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Nutricao ortomolecular e fitoterapia funcional apostila 1

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Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
Ensino a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia 
Funcional 
 
 
 
Prof. Renata Saffioti e Gisele Vieira 
 
 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
Ensino a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
FITOTERAPIA FUNCIONAL NA 
PRESCRIÇÃO CLÍNICA 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
Ensino a Distância 
 
 
Fitoterapia Funcional 
 
1. Fitoterapia aplicada absorção e eliminação 
 
O termo fitoterapia tem como significado o tratamento e/ou a prevenção de doenças usando 
plantas, partes das plantas e preparações feitas com plantas. Sua origem vem do grego phyton 
(planta), entretanto, a origem exata do termo fitoterapia é desconhecida e é atribuída ao médico 
francês Dr. Henri Leclerc (1870-1955). 
 
A história do medicamento é muito antiga, entretanto, os registros históricos são escassos. O 
uso de plantas e animais pode ser evidenciado através de pinturas rupestres referentes ao 
período Paleolítico Superior com o homem de Neanderthal, representando plantas, folhas e 
órgãos humanos em uma clara alusão à correspondência terapêutica. (Nicoleti, 2012) 
 
Abaixo temos algumas terminologias importantes para a compreensão da fitoterapia, mais 
especificamente da farmacoligia dos fitoterápicos: 
 
 Citocromo P450 (pode ser abreviado para CYP450 ou CYP): Superfamília, extensa e 
diversificada, de enzimas presentes no nosso organismo (intestino e fígado). Protagonizam 
grande parte das reações de biotransformação de fase I. 
 
 Droga vegetal: Planta medicinal, ou suas partes, que contém as substâncias, ou classes 
de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, 
estabilização, se aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada 
ou pulverizada. 
 
 Derivado vegetal: Produtos de extração da planta medicinal in natura ou da droga vegetal: 
extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e/ou volátil, cera, exsudato e outros. 
 
 Fitoterápico: é o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto 
substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa. 
 
 Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. 
(Nicoleti, 2012) 
 
Segundo Fonseca, quando duas drogas interagem, a resposta farmacológica final pode 
resultar, entre outras, no aumento dos efeitos de uma ou outra droga; no aparecimento de efeitos 
totalmente novos, diferentes dos observados com quaisquer das drogas usadas isoladamente; na 
inibição dos efeitos de uma droga pela outra; ou pode não ocorrer nenhuma modificação no efeito 
final, apesar de a cinética e de o metabolismo de uma ou de ambas as drogas terem sido 
substancialmente alterados. (Nicoleti, 2012). 
 
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Interação pode ser definida como uma resposta farmacológica ou clínica à administração 
de dois ou mais fármacos que seja diferente da resposta desencadeada por esses fármacos, 
quando tomados individualmente. Ou seja, os efeitos resultantes podem ser benéficos quando 
melhoram a eficácia terapêutica ou reduzem seus efeitos adversos. É considerada prejudicial 
quando aumenta exageradamente os efeitos farmacológicos dos princípios ativos ou estes se 
antagonizam a ponto de anular, mesmo que parcialmente, seus efeitos terapêuticos: 
 
 Adição: dois fármacos que possuem mecanismos de ação semelhantes apresentam 
efeitos aditivos. 
 Somação: dois fármacos produzem efeitos semelhantes, mas atuam por mecanismos 
diferentes. 
 Potencialização: o efeito resultante da associação de dois fármacos é maior que a soma 
dos efeitos de cada um. É a potencialização por sinergismo. 
 
Ações Farmacocinéticas: 
São decorrentes das modificações produzidas por um fármaco desencadeante sobre os 
processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção de outro fármaco, cujo efeito é 
modificado. Um dos agentes é capaz de modificar os parâmetros farmacocinéticos de outro 
agente administrado concomitantemente ou os dois agentes têm sua farmacocinética alterada. 
 
Ações Farmacodinâmicas: 
Resultam das modificações na resposta do órgão efetor, dando origem a fenômenos de 
sinergia, antagonismo ou potenciação. Essas interações podem ser verificadas no nível dos 
receptores farmacológicos ou no nível de processos moleculares subsequentes à ativação dos 
receptores. Constituem as interações nas quais os efeitos finais são resultantes das ações 
farmacodinâmicas próprias dos agentes concorrentes. Ou seja, quando os efeitos da adição, 
somação ou potencialização são semelhantes e quando os efeitos são opostos: antagonismo. 
(Nicoleti, 2012). 
 
Os fitoterápicos são medicamentos obtidos através de matérias primas das plantas 
medicinais ou mesmos seus princípios ativos. É caracterizado pela sua eficácia na cura de 
doenças ou na amenização de seus sintomas. Sua eficácia e segurança são validadas através da 
etnofarmacologia, documentações científicas publicadas e por ensaios clínicos, devidamente 
fiscalizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
 Os medicamentos fitoterápicos são constituídos por misturas complexas de vários 
compostos químicos, que podem ser responsáveis por diversas ações, como efeitos antagônicos 
e/ou sinérgicos com outros medicamentos. Além disso, muitos fitoterápicos têm seus efeitos 
adversos desconhecidos e cabe de estudo para analise de interações medicamentosas com 
outros medicamentos. (Teixeira, dos Santos). 
 
 
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A utilização de medicamentos fitoterápicos tem aumentado nos últimos anos, seja pela 
maior possibilidade de extração de princípios ativos, quanto pela maior demanda populacional. 
Os principais usuários são adultos e idosos com doenças crônicas, e muitos acreditam que esses 
medicamentos são isentos de efeitos adversos. 
 
Os fitoterápicos são medicamentos que influência no metabolismo de muitos outros 
medicamentos, causando efeitos sinérgicos e/ou antagônicos, podendo causar danos para o 
organismo. É de extrema importância o reconhecimento dessas interações medicamentosas, por 
parte dos profissionais de saúde, com a finalidade de evitar danos na saúde do paciente e obter 
maiores informações para conscientização do uso racional dos fitoterápicos. (Teixeira, dos 
Santos) 
 
A planta medicinal utilizada em medicamentos é um xenobiótico, isto é, um produto 
estranho ao organismo humano, nele introduzido com finalidades terapêuticas. Como todo corpo 
estranho, os produtos de sua biotransformação são potencialmente tóxicos e assim devem ser 
encarados até comprovação contrária. Do ponto de vista toxicológico, deve-se considerar que 
uma planta medicinal ou um fitoterápico não tem somente efeitos imediatos e facilmente 
correlacionados com a sua ingestão, mas, também, os efeitos que se instalam ao longo prazo e 
de forma assintomática, como os carcinogênicos, hepatotóxicos e nefrotóxicos. (Nicoletti et al, 
2007) 
 
O uso de plantas medicinais é equivocadamente entendido, pela população de uma 
maneira geral, como o emprego de fitoterapia. Segundo conceito da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, o medicamento fitoterápico é obtido, através do emprego exclusivo de 
matérias-primas vegetais, sendo caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu 
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança 
são validadas, através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações 
tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. (Nicoletti et al, 2007). 
 
A falsa concepção de que “medicamento natural, se não fizer bem, mal não faz” contribui com 
a estatística de que
no Brasil, segundo o Sistema de Informações Tóxico-Farmacológicas 
(SINITOX), os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de 
intoxicações em seres humanos e o segundo lugar nos registros de mortes por intoxicação, 
embora, não sejam encontrados dados específicos relacionados exclusivamente à ingestão de 
plantas medicinais. (Nicoletti et al, 2007). 
 
Muitas vezes, um único fármaco não é o suficiente para a recuperação da saúde. Desta 
forma, dois ou mais fármacos poderão ser prescritos e esta combinação, nem sempre, trará o 
benefício almejado, isso porque drogas podem interagir entre si, causando a denominada 
“interação medicamentosa” que poderá ser entendida como “mudança no efeito de uma droga, 
causada por outra tomada no mesmo período”. Essas interações não se reduzem somente ao 
universo das substâncias químicas sintetizadas, mas também, com aquelas, presentes em 
 
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plantas que são empregadas na preparação de chás, xaropes caseiros e medicamentos 
fitoterápicos. (Nicoletti et al, 2007). 
 
A eficácia da terapia medicamentosa depende de muitos fatores relacionados às 
propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas de um fármaco, que pode ser modificada por 
diferenças em polimorfismos genéticos, idade, gênero, ritmos circadianos, bactérias intestinais, 
fisiopatológicas condições, forma de dosagem farmacêutica e xenobióticos. Um caso particular é 
a co-administração de medicamentos tradicionais e medicamentos à base de plantas (isto é, 
suplementos dietéticos contendo ervas medicinais ou os fitoterápicos tradicionalmente usados em 
fitoterapia para tratar ou prevenir doenças), que pode causar interações inesperadas. 
 
O alto risco inerente às interações medicamentosas é bem conhecido, embora vários 
estudos tenham indicado que 14 a 31% dos usuários de medicamentos prescritos combinam 
produtos com medicamentos tradicionais. O crescimento nas vendas de medicamentos à base de 
plantas nos últimos anos, consequentemente levou muitos pesquisadores a voltarem seu foco 
para a farmacologia, mecanismos subjacentes interações erva-droga. 
 
A absorção desempenha um papel importante na eficácia e tratamento da droga resultado. 
As interações herbais que o afetam precisam ser considerados, particularmente no caso de 
drogas que possuem índice terapêutico, como digoxina ou agentes anticâncer, como podem levar 
a efeitos sub-terapêuticos ou tóxicos devido a mudanças nas concentrações plasmáticas. 
(Colalto, 2010). 
 
Em alguns casos, medicamentos à base de plantas também podem estar sujeitos à 
contaminação e erros na identificação e concentrações. Por esse motivo, algumas investigações 
de interações incluem uma análise independente dos principais fitoquímicos, esses valores às 
vezes reveladores são diferentes dos aqueles no rótulo. 
 
Outro problema no uso de produtos fitoterápicos é a subnotificação de reações adversas e 
interações erva-droga. Um estudo realizado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos 
dos EUA que o sistema de notificação de eventos adversos revelou apenas alguns dos eventos 
associados com suplementos dietéticos, incluindo erva-droga interações. Além disso, foi relatado 
que 69% dos utilizadores de produtos medicinais à base de plantas no Reino Unido não procuram 
seu médico quando ocorre um evento adverso grave, e uma recente pesquisa italiana relatou um 
número similar (61,7%). 
 
Finalmente, outro estudo descobriu que 58% dos usuários não informam os médicos 
quando compram produtos botânicos. Muitas vezes, é difícil estabelecer o agente causador de 
uma interação, especialmente quando ocorre em pacientes que recebem múltiplas terapias 
medicamentosas. Além disso, os consumidores geralmente acreditam que medicamentos são 
completamente benignos e nem sequer consideram como uma possível causa de uma reação 
adversa. Dado o crescente número de pacientes que recebem várias terapias, a FDA e a EMA 
 
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recomendaram que as empresas farmacêuticas desenvolvessem investigações de interação 
medicamentosa usando o citocromo P450 e enzimas transportadoras. 
 
As diretrizes da EMA recomendam identificar fatores e mecanismos envolvidos com 
interações relacionadas à absorção de drogas no início do processo de desenvolvimento. A 
absorção de drogas envolve muitas fases, e vários períodos controlados, sistemas de distribuição 
que foram desenvolvidos para otimizar os efeitos farmacológicos e minimizar os efeitos 
toxicológicos e a atividade de drogas orais. Os mecanismos de ação desses sistemas baseiam-se 
nas características gastrointestinais fisiológicas do pH e motilidade; interações com estes 
poderiam afetar os mecanismos de liberação de droga e a solubilidade de drogas ionizáveis . 
As interações que afetam a absorção de drogas podem envolver os transportadores 
localizados na membrana intestinal. Absorção nas localizações apicais, com borda em escova ou 
serosal, basolateral de enterócitos é mediada por proteínas transportadoras de influxo. 
 
Por outro lado, os transportadores de efluxo mediam a expulsão de xenobióticos de 
enterócitos para o lúmen, a fim de evitar absorção na circulação sistêmica, desempenhando papel 
importante desintoxicação. 
 
A superfamília de enzimas do citocromo P450 em enterócitos possuem a função de 
metabolizar, desintoxicar e bioativar xenobióticos. O CYP3A4, família presente no intestino 
eprincipalmente situado nas vilosidades intestinais do terço superior e médio. A enzima mais 
abundante do CyP450, o CYP3A4 - localizado no ápice dos enterócitos maduros e metaboliza 
muitas drogas, por exemplo, 50% ciclosporina oral. 
 
A atividade do citocromo pode ser modulada por drogas ou mudar como resultado de 
vários polimorfismos. Alguns xenobióticos podem aumentar ou reduzir o metabolismo induzindo 
ou inibindo Atividade de CYP, respectivamente, aumentando assim o intervalo de variabilidade 
até 400 vezes. 
 
As enzimas do CYP3A4 expressas no fígado e intestino são estruturalmente idênticas, 
embora algumas observações sugerissem propriedades catalíticas. O metabolismo intestinal 
pode variar conforme a droga assumida: por exemplo, alprazolam e quinidina são pouco afetadas 
por enzimas intestinais em contraste com enzimas hepáticas, mas triazolam, atorvastatina e 
tacrolimus são fortemente afetados por metabolismo intestinal. Essa diferença é devida à via 
metabólica da droga e o possível co-envolvimento da P-gp. Além disso, enzimas P450 intestinais 
podem responder mais rapidamente a indutores do que contrapartes hepáticas. 
 
A quantidade de enzima também é importante: CYP3A4 é responsável por cerca de 80% 
da expressão intestinal de P450, enquanto o CYP3A4 hepático representa apenas 1% do 
metabolismo hepático. 
 
 
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O metabolismo intestinal desempenha um papel importante biodisponibilidade e eficácia 
clínica da droga, e devem ser considerados mais de perto para permitir uma melhor previsão da 
primeira passagem metabolismo. A indução destas enzimas metabólicas por xenobiótico diminui 
a quantidade de droga absorvida, levando à perda de eficácia clínica. Por outro lado, a inibição do 
metabolismo do intestino aumenta a quantidade de droga disponível aumentando a possibilidade 
de toxicidade e reações adversas a medicamentos. A conversão hidrofílica do P450 de 
xenobióticos é seguida pela ligação química de moléculas endógenas, como glucuronido, glicina, 
glutamina e glutationa. 
 
Uma importante interação droga-nutriente pode ser observada em pacientes em tratamento 
da Doença de Parkinson. O tratamento visa aumentar os níveis de dopamina e aliviar os 
sintomas, sendo, atualmente, a L-Dopa (levodopa) a droga mais utilizada.
A levodopa é 
convertida em dopamina pela enzima L-aminoácido aromático descarboxilase. Entre as 
alterações provocadas pela doença de Parkinson, encontra-se a perda de peso como um achado 
comum. A falta de apetite também está associada a quadros depressivos frequentes, além das 
disfunções sensoriais com diferentes intensidades. Essa perda de peso é contínua e pode 
começar antes do diagnóstico da doença. Sua causa pode ter origem nas dificuldades motoras e 
no aumento do gasto energético decorrente dos tremores, resultando em um estado de má 
nutrição nesses pacientes. 
 
É amplamente reconhecido que a avaliação nutricional deve ser incorporada no tratamento 
de pacientes com DP, pois a oferta de uma dieta nutricionalmente adequada pode contribuir para 
a melhora dos sintomas e garantir melhor qualidade de vida para esses indivíduos. 
 
O uso concomitante de medicamentos e alimentos pode interferir com a farmacocinética e 
a farmacodinâmica das drogas, bem como na digestão, absorção e utilização de nutrientes. Nesta 
condição, o fármaco pode não ter o efeito necessário e os alimentos não exercerem a função 
nutricional esperada. 
 
Aminoácidos e levodopa competem pelo mesmo mecanismo de transporte ativo no trato 
gastrointestinal e na barreira hematoencefálica. Refeições hiperproteicas associadas à ingestão 
do medicamento favorecem a interação entre a levodopa e aminoácidos, portanto, os princípios 
da terapia nutricional de pacientes com Doença de Parkinson visam reduzir essa interação. 
 
A problemática não gira em torno de a dieta ser normo ou hiperproteica, mas se os 
pacientes equilibram a quantidade de proteínas em todas as refeições, se priorizam essa proteína 
no período da noite e se cumprem com a recomendação dos horários para refeição e ingestão do 
medicamento composto de levodopa. Contudo, podem-se utilizar dietas hiperproteicas, contanto 
que o paciente distribua essa quantidade proteica de modo uniforme, não concentrando elevada 
quantidade em uma única refeição, associado ao cumprimento dos intervalos recomendados. A 
orientação do médico e do nutricionista é fundamental no cumprimento dos horários adequados 
para alimentação e ingestão dos medicamentos. 
 
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No caso de pacientes em tratamento oncológico, também podemos observar uma série de 
problemáticas relacionadas à interação droga-droga, droga-fitoterápico. Atualmente, o tratamento 
dos cânceres, em sua grande maioria, é considerado como um dos problemas mais desafiadores 
da medicina. 
 
A partir do momento que a neoplasia primária metastatiza pelo corpo do hospedeiro o 
prognóstico se torna ruim, sendo a quimioterapia antineoplásica a principal forma de tratamento 
neste estágio. Uma vantagem deste tratamento é o de atingir igualmente as metástases 
disseminadas pelo corpo. Entretanto, há desvantagens importantes a serem consideradas 
principalmente aquelas relacionadas aos seus efeitos colaterais, pois em sua grande maioria 
estes medicamentos apresentam baixo índice terapêutico, ou seja, dose terapêutica muito 
próxima à dose tóxica. Desta maneira, a pesquisa, tanto básica como aplicada, é fundamental e 
deve ser estimulada, para que medicamentos antineoplásicos mais eficazes e seguros sejam 
descobertos. 
 
Dentre os candidatos a medicamentos antineoplásicos, estão os que podem ser utilizados 
tanto para o tratamento como para a prevenção do câncer. Nesta classe incluem-se os 
fitoterápicos, que são medicamentos obtidos a partir de plantas, empregando-se exclusivamente 
derivados de substâncias vegetais, os suplementos dietéticos herbáceos e as plantas medicinais, 
íntegras ou suas partes, sendo que estas não são objeto de registro pela ANVISA (RDC nº48/04) 
(2). 
 
Algumas destas plantas têm demonstrado efeitos quimiopreventivos e antineoplásicos 
promissores, no entanto, o principal problema ocorre quando estas são consumidas 
simultaneamente com os medicamentos convencionais prescritos, pois muitas vezes podem 
ocorrer interações medicamentosas perigosas. 
 
Levando-se em conta que o índice terapêutico dos quimioterápicos antineoplásicos muitas 
vezes é estreito e que os fitoterápicos e as plantas medicinais podem alterar a expressão de 
diversas enzimas relacionadas à biotransformação de medicamentos, as interações 
medicamentosas na terapia do câncer devido ao uso concomitante de fitoterápicos podem ter 
consequências indesejáveis, podendo mesmo, em alguns casos, comprometer a vida do 
indivíduo. 
 
É importante ressaltar o fato de que muitos pacientes oncológicos omitem a utilização 
concomitante destes durante seu tratamento com a quimioterapia antineoplásica convencional. 
Acredita-se que possivelmente devido a estas interações é que em diversos casos o tratamento 
com quimioterápico é considerado falho. 
 
Em relação a pacientes oncológicos, em tratamento antineoplásico, para seus efeitos 
ocorrerem, estes medicamentos precisam atingir seus alvos biológicos em quantidades 
 
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suficientes, quer seja diretamente o DNA, a maquinaria de replicação desta, os microtúbulos ou 
qualquer outro alvo. Pode-se comparar o caminho a ser percorrido pelo medicamento, desde sua 
administração até sua chegada ao sítio neoplásico, com um labirinto, onde diversos desvios e 
caminhos sem saída existem e podem atrapalhar seu efeito esperado. Dentre estes “desvios”, 
citam-se os relacionados à farmacocinética, que são a ativação dos sistemas de 
biotransformação de xenobióticos e a maior conjugação para excreção dos fármacos, e os 
desvios relacionados a possíveis alterações encontradas nas células neoplásicas, que são a 
diminuição do influxo do fármaco para dentro da célula; o aumento da expulsão do fármaco de 
dentro da célula; o bloqueio de apoptose induzida pelos fármacos e o aumento do reparo aos 
danos no DNA. 
 
Assim, deve-se considerar o risco da ingestão concomitante de plantas medicinais e/ou 
fitoterápicos com outros medicamentos por pacientes oncológicos, uma vez que, estas plantas 
podem ser fortes indutoras ou inibidoras das enzimas do complexo do citocromo p450. O 
exemplo clássico é o suco de Toranja (Grapefruit), um conhecido inibidor da enzima do complexo 
do citocromo p450 CYP3A4 nos enterócitos. 
 
Desta maneira, este suco de Toranja (Grapefruit) promove maior biodisponibilidade de 
diversas substâncias, incluindo-se os vários quimioterápicos antineoplásicos de ação direta, que 
podem então ter seus efeitos colaterais aumentados, como exemplo, pode-se citar o Erlotinib® 
que é biotransformado principalmente pela CYP3A4. 
 
Diversas outras plantas já demonstraram efeitos inibitórios sobre a expressão da CYP3A4, 
como extratos de batata africana. Existem dados sobre interações medicamentosas entre 
quimioterápicos e o consumo de produtos vegetais em humanos. O estudo mais evidente 
demonstrou que o consumo da Erva de São João (Hipericum perforatum) deve ser evitado por 
pacientes em quimioterapia com Irinotecan®, uma pró-droga que precisa ser biotransformada 
para se tornar ativa para matar as células neoplásicas. O consumo simultâneo levou à menor 
mielossupressão induzida pelo Irinotecan, além de diminuir os níveis plasmáticos de SN-38 (o 
componente ativo) em 42%. Estes efeitos foram caracterizados pela ação da Hiperforina, o 
principio ativo da erva de São João, de induzir a expressão da CYP3A4 via ativação do receptor 
PXR. 
Outro trabalho publicado sobre o mesmo assunto demonstrou que o consumo da erva de 
São João diminuiu também a ação do Gleevec® (mesilato de imatinib) em pacientes com câncer. 
(Fukumatsu et al, 2008). 
 
 
 
 
 
 
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Interações entre fitoterápicos, alimentos e Fármacos 
 
 
AESCULUS
HIPPOCASTANUM L. (CASTANHA-DA-ÍNDIA) 
Uso terapêutico: fragilidade capilar, insuficiência venosa 
 
Indicações/Ações terapêuticas: fragilidade capilar, insuficiência venosa. 
Padronização/Marcador: Escina (dose diária: 32 a 120 mg de Escina). 
 
Interações medicamentosas: Teoricamente, em razão de seus constituintes, a semente de 
Castanha da Índia aumenta o risco de sangramentos quando utilizada com ácido acetilsalicílico, 
varfarina, heparina, clopidogrel e antiinflamatórios como ibuprofeno ou naproxeno. A escina, o 
principal componente saponínico da castanha da índia, se liga às proteínas plasmáticas podendo 
afetar a ligação de outras drogas. 
 
Em estudos baseados em animais, esta droga poderá intensificar o efeito hipoglicemiante 
de usuários de medicamentos para diabetes por via oral ou, ainda, insulina. A eficácia de 
fármacos com atividade antiácida ou antiúlcera poderá ser afetada na presença desta planta que 
é irritante ao trato gastrintestinal; quando utilizada com sene poderá ocorrer potencialização do 
efeito laxativo. Não deverá ser administrada com outras drogas nefrotóxicas, como a gentamicina. 
(Nicoletti et al, 2007) 
 
Interações do Aescullus hippocastanum, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: 
 
 
Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
 
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ALLIUM SATIVUM L. (ALHO) 
 
Uso terapêutico: coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertensão arterial leve 
auxilia na prevenção de aterosclerose 
 
Não usar em casos de hemorragia e tratamento com anticoagulantes e anti-hipertensivos. 
Suspender o uso do fitoterápico duas semanas antes de intervenções cirúrgicas. 
 
Não usar em pessoas com gastrite, úlcera gastroduodenal, hipotensão arterial e 
hipoglicemia. Pode potencializar os efeitos antitrombóticos de fármacos anti-inflamatórios. 
 
Foi descrita interação potencial entre Allium sativum e varfarina. Esse fitoterápico não pode 
ser utilizado em associação com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolíticos, 
antiagregantes plaquetários e anti-inflamatórios não-esteroidais, por aumentarem o risco de 
hemorragias. 
 
A associação desse fitoterápico com inibidores da protease pode reduzir as concentrações 
séricas dessa classe, aumentando o risco de resistência ao antirretroviral e falhas no tratamento. 
Além disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo. 
(Memento Fitoterápico, 2016.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Interações do Allium sativum, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag. 
 
Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
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Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
GINKGO BILOBA L. (GINKGO) 
 
Uso terapêutico: vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distúrbios circulatórios; 
distúrbios circulatórios periféricos (claudicação intermitente); e insuficiência vascular 
cerebral. 
 
Padronização/Marcador: Extrato padronizado com 24% de Ginkgoflavonóides – Flavonóides 
glicosilados (quercetina, Kaempferol Isorhamnetina) e 6% de terpenolactonas (bilobalide, 
ginkgolídeos A, B, C, E) - dose diária: 80 a 240 mg de extrato padronizado em flavonóides, em 2 
ou 3 administrações ou 28,8 – 57,6 mg de ginkgoflavonóides e 7,20 – 14,4 mg de 
terpenolactonas. 
 
 
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Interações medicamentosas: O uso de ginkgo poderá potencializar a ação do ácido 
acetilsalicílico e do clopidogrel, de anticoagulantes como varfarina e heparina, além de 
antiinflamatórios não esteroidais como ibuprofeno ou naproxeno, aumentando, assim, o risco de 
sangramentos. Usuários de medicamentos contendo alho, vitamina E, varfarina, ácido 
acetilsalicílico e outras drogas antiplaquetárias ou anticoagulantes devem ser advertidos sobre os 
riscos decorrentes das possíveis interações com esta planta. 
 
A administração do ginkgo poderá diminuir a ação de anticonvulsivantes (fenitoína) e, em 
presença de antidepressivos (inibidores da monoamino oxidase), intensifica a ação farmacológica 
destas drogas e, também, dos efeitos colaterais como cefaléia, tremores e surtos maníacos. 
Quando usado com sertralina poderá desencadear aumento nos batimentos cardíacos, 
hipertermia, sudorese intensificada, rigidez muscular e agitação. 
 
Estudos preliminares demonstram que o ginkgo poderá afetar os níveis de insulina e do 
açúcar no sangue, o que demanda cuidados adicionais ao usuário destes medicamentos. Em 
teoria, o ginkgo poderá intensificar a ação de drogas usadas para disfunção erétil como sildenafil, 
dos efeitos colaterais de fluoruracil e da toxicidade renal das ciclosporinas. 
 
Doses elevadas de ginkgo poderão elevar a pressão sanguínea quando administrado com 
alimentos (com elevados níveis de proteína ou em conservas) que tenham tiramina. 
 
Existem inúmeros estudos sobre as interações envolvendo o ginkgo, porém, não 
conclusivos, além de que alguns deles demonstram resultados contraditórios. Baseado em dados 
de laboratório e pesquisa em humanos, o uso de ginkgo poderá diminuir a pressão sanguínea 
embora haja relato de elevação de pressão em indivíduo que estava tomando diurético à base de 
tiazida. Teoricamente, altas concentrações de ginkgo poderão reduzir a fertilidade em homens e 
mulheres. (Nicoletti et al, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Interações do Ginko biloba, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: 
 
 
 
 
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Ensino a Distância 
 
 
 
Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
Ensino a Distância 
 
 
 
MATRICARIA RECUTITA L. (CAMOMILA) 
 
Uso terapêutico: antiespasmódico intestinal, dispepsias funcionais. 
Indicações/Ações terapêuticas: antiespasmódico, antiinflamatório tópico, distúrbios digestivos e 
insônia leve. 
 
Padronização/Marcador: Apigenina – 7- glucosídeo (dose diária: 4 a 24mg de Apigenina – 7 
glucosídeo). 
 
Interações medicamentosas: A camomila interage com anticoagulantes (como a varfarina) e 
aumentará o risco de sangramento. Com barbitúricos (fenobarbital) e outros sedativos, a 
camomila poderá intensificar ou prolongar a ação depressora do sistema nervoso central; reduz a 
absorção de ferro ingerido através de alimentos ou medicamentos. 
 
Pesquisas em animais sugerem que a camomila interfere no mecanismo com que o corpo 
processa determinadas drogas através do sistema enzimático hepático citocromo P450. Além 
disso, a camomila poderá apresentar efeito antiestrogênico e interagir com drogas ou 
suplementos contendo soja ou Trifolium pratense. Várias outras interações estão descritas, 
porém, não estão cientificamente bem estudadas. (Nicoletti et al, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
Ensino a Distância 
 
 
Interações do Matricaria recutita, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag. 
 
Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
PANAX GINSENG C. A. MEY (GINSENG) 
Uso terapêutico: estado de fadiga física e mental, adaptógeno. 
 
Indicações/Ações terapêuticas: estado de fadiga física e mental, adaptógeno. 
Padronização/Marcador: ginsenosídeos (dose diária: 5mg a 30 mg de ginsenosídeos totais). 
 
Interações medicamentosas: Estudos em humanos sugerem que o ginseng poderá reduzir a 
ação anticoagulante da varfarina e aumentar o risco de sangramentos quando utilizado com ácido 
acetilsalicílico, heparina, clopidogrel além de antiinflamatórios não esteroidais como
ibuprofeno e 
naproxeno. Estudos in vitro mostraram que muitos componentes do P. ginseng inibem a formação 
do Tromboxano A2 e, consequentemente, a agregação plaquetária. 
 
Poderá diminuir os teores de açúcar no sangue e este efeito poderá ser intenso em 
diabéticos, o que demanda maiores cuidados ao usuário de medicamento hipoglicemiante. O 
ginseng poderá desencadear efeitos estrogênicos e o seu uso tem sido associado a relatos de 
sensibilidade de mama, falha de períodos menstruais, sangramentos vaginais pós-menopausa, 
 
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aumento de mama em homens, dificuldade em conseguir e manter a ereção ou aumento da 
libido. 
 
O uso de ginseng com antidepressivos inibidores da monoamino oxidase poderá 
desencadear tremores, cefaleias e insônias. Baseado em relatos clínicos o ginseng poderá alterar 
pressão sanguínea ou a efetividade de medicamentos cardíacos, incluindo bloqueadores de 
canais de cálcio. Teoricamente, o ginseng poderá interferir no metabolismo de drogas que usam o 
sistema enzimático hepático P450 e a consequência será a elevação da concentração destas 
drogas no sangue podendo aumentar o efeito ou intensificar reações adversas sérias; poderá, 
também, aumentar o efeito estimulante de café, chás, chocolate, cafeína, entre outros. Acrescido 
a isto, baseado em relatos clínicos o uso de ginseng poderá aumentar ou diminuir a pressão 
sanguínea; neste aspecto, muita cautela deverá ser empregada na administração com plantas 
que ou aumentam ou diminuem a pressão sanguínea. 
 
O efeito analgésico de opióides poderá ser inibido se o ginseng for utilizado. Uma interação 
positiva foi avaliada em voluntários sadios através da utilização de ginseng conjuntamente ao 
ginkgo, demonstrando ser mais efetiva no aumento da função cognitiva do que cada droga 
quando administrada individualmente. 
 
O ginseng não é recomendado a mulheres grávidas ou em fase de amamentação; há 
relato de morte neonatal e o desenvolvimento de características masculinas em bebê do sexo 
feminino após a mãe ter utilizado ginseng durante a gravidez. (Nicoletti et al, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Interações do Panax ginseng, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: 
 
 
 
Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
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PASSIFLORA INCARNATA L. (MARACUJÁ, PASSIFLORA) 
Uso terapêutico: ansiolítico leve. 
 
 
Indicações/Ações terapêuticas: sedativo. Padronização/Marcador: Flavonóides totais expressos 
na forma de isovitexina ou vitexina (dose diária: 25 a 100 mg de vitexina/isovitexina). 
 
Interações medicamentosas: O maracujá possui em sua constituição frações alcaloídicas, 
derivados do indol, como harmana, harmina; e porções flavonoídicas, vitexina, isvitexina. Tais 
frações promovem ações depressoras inespecíficas do sistema nervoso central contribuindo, 
assim, para a ação sedativa e tranquilizante; em consequência, pode interagir com hipnóticos e 
ansiolíticos, intensificando suas ações. 
 
Fundamentado em pesquisas com animais, o uso desta droga com álcool ou outras drogas 
sedativas-hipnóticas poderá aumentar a intensidade de sonolência de benzodiazepínicos como o 
lorazepam ou diazepam, barbitúricos como o fenobarbital, narcóticos como a codeína, alguns 
antidepressivos e álcool. 
 
O uso desta planta com drogas inibidoras da monoamino oxidase (isocarboxazida, 
fenelzina e tranilcipromina) poderá causar efeito aditivo. 
Teoricamente, poderá ocorrer sangramento se o maracujá for administrado, concomitantemente, 
com aspirina, varfarina ou heparina e, antiplaquetários como clopidogrel e, ainda, com drogas 
anti-inflamatórias não esteroidais como o ibuprofeno e o naproxeno. Estudos ainda propõem que 
o uso de passiflora com cafeína, guaraná ou efedra poderá causar de aumento da pressão 
arterial. (Nicoletti et al, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Interações do Passiflora incarnata, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: 
 
 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
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Fonte: Nicoletti, 2012. 
 
 
ARCTOSTAPHYLOS UVA-URSI SPRENG (UVA-URSI) 
Uso terapêutico: infecções do trato urinário 
 
Indicações/Ações terapêuticas: Infecções do trato urinário. 
 
Padronização/Marcador: quinonas calculadas em arbutina (dose diária: 400 a 840 mg de 
quinonas [arbutina]). 
 
Interações medicamentosas: A uva-ursi não deve ser administrada concomitantemente com 
medicamentos ou alimentos que acidificam a urina. 
 
Interações do Uva-ursi, segundo Nicoletti, 2012 – Manual Anfarmag: 
 
 
 
 
 
 
 
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Hypericum perforatum L.- Erva de São João 
 
Quando avaliamos interação, não podemos deixar de ressaltar as interações do Hypericum 
perforatum, sendo um dos que mais existem citações na literatura, principalmente em pacientes 
em uso de terapias antineoplásicas. 
 
Indicações/Ações terapêuticas: Estados depressivos leves a moderados, não endógenos. 
 
Padronização/Marcador: hipericinas totais (dose diária: 0,9 a 2,7g de hipericina). 
 
Interações medicamentosas: Embora não haja relato de interação entre o hipérico com 
alimentos (queijos envelhecidos, fígado de galinha, creme azedo e vinho tinto) e plantas que 
contenham tiramina, esta interação deverá ser considerada. Os ácidos tânicos presentes no 
hipérico poderão inibir a absorção de ferro. A possível interação medicamentosa entre o hipérico 
e os contraceptivos orais pode resultar em sangramentos e, até mesmo, em gravidez indesejada. 
 
A administração de hipérico com lansoprazol, omeprazol, piroxicam e sulfonamida poderá 
aumentará a foto sensibilidade. O hipérico potencializa o efeito de inibidores da monoamino 
oxidase, aumentando a pressão sanguínea. 
 
Quando administrada com fármacos como ciclosporina (para evitar a rejeição em 
transplantes) e indinavir (para tratamento de AIDS) os níveis sanguíneos destes fármacos 
poderão ser reduzidos gerando consequências graves. Outros fármacos que poderão ter redução 
nos níveis sanguíneos e comprometimento da ação se usados conjuntamente com o hipérico são: 
digoxina, teofilina e varfarina. 
 
O hipérico interfere na via em muitas drogas são submetidas às enzimas hepáticas citocromo 
P450 e, como consequência, os níveis sanguíneos destas drogas poderão ser aumentados em 
pequeno espaço de tempo causando aumento dos efeitos ou potencializando reações adversas 
sérias e/ou serem diminuídas no sangue em espaço de tempo maior. 
 
Exemplos de drogas que poderão ser afetadas: omeprazol, talbutamida, cafeína, 
carbamazepina, ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina, antidepressivos 
tricíclicos, varfarina, inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeas, ou inibidores da 
protease. 
A síndrome serotoninérgica poderá ser causada quando o hipérico for utilizado, 
concomitantemente, com alguns fármacos das classes: antidepressivos tricíclios, inibidores da 
recaptação de serotonina, inibidores da monoamino oxidase, inibidores de apetite, 
antienxaquequosos (agonistas serotoninérgicos e alcalóides do ergot), broncodilatadores e 
alimentos (que contenham tiramina ou triptofano). (Nicoletti et al, 2007) 
 
 
Apostila do Curso Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia Funcional 
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A erva de São João é mais conhecida por sua capacidade de interagir com drogas do que 
propriamente por seus efeitos antidepressivo e anti-inflamatório. O extrato contém hipericinas, 
hiperforina, adihyperforin, catequinas, flavonóides,
derivados do ácido fenólico e óleo volátil, mas 
o composto farmacológico mais ativo parece ser hyperforin. Vários estudos in vitro e in vivo 
mostraram que este fitoquímico acilfloroglucinol prenilado tem atividade antidepressiva, bloqueia 
metástases e atua contra doença inflamatória-desmielinizante, inflamação e fibrose cística. 
 
Um bom número de estudos e revisões apontou a efeitos da erva de São João, descrevendo 
interações erva-droga in vitro e in vivo. Vários mecanismos estão na base da farmacocinética das 
interações do extrato de Hypericum, que aumenta a taxa de e metabolismo hepático do citocromo 
P-450 e expressão da P-gp por ativação do receptor X do pregnano (PXR). 
 
Tem sido relatado que hiperforina é um potente ligante de PXR e medicamentos à base de 
plantas contendo extrato de Hypericum podem afetar significativamente a absorção metabolismo 
de várias drogas e, consequentemente, biodisponibilidade e eficácia das mesmas. Tem sido 
amplamente demonstrado que a indução de P-gp pela erva de São João tem efeitos sobre muitos 
medicamentos, incluindo indinavir, imatinib, ciclosporina, tacrolimus, varfarina, digoxina, 
carbamazepina, teofilina, sinvastatina, metadona e contraceptivos orais. 
 
Uma revisão sistemática de 22 ensaios farmacocinéticos descobriu que o Hypericum reduz a 
biodisponibilidade sistêmica das drogas, mas estes estudos eram frequentemente 
metodologicamente pobres, e não forneceu informações confiáveis sobre o risco de interações. 
 
Em um estudo randomizado controlado envolvendo nove voluntários saudáveis, revelaram 
um aumento de 3 vezes na P-gp e aumento de 1,6 vezes na MDR1 mRNA. Uma análise 
farmacogenética mostrou que a resposta a exposição ao taninolol variou com o genótipo MDR1, 
sugerindo relação entre a dimensão do efeito indutivo do Genótipo Hypericum e MDR1. 
 
Dürr et al. trataram oito voluntários saudáveis com Hypericum 900mg por dia durante 14 
dias e encontraram uma diminuição de 18% na digoxina e aumentos de 1,4 e 1,5 vezes na P-gp 
intestinal e Expressão de CYP3A4, respectivamente. 
 
As induções de P-gp e de CYP3A4 intestinal e hepático levam a um maior metabolismo e 
efluxo de drogas de enterócitos, o que diminui significativamente as concentrações de droga no 
plasma e resultando em falha do tratamento. 
 
Um estudo de pacientes transplantados tratados com Hypericum e ciclosporina indicou 
maior risco de rejeição de transplantes de órgãos episódios devido a níveis plasmáticos de 
ciclosporina mais baixos. 
 
A magnitude do efeito farmacocinético demonstrou depender diretamente no conteúdo de 
hiperforina do extrato utilizado. Embora informações clínicas mais completas sobre as interações 
 
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entre Hypericum e drogas ainda é esperado, Mills et al. concluíram que os pacientes devem ser 
desencorajados a tomar ervas e medicamentos contendo erva de S. João. Como observado 
acima, há evidências consideráveis de que Hypericum reduz a biodisponibilidade das drogas, 
levando a FDA dos EUA a emitir um alerta de saúde pública sobre o risco de interações droga-
erva em 2000. 
 
Fitoterapia Aplicada ao sistema imune e processo inflamatório. 
 
 
Alho (Allium sativum) 
 
É um vegetal popular com uma grande variedade de propriedades medicinais. Tomar ou 
comer alho pode beneficiar a saúde cardiovascular, vitalidade física e sexual, cognição e 
resistência à infecção. Também possui propriedades anti-envelhecimento.(Examine.com). 
 
A composição nutricional do bulbo de alho contém aproximadamente 65% de água, 28% 
de carboidratos 2,3% de compostos organosulfurados, 2% proteína, 1,2% de aminoácidos livres e 
1,5% de fibra. O consumo de 100 gramas de alho fornece 149 kcal. Carboidratos e proteínas são 
os componentes principais de alho em pó representando mais de 80% enquanto entre as 
vitaminas, a tiamina tem consideração especial com alta biodisponibilidade devido a alguns 
componentes específicos contendo enxofre. 
 
Quanto aos minerais, o selênio precisa de um interesse especial, já que seu nível é pelo 
menos 9 ppm superior a quase todas as outras plantas. Os principais efeitos farmacológicos de 
alho são devido a seus compostos de organo-enxofre, caracterizada sendo a Alicina (dialil 
tiossulfato), que é o mais importante componente bioativo no alho detém a responsabilidade pelo 
seu cheiro característico e pungente. (Hafiz et al, 2015). 
 
Um estudo de intervenção paralela, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo 
recrutou 120 indivíduos saudáveis (60 por grupo) para determinar o efeito da suplementação de 
extrato de alho envelhecido (2,56 g / d) sobre a proliferação de células imunes e sintomas de 
gripes e resfriados. Após 45 dias de consumo de um extrato de alho envelhecido encapsulado, as 
células gd-T (p = 0,039, n = 56) e NK células (p = 0,043, n = 56) mostraram proliferar melhor em 
comparação com placebo. Após 90 d de suplementação, registros do diário da doença mostraram 
que a incidência de gripes e resfriados, um desfecho não estatisticamente diferente, no entanto, o 
grupo que consumia o extrato de alho envelhecido parecia ter gravidade reduzida, como 
observado por uma redução no número de sintomas relatados (21% menos, p <0,001), uma 
redução no número de dias (61% menos, p <0,001) e incidências (58% menos p <0,001) em que 
os sujeitos funcionavam de modo não ideal e o número de trabalho / escola dias perdidos devido 
a doença (58% menos, p = 0,035). 
 
 
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Estes resultados sugerem que a suplementação da dieta com extrato de alho envelhecido 
pode melhorar função das células imunes e que isso pode ser responsável, em parte, pela 
redução da gravidade dos resfriados e gripes. (M.P. Nantz et al., 2012). 
 
A alicina, um dos princípios activos do alho, possui uma variedade de atividades 
antimicrobianas. A alicina em sua forma pura mostrou: atividade antibacteriana contra uma ampla 
gama de bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, incluindo bactérias multirresistentes - 
Cepas enterotoxicogênicas de Escherichia coli; atividade antifgica, particularmente contra 
Candida albicans; atividade antiparasitária, incluindo alguns dos principais parasitas do 
protozoário intestinal humano, tais como Entamoeba histolytica e Giardia lamblia; e atividade 
antiviral. O principal efeito antimicrobiano da alicina é devido sua reação química com grupos tiol 
de vias enzimas. (Ankri and Mirelman, 1999). 
 
O resfriado comum é uma coleção de doenças infecciosas que causam sintomas 
semelhantes de congestão nasal e secreção, espirros, dor de garganta e tosse (possivelmente 
também mal-estar, letargia e dores de cabeça). O alho parece ser um suplemento bastante 
popular para o tratamento do resfriado comum (30% dos usuários de alho na Austrália, em 2007, 
relataram alho para essa finalidade, em parte devido ao marketing e em parte devido ao uso 
tradicional para sustentar a imunidade). 
 
Uma metanálise foi conduzida sobre o tema do alho e do resfriado comum, aceitou um 
estudo solitário que usava um suplemento de alho cru em pó que conferia 180mg de alicina 
diariamente por doze semanas. Observou-se que os dias de doença foram reduzidos de 366 no 
placebo para 111 no grupo que usou o alho (redução de 70%), enquanto a duração média dos 
sintomas foi reduzida de 5,01 no placebo para 1,52 no grupo do alho (redução de 70%). 
 
Outros estudos encontrados (e excluídos) pela metanálise incluem aqueles que usam 
suplementos confundidos com outros ingredientes (como nigella sativa, echinacea e panax 
ginseng), tiveram complicações com controles ou um caso também incluiu gripe (enquanto a 
metanálise analisou apenas o resfriado comum), mas em geral o suplemento (600mg de alho em 
pó) foi associado a uma redução de 1,7 vezes na doença respiratória aguda
em crianças tratadas 
com alho em relação ao placebo. 
 
O acompanhamento desta metanálise foi um novo estudo que usou extrato de alho 
envelhecido a uma dose relativamente alta de 2,56g por dia, e observou-se que após 90 dias de 
suplementação houve um número reduzido de dias de doença coletiva com alho em relação ao 
placebo (61%), bem como incidente de doença relatado (58%) e gravidade do sintoma (21%). A 
frequência dos sintomas, assumindo que o sujeito estava doente, não foi significativamente 
influenciada. 
 
Não há um grande corpo de evidências investigando a ligação entre o alho e a doença do 
resfriado comum ou da gripe, mas o alho parece ser bastante eficaz na evidência limitada que 
 
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existe. É mais eficaz na prevenção da doença, um pouco eficaz na redução da gravidade dos 
sintomas, mas não parece ser eficaz na redução da frequência dos sintomas, supondo que você 
já esteja doente. 
 
Contra Indicações: 
Gastrites e úlceras em atividade (Cru) 
Doses elevadas – gestantes, porém pequenas doses são bem toleradas 
Doses elevadas – Lactantes (Influência ao Leite Materno) 
 
DOSES 
IN 2 de 2014: derivados com 3 a 5 mg de alicina 
 
Tintura (1:5): 50 a 70 gotas – 200ml água. De 12/12horas (preferência sem alimentos) 
 
Pó: 1 a 3g/dia 
ES (5:1): 200 a 600mg/dia 
 
 
Sambucus nigra (Sabugueiro) 
 
De acordo com uma pesquisa etnobotânica, o Sambucus nigra é uma das plantas com 
mais propósitos formalmente usados (Jaric et al., 2007). Historicamente, as folhas foram 
consideradas para aliviar a dor e promover a cura quando aplicada como cataplasma. Os nativos 
americanos usavam no idoso para infecções, tosses e problemas de pele. 
 
Das ações atribuídas ao Sambucus nigra, ressaltam-se suas qualidades microbianas em 
processos virais que afetam a árvore brônquica, especialmente contra o vírus da influenza (gripe). 
Também são citadas suas ações diuréticas e metabólicas. As lecitinas podem desempenhar 
papel importante nos processos imunológicos e tumorais. Também destacadas suas atividades 
antioxidantes e anti-inflamatorias, mas sua principal ação está fundamentada na ação antiviral e 
antibacteriana e imunológica (Alonso, 2016). 
A atividade antiviral estaria vinculada à presença de flavonóides, saponinas, ácidos 
fenólicos e antocianidinas presentes na infusão, aos quais atuariam sinergicamente. Foi 
demonstrado, que constituintes do Sambucus nigra neutralizam as atividades das hemaglutininas 
fixadas na superfície de certos vírus, de modo que o vírus não pode atravessar as paredes 
celulares para se repliocar. (Alonso, 2016). 
 
O sabugueiro tem sido usado como repelente de insetos. Quando misturado com sálvia, 
limão, vinagre e mel, é usado como gargarejo para tosses, resfriados laringite, sintomas 
semelhantes aos da gripe e falta de ar. Tem sido usado na pele como um adstringente no 
reumatismo e para inchaço ou inflamação. 
 
 
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Marz et al. publicou uma revisão das evidências sobre o uso de SinupretR para sinusite 
(Marz, Ismail, & Popp, 1999). Os autores citaram relatórios pré-clínicos de efeitos secretolicos, 
anti-inflamatios, imunomoduladores e antivirais. Eles também observaram pesquisas em 
humanos sugerindo um perfil de segurança e eficácia de produtos de combinação contendo 
Sabugueiro, como SinupretR, foram adicionados aos antibióticos e drogas descongestionantes 
convencionais. (Ulbricht et al., 2014). 
 
Uma revisão sistemática baseada em evidências de sabugueiro, pelo Natural Standard 
Research Collaboration, consolida a dados de segurança e eficácia disponíveis na literatura 
científica, utilizando um método validado e reprodutível. Este artigo inclui análises escritas e 
estatísticas de ensaios, além de uma compilação de opinião de especialistas, precedente 
folclórico, história, farmacologia, cinética e dinâmica, interações, efeitos adversos, toxicologia e 
dosagem. (Ulbricht et al, 2014). 
 
DOSES: 
Padronização: IN 2 de 2014: extratos com 80 a 120 mg de flavonoides totais expressos em 
isoquercitrina 
 
Infusão: droga vegetal – 3 a 4 g em 150ml água – Infusão 10 minutos – 2 x ao dia bem quentes 
 
Decocção: 8% (casca ou frutos) – 3 a 4 doses 150 ml ao dia 
 
ES (3:1 ou 5:1): casca ou flores – 1000mg a 1500mg ao dia – divididos em 3 x ao dia 
 
Tintura (1:5): 2,5 à 7,5ml – 3 x ao dia 
 
 
 
Equinacea purpúrea (Equinácea) 
 
Echinacea é um suplemento de ervas que é comumente usado nos primeiros sinais de 
doença (na tentativa de acelerar a taxa de recuperação) ou diariamente como um suplemento 
preventivo em pessoas que estão frequentemente doentes (na esperança de reduzir a frequência 
com que ficam doentes). O termo "echinacea" refere-se a um gênero de plantas, e algumas 
espécies nesta família, incluindo purpurea e augustifolia, são desejadas devido ao seu conteúdo 
de alquilamida (visto como os ingredientes ativos). 
 
No geral, a equinacea parece ser um pouco eficaz para combater a doença e acelerar a 
taxa de recuperação da doença, mas ambas as alegações são altamente variáveis. Existem 
estudos que sugerem taxas de recuperação notáveis, e há estudos sugerindo que não há 
benefícios. Ao olhar para meta-análises sobre o tópico, parece haver um efeito positivo e protetor 
da equinácea na frequência da doença (naqueles que estão frequentemente doentes) e na 
 
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aceleração da taxa de recuperação; o tamanho do efeito, no entanto, não é grande. Ao olhar para 
a gravidade da doença ou sintomas do frio, a echinacea não parece ter qualquer influência 
significativa. 
 
Acredita-se que os mecanismos sejam devidos à estimulação de macrófagos (que, embora 
as alquilamidas possam estimular os macrófagos via receptores de canabinóides, a contaminação 
de suplementos com lipopolissacarídeo / LPS parece ser o principal estímulo) ou a produção de 
mais imunoglobulinas específicas de antígeno. 
 
Esta variabilidade é provavelmente devida à mistura alquilamida, onde o termo 
'alquilamida' refere-se a mais de 20 compostos de estrutura similar que variam em suas 
proporções entre um lote de equinácea e o próximo (devido a condições de crescimento, 
geralmente), embora alguns efeitos dependentes do contexto da equinácea não podem ser 
excluídos. 
 
As indicações terapêuticas são de utilização como preventivo e coadjuvante no tratamento 
dos sintomas de resfriados. (Memento Fitoterápico, ANVISA – 2016). 
No estudo clínico realizado com 120 pacientes com infecção aguda do trato respiratório 
houve maior redução do tempo de duração da doença e melhora significativa dos sintomas entre 
os pacientes tratados com extrato aquoso de E. purpurea do que entre aqueles que foram 
tratados com placebo. Em outro estudo realizado com 59 pacientes com infecção aguda do trato 
respiratório, houve redução das queixas relativas a um índice de 12 sintomas em 
64% dos pacientes tratados com E. purpurea e 29% entre aqueles que foram tratados com 
placebo. (Memento Fitoterápico, ANVISA – 2016). 
 
Uma metanálise particular que observou uma redução de 58% na ocorrência de resfriado e 
1,4 dias a menos. Em geral, embora haja benefícios associados à suplementação de echinacea 
para a prevenção de resfriados que é maior que o placebo, isso parece ser altamente variável. 
Meta-análise de ensaios é um pouco limitada devido a grandes variações observadas em ensaios 
com equinácea usando diferentes doses, formulações de produtos e prazos. 
 
Em estudos isolados que usam tintura de equinácea, 2,5 mL três vezes ao dia por uma 
semana – uso antes e 5 dias após a inoculação com o resfriado comum, observou-se que a taxa 
de desenvolvimento da doença ocorreu em 82% dos pacientes que usaram placebo e apenas
58% das pessoas que usaram equinácea; este desenho de estudo foi usado com echinacea 
encapsulado (300mg três vezes ao dia). 
 
Dois estudos usando 8mL de uma tintura por 28 dias ou 8 semanas, em pessoas 
saudáveis, notaram um aumento na imunidade após o exercício e nenhum efeito na ocorrência de 
resfriado, respectivamente. Quando usado profilaticamente (diariamente na prevenção de 
resfriados), o uso da equinácea diariamente por 4 meses parece ser mais eficaz que o placebo, 
mesmo com 0,9 mL três vezes ao dia (usando a marca padronizada de produto). 
 
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Em crianças já com resfriado, um estudo utilizou 7,5 à 10mL por dia durante 10 dias. Não 
houve benefícios com a suplementação de equinácea quando administradas a crianças já com 
resfriado. Enquanto os adultos tomaram 5mL duas vezes ao dia por 10 dias no primeiro dia. Os 
resultados demonstraram alguns efeitos protetores associados à suplementação. 
 
Contra-Indicações: Esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus, AIDS, Tuberculose, Leucemia, 
Diabetes, Gravidez e Lactação. 
 
 
DOSES 
IN 2: de 13 a 36 mg de ativos 
 
Decocção (10 min): raiz – 1 g para 150ml água, 3x/dia. 
 
ES: 500mg a 1g/dia – 4 a 5% de equinosídeo ou ácido cichórico 
 
Tintura (1:10): 30 a 40 gotas, 3 x /dia 
 
ATENÇÃO: FITOTERÁPICO DE PRESCRIÇÃO EXCLUSIVAMENTE MÉDICA – 
INSTRUÇÃO NORMATIVA 2/2014 - ANVISA 
Própolis verde 
 
A própolis apícola, produto balsâmico obtido de resinas vegetais pelas abelhas exóticas 
africanizadas (Apis mellifera L.), transportado e processado por estas, oriundo da atividade que 
explora e mantém estes indivíduos, a apicultura, tem-se mostrado um importante aliado de 
humanos, plantas e animais no controle de microrganismos indesejáveis. Em razão disto, foi 
realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de agrupar trabalhos de importância sobre a 
própolis ao nível mundial. São relacionados alguns dos mais importantes artigos publicados sobre 
o assunto, para esclarecer as principais questões acerca do histórico do uso da própolis, seus 
benefícios comprovados através de estudos científicos, e seu potencial uso futuro. 
 
O conhecimento disto pelo produtor poderá contribuir consideravelmente para o incremento 
da atividade apícola, potencialização da apicultura além de unir informações sobre o potencial 
uso deste como biocontrole e fitoterápico. Nos últimos anos, a literatura científica vem relatando 
as propriedades farmacológicas da própolis de interesse médico e farmacêuticas tais como 
atividades bacteriostática e bactericida, fungistática e fungicida, virustática e virucida, 
antioxidante, antitumoral, cicatrizante, reparadora tissular, anestésica, contra parasitas intestinais 
e sanguíneos, antimutagênica e contra doenças cardiovasculares e respiratórias. (Pereira et al, 
2015). 
 
 
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Ensino a Distância 
 
 
A imunomodulação pela própolis pode estar associada tanto com a estimulação quanto 
com a supressão de determinados eventos da resposta imune. Os efeitos antagônicos e muitas 
vezes não complementares sobre o sistema imunológico podem ser decorrentes da grande 
variabilidade química existente entre diferentes amostras de própolis, bem como das diferentes 
metodologias adotadas nos estudos científicos, resultando em variada ação farmacológica. Estas 
células desempenham um papel fundamental na defesa do organismo, através da fagocitose, 
geração de radicais livres, mediação de processos inflamatórios e secreção de uma variedade de 
substâncias bioquimicamente diferentes, como enzimas, citocinas e componentes do sistema 
complemento. 
 
A ação da própolis sobre os macrófagos resulta em aumento da capacidade fagocítica 
(ORSI et al., 2000), estimulação da secreção de citocinas, tais como o fator de necrose tumoral a 
(TNF-a), e outras substâncias como o óxido nítrico (NO) e espécies reativas do oxigênio (DIMOV 
et al, 1992; IVANOVSKA et al., 1995a; ORSI et al., 2000; KHAYAL et al., 2003). 
 
Os compostos da própolis solúveis em água, como ácidos aromáticos e flavonóides, atuam 
estimulando a produção da proteína C1q pelos macrófagos, um componente essencial para a 
ativação da via clássica do sistema complemento (DIMOV et al., 1992). 
 
A imunomodulação causada pela própolis tem sido observada tanto na estimulação como 
na supressão de determinados eventos da resposta imune, tornando-a potencialmente aplicável 
como uma substância imunoestimulante, ou no combate a processos inflamatórios indesejáveis 
ou tumores. Apesar de vários estudos abordarem a influência da própolis sobre o sistema 
imunológico, muitos resultados não são complementares ou tornam-se antagônicos, 
provavelmente em função de diferenças metodológicas ou da grande diversidade química entre 
as amostras de própolis utilizadas. (G. Fischer et al., 2008). 
 
Algumas amostras de própolis do Brasil e da Bulgária são capazes de aumentar a 
atividade bactericida dos macrófagos. No entanto, estudos revelaram maior eficiência da própolis 
brasileira, provavelmente em função de sua composição química diferenciada. Segundo os 
pesquisadores, a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2) e nitrogênio (NO) estavam 
envolvidos no aumento da atividade funcional destas células (ORSI et al., 2005). A atividade 
imunomoduladora da própolis também pode ser observada através do incremento das respostas 
imunes celular e humoral, ao estudarem a capacidade adjuvante de um extrato etanólico da 
própolis verde brasileira. Quando a própolis foi adicionada ao herpes vírus suíno tipo 1 em uma 
vacina inativada, inoculada em camundongos. Houve um incremento na resposta imune celular, 
observado através do aumento da expressão de mRNA de interferon gama (IFN-g) sem, no 
entanto, estimular a resposta imune humoral. 
 
Já a associação desse extrato com o antígeno e hidróxido de alumínio, por sua vez, 
aumentou tanto a resposta imune celular quanto a humoral, quando comparado com um 
tratamento utilizado isoladamente com o hidróxido de alumínio. O efeito adjuvante da própolis 
 
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verde tornou-se ainda mais evidente no teste de capacidade de proteção vacinal, pois a inclusão 
do extrato etanólico nas vacinas experimentais aumentou o percentual de animais protegidos 
após desafio com vírus. 
 
A análise química desta amostra de própolis, por cromatografia líquida de alta eficiência, 
revelou altos níveis de compostos fenólicos, tais como ácido cinâmico e derivados. A atividade 
imunoestimulante dos compostos fenólicos é atribuída ao incremento da proliferação de linfócitos. 
A imunomodulação causada pela própolis tem sido observada tanto na estimulação como na 
supressão de determinados eventos da resposta imune, tornando-a potencialmente aplicável 
como uma substância imunoestimulante, ou no combate a processos inflamatórios indesejáveis 
ou tumores. 
 
Apesar de vários estudos abordarem a influência da própolis sobre o sistema imunológico, 
muitos resultados não são complementares ou tornam-se antagônicos, provavelmente em função 
de diferenças metodológicas ou da grande diversidade química entre as amostras de própolis 
utilizadas. Os dados indicam a necessidade de ampliação dos estudos relacionados às 
propriedades bioativas da própolis, visando o esclarecimento destas contradições. 
 
 
Hedera helix (Hera) 
 
Terapeuticamente o extrato seco de Hedera Helix tem um efeito sedativo no centro da 
tosse, secretolítico e ação broncodilatadora com excelente eficácia e tolerabilidade. As saponinas 
contidas no extrato, nomeadamente a α-hederina, têm um efeito broncodilatador sobre os 
músculos brônquicos. A α-hederina aumenta a estimulação β2 adrenérgica, o que faz com que 
haja um aumento de adenosina monofosfato cíclico
(AMPc). 
 
A nível do epitélio pulmonar, o aumento de AMPc leva a um aumento da proteína quinase 
A e consequentemente ao aumento da produção de surfactante, o que explica a ação 
secretolítica da Hedera Helix. Esta ação secretolítica provoca a redução da viscosidade do muco, 
levando a uma redução da tosse e a uma maior facilidade em expulsar a expetoração. O aumento 
de AMPc leva ainda a uma diminuição de cálcio intracelular, o que provoca um efeito 
broncodilatador e consequentemente relaxamento do músculo brônquico. É de salientar que o 
extrato de Hedera Helix possui efeito antimicótico em leveduras e fungos e efeito tóxico em 
bactérias gram-positivas. 
 
Estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, avaliando a eficácia e segurança do 
xarope de Hedera helix, baseado em dados clínicos, em um grupo de 145 pacientes pediátricos. 
Os resultados mostraram melhora significativa dos sintomas dispneia e broncoconstrição e 
redução na frequência e intensidade da tosse, um dos sintomas que mais incomodam os 
pacientes e seus familiares, no grupo medicado com Hedera helix, além de excelente tolerância. 
A impressão subjetiva do desaparecimento da tosse, referida pelos pacientes e familiares, 
 
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também se mostrou significativamente mais presente no grupo tratado, e a percepção de 
agravamento dos sintomas foi menos frequente entre os que receberam a medicação. O trabalho 
conclui que o xarope de Hedera helix acrescenta ao bulário pediátrico um fitoterápico com 
excelente efeito mucolítico e expectorante, bem como broncodilatador de menor potência e com 
reduzidos efeitos colaterais. 
 
Embora novos estudos, sobretudo do tipo comparativos, placebo-controlados, sejam 
necessários para confirmar os resultados aqui obtidos como sendo decorrentes da intervenção 
efetuada, podemos afirmar que os pacientes que receberam tratamento com Hedera helix 
(Abrilar®) tiveram excelentes desfechos clínicos, com evolução favorável, não só quando 
analisado o sintoma tosse, mas também quando analisada a evolução da secreção pulmonar, 
traduzida pela tríade propedêutica roncos, sibilos e expectoração. Além disso, a tolerabilidade 
geral ao medicamento foi excelente e a ocorrência de efeitos adversos, mínima. (Santoro Junior). 
 
 
Harpagophyto procumbens (Garra do Diabo) 
 
Harpagophytum Procumbens (comumente chamado Devil's Claw) é um vegetal de 
tubérculo que é usado para combater a dor lombar, bem como artrite (osteoartrite e artrite 
reumatóide). 
Suas principais indicações terapêuticas englobam alívio de dores articulares moderadas e 
lombalgia aguda. 
 
Em estudo duplo cego randomizado verificou-se que a administração de seis cápsulas (435 
mg de pó seco de H. procumbens/cápsula) diariamente por quatro meses proporcionou eficácia e 
segurança comparável à diacereína, em pacientes com artrite no joelho e no quadril. Estudos 
clínicos possibilitaram verificar que os medicamentos contendo extrato de H. procumbens devem 
conter no mínimo 50 mg (dose diária) do iridoide glicosilado, harpagosídeo, para tratamento de 
osteoartrite e lombalgia. 
 
Testes em humanos foram conduzidos em Devil's Claw e artrite, e embora pareça haver 
uma grande quantidade de ensaios realizados, muitos não são obtidos on-line ou no Medline (em 
vez disso, citados indiretamente por meio de revisões sistemáticas e metanálises sobre o 
assunto) e o poder desses testes é limitado, devido ao tamanho das amostras e falta de controle 
na maior parte. Dito isto, pelo menos dois ensaios bem controlados observam que a eficácia da 
Garra do Diabo é maior do que o placebo, com uma que diz ter potência semelhante à do Vioxx 
(Rofecoxib, um inibidor da COX2 e anti-inflamatório). 
 
Parece haver muita discussão sobre a segurança da Garra do Diabo, que pode ter se 
originado de usuários tradicionais da advertência do Garra do Diabo sobre o uso excessivo. Em 
ensaios de curta duração, parece ser bem tolerado, com falta de evidências em longo prazo. É 
 
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definitivamente possível que possa induzir contrações uterinas quando tomado por via oral e, 
devido a isso, não deve ser usado por mulheres grávidas. 
 
Estes efeitos anti-inflamatórios foram observados em que a COX-1 e a COX-2 foram 
inibidas em graus aproximadamente semelhantes e a libertação de óxido nítrico foi atenuada; a 
potência que se correlaciona com o conteúdo de Harpagosideos. Parece haver inibição do AP-1 
de influenciar o genoma e, assim, prevenir a produção de citocinas pró-inflamatórias em resposta 
a estressores inflamatórios. O Harpagoside em si pode ser ativo, mas outros constituintes 
parecem contribuir para seu efeito também. 
 
Um estudo em coelhos alimentados com 150mg de extrato de Garra do Diabo (14% 
Harpagoside; relacionado a 200mg de Harpagoside para humanos) por seis meses após 
meniscectomia medial unilateral e transecção do ligamento cruzado anterior (cirurgia para 
danificar a cartilagem) observou que ratos controle tinham 30% redução da espessura da 
cartilagem no joelho operado em relação ao joelho controle; o grupo alimentado com a Garra do 
Diabo teve uma diferença menor, mas não alcançou significância estatística. Uma carta para o 
Editor (da revista Phytomedicine discutindo este estudo de coelho observou que a coloração com 
hematoxilina e safranina das articulações mostrou uma tendência ao aumento da regeneração de 
cartilagem, enquanto que as elastina alcançaram significância estatística, e que os níveis de 
mRNA de TIMP-2 foram aumentou uma variável 2-5 vezes maior do que o controle. 
 
Ao examinar estudos com ratos, a artrite induzida por injeções de M. butyricum teve o 
edema da pata significativamente reduzido pela administração oral de 50mg / kg de Devil's Claw 
(50% de extrato etanólico), mas foi menos potente que o controle ativo de prednisona a 10mg / 
kg. [25] Isso se baseia em um estudo anterior em que 100mg / kg de extrato etanólico a 60% foi 
capaz de abolir o aumento do edema induzido pelo adjuvante de Freund (pesquisa de toxina para 
induzir artrite) e mostrou dependência da dose em 25 e 50mg / kg. 
 
Para estudos disponíveis on-line, um estudo usando o produto de marca Doloteffin 
(2400mg de Garra do Diabo padronizado para 60mg de Harpagosideos) durante 8 semanas 
observou melhorias nos sintomas de osteoartrite (quadril, parte inferior das costas e joelho) 
avaliada pelo WOMAC, índice de dor lombar de Arhus. Os benefícios foram aparentes em 50-
70% das pessoas, com mais benefícios sendo vistos em idosos com maior avanço da doença. 
 
Outro estudo realizado durante 6 semanas utilizando a mesma dose de Doloteffin observou 
que a redução da dor foi comparável a 12,5mg de Rofecoxib (inibidor de COX2), e quando os 
pacientes deste estudo recebem Doloteffin por um ano após a redução da dor parece atingir a 
eficácia máxima em torno de 30 a 60 dias e depois persistir na mesma magnitude, embora outras 
fontes citam que pode levar até 4 meses para obter benefícios máximos da Garra do Diabo. 
 
Surpreendentemente, poucas evidências são disponíveis on-line, mas parece haver uma 
grande quantidade de estudos publicados em alemão não disponíveis via Medline (com uma 
 
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meta-análise citando até 10 estudos não recuperáveis por meio de mecanismos de busca. A 
Garra do diabo parece ser eficaz para dor crônica, mais fraca ou comparável a drogas de 
referência (dos quais os ensaios comparativos são mínimos). 
 
 
DOSES 
RDC 10/2010 – infusão 1 colher de chá, 150ml água, 2 a 3 x/dia 
 
Tintura: 60 a 80 gotas em 150ml água, 8/8h 
 
Infusão: 1g à 3g em 150ml água, 2 a 3 x/dia 
 
ES: 2 a 3g/dia (divididos em 3 tomadas pós-prandiais) – 2 meses consecutivos – whash-out 1
a 2 
semanas 
 
OMS: artrose e tendinite=1,5 a 3g – decocção ou preparações equivalentes 
 
50 -100mg de harpagosídeo/dia - Cápsulas gastroresistentes RECOMENDADAS 
 
 
Boswelia serrata (Boswelia) 
 
Boswellia Serrata é uma resina de goma extraída de uma árvore, que às vezes é queimada 
(a espécie inteira de Boswellia é comumente conhecida como Frankinsence) como um aromático 
(insenso) ou administrado como medicamento. Tem mais uso para medicina ayurvédica, alguns 
para Medicina Tradicional Chinesa, e seu uso se estende ao Oriente Médio e outras regiões 
tropicais. 
 
A Boswellia Serrata, através dos seus ácidos boswélicos ativos, parece ser uma inibidora 
de uma enzima pró-inflamatória chamada 5-lipoxigenase e pode possuir outros efeitos anti-
inflamatórios (como a inibição do nF-kB, que não são tão novos). Esses efeitos anti-inflamatórios 
têm sido investigados por seus benefícios na osteoartrite (OA), e parece que os suplementos 
orais de Boswellia podem suprimir a dor e a imobilidade associadas à OA de maneira bastante 
significativa, com os efeitos levando apenas uma semana para ocorrer. Os estudos são bem 
conduzidos, mas financiados pelos produtores dos suplementos testados. Há intervenções 
limitadas não financiadas com a Boswelia para esta afirmação, mas elas parecem concordar com 
a bateria de estudo financiado em tamanho de efeito. 
 
Boswellia parece ser não tóxica, tem um histórico de uso como um fitofármaco para edema 
cerebral associado à radioterapia (um tratamento contra o câncer), e os efeitos anti-inflamatórios 
e anti-câncer o tornam uma erva interessante para uso. 
 
 
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Acredita-se que a Boswellia serrata ajude a patologia da osteoartrite por estar envolvida 
em uma terapia combinada de ervas juntamente com Ashwagandha e Curcuma Longa (fonte de 
curcumina); a mesma mistura de ervas que não mostrou nenhum benefício para a artrite 
reumatoide. 
 
Em um estudo comparando dois tratamentos com placebo, o primeiro tratamento sob o 
nome comercial de 5-Loxin (100mg de Boswellia Serrata padronizado para 30mg de AKBA) foi 
comparado a outra formulação de Boswellia (Aflapin a 100mg) em 60 pessoas com osteoartrite 
confirmada; os resultados acima de 90 dias sugeriram que a 5-Loxina reduziu os sintomas da 
osteroartrite em várias escalas de avaliação em 31,6% (Escala Visual Analógica), 30,3% 
(WOMAC; subgrupo de dor), 42,2% (WOMAC; subgrupo de rigidez), 21,25% ( WOMAC; 
subconjunto de funcionalidade), e 18,35% (índice funcional de Lequesne), embora o grupo Aflapin 
tenha superado todos os parâmetros. Ambos os grupos relataram melhorias estatisticamente 
significativas dentro de uma semana de tratamento (redução de cerca de 8% com 5-Loxina). Um 
terceiro estudo sugerindo que as melhoras dentro de uma semana ocorrem com doses mais altas 
(250mg) de 5-Loxina e levam mais tempo com doses mais baixas (100mg). 
A magnitude geral dos benefícios em outros estudos são sintomas melhorados de 
osteoartrite, avaliados por subgrupos de dor (40,1%), rigidez (41,3%) e função (38,8%) após 30 
dias de uso - 100mg de Aflapina. 
 
Atualmente, há uma série de estudos bem controlados com 5-Loxina ou Aflapina (patentes 
nutracêuticas de Boswellia Serrata com AKBA concentrado a 30% e 20%, respectivamente), mas 
todos os estudos usando essas formulações obtiveram financiamento externo do produtor dos 
suplementos. Não parece ter qualquer influência nos resultados e parece ter sido conduzido de 
forma independente. 
Outro estudo de pessoas com osteoartrite observou que 6g de extrato vegetal básico em 
três doses de 2g junto com as refeições foi capaz de reduzir a dor no joelho 70,96-73,68%, dor no 
ombro em 83,33% e absolver a dor da coluna desde o início; melhorias ocorreram em inchaço e 
mobilidade articular em graus semelhantes e melhorias foram observadas em níveis de felicidade 
e atividade secundária à redução da dor. As conclusões deste estudo são limitadas por serem 
cegos e sem grupo controle, e apesar da promessa dos estudos acima em potência, pode não 
haver evidência independente suficiente para a Boswellia Serrata para atenuar a dor articular 
geral. 
Definitivamente, mostra um grande grau de promessa no tratamento da dor articular sem 
efeitos adversos. 
 
A 5-lipoxigenase (5-LOX) é uma enzima que utiliza ácido araquidônico (ácido graxo 
ômega-6) como substrato para criar citocinas pró-inflamatórias, como ácido 5-
hidroxieicosatetraenóico (5-HETE) e leucotrieno B4; essa via 5-LOX / leucotrieno é uma via de 
sinalização pró-inflamatória no organismo. O ácido 11-keto-β-boswellic e o ácido 3-O-acetil-11-
ceto-β-boswellic são inibidores de 5-LOX com valores de IC50 de 2,8µM e 1,5µM 
respectivamente, embora outros ácidos Boswélicos (como o ácido β-boswellico) podem inibir a 
 
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enzima parcialmente o grupo 11-ceto parece aumentar a potência. O potencial inibitório dos 
Ácidos Boswelicos na 5-LOX é de natureza não redox. Devido ao potencial inibitório destes dois 
ácidos Boswellicos em particular na 5-LOX, os ácidos 11-keto Boswellic são considerados os 
mais importantes. 
 
O mecanismo de ação mais conhecido da Boswellia parece ser a inibição da 5-
lipoxigenase, e os dois bioativos mais potentes a esse respeito parecem ser os ácidos 11-keto 
boswellicos. A inibição de 5-LOX é direta e específica, em vez de uma inibição geral que pode ser 
induzida por compostos anti-oxidantes. 
 
Outros mecanismos antiinflamatórios do ácido boswelico incluem a inibição do NF-kB, que 
foi observado in vivo em camundongos que receberam o ácido boswélico AKBA em injeções de 
100 mol / kg e parece ser mediado por múltiplos mecanismos. Em resposta ao Fator de Necrose 
Tumoral alfa (TNF-α), a AKBA parece se ligar diretamente às IKKs e prevenir a ativação de IκBα 
e p65 (que então previne a indução de NF-kB) e também pode se ligar diretamente ao 
lipopolissacarídeo (LPS uma toxina bacteriana que induz NF-kB). 
 
DOSES 
 
Gupta,et al. 
Effects of Boswellia serrata gum resinin patients with ulcerative colitis. Eur J Med Res., 
1997. 
 
Quantidade de extrato seco que forneça 7 a 21 mg dos triterpenos pentacíclicos 
padronizados 
(11-ceto-beta-boswélicoe3-acetil-11-ceto-beta- boswélico) 
2 a 3 tomadas diárias 
 
 
 
Curcuma longa (Cúrcuma) 
 
A curcumina é o pigmento amarelo associado ao tempero de curry, ao açafrão e, em 
menor escala, ao gengibre. Ele exerce efeitos antiinflamatórios potentes, e esses efeitos anti-
inflamatórios podem ser protetores contra alguma forma de progressão do câncer com base em 
pesquisas preliminares. 
 
Outras áreas de interesse no que se refere à curcumina estão aliviando o declínio cognitivo 
associado ao envelhecimento, sendo o coração saudável tanto por meios elétricos quanto 
reduzindo os níveis de lipídios e placas nas artérias, e reduzindo o risco de diabetes e sendo um 
bom tratamento para os efeitos colaterais associados ao diabetes. 
 
 
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Tem uma baixa biodisponibilidade oral (uma baixa porcentagem do que você consome é 
absorvido) e, portanto, deve ser reforçada com outros agentes, como o extrato de pimenta preta, 
chamado piperina (Piper nigrum). Doses até 8g de curcuminóides em humanos demonstraram 
não estar associadas a muitos efeitos adversos, e testes in vitro sugerem que a curcumina tem 
um limiar de segurança bastante elevado. 
 
Um dos efeitos mais bem pesquisados da curcumina sobre a inflamação é inibir a ativação 
induzida pelo TNF-α e a translocação nuclear do NF-kB, uma proteína que influencia o código 
genético para produzir citocinas inflamatórias. Isso foi observado em células imunológicas após a 
ingestão oral de 150mg de curcumina (resveratrol a 75mg, catequinas

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