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Efeito dos extratos de Panax ginseng

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Efeito dos extratos de Panax ginseng, Turnera diffusa e Heteropterys tomentosa sobre a apoptose no hipocampo de ratos idosos
https://www.scielo.br/pdf/eins/v11n2/pt_05.pdf
Acesso 20/03/2021
O presente estudo verificou se essas plantas poderiam ter algum efeito protetor na morte celular por apoptose, podendo este ser um dos mecanismos de ação dessas substâncias. 
Durante 30 dias, três grupos receberam tratamento com extratos hidroalcoólicos das plantas e um grupo recebeu solução salina. 
Um quinto grupo com ratos machos Wistar adultos jovens (n=4) recebeu solução salina durante o mesmo período. 
Introdução;Dentre essas alterações, destaca-se a perda gradativa de diversas funções cognitivas, como atenção, raciocínio, orientação, linguagem e, principalmente, memória(2). 
Sabe-se que a perda neuronal é um processo que não ocorre em grande escala e de forma homogênea em todas as regiões do cérebro, porém sugere-se que ela esteja envolvida com os declínios cognitivos decorrentes do envelhecimento(4). 
O excesso nas taxas de apoptose está relacionado à degeneração celular ocasionada graças ao estresse oxidativo(5,6), frequentemente associado ao envelhecimento(7,8). 
As plantas estudadas no presente trabalho, Panax ginseng, Turnera diffusa (popularmente conhecida como “damiana”) e Heteropterys tomentosa (popularmente conhecida como “nó-de-cachorro”), têm um uso popular muito disseminado e que coincide com uma possível ação nootrópica ou adaptógena. 
Os nootrópicos são drogas caracterizadas por melhorar o desempenho cognitivo do indivíduo e não possuem uma classe química ou mecanismo de ação específico(13). 
Panax ginseng foi escolhido por possuir diversos trabalhos na literatura que confirmam sua ação adaptógena e mostram efeitos positivos sobre a memória, avaliada por meio da melhora do desempenho de ratos submetidos à esquiva(15). 
Um levantamento bibliográfico aponta que a Turnera diffusa e a Heteropterys tomentosa possuem usos que se enquadram no conceito de adaptógeno e estão entre as mais usadas pela população brasileira(18), porém não há muitos estudos científicos comprovando tais efeitos benéficos.
Objetivo Considerando o declínio cognitivo decorrente do envelhecimento, a importância do hipocampo para esse processo e o potencial efeito neuroprotetor das plantas consideradas, o presente trabalho buscou avaliar o efeito dos extratos hidroalcoólicos (EH) das raízes de Panax ginseng, das partes aéreas de Turnera diffusa e das raízes de Heteropterys tomentosa sobre a taxa de apoptose das células hipocampais de ratos idosos.
Resultados Na tabela 1, observa-se que a porcentagem de morte nas regiões hipocampais analisadas pela reação de TUNEL não apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de animais idosos e jovens. Além disso, os ratos idosos tratados com os três diferentes extratos de plantas não diferiram dos animais idosos sem tratamento.
Discusão As regiões analisadas pela reação de TUNEL não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de animais idosos tratados com os três diferentes extratos de plantas. 
Um preparado da medicina chinesa denominado Toki-shakuyaku-san teve um efeito neuroprotetor contra a proteína beta-amiloide, efeito atribuído à sua ação antioxidante(26). 
Esses estudos provam que extratos provenientes de espécies vegetais podem apresentar efeito protetor contra a morte neuronal em diversos modelos animais. 
Além disso, neste estudo, não houve diferenças entre a porcentagem de células apoptóticas do grupo de animais idosos e do grupo de animais jovens, ambos sem tratamento. 
Parte dos autores demonstra que o envelhecimento está associado a uma diminuição fisiológica no número total de células em algumas regiões do cérebro. 
Nesse sentido, Ishimaru et al.(27) observaram que o número de células no hipocampo dos ratos idosos é de 10 a 30% menor do que dos ratos jovens. 
Um aumento da apoptose foi encontrado no estriado de ratos adultos e idosos, por meio da reação de TUNEL, o que pode estar relacionado a essa diminuição celular no sistema nervoso central(28). 
Entretanto, outros estudos sugerem que essa perda neuronal, durante o envelhecimento, é menor do que no recém-nascido, ao serem comparados os cérebros de ratos recém-nascidos aos de ratos adultos e idosos(29). 
Esses autores notaram que no neocórtex, tronco encefálico, hipocampo e cerebelo, havia um menor número de células apoptóticas nos animais idosos do que nos animais recém-nascidos. 
Outros autores também analisaram o bulbo, o cerebelo e o corpo caloso de animais idosos e verificaram aumento das células danificadas na região do cerebelo e bulbo nos animais idosos(30). 
Os dados do presente trabalho estão de acordo com alguns achados na literatura que descrevem ausência de um grande número de células apoptóticas no cérebro de animais idosos. 
Os resultados do presente estudo também sugerem que as plantas medicinais avaliadas não possuem efeito antiapoptótico no sistema nervoso central. 
Primeiramente, dado que não houve altas taxas de apoptose nos animais idosos, quaisquer efeitos anti-apoptóticos das plantas analisadas podem ter sido mascarados. 
Estudos científicos com substâncias vegetais, que apresentam efeito neuroprotetor e antiapoptótico, são escassos diante da quantidade de plantas descritas com essa finalidade, seja popularmente ou por dados da literatura científica.
Conclusão Os extratos Panax ginseng, Turnera diffusa e Heteropterys tomentosa não apresentam efeito sobre as taxas de apoptose no hipocampo de ratos idosos. Esses resultados são específicos às condições experimentais empregadas, sendo necessário avaliar o efeito das plantas em questão por meio de estudos que induzam apoptose ou que avaliem o declínio cognitivo próprio do envelhecimento por meio de outros mecanismos neurobiológicos
EFEITOS METABÓLICOS, IMUNITÁRIOS E INFLAMATÓRIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA DE PANAX GINSENG EM INDIVÍDUOS COM SOBREPESO E OBESIDADE
Como citar: Dias MC, Fortes RC. Efeitos metabólicos, imunitários e inflamatórios da suplementação dietética de panax ginseng em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Rev. Cient. Sena Aires.2018; 7(3): 260-6
Objetivo deste estudo foi investigar os efeitos metabólicos, imunitários e inflamatórios da suplementação dietética de Panax ginseng em indivíduos com sobrepeso e obesidade. 
Foram encontrados um total de 77 artigos, porém, dos artigos encontrados apenas 5 foram incluídos por atenderem aos critérios de elegibilidade. 
Observou-se que o Panax ginseng é capaz de atuar na homeostase do sistema cardiovascular por meio da estimulação da angiogênese, aumentar o sistema imunitário, além de exercer atividades antibacteriana, antitumoral, anticarcinogênica, antiinflamatória, antioxidante, hipotensora, hipoglicêmica e neuroprotetora. 
Os resultados sugerem que o Panax ginseng representa uma terapia alternativa promissora para pacientes acometidos por diversas doenças como a obesidade e suas comorbidades.
Introdução - A obesidade, doença crônica endócrino-metabólica, inflamatória e multifatorial, pode ser definida como o acúmulo anormal de gordura corpórea capaz de afetar a saúde do indivíduo.Ela está associada a diversas desordens metabólicas que alteram a homeostase sistêmica, com consequente acometimento das principais regiões orgânicas como o pâncreas, o fígado, o coração, dentre outras.1 Devido à elevada prevalência e capacidade de elevar o risco de morbimortalidade nos indivíduos por ela acometidos, a obesidade representa um sério problema de saúde pública.2 Estimativas apontaram, em 2014, que mais de 1,9 bilhões de adultos com idade igual ou superior a 18 anos estavam acima do peso corpóreo, sendo que; 
Evidências científicas têm comprovado que o Panax ginseng é capaz de reduzir a expressão de citocinas pró inflamatórias e quimiocinas, atuar na homeostase do sistema cardiovascular, aumentar o sistema imunitário, a atividade antibacteriana, antitumoral, anticarcinogênica, anti-inflamatória, antioxidante, hipotensora, hipoglicêmica eneuroprotetora.4-6 Outros estudos apontam que o Panax ginseng atua por meio da melhoria do humor, da capacidade cognitiva, do estresse físico e mental.7-8 Porém, cabe destacar que, ainda há escassez, na literatura, de estudos conduzidos em seres humanos sobre os efeitos da suplementação dietética de Panax ginseng, bem como da maior parte das plantas medicinais que possuem alegação de atividade no tratamento da obesidade.
Método Para a busca dos artigos, priorizou-se como critério de inclusão apenas os ensaios clínicos, os estudos experimentais e as revisões sistemáticas com ou sem metanálises, publicados no período de 2012 a 2017, que avaliavam os efeitos imunitário, metabólico e inflamatório do Panax ginseng na obesidade. 
Foram excluídos os artigos que não utilizavam as ferramentas-teste para avaliação dos efeitos do Panax ginseng e aqueles que, apesar de terem sido publicados no período determinado pela busca, analisavam dados secundários de pesquisas realizadas há mais de 20 anos. 
Para a apresentação dos resultados, realizou-se a análise dos artigos utilizados no presente estudo em relação ao ano e ao tipo de estudo. 
Em seguida, buscou-se fundamentar a discussão na síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados sobre os efeitos do ginseng na obesidade.
Efeitos do Panax ginseng no sobrepeso e na obesidade A ação de cada um dependerá dos princípios ativos, sendo que os componentes bioativos mais conhecidos são os ginsenosídeos, os polissacarídeos, os peptídeos, os ácidos graxos e as saponinas.9 Acredita-se que o principal composto bioativo que responde pelos atributos medicinais do ginseng é o ginsenosídeo, porém, cabe salientar que a quantidade e a composição dos ginsenosídeos são significativamente influenciadas por espécies, idade, parte da planta, método de cultivo, estação de colheita, método de preservação e distribuição geográfica.9 Algumas das substâncias isoladas podem atuar como potentes antioxidantes como os derivados de sulfatos Rh2-b1 e Rh2-b2, foi mostrado que esses 2 compostos possui um alto efeito anti-inflamatório com um possível mecanismo de inibição das citocinas inflamatórias e mediadores deLPS, bem como, a utilização do composto isolado Rg1 pode atuar como potente estimulante sexual e modulação do humor.11 Comercialmente, o Panax ginseng pode ser encontrado nas mais diversas formas, tais como: extrato seco, cápsulas e comprimidos. 
Foi demonstrado uma ação protetora aguda dos danos do etanol sobre o figado, as saponinas do panax notoginseng geraram um efeito protetor hepático por uma dose aguda de etanol através de supressão das espécies reativas de oxigênio, e restauração dos níveis de glutationa (GSH).13 Um extraído da raiz do panax notoginseng chamado Damarane triterpene (DTE), possui atividade de melhorar a captação de glicose por aumento da fosforilação da via AKT no musculo esquelético, sendo assim melhorando tanto a sensibilidade a insulina como no controle da hiperglicemia.14 Cabe salientar que, na literatura, não há evidências de que o ginseng é capaz de exercer efeitos deletérios à saúde dos indivíduos, bem como efeitos adversos e/ou colaterais quando utilizado na dose recomendada (400 mg), em mulheres com menstruação irregular utilizando 300mg de ginseng vermelho coreano não apresentaram nenhum efeito adverso.15-16 Estudos apontam que os principais efeitos do Panax ginseng são o aumento do sistema imunitário, a atividade antibacteriana, a ação antitumoral, anticarcinogênica, antiinflamatória, antioxidante, hipotensora, hipoglicêmica e neuroprotetora, além de efeitos benéficos nas condições de fadiga e disfunção erétil, sendo que, nos últimos anos, as investigações sobre o ginseng na prevenção e no tratamento da obesidade têm se destacado como objeto de estudo.1,9 Porém, na literatura, há escassez de estudos conduzidos em humanos e, principalmente, em indivíduos obesos sobre os reais efeitos da suplementação dietética de Panax ginseng. 
Em um ensaio clínico randomizado, duplo cego e placebo controlado conduzido por Xu et al17 em 177 pacientes com sobrepeso e doenças renal crônica, separados em dois grupos: 91 indivíduos receberam 500mg de Ginsenosideo Rb-1 por 6 meses e 86 indivíduos receberam amido de milho em capsulas como Placebo durante 6 meses, constatou-se efeito positivo na função renal por meio da redução de albuminúria (Quadro 1).
Outro estudo randomizado duplo-cego placebo controlado, conduzido por Cho et al.20 analisou a suplementação de ginseng vermelho coreano na melhora da sensibilidade a insulina em adultos com sobrepeso e obesos. No total foram 68 indivíduos, divididos em 2 grupos, o grupo de intervenção recebeu 500mg por capsula de ginseng coreano e foram administrados 4 cápsulas antes do café da manhã, almoço e janta por 12 semanas, o grupo controle foi administrado placebo da mesma maneira. O resultado do estudo foi que não houve alteração nenhuma nos indicadores bioquímicos de sensibilidade a insulina, nem na composição corporal Outro estudo utilizando o ginseng vermelho coreano, randomizou 2 grupos, 35 indivíduos receberam 3g de ginseng vermelho coreano, juntamentecom 450mg Silybum marianum por 5 semanas e 31 indivíduos receberam capsulas idênticas no formato e tamanho do grupo controle, ambos possuíam sobrepeso e esteatose hepática não alcoolica. O resultado foi que houve redução dos níveis de TNF-a séricos e aumento da adiponectina, caracterizando como uma formula anti-inflamatória.21
Conclusão Os estudos apontam que o Panax ginseng possui um futuro promissor em determinados mecanismos de doenças, como redução do estresse oxidativo e da inflamação, entretanto, em nenhum estudo foi demonstrado melhora do perfil antropométrico dos indivíduos com sobrepeso e ou obesidade. Entretanto, mais estudos precisam ser conduzidos não só para comprovar a eficácia do ginseng, mas para estabelecer uma dose padrão aliada ao tempo de intervenção e nas diversas condições clínicas.
Ginseng (Panax ginseng): Mito ou Verdade Científica?
Trabalho apresentado à Universidade Fernando pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Ana Verina Faria Fernandes
A planta medicinal (fármaco) é constituída pelas raízes secas (inteiras ou fragmentadas) de plantas com 4 a 6 anos de idade, quando o seu teor global de ginsenósidos (saponósidos triterpénicos tetracíclicos poli-hidroxilados) - a principal classe de compostos bioactivos do ginseng - atinge a concentração máxima. 
Estes produtos são caracterizados por serem capazes de normalizar lentamente o organismo, quando este se encontra sob stress ou com as resistências naturais diminuídas por infecções, ou mesmo quando haja perda de vitalidade física e intelectual por efeito do envelhecimento. 
Contudo, é de referir que o uso continuado deste fármaco pode originar a “síndrome de abuso do ginseng”, com efeitos idênticos aos causados pelo emprego de corticosteróides tais como nervosismo, insónia, hipertensão arterial, urticária e diarreia matinal.
Introdução conflito entre as formas de cura ditas “alternativas” e o saber científico ocorre a partir do momento em que os considerados leigos exerciam formas alternativas de cura, com recurso a agentes terapêuticos pouco habituais, e este conhecimento era, em geral, desvinculado do conhecimento académico, sendo considerado ilegítimo. 
No entanto, a utilização das plantas em aplicações medicinais tem persistido, entre outros motivos, pelo facto da Medicina oficial e institucional não conseguir suprir as necessidades da população em geral e pela transmissão de informação da cultura popular associada aos efeitos benéficos de determinadas plantas. 
É precisamente neste contexto, aliado à era da globalização, que o ginseng emerge dos tratados da Medicina ancestral chinesa, em cuja comunidade se revela muito popular, especialmente como tónico físico e mental, estimulante e reconstituinte (Cunha e Roque, 2005). 
Desta forma, é importante a participação dos profissionais de saúde no desenvolvimento, no controlo, no aconselhamentoe na dispensa de fitoterápicos como o ginseng, visando uma integração da sabedoria popular no conhecimento utilizado pelo sistema de saúde oficial, possibilitando alternativas de valor acrescentado aos utentes, no sentido de promover o bem-estar e a qualidade de vida. 
Para tal, torna-se essencial a compilação de toda a informação disponível, incluindo todos os estudos laboratoriais e clínicos com o ginseng, de forma a torná-la mais acessível aos profissionais de saúde e a todos os interessados em geral, consistindo no principal objectivo deste trabalho.
Definição- Meyer (família Araliaceae), uma planta perene de pequenas flores brancas (que florescem a partir do terceiro ano do seu ciclo de vida) e bagas vermelhas (frutos), também conhecida por “ginseng coreano” devido à sua origem, apesar de actualmente ser cultivada em todo o mundo (Figura 1) (WHO, 1999). 
Pseudoginseng (região dos Himalaias) e outras espécies de géneros diferentes, como o caso de Eleutherococcus senticosus (“ginseng siberiano”, Sibéria) e de Pfaffia paniculata (“ginseng brasileiro”, Brasil) (Helms, 2004; 
Awang e Li, 2008).Cada uma destas espécies apresenta grandes similaridades mas também grandes disparidades na respectiva constituição química, nas propriedades medicinais e nos efeitos terapêuticos correspondentes. 
Branco, que consiste no ginseng fresco pelado e desidratado à temperatura ambiente, ao qual são retiradas as raízes secundárias e as radículas; 
Vermelho, obtido através da exposição das raízes ao vapor de água, com posterior secagem, com retirada das raízes secundárias e das radículas mas não da periderme, processo que altera a cor do produto (vermelho-acastanhado) e que permite conservar a raiz por um grande período de tempo.O processamento do ginseng vermelho desencadeia determinadas alterações químicas nos seus constituintes, nomeadamente reacções de hidrólise (Awang e Li, 2008;
Origem, habitat e distribuição geográfica
Meyer, o nome do género, “Panax”, tem origem grega, resultante da contracção das palavras “pan” (todo) e “akos” (cura), que significa “panaceia”, o que converge na crença de que será capaz de beneficiar todo o corpo (Nocerino et al., 2000; 
Já a planta espontânea surge em zonas montanhosas (800-1500 m de altitude) e caracteriza-se por um crescimento mais lento e por uma maior susceptibilidade às alterações climatéricas, desenvolvendo-se melhor em zonas com flutuações de temperatura e com menor exposição directa à luz solar, como a sombra de densas e húmidas florestas (Jung et al., 2006)Data do ano de 1122 A.C. 
Em 1709, Jartoux, um jesuíta francês enviado para a China em missão apostólica reconhece a planta, associando-a aos efeitos terapêuticos descritos nos tratados de plantas medicinais da época, e envia-a a um seu colega, o padre Lafitau, no Canadá (Yun, 2001). 
No entanto, a demanda pelo ginseng supera largamente a oferta, pelo que, em 1878 se tenta a produção em larga escala no Jardim Botânico da Jamaica e, mais tarde e com maior sucesso, no continente americano (Yun, 2001). 
ginseng em países como a Coreia, Japão, China, Rússia, Estados Unidos da América e Alemanha (Wu e Zhong, 1999).Todas as partes da planta contêm compostos farmacologicamente activos, apesar de estarem mais concentrados na raiz, pelo que se podem encontrar no mercado em diversas formas e preparações, isoladas ou em misturas com outros ingredientes: raiz fresca, extractos alcoólicos, cápsulas, tisanas, extractos secos pulverizados, cigarros, entre outras (WHO, 1999;
Aplicações etnomedicinais
 Medicina tradicional chinesa proclama desde tempos imemoriais os efeitos bioactivos benéficos do ginseng no bem-estar e na saúde humana como agente anti-fadiga, antiidade, antitumoral e fortalecedor do sistema imunitário (Schlag e McIntosh, 2006; 
Atribui-se ainda ao ginseng a capacidade de restabelecer distúrbios das vísceras (baço, estômago, fígado, cólon), de incrementar a resistência a agentes externos causadores de doença (actividades antimicrobiana e antioxidante) e de promover as capacidades físicas e mentais (Park et al., 2005b). 
No entanto, apenas recentemente se confirmaram cientificamente algumas das (inúmeras) presumíveis propriedades, pelo que o seu uso no Mundo Ocidental é limitado.
Composição Química
A planta de ginseng tem sido amplamente estudada, no âmbito da Medicina, na contenda da descoberta e novos compostos farmacologicamente activos. Como resultado, foram isolados dezenas de compostos distintos, dos quais mais de 150 são saponinas, das raízes e também de outras partes da planta, como folhas, flores e frutos (Bruneton, 1999; Cunha e Roque, 2005; Jia et al., 2009): 
 Saponinas, designadas por “ginsenósidos”, que consistem num tipo de glicosídeo constituído pela sapogenina triterpénica, à qual se liga um ou mais monossacarídeos (oses); 
 Polissacarídeos, dos quais se destacam os panaxanos, polissacarídeos heterogéneos do tipo peptidoglicano; 
 Polienos, nos quais se incluem o falacrinol, o falcarintriol e o ácido linolénico; 
 Flavonóides; 
 Vitaminas do grupo B; 
 Óleos essenciais sesquiterpénicos (0,05%), como α-cadinol, α-bisabolol, thujopseno, e ácido n-hexadecanóico.
Apesar da grande diversidade de espécies químicas presente na raiz de ginseng, são os ginsenósidos que apresentam actividade biológica pronunciada, além de se encontrarem em quantidades elevadas, em relação aos restantes compostos. 
Das diferentes condições de crescimento resulta uma variação da composição química entre as duas categorias, pelo que geralmente se detecta uma maior concentração de compostos biologicamente activos na planta selvagem (Jung et al., 2006; 
Além disso, deve também atender-se ao processamento a que a raiz é sujeita, ou seja, se se trata de ginseng fresco, branco ou vermelho, já que a mesma raiz pode exibir um perfil químico distinto, de acordo com o tratamento a que é sujeita, como já foi mencionado.
A literatura científica relativa aos efeitos terapêuticos do ginseng é bastante extensa, baseando-se em estudos clínicos, pré-clínicos e laboratoriais, registando-se assim efeitos farmacológicos em diversos níveis: como adaptogénico, com a capacidade de favorecer a 
As saponinas isoladas do Panax ginseng exibem actividade antifúngica, reduzindo a mobilidade de zoósporos, e antiviral, inibindo a replicação de ácido desoxirribonucleico (ADN) viral e a síntese de proteínas da cápside do herpesvírus tipo 1 (Simões et al., 1999; 
Atribuem-se estes efeitos aos compostos activos maioritários, os ginsenósidos, cuja capacidade de direccionar a sua acção a diversos tipos de células e de tecidos, produzindo um vasto leque de respostas farmacológicas, tem sido amplamente investigada (Tabela 1). 
Uma vez que os vários ginsenósidos podem despoletar efeitos distintos, atendendo à respectiva farmacodinamia, a farmacologia geral do ginseng torna-se bastante complexa. 
Na realidade, os ginsenósidos sofrem a clivagem das ligações glicosídicas por acção da -glucosidase da flora bacteriana intestinal, durante a fase de metabolização, pelo que são os ginsenósidos monoglicosados e os aglicosados que conseguem atingir a circulação plasmática (Tawab et al., 2003;

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