Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APROVA LEIGOS L E I S I S T E M A T I Z A D A E M A P E A D A DIREITO CONSTITUCIONAL C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l d e 1 9 8 8 Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com APROVA LEIGOS TODOS OS DIREITOS RESERVADOS E PROTEGIDOS Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sob o ISBN nº 9786599021848, sendo todos os direitos reservados à equipe responsável pelo projeto “Aprova Leigos”. Quaisquer reproduções ou gravações, sem autorização escrita, sujeitará os infratores às penas previstas na referida lei, que assim dispõe em seu art. 102: “O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível”. Três forças se unem e aperfeiçoam uma metodologia de estudos que mudará o seu entendimento sobre como estudar, de maneira positiva, aquela imensidão de leis que são cobradas no edital do TJSP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário. É o chamado ciclo de estudos, método eficaz para memorização de conteúdos complexos. REVISÃO DE BOLSO Uma plataforma comprometida com a qualidade. A equipe da Revisão de Bolso veio cooperar com sua capacidade de gestão empresarial e organização, além de contribuir com um banco relevante de questões de provas anteriores. MYRA EDITORA Especialista em materiais sistematizados para concursos. Myra Editora contribui com as leis sistematizadas, contendo mais de 700 esquemas, mapeadas de acordo com o último edital. ALVO NO TJ Especialista em formular questões. Alvo no TJ auxilia oferecendo um conjunto de questões inéditas, com foco no conteúdo cobrado no último edital. ESSAS TRÊS FORÇAS, UNIDAS, FORMA O APROVA LEIGOS Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 EQUIPE “APROVA LEIGOS” CLIQUE EM CADA ÍCONE E SAIBA MAIS SOBRE NÓS... Alvo no TJ HONESTIDADE E RETIDÃO Respeite o trabalho daqueles que dedicaram madrugadas seguidas para desenvolver esse material que será um divisor de águas para a sua aprovação. Pirataria é crime, portanto, é expressamente proibido compartilhar ou, de qualquer forma, reproduzir esse material sem prévia autorização escrita da equipe responsável pelo projeto APROVA LEIGOS. Sejamos honestos e verdadeiros. Só assim seremos capazes de aniquilar o ciclo da corrupção que atormenta a nossa sociedade e alcançar bençãos de Deus em todas as nossas empreitadas. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com https://www.instagram.com/myraeditora/ https://www.instagram.com/alvonotj/ https://www.instagram.com/alvonotj/ https://www.instagram.com/revisaodebolso/ Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com 5Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Embora o artigo 5º mencione expressamente os estrangeiros residentes no País, de acordo com a doutrina e com o Supremo Tribunal Federal, tais direitos e garantias fundamentais também são reconhecidos e aplicados aos estrangeiros que estejam transitando pelo território nacional. No entanto, vale ressaltar que a sua prova é de cunho literal, isto é, não cobra doutrina e tampouco jurisprudências. Vale frisar que nem todo direito fundamental é absoluto. Por exemplo, em caso de guerra declarada poderá haver pena de morte (inciso XLVII) e essa ressalva vai de encontro ao que assegura o caput desse artigo: a vida é inviolável. Ademais, as provas cobram basicamente os direitos invioláveis de acordo com o caput, quais sejam: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Para que você possa memorizá-los, lembre-se do mnemônico “VISE em PROL da IGUALDADE”. Sistematizando: I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta constituição; Atenção! Perceba que o inciso diz que é nos termos desta Constituição e não da lei ou lei complementar. Esse direito assegura uma igualdade material, permitindo que sejam feitas algumas discriminações (positivas) levando-se em consideração o princípio da razoabilidade. Assim, podemos concluir que não se trata de um direito absoluto. Como exemplo, podemos citar as políticas de cotas raciais para ingresso no serviço público e a Lei Maria da Penha que dá à mulher tratamento diferenciado. II - NINGUÉM será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de LEI; Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 6 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Esse inciso refere-se ao princípio da legalidade. Em outras palavras, poderemos fazer tudo o que a lei não nos proibir de fazer. Por fim, perceba que o inciso diz que é em virtude de lei e não de lei complementar. III - NINGUÉM será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - É LIVRE a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato; A Constituição assegura expressamente que a manifestação do pensamento é livre, porém, o anonimato é proibido. O anonimato é vedado, pois deve-se assegurar que o manifestante se responsabilize por eventual abuso que cometer diante de sua liberdade de expressão. V - É assegurado o direito de resposta, PROPORCIONAL ao AGRAVO, ALÉM da indenização por dano material, moral ou à imagem; O direito de resposta é assegurado a todo o tipo de ofensa. Esse direito deve observar o princípio da proporcionalidade, isto é, a resposta deverá ser veiculada pelo mesmo meio de comunicação em que se deu a ofensa. Por fim, perceba que o direito de resposta se soma ao direito de indenização; são, portanto, cumulativos. VI - É INVIOLÁVEL a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da LEI, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias1; Todos têm direito à liberdade de consciência e de crença, isto é, podemos escolher qual religião desejamos seguir sem interferência estatal. Dessa forma, vivemos em um Estado laico, ou seja, Estado e religião não se consubstanciam; o Estado não poderá custear ou prejudicar o funcionamento de uma determinada religião. No entanto, há uma ressalva em relação à colaboração de interesse público. Nesse sentido, dispõe o art. 19, I da Constituição Federal: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; Como exemplo de colaboração de interesse público, podemos citar os casos em que igrejas abrigam pessoas vítimas de tragédias ambientais. 1 Rituais. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 7Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848Sistematizado por Myra Editora Vale ressaltar que o dispositivo supracitado não será cobrado em sua prova. Trouxemos apenas para enfatizar o que dispõe o inciso em análise. Por fim, perceba que esse direito é assegurado na forma da Lei e não de Lei Complementar ou da própria Constituição. Fique atento aos pequenos detalhes! VII - É assegurada, nos termos da LEI, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Primeiramente, é importante destacar que tal direito é assegurado nos termos da Lei e não de lei complementar, tampouco nos termos da própria Constituição. Outra informação importante refere-se ao local de exercício do direito em análise. Compreenda que a prestação de assistência religiosa somente poderá ser consumada em entidades civis e militares de internação coletiva. Exemplos dessas entidades incluem: Penitenciárias e orfanatos, como entidade civil de internação coletiva; Academia militar, como entidade militar de internação coletiva. Assim, com esse direito, o legislador buscou proporcionar algum tipo de amparo espiritual a indivíduos em situações menos favorecidas que se encontram apartados da sociedade ou do convívio familiar. VIII - NINGUÉM será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta E recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em LEI; Trata-se de uma prerrogativa constitucional denominada escusa (ou imperativo) de consciência. Essa prerrogativa assegura ao indivíduo que invoca uma crença religiosa, convicção filosófica ou política com a finalidade de não realizar obrigação legal a todos impostas o direito de cumprir prestação alternativa fixada em lei. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 8 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Como exemplo de escusa de consciência, podemos citar o serviço militar obrigatório, conforme dispõe o art. 143 da Lei Maior: Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Ressalto que o art. 143 não foi cobrado nos concursos do TJ, cargo de escrevente. Trouxemos aqui apenas para exemplificar o inciso em análise. Indo um pouquinho mais além, de acordo com a doutrina majoritária, a dupla recusa (eximir-se de obrigação legal a todos imposta E negar-se a cumprir prestação alternativa) implicará perda dos direitos políticos. O inciso em estudo diz apenas “privação de direitos”, sem especificar o tipo; portanto, fique atento! ESCUSA DE CONSCIÊNCIA REGRA EXCEÇÃO NINGUÉM será privado de direitos por motivo de: Crença religiosa; Convicção filosófica; Convicção Política. SERÁ privado de direitos por motivo de: Crença religiosa; Convicção filosófica; Convicção Política. Quem as invocar para: >> Eximir-se de obrigação legal a todos imposta; E >> Recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em LEI. IX - É LIVRE a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE de censura ou licença; Perceba que no direito à liberdade de expressão não há que se falar em censura ou requisição de licença. Exigências assim representariam violação a esse tipo de direito. Dessa forma, uma alternativa afirmando “para que um artista tenha direito de expressar sua atividade deverá requisitar ao órgão público correspondente a respectiva licença” estaria errada. Outrossim, se a manifestação dessas atividades violar de alguma maneira a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de algum indivíduo, caberá indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação (inciso X). Por fim, as provas costumam explorar basicamente as atividades que são tuteladas por esse dispositivo constitucional. Para que você possa memorizá-las, basta se lembrar da planta “CICA”, que cresce livremente... sem censura... sem licença... Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 9Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora X - São INVIOLÁVEIS a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Esse dispositivo, como vimos, está intimamente ligado ao inciso anterior, uma vez que esses direitos (liberdade de expressão e privacidade) vivem em conflito. Como exemplo, podemos citar a permissibilidade concedida pelo STF para publicação de biografias não autorizadas. Para o Supremo, a exigência de autorização retrataria censura, o que seria incompatível com a Lei Maior, a qual assegura a liberdade de expressão em seu inciso IX. Outro assunto comumente discutido é em relação à vida privada dos agentes públicos. Essa privacidade é relativa, pois, em atenção ao princípio da transparência, o STF compreendeu que uma lei que determine a publicação da remuneração dos servidores públicos em sites da internet não é inconstitucional. Esse tipo de difusão não viola a vida privada dos servidores, visto que o dever de prestar contas deverá ser sobrepujado, uma vez que a remuneração do servidor público advém da sociedade por intermédio do pagamento de impostos, entre outros tributos. XI - A CASA é ASILO INVIOLÁVEL do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar SEM consentimento do morador, SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o DIA, por determinação judicial; Antes de mais nada, compreende-se como casa quaisquer repartições habitadas ou, ainda, quaisquer aposentos coletivos (quarto de hotel ou pensão). Também é considerado casa locais privados onde se exerçam profissões ou atividades (consultórios médicos e escritórios). Nesse sentido: Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito normativo de “casa” revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreende, observada essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público), os escritórios profissionais, inclusive os de contabilidade, “embora sem conexão com a casa de moradia propriamente dita” (Nelson Hungria). [HC 93.050, rel. min. Celso de Mello, j. 10-6-2008, 2ª T, DJE de 1º-8-2008.] Via de regra, depende de consentimento do morador da casa para que qualquer indivíduo possa nela adentrar. Só poderá adentrar na casa sem que haja consentimento do morador em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro. Nesses casos, não há restrições em relação ao horário. Outra exceção à regra geral é quando a entrada na casa do morador se tratar de ordem judicial (e não policial), porém, nesse caso específico, desde que seja durante o dia. INVIOLABILIDADE DOMICILIAR REGRA EXCEÇÃO A CASA é asilo INVIOLÁVEL do indivíduo e, por essa razão, qualquer pessoa poderá nela adentrar desde que HAJA CONSENTIMENTO do morador. PODERÁ adentrar na CASA SEM CONSENTIMENTO do morador nos seguintes casos: 1. Flagrante delito a qualquer hora; 2. Desastre a qualquer hora; 3. Prestar socorro a qualquer hora; ORDEM JUDICIAL DURANTE ODIA. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 10 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com XII - É INVIOLÁVEL o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, SALVO, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a LEI estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal2; Atenção! Não se trata de direito absoluto, haja vista que há entendimento doutrinário e jurisprudência que estende a ressalva aos demais casos, porém, Vunesp costuma cobrar apenas a parte literal nas provas para escrevente. De acordo com o inciso em análise, a ressalva refere-se somente à violabilidade das comunicações telefônicas. Além disso, atente-se para os seguintes destaques: Deve haver ordem judicial; É cabível nas hipóteses em que a LEI estabelecer e para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Isso significa que não se admite para fins de processo de natureza civil ou processo administrativo. Sistematizando: INVIOLABILIDADE DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES REGRA EXCEÇÃO É INVIOLÁVEL o sigilo da: • Correspondência; • Comunicação telegráfica; • Comunicação de dados; • Comunicação telefônica. É VIOLÁVEL o sigilo da comunicação telefônica DESDE QUE: • Haja ordem judicial; • Hipóteses e formas que a LEI indicar; • Fins de investigação criminal; ou • Fins de instrução processual penal. XIII - É LIVRE o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a LEI estabelecer; Esse dispositivo representa o princípio da liberdade profissional. Trata-se de norma constitucional de eficácia contida, visto que uma lei infraconstitucional poderá limitar o alcance desse direito, estabelecendo critérios para o irrestrito exercício de certas profissões. Como exemplo, podemos citar a profissão de advogado, a qual exige aprovação no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, além da inscrição do profissional junto a esse órgão. Assim, o direito à liberdade profissional é autoaplicável, entretanto, poderá ser restringido por lei. Vale ressaltar que a sua prova não cobrará nada sobre a eficácia das normas constitucionais, mas foi preciso explicar esse inciso dessa forma, pois a Vunesp vem evoluindo em suas questões e ela poderá cobrar esse entendimento indiretamente, trazendo alguma situação hipotética para que você possa solucionar. Ademais, perceba que a LEI poderá estabelecer qualificações profissionais e não a Constituição ou Lei Complementar. 2 Vide Lei nº 9.296, de 1996. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 11Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora XIV - É assegurado a TODOS o acesso à informação e resguardado o sigilo da FONTE, quando NECESSÁRIO ao exercício profissional; Cuidado, pois o acesso à informação é assegurado a todas as pessoas e não a todos os cidadãos. Compreenda que o sigilo da fonte (origem, procedência da informação) somente será protegido quando for necessário ao exercício profissional. Caso não seja fundamental para o desempenho da profissão, o sigilo da origem da informação não será resguardado. Como exemplo, podemos citar o jornalista que, no exercício de sua profissão, quando de natureza investigativa, detém o direito de não revelar a fonte das suas notícias. Note que é a fonte da informação que poderá ser resguardada e não a informação propriamente dita. Assim, afirmações do tipo “o acesso à informação será resguardado quando essencial ao exercício profissional estaria incorreta”. Repito: o sigilo da fonte será resguardado quando for fundamental ao exercício profissional e não por qualquer razão. Fique atento! Perceba que o direito à proteção do sigilo da fonte não conflita com a vedação ao anonimato (inciso IV), na medida em que o jornalista, no exercício da sua profissão, será responsabilizado por eventual abuso na liberdade de imprensa. E é justamente isto que a vedação ao anonimato assegura: que o manifestante se responsabilize por eventual abuso que cometer diante de sua liberdade de expressão. XV - É LIVRE a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo QUALQUER PESSOA, nos termos da LEI, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Você deverá se atentar aos seguintes pontos: A liberdade de locomoção no território nacional é somente em tempos de paz; Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 12 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Perceba: é a lei que poderá restringir o direito à liberdade de locomoção. E como a lei poderia restringir esse direito? Como exemplo, podemos citar a obrigatoriedade de visto para que algum estrangeiro adentre no país. Por fim, para proteger o direito à liberdade de locomoção é cabível o remédio constitucional habeas corpus. XVI - TODOS podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE de autorização, DESDE QUE não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo APENAS exigido PRÉVIO AVISO à autoridade competente; Apesar de se tratar de um direito individual, o direito de reunião se evidencia de maneira coletiva, visto que as pessoas o expressam em conjunto. É um direito cuja legitimação é universal, pois é assegurado a todas as pessoas e não apenas a cidadãos. Perceba que a liberdade de reunião não é um direito absoluto, pois a própria Constituição estabelece no inciso em análise alguns requisitos que deverão ser observados. São eles: A reunião deverá ser pacífica e sem armas; A reunião não poderá frustrar outra anteriormente convocada para o mesmo local; Faz-se necessário avisar antecipadamente a autoridade responsável pela preservação do local a ser utilizado, para que ela providencie a organização do trânsito, por exemplo, e satisfaça outras necessidades para o pleno exercício do direito de reunião. Além disso, não se exige autorização para o exercício desse direito, mas somente o prévio aviso a autoridade competente. E se esse direito for violado, qual o remédio constitucional cabível para assegurá-lo? Nesse caso, caberá mandado de segurança, cuja finalidade é a de proteger direito líquido e certo. Sistematizando: XVII - É PLENA a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar; A liberdade de associação é abrangente, mas desde que para fins legítimos. Portanto, é vedada a criação de associações que possuam em seu estatuto ideais racistas, por exemplo. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 13Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora De acordo com Valdinei Cordeiro Coimbra, colunista do site Conteúdo Jurídico: “Organização paramilitar são associações ou grupo de civis, armados e com estrutura semelhante à militar, que tenha como fim ações político-partidárias, religiosas ou ideológicas, formado por membros armados, que usam táticas e técnicas militares e/ou policiais para a consecução de seus objetivos,podendo ser composta por qualquer pessoa, incluindo aquelas que façam parte das forças policiais civis, militares e das forças armadas3”. Como exemplo de associação paramilitar, podemos citar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia — Exército do Povo (FARC). Aqui no Brasil, um exemplo de organização paramilitar é a Liga da Justiça, uma das maiores milícias do Estado do Rio de Janeiro. XVIII - A criação de associações e, na forma da LEI, a de cooperativas INDEPENDEM de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento; Você deverá se atentar aos seguintes pontos: Associações podem ser criadas independentemente de lei; Cooperativas são criadas nos termos da lei4; A criação de associações e cooperativas não depende de autorização; O Estado não poderá interferir no funcionamento das associações e das cooperativas. Vale ressaltar que haverá interferência estatal quando a associação promover fins ilícitos. É o que se corrobora no inciso imediatamente a seguir. XIX - As ASSOCIAÇÕES só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; Perceba que uma associação somente poderá ser dissolvida depois do trânsito em julgado. Assim, subtende-se que um ato normativo editado pelo Poder Executivo ou Legislativo rompendo compulsoriamente uma associação, por exemplo, será inconstitucional. Além disso, como vimos no inciso XVII, é plena a liberdade de associação para fins lícitos. Isso significa que a Constituição restringiu a atuação do Poder Judiciário, permitindo a dissolução somente quando a associação possuir finalidade ilícita. 3 Fonte: http://conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=2_&ver=1360. 4 Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 14 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Dessa forma, em quaisquer situações se exige decisão judicial e não administrativa. Quando se tratar de suspensão, não se exige decisão judicial definitiva; porém, diante de uma dissolução compulsória, a decisão judicial deverá ser definitiva, isto é, transitada em julgado. Por fim, perceba que esse dispositivo menciona apenas as associações e não as cooperativas. Cuidado para não cair em pegadinhas! Sistematizando: XX - NINGUÉM poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Em outras palavras: ninguém será obrigado a permanecer associado ou impedido de se desassociar, seja qual for o motivo. XXI - As entidades associativas, quando EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; Esse dispositivo retrata que as associações não são apenas um conglomerado de pessoas, na medida em que possuem legitimidade para representar seus filiados em juízo ou extrajudicialmente, porém, desde que expressamente autorizadas. Uma autorização meramente genérica, presente no estatuto da associação, não é suficiente para que ela esteja apta a representar os seus filiados. Para que seja viável a representação judicial, faz-se necessária autorização expressa do filiado a ser representado. Vale ressaltar que a associação, enquanto representante de seus filiados, em regra, não é considerada parte no processo. Assim, nos exatos termos desse inciso, uma afirmação do tipo “entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para se tornar parte no processo” estaria errada. Outro erro comum é confundir representação com substituição. Via de regra, uma associação não poderá substituir o seu filiado no processo. Portanto, nos exatos termos desse inciso, uma afirmativa do tipo “entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para substituir seus filiados judicial ou extrajudicialmente” estaria errada. Por outro lado, uma associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ANO poderá atuar em substituição processual, sem necessidade de autorização de seus filiados, quando for para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interesses de seus membros ou associados (inciso LXX, b). LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: [...] Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 15Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Vejamos tabela contendo resumo dos principais tópicos sobre as associações: PRINCIPAIS TÓPICOS A S S O C IA Ç Ã O 01. Deverá possuir fins lícitos; 02. É vedada a de caráter paramilitar; 03. A sua criação não depende de lei; 04. A sua criação não depende de autorização; 05. O Estado não poderá interferir no seu funcionamento; 06. É suspensa por decisão judicial; 07. É dissolvida compulsoriamente por decisão judicial transitada em julgado; 08. Representa seus associados em juízo mediante autorização; 09. Representa seus associados em juízo SEM autorização quando for para impetrar mandado de segurança coletivo. >> Nesse caso, deve estar em funcionamento há pelo menos 1 ANO. XXII - É garantido o direito de propriedade; Propriedade é a titularidade de um bem. Isso significa que o direito fundamental de propriedade assegura ao proprietário o direito de controlar e de se dispor com exclusividade das suas posses. XXIII - A propriedade atenderá a sua FUNÇÃO SOCIAL; Para compreender o significado da função social da propriedade, observe a seguinte situação hipotética: Suponha que determinado fazendeiro possui 200 hectares de terra improdutivos. A propriedade desse fazendeiro não está atendendo a sua função social, pois, para atendê-la, a terra deveria produzir, ou seja, gerar alimentos em prol da sociedade, além de possuir a incumbência de preservar o meio ambiente. Assim, o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas5. Além disso, vale ressaltar que o direito de propriedade não é absoluto, visto que há situações em que o Poder Público poderá desapropriar por necessidade ou utilidade pública ou, ainda, em caso de iminente perigo público, usar-se de propriedade particular. É o que se observa dos incisos XXIV e XXV que se seguem. XXIV - A LEI estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em DINHEIRO, RESSALVADOS os casos previstos nesta Constituição; Não faça confusão: A Lei estabelecerá os procedimentos para desapropriação. A Constituição elenca as ressalvas quanto à indenização em dinheiro. 5 Código Civil, Art. 1.228, §1º Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 16 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Via de regra, a indenização se faz previamente e em dinheiro, porém, há casos em que a indenização poderá ser feita mediante títulos da dívidapública. Como exemplo, podemos citar a desapropriação de imóvel urbano não edificado que não tenha atendido a sua função social. Além disso, nas desapropriações de cunho confiscatório não há que se falar em indenização. Como exemplo, podemos citar a desapropriação de imóveis utilizados para plantio ilegal de psicotrópico ou, ainda, de imóveis utilizados para exploração de trabalho escravo. Nesse tipo de desapropriação, o bem do particular passa a integrar os bens da administração pública. XXV - No caso de IMINENTE perigo público, a autoridade competente PODERÁ usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ULTERIOR, SE houver dano; Esse dispositivo explana o instituto da Requisição Administrativa, ato administrativo que independe de ordem judicial. Não se trata, portanto, de uma desapropriação e sim de uma cessão temporária do imóvel para que o poder público possa utilizá-lo. O pressuposto que viabiliza o instituto da Requisição Administrativa é a ocorrência de iminente perigo público. Como exemplo, podemos citar uma provável tragédia ambiental que possa deixar várias pessoas desabrigadas. Perceba que basta apenas a proximidade do perigo para que o Poder Público possa utilizar a propriedade do particular, a fim de se antecipar e garantir a segurança daqueles que poderão ser atingidos pela imediata tragédia. Outrossim, a indenização não é obrigatória, ou seja, está condicionada à efetiva ocorrência de dano. Por fim, a propriedade continua sendo do particular, que apenas a “empresta” ao poder público, em caso de iminente perigo público. Importante confrontar os incisos XXIV e XXV: INDENIZAÇÃO PRÉVIA POSTERIOR Quando houver necessidade de DESAPROPRIAÇÃO por: UTILIDADE PÚBLICA NECESSIDADE PÚBLICA INTERESSE SOCIAL Observações: >> LEI estabelecerá os procedimentos necessários. >> Indenização PRÉVIA em DINHEIRO, porém, a Constituição traz ressalvas. Quando houver necessidade de UTILIZAR a propriedade no caso de: IMINENTE PERIGO PÚBLICO Observações: >> Requisição administrativa. >> Independe de ordem judicial. >> Indenização é ULTERIOR. >> Somente se houver dano. A PROPRIEDADE PASSA A SER DO PODER PÚBLICO A PROPRIEDADE CONTINUA SENDO DO PARTICULAR XXVI - A PEQUENA propriedade rural, assim definida em LEI, DESDE QUE trabalhada pela família, NÃO será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a LEI sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; Você deverá se atentar aos seguintes pontos: Esse direito não é assegurado a qualquer tipo de propriedade rural; Esse direito é assegurado à pequena propriedade rural, mas desde que essa propriedade seja trabalhada pela família; Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 17Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora Esse tipo de propriedade não poderá ser objeto de penhora para pagamento de débitos correspondentes à sua atividade produtiva; Por fim, perceba que é a lei que definirá a pequena propriedade rural e disporá sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. XXVII - Aos autores pertence o direito EXCLUSIVO de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a LEI fixar6; Esse dispositivo explana o direito à propriedade intelectual, assegurando ao autor o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras durante toda a sua vida. Por outro lado, esse direito se estende aos herdeiros do autor apenas pelo tempo que a lei determinar. XXVIII - São assegurados, nos termos da LEI: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, INCLUSIVE nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; Esse dispositivo também explana o direito à propriedade intelectual. Você deverá se atentar aos seguintes tópicos: Esses direitos são assegurados nos termos da lei; A proteção inclui as atividades desportivas; O direito de fiscalização estende-se às respectivas representações sindicais e associativas. XXIX - A LEI assegurará aos autores de inventos industriais privilégio TEMPORÁRIO para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Esse dispositivo explana o direito à propriedade industrial. Você deverá se atentar aos seguintes pontos: É a lei que assegurará tal direito; Não é para quaisquer autores e sim para os de inventos industriais; O privilégio é temporário e não permanente, posto que o interesse da coletividade se sobrepõe ao interesse privado; 6 A Lei nº 9.610/98 regula os direitos autorais. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 18 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com A lei também assegurará proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos; Deve-se ter em vista não só o interesse social, como também o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. Não confunda o direito à propriedade industrial com o direito à propriedade intelectual. Veja a tabela a seguir comparando as peculiaridades de cada um desses direitos: DIREITO À PROPRIEDADE INTELECTUAL INDUSTRIAL LEI ASSEGURARÁ: Proteção às participações em obras coletivas; Reprodução imagem e voz humanas; Reprodução imagem e voz humanas nas atividades desportivas; LEI ASSEGURARÁ Aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas: O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras. LEI FIXARÁ: O tempo que os herdeiros poderão utilizar, publicar ou reproduzir as obras herdadas. A LEI assegurará aos autores de inventos industriais: Privilégio temporário para utilização; Proteção às criações industriais; Proteção à propriedade das marcas; Proteção aos nomes de empresas; Proteção a outros signos distintivos. Deve-se ter em vista: Interesse social; Desenvolvimento tecnológico do País; Desenvolvimento econômico do País. AUTOR DIREITO DEFINITIVO AUTOR DIREITO TEMPORÁRIO XXX - É garantido o direito de herança; A questão poderá perguntar entre as alternativas se o direito de herança é garantido pela Constituição da República Federativa do Brasil. Perceba que o dispositivo não menciona “nos termos de lei ou lei complementar”. Fique atento às questões de cunho meramente literal. XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, SEMPRE QUE não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus7”; Em outras palavras, a lei pessoal do estrangeiro falecido somente será aplicada caso seja mais benéfica aos seus herdeiros. Sistematizando: DIREITO DE HERANÇA REGRA EXCEÇÃO A sucessão de bens de ESTRANGEIROS situados no PAÍS será regulada pela LEI BRASILEIRA em benefício dos herdeiros. A sucessão de bens de ESTRANGEIROS situados no PAÍS será regulada pela LEI DO PAÍS DE ORIGEM se for MAIS BENÉFICA aos herdeiros. 7 Falecido. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 19Este materialestá protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora XXXII - O ESTADO promoverá, na forma da LEI, a defesa do consumidor8; Você deverá se atentar aos seguintes pontos: É o Estado que promoverá a defesa do consumidor não a Constituição Federal; Essa promoção se dará na forma da lei e não da Lei Complementar ou da própria Constituição. XXXIII - TODOS têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da LEI, sob pena de responsabilidade, RESSALVADAS aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado9; Você deverá se atentar aos seguintes tópicos: Via de regra, esse dispositivo objetiva assegurar transparência no que tange aos atos do Poder Público; O inciso assegura o acesso a informações de interesse particular, coletivo ou geral; Essas informações deverão ser prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade; Esse direito não é absoluto, pois há ressalvas em relação às informações cujo sigilo seja indispensável à segurança da sociedade e do Estado; Trata-se de um direito cuja legitimação é universal, pois a Constituição Federal diz que a todos tal direito é assegurado. E qual seria o remédio constitucional cabível caso esse direito fosse violado? Para proteger o direito à informação, deve-se impetrar mandado de segurança e não habeas data. Entenda que o habeas data é cabível quando a informação for relativa à própria pessoa do impetrante, não bastando apenas que seja de interesse particular. O habeas data é, portanto, uma ação constitucional personalíssima que assegura o acesso à informação pertencente à pessoa do requerente. XXXIV - São a TODOS assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 8 Lei nº 8.078/90 dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. 9 Vide Lei nº 12.527, de 2011 Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 20 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Sobre esse dispositivo, atente-se aos seguintes destaques: O direito de petição e obtenção de certidões gozam de imunidade tributária, pois são direitos que independem de pagamento de taxas; São considerados instrumentos de exercício da cidadania; O direito de petição é para defesa de direitos, contra ilegalidade ou abuso de poder; O direito à obtenção de certidões, por sua vez, é para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (e não particular, posto que nem sempre o interesse pessoal será inerente a quem estiver pleiteando o direito); Trata-se de um direito cuja legitimação é universal, pois a Constituição Federal diz que a todos tal direito é assegurado; O exercício desse direito independe da presença de advogado; Esse direito é assegurado a todas as pessoas, não sendo necessário que se comprove hipossuficiência financeira. E qual seria o remédio constitucional cabível caso esse direito fosse violado? Tanto para assegurar o direito de petição quanto para assegurar o direito à obtenção de certidões, o remédio constitucional cabível é o mandado de segurança. Atenção! É comum que haja dúvidas em relação ao direito de certidão, pois o final do que dispõe a alínea “b” diz “situações de interesse pessoal”, fazendo com que muitos acreditem que o remédio constitucional cabível seria o habeas data. Esse entendimento está equivocado, pois o habeas data, como vimos, é uma ação de natureza personalíssima, cuja finalidade é assegurar o acesso à informação relativa a própria pessoa de quem estiver pleiteando o direito, ou seja, informação de interesse particular. Vejamos tabela comparando as alíneas “a” e “b” do inciso XXXIV: DIREITOS PETIÇÃO CERTIDÃO Deve solicitar aos Poderes Públicos em: Defesa de direitos; Contra ilegalidade; Contra abuso de poder. Deve solicitar às Repartições Públicas para: Defesa de direitos; Situações de interesse pessoal. A legitimação é UNIVERSAL. A legitimação é UNIVERSAL. É GRATUITO! É GRATUITO! CABE MANDADO DE SEGURANÇA SE FOR VIOLADO XXXV - A LEI NÃO excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Esse dispositivo explana o princípio constitucional da inafastabilidade do exercício da jurisdição. A legitimação é universal, ou seja, qualquer pessoa poderá provocar o Judiciário diante de lesão ou ameaça a direito. XXXVI - A LEI NÃO prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 21Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora Esse dispositivo explana o princípio da segurança jurídica ou da não retroatividade das leis. A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, em seu art. 6º, assim define: Direito Adquirido: são os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Ato Jurídico Perfeito: o ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Coisa Julgada: ou caso julgado é a decisão judicial de que já não caiba recurso. Entenda que o termo “lei” deste inciso possui sentido abrangente, pois não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada todas as hipóteses que compreendem o processo legislativo, previstas no art. 59 da Constituição Federal, a saber: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - Emendas à Constituição; II - Leis complementares; III - Leis ordinárias; IV - Leis delegadas; V - Medidas provisórias; VI - Decretos legislativos; VII - Resoluções. A título de curiosidade: esse direito não é absoluto, na medida em que a elaboração de uma nova Constituição poderá atingir direitos adquiridos pela Constituição pretérita. Além disso, têm-se o exemplo da lei penal, a qual poderá retroagir quando for para beneficiar o réu (inciso XL). XXXVII - NÃO haverá juízo ou tribunal de exceção; Esse dispositivo explana o princípio do juiz natural. Tribunais de Exceção são aqueles criados para julgar um caso específico. Isso não é possível dentro do ordenamento jurídico brasileiro, pois há vários órgãos do Poder Judiciário já instituídos a fim de solucionar todos os tipos de conflitos possíveis de ocorrer. XXXVIII - É RECONHECIDA a instituição do JÚRI, com a organização que lhe der a LEI10, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes DOLOSOS contra a VIDA; Basicamente, as questões de concursos cobram as características do júri, que são a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Perceba que os crimes de competência do tribunal do júri são apenas os dolosos contra a vida. Portanto, não há que se falar em crimes culposos contra a vida. 10 Regulamentado pelo Código de Processo Penal. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/https://www.myraeditora.com/ 22 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Assim define o Código Penal Brasileiro em seu art. 18: Art. 18. Diz-se o crime: Crime doloso I - Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Para que você possa memorizar essas características, pense no mnemônico “PLENITUDE dos SOCOS”. XXXIX - NÃO HÁ crime sem LEI anterior que o defina, NEM pena sem prévia cominação legal; Esse dispositivo retrata o princípio da legalidade no direito penal, o qual se subdivide em outros dois princípios. São eles: Princípio da Reserva Legal: nenhum indivíduo poderá ser punido por ato praticado que não esteja tipificado em lei como crime. Entenda o termo lei, aqui, como lei em sentido formal; isso significa que uma medida provisória, por exemplo, não poderá tipificar um determinado ato como crime. Princípio da Anterioridade Penal: faz-se necessária a existência de uma lei anterior ao fato cometido para que uma pena possa ser cominada ao indivíduo que o cometer. Além disso, vale observar que se um determinado ato cometido hoje, considerado lícito, amanhã vier a ser considerado crime, aqueles que o cometeram não poderão ser punidos, pois a lei penal não poderá retroagir, salvo se for para beneficiar o réu. XL - A LEI PENAL NÃO retroagirá, SALVO para beneficiar o réu; Esse dispositivo explana o princípio da retroatividade da lei penal e apenas dela. Portanto, a lei cível não poderá retroagir nem mesmo para beneficiar o réu. Em outras palavras, a lei penal não afetará o pretérito, senão para beneficiar o réu. É a chamada retroatividade benigna. Como exemplo, podemos citar um determinado crime cuja pena máxima seja reduzida; aqueles que foram condenados por esse crime com a pena máxima abrandada poderão ter suas penas diminuídas. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 23Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora Sistematizando: XLI - A LEI punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades FUNDAMENTAIS; Perceba que é a LEI que punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais e não a Constituição. A Constituição apenas determina que a Lei assim o faça. Além disso, perceba que a discriminação atentatória a esses direitos não está classificada como crime inafiançável e imprescritível. Fique atento, pois a Vunesp já explorou essa pegadinha em prova! XLII - A prática do RACISMO constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de RECLUSÃO, nos termos da LEI; Você deverá se atentar aos seguintes tópicos: O racismo é crime inafiançável e imprescritível; Aqueles que praticarem o crime de racismo estarão sujeitos à pena de reclusão e não de detenção; A Constituição Federal determina que a pena de reclusão seja aplicada nos termos da LEI. XLIII - A LEI considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Você deverá se atentar aos seguintes tópicos: A tortura, o tráfico ilícito, o terrorismo e os crimes hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia; Eles podem prescrever, pois se fossem imprescritíveis a Constituição assim determinaria; Perceba que a Constituição nada fala sobre pena de reclusão em relação a essas condutas; A Constituição Federal não determina a criminalização desses atos, ela apenas aponta que a LEI assim o faça. XLIV - Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; Você deverá se atentar aos seguintes tópicos: A ação de grupos armados é crime inafiançável e imprescritível; Perceba que a Constituição nada fala sobre pena de reclusão em relação a essa conduta. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 24 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Compreenda a lógica desta sistematização: Todos são inafiançáveis. O “AR” é essencial para a sobrevivência humana e, por essa razão, ele não acaba, é definitivo, é imprescritível. O “3T H” pode prescrever, acaba e, por isso, é um bando de crimes sem graça e sem anistia. Com essa sistemática você não errará mais questões sobre esses dispositivos! XLV - NENHUMA pena passará da pessoa do condenado, PODENDO a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da LEI, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, ATÉ o limite do valor do patrimônio transferido; Esse dispositivo retrata o princípio da intranscendência das penas ou princípio da responsabilidade pessoal. Esse princípio assegura que somente o condenado poderá ser responsabilizado pelo crime que praticou, não sendo este transmissível aos seus sucessores. No entanto, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens poderá ser estendida a eles, mas até o limite do valor do patrimônio transferido. Vejamos a situação hipotética a seguir: Pedro, empresário, faleceu e deixou uma dívida de 20 milhões de reais. Ao Marcos, seu sucessor, deixou uma herança de 2 milhões de reais. A dívida de 20 milhões não passará ao seu sucessor, pois, de acordo com o inciso em análise, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens se dará até o limite do valor do patrimônio transferido, qual seja: 2 milhões. Assim, ainda que Marcos possua um patrimônio de 30 milhões de reais, somente a herança de 2 milhões poderá ser atingida. Sistematizando: Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 25Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora XLVI - A LEI regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. Esse dispositivo retrata o princípio da individualização da pena. Trata-se de um rol exemplificativo, pois, além das elencadas nas alíneas do inciso XLVI, a lei poderá admitir outras. Basta observar o termo “entre outras”, o qual esclarece o que se acabou de afirmar. Por fim, perceba que é a LEI que regula a individualização da pena e não a Constituição Federal. XLVII - NÃO haverá penas: a) de morte, SALVO em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XIX - Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente,a mobilização nacional; Sistematizando os incisos XLVI e XLVII: PENAS PERMITIDAS VEDADAS SUSPENSÃO DE DIREITOS INTERDIÇÃO DE DIREITOS MULTA PRIVAÇÃO OU RESTRIÇÃO DA LIBERDADE PERDA DE BENS PRESTAÇÃO SOCIAL ALTERNATIVA PERPÉTUA MORTE, salvo guerra declarada BANIMENTO TRABALHOS FORÇADOS CRUÉIS SIM 3P PM BANITRABALHOS CRUÉIS Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 26 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com XLVIII - A pena SERÁ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; Perceba que a execução da pena deverá respeitar as características pessoais do condenado. XLIX - É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; Por mais que súmulas vinculantes não sejam cobradas nas provas de escrevente, é importante que você conheça a de número 11, pois ela demonstra que o direito assegurado no inciso XLIX não é absoluto, posto que o uso de algemas poderá ser admitido em determinadas situações. Súmula Vinculante 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. L - Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o PERÍODO de AMAMENTAÇÃO; Atenção! O prazo para que as presidiárias possam permanecer com seus filhos é o correspondente ao período de amamentação, sem especificar por quanto tempo esse período predominará. LI - NENHUM brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado, em caso de crime comum, praticado ANTES da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da LEI; O inciso em análise impõe alguns limites à extradição. Vejamos: Brasileiros natos não podem ser extraditados; Brasileiros naturalizados podem ser extraditados se cometerem crime comum antes da naturalização. Se o crime comum for praticado depois da naturalização, não há que se falar em extradição. Brasileiros naturalizados também podem ser extraditados se comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes. Nesse caso, não importa se foi antes ou depois da naturalização. Perceba que o envolvimento deve ser comprovado, não bastando apenas a simples suspeita. Sistematizando: Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 27Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora LII - NÃO será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; Situação em que o Brasil concede ao estrangeiro asilo político. Trata-se de um direito fundamental privativo do estrangeiro. Asilo político é uma entidade jurídica cuja finalidade é proteger um indivíduo estrangeiro perseguido pela sua nação de origem por crime político ou de opinião. Como exemplo, podemos citar crimes relacionados a convicções religiosas. LIII - NINGUÉM será processado nem sentenciado SENÃO pela autoridade competente; Esse dispositivo também se refere ao princípio do juiz natural. Tal direito assegura que se deve observar as regras que definem a competência dos órgãos do Poder Judiciário, as quais estão estabelecidas na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e, também, nas Leis de Organização Judiciária. LIV - NINGUÉM será privado da liberdade ou de seus bens SEM o devido processo legal; Esse dispositivo explana o princípio do devido processo legal. Vale ressaltar que esse princípio se aplica não só aos processos judiciais, como também aos processos administrativos. LV - Aos LITIGANTES, em processo judicial ou administrativo, e aos ACUSADOS em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Trata-se do princípio do contraditório e da ampla defesa, o qual se encontra diretamente relacionado ao princípio do devido processo legal (inciso LIV). LVI - São INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Esse dispositivo deriva do princípio do devido processo legal. Essa vedação atinge não só os processos judiciais, mas também os administrativos. Vale ressaltar que as provas derivadas daquelas que foram obtidas por meios ilícitos também serão consideradas ilícitas. Como exemplo de prova ilícita, podemos citar uma determinada interceptação telefônica feita sem autorização judicial (inciso XII). Por fim, as provas obtidas por meio ilícito não invalidam o processo inteiro, pois as provas auferidas por meios lícitos não serão afetadas. LVII - NINGUÉM será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Esse dispositivo retrata o princípio da presunção de inocência. Quando uma sentença transita em julgado, significa que contra ela não caberá mais recurso. Não se trata de direito absoluto, pois há situações em que o juiz poderá decretar prisão preventiva, por exemplo. No entanto, mesmo diante de uma prisão preventiva o acusado não será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 28 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com LVIII - O civilmente identificado NÃO será submetido a identificação criminal, SALVO nas hipóteses previstas em LEI; Sobre esse dispositivo, atente-se aos seguintes tópicos: O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal; O civilmente identificado será submetido a identificação criminal nos casos previstos em lei. Perceba que é a LEI que poderá definir situações em que o civilmente identificado poderá ser obrigado a identificação criminal e não a Constituição. Fique atento, pois as provas cobram basicamente a literalidade do dispositivo. LIX - Será ADMITIDA ação privada nos crimes de ação pública, se esta NÃO for intentada no prazo legal; Existem dois tipos de ação penal: a de iniciativa pública e a de iniciativa privada. A ação penal de iniciativa pública se subdivide em dois tipos: incondicionada e condicionada à representação. O titular da ação penal pública é o Ministério Público, contudo, se este não a intentar no prazo legal, poderá a vítima promover ação penal pública de forma subsidiária, conforme prevê a Constituição Federal no inciso em análise. Nesse sentido, assim dispõe o Código de Processo Penal em seu art. 29: Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Veja a tabela comparativa a seguir contendo exemplos: Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 29Este materialestá protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora AÇÃO PENAL PÚBLICA PRIVADA Quem Promove: Ministério público; Privativamente. Quem Promove: É o particular (querelante). MP atua como fiscal da lei. Se dá Mediante: Denúncia. Se dá Mediante: Queixa. Tipos de Ação Penal Pública Tipos de Ação Penal Privada Incondicionada → Situação em que o MP promove a ação penal independente do consentimento da vítima. Condicionada → Situação em que o MP somente promoverá a ação se for autorizado. Esse tipo de ação poderá ser: Condicionada à Representação: Dependerá de autorização do ofendido (vítima). Exemplo: crime de ameaça. Condicionada à Requisição: Dependerá de autorização do Ministro da Justiça. Exemplo: crime contra a honra do Presidente da República. Exclusiva → a ação penal privada será exclusiva quando o Código Penal assim definir. Exemplo: crime de calúnia, injúria ou difamação. Subsidiária da Pública → situação em que a vítima poderá promover ação penal pública de forma subsidiária. Exemplo: o MP deveria ter promovido uma ação penal em 15 dias, pois o réu se encontrava solto. No entanto, perdeu o prazo e não entrou com a ação. Nesse caso, a vítima poderá promover a ação no lugar do MP. LX - A LEI só poderá restringir a publicidade dos atos processuais QUANDO a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Via de regra, os atos processuais são públicos. No entanto, a lei poderá restringir a publicidade desses atos quando a defesa da intimidade ou o interesse social assim exigirem. Como exemplo dessa restrição, podemos citar a publicidade de atos judiciais relacionados à proteção da criança e do adolescente discutidos na Lei nº 8.069/90. Ademais, as provas cobram basicamente a literalidade desse dispositivo. Assim, você deverá se atentar aos seguintes tópicos: Via de regra os atos processuais são públicos; A lei poderá restringir essa publicidade em duas situações: quando a defesa da intimidade ou o interesse social exigirem. PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS REGRA EXCEÇÃO ATOS PROCESSUAIS SÃO PÚBLICOS Atos processuais NÃO SERÃO públicos quando exigirem: A Defesa da Intimidade; O Interesse Social. >> Lembre-se de que é a LEI que restringe! LXI - NINGUÉM será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em LEI; Via de regra, para privar um indivíduo de sua liberdade é necessário que haja ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária (e não policial) competente. No entanto, há situações em que essa ordem judicial escrita e fundamentada não é necessária. São elas: Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 30 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Flagrante delito; Transgressão militar; Crime propriamente militar. Sistematizando: GARANTIA PENAL REGRA EXCEÇÃO NINGUÉM será preso sem que haja uma ordem ESCRITA e FUNDAMENTADA de: AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE Será preso SEM ORDEM JUDICIAL aquele que se enquadrar em alguma das seguintes situações: Flagrante Delito; Transgressão militar; Crime propriamente militar. LXII - A prisão de QUALQUER PESSOA e o local onde se encontre serão comunicados IMEDIATAMENTE ao juiz competente E à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - A prisão ilegal será IMEDIATAMENTE relaxada pela autoridade judiciária; A prisão ilegal é relaxada pela autoridade judiciária e não policial. Fique atento! LXVI - NINGUÉM será levado à prisão ou nela mantido, quando a LEI admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Atenção! Se a lei admitir a liberdade provisória, ninguém será mantido na prisão, ainda que não haja pagamento de fiança. Tabela contendo resumo sobre os principais tópicos acerca das garantias penais: PRINCIPAIS TÓPICOS G A R A N T IA S P E N A IS 01. Via de regra, para privar alguém de sua liberdade faz-se necessária ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente; 02. A ordem judicial é dispensada diante de flagrante delito, transgressão militar e crime propriamente militar; 03. A prisão e o local devem ser comunicados imediatamente ao juiz competente, à família ou pessoa indicada pelo preso; 04. Deve-se informar o preso de seus direitos; 05. O preso tem o direito de permanecer calado; 06. Deve-se garantir ao preso assistência da família e de advogado; 07. É direito do preso saber quem são os responsáveis pela sua prisão; 08. É direito do preso saber quem é o responsável pelo seu interrogatório policial; 09. Se a prisão for ilegal, deverá ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 10. Se a lei admitir liberdade provisória, ninguém será mantido na prisão, com ou sem pagamento de fiança. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 31Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora LXVII - NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; A Constituição Federal assegura que não haverá prisão civil por dívida, mas autoriza que essa prisão ocorra em duas situações: Inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia; Depositário infiel. No entanto, na prática não é isso que acontece. Entenda: o Brasil faz parte da Convenção Americana de Direitos Humanos, a qual proíbe expressamente a prisão do depositário infiel. Essa convenção possui status supralegal, ou seja, está acima da lei, mas abaixo da Constituição. Assim, a Constituição autoriza a prisão do depositário infiel, a lei ordena a prisão, mas a Convenção Americana de Direitos Humanos, dada a sua supralegalidade, suspende a eficácia da lei, proibindo a prisão do depositário infiel. Vale frisar que essa convenção não revogou esse inciso da Constituição Federal, ela apenas produziu efeito paralisante à lei que ordenava a prisão do depositário infiel, suspendendo, portanto, sua eficácia. Nesse sentido, dispõe a Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. LXVIII - Conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; O habeas corpus trata-se de um remédio constitucional cuja finalidade é defender a liberdade de locomoção, quando esta ocorrer por ilegalidade ou abuso de poder. Esse instituto defende não só aqueles que estão sofrendo violência ou coação em sua liberdade de locomoção, mas também aqueles que se acharem ameaçados de sofrer tal restrição. Assim, o habeas corpus poderá ser: Preventivo: defende aquele que está sendo ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção. Repressivo: defende aquele que está sofrendo violência ou coação em sua liberdade de locomoção. Por fim, vale ressaltar que o habeas corpus é gratuito e qualquer pessoa poderá impetrá-lo, sem que haja necessidade de advogado.Até mesmo o juiz, de ofício, poderá conceder o habeas corpus, conforme assegura o artigo 574 do Código de Processo Penal. LXIX - Conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, NÃO amparado por habeas corpus ou habeas data, QUANDO o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder FOR autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Mandado de segurança é um remédio constitucional residual, pois será impetrado quando o direito líquido e certo a ser protegido não puder ser resguardado pelo habeas corpus ou habeas data. O mandado de segurança é cabível contra ato ilegal ou abuso de poder de dois tipos de autoridade: Pública propriamente dita; Agente de pessoa jurídica quando estiver no exercício de atribuições do Poder Público. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 32 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Por fim, para impetrar o mandado de segurança é necessária a presença de advogado. Além disso, não se trata de uma ação gratuita, diferentemente do habeas corpus. LXX - O MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por: a) partido político COM representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ANO, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; O mandado de segurança coletivo objetiva proteger direito líquido e certo, coletivos ou individuais homogêneos, não amparado por habeas corpus ou habeas data. Também tem, portanto, caráter residual. A Lei nº 12.016/09 disciplina o mandado de segurança individual e coletivo. Veja o que a referida lei dispõe no seu art. 21 e parágrafo único: Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - Coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - Individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Basicamente, as provas objetivas que não cobram a lei nº 12.016/09 exploram os legitimados ativos aptos a impetrar o mandado de segurança coletivo conforme a Constituição Federal. Vejamos: 01. Partido político, mas desde que esse partido tenha representação no Congresso Nacional. Entenda: o partido político terá que ter pelo menos um deputado federal ou um senador dentro do Congresso Nacional como seu representante; 02. Organização sindical, não importando por quanto tempo se encontre em funcionamento; 03. Entidade de classe, não importando por quanto tempo se encontre em funcionamento; 04. Associação, desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano. Lembre-se: Conforme já estudamos no inciso XXI, uma associação funcionará como substituta processual de seus filiados quando for para impetrar mandado de segurança coletivo e, nesse caso, não há que se falar em autorização para representação. Nas palavras de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino11: 11 Direito Constitucional Descomplicado, Método, p.262. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 33Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 Sistematizado por Myra Editora “No mandado de segurança coletivo, o interesse invocado pertence a uma categoria, agindo o impetrante - partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação - como substituto processual na relação jurídica. Com efeito, a legitimação das entidades acima enumeradas, para a segurança coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal caso, substituição processual. Por isso, não se exige a autorização expressa dos titulares do direito, diferentemente do que ocorre no caso do inciso XXI do art. 5º da Carta Política, que contempla caso de representação (e não de substituição)”. Atenção! Perceba que a organização sindical, a entidade de classe e a associação poderão impetrar mandado de segurança coletivo, mas somente em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Se uma associação precisar recorrer ao Judiciário em defesa de seu direito particular líquido e certo, por exemplo, deverá impetrar mandado de segurança e não mandado de segurança coletivo. Essa restrição não se aplica aos partidos políticos com representação no Congresso Nacional. Fique atento! Por fim, vale ressaltar que se trata de uma ação paga, não isenta de custas. LXXI - Conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de NORMA REGULAMENTADORA torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; O mandado de injunção é cabível diante da omissão de norma regulamentadora que inviabilize o exercício de um direito e liberdade constitucionalmente assegurados e de prerrogativas relativas à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Entenda “falta de norma regulamentadora” como normas totais ou parciais. Assim, ainda que exista lei regulamentando o exercício de determinado direito, se esta for insuficiente para o exercício, será cabível mandado de injunção. Por fim, qualquer pessoa física ou jurídica que esteja com seu direito sendo cerceado pela omissão de norma regulamentadora poderá impetrar mandado de injunção. Além disso, tal recurso não é gratuito sendo necessária a assistência de advogado. LXXII - Conceder-se-á HABEAS DATA: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando NÃO se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. De acordo com o inciso em análise, o habeas data possui duas finalidades: Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante; Retificar dados. O habeas data é uma ação de natureza personalíssima, isto é, não se pode impetrar esse recurso com a finalidade de obter informações de terceiros, mas apenas relativas à própria pessoa que estiver requerendo. Licenciado para - Flávia Giovana Poloni - 38768990871 - Protegido por Eduzz.com http://aprovaleigos.com.br/ https://www.myraeditora.com/ 34 Este material está protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/98, sendo todos os direitos reservados à equipe Aprova Leigos Registrado na Câmara Brasileira do Livro ISBN nº 9786599021848 www.myraeditora.com Perceba que o habeas data, portanto, e como já vimos, não se trata de remédio constitucional para assegurar o direito de obter certidões (XXXIV, b) ou informações de interesse particular, coletivo ou geral (XXXIII). Para estes direitos, o remédio cabível é o mandado de segurança. Também não há que se falar em
Compartilhar