ẹ́ Ẹ̀ No idioma português, por comparação, embora não tenhamos tantas possibilidadesde acentuação, às vezes uma única letra pode produzir sons diferentes sem nenhum indicativo, confundindo bastante o leigo. Exemplos em português: Cola Cesta Sopa Casa Ele Teto Bola Coisa Goma Ginga Bolo Robson Mas ao entendermos a fonética ioruba, fica mais fácil. É simples: basta compreender que existem apenas os tons aberto, fechado e médio. Exemplos em português: Ẹ (aberto) = cego E (fechado) = ele Os acentos grave (`) e agudo (´), servem apenas para dar um tom baixo, ou alto na pronúncia das letras abertas e fechadas. As letras sem acento, possuem um tom médio. Portanto: Ẹ́ = som aberto, com tom alto (como a nota musical “mi”) - ẹlẹ́mọ̀ṣọ́ (cargo) Ẹ̀ = som aberto, com tom baixo (como a nota musical “dó”) - ẹ̀rọ̀ (calma) E = som fechado, com tom médio (como a nota musical “ré”) – ewé (folha) Importante observar que o ponto abaixo da letra, nada tem a ver com o acento de cima. Eles têm funções independentes. O ponto em baixo serve para abrir o som da vogal. Portanto, o ponto embaixo dá o som grave ou agudo à letra. O acento de cima, tem a finalidade de indicar se a pronúncia será aberta ou fechada. Portanto, o acento indicará tom alto, ou tom baixo àquela vogal. G�������� (G�����) Esta obra está calcada em exemplos e transcrições do idioma ioruba. Por esta razão torna-se oportuno trazer algumas explicações básicas sobre a gramática deste idioma, que nos favorecerão na compreensão, tradução e interpretação de textos mencionados neste livro. Vamos a um breve estudo acerca das CLASSES GRAMATICAIS. V����� Os verbos iorubas costumam ser polissêmicos (com muitas semânticas, significados) e são sempre monossilábicos. Portanto, todo verbo com mais de uma sílaba será sempre composto (verbos compostos). Esta composição poderá ser de preposição + verbo, ou substantivo + verbo. A separação é possível: Ba (v. esconder) + ara (corpo) = Bara (= Èṣù interior) Fọ (v. lavar) + ọwọ́ ( ubst... mão) = Fọwọ́ (lavar as mãos) Há casos em que a composição não pode ser mais desfeita, gerando os chamados verbos complexos: Jẹ́rí = testemunhar Pàdé = reunião Bùkún = abençoar Os verbos combinados são constituídos por dois verbos em tempos gramaticais diferentes, podendo expressar a mesma ideia. Eles podem ser separados pelo objeto. Ex.: Èmi (pron. Eu) fa (v. puxar) aṣọ (subst.. roupa) ya (v. rasgar) - Eu rasguei a roupa. Os verbos em ioruba sempre iniciam por consoante e terminam por vogal, seja ela simples ou nasal. Os verbos não flexionam nas conjugações, por isso são sempre apresentados na forma infinitiva. Todas as palavras no idioma ioruba, são sempre oxítonas. Portanto, têm a última sílaba tônica, seja em tom grave, ou agudo. A princípio, os verbos de ação são lidos sempre no tempo passado. Os verbos neutros, são lidos no tempo presente e passado. Os verbos sem indicação do tempo, devem ser entendidos sempre no passado. E����� Embora não seja obrigatório como regra, este fenômeno gramatical é muito utilizado no idioma ioruba. Ocorre sempre que uma palavra terminar por uma vogal simples ou nasal e a palavra seguinte também iniciar por uma vogal. A elisão é a assimilação de duas palavras que se unem. No caso de verbos seguidos de substantivos: Exemplo: Bọ Orí (Oferenda à Cabeça) = Bọrí Ba Ara (Esconder no corpo) = Bara Rà Obí (Comprar Obì) = Rorì kú ọ̀sán (Boa tarde) = Káàsán No caso dos verbos ser (ni), ter (ní), ou preposições em, no, na (ní), quando seguidos de palavras iniciadas qualquer vogal à exceção da letra “i”, se transforma em “l”. Exemplo: Ní (prep.. “no”) + ọ̀wẹ̀ (subst..trabalho) = lọ̀wẹ̀ (no trabalho) Ní (v. ter) + owó (subst.. dinheiro) = lówó (ter dinheiro) Ni (v. ser) + òòfà (subst.. atraente) = lòòfà (ser atraente) Ni (v. ser) + ìbọ (v. adorar) = níbọ (ser adorado) A elisão poderá ou não ser indicada por apóstrofe. Exemplo: Òrìṣà´kùnrin (Òrìṣà + ọkùnrin) = divindade masculina Òrìṣà´bìnrin (Òrìṣà + obìnrin) = divindade feminina Na elisão, o acento agudo é sempre “vencedor”. Exemplo: ojúbọ (local de culto) = ojú (s.olho, face) + ìbọ (s.adoração) dópin (chegar ao fim) = dé (v. chegar) + òpin (s. fim) C��������� Os verbos não flexionam nas conjugações, por isso são sempre apresentados na forma infinitiva. Assim, eles não sofrem modificação para indicar os tempos presente, passado ou futuro. São utilizadas partículas para indicar a conjugação. T���� ������� (���������) A partícula “TI” indica ação realizada no passado. Ex.: Obìnrin náà ti rà oyin (A mulher já comprou mel) T���� �������� A letra “N” antes do verbo, funciona como partícula indicativa de uma ação que está sendo realizada no momento presente. É o tempo gerúndio. A partícula “N” é pronunciada com o som de “UN”. Ex.: Ọkọ nṣiṣẹ́ (O marido está trabalhando) Èmi nsọ (Eu estou falando) Àwa ṣe (Estamos fazendo) O tempo presente ainda pode ser formado pela utilização da partícula “MÁA” antes do verbo. Neste caso, dá-se à ação uma ideia de habitualidade. Ex.: Ó máa obì lójojúmọ (Ele consulta obì diariamante) Èmi máa lò (Eu uso) Bàbá ti máa wí bò (Papai costumava vir) T���� ������ O tempo futuro é composto pela colocação da partícula “YÍÒ” antes do verbo. Ex.: Èmi yíò ṣe (Eu farei) Àwa yíò (Nós iremos) Ẹ̀yin yíò lọ (Vocês irão) F����� �� ������� (����������) Independentemente do tempo verbal, a voz de comando é feita pelo verbo no infinitivo. Não são adicionados pronomes, advérbios, conjunções, etc. usa-se o verbo puro, com a inflexão de voz correspondente ao que se deseja. Ex.: Wá ! (Venha!) Mú ! (Pegue!) Lọ́ ! (Vá!) N������� ��� ������ A forma negativa dos verbos é feita através da colocação dos advérbios de negação “KÒ”, “Ò”, “KI”, “MÁ” antes do verbo. Èmi kò mu (Eu não fumo) Èmi ò yá (Eu não empresto) A forma negativa no tempo futuro é feita exclusivamente com o advérbio de negação “KI”. Èmi ki yió rí (Eu não verei) No imperativo, se usa as partículas “MÁ” e “KÒ” Kò mu! (Não fume!) Má gé! (Não corte!) S����������� Geralmente os substantivos começam por vogais e possuem duas ou mais sílabas. Ìnáwó (ná + owó) = despesa Ojúlé (ojú + ilé) = portal Káalẹ́ (kú + alẹ́) = boa noite A�������� São colocados após os substantivos, com a finalidade de dar-lhes qualidade, ou de conferir ênfase ao sentido pretendido na frase. Èmi ti rà aṣọ funfun (Eu comprei uma roupa branca) Òun ntà ẹ̀fọ́ tútù ni ọjà. (Ela está vendendo verdura fresca) Bàbá ní dáradára (O pai é bom) Os adjetivos não sofrem variação de gênero, nem de quantidade. Eles acompanham o substantivo. A�������� ������������ �� ��������� Como – Bí Exatamente – Gẹ́gẹ́bí A�������� ������������ �� ������������� Mais do que – Jù........lọ Melhor – dárajù Mais do que - bísí A�������� ������������ �� ������������� Menos que – Kò .......tó Menor – kéré jù Muito menor – kéré jùlọ A������� ����������� �� ������������� Mais do que todos – Jù gbogbo lọ A������� ����������� �� ������������� Menos do que todos – Kò ......Jùlọ A�������� ����������� Muito, Muitos – Púpọ̀ Vários – Onírùúrú Poucos, Poucas – Mélókan Todos – Gbogbo A�������� Os advérbios servem para emprestar aos verbos e adjetivos qualidades e especificidades, como cor, sabor, tempo, local, preferência, intensidade, etc. Em geral, todos os adjetivos e todos os verbos possuem seus próprios advérbios. Por isso, os advérbios só podem ser usados com seus respectivos verbos e adjetivos. Os advérbios derivam de palavras duplicadas, podendo ser separados por um traço de união (hífen). Os advérbios são posicionados, geralmente, ao final da frase. Exemplo: Ó ṣú biribiri – Está imensamente escuro. Ó kún bámú-bámú – Está muito cheio. Os advérbios posicionados antes dos verbos, são denominados advérbios pré verbais. Exemplo: Ó tèté dé – Ela chegou rapidamente. Bàbá tilẹ̀ rí wa – O pai nos viu com certeza. A����� ��������� Pelo – Nípa Pelos – Nípasẹ̀ àwọn Sobre, Acerca de – Nípa, Nípasẹ̀ Sobre, Em cima de – Ní òkè Secretamente – Nípamọ́ Somente - Nìkan Muito - Níní (V. adj púpọ̀) Imediatamente – Níkété Pelo Menos – Níkẹ́hìn Também – Pẹ̀lú Os advérbios de tempo e de espaço, sãocompostos pela elisão com a palavra NÍ. Nestes casos, as letras iniciais acentuadas com crase (`), passem a levar acento agudo (´), fazendo referência à elisão com NÍ. Exemplo: Ní àná = láná (ontem) Ní òkè = lókè (em cima, sobre) P������� �������� ENFÁTICO REGULAR Eu – Èmi Mo, N, Ng Você – Ìwọ O Ele, Ela – Òun Ó Nós – Àwa A Vocês - Ẹ̀yin Ẹ Eles, Elas – Àwọn Wọ́n O pronome “O” é utilizado para dirigir-se diretamente a uma pessoa ou mais. O pronome “Ẹ” é usado para dirigir-se a alguém de nível maior, mais importante que o seu. Em ioruba não se usa os pronomes “Tu” e nem “Vós”, que são substituídos por “Você” e por “Vocês”, respectivamente. P������� ����������� ENFÁTICO REGULAR Meu, Minha – Tèmi Mi Seu, sua, De Você – Tirẹ Rẹ Dele, Dela – Tirẹ̀ Rẹ̀ Nosso, Nossa – Tiwa Wa De Vocês – Tiyín Yín Deles, Delas – Tiwọn Wọn As formas enfáticas, servem para dar intensidade à frase. São mais raras. Quase sempre é a forma contrata ou regular que será vista. Normalmente quando utilizados os pronomes enfáticos, formarão o negativo das frases, ou as formas futura e condicional. Èmi lọ gùn (Eu mesmo subi) Wọ wà ṣe (Você mesmo fez) Os pronomes pessoais são sempre posicionados depois do substantivo, provocando o alongamento da sua última vogal apenas na fala e não na escrita. Meu (mi), Bàbá (pai) Bàbáà mi P������� �������� Me, Mim, Comigo – Mi Você, Lhe, Lha – Ọ, Ẹ A Ele, A Ela – O, A – repete-se a última vogal do verbo Nós, Conosco – Wa Vocês, Lhes – Yín Os, As, Deles, Delas – Wọn P������� �������������� Este, Esta, Isto – Èyí, Yìí Aquele, Aquela, Aquilo – Ìyẹn, Yẹn, Náà Estes, Estas – Wọ̀nyí Aqueles, Aquelas – Wọ̀n, Yien P������� ����������� Alguém – Ẹnikan Ninguém – Kò si ẹnikan, ẹnìkánkán Vários, Alguns, Algumas – Òmíràn Algo, Alguma Coisa – Nkan, Ohun Kan Tudo, Todo, Toda – Gbogbo Outro, Outra - Ẹlòmi Qualquer Coisa – Ohunkóhun P������� �������������� O que? Que? Cujo? – Kí ni? Qual? – Wo? Quem? – Ta ni? De Quem é? – Tita ni? Onde? Aonde? – Íbo? Níbo? Quando? – Nígbàwó? Quanto? Quantos? – Méló? Mélòó? Como? – Báwo ni? P������� ��������� Usados para representar nomes. Que, Qual, Cujo, A coisa que – Ohun tí, Nkan, Èyìtí Aquele que, a pessoa que - Ẹnití Quando, Enquanto, No tempo que – Nígbà tí Doravante – Nígbàtímbọ̀ Naquele tempo – Nígbàyẹn Oportunamente - Nígbàyíyẹ A������ O, A, Os, As – Náà Raramente são utilizados os artigos na formação das frases. Lembremos que o ioruba é um idioma dinâmico, portanto as frases em geral são curtas e objetivas. P���������� DE LUGAR Em, No, Na – Ní Sobre, Acima, No Alto, em cima – Lórí, Lérí Abaixo de, embaixo de, sob – Lábẹ́ Para cima de – Sórí Junto a, Em, Com – Lẹ́dọ̀ Atrás de, Após – Lẹ́hìn Antes de, Ante, na Frente, em diante, Diante – Níwájú Entre, No meio de – Làárín, Láààrin Para dentro, Entre – Sínú Dentro, No interior de - Nínú De longe, longe – Jìnnà DE POSSE De, Da, Do – Ti (Não se usa entre substantivos) Ex.: Ilé Àṣẹ Ògún (Casa de Axé de Ògún) DE PROCEDÊNCIA Para, De, Desde – Láti DE INTENÇÃO: Até, Constantemente, Continuadamente – títí (referindo-se a tempo) Ex.: Mo ṣiṣẹ́ títí di agogô méjì. (Eu trabalhei até às duas horas) Até – títí de (referindo-se a espaço) Ex.: Mo rìn títí de ilé rẹ (Eu andarei até sua casa) DE PROPÓSITO: Para – Láti (usado antes de verbos no infinitivo, que não indiquem movimento, nem direção) Ex.: Láti pè (para chamar) Láti jẹ (para comer) Por – Nítorí Ex.: Máa singbà nítorí àwa (Trabalho por nós). DE DIREÇÃO: Para – Sí (usado depois de verbos que indicam movimento, direção) Ex.: Sí wẹ̀ (para dançar) Sí rìn (para andar) DE ENDEREÇO: Para – Fún (usado antes de pronome oblíquo e substantivo) Ex.: Fún òun (para ele) DE COMPANHIA: Com, Junto com, Em companhia de – Bá, Pẹ̀lú DE EXCLUSÃO: Sem – Láìsí DE REFERÊNCIA: Acerca de, Sobre – Nípa, Nípasẹ̀ DE EXCEÇÃO: Exceto, Salvo, A Não Ser, A Menos Que – Bíkòṣe, Bíkòṣebí, Bíkòṣepé Desde que, ainda que – Tí ì DE VALOR: Cerca de – Níwọ̀n DE OPOSIÇÃO: Contra, Contrário – lòdì DE CONFORMIDADE: Conforme, De Acordo com, Assim, Exatamente, Desta forma – Gẹ́gẹ́bí DIVERSAS: Como, Da mesma forma – Bí Para isso, Para aquilo, com isso – Fi Enfim, Finalmente - Níparí C���������: E – àti (usado para ligar advérbios, ou substantivos, mas nunca verbos). Pode ser abreviado: “ti” Ex.: Ó mu àga àti àpótí (Ele pegou cadeira e banco) E – Sì (usado para ligar sentenças; é posicionado após o sujeito da segunda oração) Ex.: Ó mù sì sùn (Ele bebeu e dormiu) Ou – Tàbí Que – Kí Portanto, Em virtude de, Conquanto – Níwọ̀ngbàtí Porque – Nítorí Por causa - Nítórí èyí Nem, Nem aqui, Nem ali, Nem isto, Nem aquilo - Ọ̀ṣáká-nṣoko Mas, Porém, Contudo, Todavia, Entretanto - Ṣùgbọ́n, Àmọ̀ Entretanto, Embora, De fato, Até mesmo – Tilẹ̀ Somente, Exceto, A menos que, A não ser que – Àfí, Àyàfi, Àfibí Se - Tí P�����: Para indicar o plural, as palavras não são modificadas como no idioma português, quando se usa, via de regra, o “s”. Ex.: 1 cadeira; 2 cadeiras. O que indica o plural no idioma ioruba é a colocação do pronome, do advérbio ou de números antes das palavras. Exemplos: Èyí pẹ́pẹ́iye (Este pato); Wọ̀nyí pẹ́pẹ́iye (Estes patos) Ọ̀bẹ (Faca); Àwọn (3ª pessoa do plural) ọ̀bẹ (As facas) Ohun (coisa); Ohun púpọ̀ (muita coisa) Kan igi (Uma árvore); Éjì igi (Duas árvores) A utilização pura e simples do artigo da palavra não é segura para indicar o plural, pois um único vocábulo ioruba (náà) significa “o”, “a”, “os”, “as”. Portanto, o sentido das frases é também determinante para a compreensão do plural. Considerando-se que o ioruba é uma língua ágrafa, conclui-se que a interação entre os interlocutores favorecerá diretamente a compreensão das mensagens. G�����: Não há flexão das palavras para indicar o gênero, como no português, quando se acrescenta “o”, ou “a” ao final do vocábulo. Ex.: lobo/loba; Cláudio/Cláudia; aluno/aluna). O gênero é apontado pela utilização dos vocábulos “masculino” (ọkùnrin) e “feminino” (obìnrin) antes do substantivo. Òrìṣà ọkùnrin (Divindade masculina) Òrìṣà obìnrin (Divindade feminina) O gênero às vezes se incorpora ao substantivo, formando uma única palavra. Ọmọdékọ̀rin – menino Ọmọdébìnrin - menina No caso de plantas e animais, usa-se “abo” para fêmeas e “akọ” para machos. Akọ ọ̀bọ (macaca) Abo ọ̀bo (macaco) Àtópákun akọ (arruda macho) Àtópákun abo (arruda fêmea) Como em português, algumas palavras já são essencialmente masculinas e outras femininas (Ex.: porta; cabelo; mesa). Portanto, nestes casos, não há necessidade de mudar, ou indicar o gênero. ìyá – mãe bàbá – pai ọkọ – marido aya – esposa N������� (�����) Os números em ioruba (nọ́mbà) podem ser CARDINAIS, ORDINAIS, TOTAIS, MULTIPLICATIVOS e FRACIONÁRIOS. Há ainda os chamados ADVERBIAIS. CARDINAIS/TOTAIS: ORDINAIS/TOTAIS: 0- Òdo --------------- 1-Ení/Kan 1º-Èkíní/Kíní 2-Èjì/Méjì 2º-Èkéjì/Kéjì 3-Ẹ̀ta/Mẹ́ta 3º-Ẹ̀kẹ́ta/Kẹ́ta 4-Ẹ̀rin/Mẹ́rin 4º-Ẹ̀kẹ́rin/Kẹ́rin 5-Àrún/Márún 5º-Ẹ̀kárún/Kárún 6-Ẹ̀fà/Mẹ́fà 6º-Ẹ̀kẹ́fà/Kẹ́fà 7-Èje/Méje 7º-Èkéje/Kéje 8-Ẹ̀jọ/Mẹ́jọ 8º-Ẹ̀kẹ́jọ̀/Kẹ́jọ̀ 9-Ẹ̀sàán/Mẹ́sàán 9º-Ẹ̀kẹ́sàán/Kẹ́sàán 10-Ẹ̀wàá/Mẹ́wàá 10º-Ẹ̀kẹ́wàá/Kẹ́wàá D������ � ��������: 10 - ẹ́wàá 20 – ogún 30 - ọgbọ̀n 40 – ogójì 50 – àádọ́ọ̀ta 60 - ọgọ́ọ̀ta 70 – àádọ́ọ̀rin 80 - ọgọ́ọ̀rin 90 – àádọ́ọ̀rún 100-ọgọ́ọ̀rùn 110-àádọ́fà 120-ọgọ́fà 130-àádóòje 140-ogóòje 150-àádọ́òjọ 160-ọgọ́ọ̀jọ 170-àádọ́ọ̀sàn 180-ọgọ́ọ̀sàn 190-àádọ́wàá 200-igba 300-ọ̀ọ́dúnrún 400-irínwó 500-ẹ̀ẹ́dẹ́gbẹ̀ta 600-ẹgbẹ̀ta 700-ẹ̀ẹ́dẹ́gbẹ̀rin 800-ẹgbẹ̀rin 900-ẹ̀ẹ́dẹ́gbẹ̀rún 1000-ẹgbẹ̀rún M�������: 1.000 - ẹgbẹ̀rún 2.000 - ẹgbàá 3.000 - ẹgbẹ̀ẹ́dógún 4.000 - ẹgbàajì 5.000 - ẹ̀ẹ́dẹ́gbàata 6.000 - ẹgbàata 7.000 - ẹ̀ẹ́dẹ́gbàarin 8.000 - ẹgbàarin 9.000 - ẹ̀ẹ́dẹ́gbàarún 10.000 - ẹgbàarún Os numerais CARDINAIS indicam uma quantidade, sem contudo especificar de que. Exemplo: Òun rá kan (Ela comprou um) Òun ṣe ẹ̀ta (Ela fez três) Òun ní mẹ́rìnlá (Ela tem quatorze) Já os numerais ORDINAIS, indicam uma posição em relação a determinada ordem, ou sequência. O prefixo “Ẹ̀K”, ou simplesmente a letra “K”, são usadosantes dos números cardinais para indicar ordem, comando, formando os chamados números ORDINAIS. Exemplo: ẹ̀jọ (oito) / ẹ̀kẹ́jọ (oitavo) Observar que o assento da vogal inicial da palavra oito (ẹ̀) mudou de posição após sua junção ao prefixo “ẹ̀k”, justamente para indicar a presença deste. O prefixo “Ẹ̀K” antes de substantivo, perde a vogal inicial. Exemplo: ẹ̀kẹ́ta (terceiro) – Èyí ni kẹ́ta orò (Esta é a terceira Obrigação Ritual) Exemplo: èkíní (primeiro); ẹ̀kẹ́ta (terceiro); kọ́kànlá (décimo primeiro) Os números TOTAIS além de indicarem a quantidade, especificam também alguém, ou alguma coisa. Portanto, podem ser TOTAIS CARDINAIS, ou TOTAIS ORDINAIS. Exemplo: àkẹtẹ̀ méji (dois chapéus); àjàpá mẹ́ta (três tartarugas); ọmọ kẹ́ta (terceiro filho); ọdẹ kíní (primeiro caçador) A letra “M” utilizada na formação dos números TOTAIS CARDINAIS, é uma abreviatura do prefixo “MÁ”. Observe que “MÁ” possui um acento agudo no “Á”. Por este motivo, sempre que o “M” for aplicado na formação dos TOTAIS e o número iniciar com acento grave (`), este será substituído pelo acento agudo (´), mostrando a presença do prefixo. Exemplo: ẹ̀ta (cardinal seis) – mẹ́ta (cardinal total seis); àrún (cardinal cinco) – márún (cardinal total cinco) Os numerais MULTIPLICATIVOS, expressam que um número é múltiplo de outro criando uma comparação. A palavra “ÌLỌ́PO” Indicará os MULTIPLICATIVOS. Exemplo: ìlọ́po méjì (o dobro); ìlọ́po mẹ́ta (o triplo); ìlọ́po mẹ́rin (o quádruplo) Os números FRACIONÁRIOS indicam uma fração ou proporção. É o prefixo “ÌDÁ”, que compõe os FRACIONÁRIOS. Exemplo: ìdáméjì (metade); ìdámẹ́ta (terça parte); ìdámẹ́rin (a quarta parte); ìdámárún (quinta parte) Os numerais ADVERBIAIS servem para expressar quantidade relativa ao tempo, ou a comparação. Os prefixos “LẸ́Ẹ̀”, “Ì”, “NÍ”, “L”, de acordo com a situação, formam os ADVERBIAIS. Exemplo: NO SENTIDO DE VEZ (CARDINAL): Lẹ́ẹ̀kan – uma vez (lẹ́ẹ̀ + kan) Lẹ́ẹ̀méjì – duas vezes (lẹ́ẹ̀ + méjì) Lẹ́ẹ̀mẹ́ta – três vezes (lẹ́ẹ̀ + ẹ̀ta) Lọ́kọ̀ọ̀kan – uma de cada vez, um a um < Lit.: l (pref. = forma modificada da palavra ní quando a palavra iniciar por vogal diferente de i) + ọ̀kọ̀ọ̀kan (adj. um de cada vez) Ní méjèèjì – ambos (todos os dois) Ní méjìméjì – dois de cada vez Ní mẹ́tẹ̀ẹ̀ta – todos os três Para os números inteiros, usa-se: Ogoogún – de vinte em vinte Ọgbọgbọ̀n – de trinta em trinta < Lit.: gbogbo (todos, todas) + ọgbọ̀n (trinta). Como regra geral, utiliza-se a palavra GBOGBO (todos, todas) antes de todos os números de 20 em diante. NO SENTIDO DE VEZ (ORDEM): Lẹ́ẹ̀kíní – a primeira vez (lẹ́ẹ̀ + kíní) Lẹ́ẹ̀kéjì – a segunda vez (lẹ́ẹ̀ + kéjì) Lẹ́ẹ̀kẹ́ta - a terceira vez NO SENTIDO DE TEMPOS ATRÁS: Ìdúnta – três anos atrás < Lit.: í (pref.) + ọdún (ano) + ẹ̀ta (três) Ìjẹta – três dias atrás < Lit.: í (pref.) + ijọ́ (dia) + ẹ̀ta (três) NO SENTIDO REGULAR (ORDINAL): Lọ́jó kẹ́ta-kẹ́ta – todos os terceiros dias < Lit.: l (pref. = forma modificada da palavra ní quando a palavra iniciar por vogal diferente de i) + ijọ́ (dia) + kẹ́ta-kẹ́ta (adv. todo terceiro – o número repetido dá sentido de regularidade conforme seu significado) > Lọ́mọ kíní-kíní – todo o primeiro filho < Lit.: l (pref. = forma modificada da palavra ní quando a palavra iniciar por vogal diferente de i) + ọmọ (filho) + kíní-kíní (adv. todo primeiro – o número repetido dá sentido de regularidade conforme seu significado) > Kíní-kíní – todo primeiro Kéjì-kéjì – todo segundo Kẹ́ta-kẹ́ta – todo terceiro A partir do número 10, os numerais são estruturados mediante a composição de somas e subtrações dos números básicos com a dezena posterior. Nesta composição das dezenas, as palavras “DÍ” ou “DÍN” (menos), indicam a subtração. A palavra “LÉ” (mais), a adição. E o prefixo “L”, refere-se à preposição “NÍ” (no). Os números básicos para a formação de numerais compostos são: 1 – ọ̀kan 2 – èjì 3 – ẹ̀ta 4 – ẹ̀rin 5 – àrún Portanto, a formação das dezenas e centenas se dá da seguinte forma: NÚMERO BASE + DÍ ou LÉ + L + NÚMERO INTEIRO Exemplo: ẹ́rìnlélọ́gọ́ọ̀run = 104 (Lit. quatro mais cem) < ẹ̀rin + lé + l + ọgọ́ọ̀rún Ao compor as dezenas e centenas, inicia-se sempre do número menor para o maior (seja somando, ou subtraindo). Na formação destes números compostos, indica-se a soma quando se adiciona de 1 a 4. E indica-se a subtração quando se diminui se de 5 a 9. Exemplo: 11 = 1+10 (ọ̀kànlá) = ọ̀kan (um) + lé (mais) + ẹ̀wàá (dez) 35 = 5-30 (àrùndílọ́gbọ̀n) <àrún (cinco) + dí (menos) + L (part. de ligação) + ọgbọ̀n (trinta)> OBS.: notar que a letra “o” ganha acento agudo na contração com a partícula L. 73 = 3 + 70 (ẹ̀taládọ́rin) <ẹ̀ta (três) + lé (mais) + àádọ́ọ̀rin (setenta)> OBS.: notar que na contração entre as palavras “lé” (mais) e “àádọ́ọ̀rin” (setenta), a letra “a” troca o acento grave original, pelo acento agudo, indicando a contração vocálica. Nestes casos, o acento agudo sempre prevalecerá. Exemplo: 17 = 3-20 (ẹ̀tadílógún) <ẹ̀ta (três) + dí (menos) + L (partícula de ligação) + ogún (vinte)> 19 = 1-20 (ọ̀kandílógún) <ọ̀kan (um) + dí (menos) + L (partícula de ligação) + ogún (vinte)> OBS.: notar que nos exemplos acima a letra “o” (da palavra ogún/vinte) ganhou acento agudo para indicar que houve contração entre esta e a partícula “L”. Exemplo: 15 = 5-20 (ẹ̀ẹ́dógún ou àrùndílógún) <àrún (cinco) + dí (menos) + L (part. ligação) + ogún (vinte)> A partir do número 20, não se usa o prefixo “M” na formação dos cardinais; nem se usa o “K” para formar os ordinais. Tanto cardinais, como ordinais, a partir do número 20, passam a ser posicionados antes dos substantivos nas frases (o que é uma exceção à regra geral). Exemplo: Ọgbọ́n àbẹ́là (Trinta velas) Ọgọ́rùn obì (Cem obis) Igba ẹlẹ́dẹ̀ (Duzentos porcos) Ilé mẹ́wàá (Dez casas) Ogún ilé (Vinte casas) Ọmọ kéjì (Segundo filho) Ogún ọmọ (Vigésimo filho) Entre 400 e 4.000 usa-se o prefixo “Ẹ̀Ẹ́DẸ̀” ou “Ọ̀Ọ́DẸ̀” para indicar “menos 100”. Exemplo: ẹgbẹ̀ta = 600 ẹ̀ẹ́dẹ́gbẹ̀ta = 500 Usando o mesmo prefixo “Ẹ̀Ẹ́DẸ̀” ou “Ọ̀Ọ́DẸ̀” em números acima de 4.000, este passa a significar “menos 1.000”. Exemplo: ẹ́gàarin = 8.000 ẹ̀ẹ́dẹ́gbàarin = 7.000 Em regra, todos os numerais são sempre posicionados após o substantivo. No texto, os numerais podem ser escritos em algarismos, ao invés de por extenso. Mas, ao serem lidos, devem ser pronunciados no idioma ioruba. 2ª ����� Vocabulário Português-Yorùbá ADMINISTRAÇÃO E COMÉRCIO OBS.: Ver Capítulo “Profissões e Atividades”. acordo – s. ìpíhùn, àdéhún: acordo, pacto; s. ìfinúṣọ̀kan: unanimidade, acordo. açougue – s. ìṣọ́ ẹran. administração central – s. ìṣàkóso: governo, administração central. advertência – ìlọ̀ kìlọ̀: 1. s. advertência, repreensão, aviso; 2. s. forma de designar a pena de advertência, aplicada como punição em clãs, ou Terreiros. V. punição. ajudante – s. ìránṣẹ́: ajudante, estafeta. V. ajudante de serviços. ajudante de serviços – s. ìríjú: camareiro, ajudante de serviços. V. ajudante. aluguel – s. owó ilé. apoio – àbáṣe, ìbáṣe: 1. relação sexual; 2. s. apoio; cooperação; ajuda. aprendiz – V. estagiário. armazém – àró: 1. s. armazém, depósito, celeiro, paiol. Mesmo que ìkò ọjà pamọ́ (armazém); 2. s. local reservado dentro do quarto de Ọdẹ, onde são guardados paramentos e elementos desta divindade. V. galpão. artigos – V. estoque. assembleia – s. ìjọ, ou àjọ. V. reunião. auditor – s. olùgbọ́. autoridade - V. diretor. avalista – V. fiador. aviário – s. ìṣọ́ adìẹ. aviso – V. advertência. banco – s. ilé owó: banco; instituição financeira. Lit.: ilé (s. casa) + owó (s. dinheiro). bar – s. ìbùmu: bar, local onde se bebe. barato – adj. wọ́pọ̀: barato, vulgar. barbearia – s. ilé gbàjámọ̀. barganha – s. pànpá. bomboniere – s. ìṣọ́ bẹbẹ. cabeleireiro – s. ilé iṣerun. cadeia – s. ilé túbú. V. prisão. calculadora – s. ẹ̀rọ ìsírò. cálculo – s. ìsírò. Ìsírò owó: cálculo financeiro. V. contabilidade. câmbio – s. ìrọwó: câmbio, troca de moeda. cancelamento – s. yíyẹ̀sílẹ̀: vacância, cancelamento. caneta – s. pẹ́ẹ̀nì. Do inglês: pen. Usa-se ainda:kálámù: pena, instrumento de escrita, caneta. V. lápis. capital – s. owó-ìlélẹ̀. carga – V. carregamento. cargo – s. ipò: cargo, função, posto. V. oyè. carimbo – s. èdìdì: carimbo, selo. caro – adj. wọ́n. V. wọ́n. carregamento – s. ẹrù: carregamento, bagagem. V. frete. carta – s. lẹ́tà: carta; missiva (do inglês: letter). cartão – s. káàdì. cartão de crédito – s. káàdì kírẹdítì. cartão de débito – s. káàdì dẹbítì. cartão de visita – s. káàdì ìkésí. celeiro – V. armazém. chefe – s. olórí: chefe de uma comunidade; líder; chefe. V. líder. cheque – s. ìwé owó. Lit.: ìwé (s. comprovante) + owó (s. dinheiro). chiqueiro – s. ilé ẹlẹ́dẹ̀. cinema – s. ilé-ìran. civil – s. olúmẹ̀yẹ: aquele que é civil: civil. cliente – s. oníbárà, ou eléyiun: cliente, freguês. cofre – s. àpótí-iṣúra. coleção – s. ìkójọ. colega – ẹlẹ́gbẹ́: 1. s. colega, companheiro. Mesmo que ògbóni; 2. s. designação dos espíritos que compõem a sociedade àbíkú, os quais fazem um pacto de retorno. Assim, quando um espírito àbíkú nasce, deve morrer cedo para retornar ao encontro de seus companheiros, honrando a promessa firmada entre eles. V. emèrè; àbíkú. comércio – s. ìṣòwò. Mesmo que òwò. V. negócio. comitê – V. conselho. companhia – s. ọlọ́wọ́. comprador – s. olùrajà. compra – s. rírà. comprovante – s. ìwé ẹ̀rí: diploma, certificado, comprovante. concílio – s. ìgbìmọ̀: concílio, reunião. V. reunião; conclave. conclave – s. pòbìrìkòtò: reunião para deliberar planos religiosos e políticos; espécie de “conclave”. V. reunião; concílio. contabilidade – s. ìṣírò: contabilidade, aritmética, contagem numérica ou financeira. V. cálculo. conselho – s. ẹ̀yà: grupo; parte; categoria; conselho; comitê. V. deliberação. V. núcleo. conspiração – s. òṣìrì. Mesmo que rìkíṣí e ọ̀tẹ̀ (rebelião, conspiração, traição). V. rebelião. contratação – s. ìrọyè: ato de ser escolhido para cargo, ou função. contribuição – s. ìdáwó: contribuição, contribuição financeira. Mesmo que owó-dídá. V. dá èésú; imposto. convite – s. ìpè, pípè: 1. s. convite; 2. s. pronúncia, fonética. coordenador – V. supervisor. cópia – ẹ̀dà: 1. s. corrimento vaginal; 2. s. cópia, reprodução; 3. v. cunhar. correspondência – s. ìkọ̀wé: escrita, correspondência. corrupção – s. ìbàjẹ́, ou ìdíbàjẹ́: podridão; corrupção. V. fraude. corte – s. ilé ẹjọ́: corte, tribunal, fórum. crédito – s. àwìn. crise – s. rògbòdìyàn: crise, tensão. débito – s. owó-jíjáde: gasto, débito. decisão – s. àbárò: deliberação; decisão; conselho. Mesmo que pípinnu – s. resolução, deliberação. decoração – V. enfeite. delegacia – s. àgọ́ ọlọ́pa; ilé ọlọ́pá. delegado – s. adélè: delegado, representante do poder. V. procurador. demissão – s. ìrọ̀lóyè: demissão, destituição. depósito – V. armazém. desembarque – s. ìgúnlẹ̀. desemprego – s. àìníṣẹ́. despesa – s. ìnáwó: despesa, gasto. devedor – s. onígbèsè. dinheiro – s. owó, ajé. O dinheiro não deve ser a única finalidade dos ritos, nem por parte do sacerdote, nem por parte do consulente. Mas a energia que este elemento possui é de extrema importância. O dinheiro é visto como uma ferramenta, a qual deve ser positivamente utilizada para construir, realizar, e não subsidiar caprichos, desmandos. Mau utilizado, o dinheiro escraviza, corrói e destrói. “Na relação entre consulente e sacerdote, o dinheiro pode existir. Ele significa o sacrifício, a oferenda, a contribuição, a manutenção e a valorização. Enquanto intermediário das mensagens oraculares entre os demais Òrìṣà e os Humanos, Èṣù apoia ou pune aqueles que atendem às predições do Oráculo. Daí o provérbio: “Ẹni ó rúbọ l´Èṣù gbè” (Èṣù apoia somente aqueles que ofereceram o sacrifício). A consulta aos Oráculos e a realização de ẹbọ, é geralmente cobrada pelo sacerdote. Esta prática já existia na África. O provérbio “A kì ndífá kámá yan ẹbọ” (Ninguém consulta Ifá sem ter de fazer uma oferenda), é utilizado para tal justificativa. Contudo, este ditado tem sentido bem mais amplo. Ou seja, sua intenção é mostrar aos consulentes que o Oráculo não deve ser provocado por mera curiosidade, ou leviandade. Quem recorrer ao Oráculo, deve estar disposto a se sacrificar. Neste aspecto, o sacrifício tem sentido latu. Sacrificar-se significa abrir mão de certas atitudes, esforçar-se em prol de alguém ou de algo, respeitar algum tabu, etc. Não necessariamente retribuir com pagamento em dinheiro. Embora tal atitude, muitas vezes, seja mais prática e descomprometida, tanto para o consultor, quanto para o consulente.” (Márcio de Jagun, “Odù: Os Yorùbá e o Destino”, Instituto Ori, 2014, RJ). A moeda nigeriana atualmente é cahamada de kọ́bọ̀. V. ẹbọ; ifá; èṣù; òrìṣà; moeda corrente. dinheiro público – s. owó-òde: dinheiro público; tributos. diretor – s. aláṣẹ: diretor, elevada autoridade administrativa. discurso – s. wíwí: preleção, discurso, explicação, fala. distribuir – V. entregar. dívida – s. gbèsè. divisão – V. partilha. dólar – s. dọ̀là. Do inglês: dollar. domicílio – s. ọjọ̀. eleição – s. ìdìbò: eleição, escolha, sufrágio; ìyànfẹ́: eleição, escolha. emancipação – s. ìdàndè. embrulhar – v. fidì. empregado doméstico – V. serviçal. empréstimo – s. owó ti a yá. endereço – s. àkọlé: endereço; logradouro. V. residência. enfeite – s. ìṣọ̀ṣọ́: decoração, adorno, enfeite. V. ọ̀ṣọ́. entregar – v. fàlé: entregar, distribuir. envelope – s. àpò-ìwé. escritório – s. ibiṣẹ́, ilé iṣẹ́: escritório, gabinete, local de trabalho. Lit.: ilé (s. casa) + iṣẹ́ (s. serviço). escola – s. ilé ẹ̀kọ́: escola, curso. V. ilé-ìkọ́wé. escolha – s. ìdìbò: eleição, escolha, sufrágio. espiral – s. ìlà òṣùká: linha espiral; espiral. estábulo – s. ilé ẹṣin. estagiário – s. ọmọ ẹ̀hìn: discípulo, aprendiz, estagiário. estatuto – s. ìlànà: regulamento, estatuto. V. lei. estoque – s. àwọn nkan títà: artigos, estoque. Mesmo que ìṣọ́: estoque, depósito, local de guardar. etiqueta – s. tíkẹ́ẹ́tì: etiqueta, passagem. Do inglês: ticket. expulsão – ìléjáde: 1. s. expulsão, banimento; 2. s. forma de designar a pena de expulsão, aplicada como castigo a membros de um clã, ou Terreiro. V. punição. fábrica – s. ilé-iṣọ̀pọ̀. faculdade – s. ilé ẹ̀kọ́ gíga: faculdade, universidade. Lit.: ilé (s. casa) + ẹ̀kọ́ (s. aula) + gíga (adj. alto). V. kọ́lẹ́ẹ̀jì; yunifásítì. falência – s. ìbàjẹ́ owó. farmácia – s. ilé oògùn. feira – s. ọjà: feira, mercado. Mesmo que ọ̀bùn. férias – s. ìsimi, ou ìsinmi. Mesmo que ọlidé (modo atualmente usado). Do inglês holiday. fiador – s. onígbọ̀wọ́: avalista, fiador. fiança – s. ọfà: fiança, penhor. fila – s. títò: fila, formação em fila. formulário – s. fọ́ọ̀mù. fórum – s. ilé ẹjọ́: corte, tribunal, fórum. fraude – s. ayédèrú: fraude, falcatrua. V. corrupção. freguês – V. cliente. frete – s. ẹrù ọkọ̀. Ọkọ̀ ẹrù: caminhão. V. carregamento. função – s. ipò: cargo, função, posto. V. oyè. fundação – s. ìpilẹ̀: fundação de algo, começo, origem. fundo de reserva – s. owó-ìsingbẹ. galpão – s. búkà – s. galpão, silo, local de venda de gêneros alimentícios. Mesmo que sọ̀ọ́bù. V. armazém. garagem – s. ilé ọkọ̀. gerente – s. alábojútó: gerente, inspetor. governo – V. administração central. grátis – s. ọ̀fẹ̀: grátis, gratuito. greve – s. dá iṣẹ́ dúró. Lit.: dá (v. abandonar) + iṣẹ́ (s. serviço) + dúró (v. ficar de pé). honorário – s. owóṣẹ́: honorário; dinheiro pago por trabalho realizado. V. salário; ordenado mensal. hotel – s. ilé èrò. Lit.: ilé (s. casa) + èrò (s. peregrino, viajante). V. quarto. igreja – s. ilé ọlọ́run. imóvel – adj. e s. láìlèyí. impeachment – V. impedimento. impedimento – s. ìdíwọ́: impedimento, contra tempo, impossibilidade, impeachment. imposto – s. àbulé: taxa; tributo; imposto; multa. V. owó-ọdún; owó- dídá; dá èésú; ìṣákọ́lẹ̀. imposto anual – s. owó-ọdún. V. taxa anual; imposto. imposto de pessoa física – s. owó-orí: imposto de pessoa física; imposto pessoal. inadimplência – s. àìsan: falta de pagamento: inadimplência. indenização – s. ìdáwó padà. Mesmo que ètùtù: reparação, indenização. informação – s. ìwífún. inspetor – V. gerente. júri – s. onígbẹ́jọ́: júri, comitê julgador. V. tribunal. juros – s. èlé: juros, usura,mora. ladrão – s. akólé, kólékólé: ladrão, larápio, assaltante. V. criminoso. lápis – s. pẹ́nsùlù. Do inglês pencil. V. caneta. lei – s. ìlànà-òfin: lei, ordenação. Mesmo que òfin: estatuto, regulamento, regra, lei. V. estatuto. líder – s. olórí àjọ: líder, o que comanda uma reunião, ou tarefa. V. chefe. litro – s. lítà. livraria – s. ilétàwé. livro – V. papel. local de trabalho – V. escritório. logomarca – V. marca. loja – s. ilé-itàjà. Mesmo que ṣọ́bù (do inglês: shop). loja de presentes – s. ilé ẹ̀bùn. loja de roupas – ilé aṣọ: 1. s. quarto de costura; 2. s. loja de roupas e tecidos. lucro – s. èrè: lucro, dividendo. mapa – s. awòran. máquina – s. ẹ̀rọ. Máquina, mecanismo, arte, habilidade. marca – àmì, ìbú: sinal, símbolo, insígnia, marca. V. àmì. mediador – s. onílàjà: mediador, intercessor. mercado – V. feira; super mercado. mercado financeiro – s. ọjà àtowó. mercadoria – s. ọjà títà. mentira – s. ìbúra èké: mentira; inverdade; falso testemunho; perjúrio. V. séhùn. miséria – s. àre: miséria, infortúnio. moeda corrente – s. owó-ìná. V. dinheiro. multa – s. owó èlé: multa, mora. V. imposto. museu – s. ilé-ọnà. Mesmo que mùsíọ̀mù: do inglês: museum. negociante – s. oníṣowó: negociante; comerciante. negociar – v. dákọ: negociar algo, comprar ou vender. negócio – s. ìnájà: negócio, venda, transação comercial. V. comércio. notícias – s. làbárì. notificação – s. ìfilọ̀: notificação, publicação. núcleo – s. ìkóríjọsí. V. conselho. operário – s. òṣìṣẹ́. oportunidade – s. rójú: chance, oportunidade. ordenado mensal – s. owó-oṣù. V. salário; honorário. padaria – s. ilé bùrédì. pagamento – s. isan. pagamento à vista – s. owó-lọ́wọ́: pagamento em espécie; pagamento à vista. palácio do governo – s. ilé gómìnà. papel – s. ìwé: papel, livro, carta, publicação. Usa-se também tákàdá (do hauçá: tákàrdá). partilha – s. ìpín: partilha; divisão; dosagem; lote; gleba; porção. passagem – s. tíkẹ́ẹ́tì: etiqueta, passagem. Do inglês: ticket. pedido – s. ẹ̀bẹ̀: pedido, súplica, petição. peixaria – s. ìṣọ́ ẹjá. penhor – V. fiança. perjúrio – V. serrun. pessoa poderosa – s. alágbára. petição – V. pedido. pioneiro – s. àkọ́wá, ìkọ́wá: pioneiro, o primeiro a chegar. placa – s. pákó; s. pátákó: placa, quadro, aviso. pobre – s. olóṣì. pobreza – s. òṣì. política – s. ìṣèlú. porta voz – V. procurador. posto de gasolina – s. ilé epo. poupança – s. owó-ìṣúra. prateleira – pẹpẹ: 1. s. prateleira, estante, suporte para objetos; 2. s. altar. V. pẹpẹlé. prazo - s. àsìkò. prejuízo – s. ìbàjẹ́ ọjà. Lit.: negócio ruím = ìbàjẹ́ (s. podridão) + (s. negócio). Mesmo que òfò. preleção – V. discurso. preposto – V. procurador. presente – s. ẹ̀bùn: presente, brinde. prestação – s. san díẹ̀díẹ̀. prisão – s. ilé ẹ̀wọ̀n. V. cadeia. processo – s. ètò: processo, ação judicial. procurador – s. alágbàṣo: porta voz; representante; procurador de interesses de outrem. Mesmo que aṣójú: representante, preposto. Procuração: ilédè. V. aṣójú. produtivo – V. rico. produto – s. ẹ̀sún. profissão – s. ìjẹ́wọ. projeto – s. ìgbèrò. promessa – s. ẹ̀jẹ́: promessa; comprometimento. promoção – V. contratação. pronunciamento – s. sísọ: pronunciamento, fala. protesto comercial – s. ìkìlọ. publicação – s. ìfilọ̀: notificação, publicação. V. papel. público – adj. tìlú: público, o que pertence à comunidade. punição – s. ìjẹníyà: castigo; punição, correção. Numa religião extremamente hierarquizada e disciplinadora como o Candomblé, existem vários tipos de correções e castigos às infrações rituais, bem como àquelas de comportamento social. Os próprios deuses (enquanto energias primordiais), por vezes, realizam adequações que reequilibrem a harmonia social e natural. Outros castigos são aplicados por autoridades do Terreiro, por conta do descumprimento de protocolos. Punições aplicadas por autoridades do Terreiro, ora assumem papéis lúdicos, tomando forma de brincadeiras, ora assumem caráter mais severo, como advertência (ìlọ̀ kìlọ̀), suspensão (yẹ̀sílẹ̀) e até expulsão (ìléjáde). Porém, em qualquer caso, são sempre didáticos em relação aos valores culturais e religiosos para toda a comunidade. Não há ritos específicos para a aplicação de castigos. São costumes, práticas e regras consolidadas em tradições de cada Casa de Candomblé. V. hun; ìlọ̀ kìlọ̀; yẹ̀sílẹ̀; ìléjáde; jẹníyà. quantia – s. ojúwó: quantia, valor em dinheiro. quarto – s. ilé ìbùsùn, ilé-ìsùn: dormitório, quarto. V. hotel. queixa – ìgbò: 1. s. colisão; choque; 2. s. queixa; reclamação. rebelião – s. tẹ̀mbẹlẹkún: rebelião, intriga, conspiração. V. conspiração. recibo – s. ìwé ẹ̀ri owó: recibo de pagamento. reclamação – V. queixa. recompensa – s. ìsanpadà: recompensa, retribuição. regente – s. adélè-ọba: regente, interino. V. substituto. regulamento – V. estatuto. relatório – s. ìgbúró. renda – s. owó-wíwọlé. representante – V. procurador. residência – s. bùjókó: residência, pouso. V. endereço. restaurante – s. ilé onjẹ. reunião – s. àwọ́jọ. V. ìpàdé; concílio; conclave, assembleia. rico – s. olówó: rico, pessoa com dinheiro. Lẹ́tù: adj. rico, produtivo, fértil. Riqueza: ọlà. salário – s. owó-iṣẹ́. V. ordenado mensal; honorário. sapataria – s. ilé bàtà. selo – V. carimbo. separação – s. ìyapa: dissidência, cisma, divisão por incompatibilidade de ideias. serviçal – s. wúsìn. Usa-se ainda: ọmọ̀dọ̀: doméstico(a), criado(a), serviçal. Lit.: ọmọ (s. filho) + ọ̀dọ̀ (adv. junto a). serrun – v. séhùn: perjurar, quebrar juramento. Lit.: sé (v. errar) + ohùn (s. voz). O perjúrio era considerado crime entre os yorùbá. O empenho da palavra tinha grande valor, sobretudo porque em uma cultura oral, o contrato firmado, era a própria palavra. Descumprir normas sociais e religiosas, tinham o mesmo impacto, sendo igualmente considerados atos criminosos. V. ìbúra (s. juramento); V. ìbúra èké (s. falso juramento); kárò. símbolo – V. marca. sociedade – ẹgbẹ́: 1. s. comunidade; sociedade; associação. V. sócio; 2. s. forma de se referir à comunidade religiosa que pertence a um Terreiro. V. ìdílé òrìṣà; ará ilé òrìṣà. sócio – ẹnìkéjì: 1. s. sócio, amigo, assistente. V. sociedade; 2. s. duplo etéreo. V. ẹnìkéjì. sonegar – v. fidù: negar; sonegar algo; não compartilhar. suborno – s. rìbá. subsídio – s. owó-ìranlọ́wọ́. substituto – s. agbipò, ou agbapò. Mesmo que arọ́pò. V. regente; sucessor. sucessão – s. rírọ̀pò: sucessão, ato de suceder alguém. sucessor – s. arọ́pò. Mesmo que agbipó. V. substituto, regente. superintendente – s. olùbójútó. super mercado – s. ọjà gígun. V. mercado. supervisor – s. olùtọ́, olùtọ́jú: responsável por algo; coordenador; supervisor. suspensão – yẹ̀sílẹ̀: 1. v. afastar, desapontar, discriminar; 2. s. forma de designar a pena de suspensão, aplicada como castigo a membros de um clã, ou Terreiro. V. punição. taxa – V. imposto. taxa anual – s. ìṣákọ́lẹ̀: taxa anual paga ao soberano da cidade, pelo direito de usar uma gleba de terra. V. imposto; imposto anual. tesoureiro – akápò: 1. s. tesoureiro. Lit.: a (pref. aquele que) + kọ́ (v. pendurar) + àpò (s. bolsa). Mesmo que afowópamọ́ e àpòwómọ́; 2. s. denominação da bolsa levada nos ombros pelos sacerdotes de Ifá. V. ifá. tesouro – s. ìfiṣúra. trabalho – s. iṣẹ́: trabalho, ofício, ocupação. Mesmo que ojúṣẹ́. transação comercial – V. negócio. tribunal – s. ilé ẹjọ́: corte, tribunal, fórum; s. kóòtù: côrte, tribunal. do inglês: court. V. júri. tributo – V. imposto. trôco – èsì: 1. s. réplica, contestação; 2. s. trôco. união – s. ìsomọ́ra: união, ajuntamento. unanimidade – s. ìfinúṣọ̀kan: unanimidade, acordo. universidade – V. faculdade. vacância – V. cancelamento. valor – s. rírì: importância em dinheiro, valor. vencimento – s. ìparí. vendedor – s. olùtà; s. alágbàtà: vendedor ambulante; mascate. venda – V. negócio. vender – V. negociar. viajante – s. aràjò. V. viajante. viagem – s. ìrìn-àjò: viagem, jornada. V. viajante. voto – ìbò: 1. s. voto; 2. s. tipo de árvore; 3. s. largura. ALIMENTOS E BEBIDAS abacate – s. èso pià. abacaxi – s. ọ̀pẹ òyìnbó. Designa também ananás. abóbora – s. apàla. A mesma palavra também designapepino. Mesmo que elégédé. adin – s. óleo extraído do caroço do dendezeiro. V. azeite de dendê. acarajé – s. àkàràjẹ̀. Bolinho frito. Comida litúrgica feita à base de feijão fradinho. Comida votiva predileta do Òrìṣà Ọya. mesmo que àkàrà; derivado da expressão: àkàrà n´jẹ = “comendo àkàrà”, utilizada pelas chamadas escravas de ganho, ao venderem este quitute nas ruas; comida litúrgica do Candomblé feita à base de feijão fradinho descascado e moído batido com água, temperado com camarão seco socado, cebola ralada e sal até formar uma pasta que, após descansar, é frita em formato de bolas no azeite de dendê. O “acarajé” transformou-se em prato típico da culinária brasileira e foi tombado desde 2004 pelo IPHAN como patrimônio nacional imaterial, assim como o ofício das baianas que preparam e vendem este quitute. O “acarajé” concerne em si a força do alimento ritual da divindade guerreira Ọya, bem como a força aguerrida das mulheres negras que fizeram desta iguaria um elemento de resistência secular, através do qual juntaram recursos para comprar a alforria dos seus familiares e amigos e, através dos tempos para sustentar suas famílias e formar seus filhos. acidez – s. ìpẹ̀kan. açúcar – s. iyọ̀ ìrèkè. Designa também doce. Mesmo que ṣúgà (do inglês: sugar). Usa-se também a expressão iyọ̀ òyìnbó. Lit.: iyọ̀ (s. sal) + òyìnbó (s. abacaxi). açúcar mascavo – s. iyọ̀ ìrèkè dudu. água – s. omi. Elemento feminino que representa a vida e a fecundidade. A água, embora sutil, demonstra perseverança e poder, através dos rios e mares. A placidez dos lagos e lagoas, proporciona serenidade e abastece os Seres Vivos do essencial. A água está presente em todos os ritos do Candomblé, dos iniciáticos, aos fúnebres. Quando um adepto morre, o primeiro ato é derramar a água contida nas quartinhas de seus elementos de culto, demonstrando que a vida se foi. Os Òrìṣà ligados ao elemento água, são: Yemọja, Yẹwà, Ọ̀ṣùn, Ọbà, Lógun (terra e água), Òṣùmàrè (terra e água) e Òṣàlá (água e ar). água doce – s. omi dídùn. água fria – s. omi tútù. Designa “água fresca”, no sentido de novos caminhos, boas novas. Ex.: Omi tútù! (Um novo e positivo ciclo!). água gelada – s. omi dídì. água quente – s. omi gbígbóná, ou omi nhó. aipim – s. ẹ̀gẹ́, pákí. Mesmo que gbágùda (mandioca). alimento – s. onjẹ, ounjẹ. Designa também comida, refeição. alho – s. aayù. almoço – s. onjẹ-ọ̀sán. alua, arua – s. aluá, aruá. Bebida alcoólica feita à base de milho (ou pão) fermentado em água, com açúcar mascavo, gengibre e cravo, servida em rituais de Candomblé. ameixa – s. èso igi iyeyè. amendoim – s. ẹ̀pà. Denomina também soja. Ẹ̀pà, é o nome dado a uma comida votiva utilizada no Candomblé para ofertar ao Òrìṣà Ọdẹ que consiste em amendoim descascado servido cru. arroz – s. ìrẹ́sì. arroz doce – s. ìrẹ́sì-dídùn. Denomina também uma comida litúrgica do Candomblé oferecida ao Òrìṣà Nàná, feita à base de arroz branco cozido apenas na água, mexendo bem até ficar empapado e depois de pronto, adicionar mel. arua, alua – s. aluá, aruá. Bebida alcoólica feita à base de milho (ou pão) fermentado em água, com açúcar mascavo, gengibre e cravo, servida em rituais de Candomblé. assado – adj. sísun. azedo – adj. òṣónú. Designa também pessoa malcriada. azeite – s. epo. Também designa óleo. V. óleo de soja. azeite de dendê – s. epo pupa ou yánkò. V. epo pupa; ẹ̀jẹ̀ pupa; adin. azeite doce (de oliva) - epo dídùn, ou òróró. bacalhau – s. ẹja gbígbẹ́. Designa também peixe seco. Mesmo que pangíla. banha – s. ọ̀rá. Designa também gordura, sebo. Mesmo que sìnkìn. batata – s. pòtétò. Do inglês: potato. Purê de batata: pòtétò lílọ̀. batata doce – s. ànàmọ́. Mesmo que kúkúndùnkún, òdùkún e ànàmọ́. batata doce branca – s. òdùkún funfun. O termo denomina também uma comida litúrgica do Candomblé oferecida ao Òrìṣà Òṣùmàrè, constituída por batada doce branca cozida e posteriormente pilada e moldada em formato de cobra. bebida – s. mímu. bebida alcoólica – s. ọtí (bebida alcoólica, aguardente), ou mímu ọtí. Lit.: mímu (s. bebida) + ọtí (bebida, bebida alcoólica). bebida fermentada – s. fúrá. Trata-se de uma bebida de teor alcoólico produzida a partir da fermentação do milho branco, ou do arroz, adocicada com mel. Mesmo que ọtí ògidì. berinjela – s. ìgbá òìbó. Mesmo que ikàn. bertalha – s. ẹ̀fọ́ òyìnbó. bolo (torta) – s. keeki. cacau – s. kòkó. café – s. kọfí (do inglês coffe) – forma moderna. Mesmo que omi dúdú (forma tradicional) e ọwọ́ idẹ. V. ọwọ́ idẹ. café da manhã – s. onjẹ-àárọ̀. caju – s. ẹ̀kajú. Denomina também castanha de caju. Cajueiro: ẹ̀jọjú. caldo – s. àsèmu. Caldo ralo, sopa rala. Este termo também designa chá. Mesmo que àgbọ́nmu (sopa rala). Sopa grossa: àsèki. Sopa: ọbẹ̀. caldo de carne – s. omi ẹran. camarão – s. edé, ou idé. Designa também lagosta (edé nlá = camarão grande; ou alákàṣà), lagostinha, caranguejo e siri. canjica – s. ègbo, ou yangan. A canjica é uma comida litúrgica do Candomblé oferecida a várias divindades Feita de milho branco cozido em água e sem tempero, constitui-se no prato predileto do Òrìṣà Oṣàlúfọ́n. Mesmo que yangan. A palavra ègbo, ainda pode significar ferida, úlcera. V. oṣàlúfọ́n; milho. caranguejo – s. edé, ou idé. carne – s. ẹran, ẹranko. Significa também animal. carne assada – s. ẹran sísùn. Usa-se também para denominar guisado. carne de caça – s. ẹran ìdẹ̀gbẹ́. carne crua – s. ẹran láìsè. carne defumada – s. ẹran ẹ̀gbẹ. Mesmo que ẹran gbígbe (carne seca) e ẹ̀gbẹ (comida cozida, ou defumada). carne no espeto – s. sèré. carne fresca – s. ẹran tútù. Ou carne crua. carne frita – s. ẹran díndín. Designa também bife de carne ou de carré. carne moída – s. ẹran lílọ̀. carne de peito – s. ẹran àiya. carne de peixe – s. ẹran ẹja. carne do pescoço – s. ẹran ọ̀rùn. carne seca – s. ẹran gbígbẹ́. Mesmo que ẹran ẹ̀gbẹ (carne defumada) e ẹ̀gbẹ (comida cozida, ou defumada). casca – s. ìyangbẹ. cebola – s. àlùbọ́sà. cenoura – s. karọti. cerveja – s. ọtí bíà. cerveja de milho – s. ṣẹ̀kẹ̀tẹ́. chá – s. àsèmu. Esta palavra também designa caldo ralo, ou sopa rala (àgbọ́nmu). Mesmo que tíì (do inglês: tea) – expressão moderna. chiclete – s. gọ́mù: goma de mascar: chiclete. coalhada – s. wàràkàṣì. coca cola – s. kóòkì. côco – s. àgbọn. Comida litúrgica do Candomblé oferecida aos Òrìṣà Ọdẹ e Ibéjì, que consiste em fatias de côco cru servidas puras, ou como enfeite do prato principal. comida – s. onjẹ, ounjẹ. Designa também alimento, refeição. comida crua - s. àìsè. comida seca – s. onjẹ bílẹ̀. Designação genérica das comidas litúrgicas (cruas ou cozidas) feitas sem a realização de sacrifícios animais, utilizadas em rituais de Candomblé oferecidas a diversas divindades. Resume todo alimento que provém da terra: grãos, frutas, legumes. V. àìsè. comida defumada – s. ẹ̀gbẹ́. Denomina também comida que foi salgada para não estragar. Ẹran ẹ̀gbẹ (carne defumada) = ẹran gbígbe (carne seca). cozido – adj. sísè. creme – s. ìréjúwàrà: creme, nata. cru – s. àìsè. doce – s. onjẹ-dídùn. Lit.: onjẹ (s. comida) + dídùn (adj. adocicado). espiga de milho – s. odidi àgbàdo, eríkà, ou erín ìgbado. Milho: àgbàdo; Sabugo de milho: pòpórò àgbàdo; Cabelo de milho: háríhá; Milho Torrado: àgbàdo súnsun; Milho Verde: àgbàdo tútù. As palavras àgbàdo, eríkà, erín ìgbado, são usadas também para designar uma comida litúrgica do Candomblé oferecida aos Òrìṣà Ọdẹ e Ọ̀sányìn constituída por espigas de milho cruas ou cozidas. espinafre – s. ẹ̀fọ́ tẹ̀tẹ̀. farinha de mandioca – s. láfún. farinha de trigo – s. fulowa. farinha de mandioca (cozida) – s. gàrí. farofa – s. pàdé: farofa de dendê. Comida litúrgica do Candomblé oferecida ao Òrìṣà Èṣù, feita à base de farinha de mesa crua misturada com dendê, ou com mel, ou com água, ou com cachaça. Mesmo que amia(n). A palavra pàdé, também significa o verbo reunir; encontrar. favo de mel – s. afárá oyin. feijão – s. erèé, ou ẹ̀wà. A palavra erèé, também significa rins. feijão branco – s. ẹ̀wà awujẹ, ou ẹ̀wà funfun. feijão fradinho – s. erèé tìróò, ẹ̀wà àkàrà. feijão mulatinho – s. ẹwẹ, erèé. Designação genérica dosfeijões castanhos (popularmente conhecido como feijão de mel, na Nigéria). feijão preto – s. ẹ̀wà dúdú. Designa também uma comida litúrgica do Candomblé oferecida aos Òrìṣà Èṣù e Ògún, feita à base de feijão preto cozido e refogado com dendê, cebola ralada e pimenta da costa. figo – s. àbà. fubá – s. àgbàdo lílọ̀. Mesmo que ìgbàdo. frango (a) – s. adìẹ. frito – adj. dídín. fritar (tostar) – v. dín. O mesmo verbo significa também “diminuir”. V. dí. fruta – s. èso. Cacho de fruta: gbangba. Designa também molho ou ramo de planta. frutos do mar – s. ẹran omi. galinha (adulta), ou que já botou ovo – s. àgbébọ̀. V. frango(a). galinha assada – s. adìẹ sísun. V. galinha; frango. gengibre – s. atalẹ̀. 1. s. Zingiber officinale. Largamente utilizado na farmacologia yorùbá no combate a: gripe, resfriado, tosse, gota, artrite, dores de cabeça e coluna, congestão nasal, cólicas menstruais, males da garganta, má digestão de alimentos gordurosos. A tradução do nome desta planta em yorùbá significa “planta que tem o poder de iluminar”. A referência se dá tanto à iluminação do corpo, quanto do espírito. A iluminação física, está associada ao sabor picante de seu rizoma, o qual remete ao elemento fogo (que iumina e aquece). A iluminação espiritual está ligada à capacidade que esta espécie tem de fazer suas folhas encontrarem a luz, saindo de dentro da terra; 2. s. corretor de imóveis, vendedor de terrenos. gergelim – s. yànmọ̀tí. goiaba – s. gọ́ba. Goiabeira = gúrọ́bà. gordura – s. sìnkìn. A mesma palavra pode designar gorduroso (adjetivo). Mesmo que ọ̀rá. grão – s. ehóro, ewóro. ingredientes – V. molho. inhame – s. iṣu. Dioscorea rotundata. Folha do inhame: ewé ọdọ́. Base da alimentação dos yorùbá. Seu plantio e colheita são repletos de ritos e liturgias a diversas divindades, conforme reproduzido na Cerimônia Anual das Águas de Òṣàlá, realizada nos Terreiros da Nação Kétu. O inhame fez o Homem inventar o pilão. Por isso, o uso da sua folha é ligado ao potencial criativo e realizador. Também é usado com o propósito de unir famílias, pois os clãns se juntavam para degustar o inhame. Há uma espécie de ihame denominada como ọdọ́. V. inhame pilado; inhame doce; àwọn omi òṣàlá; òṣàgiyán. inhame doce - s. àbàjẹ (espécie de inhame adocicado). Mesmo que iṣu. V. inhame pilado. inhame frito – s. ìdùndùú. Mesmo que iṣu dídín. Iṣu dídín também designa uma comida litúrgica do Candomblé oferecida ao Òrìṣà Lógunède que consiste em inhame partido em rodelas e frito, servido sobre uma vasilha contendo metade àṣòṣò e metade òmòlòkún. O prato é enfeitado com fatias de ovos cozidos e lascas de coco maduro. inhame pilado – s. iyán. jantar – s. onjẹ-alẹ́. jiló – s. ìgbá. lagosta – s. alákàṣà, edé, ou edé nlá (= camarão grande). lanche – s. onjẹ àárọ. Designa refeição vespertina (da tarde). laranja – s. oronbó. Mesmo que ọsàn (designa laranja e laranjeira). legume – s. ewébẹ̀. A mesma palavra designa também vegetal (ẹ̀fọ́). leite – s. wàrà. leite materno – s. wàrà ọmú. limão – s. oronbó-wẹ́ẹ́, ou ọsàn-wẹ́wẹ́ (lima; limão). litro – s. lítà. maçã – s. ápùùlù, ou èso kan bí orò òyìnbó. Lit.: èso (s. fruta) + kan (adj. ácido) + bí (v. distribuir) + orò (s. costume) + òyìnbó (s. homem branco). mamão – s. ṣígù, ìbẹ́pẹ. mandioca – s. gbágùda. Mesmo que ẹ̀gẹ́, pákí (aipim). manga – s. mángòrò, mọ́gòrò, òró òyìnbó, séri. Designa também mangueira. manteiga – s. bọ́ta. Mesmo que òrí-àmọ́ (manteiga feita a base de leite). manteiga de carité – s. ọ̀ra orí. Chamada também de banha de orí. Elemento utilizado nos rituais à cabaça (Orí). V. òrí. manteiga vegetal – s. òrí. mel – s. oyin. melão – s. ẹ̀gúsí. Designa também comida litúrgica do Candomblé oferecida ao Òrìṣà Lógun ẹ̀de feita à base de um melão cru, sem o tampo e sem o miolo, recheado com arroz branco cozido. mamão – s. ìbẹ́pẹ. maracujá – s. kankìnse. milho – àgbàdo: 1. s. milho. Zea mays. Odidi àgbàdo, ou eríkà (espiga inteira); pòpórò àgbàdo (sabugo de milho); háríhá (cabelo do milho); àgbàdo súnsun (grãos de milho torrados). O milho torrado é também usado em banhos para prosperidade. Outra espécie largamente utilizada no Candomblé, é o milho branco (àgbàdo funfun). O milho branco é a base para a confecção de duas das mais importantes comidas votivas do Candomblé: o àkàsà e o ègbo, as quais agradam a todos os Òrìṣà. Segundo um ìtàn, o milho branco foi protegido pelo Odù Éjì Ọlọ́gbọn Méjì, que o resguardou da ação dos Homens e dos pássaros, reservando-o para as divindades. As folhas do milho (de qualquer espécie), servem para banhos de prosperidade, fartura e fertilidade; 2. s. comida litúrgica do Candomblé oferecida aos Òrìṣà Ọdẹ e Ọ̀sányìn feita a base de milho vermelho cru ou cozido. V. yangan; kùùkú; ọdẹ; ọ̀sányìn; àkàsà; ègbo. milho branco – V. milho. milho cozido – s. lángbé. milho em grão (debulhado) – s. kùùkú. milho torrado – s. àgbàdo súnsun. milho verde – s. àgbàdo tútù. mingau – s. ìbẹ̀tẹ̀. Designa mingau feito de aveia, ou papa. Mesmo que ògì. miúdos – s. ìfun. Designa também intestino, vísceras, entranhas. Estômago: agbẹ̀dù. moído (amassado) – adj. lílọ̀. Ex.: tòmátì lílọ̀: molho de tomate. molho – s. èlò ọbẹ̀: molho, ingredientes, especiarias. molho de tomate – s. tòmátì lílọ̀. Lit.: tòmátì (s. tomate) + lílọ̀ (adj. moído). Tomate: tòmátò, tòmátì, tùmáatì. mostarda – s. ewé látípa. Lit.: ewé (s. folha) + lá (v. lamber) + tìpa (adv. com esforço). nata – s. ọ̀rá wàra; ou ìréjúwàrà: creme, nata. óleo – s. epo, òróró. Também designa azeite. V. azeite. óleo de soja – s. òróró ẹ̀pà. omelete – s. omulẹti. Do francês: omelette. ostra – s. ìsán. ovo – s. ẹyin. O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais, denominada macro-gameta. É o rudimento de um novo ser organizado, significando o primeiro produto do encontro dos dois sexos, através do qual desenvolve a possibilidade de existência de um terceiro Ser. É o principal símbolo de fertilidade, utilizado em vários ritos do Candomblé, sejam ẹbọ de limpeza, comidas litúrgicas e ritos iniciáticos. Serve para retirar energias negativas, assim como para reativar as positivas, valendo-se para atrair prosperidade. O ovo pode ser de três tipos, conforme a cor de sua casca: casca azul (ẹyin dúdú: representando o sangue preto, relacionado à escuridão, às profundezas da terra e dos mares); casca vermelha (ẹyin pupa: representando o sangue vermelho, associado ao fogo, ao poder criador); casca branca (ẹyin funfun, representando o sangue branco, relacionado à renovação, à explosão de luz). Ẹyin, é compreendido em 4 partes: a casca (que representa o útero); a membrana interna (que representa a placenta); a clara (o cordão umbilical); a gema amarela (que representa o novo ser). A força germinal contida no ovo, está associada à energia das Ìyámi. Nas oferendas a estas, o ovo jamais deve ser quebrado, ou cozido. Tal fato constitui afronta às Senhoras dos Pássaros, provocando sua revolta. Os ovos de diferentes aves, possuem também distintas funções e energias: ovo da pata (ẹyin pẹ́pẹ́iyẹ): é um símbolo de grande vitalidade e força, afastando assim Ikú – a morte, àrùn – a doença e quaisquer outras perdas. É um dos interditos de Ikú. Pode ser utilizado cru em ẹbọ para saúde e contra a morte. É usado cozido, para ser posteriormente esfarinhado juntamente com èkuru, para atrair vitalidade. A casca dos ovos de pata, seca ao sol e transformada em pó, é utilizada nos igbá orí e nos ìdí òrìṣà (que tenham relação com a morte); ovo de galinha (ẹyin adìẹ): tem o poder de limpar energias negativas (da pessoa, ou do ambiente) e de atrair o poder da transformação, renovação e abundância; ovo de codorna (ẹyin àparò): neutraliza feitiços. Pode ser utilizado cru: para passar no corpo, ou para ser depositada em vasilhas com água, para limpar ambientes; ovo de galinha d´angola (ẹyin ẹtù): atrai sorte, sucesso e prosperidade; ovo de pomba (ẹyin ẹiyẹlé): atrai paz, harmonia e tranquilidade. V. ẹ́jẹ́; ìyámi; aworo; ikú. pão – s. búrẹ́dì. Do inglês bread. V. àìwúkàrà. V. pão ázimo; pão branco. pão ázimo - àìwúkàrà . Espécie de pão feita
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