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O Professor como Referência no Processo de Escrita e Leitura na Educação Infantil 2

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2
O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO PROCESSO DE LEITURA E
ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor: (ES) Andreliza Cristina Eler de Oliveira.
Orientador: Doutor em ciências da Religião,
 Professor da FAEL, Uipirangi Flanklin da Silva Câmara 
E-mail: uipirangi.camara@fael.edu.br.
RESUMO: Este artigo tem o intuito de apresentar a importância do professor como mediador e referência de leitor, e como objetivo retratar alguns aspectos que possibilitam uma reflexão a cerca do processo de aquisição da leitura e escrita, partindo das concepções de alguns autores, sobre este processo na educação infantil. Como esse ato contribui o para desenvolvimento de habilidades necessárias. Percebemos que a criança trás conhecimentos prévios sobre escrita e leitura antes de ser inserida na escola, e vai descobrindo as propriedades das mesmas, através de um processo construtivo, decorrente de sua vivência no meio do qual está inserida, variando para formação de leitores competentes, tendo em vista os pressupostos teóricos que ressaltam a importância do trabalho com a leitura desde os anos iniciais, oportunizando a criança ingressarem no mundo do faz de conta, além de enriquecer seu vocabulário e possibilitar que esta se aproprie na escola dos usos da leitura em situações de letramento, como algo prazeroso e com função no meio social uma das funções sociais da escola é formar cidadãos escritores e leitores críticos, capazes de produzir textos coerentes com veemência.
PALAVRAS CHAVES: Leitura. Professor. Ambiente Escolar, Desenvolvimento.
Trabalho apresentado a faculdade FAEL, como parte do processo finalização de curso TCC, do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Professor: Orientador: Doutor em ciências da Religião Professor: Uipirangi Flanklin da Silva Câmara. 
1INTRODUÇÃO 	
 	Decorrente do fato de alguns estudiosos realizarem pesquisas, com o
intuito de aprofundar o entendimento sobre o processo de aprendizagem do sistema
de leitura e escrita, principalmente nas etapas iniciais do processo, é que aqui
tratamos situações reflexivas, direcionadas as práticas desse processo, para
crianças que ainda não possuem o sistema convencional.
	. Para a criança, a aquisição de leitura e escrita é uma tarefa muito
complexa e difícil, mas, esse processo se amplia gradativamente e sistematiza-se no
ambiente escolar, porém, se e somente se, este ambiente promover experiências
que permitam ao educando transformá-las em vivências significativas e propícias
para a construção do conhecimento. O aluno desenvolve o conhecimento na
interação com o meio em que vive. A reação do professor frente estas novas teorias
é que irá estimular a criança. Se o professor aceita que a criança tem acesso à
leitura e escrita antes de uma apresentação formal as letras, este irá oferecer
maiores possibilidades ao educando de acesso a estas linguagens, e também irá
conhecer os modos de apreensão e interpretação, das mesmas, pela criança. desde o começo, na prática democrática e crítica, leitura do mundo e a leitura da palavra estão dinamicamente juntas o comando da leitura e da escrita se dá a partir de palavras e temas significativos a experiência comum do alfabetizando e não de palavras e temas apenas
ligados à experiência do educador. (PAULO FREIRE,1989,p.18).
Algumas concepções teóricas evidenciam a importância do professor como leitor para o desenvolvimento infantil, SOLÉ (1998), descreve as orientações oriundas do RCNEI para a formação de leitor competente, retrata o contexto de formação profissional adequada para a atuação na Educação Infantil, conceitua letramento, práticas letradas dentro e fora da escola, idade ideal para o contato com a leitura, gêneros e suportes, bem como, as condições a serem garantidas nas situações em que o professor lê para os alunos, sendo um ator no papel de leitor e uma referência de leitor na formações de alunos leitores competentes. Tanto a leitura quanto a escrita são processos que despertam a atenção devido à importância que desempenham no fazer educativo. Assim sendo é necessário que se conheça de que forma se efetiva a aprendizagem para intervir com eficiência no processo. 
Segundo CRAIDY e KAERCHER (2001), para VIGOTSKY a criança apresenta em seu processo de desenvolvimento dois níveis chamados de real e o outro potencial. Sendo que: 
O nível de desenvolvimento real refere-se a etapas já alcançadas pela criança, isto é, as coisas que já consegue fazer sozinha, sem a ajuda de outras pessoas, já o nível de desenvolvimento potencial diz respeito à capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de outros. Há atividades que a criança não é capaz de realizar sozinha, mas poderá conseguir caso alguém lhe dê explicações, demonstrando como fazer [...]a zona de desenvolvimento proximal ou potencial consiste na distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. (CRAYD E KAERCHER, 2001, p.31). 
Sendo assim, no cotidiano escolar, é papel do professor intervir na zona de desenvolvimento dos alunos, já que ele é o parceiro mais experiente, favorecendo um ambiente estimulador e desafiador que favoreça o aprendizado, seja ele da leitura ou escrita. 
 	Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) do ensino infantil propõem
critérios curriculares para o aprendizado em creche e pré-escola. Os parâmetros
indicam as capacidades a serem desenvolvidas pelas crianças, de ordem: física,
cognitiva, ética, estética, afetiva, de relação interpessoal, de inserção social, e
fornecem os campos de ação. É nestes campos que se especificam o brincar, o
movimento, as artes visuais, a matemática, a música, o conhecimento de mundo, a
linguagem oral e escrita, visando a construção da cidadania de cada criança.
 O ministro da educação, Paulo Renato Souza ponderou: “Passamos a oferecer a perspectiva de que as creches passem a ter um conteúdo educacional e deixem de serem menos depósitos de crianças. Em todo o mundo está havendo a preocupação de desenvolver a criança desde
seu nascimento”. A educação infantil é uma fase muito importante, que requer um cuidado especial tanto dos pais ou responsável quanto da escola, com os coordenadores e
professores. Os pais devem observar como a escola está introduzindo a criança no
mundo letrada e os coordenadores devem reformular o Projeto Político Pedagógico
da escola de modo que a educação infantil seja caracterizada como um ambiente
alfabetizador. Já os professores, devem observar o contexto de vida em que cada
aluno está inserido e valorizar seus conhecimentos prévios, ou seja, tudo aquilo que
a criança trás desde o seu nascimento, pois ele não pode ser considerado como um
ser que nada sabe. Como a educação infantil é o princípio da escolarização, pode
ser aproveitada de forma a introduzir o interesse por variados assuntos, dentre eles,
despertarem para a leitura e a escrita.
2 O PROFESSOR: UM ATOR NO PAPEL DE LEITOR
Para que o professor seja um ator no papel de leitor, é preciso que ele favoreça as crianças a oportunidade de vivenciar comportamentos que são típicos de leitor “é necessário que o professor os encarne na aula, que ofereça a elas oportunidades de participar de atos de leitura que ele próprio está realizando, que estabeleça com eles uma relação de leitor para leitor’’”. (LERNER, 2002, p.39), para a mesma autora, quando se trata de crianças que ainda não leem convencionalmente é o professor quem assume o papel leitor. Esta deve ser uma regra na educação infantil, pois neste papel o professor cria um momento magico tão necessário para o imaginário da criança. O leitor/professor deverá se comportar como se a leitura não tivesse um propósito didático, e sim de compartilhar algo que leu e gostou, e, ao fazer essas leituras ele vai ensinando as crianças como é que se lê.
A leitura feita pelo professor é extremamente importante, quando os alunos ainda não leem sozinhos e de forma adequada, neste período o professor proporciona várias situações, onde lê diferentes gêneros textuais, criando um clima favorável para isso. Quando de trata de um conto, porexemplo, cria um clima propício para desfrutá-lo: propõe que as crianças se sentem a sua volta para que possam ver as imagens e o texto, caso queiram; lê com a intenção de provocar emoção, curiosidade, suspense ou diversão; evita as interrupções que poderiam cortar o fio da história e, portanto, não faz perguntas para verificar se as crianças estão entendendo, nem explica palavras supostamente difíceis; incentiva as crianças a seguirem o fio da narrativa (sem se deterem no significado particular de certos termos) e a apreciarem a beleza daqueles trechos cuja forma foi objeto de um cuidado especial por parte do autor. (LERNER, 2002, p 40.). Para a referida leitora, independentemente do tipo do texto que foi lido, ao terminar a leitura o professor põe o livro lido a disposição das crianças, para manuseá-lo e olhar com calma a que mais lhes chamaram a atenção, e propõe que levem para casa não só o que foi lido, mais como outros que tiverem gostado, ao fazer isso permitira que as crianças descubram o prazer de reler o que gostaram e que querem relembrar, ver as imagens, continuar interagindo com os livros e compartilhar com outros. 
Assim, ao ler para os alunos que ainda não o fazem, quando sugerem estratégias mais eficazes, ou quando coloca os alunos em situação onde eles próprios terão que ler individualmente ou em grupo, o professor estará desempenhando seu papel de leitor e ensinando a ler. (LERNER, 2002)
2.1 IDADE IDEAL PARA O CONTATO COM A LEITURA 
Não há idade certa para se colocar uma criança em contato com a leitura, o que se sabe que o quanto antes melhor, pois: “A leitura pelo professor de textos escritos, em voz alta, em situações que permitem a atenção e a escuta das crianças, seja na sala, no parque debaixo de uma árvore, antes de dormir, numa atividade específica para tal fim, etc. favorece as crianças um repertório rico em oralidade, além de permitir a ligação com a escrita”. (RCNEI, 1998, vl 3, p. 135). Colocar a disposição das crianças desde cedo, diversos tipos de leitura, colocar-se como referencia de leitor é favorável e estimula a imaginação, além de despertar na criança desde cedo o gosto pela leitura. Para isso é necessário que ao se contar histórias se criem um clima favorável, o qual desperte a curiosidade e a atenção da criança, além de permitir que elas olhem os textos e as ilustrações enquanto a história é contada. ( RCNEI, 1998).
Para SCHNEID (2011, p.03), além da magia e atração que uma história bem contada exerce sobre quem escuta, muitos estudos revelam sua importância para o desenvolvimento infantil, “por ser recreativa, educativa, instrutiva, afetiva ( alargando horizontes, estimulando a criatividade, criando hábitos, despertando emoções, valorizando sentimentos) e também por estimular a socialização e desenvolver a atenção e disciplina”.
“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo..( ABRAMOVICH,1993,P.16).
Para a autora, a criança que houve histórias desde cedo, e tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura. Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. SCHNEID (2011).
2.2 O ESPAÇO DA ESCOLA QUE FAVORECE A PRATICA DO LETRAMENTO.
O espaço escolar que favorece práticas de letramento é um lugar onde ocorrem variadas situações de comunicação que é necessária mediação pela escrita, situações essas de total interesse dos alunos, como por exemplo, quando é utilizada a instrução escrita da regra de um jogo, a leitura de um jornal, de algum convite, ou a anotação de uma ideia que não pode ser esquecida, a leitura pelo professor de um bilhete a ser enviado aos pais, ou até mesmo leitura de cartas que uma turma pode escrever para outra. 
Utilizando de todas essas estratégias, o professor vai proporcionar aos alunos participação ativa nesses eventos de letramento. (RCNEI, 1998).
Isso é especialmente importante quando as crianças provêm de comunidades pouco letradas, em que têm pouca oportunidade de presenciar atos de leitura e escrita juntos com parceiros mais experientes. Neste caso, o professor torna-se uma referência bastante importante. Se a educação infantil trouxer os diversos textos utilizados nas práticas sociais para dentro da instituição, estará ampliando o acesso ao mundo letrado cumprindo um papel importante na busca da igualdade de oportunidades. ( RCNEI, 1998, vol.3, p.150). 
Proporcionar aos alunos experiências com textos variados, e gêneros diferentes, é fundamental para se constituir em um ambiente que promova o letramento. Para tanto, é necessário escolher material escrito, levar em conta a necessidade de colocar a criança em contato com os mais variados tipos de textos, e que esses exerçam uma função social e que tenham uma utilidade. (RCNEI, 1998) 
Para Soares, além de ensinar a ler e a escrever, a escola precisa criar condições para que o alfabetizando ingressassem em um ambiente de letramento, para que de fato entrassem n mundo letrado, ou seja, “num mundo em que as pessoas têm acesso a leitura e a escrita, aos livros, revistas, jornais, livrarias e bibliotecas vivem em tais condições sociais que a leitura e escrita têm uma função para elas e tornam-se uma necessidade e uma forma de lazer”. (2006, p.58 e 59). Outra maneira de favorecer práticas de letramento é segundo OLIVEIRA (2005), a organização da sala de aula em cantinhos, pois eles permitem realizar atividades diferentes ao mesmo tempo, coo roda de conversa, hora de contar histórias, teatro espontâneo, entre outras. 
2.3 O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL – RCNEI E AS ORIENTAÇÕES PARA FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE
O RCNEI lançado pelo Ministério da Educação em 1998, teve como objetivo estabelecer parâmetros e referências para a Educação Infantil. Veio para sintetizar uma prática pedagógica dispersa no país, sendo fruto de estudo por um longo período de tempo por profissionais ligados a Educação Infantil.
Seu principal objetivo foi estabelecer metas, orientações gerais para serem trabalhadas, e essas têm influência direta na formação de professores e nos materiais didáticos. É um material com fundamentação teórica indispensável na formação de professores, pois nele se encontra desde ações a serem desenvolvidas pelo professor, bem como também o que é importante ser trabalhado em cada área de conhecimentos. 
O RCNEI trata de forma plausível a importância de se trabalhar com a leitura mesmo quando os alunos ainda não sabem ler convencionalmente, pois essa convivência com práticas letradas se dá antes das crianças ingressarem em instituições de ensino, elas convivem com essas práticas diariamente, como por exemplo, “quando presenciam diferentes atos de leitura e escrita por parte de seus familiares, como ler jornais, fazer uma lista de compras, anotar um recado telefônico, seguir uma receita culinária, buscar informações em um catálogo, escrever uma carta para um parente distante, ler um livro de histórias etc.” (RCNEI, vl, 3, p.122).
Sabe-se que ao colocar a criança em contato com a leitura, e se o ambiente em que ela convive tiver certo grau de letramento, favorecerá positivamente uma aprendizagem da escrita com amis eficiência e criatividade, pois, a “aprendizagem da linguagem escrita está intrinsicamente associada ao contato com textos diversos, para que as crianças possam construir sua capacidade de ler, e a prática de escrita, para que possam desenvolver a capacidade de escrever autonomamente” ( RCNEI, 1998, p.128), a leitura é questão cultural e social, quando o professor escolhe uma história a ser contada para seus alunos, e vai aguçando a curiosidade, mostrando suas ilustrações, falando um pouco da história, faz com que desperte a curiosidade sobre a escrita,por isso é importante que o professor organize um local dentro da sala de aula, que seja aconchegante, onde as crianças possam ter contato com diversos gêneros textuais, seja de forma espontânea ou dirigida.
Uma questão muito importante é o empréstimo de livros para que a criança possa levar para casa, como o RCNEI (1998, 3vl, p.135), deixa claro que “deixar crianças levarem um livro para casa, para ser lido junto com seus familiares, é um fato que deve ser considerado. As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura”. Além do que é visto positivamente para a aprendizagem o compartilhamento da leitura com seus familiares, dando um sentido mais significativo para a leitura.
A narrativa é uma forma muito prazerosa e atraente de colocar as crianças em contato com o universo literário, ao se permitir como, por exemplo, o aluno a participação efetiva nessa narração, o professor pode fazer isso ao ir contando uma história sobre a vida ou cotidiano das crianças, permitindo que elas também participem, fazendo de uma forma organizada e instigante, para que a narrativa fique mais rica e com detalhes. A entrevista também é muito interessante, mas para isso é necessário levantar conhecimentos prévios dos alunos em relação do que sabem sobre entrevista, ela “além de possibilitar que se ressalte a transmissão oral como uma fonte de informações, propicia às crianças pensarem no assunto que desejam conhecer, nas pessoas que podem ter as informações de que necessitam e nas perguntas que deverão fazer”. ( RCNEI 1998, 3 vl. p.140). Orientações necessárias para a formação de leitores competentes, conforme RCNEI ( 1998, 3 vl. p.140 e 141): 
· Participação nas situações em que os adultos la leem textos de diferentes gêneros, como contos, poemas, notícias de jornal, informativos, parlendas, trava- línguas etc.
· Participação em situações em que as crianças leiam, ainda que não o façam de maneira convencional.
· Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de nomes do grupo nas situações em que isso se faz necessário.
· Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em quadrinhos etc., previamente apresentados ao grupo.
· Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento. 
O ato de leitura deve ser sempre gostoso e promover a participação de todos, deve ser constante, e com qualidade literária de textos, é importante ler as histórias da forma em que estão escritas, dando ritmo as narrativa e mostrando para a criança que ler significa atribuir significado ao texto e compreendê-lo. RCNEI ( 3 vl.1998). Contudo, a leitura não precisa ficar somente no que está escrito nos papeis, ela pode ser construída pelos alunos, com textos ou histórias que sabem de cor, nem tão pouco o professor precisa ficar substituindo palavras para facilitar a compreensão por parte dos alunos, fazendo isso, se perde em enriquecer o vocabulário dos alunos, além de empobrecer o texto. “A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu”. RCNEI (1998, 3 vl. P.144).
2.4 LETRAMENTO E PRÁTICAS LETRADAS – GÊNEROS E SUPORTES
Letramento segundo definição de Magda Soares é o que resulta do ato de ensinar e aprender as práticas de leitura e escrita, ou ainda como o estado ou condição que se apropria um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter dominado a escrita em suas práticas sociais. (2006). A autora define:
A alfabetização - a aquisição da tecnologia da escrita – não precede nem é pré-requisito para o letramento, ou seja, para a participação nas práticas sociais de escrita, tanto é assim que os analfabetos podem ter certo nível de letramento: sem hajam adquirido a tecnologia da escrita, utilizam a quem a tem para fazer uso da leitura e da escrita, além disso, na concepção psicogenética de alfabetização atualmente em vigor, a 
tecnologia da escrita é aprendida não como em concepções “letramento”, ou seja, de leitura e produção de textos reais, de práticas 
sociais de leitura e escrita(SOARES, 1998.p 92).
Assim, tanto as crianças como os adultos participam de diferentes eventos de letramento e com eles é possível ampliar seus conhecimentos a respeito da linguagem escrita.
Para o Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Básica ( 2009, p.30 e 31) “[...] a escola desempenha um papel fundamental na inserção das crianças no mundo letrado, bem como na sua formação como usuário desse sistema simbólico”. Em geral, é na escola que as crianças se alfabetizam, desenvolvem capacidades de leitura e produção de textos.
É com essa relevância que a escola de educação infantil precisa favorecer aos alunos a oportunidade de ter contato com os diversos textos que circulam no meio social, e a responsabilidade da instituição é acentuada quando se tratam de crianças que te acesso restrito a materiais impressos. Pois, muitas vezes a escola se constitui no único espaço privilegiado para que a criança adquira capacidades e habilidades para o ingresso na cultura letrada e interagir com ela. Ministério da Educação/ Secretária de Educação Básica (2009).
Para SOARES (2006), a alfabetização e letramento são indissociáveis. Ela afirma que os dois processos devem caminhar juntos, daí mais uma vez a importância de se trabalhar a leitura dos vários gêneros que circulam socialmente dentro da sala, oportunizando que os alunos se apropriem das características de cada gênero, bem como, dos seus usos no meio social. 
2.5 O PROFESSOR- UM CONTADOR DE HISTÓRIAS
Para MATOS (2009), o momento de contar histórias deve ser especial e mágico, esse momento deve ser panejado cuidadosamente, pois esse é um momento em que as crianças gostam e ficam agitadas, é necessário acalma-las antes de iniciar a narração. 
De acordo com ABRAMOVICH ( 1993), o professor como um contador de histórias exerce um papel fundamental, pois é muito importante para a formação de uma criança, ouvir histórias.
COELHO (2001), fala que a história contada precisa despertar mais a atenção das crianças que o narrador, pois é ela que vai interagir com as crianças. Para isso: 
[...] o narrador deve estar consciente de que importante é a história, ele apenas conta o que aconteceu, emprestando vivacidade narrativa, cuidando de escolher bem o texto e recriando – na linguagem oral, sem as limitações impostas pela escrita. A história é que sugere o melhor recurso de apresentação, sugere inclusive as interferências feitas por quem a conta. (2001, p.11).
Outra questão importante, para COELHO (2001), é a escolha do texto. O autor discorre que o gênero deve estar de acordo com o público alvo, o vocabulário precisa ser compatível com esse grupo, n entanto isto não quer dizer que as palavras devem ser simplificadas, permitindo fácil entendimento para as crianças.
Ao narrar uma história, além de ser gostosa de ouvir, e se um texto que circula no meio social, o contador precisa permitir, e ensinar, a seus ouvintes, acionar as estratégias de leitura, já que essas contribuem para uma leitura mais significativa e eficiente. (PROFA, 2001).
Essas estratégias são:
Estratégias de seleção: permite que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro “sabe”, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”, ou que nem sempre é o caso de se fixar nos artigos, pois o gênero está definido pelo substantivo.
Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir com base em informações explicitas e em suposições. Se a linguagem não for muito rebuscada e o conteúdo não for muito novo, nem muito difícil, é possível eliminar letras em cada uma das palavras escritas em um texto, e até mesmo uma palavra a cada cinco outras, sem que a falta de informações prejudique a compreensão. [...] O gênero, o título e muitos outros índices nos informam oque é possível que encontremos no texto [...].
Estratégias de inferência: permite captar o que não está dito no texto de forma explícita. [...] Ás vezes essas inferências se confirmam, e ás vezes não; de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias. [...] O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com frequência, até mesmo para inferir a intenção do autor.
Estratégias de verificação; tornam possível o controle de eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar – ou – não a compreensão é inerente à leitura. ( PROFA, 2001, p.384).
Para SOLÉ (1998), a leitura é um processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Para ler necessita-se simultaneamente manejar com destreza as estratégias de antecipação, seleção, inferência decodificação, verificação ou checagem. Isto torna possível aportar ao texto objetivo, ideias e experiências prévias. Segundo a autora, par uma pessoa se envolver em qualquer atividade de leitura, é necessário que ela acione as estratégias de leitura, fazendo com que se sinta capaz de ler, de compreender o texto, tanto de forma autônoma, como apoiada em leitores mais experientes, mesmo antes da leitura convencional.
2.6 CONDIÇÕES A SEREM GARANTIDAS NAS SITUAÇÕES EM QUE O PROFESSOR LÊ PARA OS ALUNOS
O RCNEI (1998), 3vl) traz diversas estratégias que devem ser garantidas em situações em que o professor empresta sua voz ao fazer a leitura para seus alunos. De acordo com o descrito no referido documento, os textos tem que ser variados, de bons autores, de preferência em seu suporte real, sendo que a leitura precisa ser feita em local agradável onde todos possam escutar e entender, para que se permita que os alunos formem um repertório variado na oralidade e possam iniciar a compreensão da ligação que essa tem a escrita.
De acordo com PROFA (2001), quando se trata de leitura o principal objetivo é mostrar a semelhança com situações sociais que faz sentido ler para outras pessoas, o professor precisará explicar os motivos pelos quais compartilhará a leitura com eles, dizendo que é interessante, que leu e gostou e quer que eles também apreciem. Além disto, deverá evitar escolher textos literários onde a intenção é ensinamentos de moralismos, que supere a qualidade literária, e que este seja usado como pretexto só para ensinar algum conteúdo escolar.
COELHO (2001) aponta vários recursos que o professor pode utilizar ao contar histórias, como fantoches, marionetes, em forma de teatro, como colaboração dos alunos. Porém o uso de tudo isso vai depender da necessidade e habilidade do professor. Todavia, “A simples narrativa é a mais fascinante de todas as formas, a mais antiga, tradicional e autêntica expressão do contador de histórias. Não requer nenhum acessório e se processa por meio da voz do narrador, de sua postura”. (COELHO, 2001, p.31).
O autor ressalta ainda que a história quando contada seja por quem for, deve ir do coração buscando ao narrar cantar e encantar, despertar a imaginação de quem a escuta, despertando o gosto pela leitura e a formação de possíveis leitores. (COELHO, 2001).
Por fim, ao ler, falar para os alunos onde e como encontrou o texto, mostrar sempre o seu portador, se é um livro, localizar na capa quem escrever o título do livro, se for um bilhete, quem escreveu e para quem, se for jornal localizar a seção onde o texto está escrito, uma carta como chegou, quem escreveu e para que. Assim, dará sentido e função a leitura despertando o gosto e o interesse, ajudando o aluno a se tornar um leitor interessado e com disposição para enfrentar qualquer tipo de texto. (PROFA, 2001).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, sabe-se que o papel do professor na formação do leitor é mostrar-se como referência de leitor, mediando à interação do aluno com a obra, para que estes passem a ver, ler, compreender e interpretar de forma significativa. Todavia, para que isto ocorra somente um trabalho ancorado em pressupostos teórico/metodológicos que elejam o leitor como elemento central no processo de leitura pode auxiliar na ampliação de horizontes para os alunos. Na educação infantil, o processo não é diferente. A leitura feita pelo professor deve deixar de ser caminho para a doutrinação, em que se ensinam comportamentos eleitos pelos adultos, para assumir-se como um meio de autoconhecimento, possível pelas descobertas individuais de cada sujeito. Considerando as reflexões expostas neste artigo, vimos que a educação infantil é o alicerce para o início da construção do processo de escrita e leitura da criança, pois é lá que ocorre o primeiro contato com essa etapa de aprendizagem, que será a base para todos os anos de escola que a criança terá no futuro. O ambiente escolar deve ser organizado de uma maneira onde as crianças tenham livres acesso a textos, livros, jogos e possam interagir uns com os outro para que ocorra um melhor aprendizado, porém, com o professor traçando estratégias adequadas para a leitura e escrita, para que sejam gradativamente adquiridas pela criança, lógico que, sempre aproveitando ao máximo do conhecimento prévio que ela possui e valorizando sua escrita, embora que ainda
não respeite as regras convencionais, realizando o papel de interlocutor. 
Por fim, condições para produzir e interpretar as escritas toda criança tem,
cabe ao professor dar-lhe a chance de provar isso. Para tanto, deve considerar e
valorizar todo tipo de escrita realiza da pela criança e fazer a mediação entre este
conhecimento prévio e o processo de aquisição da leitura e escrita. Assim, oportunizar que a criança tenha acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a historia é lida.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do desporto, Secretária da Educação fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 
________. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Ministério da Educação. Janeiro de 2001.
COELHO, B. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2001.
CRAIDY. C & KAERCHER. G.R. Educação Infantil – Pra que te quero? Porto Alegre: Artemed, 2001.
LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artemed, 2002.
SCHNEID, J. Hora do conto: uma experiência maravilhosa. Disponível em:<<http://www.purcs.br/>>edipucrs/CILLIJ/praticas/hora_do_conto_uma_experiencia_maravilhosa.
.
SOLE, I. Estratégias de Leitura. Porto Alegre. Editora: Artmed, 1998.
FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler – São Paulo: Cortez, 1989.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial curricular nacional para a educação
infantil. (Volume 3): Conhecimento de Mundo. Brasília: MEC/SEF,1998.

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