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SUS e Saúde Coletiva - 01 Patrícia Ramos

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Escola Técnica Deputado Juarezão
Disciplina: Sistema Único de Saúde e Saúde Coletiva Curso: Técnico de Enfermagem
Professor: Patrícia Ramos
Turmas: Sub A 2022 1 e Sub B 2022 1 Estudante:
Iniciaremos a nossa jornada de aprendizado sobre o Sistema Único de Saúde, sua história, sua realidade e como funciona. Espero que todos gostem e façam bom proveito do material didático.
O quadro acima é a ementa da disciplina. Prevê o nosso conteúdo e os objetivos de aprendizado para esta disciplina.
SUS E SAÚDE COLETIVA – PARTE 1
Tema: História da Saúde no Brasil, Reforma Sanitária e SUS, Constituição Federal, Leis Orgânicas da Saúde (8.080 e 8.142).
Objetivos: Compreender o processo histórico e o contexto de criação do SUS.
Introdução: O sistema único de saúde – SUS é responsável pelos serviços de saúde voltados a população brasileira, abrangendo todo o território nacional. Quando pensamos em saúde rapidamente pensamos apenas na melhora de uma pessoa doente, mas a recuperação é apenas um dos objetivos do SUS. Ele também
é responsável pela prevenção, reabilitação (quando ocorrem sequelas por exemplo), acompanhamento (quando existe uma doença crônica) e até mesmo os cuidados paliativos (quando o paciente está em uma situação grave que não tem chance de cura). Então conhecer e entender o SUS é importante para qualquer profissional de saúde, estudantes e todo o cidadão, na garantia dos seus direitos para um serviço de qualidade e acesso de saúde a todos os brasileiros.
O SUS tem sua existência declarada a partir da lei 8.080 mas isso aconteceu somente em 1998. Mas e antes disso? Como eram atendidas as pessoas que precisavam de serviços de saúde? É necessário entender o que aconteceu antes, com a intenção de valorizar e fortalecer o SUS que temos hoje. Trata-se do início do nosso conteúdo: A história da saúde pública no Brasil. Antes peço a todos que reflitam nas condições de vida atuais e tentem imaginar como eram a pelo menos 500 anos atrás. É o nosso ponto de partida.
Período Pré-Colonial:
Antes do período de invasão portuguesa às terras indígenas, diversas sociedades já se encontravam no território que hoje temos o Brasil. Cada etnia ou cada povo indígena ainda hoje tem a forma de interpretar e cuidar das doenças que podem acometer o corpo ou mente. Importante notar que a visão de doença e cura estarão intimamente ligados com a visão cultural e religiosa de cada povo. Os pajés eram os responsáveis pelas curas com grande destaque para a influência religiosa-espiritual que era dada as doenças existentes. Os tratamentos prescritos eram a base de ervas e folhas, chás, porções, benzimentos, entre outros. Antes da chegada dos invasores europeus diversas doenças eram desconhecidas pelos indígenas.
Período ColoniaL – 1530 a 1815.
O modelo de atenção à saúde no Brasil resultou, desde o seu início, de trocas e apropriações de experiências entre europeus, índios e africanos, particularmente no que tange à prática curativa. Com o processo de expansão marítima europeia, iniciado nos séculos XV e XVI, ocorreu um significativo aumento na circulação de mercadorias e contatos entre os povos, mas também houve uma verdadeira “união microbiana” com um novo trânsito de doenças entre territórios distintos.
Com a chegada dos portugueses à Terra de Santa Cruz, um mundo novo e desafiante se formava, em relação às enfermidades. Aqui, juntaram se à malária, doença tropical, até então desconhecida para os europeus, aquelas trazidas pelos colonizadores, como peste bubônica, cólera e varíola e, posteriormente, com a chegada dos africanos, a flariose e a febre amarela. Um cenário preocupante foi-se desenhando, pois era frágil o conhecimento acerca da transmissão e do controle ou tratamento dessas novas doenças. Diferentes intervenções ou visões sobre as moléstias surgiam a cada momento. A diversidade racial, presente no Brasil desde a sua colonização, possibilitava um leque de opções de tratamentos, pois os índios, os colonizadores e posteriormente os negros, eram detentores de conhecimentos próprios para lidar com as enfermidades. Essas culturas, a partir de suas cosmovisões, ofereciam procedimentos terapêuticos peculiares para as moléstias que ocasionalmente os acometiam.
Desse modo, rezas, feitiços, plantas e ervas nativas, eram utilizados rotineiramente por pajés, na população indígena, e por curandeiros, na população negra, eram as únicas formas de acesso à saúde para a maioria da população. Algumas técnicas foram introduzidas aos poucos. Para quem poderia custear, havia a figura do prático ou barbeiro, que utilizava procedimentos avançados para a época, como sangria ou aplicação de sanguessugas, técnicas utilizadas por médicos europeus. Também da Europa, os Jesuítas trouxeram a prática médica da disciplina e do isolamento, para o tratamento dos doentes. Os portugueses não demoraram a implantar o modelo das Santas Casas de Misericórdia. As primeiras apareceram na capitania hereditária de São Vicente, em 1543, por Braz Cubas e em Salvador, em 1549, por iniciativa de Tomé de Souza. Na medida
em que avançava a colonização, foram criadas outras unidades semelhantes pelos Senhores chamados “homens bons”, associados às Irmandades da Misericórdia, sociedades civis constituídas por pessoas de posses, geralmente católicas, que se propunham a realizar determinadas obras sociais. No entanto, o cenário era de descaso para com a saúde. A mão de obra nesse início de colonização advinha da escravização indígena. Dessa forma, a assistência à saúde praticamente não apresentou mudanças com a chegada da nova mão de obra escrava, oriunda do continente africano. As pessoas adoeciam e morriam em suas casas, em instituições filantrópicas ou simplesmente ao léu, como morrem os animais.
Chegada da Família Real no Brasil 1807, declaração do Brasil como parte do Reino Unido de Portugal e Algarves:
Com a chegada da família real portuguesa e de sua corte em 1808, quando estavam tentando escapar da tropa de Napoleão Bonaparte, o Brasil começou a receber mais investimento em infraestrutura. Uma das primeiras medidas foi a criação dos cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química.
Profissionais começaram a se graduar no Brasil, substituindo médicos estrangeiros. A Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar de Salvador foram pioneiros no período.
Santas Casas de Misericórdia
Desde a época da colonização, as entidades religiosas foram determinantes para a implementação de tratamentos de saúde no território brasileiro. De acordo com a Confederação de Santas Casas de Misericórdia (CMB), movimentos da Igreja Católica, da Igreja Protestante, da Igreja Evangélica e da Comunidade Espírita, entre outras, têm 2,1 mil estabelecimentos de saúde espalhados por todo o Brasil.
Durante décadas, as Santas Casas de Misericórdia foram a única opção para pessoas que não tinham condições financeiras de pagar por médicos particulares, fundadas por religiosos e mantidas por meio de caridade e filantropia.
Brasil Império e o Período Pós-independência:
Em 1822, D. Pedro II declarou a independência do Brasil. Como imperador, ele transformou escolas em faculdades, fundou órgãos para fiscalizar a higiene pública e, especialmente na capital da época, Rio de Janeiro, promoveu diversas mudanças para higienizar o centro urbano.
No final do século XIX e início do XX, a cidade do Rio de Janeiro contou com diversas ações de saneamento básico e campanha de vacinação contra a varíola.
Ainda nessa época, o esgoto corria a céu aberto e o lixo não tinha o destino adequado, assim, a população estava sujeita a uma série de doenças.
As pessoas que tinham recursos financeiros eram atendidas pelas casas de misericórdia, pela caridade e pela filantropia, ou então buscavam socorro com curandeiros ligados as práticas culturais, religiosas e populares.
Proclamação da República – A partir de 1889.
Revolta da Vacina – Modelo Campanhista e Sanitarista.
Após a abolição da escravatura, em 1888, e a instauração da República do Brasil, em 1989, o Paíscontinuava sofrendo com epidemias e falta de saneamento básico. Sanitaristas nacionais, com destaque para Oswaldo Cruz, começaram a buscar soluções para melhorar esse cenário.
Para impedir que essas doenças se espalhassem, o governo destruiu casas, desalojou pessoas e tornou a vacinação obrigatória, o que ocasionou uma revolta em 1904. Carlos Chagas sucedeu a Oswaldo Cruz e conseguiu avançar com menos oposição popular.
Institutos de Aposentadoria e Pensões – 1930 e 1937
As Caixas de Aposentadoria e Pensões instituídas pela chamada Lei Elói Chaves, de janeiro de 1923, beneficiavam poucas categorias profissionais. Após a Revolução de 1930, o novo Ministério do Trabalho incorporou-as e passou a tomar providências para que essa garantia trabalhista fosse estendida a um número significativo de trabalhadores. Dessa forma, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) em junho de 1933, ao qual se seguiram o dos Comerciários (IAPC) em maio de 1934, o dos Bancários (IAPB) em julho de 1934, o dos Industriários (IAPI) em dezembro de 1936, e os de outras categorias profissionais nos anos seguintes. Em fevereiro de 1938, foi criado o Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE). A presidência desses institutos era exercida por pessoas livremente nomeadas pelo presidente da República.
Getúlio Vargas
Durante o período getulista houve mudanças no sistema para centralizar a saúde pública brasileira. O Ministério da Educação e Saúde foi criado e aplicou algumas iniciativas para controlar epidemias e endemias. A Constituição de 1934 concedeu assistência médica e “licença-gestante” para trabalhadoras.
Após 1945, os Institutos de Aposentadoria e Pensões expandiram suas áreas de atuação, que passaram a incluir serviços na área de alimentação, habitação e saúde. Essa ampliação de funções, porém, não foi acompanhada da necessária reformulação da sua gestão financeira, o que acarretou sérios problemas posteriormente. A falta de um planejamento central foi também responsável por graves disparidades na qualidade do atendimento oferecido às diversas categorias profissionais.
Ministério da Saúde e Conferências Nacionais
O Ministério da Saúde foi criado em 1953 com o objetivo de definir políticas públicas de saúde e melhorar o atendimento em zonas rurais. Na época também aconteceram as primeiras conferências sobre saúde pública
no Brasil, que tiveram um papel muito importante ao levantar a discussão sobre a criação de um sistema de saúde para toda a população, garantindo que o acesso à saúde fosse universal.
Saúde durante a ditadura militar - Modelo Curativista
Em 1970, apenas 1% do orçamento da União era destinado à saúde, e os cortes orçamentários resultaram na intensificação de doenças como dengue, meningite e malária. Em novembro de 1966, todos institutos que atendiam aos trabalhadores do setor privado foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Para reverter a situação, o governo criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), unindo todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930 e em vistas a melhor o atendimento médico, assim em novembro de 1966, todos institutos que atendiam aos trabalhadores do setor privado foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Constituição de 1988 e criação do SUS
Com a redemocratização do Brasil e a criação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado, criando uma base para o sistema público que temos atualmente. A Lei Federal
n. 8.080, de 1990, regulamenta o Sistema Único de Saúde com o objetivo de identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde, formular a política de saúde para promover os campos econômico e social e fazer ações de saúde de promoção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas. Neste ponto é necessário fazermos um recorte por anos e datas que correspondem a marcos históricos e legais que acabaram por contribuir na criação do SUS.
Panorama atual
O Sistema Único de Saúde é uma grande conquista para a população brasileira e se tornou um modelo para outros países. Entretanto, a falta de investimento financeiro e o mau gerenciamento resultam em diversos desafios: Falta de leitos de UTI, falta de leitos de internação geral, número insuficiente de profissionais de saúde, estrutura física precária e insuficiente, denúncias de corrupção na gestão do dinheiro público destinado ao setor, diversos dispositivos legais que não são cumpridos por falta de organização dos gestores e de dinheiro público, má vontade política. Quando pensamos em tantos problemas esquecemos o tamanho do SUS e o número de atendimentos realizados. Se tudo acontecesse em uma situação ideal, com o mínimo de falhas o cenário seria muito diferente e nosso sistema seria mais forte e eficiente.
Referência Bibliográfica:
Paim, Silva Jairnilson; Et al. O que é o SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2015. 93p. (Coleção Temas em Saúde)1. Disponível em: < http://www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/sus/1/>
Jornal Estadão. Evento SUMMIT Saúde Brasil 2020. Conheça a história da saúde pública no Brasil. Saiba como a saúde pública se desenvolveu e quais são os desafios atuais. 30 de setembro de 2019. Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/conheca-a-historia-da-saude-publica-no-brasil
Santos, Irailde Ferreira dos; Gabriel, Mariana; Mello, Tatiana Ribeiro de Campos. Sistema Único de Saúde: Marcos Históricos e Legais dessa Política Pública de Saúde no Brasil. Revista Humanidades & Inovação. v. 7 n.
5	(2020):	Educação	Hoje:	reflexões	críticas.	Disponível	em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2964
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), Fundação Getúlio Vargas (FGV).	Institutos	de	Aposentadorias	e	Pensões.	Disponível	em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/PoliticaSocial/IAP
André Luiz de Oliveira. História da saúde no Brasil: Dos primórdios ao surgimento do SUS. Encontros Teológicos n° 61, Ano 27, número 1/2012, p. 31-12. Disponível em: https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/viewFile/198/189
Continua:
SUS e SAÚDE COLETIVA. PARTE 2.
A Saúde como dever do Estado e Direito de Todos – Constituição de 1988.

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