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Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Prof. Renata Saffioti e Gisele Vieira Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância FITOTERAPIA FUNCIONAL NA PRESCRIÇÃO CLÍNICA Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Fitoterapia Funcional 1. Fitoterapia aplicada absorção e eliminação O termo fitoterapia tem como significado o tratamento e/ou a prevenção de doenças usando plantas, partes das plantas e preparações feitas com plantas. Sua origem vem do grego phyton (planta), entretanto, a origem exata do termo fitoterapia é desconhecida e é atribuída ao médico francês Dr. Henri Leclerc (1870-1955). A história do medicamento é muito antiga, entretanto, os registros históricos são escassos. O uso de plantas e animais pode ser evidenciado através de pinturas rupestres referentes ao período Paleolítico Superior com o homem de Neanderthal, representando plantas, folhas e órgãos humanos em uma clara alusão à correspondência terapêutica. (Nicoleti, 2012) Abaixo temos algumas terminologias importantes para a compreensão da fitoterapia, mais especificamente da farmacoligia dos fitoterápicos: Citocromo P450 (pode ser abreviado para CYP450 ou CYP): Superfamília, extensa e diversificada, de enzimas presentes no nosso organismo (intestino e fígado). Protagonizam grande parte das reações de biotransformação de fase I. Droga vegetal: Planta medicinal, ou suas partes, que contém as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, se aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Derivado vegetal: Produtos de extração da planta medicinal in natura ou da droga vegetal: extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e/ou volátil, cera, exsudato e outros. Fitoterápico: é o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa. Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. (Nicoleti, 2012) Segundo Fonseca, quando duas drogas interagem, a resposta farmacológica final pode resultar, entre outras, no aumento dos efeitos de uma ou outra droga; no aparecimento de efeitos totalmente novos, diferentes dos observados com quaisquer das drogas usadas isoladamente; na inibição dos efeitos de uma droga pela outra; ou pode não ocorrer nenhuma modificação no efeito final, apesar de a cinética e de o metabolismo de uma ou de ambas as drogas terem sido substancialmente alterados. (Nicoleti, 2012). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interação pode ser definida como uma resposta farmacológica ou clínica à administração de dois ou mais fármacos que seja diferente da resposta desencadeada por esses fármacos, quando tomados individualmente. Ou seja, os efeitos resultantes podem ser benéficos quando melhoram a eficácia terapêutica ou reduzem seus efeitos adversos. É considerada prejudicial quando aumenta exageradamente os efeitos farmacológicos dos princípios ativos ou estes se antagonizam a ponto de anular, mesmo que parcialmente, seus efeitos terapêuticos: Adição: dois fármacos que possuem mecanismos de ação semelhantes apresentam efeitos aditivos. Somação: dois fármacos produzem efeitos semelhantes, mas atuam por mecanismos diferentes. Potencialização: o efeito resultante da associação de dois fármacos é maior que a soma dos efeitos de cada um. É a potencialização por sinergismo. Ações Farmacocinéticas: São decorrentes das modificações produzidas por um fármaco desencadeante sobre os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção de outro fármaco, cujo efeito é modificado. Um dos agentes é capaz de modificar os parâmetros farmacocinéticos de outro agente administrado concomitantemente ou os dois agentes têm sua farmacocinética alterada. Ações Farmacodinâmicas: Resultam das modificações na resposta do órgão efetor, dando origem a fenômenos de sinergia, antagonismo ou potenciação. Essas interações podem ser verificadas no nível dos receptores farmacológicos ou no nível de processos moleculares subsequentes à ativação dos receptores. Constituem as interações nas quais os efeitos finais são resultantes das ações farmacodinâmicas próprias dos agentes concorrentes. Ou seja, quando os efeitos da adição, somação ou potencialização são semelhantes e quando os efeitos são opostos: antagonismo. (Nicoleti, 2012). Os fitoterápicos são medicamentos obtidos através de matérias primas das plantas medicinais ou mesmos seus princípios ativos. É caracterizado pela sua eficácia na cura de doenças ou na amenização de seus sintomas. Sua eficácia e segurança são validadas através da etnofarmacologia, documentações científicas publicadas e por ensaios clínicos, devidamente fiscalizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os medicamentos fitoterápicos são constituídos por misturas complexas de vários compostos químicos, que podem ser responsáveis por diversas ações, como efeitos antagônicos e/ou sinérgicos com outros medicamentos. Além disso, muitos fitoterápicos têm seus efeitos adversos desconhecidos e cabe de estudo para analise de interações medicamentosas com outros medicamentos. (Teixeira, dos Santos). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância A utilização de medicamentos fitoterápicos tem aumentado nos últimos anos, seja pela maior possibilidade de extração de princípios ativos, quanto pela maior demanda populacional. Os principais usuários são adultos e idosos com doenças crônicas, e muitos acreditam que esses medicamentos são isentos de efeitos adversos. Os fitoterápicos são medicamentos que influência no metabolismo de muitos outros medicamentos, causando efeitos sinérgicos e/ou antagônicos, podendo causar danos para o organismo. É de extrema importância o reconhecimento dessas interações medicamentosas, por parte dos profissionais de saúde, com a finalidade de evitar danos na saúde do paciente e obter maiores informações para conscientização do uso racional dos fitoterápicos. (Teixeira, dos Santos) A planta medicinal utilizada em medicamentos é um xenobiótico, isto é, um produto estranho ao organismo humano, nele introduzido com finalidades terapêuticas. Como todo corpo estranho, os produtos de sua biotransformação são potencialmente tóxicos e assim devem ser encarados até comprovação contrária. Do ponto de vista toxicológico, deve-se considerar que uma planta medicinal ou um fitoterápico não tem somente efeitos imediatos e facilmente correlacionados com a sua ingestão, mas, também, os efeitos que se instalam ao longo prazo e de forma assintomática, como os carcinogênicos, hepatotóxicos e nefrotóxicos. (Nicoletti et al, 2007) O uso de plantas medicinais é equivocadamente entendido, pela população de uma maneira geral, como o emprego de fitoterapia. Segundo conceito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o medicamento fitoterápico é obtido, através do emprego exclusivo de matérias-primas vegetais, sendo caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas, através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. (Nicoletti et al, 2007). A falsa concepção de que “medicamento natural, se não fizer bem, mal não faz” contribui com a estatística de que no Brasil, segundo o Sistema de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos e o segundo lugar nos registros de mortes por intoxicação, embora, não sejam encontrados dados específicos relacionados exclusivamente à ingestão de plantas medicinais. (Nicoletti et al, 2007). Muitas vezes, um único fármaco não é o suficiente para a recuperação da saúde. Desta forma, dois ou mais fármacos poderão ser prescritos e esta combinação, nem sempre, trará o benefício almejado, isso porque drogas podem interagir entre si, causando a denominada “interação medicamentosa” que poderá ser entendida como “mudança no efeito de uma droga, causada por outra tomada no mesmo período”. Essas interações não se reduzem somente ao universo das substâncias químicas sintetizadas, mas também, com aquelas, presentes em Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância plantas que são empregadas na preparação de chás, xaropes caseiros e medicamentos fitoterápicos. (Nicoletti et al, 2007). A eficácia da terapia medicamentosa depende de muitos fatores relacionados às propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas de um fármaco, que pode ser modificada por diferenças em polimorfismos genéticos, idade, gênero, ritmos circadianos, bactérias intestinais, fisiopatológicas condições, forma de dosagem farmacêutica e xenobióticos. Um caso particular é a co-administração de medicamentos tradicionais e medicamentos à base de plantas (isto é, suplementos dietéticos contendo ervas medicinais ou os fitoterápicos tradicionalmente usados em fitoterapia para tratar ou prevenir doenças), que pode causar interações inesperadas. O alto risco inerente às interações medicamentosas é bem conhecido, embora vários estudos tenham indicado que 14 a 31% dos usuários de medicamentos prescritos combinam produtos com medicamentos tradicionais. O crescimento nas vendas de medicamentos à base de plantas nos últimos anos, consequentemente levou muitos pesquisadores a voltarem seu foco para a farmacologia, mecanismos subjacentes interações erva-droga. A absorção desempenha um papel importante na eficácia e tratamento da droga resultado. As interações herbais que o afetam precisam ser considerados, particularmente no caso de drogas que possuem índice terapêutico, como digoxina ou agentes anticâncer, como podem levar a efeitos sub-terapêuticos ou tóxicos devido a mudanças nas concentrações plasmáticas. (Colalto, 2010). Em alguns casos, medicamentos à base de plantas também podem estar sujeitos à contaminação e erros na identificação e concentrações. Por esse motivo, algumas investigações de interações incluem uma análise independente dos principais fitoquímicos, esses valores às vezes reveladores são diferentes dos aqueles no rótulo. Outro problema no uso de produtos fitoterápicos é a subnotificação de reações adversas e interações erva-droga. Um estudo realizado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA que o sistema de notificação de eventos adversos revelou apenas alguns dos eventos associados com suplementos dietéticos, incluindo erva-droga interações. Além disso, foi relatado que 69% dos utilizadores de produtos medicinais à base de plantas no Reino Unido não procuram seu médico quando ocorre um evento adverso grave, e uma recente pesquisa italiana relatou um número similar (61,7%). Finalmente, outro estudo descobriu que 58% dos usuários não informam os médicos quando compram produtos botânicos. Muitas vezes, é difícil estabelecer o agente causador de uma interação, especialmente quando ocorre em pacientes que recebem múltiplas terapias medicamentosas. Além disso, os consumidores geralmente acreditam que medicamentos são completamente benignos e nem sequer consideram como uma possível causa de uma reação adversa. Dado o crescente número de pacientes que recebem várias terapias, a FDA e a EMA Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância recomendaram que as empresas farmacêuticas desenvolvessem investigações de interação medicamentosa usando o citocromo P450 e enzimas transportadoras. As diretrizes da EMA recomendam identificar fatores e mecanismos envolvidos com interações relacionadas à absorção de drogas no início do processo de desenvolvimento. A absorção de drogas envolve muitas fases, e vários períodos controlados, sistemas de distribuição que foram desenvolvidos para otimizar os efeitos farmacológicos e minimizar os efeitos toxicológicos e a atividade de drogas orais. Os mecanismos de ação desses sistemas baseiam-se nas características gastrointestinais fisiológicas do pH e motilidade; interações com estes poderiam afetar os mecanismos de liberação de droga e a solubilidade de drogas ionizáveis . As interações que afetam a absorção de drogas podem envolver os transportadores localizados na membrana intestinal. Absorção nas localizações apicais, com borda em escova ou serosal, basolateral de enterócitos é mediada por proteínas transportadoras de influxo. Por outro lado, os transportadores de efluxo mediam a expulsão de xenobióticos de enterócitos para o lúmen, a fim de evitar absorção na circulação sistêmica, desempenhando papel importante desintoxicação. A superfamília de enzimas do citocromo P450 em enterócitos possuem a função de metabolizar, desintoxicar e bioativar xenobióticos. O CYP3A4, família presente no intestino eprincipalmente situado nas vilosidades intestinais do terço superior e médio. A enzima mais abundante do CyP450, o CYP3A4 - localizado no ápice dos enterócitos maduros e metaboliza muitas drogas, por exemplo, 50% ciclosporina oral. A atividade do citocromo pode ser modulada por drogas ou mudar como resultado de vários polimorfismos. Alguns xenobióticos podem aumentar ou reduzir o metabolismo induzindo ou inibindo Atividade de CYP, respectivamente, aumentando assim o intervalo de variabilidade até 400 vezes. As enzimas do CYP3A4 expressas no fígado e intestino são estruturalmente idênticas, embora algumas observações sugerissem propriedades catalíticas. O metabolismo intestinal pode variar conforme a droga assumida: por exemplo, alprazolam e quinidina são pouco afetadas por enzimas intestinais em contraste com enzimas hepáticas, mas triazolam, atorvastatina e tacrolimus são fortemente afetados por metabolismo intestinal. Essa diferença é devida à via metabólica da droga e o possível co-envolvimento da P-gp. Além disso, enzimas P450 intestinais podem responder mais rapidamente a indutores do que contrapartes hepáticas. A quantidade de enzima também é importante: CYP3A4 é responsável por cerca de 80% da expressão intestinal de P450, enquanto o CYP3A4 hepático representa apenas 1% do metabolismo hepático. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância O metabolismo intestinal desempenha um papel importante biodisponibilidade e eficácia clínica da droga, e devem ser considerados mais de perto para permitir uma melhor previsão da primeira passagem metabolismo. A indução destas enzimas metabólicas por xenobiótico diminui a quantidade de droga absorvida, levando à perda de eficácia clínica. Por outro lado, a inibição do metabolismo do intestino aumenta a quantidade de droga disponível aumentando a possibilidade de toxicidade e reações adversas a medicamentos. A conversão hidrofílica do P450 de xenobióticos é seguida pela ligação química de moléculas endógenas, como glucuronido, glicina, glutamina e glutationa. Uma importante interação droga-nutriente pode ser observada em pacientes em tratamento da Doença de Parkinson. O tratamento visa aumentar os níveis de dopamina e aliviar os sintomas, sendo, atualmente, a L-Dopa (levodopa) a droga mais utilizada. A levodopa é convertida em dopamina pela enzima L-aminoácido aromático descarboxilase. Entre as alterações provocadas pela doença de Parkinson, encontra-se a perda de peso como um achado comum. A falta de apetite também está associada a quadros depressivos frequentes, além das disfunções sensoriais com diferentes intensidades. Essa perda de peso é contínua e pode começar antes do diagnóstico da doença. Sua causa pode ter origem nas dificuldades motoras e no aumento do gasto energético decorrente dos tremores, resultando em um estado de má nutrição nesses pacientes. É amplamente reconhecido que a avaliação nutricional deve ser incorporada no tratamento de pacientes com DP, pois a oferta de uma dieta nutricionalmente adequada pode contribuir para a melhora dos sintomas e garantir melhor qualidade de vida para esses indivíduos. O uso concomitante de medicamentos e alimentos pode interferir com a farmacocinética e a farmacodinâmica das drogas, bem como na digestão, absorção e utilização de nutrientes. Nesta condição, o fármaco pode não ter o efeito necessário e os alimentos não exercerem a função nutricional esperada. Aminoácidos e levodopa competem pelo mesmo mecanismo de transporte ativo no trato gastrointestinal e na barreira hematoencefálica. Refeições hiperproteicas associadas à ingestão do medicamento favorecem a interação entre a levodopa e aminoácidos, portanto, os princípios da terapia nutricional de pacientes com Doença de Parkinson visam reduzir essa interação. A problemática não gira em torno de a dieta ser normo ou hiperproteica, mas se os pacientes equilibram a quantidade de proteínas em todas as refeições, se priorizam essa proteína no período da noite e se cumprem com a recomendação dos horários para refeição e ingestão do medicamento composto de levodopa. Contudo, podem-se utilizar dietas hiperproteicas, contanto que o paciente distribua essa quantidade proteica de modo uniforme, não concentrando elevada quantidade em uma única refeição, associado ao cumprimento dos intervalos recomendados. A orientação do médico e do nutricionista é fundamental no cumprimento dos horários adequados para alimentação e ingestão dos medicamentos. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância No caso de pacientes em tratamento oncológico, também podemos observar uma série de problemáticas relacionadas à interação droga-droga, droga-fitoterápico. Atualmente, o tratamento dos cânceres, em sua grande maioria, é considerado como um dos problemas mais desafiadores da medicina. A partir do momento que a neoplasia primária metastatiza pelo corpo do hospedeiro o prognóstico se torna ruim, sendo a quimioterapia antineoplásica a principal forma de tratamento neste estágio. Uma vantagem deste tratamento é o de atingir igualmente as metástases disseminadas pelo corpo. Entretanto, há desvantagens importantes a serem consideradas principalmente aquelas relacionadas aos seus efeitos colaterais, pois em sua grande maioria estes medicamentos apresentam baixo índice terapêutico, ou seja, dose terapêutica muito próxima à dose tóxica. Desta maneira, a pesquisa, tanto básica como aplicada, é fundamental e deve ser estimulada, para que medicamentos antineoplásicos mais eficazes e seguros sejam descobertos. Dentre os candidatos a medicamentos antineoplásicos, estão os que podem ser utilizados tanto para o tratamento como para a prevenção do câncer. Nesta classe incluem-se os fitoterápicos, que são medicamentos obtidos a partir de plantas, empregando-se exclusivamente derivados de substâncias vegetais, os suplementos dietéticos herbáceos e as plantas medicinais, íntegras ou suas partes, sendo que estas não são objeto de registro pela ANVISA (RDC nº48/04) (2). Algumas destas plantas têm demonstrado efeitos quimiopreventivos e antineoplásicos promissores, no entanto, o principal problema ocorre quando estas são consumidas simultaneamente com os medicamentos convencionais prescritos, pois muitas vezes podem ocorrer interações medicamentosas perigosas. Levando-se em conta que o índice terapêutico dos quimioterápicos antineoplásicos muitas vezes é estreito e que os fitoterápicos e as plantas medicinais podem alterar a expressão de diversas enzimas relacionadas à biotransformação de medicamentos, as interações medicamentosas na terapia do câncer devido ao uso concomitante de fitoterápicos podem ter consequências indesejáveis, podendo mesmo, em alguns casos, comprometer a vida do indivíduo. É importante ressaltar o fato de que muitos pacientes oncológicos omitem a utilização concomitante destes durante seu tratamento com a quimioterapia antineoplásica convencional. Acredita-se que possivelmente devido a estas interações é que em diversos casos o tratamento com quimioterápico é considerado falho. Em relação a pacientes oncológicos, em tratamento antineoplásico, para seus efeitos ocorrerem, estes medicamentos precisam atingir seus alvos biológicos em quantidades Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância suficientes, quer seja diretamente o DNA, a maquinaria de replicação desta, os microtúbulos ou qualquer outro alvo. Pode-se comparar o caminho a ser percorrido pelo medicamento, desde sua administração até sua chegada ao sítio neoplásico, com um labirinto, onde diversos desvios e caminhos sem saída existem e podem atrapalhar seu efeito esperado. Dentre estes “desvios”, citam-se os relacionados à farmacocinética, que são a ativação dos sistemas de biotransformação de xenobióticos e a maior conjugação para excreção dos fármacos, e os desvios relacionados a possíveis alterações encontradas nas células neoplásicas, que são a diminuição do influxo do fármaco para dentro da célula; o aumento da expulsão do fármaco de dentro da célula; o bloqueio de apoptose induzida pelos fármacos e o aumento do reparo aos danos no DNA. Assim, deve-se considerar o risco da ingestão concomitante de plantas medicinais e/ou fitoterápicos com outros medicamentos por pacientes oncológicos, uma vez que, estas plantas podem ser fortes indutoras ou inibidoras das enzimas do complexo do citocromo p450. O exemplo clássico é o suco de Toranja (Grapefruit), um conhecido inibidor da enzima do complexo do citocromo p450 CYP3A4 nos enterócitos. Desta maneira, este suco de Toranja (Grapefruit) promove maior biodisponibilidade de diversas substâncias, incluindo-se os vários quimioterápicos antineoplásicos de ação direta, que podem então ter seus efeitos colaterais aumentados, como exemplo, pode-se citar o Erlotinib® que é biotransformado principalmente pela CYP3A4. Diversas outras plantas já demonstraram efeitos inibitórios sobre a expressão da CYP3A4, como extratos de batata africana. Existem dados sobre interações medicamentosas entre quimioterápicos e o consumo de produtos vegetais em humanos. O estudo mais evidente demonstrou que o consumo da Erva de São João (Hipericum perforatum) deve ser evitado por pacientes em quimioterapia com Irinotecan®, uma pró-droga que precisa ser biotransformada para se tornar ativa para matar as células neoplásicas. O consumo simultâneo levou à menor mielossupressão induzida pelo Irinotecan, além de diminuir os níveis plasmáticos de SN-38 (o componente ativo) em 42%. Estes efeitos foram caracterizados pela ação da Hiperforina, o principio ativo da erva de São João, de induzir a expressão da CYP3A4 via ativação do receptor PXR. Outro trabalho publicado sobre o mesmo assunto demonstrou que o consumo da erva de São João diminuiu também a ação do Gleevec® (mesilato de imatinib) em pacientes com câncer. (Fukumatsu et al, 2008). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações entre fitoterápicos, alimentos e Fármacos AESCULUS HIPPOCASTANUM L. (CASTANHA-DA-ÍNDIA) Uso terapêutico: fragilidade capilar, insuficiência venosa Indicações/Ações terapêuticas: fragilidade capilar, insuficiência venosa. Padronização/Marcador: Escina (dose diária: 32 a 120 mg de Escina). Interações medicamentosas: Teoricamente, em razão de seus constituintes, a semente de Castanha da Índia aumenta o risco de sangramentos quando utilizada com ácido acetilsalicílico, varfarina, heparina, clopidogrel e antiinflamatórios como ibuprofeno ou naproxeno. A escina, o principal componente saponínico da castanha da índia, se liga às proteínas plasmáticas podendo afetar a ligação de outras drogas. Em estudos baseados em animais, esta droga poderá intensificar o efeito hipoglicemiante de usuários de medicamentos para diabetes por via oral ou, ainda, insulina. A eficácia de fármacos com atividade antiácida ou antiúlcera poderá ser afetada na presença desta planta que é irritante ao trato gastrintestinal; quando utilizada com sene poderá ocorrer potencialização do efeito laxativo. Não deverá ser administrada com outras drogas nefrotóxicas, como a gentamicina. (Nicoletti et al, 2007) Interações do Aescullus hippocastanum, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: Fonte: Nicoletti, 2012. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância ALLIUM SATIVUM L. (ALHO) Uso terapêutico: coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertensão arterial leve auxilia na prevenção de aterosclerose Não usar em casos de hemorragia e tratamento com anticoagulantes e anti-hipertensivos. Suspender o uso do fitoterápico duas semanas antes de intervenções cirúrgicas. Não usar em pessoas com gastrite, úlcera gastroduodenal, hipotensão arterial e hipoglicemia. Pode potencializar os efeitos antitrombóticos de fármacos anti-inflamatórios. Foi descrita interação potencial entre Allium sativum e varfarina. Esse fitoterápico não pode ser utilizado em associação com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolíticos, antiagregantes plaquetários e anti-inflamatórios não-esteroidais, por aumentarem o risco de hemorragias. A associação desse fitoterápico com inibidores da protease pode reduzir as concentrações séricas dessa classe, aumentando o risco de resistência ao antirretroviral e falhas no tratamento. Além disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo. (Memento Fitoterápico, 2016.) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações do Allium sativum, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag. Fonte: Nicoletti, 2012. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Fonte: Nicoletti, 2012. GINKGO BILOBA L. (GINKGO) Uso terapêutico: vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distúrbios circulatórios; distúrbios circulatórios periféricos (claudicação intermitente); e insuficiência vascular cerebral. Padronização/Marcador: Extrato padronizado com 24% de Ginkgoflavonóides – Flavonóides glicosilados (quercetina, Kaempferol Isorhamnetina) e 6% de terpenolactonas (bilobalide, ginkgolídeos A, B, C, E) - dose diária: 80 a 240 mg de extrato padronizado em flavonóides, em 2 ou 3 administrações ou 28,8 – 57,6 mg de ginkgoflavonóides e 7,20 – 14,4 mg de terpenolactonas. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações medicamentosas: O uso de ginkgo poderá potencializar a ação do ácido acetilsalicílico e do clopidogrel, de anticoagulantes como varfarina e heparina, além de antiinflamatórios não esteroidais como ibuprofeno ou naproxeno, aumentando, assim, o risco de sangramentos. Usuários de medicamentos contendo alho, vitamina E, varfarina, ácido acetilsalicílico e outras drogas antiplaquetárias ou anticoagulantes devem ser advertidos sobre os riscos decorrentes das possíveis interações com esta planta. A administração do ginkgo poderá diminuir a ação de anticonvulsivantes (fenitoína) e, em presença de antidepressivos (inibidores da monoamino oxidase), intensifica a ação farmacológica destas drogas e, também, dos efeitos colaterais como cefaléia, tremores e surtos maníacos. Quando usado com sertralina poderá desencadear aumento nos batimentos cardíacos, hipertermia, sudorese intensificada, rigidez muscular e agitação. Estudos preliminares demonstram que o ginkgo poderá afetar os níveis de insulina e do açúcar no sangue, o que demanda cuidados adicionais ao usuário destes medicamentos. Em teoria, o ginkgo poderá intensificar a ação de drogas usadas para disfunção erétil como sildenafil, dos efeitos colaterais de fluoruracil e da toxicidade renal das ciclosporinas. Doses elevadas de ginkgo poderão elevar a pressão sanguínea quando administrado com alimentos (com elevados níveis de proteína ou em conservas) que tenham tiramina. Existem inúmeros estudos sobre as interações envolvendo o ginkgo, porém, não conclusivos, além de que alguns deles demonstram resultados contraditórios. Baseado em dados de laboratório e pesquisa em humanos, o uso de ginkgo poderá diminuir a pressão sanguínea embora haja relato de elevação de pressão em indivíduo que estava tomando diurético à base de tiazida. Teoricamente, altas concentrações de ginkgo poderão reduzir a fertilidade em homens e mulheres. (Nicoletti et al, 2007) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações do Ginko biloba, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Fonte: Nicoletti, 2012. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância MATRICARIA RECUTITA L. (CAMOMILA) Uso terapêutico: antiespasmódico intestinal, dispepsias funcionais. Indicações/Ações terapêuticas: antiespasmódico, antiinflamatório tópico, distúrbios digestivos e insônia leve. Padronização/Marcador: Apigenina – 7- glucosídeo (dose diária: 4 a 24mg de Apigenina – 7 glucosídeo). Interações medicamentosas: A camomila interage com anticoagulantes (como a varfarina) e aumentará o risco de sangramento. Com barbitúricos (fenobarbital) e outros sedativos, a camomila poderá intensificar ou prolongar a ação depressora do sistema nervoso central; reduz a absorção de ferro ingerido através de alimentos ou medicamentos. Pesquisas em animais sugerem que a camomila interfere no mecanismo com que o corpo processa determinadas drogas através do sistema enzimático hepático citocromo P450. Além disso, a camomila poderá apresentar efeito antiestrogênico e interagir com drogas ou suplementos contendo soja ou Trifolium pratense. Várias outras interações estão descritas, porém, não estão cientificamente bem estudadas. (Nicoletti et al, 2007) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações do Matricaria recutita, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag. Fonte: Nicoletti, 2012. PANAX GINSENG C. A. MEY (GINSENG) Uso terapêutico: estado de fadiga física e mental, adaptógeno. Indicações/Ações terapêuticas: estado de fadiga física e mental, adaptógeno. Padronização/Marcador: ginsenosídeos (dose diária: 5mg a 30 mg de ginsenosídeos totais). Interações medicamentosas: Estudos em humanos sugerem que o ginseng poderá reduzir a ação anticoagulante da varfarina e aumentar o risco de sangramentos quando utilizado com ácido acetilsalicílico, heparina, clopidogrel além de antiinflamatórios não esteroidais como ibuprofeno e naproxeno. Estudos in vitro mostraram que muitos componentes do P. ginseng inibem a formação do Tromboxano A2 e, consequentemente, a agregação plaquetária. Poderá diminuir os teores de açúcar no sangue e este efeito poderá ser intenso em diabéticos, o que demanda maiores cuidados ao usuário de medicamento hipoglicemiante. O ginseng poderá desencadear efeitos estrogênicos e o seu uso tem sido associado a relatos de sensibilidade de mama, falha de períodos menstruais, sangramentos vaginais pós-menopausa, Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância aumento de mama em homens, dificuldade em conseguir e manter a ereção ou aumento da libido. O uso de ginseng com antidepressivos inibidores da monoamino oxidase poderá desencadear tremores, cefaleias e insônias. Baseado em relatos clínicos o ginseng poderá alterar pressão sanguínea ou a efetividade de medicamentos cardíacos, incluindo bloqueadores de canais de cálcio. Teoricamente, o ginseng poderá interferir no metabolismo de drogas que usam o sistema enzimático hepático P450 e a consequência será a elevação da concentração destas drogas no sangue podendo aumentar o efeito ou intensificar reações adversas sérias; poderá, também, aumentar o efeito estimulante de café, chás, chocolate, cafeína, entre outros. Acrescido a isto, baseado em relatos clínicos o uso de ginseng poderá aumentar ou diminuir a pressão sanguínea; neste aspecto, muita cautela deverá ser empregada na administração com plantas que ou aumentam ou diminuem a pressão sanguínea. O efeito analgésico de opióides poderá ser inibido se o ginseng for utilizado. Uma interação positiva foi avaliada em voluntários sadios através da utilização de ginseng conjuntamente ao ginkgo, demonstrando ser mais efetiva no aumento da função cognitiva do que cada droga quando administrada individualmente. O ginseng não é recomendado a mulheres grávidas ou em fase de amamentação; há relato de morte neonatal e o desenvolvimento de características masculinas em bebê do sexo feminino após a mãe ter utilizado ginseng durante a gravidez. (Nicoletti et al, 2007) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações do Panax ginseng, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: Fonte: Nicoletti, 2012. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância PASSIFLORA INCARNATA L. (MARACUJÁ, PASSIFLORA) Uso terapêutico: ansiolítico leve. Indicações/Ações terapêuticas: sedativo. Padronização/Marcador: Flavonóides totais expressos na forma de isovitexina ou vitexina (dose diária: 25 a 100 mg de vitexina/isovitexina). Interações medicamentosas: O maracujá possui em sua constituição frações alcaloídicas, derivados do indol, como harmana, harmina; e porções flavonoídicas, vitexina, isvitexina. Tais frações promovem ações depressoras inespecíficas do sistema nervoso central contribuindo, assim, para a ação sedativa e tranquilizante; em consequência, pode interagir com hipnóticos e ansiolíticos, intensificando suas ações. Fundamentado em pesquisas com animais, o uso desta droga com álcool ou outras drogas sedativas-hipnóticas poderá aumentar a intensidade de sonolência de benzodiazepínicos como o lorazepam ou diazepam, barbitúricos como o fenobarbital, narcóticos como a codeína, alguns antidepressivos e álcool. O uso desta planta com drogas inibidoras da monoamino oxidase (isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina) poderá causar efeito aditivo. Teoricamente, poderá ocorrer sangramento se o maracujá for administrado, concomitantemente, com aspirina, varfarina ou heparina e, antiplaquetários como clopidogrel e, ainda, com drogas anti-inflamatórias não esteroidais como o ibuprofeno e o naproxeno. Estudos ainda propõem que o uso de passiflora com cafeína, guaraná ou efedra poderá causar de aumento da pressão arterial. (Nicoletti et al, 2007) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Interações do Passiflora incarnata, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Fonte: Nicoletti, 2012. ARCTOSTAPHYLOS UVA-URSI SPRENG (UVA-URSI) Uso terapêutico: infecções do trato urinário Indicações/Ações terapêuticas: Infecções do trato urinário. Padronização/Marcador: quinonas calculadas em arbutina (dose diária: 400 a 840 mg de quinonas [arbutina]). Interações medicamentosas: A uva-ursi não deve ser administrada concomitantemente com medicamentos ou alimentos que acidificam a urina. Interações do Uva-ursi, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Hypericum perforatum L.- Erva de São João Quando avaliamos interação, não podemos deixar de ressaltar as interações do Hypericum perforatum, sendo um dos que mais existem citações na literatura, principalmente em pacientes em uso de terapias antineoplásicas. Indicações/Ações terapêuticas: Estados depressivos leves a moderados, não endógenos. Padronização/Marcador: hipericinas totais (dose diária: 0,9 a 2,7g de hipericina). Interações medicamentosas: Embora não haja relato de interação entre o hipérico com alimentos (queijos envelhecidos, fígado de galinha, creme azedo e vinho tinto) e plantas que contenham tiramina, esta interação deverá ser considerada. Os ácidos tânicos presentes no hipérico poderão inibir a absorção de ferro. A possível interação medicamentosa entre o hipérico e os contraceptivos orais pode resultar em sangramentos e, até mesmo, em gravidez indesejada. A administração de hipérico com lansoprazol, omeprazol, piroxicam e sulfonamida poderá aumentará a foto sensibilidade. O hipérico potencializa o efeito de inibidores da monoamino oxidase, aumentando a pressão sanguínea. Quando administrada com fármacos como ciclosporina (para evitar a rejeição em transplantes) e indinavir (para tratamento de AIDS) os níveis sanguíneos destes fármacos poderão ser reduzidos gerando consequências graves. Outros fármacos que poderão ter redução nos níveis sanguíneos e comprometimento da ação se usados conjuntamente com o hipérico são: digoxina, teofilina e varfarina. O hipérico interfere na via em muitas drogas são submetidas às enzimas hepáticas citocromo P450 e, como consequência, os níveis sanguíneos destas drogas poderão ser aumentados em pequeno espaço de tempo causando aumento dos efeitos ou potencializando reações adversas sérias e/ou serem diminuídas no sangue em espaço de tempo maior. Exemplos de drogas que poderão ser afetadas: omeprazol, talbutamida, cafeína, carbamazepina, ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina, antidepressivos tricíclicos, varfarina, inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeas, ou inibidores da protease. A síndrome serotoninérgica poderá ser causada quando o hipérico for utilizado, concomitantemente, com alguns fármacos das classes: antidepressivos tricíclios, inibidores da recaptação de serotonina, inibidores da monoamino oxidase, inibidores de apetite, antienxaquequosos (agonistas serotoninérgicos e alcalóides do ergot), broncodilatadores e alimentos (que contenham tiramina ou triptofano). (Nicoletti et al, 2007) Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância A erva de São João é mais conhecida por sua capacidade de interagir com drogas do que propriamente por seus efeitos antidepressivo e anti-inflamatório. O extrato contém hipericinas, hiperforina, adihyperforin, catequinas, flavonóides, derivados do ácido fenólico e óleo volátil, mas o composto farmacológico mais ativo parece ser hyperforin. Vários estudos in vitro e in vivo mostraram que este fitoquímico acilfloroglucinol prenilado tem atividade antidepressiva, bloqueia metástases e atua contra doença inflamatória-desmielinizante, inflamação e fibrose cística. Um bom número de estudos e revisões apontou a efeitos da erva de São João, descrevendo interações erva-droga in vitro e in vivo. Vários mecanismos estão na base da farmacocinética das interações do extrato de Hypericum, que aumenta a taxa de e metabolismo hepático do citocromo P-450 e expressão da P-gp por ativação do receptor X do pregnano (PXR). Tem sido relatado que hiperforina é um potente ligante de PXR e medicamentos à base de plantas contendo extrato de Hypericum podem afetar significativamente a absorção metabolismo de várias drogas e, consequentemente, biodisponibilidade e eficácia das mesmas. Tem sido amplamente demonstrado que a indução de P-gp pela erva de São João tem efeitos sobre muitos medicamentos, incluindo indinavir, imatinib, ciclosporina, tacrolimus, varfarina, digoxina, carbamazepina, teofilina, sinvastatina, metadona e contraceptivos orais. Uma revisão sistemática de 22 ensaios farmacocinéticos descobriu que o Hypericum reduz a biodisponibilidade sistêmica das drogas, mas estes estudos eram frequentemente metodologicamente pobres, e não forneceu informações confiáveis sobre o risco de interações. Em um estudo randomizado controlado envolvendo nove voluntários saudáveis, revelaram um aumento de 3 vezes na P-gp e aumento de 1,6 vezes na MDR1 mRNA. Uma análise farmacogenética mostrou que a resposta a exposição ao taninolol variou com o genótipo MDR1, sugerindo relação entre a dimensão do efeito indutivo do Genótipo Hypericum e MDR1. Dürr et al. trataram oito voluntários saudáveis com Hypericum 900mg por dia durante 14 dias e encontraram uma diminuição de 18% na digoxina e aumentos de 1,4 e 1,5 vezes na P-gp intestinal e Expressão de CYP3A4, respectivamente. As induções de P-gp e de CYP3A4 intestinal e hepático levam a um maior metabolismo e efluxo de drogas de enterócitos, o que diminui significativamente as concentrações de droga no plasma e resultando em falha do tratamento. Um estudo de pacientes transplantados tratados com Hypericum e ciclosporina indicou maior risco de rejeição de transplantes de órgãos episódios devido a níveis plasmáticos de ciclosporina mais baixos. A magnitude do efeito farmacocinético demonstrou depender diretamente no conteúdo de hiperforina do extrato utilizado. Embora informações clínicas mais completas sobre as interações Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância entre Hypericum e drogas ainda é esperado, Mills et al. concluíram que os pacientes devem ser desencorajados a tomar ervas e medicamentos contendo erva de S. João. Como observado acima, há evidências consideráveis de que Hypericum reduz a biodisponibilidade das drogas, levando a FDA dos EUA a emitir um alerta de saúde pública sobre o risco de interações droga- erva em 2000. Fitoterapia Aplicada ao sistema imune e processo inflamatório. Alho (Allium sativum) É um vegetal popular com uma grande variedade de propriedades medicinais. Tomar ou comer alho pode beneficiar a saúde cardiovascular, vitalidade física e sexual, cognição e resistência à infecção. Também possui propriedades anti-envelhecimento.(Examine.com). A composição nutricional do bulbo de alho contém aproximadamente 65% de água, 28% de carboidratos 2,3% de compostos organosulfurados, 2% proteína, 1,2% de aminoácidos livres e 1,5% de fibra. O consumo de 100 gramas de alho fornece 149 kcal. Carboidratos e proteínas são os componentes principais de alho em pó representando mais de 80% enquanto entre as vitaminas, a tiamina tem consideração especial com alta biodisponibilidade devido a alguns componentes específicos contendo enxofre. Quanto aos minerais, o selênio precisa de um interesse especial, já que seu nível é pelo menos 9 ppm superior a quase todas as outras plantas. Os principais efeitos farmacológicos de alho são devido a seus compostos de organo-enxofre, caracterizada sendo a Alicina (dialil tiossulfato), que é o mais importante componente bioativo no alho detém a responsabilidade pelo seu cheiro característico e pungente. (Hafiz et al, 2015). Um estudo de intervenção paralela, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo recrutou 120 indivíduos saudáveis (60 por grupo) para determinar o efeito da suplementação de extrato de alho envelhecido (2,56 g / d) sobre a proliferação de células imunes e sintomas de gripes e resfriados. Após 45 dias de consumo de um extrato de alho envelhecido encapsulado, as células gd-T (p = 0,039, n = 56) e NK células (p = 0,043, n = 56) mostraram proliferar melhor em comparação com placebo. Após 90 d de suplementação, registros do diário da doença mostraram que a incidência de gripes e resfriados, um desfecho não estatisticamente diferente, no entanto, o grupo que consumia o extrato de alho envelhecido parecia ter gravidade reduzida, como observado por uma redução no número de sintomas relatados (21% menos, p <0,001), uma redução no número de dias (61% menos, p <0,001) e incidências (58% menos p <0,001) em que os sujeitos funcionavam de modo não ideal e o número de trabalho / escola dias perdidos devido a doença (58% menos, p = 0,035). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Estes resultados sugerem que a suplementação da dieta com extrato de alho envelhecido pode melhorar função das células imunes e que isso pode ser responsável, em parte, pela redução da gravidade dos resfriados e gripes. (M.P. Nantz et al., 2012). A alicina, um dos princípios activos do alho, possui uma variedade de atividades antimicrobianas. A alicina em sua forma pura mostrou: atividade antibacteriana contra uma ampla gama de bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, incluindo bactérias multirresistentes - Cepas enterotoxicogênicas de Escherichia coli; atividade antifgica, particularmente contra Candida albicans; atividade antiparasitária, incluindo alguns dos principais parasitas do protozoário intestinal humano, tais como Entamoeba histolytica e Giardia lamblia; e atividade antiviral. O principal efeito antimicrobiano da alicina é devido sua reação química com grupos tiol de vias enzimas. (Ankri and Mirelman, 1999). O resfriado comum é uma coleção de doenças infecciosas que causam sintomas semelhantes de congestão nasal e secreção, espirros, dor de garganta e tosse (possivelmente também mal-estar, letargia e dores de cabeça). O alho parece ser um suplemento bastante popular para o tratamento do resfriado comum (30% dos usuários de alho na Austrália, em 2007, relataram alho para essa finalidade, em parte devido ao marketing e em parte devido ao uso tradicional para sustentar a imunidade). Uma metanálise foi conduzida sobre o tema do alho e do resfriado comum, aceitou um estudo solitário que usava um suplemento de alho cru em pó que conferia 180mg de alicina diariamente por doze semanas. Observou-se que os dias de doença foram reduzidos de 366 no placebo para 111 no grupo que usou o alho (redução de 70%), enquanto a duração média dos sintomas foi reduzida de 5,01 no placebo para 1,52 no grupo do alho (redução de 70%). Outros estudos encontrados (e excluídos) pela metanálise incluem aqueles que usam suplementos confundidos com outros ingredientes (como nigella sativa, echinacea e panax ginseng), tiveram complicações com controles ou um caso também incluiu gripe (enquanto a metanálise analisou apenas o resfriado comum), mas em geral o suplemento (600mg de alho em pó) foi associado a uma redução de 1,7 vezes na doença respiratória aguda em crianças tratadas com alho em relação ao placebo. O acompanhamento desta metanálise foi um novo estudo que usou extrato de alho envelhecido a uma dose relativamente alta de 2,56g por dia, e observou-se que após 90 dias de suplementação houve um número reduzido de dias de doença coletiva com alho em relação ao placebo (61%), bem como incidente de doença relatado (58%) e gravidade do sintoma (21%). A frequência dos sintomas, assumindo que o sujeito estava doente, não foi significativamente influenciada. Não há um grande corpo de evidências investigando a ligação entre o alho e a doença do resfriado comum ou da gripe, mas o alho parece ser bastante eficaz na evidência limitada que Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância existe. É mais eficaz na prevenção da doença, um pouco eficaz na redução da gravidade dos sintomas, mas não parece ser eficaz na redução da frequência dos sintomas, supondo que você já esteja doente. Contra Indicações: Gastrites e úlceras em atividade (Cru) Doses elevadas – gestantes, porém pequenas doses são bem toleradas Doses elevadas – Lactantes (Influência ao Leite Materno) DOSES IN 2 de 2014: derivados com 3 a 5 mg de alicina Tintura (1:5): 50 a 70 gotas – 200ml água. De 12/12horas (preferência sem alimentos) Pó: 1 a 3g/dia ES (5:1): 200 a 600mg/dia Sambucus nigra (Sabugueiro) De acordo com uma pesquisa etnobotânica, o Sambucus nigra é uma das plantas com mais propósitos formalmente usados (Jaric et al., 2007). Historicamente, as folhas foram consideradas para aliviar a dor e promover a cura quando aplicada como cataplasma. Os nativos americanos usavam no idoso para infecções, tosses e problemas de pele. Das ações atribuídas ao Sambucus nigra, ressaltam-se suas qualidades microbianas em processos virais que afetam a árvore brônquica, especialmente contra o vírus da influenza (gripe). Também são citadas suas ações diuréticas e metabólicas. As lecitinas podem desempenhar papel importante nos processos imunológicos e tumorais. Também destacadas suas atividades antioxidantes e anti-inflamatorias, mas sua principal ação está fundamentada na ação antiviral e antibacteriana e imunológica (Alonso, 2016). A atividade antiviral estaria vinculada à presença de flavonóides, saponinas, ácidos fenólicos e antocianidinas presentes na infusão, aos quais atuariam sinergicamente. Foi demonstrado, que constituintes do Sambucus nigra neutralizam as atividades das hemaglutininas fixadas na superfície de certos vírus, de modo que o vírus não pode atravessar as paredes celulares para se repliocar. (Alonso, 2016). O sabugueiro tem sido usado como repelente de insetos. Quando misturado com sálvia, limão, vinagre e mel, é usado como gargarejo para tosses, resfriados laringite, sintomas semelhantes aos da gripe e falta de ar. Tem sido usado na pele como um adstringente no reumatismo e para inchaço ou inflamação. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Marz et al. publicou uma revisão das evidências sobre o uso de SinupretR para sinusite (Marz, Ismail, & Popp, 1999). Os autores citaram relatórios pré-clínicos de efeitos secretolicos, anti-inflamatios, imunomoduladores e antivirais. Eles também observaram pesquisas em humanos sugerindo um perfil de segurança e eficácia de produtos de combinação contendo Sabugueiro, como SinupretR, foram adicionados aos antibióticos e drogas descongestionantes convencionais. (Ulbricht et al., 2014). Uma revisão sistemática baseada em evidências de sabugueiro, pelo Natural Standard Research Collaboration, consolida a dados de segurança e eficácia disponíveis na literatura científica, utilizando um método validado e reprodutível. Este artigo inclui análises escritas e estatísticas de ensaios, além de uma compilação de opinião de especialistas, precedente folclórico, história, farmacologia, cinética e dinâmica, interações, efeitos adversos, toxicologia e dosagem. (Ulbricht et al, 2014). DOSES: Padronização: IN 2 de 2014: extratos com 80 a 120 mg de flavonoides totais expressos em isoquercitrina Infusão: droga vegetal – 3 a 4 g em 150ml água – Infusão 10 minutos – 2 x ao dia bem quentes Decocção: 8% (casca ou frutos) – 3 a 4 doses 150 ml ao dia ES (3:1 ou 5:1): casca ou flores – 1000mg a 1500mg ao dia – divididos em 3 x ao dia Tintura (1:5): 2,5 à 7,5ml – 3 x ao dia Equinacea purpúrea (Equinácea) Echinacea é um suplemento de ervas que é comumente usado nos primeiros sinais de doença (na tentativa de acelerar a taxa de recuperação) ou diariamente como um suplemento preventivo em pessoas que estão frequentemente doentes (na esperança de reduzir a frequência com que ficam doentes). O termo "echinacea" refere-se a um gênero de plantas, e algumas espécies nesta família, incluindo purpurea e augustifolia, são desejadas devido ao seu conteúdo de alquilamida (visto como os ingredientes ativos). No geral, a equinacea parece ser um pouco eficaz para combater a doença e acelerar a taxa de recuperação da doença, mas ambas as alegações são altamente variáveis. Existem estudos que sugerem taxas de recuperação notáveis, e há estudos sugerindo que não há benefícios. Ao olhar para meta-análises sobre o tópico, parece haver um efeito positivo e protetor da equinácea na frequência da doença (naqueles que estão frequentemente doentes) e na Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância aceleração da taxa de recuperação; o tamanho do efeito, no entanto, não é grande. Ao olhar para a gravidade da doença ou sintomas do frio, a echinacea não parece ter qualquer influência significativa. Acredita-se que os mecanismos sejam devidos à estimulação de macrófagos (que, embora as alquilamidas possam estimular os macrófagos via receptores de canabinóides, a contaminação de suplementos com lipopolissacarídeo / LPS parece ser o principal estímulo) ou a produção de mais imunoglobulinas específicas de antígeno. Esta variabilidade é provavelmente devida à mistura alquilamida, onde o termo 'alquilamida' refere-se a mais de 20 compostos de estrutura similar que variam em suas proporções entre um lote de equinácea e o próximo (devido a condições de crescimento, geralmente), embora alguns efeitos dependentes do contexto da equinácea não podem ser excluídos. As indicações terapêuticas são de utilização como preventivo e coadjuvante no tratamento dos sintomas de resfriados. (Memento Fitoterápico, ANVISA – 2016). No estudo clínico realizado com 120 pacientes com infecção aguda do trato respiratório houve maior redução do tempo de duração da doença e melhora significativa dos sintomas entre os pacientes tratados com extrato aquoso de E. purpurea do que entre aqueles que foram tratados com placebo. Em outro estudo realizado com 59 pacientes com infecção aguda do trato respiratório, houve redução das queixas relativas a um índice de 12 sintomas em 64% dos pacientes tratados com E. purpurea e 29% entre aqueles que foram tratados com placebo. (Memento Fitoterápico, ANVISA – 2016). Uma metanálise particular que observou uma redução de 58% na ocorrência de resfriado e 1,4 dias a menos. Em geral, embora haja benefícios associados à suplementação de echinacea para a prevenção de resfriados que é maior que o placebo, isso parece ser altamente variável. Meta-análise de ensaios é um pouco limitada devido a grandes variações observadas em ensaios com equinácea usando diferentes doses, formulações de produtos e prazos. Em estudos isolados que usam tintura de equinácea, 2,5 mL três vezes ao dia por uma semana – uso antes e 5 dias após a inoculação com o resfriado comum, observou-se que a taxa de desenvolvimento da doença ocorreu em 82% dos pacientes que usaram placebo e apenas 58% das pessoas que usaram equinácea; este desenho de estudo foi usado com echinacea encapsulado (300mg três vezes ao dia). Dois estudos usando 8mL de uma tintura por 28 dias ou 8 semanas, em pessoas saudáveis, notaram um aumento na imunidade após o exercício e nenhum efeito na ocorrência de resfriado, respectivamente. Quando usado profilaticamente (diariamente na prevenção de resfriados), o uso da equinácea diariamente por 4 meses parece ser mais eficaz que o placebo, mesmo com 0,9 mL três vezes ao dia (usando a marca padronizada de produto). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Em crianças já com resfriado, um estudo utilizou 7,5 à 10mL por dia durante 10 dias. Não houve benefícios com a suplementação de equinácea quando administradas a crianças já com resfriado. Enquanto os adultos tomaram 5mL duas vezes ao dia por 10 dias no primeiro dia. Os resultados demonstraram alguns efeitos protetores associados à suplementação. Contra-Indicações: Esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus, AIDS, Tuberculose, Leucemia, Diabetes, Gravidez e Lactação. DOSES IN 2: de 13 a 36 mg de ativos Decocção (10 min): raiz – 1 g para 150ml água, 3x/dia. ES: 500mg a 1g/dia – 4 a 5% de equinosídeo ou ácido cichórico Tintura (1:10): 30 a 40 gotas, 3 x /dia ATENÇÃO: FITOTERÁPICO DE PRESCRIÇÃO EXCLUSIVAMENTE MÉDICA – INSTRUÇÃO NORMATIVA 2/2014 - ANVISA Própolis verde A própolis apícola, produto balsâmico obtido de resinas vegetais pelas abelhas exóticas africanizadas (Apis mellifera L.), transportado e processado por estas, oriundo da atividade que explora e mantém estes indivíduos, a apicultura, tem-se mostrado um importante aliado de humanos, plantas e animais no controle de microrganismos indesejáveis. Em razão disto, foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de agrupar trabalhos de importância sobre a própolis ao nível mundial. São relacionados alguns dos mais importantes artigos publicados sobre o assunto, para esclarecer as principais questões acerca do histórico do uso da própolis, seus benefícios comprovados através de estudos científicos, e seu potencial uso futuro. O conhecimento disto pelo produtor poderá contribuir consideravelmente para o incremento da atividade apícola, potencialização da apicultura além de unir informações sobre o potencial uso deste como biocontrole e fitoterápico. Nos últimos anos, a literatura científica vem relatando as propriedades farmacológicas da própolis de interesse médico e farmacêuticas tais como atividades bacteriostática e bactericida, fungistática e fungicida, virustática e virucida, antioxidante, antitumoral, cicatrizante, reparadora tissular, anestésica, contra parasitas intestinais e sanguíneos, antimutagênica e contra doenças cardiovasculares e respiratórias. (Pereira et al, 2015). Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância A imunomodulação pela própolis pode estar associada tanto com a estimulação quanto com a supressão de determinados eventos da resposta imune. Os efeitos antagônicos e muitas vezes não complementares sobre o sistema imunológico podem ser decorrentes da grande variabilidade química existente entre diferentes amostras de própolis, bem como das diferentes metodologias adotadas nos estudos científicos, resultando em variada ação farmacológica. Estas células desempenham um papel fundamental na defesa do organismo, através da fagocitose, geração de radicais livres, mediação de processos inflamatórios e secreção de uma variedade de substâncias bioquimicamente diferentes, como enzimas, citocinas e componentes do sistema complemento. A ação da própolis sobre os macrófagos resulta em aumento da capacidade fagocítica (ORSI et al., 2000), estimulação da secreção de citocinas, tais como o fator de necrose tumoral a (TNF-a), e outras substâncias como o óxido nítrico (NO) e espécies reativas do oxigênio (DIMOV et al, 1992; IVANOVSKA et al., 1995a; ORSI et al., 2000; KHAYAL et al., 2003). Os compostos da própolis solúveis em água, como ácidos aromáticos e flavonóides, atuam estimulando a produção da proteína C1q pelos macrófagos, um componente essencial para a ativação da via clássica do sistema complemento (DIMOV et al., 1992). A imunomodulação causada pela própolis tem sido observada tanto na estimulação como na supressão de determinados eventos da resposta imune, tornando-a potencialmente aplicável como uma substância imunoestimulante, ou no combate a processos inflamatórios indesejáveis ou tumores. Apesar de vários estudos abordarem a influência da própolis sobre o sistema imunológico, muitos resultados não são complementares ou tornam-se antagônicos, provavelmente em função de diferenças metodológicas ou da grande diversidade química entre as amostras de própolis utilizadas. (G. Fischer et al., 2008). Algumas amostras de própolis do Brasil e da Bulgária são capazes de aumentar a atividade bactericida dos macrófagos. No entanto, estudos revelaram maior eficiência da própolis brasileira, provavelmente em função de sua composição química diferenciada. Segundo os pesquisadores, a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2) e nitrogênio (NO) estavam envolvidos no aumento da atividade funcional destas células (ORSI et al., 2005). A atividade imunomoduladora da própolis também pode ser observada através do incremento das respostas imunes celular e humoral, ao estudarem a capacidade adjuvante de um extrato etanólico da própolis verde brasileira. Quando a própolis foi adicionada ao herpes vírus suíno tipo 1 em uma vacina inativada, inoculada em camundongos. Houve um incremento na resposta imune celular, observado através do aumento da expressão de mRNA de interferon gama (IFN-g) sem, no entanto, estimular a resposta imune humoral. Já a associação desse extrato com o antígeno e hidróxido de alumínio, por sua vez, aumentou tanto a resposta imune celular quanto a humoral, quando comparado com um tratamento utilizado isoladamente com o hidróxido de alumínio. O efeito adjuvante da própolis Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância verde tornou-se ainda mais evidente no teste de capacidade de proteção vacinal, pois a inclusão do extrato etanólico nas vacinas experimentais aumentou o percentual de animais protegidos após desafio com vírus. A análise química desta amostra de própolis, por cromatografia líquida de alta eficiência, revelou altos níveis de compostos fenólicos, tais como ácido cinâmico e derivados. A atividade imunoestimulante dos compostos fenólicos é atribuída ao incremento da proliferação de linfócitos. A imunomodulação causada pela própolis tem sido observada tanto na estimulação como na supressão de determinados eventos da resposta imune, tornando-a potencialmente aplicável como uma substância imunoestimulante, ou no combate a processos inflamatórios indesejáveis ou tumores. Apesar de vários estudos abordarem a influência da própolis sobre o sistema imunológico, muitos resultados não são complementares ou tornam-se antagônicos, provavelmente em função de diferenças metodológicas ou da grande diversidade química entre as amostras de própolis utilizadas. Os dados indicam a necessidade de ampliação dos estudos relacionados às propriedades bioativas da própolis, visando o esclarecimento destas contradições. Hedera helix (Hera) Terapeuticamente o extrato seco de Hedera Helix tem um efeito sedativo no centro da tosse, secretolítico e ação broncodilatadora com excelente eficácia e tolerabilidade. As saponinas contidas no extrato, nomeadamente a α-hederina, têm um efeito broncodilatador sobre os músculos brônquicos. A α-hederina aumenta a estimulação β2 adrenérgica, o que faz com que haja um aumento de adenosina monofosfato cíclico (AMPc). A nível do epitélio pulmonar, o aumento de AMPc leva a um aumento da proteína quinase A e consequentemente ao aumento da produção de surfactante, o que explica a ação secretolítica da Hedera Helix. Esta ação secretolítica provoca a redução da viscosidade do muco, levando a uma redução da tosse e a uma maior facilidade em expulsar a expetoração. O aumento de AMPc leva ainda a uma diminuição de cálcio intracelular, o que provoca um efeito broncodilatador e consequentemente relaxamento do músculo brônquico. É de salientar que o extrato de Hedera Helix possui efeito antimicótico em leveduras e fungos e efeito tóxico em bactérias gram-positivas. Estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, avaliando a eficácia e segurança do xarope de Hedera helix, baseado em dados clínicos, em um grupo de 145 pacientes pediátricos. Os resultados mostraram melhora significativa dos sintomas dispneia e broncoconstrição e redução na frequência e intensidade da tosse, um dos sintomas que mais incomodam os pacientes e seus familiares, no grupo medicado com Hedera helix, além de excelente tolerância. A impressão subjetiva do desaparecimento da tosse, referida pelos pacientes e familiares, Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância também se mostrou significativamente mais presente no grupo tratado, e a percepção de agravamento dos sintomas foi menos frequente entre os que receberam a medicação. O trabalho conclui que o xarope de Hedera helix acrescenta ao bulário pediátrico um fitoterápico com excelente efeito mucolítico e expectorante, bem como broncodilatador de menor potência e com reduzidos efeitos colaterais. Embora novos estudos, sobretudo do tipo comparativos, placebo-controlados, sejam necessários para confirmar os resultados aqui obtidos como sendo decorrentes da intervenção efetuada, podemos afirmar que os pacientes que receberam tratamento com Hedera helix (Abrilar®) tiveram excelentes desfechos clínicos, com evolução favorável, não só quando analisado o sintoma tosse, mas também quando analisada a evolução da secreção pulmonar, traduzida pela tríade propedêutica roncos, sibilos e expectoração. Além disso, a tolerabilidade geral ao medicamento foi excelente e a ocorrência de efeitos adversos, mínima. (Santoro Junior). Harpagophyto procumbens (Garra do Diabo) Harpagophytum Procumbens (comumente chamado Devil's Claw) é um vegetal de tubérculo que é usado para combater a dor lombar, bem como artrite (osteoartrite e artrite reumatóide). Suas principais indicações terapêuticas englobam alívio de dores articulares moderadas e lombalgia aguda. Em estudo duplo cego randomizado verificou-se que a administração de seis cápsulas (435 mg de pó seco de H. procumbens/cápsula) diariamente por quatro meses proporcionou eficácia e segurança comparável à diacereína, em pacientes com artrite no joelho e no quadril. Estudos clínicos possibilitaram verificar que os medicamentos contendo extrato de H. procumbens devem conter no mínimo 50 mg (dose diária) do iridoide glicosilado, harpagosídeo, para tratamento de osteoartrite e lombalgia. Testes em humanos foram conduzidos em Devil's Claw e artrite, e embora pareça haver uma grande quantidade de ensaios realizados, muitos não são obtidos on-line ou no Medline (em vez disso, citados indiretamente por meio de revisões sistemáticas e metanálises sobre o assunto) e o poder desses testes é limitado, devido ao tamanho das amostras e falta de controle na maior parte. Dito isto, pelo menos dois ensaios bem controlados observam que a eficácia da Garra do Diabo é maior do que o placebo, com uma que diz ter potência semelhante à do Vioxx (Rofecoxib, um inibidor da COX2 e anti-inflamatório). Parece haver muita discussão sobre a segurança da Garra do Diabo, que pode ter se originado de usuários tradicionais da advertência do Garra do Diabo sobre o uso excessivo. Em ensaios de curta duração, parece ser bem tolerado, com falta de evidências em longo prazo. É Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância definitivamente possível que possa induzir contrações uterinas quando tomado por via oral e, devido a isso, não deve ser usado por mulheres grávidas. Estes efeitos anti-inflamatórios foram observados em que a COX-1 e a COX-2 foram inibidas em graus aproximadamente semelhantes e a libertação de óxido nítrico foi atenuada; a potência que se correlaciona com o conteúdo de Harpagosideos. Parece haver inibição do AP-1 de influenciar o genoma e, assim, prevenir a produção de citocinas pró-inflamatórias em resposta a estressores inflamatórios. O Harpagoside em si pode ser ativo, mas outros constituintes parecem contribuir para seu efeito também. Um estudo em coelhos alimentados com 150mg de extrato de Garra do Diabo (14% Harpagoside; relacionado a 200mg de Harpagoside para humanos) por seis meses após meniscectomia medial unilateral e transecção do ligamento cruzado anterior (cirurgia para danificar a cartilagem) observou que ratos controle tinham 30% redução da espessura da cartilagem no joelho operado em relação ao joelho controle; o grupo alimentado com a Garra do Diabo teve uma diferença menor, mas não alcançou significância estatística. Uma carta para o Editor (da revista Phytomedicine discutindo este estudo de coelho observou que a coloração com hematoxilina e safranina das articulações mostrou uma tendência ao aumento da regeneração de cartilagem, enquanto que as elastina alcançaram significância estatística, e que os níveis de mRNA de TIMP-2 foram aumentou uma variável 2-5 vezes maior do que o controle. Ao examinar estudos com ratos, a artrite induzida por injeções de M. butyricum teve o edema da pata significativamente reduzido pela administração oral de 50mg / kg de Devil's Claw (50% de extrato etanólico), mas foi menos potente que o controle ativo de prednisona a 10mg / kg. [25] Isso se baseia em um estudo anterior em que 100mg / kg de extrato etanólico a 60% foi capaz de abolir o aumento do edema induzido pelo adjuvante de Freund (pesquisa de toxina para induzir artrite) e mostrou dependência da dose em 25 e 50mg / kg. Para estudos disponíveis on-line, um estudo usando o produto de marca Doloteffin (2400mg de Garra do Diabo padronizado para 60mg de Harpagosideos) durante 8 semanas observou melhorias nos sintomas de osteoartrite (quadril, parte inferior das costas e joelho) avaliada pelo WOMAC, índice de dor lombar de Arhus. Os benefícios foram aparentes em 50- 70% das pessoas, com mais benefícios sendo vistos em idosos com maior avanço da doença. Outro estudo realizado durante 6 semanas utilizando a mesma dose de Doloteffin observou que a redução da dor foi comparável a 12,5mg de Rofecoxib (inibidor de COX2), e quando os pacientes deste estudo recebem Doloteffin por um ano após a redução da dor parece atingir a eficácia máxima em torno de 30 a 60 dias e depois persistir na mesma magnitude, embora outras fontes citam que pode levar até 4 meses para obter benefícios máximos da Garra do Diabo. Surpreendentemente, poucas evidências são disponíveis on-line, mas parece haver uma grande quantidade de estudos publicados em alemão não disponíveis via Medline (com uma Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância meta-análise citando até 10 estudos não recuperáveis por meio de mecanismos de busca. A Garra do diabo parece ser eficaz para dor crônica, mais fraca ou comparável a drogas de referência (dos quais os ensaios comparativos são mínimos). DOSES RDC 10/2010 – infusão 1 colher de chá, 150ml água, 2 a 3 x/dia Tintura: 60 a 80 gotas em 150ml água, 8/8h Infusão: 1g à 3g em 150ml água, 2 a 3 x/dia ES: 2 a 3g/dia (divididos em 3 tomadas pós-prandiais) – 2 meses consecutivos – whash-out 1 a 2 semanas OMS: artrose e tendinite=1,5 a 3g – decocção ou preparações equivalentes 50 -100mg de harpagosídeo/dia - Cápsulas gastroresistentes RECOMENDADAS Boswelia serrata (Boswelia) Boswellia Serrata é uma resina de goma extraída de uma árvore, que às vezes é queimada (a espécie inteira de Boswellia é comumente conhecida como Frankinsence) como um aromático (insenso) ou administrado como medicamento. Tem mais uso para medicina ayurvédica, alguns para Medicina Tradicional Chinesa, e seu uso se estende ao Oriente Médio e outras regiões tropicais. A Boswellia Serrata, através dos seus ácidos boswélicos ativos, parece ser uma inibidora de uma enzima pró-inflamatória chamada 5-lipoxigenase e pode possuir outros efeitos anti- inflamatórios (como a inibição do nF-kB, que não são tão novos). Esses efeitos anti-inflamatórios têm sido investigados por seus benefícios na osteoartrite (OA), e parece que os suplementos orais de Boswellia podem suprimir a dor e a imobilidade associadas à OA de maneira bastante significativa, com os efeitos levando apenas uma semana para ocorrer. Os estudos são bem conduzidos, mas financiados pelos produtores dos suplementos testados. Há intervenções limitadas não financiadas com a Boswelia para esta afirmação, mas elas parecem concordar com a bateria de estudo financiado em tamanho de efeito. Boswellia parece ser não tóxica, tem um histórico de uso como um fitofármaco para edema cerebral associado à radioterapia (um tratamento contra o câncer), e os efeitos anti-inflamatórios e anti-câncer o tornam uma erva interessante para uso. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Acredita-se que a Boswellia serrata ajude a patologia da osteoartrite por estar envolvida em uma terapia combinada de ervas juntamente com Ashwagandha e Curcuma Longa (fonte de curcumina); a mesma mistura de ervas que não mostrou nenhum benefício para a artrite reumatoide. Em um estudo comparando dois tratamentos com placebo, o primeiro tratamento sob o nome comercial de 5-Loxin (100mg de Boswellia Serrata padronizado para 30mg de AKBA) foi comparado a outra formulação de Boswellia (Aflapin a 100mg) em 60 pessoas com osteoartrite confirmada; os resultados acima de 90 dias sugeriram que a 5-Loxina reduziu os sintomas da osteroartrite em várias escalas de avaliação em 31,6% (Escala Visual Analógica), 30,3% (WOMAC; subgrupo de dor), 42,2% (WOMAC; subgrupo de rigidez), 21,25% ( WOMAC; subconjunto de funcionalidade), e 18,35% (índice funcional de Lequesne), embora o grupo Aflapin tenha superado todos os parâmetros. Ambos os grupos relataram melhorias estatisticamente significativas dentro de uma semana de tratamento (redução de cerca de 8% com 5-Loxina). Um terceiro estudo sugerindo que as melhoras dentro de uma semana ocorrem com doses mais altas (250mg) de 5-Loxina e levam mais tempo com doses mais baixas (100mg). A magnitude geral dos benefícios em outros estudos são sintomas melhorados de osteoartrite, avaliados por subgrupos de dor (40,1%), rigidez (41,3%) e função (38,8%) após 30 dias de uso - 100mg de Aflapina. Atualmente, há uma série de estudos bem controlados com 5-Loxina ou Aflapina (patentes nutracêuticas de Boswellia Serrata com AKBA concentrado a 30% e 20%, respectivamente), mas todos os estudos usando essas formulações obtiveram financiamento externo do produtor dos suplementos. Não parece ter qualquer influência nos resultados e parece ter sido conduzido de forma independente. Outro estudo de pessoas com osteoartrite observou que 6g de extrato vegetal básico em três doses de 2g junto com as refeições foi capaz de reduzir a dor no joelho 70,96-73,68%, dor no ombro em 83,33% e absolver a dor da coluna desde o início; melhorias ocorreram em inchaço e mobilidade articular em graus semelhantes e melhorias foram observadas em níveis de felicidade e atividade secundária à redução da dor. As conclusões deste estudo são limitadas por serem cegos e sem grupo controle, e apesar da promessa dos estudos acima em potência, pode não haver evidência independente suficiente para a Boswellia Serrata para atenuar a dor articular geral. Definitivamente, mostra um grande grau de promessa no tratamento da dor articular sem efeitos adversos. A 5-lipoxigenase (5-LOX) é uma enzima que utiliza ácido araquidônico (ácido graxo ômega-6) como substrato para criar citocinas pró-inflamatórias, como ácido 5- hidroxieicosatetraenóico (5-HETE) e leucotrieno B4; essa via 5-LOX / leucotrieno é uma via de sinalização pró-inflamatória no organismo. O ácido 11-keto-β-boswellic e o ácido 3-O-acetil-11- ceto-β-boswellic são inibidores de 5-LOX com valores de IC50 de 2,8µM e 1,5µM respectivamente, embora outros ácidos Boswélicos (como o ácido β-boswellico) podem inibir a Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância enzima parcialmente o grupo 11-ceto parece aumentar a potência. O potencial inibitório dos Ácidos Boswelicos na 5-LOX é de natureza não redox. Devido ao potencial inibitório destes dois ácidos Boswellicos em particular na 5-LOX, os ácidos 11-keto Boswellic são considerados os mais importantes. O mecanismo de ação mais conhecido da Boswellia parece ser a inibição da 5- lipoxigenase, e os dois bioativos mais potentes a esse respeito parecem ser os ácidos 11-keto boswellicos. A inibição de 5-LOX é direta e específica, em vez de uma inibição geral que pode ser induzida por compostos anti-oxidantes. Outros mecanismos antiinflamatórios do ácido boswelico incluem a inibição do NF-kB, que foi observado in vivo em camundongos que receberam o ácido boswélico AKBA em injeções de 100 mol / kg e parece ser mediado por múltiplos mecanismos. Em resposta ao Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α), a AKBA parece se ligar diretamente às IKKs e prevenir a ativação de IκBα e p65 (que então previne a indução de NF-kB) e também pode se ligar diretamente ao lipopolissacarídeo (LPS uma toxina bacteriana que induz NF-kB). DOSES Gupta,et al. Effects of Boswellia serrata gum resinin patients with ulcerative colitis. Eur J Med Res., 1997. Quantidade de extrato seco que forneça 7 a 21 mg dos triterpenos pentacíclicos padronizados (11-ceto-beta-boswélicoe3-acetil-11-ceto-beta- boswélico) 2 a 3 tomadas diárias Curcuma longa (Cúrcuma) A curcumina é o pigmento amarelo associado ao tempero de curry, ao açafrão e, em menor escala, ao gengibre. Ele exerce efeitos antiinflamatórios potentes, e esses efeitos anti- inflamatórios podem ser protetores contra alguma forma de progressão do câncer com base em pesquisas preliminares. Outras áreas de interesse no que se refere à curcumina estão aliviando o declínio cognitivo associado ao envelhecimento, sendo o coração saudável tanto por meios elétricos quanto reduzindo os níveis de lipídios e placas nas artérias, e reduzindo o risco de diabetes e sendo um bom tratamento para os efeitos colaterais associados ao diabetes. Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional Ensino a Distância Tem uma baixa biodisponibilidade oral (uma baixa porcentagem do que você consome é absorvido) e, portanto, deve ser reforçada com outros agentes, como o extrato de pimenta preta, chamado piperina (Piper nigrum). Doses até 8g de curcuminóides em humanos demonstraram não estar associadas a muitos efeitos adversos, e testes in vitro sugerem que a curcumina tem um limiar de segurança bastante elevado. Um dos efeitos mais bem pesquisados da curcumina sobre a inflamação é inibir a ativação induzida pelo TNF-α e a translocação nuclear do NF-kB, uma proteína que influencia o código genético para produzir citocinas inflamatórias. Isso foi observado em células imunológicas após a ingestão oral de 150mg de curcumina (resveratrol a 75mg, catequinas
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