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INSTITITO POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA GABRIEL CONDE TATI CASAS INTELIGENTES NO CONTEXTO DA INTERNET DAS COISAS LUANDA 2022 GABRIEL CONDE TATI CASAS INTELIGENTES NO CONTEXTO DA INTERNET DAS COISAS NÚMERO DE ESTUDANTE:202000193 LUANDA 2022 Trabalho de pesquisa apresentado ao Instituto Politécnico Metropolitano de Angola na cadeira de Metodologia e investigação cientifica. “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia” Arthur C Clark Índice Pág. Resumo ........................................................................................................................ I Abstract ........................................................................ Erro! Indicador não definido. lista de siglas e abreviaturas ....................................................................................... II lista de figuras ............................................................................................................ V lista de tabelas .................................................................................................................................... VII Introdução ................................................................................................................... 8 Justificativa ................................................................................................................. 9 Problema de estudo ........................................................................................................................... 10 Objectivos:................................................................................................................. 10 Geral: ........................................................................................................................ 10 Especificos: ............................................................................................................... 10 Metodologia ......................................................................................................................................... 10 Estrutura do trabalho ......................................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DE CASAS INTELIGENTES E INTERNET DAS COISAS ......................................................................................... 12 1.1- Introdução ............................................................................................................................ 12 1.2- Funcionamento de uma rede iot. ..................................................................................... 14 1.2.1.1. Estágios da arquitectura iot .............................................................................................. 16 1.2.1.2. Camadas da arquitectura IoT. .......................................................................................... 19 1.3. Protolocos da rede iot ........................................................................................................ 20 1.4. Desafios da iot .................................................................................................................... 21 1.5. Iot e big data. ............................................................................ Erro! Indicador não definido. 1.6. Necessidade da implementação do iot com o big data. .... Erro! Indicador não definido. 1.6.3. Casas inteligentes em ambientes Aiot. ........................................................................... 25 1.6.3.1. Processo da iot em casas inteligentes. ........................................................................... 26 Conclusões parciais ................................................................................ Erro! Indicador não definido. CAPÍTULO 2: DESCRIÇÃO DA PARTE EXPERIEMENTAL. .................................. 30 2.1.2. Sinais eletrónicos. ................................................................... Erro! Indicador não definido. 2.1.2.2. Sinais analógicos. .................................................................... Erro! Indicador não definido. 2.1.3. Microcontroladores. ................................................................. Erro! Indicador não definido. 2.1.4. Conversor analógico- digital .................................................. Erro! Indicador não definido. 2.1.5. Comunicação serial ................................................................. Erro! Indicador não definido. 2.1.6. Modulação por largura de pulso (pwm) ............................... Erro! Indicador não definido. 2.1.7. Motor de passos ...................................................................... Erro! Indicador não definido. 2.1.8. Tensowflow .......................................................................................................................... 30 2.1.9. Opencv (open source computer vision library) .............................................................. 30 2.1.10. Python .................................................................................................................................. 31 2.1.12. Processing ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 2.1.13. Plataforma Arduíno. ................................................................ Erro! Indicador não definido. 2.1.13.1. Software arduíno. ............................................................................................................... 32 2.1.14. Fritzing .................................................................................................................................. 33 2.1.15. Composição do projecto experiemental.......................................................................... 33 2.1.16. Funcionamento do circuito ................................................................................................ 46 2.1.17. Fluxo de dados do projecto............................................................................................... 47 2.1.18. Esquema eléctrico da parte experimental. ..................................................................... 47 Conclusões parciais ..................................................... Erro! Indicador não definido. Conclusões Gerais. ............................................................................................................................ 50 Referências bibliográficas ................................................................................................................. 51 I RESUMO O presente trabalho é como se fosse um exemplar de como seria uma casa realmente inteligente envolvendo a Internet Das Coisas. Ele começa por abordar aspectos teóricos correlacionados ao surgimento da Internet Das Coisas, das casas inteligentes e seu desenvolvimento até a era actual, aborda os aspectos técnicos correlacionados a internet das coisas como os protocolos, arquitecturas, estágios, bem como desafios que a internet das coisas tem e terá que enfrentar ao longo dos anos; isso, como elementos importantes a saber antes de se fazer qualquer projecto de casas inteligentes. Mostra o estado actual das casas inteligentes e realça com os mais diversos exemplos de como as casas inteligentes podem ser dotadas de sistemas realmente inteligentes que facilitam a vida de seus utentes, isso, por intermédio da convergência da IoT com áreas comoa inteligência Artificial e o bIg Data. Após isso, o presente trabalho apresenta um experimento, demostrando como realmente seria essa casa na práctica, através dos mais diversos sensores e actuadores representados em uma maquete. O mesmo finaliza analisando os resultados obtidos. Palavras-Chave: Big Data, Casas Inteligentes, Energia Inteligente, Inteligência Artificial., Internet Das Coisas e Sustentabilidade. II LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 6LoWPAN - IPv6 over Low power Wireless Personal Area Networks AMQP – Advaced Message Queuing Protocol ACS- Auto Configured Server AVAC- Aquecimento, Ventilação e Ar-Codicionado ADC- Analogic- Digital Converter API – Application Programming Interface ARP – Address Resolution Protocol BLE - Bluetooth Low Energy BIT- Binary Digit CPUs- Central Processing Units DNS- Donain Number System DDS – Data Distribuition Service DODAG- Destination Oriented Directed Acyclic Graphs DTLS- Datagram Transport Layer Security ECHO- Electronic Computing Home Operator EEPROM – Electrically-Erasible Programable Read-Only Memory EPC – Electronic Power Control EPC -Electronic Product Code GHZ- Giga Heartz GLP - Gás liquefeito de Petróleo GPUs- Graphics Processing Units GSM – Global System Mobile HTTP – Hyper Text Transfer Protocol IA – Artificial Intelligence ICANN – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers ICMP – Internet Control Message Protocol IDE – Integrated Development Enviroment Ids-Identificaions IEEE – Institute Of Electrical and Electronic Engenners IETF- Internet Engineering Task Force III IGMP – Internet Group Management Protocol IoT- internet of Things IP – Internet Protocol IPv4 – Internet Protocol Version 4 IPv6 – Internet Protocol Version 6 JARVIS – Just a Rather Very Intelligent System LAN – Local Area Network LPWAN – Low-Power Wide-Area Network M2M – Machine-to-machine MAC- Media Access Control MCU – Microcontoller Unit mDNS -multicast Domnain Number System ML – Manchine Learning MOS – Metalic Oxide Semicondutor MQTT – Message Queuing Telemetry Transport MTU- Maximum Transmission Unit MHZ- Mega Heatz NFC – Near Field Communication NTC – Negative Temperature Coefficient OSI – Open Systems of Interconection PAN – Personal Area Network PLC- Programable Logic Controller PHY -Physical Layer PPPoE – Point-to-Point protocol over the Ethernet PPV- Passos Por Volta PWM – Pulse Widh-Modulation. REST- Representational State Transfer RFI – Request for Information RFID – Radio Frequency Identification RPL - Routing Protocol for Low power and Lossy Networks SPI- Serial Peripheral Interface IV SRAM – Static radom-access memory TCP – Transmission Control Protocol TCP- Transmission Control Protocol TPUs- Tensors Processing Units uCode- Microcode UDP – User Datagram Protocol UNB – Ultra Narrow Band URL – Uniform Resource Locator WAN – Wide Access Network Wi-fi – Wireless Fidelity WOL- Woke On LAN V Lista de figuras Pág. Figura 1: ECHO IV ............................................................................................................................. 12 Figura 2: Diagrama em blocos simplificado dos componentes de uma rede IoT .................... 15 Figura 3: Exemplo de uma arquitectura IoT eficiente ................................................................... 16 Figura 4: Sensores da rede IoT........................................................................................................ 18 Figura 5: Camadas da arquitectura IoT. ......................................................................................... 19 Figura 6: Estructura padrão do funcionamento do MQTT ................ Erro! Indicador não definido. Figura 7: Representação das camadas do COAP ............................. Erro! Indicador não definido. Figura 8: Processo de colecta de grandes dados. ............................. Erro! Indicador não definido. Figura 9: Exemplos de entrada e saídas digitais ............................... Erro! Indicador não definido. Figura 10: Exemplos de entradas e saídas analógicas ..................... Erro! Indicador não definido. Figura 11: O microcontrolador Attiny817 ............................................. Erro! Indicador não definido. Figura 12: Conversor ADC de 8 bits ..................................................... Erro! Indicador não definido. Figura 13: Ilustração de uma comunicação serial .............................. Erro! Indicador não definido. Figura 14: Forma de onda do PWM ..................................................... Erro! Indicador não definido. Figura 15: Interface do Android Studio ........................................................................................... 54 Figura 16:Processing IDE ................................................................................................................. 55 Figura 17: Arduíno IDE rodando no Ubuntu ................................................................................... 56 Figura 18: Fritzing rodando no Windows 10 .................................................................................. 57 Figura 19: Arduíno Mega Rev3. ....................................................................................................... 58 Figura 20: Módulo de Ethernet W5500 ........................................................................................... 60 Figura 21: Modulo KY-008 ................................................................................................................ 61 Figura 22: Sensor MQ-2 .................................................................................................................... 62 Figura 23: Modulo Sensor DHT11 ................................................................................................... 63 Figura 24: Sensor HC-SR501 ........................................................................................................... 64 Figura 25: Sensor de humidade com conversor ............................................................................ 66 Figura 26: Modulo sensor de chamas IV KY-026 e sua estruturação........................................ 67 Figura 27: Motor de passo 28BYJ-48 .............................................................................................. 68 Figura 28: Modulo ULN2003 ............................................................................................................. 69 Figura 29: Válvula Eléctrica Selenoidal de Água........................................................................... 70 Figura 30: Pinagem do Transístor 2N222A.. .................................................................................. 71 Figura 31: Transístor 2N222A.. ........................................................................................................ 71 Figura 32: Ventiladores de 12v.. ...................................................................................................... 72 Figura 33: Fluxo de Dados do projecto.. ......................................................................................... 73 VI Figura 34: Esquema eléctrico do protótipo de uma casa inteligente.. ....................................... 73 VII Lista de tabelas Pág. Tabela 1: Panorama da evolução das casas inteligentes ......................................... 13 Tabela 2: Características técnicas do Arduíno Mega ................................................34 Tabela 3: Características do módulo Ethernet w5500. .............................................. 35 Tabela 4: Características do Modulo KY-008. ........................................................... 37 Tabela 5: Características do MQ-2 ............................................................................ 38 Tabela 6: Características do sensor DHT11 .............................................................. 39 Tabela 7: Características do sensor PIR. .................................................................. 40 Tabela 8: Caraterísticas do sensor de humidade do solo ......................................... 41 Tabela 9: Caraterísticas do sensor de chamas IV KY-026 ........................................ 66 Tabela 10: Características do motor de passo 28BYJ-48 ......................................... 67 Tabela 11: Caraterísticas da Válvula Eléctrica Solenoidal de Água de 12 V ............. 69 8 INTRODUÇÃO Actualmente têm-se vivenciado uma nova era, a da internet das coisas ou IoT (Internet of Things), onde muitos dispositivos electrónicos ao nosso redor estão sendo interligados por uma rede [1] . A internet das coisas está a transformar os objectos físicos do nosso dia-a-dia como refrigeradores, televisores, parques de estacionamento, empresas, cidades e entre outros, em um ecossistema de informações que irão enriquecer nossas vidas. A IoT é compreendida como sendo a ligação de objectos físicos de um aparelho ou dispositivo electrónico às estruturas físicas mais rígidas, por meio de redes com e sem fio, com o auxílio de sensores e actuadores embutidos aos objectos físicos. O surgimento da IoT também lança uma nova ideia sobre o conceito de uma casa inteligente. Os equipamentos domésticos habilitados para IoT permitem que uma casa inteligente seja mais inteligente, controlável remotamente e interconectada. O conceito de inteligência ele vai além de automatizar ou simplesmente aplicar regras pré- estabelecidas, devido a adicção do estudo da inteligência artificial ou IA (Intelligence Artificial), aplicado na IoT com o foco na automação residencial. Com isso abre-se um leque de estudos e desafios para demonstrar que os sistemas residenciais devem interagir com os habitantes da casa e aprender com seus comportamentos [2]. A internet das coisas, permite sentir a condição dos objectos físicos controlados remotamente em uma rede existente. Esta é uma forma moderna de integração de objectos físicos em um sistema baseado em computador, criando oportunidades para maior precisão, eficiência e vantagem económica. A harmonia entre a colecta de dados pelos sensores e a execução das tarefas pelos actuadores norteiam a base da IoT. Ela pode ter um papel preponderante na prevenção de desastres naturais, na monitorização de fábricas, automóveis, rios, produtos químicos, minimizando assim significativamente a poluição do ar e da água. A internet diariamente gera uma quantidade massiva de dados através de vários serviços tal como pesquisas web e em plataformas de redes sociais como o Facebook, Instagram, e entre outras. Em contra partida, a IoT também está gerando uma quantidade massiva de dados a cada segundo, está acelerando e aumentando essas estatísticas devido a conexão de objectos físicos (sensores) a internet, enquanto colectam diferentes tipos de dados [3] . Estes dados da vêm 9 em grandes quantidades e de diversos tipos, chegam em tempo real, e com a possibilidade de uma origem incerta, ou seja, possui volume, velocidade e grande variedade de informação, tornando a solução de armazenamento e análise complexo. Para isso, tem-se implementado um conjunto de técnicas para o manuseamento e análise desses dados. As informações obtidas pelos hardwares de uma residência, sejam elas sensores, memórias e processamentos, devem ser estudadas e adaptadas de forma a criar regras de automação do ambiente ao comportamento dos habitantes. Com esse estudo pretende-se demostrar que é possível construir uma residência realmente inteligente com capacidade de ser controlada remotamente, tomar decisões autónomas e aprender com o comportamento e hábitos dos seus utentes. JUSTIFICATIVA A pertinência do presente trabalho se assenta em dois factores: 1. A internet das coisas é uma das áreas que mais tem crescido a nível mundial, apesar dos impactos causados pela covid-19, estima-se que o mercado da IoT terá um crescimento de 24.9% no período 2020-2027 [4]. No final de 2018, havia cerca de 22 bilhões de dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT) em uso em todo o mundo. O número de dispositivos conectados à Internet das coisas (IoT) em todo o mundo será de 38,6 bilhões em 2025. Além disso, as previsões sugerem que em 2030 cerca de 50 bilhões desses dispositivos IoT estarão em uso em todo o mundo, criando uma enorme rede de dispositivos interconectados abrangendo tudo, desde smartphones a utensílios de cozinha [5] . Em 2020, os investimentos em soluções IoT ultrapassaram 1 trilião de dólares. Essa tecnologia está se tornando uma arma poderosa na solução de diversas necessidades que afectam nosso dia-a-dia. Essas estatísticas só mostram que essa é uma tecnologia que veio pra ficar e que irá transformar o mundo, bem como também revelam é uma área ainda em crescimento, o que se torna uma grande oportunidade para empresas, governos e pessoas singulares e principalmente para os formandos na área da electrónica e telecomunicações apresentarem seu contributo; 2. A cada ano que passa a sociedade fica mais agitada, o nível do custo de vida mais alto e o planeta cada vez mais poluído, fazendo com que consequentemente as pessoas trabalhem mais, tendo menos tempo para suas tarefas domésticas, sem conseguir encontrar tempo pra descanso, conforto e entretenimento, com contas 10 de água e luz exorbitantes devido dificuldades na economia dos mesmos e vivendo em um mundo cada vez menos saudável devido os diversos tipos poluições e situações. Se aplicarmos em casas soluções de internet das coisas com auxílio da inteligência artificial, diversos objectos do nosso dia-a-dia podem ser conectados como propósito de melhorar a qualidade de vida dos habitantes de forma a prover mais conforto e entretenimento. Com a aplicação da IoT é possível abrir caminho para que a automação residencial possa almejar algo maior, sendo um meio para alcançar a visão da comunicação de qualquer hora, qualquer lugar, qualquer coisa realizada. Além disso, a IoT poderá ajudar a colectar dados sobre diferentes tipos de informações reduzindo gastos, perdas e custos. Do mesmo modo, esta tecnologia poderá informar se determinados objectos necessitam de troca ou reparo, ajudar as pessoas com necessidades afectivas a estarem mais integradas e mais próximas das actividades normais e resolver certas necessidades ou dificuldades que afectam nosso quotidiano. PROBLEMA DE ESTUDO Como podem ser aplicados sistemas residências inteligentes, que permitam coadjuvar os assuntos domésticos de forma autónoma? Objectivos: Geral: Desenvolver um sistema inteligente para casas, no contexto da Internet das Coisas. Específicos: Abordar teoricamente todos os aspectos relacionados a IoT, sua importância e sua aplicação e sua associação em casas inteligentes; Descrever a parte experimental de um protótipo de casa inteligente num ecossistema AioT (Inteligência Artificial + Internet das coisas) elaborado, permitindo a interação humano-computador e criando uma plataforma de nuvem para a interligação de sistemas inteligentes, monitoramento, asseguramento e gerenciamento da rede IoT. Posteriormente analisar os resultados obtidos relativamente ao projecto de casas inteligentes no contexto ora apresentado. METODOLOGIA O presente trabalho se fundamenta na pesquisa bibliográfica,onde é 11 sustentada pelas informações de teses, dissertações, artigos, livros e sites na internet, tendo como finalidade desenvolver os objectivos propostos na pesquisa, ou seja, resolver o problema; e no método experimental, na qual realizar-se-á o processo de modelação, para a simulação e apresentação do protótipo. ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está dividido em 2 capítulos; Capítulo 1: Fundamentação teórica de internet das coisas e casas inteligentes; neste capítulo apresentar-se-á a introdução de conceitos fundamentais da IoT, suas características e arquitectura, bem como uma abordagem sobre o Big Data, Inteligência Artificial, sua importância e relacção com a IoT. Demonstrar-se-á como a IoT se desenvolve e é aplicada no cenário de casas inteligentes que está relacionado com escopo deste trabalho. Capítulo 2: Descrição da parte experimental e análise dos resultados obtidos; neste capítulo descrever-se-á os componentes e softwares utilizados, suas funções e especificações. Mostrar-se-á o esquema eléctrico e arquitectura da casa, bem como a análise dos resultados obtidos. 12 CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE CASAS INTELIGENTES E INTERNET DAS COISAS 1.1- Introdução O conceito prático de casa inteligente chega ao mercado para dar mais comodidade, conforto e praticidade aos seus usuários. Antes, a automação de casas somente era possível na ficção científica, mas só se tornou práctica com a inovação da tecnologia dos últimos anos. Controlos remotos começaram a aparecer em 1800. Por exemplo, Nikola Tesla patenteou a ideia de um controlo remoto de embarcações e veículos em 1898, na qual chamou de tele- automato [6]. O surgimento de dispositivos eléctricos só começou entre 1901 e 1920, porém não eram considerados nada inteligentes, mas para a época era um grande avanço. O primeiro aspirador movido a motor foi feito em 1901, e um mais prático foi desenvolvido em 1907 [7]. Nesse meio tempo também foi desenvolvido o refrigerador, a secadora de roupas, máquina de lavar, torradeiras, entre outros utensílios. Nos anos de 1966 e 1967 o engenheiro Jim Sutherland um engenheiro da Westinghouse Corporation, criou a máquina conhecida como Electronic Computing Home Operator ou ECHO IV, que foi o primeiro dispositivo inteligente, entretanto ele nunca foi comercializado. Ele poderia computar compras, controlar a temperatura na casa e até ligar e desligar coisas. O dispositivo era todo feito à mão com partes electrónicas e de madeira. Um ano depois, Neimann-Marcus anunciaram o Computador de Cozinha (do inglês, Kitchen Computer), que utilizava uma linguagem chamada BACK e os usuários tinham que fazer um curso de duas semanas para poder usá-lo. Isso fez com que o produto se tornasse nada prático do ponto de vista do usuário, além do alto custo do mesmo [8] . A figura 1 mostra a imagem real do ECHO IV. Figura 1: ECHO IV. Fonte: [8] 13 Em 2000 foi que as casas inteligentes começaram a surgir, mas com outro termo, eram chamadas de casas autónomas ou casas em rede, ao mesmo tempo que se tornavam mais acessíveis, devido ao investimento em microcontroladores por causa da explosão da era dos computadores nos anos anteriores e o advento da Internet fez possível o aparecimento dos primeiros dispositivos inteligentes. A tabela 1 nos apresenta um panorama melhor sobre a evolução das casas inteligentes. Tabela 1: Panorama da evolução das casas inteligentes- Adaptado de [1] ANO FASE FORMAÇÃO TÉCNICA FUNÇÃO PRINCÍPAL 1990s Automação Residencial Internet Banda Larga Automatização do lar 2000s Casa conectada ou em rede Smartphone e Aplicativo Monitoramento e controlo remoto 2010s- Actual Casa Inteligente IoT e A.I Consciência do contexto As casas de antigamente se tinham televisão e rádio já eram bastante modernas. Hoje uma casa tem no mínimo mais de um computador, e conta com adventos inclusive para torna-las mais tecnológica, como alarmes e luz que acende por sensor. Mas com a evolução da IoT, os grandes projectos de automação residencial não serão mais o foco. A Internet das Coisas veio para facilitar a instalação e o uso e, claro, ser muito mais acessível (em termos de custos de infraestrutura) a todos os usuários. A Internet das Coisas ou do inglês IoT (Internet of Things) é um dos assuntos principais quando se fala da revolução tecnológica. É um fenómeno actual, mas que continua a se desenvolver e tende a desenhar o futuro de uma forma completamente inédita. Suas possibilidades são inúmeras; a Internet das Coisas está transformando nossa relação com a tecnologia, mudando o modo como interagimos com o mundo e principalmente, o modo como o mundo interage connosco. O conceito de internet das coisas surgiu em 1982, quando uma máquina de coca-cola modificada foi conectada a internet, na qual era capaz de reportar as bebidas que continha e se elas estavam frescas. Mais tarde em 1991, uma visão contemporânea 14 de IoT sob a forma de computação ubíqua foi dada pela primeira vez por Mark Weiser. No entanto, em 1999, Bill Joy deu uma pista sobre a comunicação device to device ou M2M (do inglês do machine-to-machine) na sua taxonomia da internet. No mesmo ano, Kevin Ashton propôs o termo Internet das Coisas para descrever um sistema de dispositivos interligados [9]. A internet das coisas pode ser definida como o conjunto de sensores e actuadores conectados por rede a um sistema computacional. Esses sistemas podem monitorar e gerenciar a saúde e as acções das máquinas e objectos conectados. E esses sensores podem também monitorar o mundo natural, pessoas e animais [10] . A IoT é a utilização de dispositivos e sistemas inteligentemente ligados a alavancar dados recolhidos por sensores e actuadores incorporados em máquinas e outros objectos físicos. A GSM Association realça a previsão de que a IoT se espalhe rapidamente ao longo dos próximos anos e esta convergência irá desencadear uma nova dimensão de serviços que melhoram a qualidade de vida dos consumidores e produtividade das empresas [11] . Diferentes definições são utilizadas por vários grupos para descrever ou promover uma visão particular de o que significa IoT e os seus aspectos mais importantes. Aos poucos a IoT, está ganhando espaço em objectos comuns como relógios, celulares, computadores e até em nossas casas. 1.2- Funcionamento de uma rede IoT. O funcionamento de um sistema de rede, na sua maioria é dependente dos aspectos internos ou estrutura interna. No mesmo sentido isso não difere ao que se remete a IoT. Para que ela funcione como pretendido, dependerá da sua estruturação interna também, que na qual inclui: a arquitectura, que vai desde as componentes usadas na sua construção aos mais diversos modelos de redes e topologias, bem como aos mais diversos protocolos de rede que permitem a comunicação eficiente entre os dispositivos. Como mostra a figura 2, de uma maneira muito simplificada, uma rede IoT é basicamente formada por sensores, processadores, gateways e aplicativos. Em outras palavras, esses elementos são considerados as componentes básicas para a montagem de um sistema IoT ou o chamado bloco de construção da IoT. 15 Figura 2: Diagrama em blocos simplificado dos componentes de uma rede IoT. Fonte: Autor Na qual funcionam da seguinte maneira [12]: Sensores Os sensores formam o front-end dos dispositivos IoT. Estas são as chamadas coisas do sistema. Seu objectivo principal é coletar dados de seu entorno (sensores) ou fornecer dados ao seu entorno (actuadores). Eles devem ser dispositivos identificáveis de forma única com um endereço IP exclusivo para que possam ser facilmente identificáveis em uma grande rede. Eles devem ser activos por natureza, o que significa que devem ser capazes decolectar dados em tempo real. Eles podem funcionar por conta própria (de natureza autônoma) ou podem ser feitos para funcionar pelo usuário, dependendo de suas necessidades (controlado pelo usuário). Exemplos de sensores são: sensor de gás, sensor de fumo e fogo, sensor de humidade, etc. Processadores Como em um computador ou em outro sistema eléctrico, os processadores são o cérebro de um sistema IoT. Basicamente, o processador funciona principalmente com dados em tempo real e com fácil controlo do aparelho. Os processadores são responsáveis por proteger os dados para criptografar e descriptografar. Gateways A principal tarefa dos gateways é rotear os dados processados e transferi-los para bancos de dados adequados ou armazenamento de rede para utilização adequada. Em outras palavras, o gateway auxilia na comunicação dos dados. A comunicação e a conectividade de rede são essenciais para os sistemas IoT. 16 Exemplos de gateways são LAN (Local Area Network), WAN (Wide Area Network), PAN (Personal Area Network), etc. Aplicativos O painel do aplicativo é o bloco final do sistema IoT. Sua aplicação é essencial para a utilização adequada dos dados brutos colectados. Os aplicativos baseados em nuvem estão dando um significado eficaz aos dados colectados. Na qual o usuário controla o aplicativo e tem o ponto de entrega de determinados serviços. 1.2.1. Arquitectura de uma rede iot A arquitectura de um sistema é entendida como um processo de conexão entre os componentes. Ela é o primeiro elemento na constituição de um sistema de rede e é a uma base principal para o funcionamento eficiente do mesmo. Basicamente, não existe uma concorrência padrão única ou definida universalmente para a arquitectura da IoT. Acima de tudo, a arquitectura IoT difere com base em suas funcionalidades e dependendo de suas soluções ou necessidades. Neste sentido a figura 3 apresenta de forma ampla um exemplo de arquitectura IoT eficiente para a demanda que se espera no futuro. Figura 3: Exemplo de uma arquitectura IoT eficiente. Adaptado de [13] . 1.2.1.1. Etapas da arquitectura iot A arquitectura do sistema IoT é frequentemente descrita como um processo de quatro fases em que os dados fluem de sensores ligados as coisas, através de uma rede e 17 eventualmente para um centro de dados empresarial ou a uma nuvem, para fins processamento, análise e armazenamento. Na Internet das Coisas, uma coisa pode ser uma máquina, um edifício ou mesmo uma pessoa. Os processos na arquitectura IoT também enviam dados na outra direcção sob a forma de instruções ou comandos que dizem a um actuador ou outro dispositivo fisicamente ligado para tomar alguma acção a fim de controlar um processo físico. Um actuador pode fazer algo tão simples como acender uma luz ou tão consequente como desligar uma linha de montagem se for detectada uma falha iminente. 1. O uso de sensores e actuadores A primeira etapa da arquitectura IoT trata do estabelecimento da camada física no ambiente. Trata-se de estabelecer os sensores e actuadores no ambiente físico ou real que auxiliam na colecta e captura de dados dos dispositivos e sistemas que estão sob controlo e observação. O processo começa com sensores e actuadores, os dispositivos conectados que monitoram (no caso dos sensores) ou controlam (no caso dos actuadores) alguma coisa ou processo físico. Os sensores capturam dados sobre o status de um processo ou uma condição ambiental, como temperatura, humidade, composição química, níveis de fluido em um tanque, fluxo de fluido em um tubo ou a velocidade de uma linha de montagem e muito mais [14]. Os sensores e actuadores são as principais fases da arquitectura. Os sensores desempenham um papel importante na recolha de dados do ambiente. Os actuadores convertem energia em torque que controla um sistema. Todos esses dados colectados podem ter vários graus de complexidade, desde um simples sensor de monitoramento de temperatura ou um feed de vídeo completo e complexo. Um dispositivo pode ter vários sensores que podem ser agrupados para fazer mais do que apenas detectar coisas. Um grande exemplo desta afirmação seriam os nossos smartphones que possuem vários sensores, como camaras, GPS, infravermelho e entre outros. A etapa mais rudimentar sempre permanecerá para seleccionar e colectar dados do ambiente circundante, seja um sensor autônomo ou vários dispositivos. A figura 4 nos dá uma ilustração dos mais diversos sensores que podemos encontrar em uma rede IoT. 18 Figura 4: Sensores da rede IoT. Fonte: [15] 2. O uso de camadas de acesso à Internet (gateways) e aquisição de dados Uma vez que a primeira etapa é colocada de maneira adequada, a próxima etapa que entra em acção é o estabelecimento de um gateway de internet. Os dados capturados pelos sensores e atuadores estão na forma analógica e, para transformar esses dados analógicos em dados digitais, precisamos ter um mecanismo em vigor. Para resolver esse processo, o gateway de internet é usado. Com o uso de sistemas de aquisição de dados, os dados analógicos podem ser convertidos em um sistema e formato digital. Isso ajuda na função de agregação e conversão, pois também podemos adicionar outras funções, como análise e protecção, que podem ajudar a aumentar o desempenho e a eficiência [14]. Por essa razão, os dados são também filtrados e comprimidos até um tamanho óptimo para a transmissão. 3. Tecnologia da informação de ponta Uma vez digitalizados e agregados os dados IoT, será necessário o seu processamento para reduzir ainda mais o volume de dados antes de ir para o centro de dados ou nuvem. O dispositivo de borda pode realizar algumas análises como parte do pré-processamento. A aprendizagem da máquina pode ser muito útil nesta fase para fornecer feedback ao sistema e melhorar o processo numa base contínua, sem esperar por instruções de retorno do centro de dados corporativo ou da nuvem. O processamento deste tipo terá geralmente lugar num dispositivo num local próximo do local onde os sensores residem, como por exemplo num armário de cablagem no local. 4. Uso de Cloud Analytics e Data Centers dados 19 O centro de dados ou nuvem é um tipo de serviço de gestão que processa a informação através da análise, gestão de dispositivos e controlos de segurança. Para além desta nuvem, transfere dados para a aplicação do utilizador final [14]. No presente estágio, podem ser utilizados sistemas informáticos poderosos para analisar, gerir, e armazenar os dados em segurança. Isto ocorre normalmente no centro de dados da empresa ou na nuvem, onde os dados de múltiplos locais ou sensores decampo podem ser combinados para fornecer um quadro mais amplo do sistema IoT global e fornecer conhecimentos accionáveis tanto aos gestores de TI como às empresas. Uma empresa pode ter operações em diferentes geografias e os dados da IoT podem ser analisados para identificar as principais tendências e padrões, ou para detectar anomalias. A este nível, aplicações específicas da indústria e/ou da empresa podem ser utilizadas para efectuar uma análise aprofundada e aplicar regras comerciais para determinar se é necessário tomar medidas. Os dados recebidos podem indicar alterações desejáveis nas definições do dispositivo ou outras formas de optimizar o processo, formando um laço que facilita a melhoria constante. A presente etapa também inclui o armazenamento num armazém de dados, tanto para a manutenção de registos como para análises posteriores. 1.2.1.2. Camadas da arquitectura IoT Baseadas no modelo de arquitectura de rede padrão OSI (Open Systems Interconection) e como mostra a figura 5, as três camadas mais básicas da arquitectura IoT são as camadas de percepção, rede e de aplicação. Figura 5: Camadas da arquitectura IoT. Fonte: Autor. 20 1.3. Protolocos da rede Iot Quando falamos sobre IoT, sempre pensamos em comunicação. A interacção entre sensores, dispositivos, gateways, servidores e aplicativos de usuário é a característica essencial que torna a IoT o que é. Mas o que permite que todas essas coisas inteligentes falem e interajam são os protocolos IoT. Os protocolos IoT são uma parte crucial da pilha de tecnologia IoT e sem eles, o hardware se tornaria inútil, pois os protocolos IoT permitem a troca de dados de uma maneira estruturada e significativa. Destes dados transferidos, informações úteis podem ser extraídas para o usuário final e, graças a isso, toda a implantação se torna economicamente lucrativa, especialmente em termos de gerenciamento de dispositivos IoT, que podem ser vistos como linguagens que o equipamento IoT usa para se comunicar. Existem vários protocolos de redes para IoT e cada vez mais novos protocolos vêm surgindo. No presente trabalho iremos abordar apenas os que mais têm se destacado. Dividimos eles quanto a infraestrutura, identificação, comunicação ou transporte, descoberta e protocolo de dados. 1.3.1. A infraestrutura. Ipv4 (internet protocol version 4) / ipv6 (internet protocol version 6). 6lowpan (ipv6 over low power wireless personal area networks) RPL (Routing Protocol For Low Power And Lossy Networks) 1.3.2. Identificação Por vários motivos, como rede, muitas vezes é útil e necessário identificar exclusivamente os dispositivos IoT entre um pool global de todos os dispositivos. Existem vários métodos populares usados para fazer isso. EPC (Electronic Product Code) UCode [21]. Endereço MAC [22]. 1.3.1. Comunicação ou transporte Os dispositivos IoT podem usar muitos protocolos de transporte de rede, mas alguns dos mais populares são: Wi-Fi (Wireless Fidelity) [23]. BLE (Bluetooth Low Energy) [24]. LPWAN (Low-Power Wide-Area Network) [25] 21 Zigbee[26]. Sigfox . 1.3.2. Descoberta Web Física mDNS (Multicast Domnain Number System) [28]. 1.3.5. Protocolos de dados MQTT (Message Queuing Telemetry Transport). [29]. CoAP (Constrained Application Protocol). WebSocket [30]. AMQP (Protocolo De Enfileiramento De Mensagens Avançado) DDS (Data Distribution Service). [31]. HTTP (Hyper Text Transferer Protocol). [31]. [32]. 1.3.6. Gerenciamento de dispositivo TR-069 [33]. OMA-DM (Oma Device Management) [34]. 1.4. DESAFIOS DA IOT O desenvolvimento de um aplicativo IoT de sucesso ainda não é uma tarefa fácil devido a vários desafios. Esses desafios incluem: mobilidade, confiabilidade, escalabilidade, gerenciamento, disponibilidade, interoperabilidade e segurança e privacidade. A seguir, descreveremos brevemente cada um desses desafios. [35]. Mobilidade Confiabilidade Escalabilidade Gestão [ Disponibilidade Interoperabilidade 1.6. CASAS INTELIGENTES. 1.6.1. Comparação entre casas inteligentes e automação residencial. A automação residencial não é um assunto novo e já não é um luxo como antigamente. Porque hoje em dia, a tecnologia está a se tornar parte de nossas vidas de uma 22 maneira extraordinária, na qual é inevitável ter uma casa onde os dispositivos inteligentes mudam positivamente a nossa maneira de viver. Casas inteligentes podem significar muitas coisas diferentes para muitas pessoas diferentes. O conceito está evoluindo à medida que a automação residencial no sentido clássico encontra uma gama crescente de produtos. Os dois termos podem parecer um pouco confuso para alguns. Muitas vezes ouviremos a utilização de automação residencial e casa inteligente de forma intercambiável e, embora sejam muito semelhantes, há uma grande diferença. Uma casa inteligente é normalmente definida como uma determinada classe de dispositivos e sensores que podem ser controlados pelo usuário por meio de um aplicativo no telefone ou usando sua conexão com a Internet para se conectar a esses dispositivos. Eles podem ser lâmpadas inteligentes ou reguláveis, um termostato inteligente para controlar o AVAC (Aquecedor, Ventilador e Ar Condicionado) ou até mesmo um micro-ondas inteligente. Esses dispositivos são normalmente conectados a um aplicativo do fabricante que permitirá que você controle seus dispositivos específicos. Você pode até usar comandos de voz por meio de um assistente de voz ou virtual como o Google Home ou Amazon Alexa para concluir tarefas básicas em sua casa inteligente. A Automação Residencial, por outro lado, é uma metodologia que permite que sua casa inteligente execute serviços automatizados que você configurou. Eles serão pré-programados pelo usuário para eventos determinados. A teoria por trás disso é que certas coisas que usuário faz o tempo todo de forma rotineira devem ser automatizadas para que ele tenha menos preparação antes do início do evento. Quando você tem um assistente virtual pode parecer fácil controlar a casa, mas a automação torna isso ainda mais conveniente [40]. A automação residencial, é uma parte essencial de uma casa inteligente, e até mesmo o conceito e a realidade de uma casa inteligente ou esperta como tal, datam de muito antes de o termo Internet das Coisas ter sido cunhado. Por exemplo, se o usuário tem um sistema de lâmpadas inteligentes embutido em sua casa, quando assiste a filmes, gostaria de tê-los todos configurados em uma determinada cena. (cena é um termo de uso geral que se refere a vários dispositivos domésticos inteligentes configurados para um estado específico). O uso doméstico inteligente geral seria abrir o aplicativo em seu telefone e, em seguida, pressionar o botão para a cena correspondente e, em seguida, iniciar seu filme e então quando 23 você para (ou pressiona uma pausa) abrindo o aplicativo novamente e pressionando o botão para a cena para a qual você deseja voltar. Se o usuário gosta de automação residencial, deve configurar uma automação que detecta quando um filme começa a ser reproduzido e, em seguida, ajusta automaticamente suas luzes para a cena do filme e as volta ao normal quando você faz uma pausa ou para. Muitas vezes alguns dispositivos domésticos inteligentes ou sistemas inteligentes terão alguns recursos de automação residencial integrados à sua funcionalidade principal, como por exemplo, um sistema AVAC inteligente usando sensores de temperatura que ajustam automaticamente sua temperatura dependendo se o usuário está ou não em casa. Mas os recursos internos de automação residencial não são a única e nem sempre a melhor maneira de realizar essa funcionalidade. A maioria dos entusiastas da automação residencial usará algum tipode software de hub, que serve como um intermediário para permitir que vários dispositivos e ecossistemas conversem entre si e usem vários pequenos pedaços de informação uns dos outros e se combinem essas informações para reunir o contexto de que precisa para responder melhor a cenários mais complexos do que qualquer conjunto de dispositivos sozinho. O software Hub tem o benefício adicional de ser um único ponto de controlo para que você possa controlar todos os dispositivos inteligentes em sua casa sem ter que usar um monte de aplicativos diferentes para cada dispositivo. Pois há nada como ter sua casa inteira dentro de um aplicativo, onde você abre ele e tem toda a sua casa ali; segurança, iluminação, todas as suas televisões, música, AVAC, cabo, satélite, geladeira e muito mais em um único aplicativo ou plataforma [40]. 1.6.2. Factores críticos para o serviço de casa inteligente. O serviço inicial de casa inteligente foi promovido por meio da automação do sistema doméstico, visando comodidade, conforto, estabilidade, amenidade, saúde, redução do trabalho doméstico e eficiência energética. Desde então, os desenvolvimentos da Internet sem fio e dos telefones inteligentes ampliaram o conceito de casa inteligente para serviços que podem ser controlados remotamente a qualquer hora e em qualquer lugar. Na era da IoT, aparelhos eléctricos domésticos e dispositivos de informação e comunicação estão interconectados, e a casa inteligente está se desenvolvendo em uma forma de serviço de inteligência artificial que opera por meio da auto compreensão dos comportamentos dos residentes. Portanto, a casa inteligente na era da IoT é um conceito que adiciona interconexão às características tradicionais de 24 automação e controlabilidade remota [40]. A estabilidade, segurança e privacidade do serviço também foram sugeridas como factores importantes que podem dificultar a aceitação do usuário. Esses factores podem ser resumidos como a confiabilidade do serviço. O ambiente de casa inteligente é um factor que deve ser considerado, pois está intimamente relacionado com a vida do usuário e pode causar sérios danos em caso de situação perigosa. Assim, automação, controlabilidade remota, interconectividade e confiabilidade podem ser resumidos como factores cruciais para aceitar um serviço de casa inteligente [41]. Automação é definida como a execução por um agente de máquina (geralmente um computador) de uma função que antes era realizada por humanos [42]. Automação residencial foi o nome inicial do serviço de casa inteligente, e a automação de residências e infraestrutura doméstica foi um objetivo principal da casa inteligente inicial. A automação se tornou proeminente nos últimos anos porque se tornou mais acessível e simples por meio do desenvolvimento da tecnologia da informação. Nos últimos anos, o interesse em IA permitiu a automação de alto nível. A tecnologia de IA pode aprimorar a função de uma casa inteligente, auxiliando os usuários de forma inteligente. Portanto, a tecnologia é uma das características essenciais de uma casa inteligente [42]. A virtude de uma casa inteligente é que ela pode ser controlada remotamente por dispositivos móveis. Esta é uma característica central de um sistema doméstico inteligente, pois os usuários preferem controlar instantaneamente os serviços domésticos inteligentes, como lâmpadas de controlo, cortinas e aparelhos de informação [43]. No entanto, para projectar um sistema doméstico inteligente com controlo remoto, uma conexão de rede é essencial. Muitas redes existem com uma variedade de recursos, como Bluetooth IEEE 802.15.4, Z-Wave e Wi-Fi. Para habilitar o controlo remoto, as redes devem ser padronizadas e interconectadas para expandir o uso de serviços de casa inteligente. A maioria dos dispositivos electrónicos oferece suporte ao protocolo Wi-Fi, que permite que dispositivos domésticos sejam controlados por dispositivos móveis. Quando o controle remoto é possível, o conceito geral de inteligência em qualquer lugar e a qualquer hora, poder realmente ser implementado. A interconexão é definida como a capacidade dos dispositivos, aplicativos e serviços de serem conectados entre si para trabalharem juntos [1] . Para proliferar uma casa 25 inteligente, os dispositivos devem ser capazes de se adaptar às mudanças nas preferências, requisitos e necessidades de um usuário. O sistema deve se conectar facilmente a novos dispositivos em uma casa inteligente. É fundamental corresponder através da rede para que uma casa inteligente funcione correctamente. No entanto, muitos tipos de protocolos de rede e comunicação são uma barreira na realidade [44]. As redes podem ser com ou sem fio e existem outros tipos de comunicação. Actualmente, o padrão técnico é inadequado devido ao alto custo dos links de satélite e à limitada transmissão entre dispositivos eletrônicos [45]. Erros técnicos em casas inteligentes integradas podem ser uma preocupação para usuários em potencial. A confiabilidade dos serviços de casa inteligente depende não apenas do facto de que a tecnologia não funcionará mal, mas também do facto de que os componentes tecnológicos funcionarão perfeitamente ao fornecer um serviço preciso [46]. A confiança dos usuários nos provedores de serviços é uma questão importante para a difusão dos serviços de casa inteligente. Actualmente, as tecnologias para casas inteligentes são limitadas a prever o comportamento humano. Os serviços de casa inteligente devem ser capazes de fornecer medições e algoritmos confiáveis para avaliar os sinais vitais ou o estilo de vida de um usuário [47]. 1.6.3. Casas inteligentes em ambientes Aiot. Com a adopção de tecnologias mais recentes como a Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA), a automação residencial torna-se ainda mais produtiva. De facto, as casas inteligentes torna-se uma solução poderosa para resolver tarefas diárias na nossa rotina. Uma casa inteligente é uma casa que permite que seus habitantes controlem remotamente seus de dispositivos conectados. E esses dispositivos podem conversar entre si (conhecido como IoT) ou mesmo pensar e agir por si próprios (conhecido como IA). Eles podem da mesma forma serem programados para cumprir as regras do usuário, principalmente sem fio mas também com fios. De acordo com a Pesquisa da Gartner em 2017 sobre soluções para casa conectada, casas inteligentes consistem em um conjunto de dispositivos e serviços conectados a cada outro e para a internet e pode responder automaticamente às regras pré- estabelecidas, serem acessados e gerenciados remotamente por aplicativos móveis ou um navegador e enviar alertas ou mensagens para o usuário Ela faz uso de 26 dispositivos de IA e IoT, como sensores, luzes e medidores conectados para coletar e analisar dados. Estes dados são usados para fazer o uso eficaz da infraestrutura doméstica, serviços públicos e mais, para facilitar o dia-a-dia de seus habitantes forma eficaz e eficiente [48]. A IoT é um termo abrangente usado para todas as tecnologias que permitem a conexão de um dispositivo à Internet. Esses sistemas dependem da colecta de dados. E esses dados são então usados para monitorar, controlar e transferir informações para outros dispositivos via internet. Isso permite que acções específicas sejam activadas automaticamente sempre que surgirem certas situações. Em um exemplo simples, considere uma cafeteira eléctrica inteligente ou chaleira inteligente. Ela pode ser programada para desligar automaticamente assim que atingir uma temperatura específica, bem como também pode enviar uma notificação ao usuário no mesmo. Agora se aplicarmos o mesmo conceito a toda a casa e a todos os dispositivos presentes, estaremos diante de uma casa baseada na IoT. Na qual em vez de ir manualmente até o dispositivo e agir, essas ações podemser executadas com o toque de um botão, por meio de um aplicativo ou até mesmo por comandos de voz. Agora imagine se o usuário nem mesmo precisasse realizar tais ações. Em outras palavras, a casa inteligente saberá quando realizar determinadas acções e executá- las automaticamente [48]. 1.6.3.1. Processo da iot em casas inteligentes. O processo da IoT em casas inteligentes pode ser dividido em duas perspectivas, cada uma das quais tem 3 estágios [48]: Modo De Colaboração: 1. Interação autônoma. 2. Ligação de cenas. 3. Colaboração multi-módulo (baseada em plataforma). Modo De Interação: 1. Accionamento por voz. 2. Accionamento por detecção. 3. Accionamento activo. 1.6.3.1.1. Modo de colaboração. No primeiro estágio, o da interacção autónoma, a interação é feita apenas com um único computador e a simplicidade de utilização da casa inteligente é relativamente 27 baixa. A novidade inicial desaparecerá após algumas utilizações. Neste estágio, o utilizador tem de utilizar activamente o dispositivo, e o nível de experiência não é diferente a dos aparelhos domésticos tradicionais, excepto que existe uma aplicação extra incrível e que pode ser utilizada para controlar os aparelhos domésticos remotamente através da Internet [48]. Contudo, como o produto não é suficientemente profundo, não é tão directo para a experiência e conveniência do utilizador. O segundo estágio consiste em ligar as coisas (ligação de cenas), ligando as cenas de vários dispositivos, e melhorando grandemente a experiência. Essas cenas são ligadas através de diferentes dispositivos IoT, e o objectivo é activamente satisfazer as necessidades dos utilizadores em torno das suas cenas. Um exemplo claro seria; ao acordar, depois que as luzes do quarto e da cabeceira são acesas, a cafeteira eléctrica (também conhecida como chaleira) começa a ferver a água (fazendo café) e os alto-falantes da sala de estar tocam automaticamente uma música alegre. Actualmente, a indústria da casa inteligente se encontra neste estágio, a da ligação de cenas, onde muitos e muitos dispositivos e objectos domésticos do nosso dia-a-dia estão sendo interligados a internet, com o objectivo de atingir o terceiro estágio, a da colaboração multi-módulo [48]. O terceiro estágio, a da colaboração multi-módulo ou também conhecida como integração de plataforma, é a plena utilização dos diferentes portos (canais) dos dispositivos através do acordo de um determinado protocolo para se conseguir verdadeiramente a chamada interligação de tudo, independentemente do fabricante. Isso porque a maior dificuldade que se tem-se vivenciado na ligação de coisas (que é o cenário actual) e que tem atrasado atingir o patamar da colaboração multi-módulo são os diversos protocolos da IoT existentes e a falta de interoperabilidade entre eles. O que surge a necessidade de criação de protocolos universais ou a união dos protocolos já existentes para que de facto o estágio da colaboração multi-módulo seja atingido. Realçando que se vários fabricantes chegarem a um acordo (como Wi-Fi e Bluetooth), a Internet de Todas as Coisas pode ser verdadeiramente realizada. Assim o aplicativo da empresa A pode controlar as luzes da empresa B e o purificador de ar da empresa C, bem como os alto-falantes e sensores inteligentes da empresa D podem direcionar o robô de varredura da empresa E para limpar [48]. 28 A maior diferença entre esta fase e as fases anteriores é que a menor unidade de operação é o dispositivo, enquanto a menor unidade de colaboração multi-módulos é o canal. 1.6.3.1.2. Modo De Interação No modo de interação, em primeiro lugar surge o accionamento por voz, que tem sido implementado em vários assistentes de voz muito conhecidos actualmente como o HomePod, Alexa ou vários alto-falantes inteligentes (assim também conhecidos). Ele é muito melhor do que a experiência de pegar o telefone, abrir o aplicativo e ir para o controle remoto. Só que em desvantagem, tem ainda muito a melhorar, pois muitas vezes o usuário não falou para controlar ou o cenário activado não corresponde com a fala do usuário [48]. Em segundo lugar, vem o accionamento por detecção, na qual o objectivo principal desse estágio é resolver os cenários em que não há presença do accionador por voz ou seja a fala. Um exemplo seria, se o usuário levanta-se à noite para ir ao banheiro, o quarto e o banheiro detectam que alguém está se movendo através de sensores e acendem as luzes automaticamente. Outro exemplo seria quando ninguém se encontra em casa e o equipamento ligado por não estar em uso, ele entra automaticamente no estado dormente, assim economizando energia [48]. Então, uma vez que a IoT avança junto com a IA, ao analisar uma grande quantidade de dados de comportamento do usuário e conhecer suas preferências e hábitos, a previsão do comportamento pode ser alcançada, ou seja, activamente accionando a interação humano-computador. Exemplos disso seriam [48]: O usuário acorda mais tarde esta manhã e sua temperatura corporal estava mais alta. Além disso, a plataforma inteligente sabe que hoje vai chover na nuvem e lembra activamente os usuários quando eles saem: O tempo está instável hoje. Não se esqueça de trazer um guarda-chuva. Se você não está se sentindo bem, eu Posso ajudar a marcar uma consulta com um médico depois do trabalho. No trajecto do trabalho para casa vai passar pelo supermercado. A geladeira inteligente descobriu que a quantidade de bolinhos e vegetais estava baixa e avisou a plataforma da nuvem. O relógio lembrou ao usuário: É hora de reabastecer a comida na geladeira. 29 Achamos que esta é a experiência doméstica de aplicação de IoT com a qual o público e nós sonhamos. De acordo com as tendências actuais, existem três recursos principais em desenvolvimento: 1. Edge Computing: será capaz de resolver os problemas de segurança e privacidade de casas inteligentes. Os comandos offline e a execução local são obtidos por meio da computação de ponta no lado do dispositivo [48]. 2. Padrões de colaboração para colaboração de vários módulos: Um acordo padrão entre diferentes fabricantes para compartilhar status e informações específicas [48]. 3. Posicionamento no espaço e capacidade de percepção: Posicionamento interno preciso para obter percepção e previsão de comportamento em diferentes cenários [48] 30 CAPÍTULO 2: DESCRIÇÃO DA PARTE EXPERIMENTAL. 2.1. Introdução A nível mundial qualquer projecto tecnológico antes de ser implementado deve passar por uma serie de experimentos. Uma dessas maneiras é pela construção de protótipos, que são nada mais do que uma versão experimental de um projecto idealizado, na qual têm como objectivo ilustrar (em miniatura) como funcionária aquele determinado projecto em um cenário real. Nesta senda, para a materialização do tema aqui apresentado, foi elaborado um protótipo em forma de maquete para ilustrar o funcionamento de uma casa inteligente no contexto da internet das coisas, representando uma residência com 2 itens a serem controlados pelo aplicativo: sensores e actuadores. A proposta do projecto é apresentar o controlo desses dispositivos de maneira remota ou autônoma, E de acordo com a necessidade do usuário. Para Tal, foram necessários a utilização de alguns princípios e sistemas, na qual algumas já foram abordadas anteriormente. Também foi necessária a utilização de componentes electrónicos variados como sensores e a criação de um esquema eléctrico. Neste capítulo, falaremos sobre essas ferramentas e princípios técnicos, apresentaremos o esquema eléctrico e descreveremos os componentes usados e suas características, o fluxo comunicacional do projecto, funcionamento do circuito e abordaremos sobre os resultados obtidos. 2.1.2. Tensowflow O TensorFlowé uma plataforma de código aberto de ponta a ponta para a criação de aplicações de Aprendizagem de Máquinas. É uma biblioteca matemática simbólica que utiliza dataflow e programação diferenciável para realizar várias tarefas centradas na formação e inferência de redes neurais profundas. Permite aos programadores criar aplicações de aprendizagem de máquinas utilizando várias ferramentas, bibliotecas, e recursos da comunidade. É um sistema para criação e treinamento de redes neurais para detectar e decifrar padrões e correlações, análogo (mas não igual) à forma como humanos aprendem e raciocinam. Sua arquitetura flexível permite fácil implantação de computação em uma variedade de plataformas como o CPUs (Central Processing Unit), GPUs (Graphics Processing Unit), TPUs (Tensor Processing Unit) e de desktops a clusters de servidores e dispositivos móveis e de borda [58]. Opencv (open source computer vision library) 31 O OpenCV é a enorme biblioteca de código aberto para visão computacional, aprendizagem de máquinas, e processamento de imagem e agora desempenha um papel importante no funcionamento em tempo real, o que é muito importante nos sistemas actuais. Ao utilizá-la, é possível processar imagens e vídeos para identificar objectos, rostos, ou mesmo a caligrafia de um humano. Quando integrado com várias bibliotecas, tais como Numpuy, python é capaz de processar a estrutura da matriz OpenCV para análise. Para identificar padrões de imagem e as suas várias características, utilizamos o espaço vectorial e realizamos operações matemáticas sobre estas características [59]. Python O Python é uma linguagem de programação interpretada, orientada a objectos, de alto nível e com semântica dinâmica. A simplicidade do Python reduz a manutenção de um programa. Python suporta módulos e pacotes, que encoraja a programação modularizada e reuso de códigos. É uma das linguagens que mais tem crescido devido sua compatibilidade (roda na maioria dos sistemas operacionais) e capacidade de auxiliar outras linguagens. Programas como Dropbox, Reddit e Instagram são escritos em Python. O python também é a linguagem mais popular para análise de dados e conquistou a comunidade científica [60]. Uma de suas grandes vantagens é que o python possui uma estrutura poderosa que facilita muito na criação de sistemas e programas que usem inteligência Artificial. 2.1.3. Android Studio IDE O Android Studio é o oficial ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) para o sistema operacional do Google, o Android, construído sobre JetBrains, IDEA IntelliJ software e projectado especificamente para o desenvolvimento Android. Ele está disponível para download em sistemas operacionais baseados em Windows, macOS e Linux ou como um serviço baseado em assinatura em 2020. É um substituto para Eclipse Android Development Tools (E-ADT) como a IDE primária para desenvolvimento de aplicativos Android nativos. Ele permite criar aplicativos baseados em duas linguagens principais o java e o kotlin, dependendo da preferência do programador, além de permitir o suporte para a programação em outras varias linguagens como o flutter [61]. A figura 15 mostra a imagem real da interface interna do Android Studio. 32 Figura 15: Interface do Android Studio. Fonte: [61] 2.1.3.1. Software Arduíno O Ambiente de Desenvolvimento Integrado Arduíno (IDE Arduíno) é um editor de código fonte capaz de compilar e carregar programas, que são desenvolvidos em linguagem de programação baseada em Wiring. Foi desenvolvido para introduzir a programação através de recursos de realce de sintaxe, parênteses correspondentes e indentação automática, sendo capaz de compilar e carregar os softwares nele desenvolvidos para o microcontrolador do Arduíno em um único clique. Para isso, primeiro devemos conectar a placa Arduíno a uma porta USB do computador e então desenvolvemos os comandos da placa e enviamos para o microcontrolador pela própria IDE. Após enviado o código e reiniciado o dispositivo, o Arduíno já pode executar o programa carregado sem a necessidade de usar mais o computador, a não ser que haja necessidade de recarregar um novo código ou corrigir o actual, pois o Arduíno passará a executar os comandos quando for ligado a uma fonte de energia. A figura 17 mostra-nos a imagem real do Arduíno IDE [63]. Figura 17: Arduíno IDE rodando no Ubuntu. Fonte: Autor 33 2.1.4. Fritzing O fritzing é um programa de automação de design electrónico open-source destinado a ajudar designers e artistas a passar dos protótipos (utilizando, por exemplo, placas de teste) para os produtos finais. O fritzing foi criado sob os princípios de Processing e Arduíno e permite a designers, artistas, pesquisadores e amadores documentar seu protótipo baseado em Arduíno e criar diagramas de circuitos impressos para mais tarde fabricar. Além disso, tem um site complementar que ajuda a compartilhar e discutir projectos, experiências e reduzir os custos de fabricação. Por possuir também uma interface que possibilita o desenvolvimento do Arduíno, ele também pode ser usado pra programar um Arduíno, o que tornaria assim o desenvolvimento do projecto mais centralizado, apesar de que o Arduíno IDE apresenta maior vantagem por ser específico pra essa tarefa. A figura 18 mostra a interface gráfica do fritzing. Figura 18: Fritzing rodando no Windows 10. Fonte: Autor 2.1.5. Composição do projecto experimental. Para o projecto experiemental elaborou-se um protótipo, em forma de uma maquete representando uma residência com 2 itens a serem controlados: os sensores e os actuadores. A proposta desde projecto é apresentar o controlo desses dispositivos de maneira remota, inteligente ou autónoma e de acordo com a necessidade do usuário. Para tal, foram usados os seguintes componentes: Arduíno Mega 2056 Rev3 34 O Arduíno Mega 2560 é uma placa baseada no microcontrolador ATMEGA 2560. Assim como mostra a tabela 2, ele possuí 54 pinos digitais dos quais 15 podem ser usados para PWM, 4 UARTs (Portas Seriais), 16 pinos analógicos e uma interface USB que é utilizada para interligar-se ao hospedeiro com a finalidade de programá-lo ou de interagir em tempo real e uma tomada de energia. Ele possui 256 KB de memória flash, o que são 8 vezes mais que o modelo Uno. Além disso ele possui 8 KB de memória SRAM e 4 KB de memória EEPROM. Seu clock interno de 16 MHz é o mesmo do Arduíno Uno. Além disso possui um barramento de extensão, onde é possível utilizar seus pinos como fonte de alimentação para os dispositivos ou sensores conectados ao microcontrolador, disponibilizando ao usuário 3,3V, 5V e GND. A figura 19 mostra a imagem real do Arduíno Mega 2650 Rev3 [64]. Em seguida a tabela 2 mostra suas principais características. Figura 19: Arduíno Mega Rev3. Fonte: [64] Tabela 2: Características técnicas do Arduíno Mega. Fonte: [64] Microcontrolador ATmega2560 Tensão operacional 5V Tensão de entrada (recomendado) 7-12V Tensão de entrada (limite) 6-20V Pinos de E / S digitais 54 (dos quais 15 fornecem saída PWM) Pinos de entrada analógica 16 Corrente DC por pino de E / S 20 mA Corrente DC para pino de 3,3 V 50 mA Memória flash 256 KB ( dos quais 8 KB usados pelo bootloader) SRAM 8 KB EEPROM 4 KB Velocidade do relógio (clock) 16 MHz LED_BUILTIN 13 http://www.atmel.com/Images/Atmel-2549-8-bit-AVR-Microcontroller-ATmega640-1280-1281-2560-2561_datasheet.pdf 35 Comprimento 101,52 mm Largura 53,3 mm Peso 37 g Módulo de Ethernet Controlar sensores ou enviar informações remotamente é um dos principais objectivos de quem trabalha com microcontroladores, este módulo permite a comunicação entre o dispositivo Arduíno e outros dispositivos de rede de maneira fácil e rápida através do cabo RJ-45, possibilitando a leitura dos sensores e controle dos actuadores atravésde navegadores, computadores e celulares. Durante a fase de planejamento do projeto, optamos por utilizar o módulo de Ethernet W5500. O módulo de Ethernet W5500 é um controlador Ethernet baseado no chip W5500 da empresa coreana WIZnet; é um modelo mais recente de seu antecessor, o W5100. O módulo também possui uma tira de chip, um estabilizador de 3,3 V e um conector RJ- 45 com um transformador correspondente. Usando este módulo, você pode transferir dados pela rede local e pela Internet. É possível usar 8 soquetes de hardware independentes simultaneamente. A SPI é fornecida para fácil integração com o MCU externo. O clock SPI do W5500 suporta uma velocidade até 80 MHz, bem como um novo protocolo SPI eficiente. Além disso para que os usuários possam implementar comunicação de rede de alta velocidade e para reduzir o consumo de energia do sistema, o W5500 fornece WOL (Wake on LAN) e um modo de desligamento [65]. A figura 20 mostra a imagem real do módulo Ethernet W5500. Posteriormente a tabela 3 mostra algumas características importantes do mesmo. Figura 20: módulo de Ethernet w5500. Fonte: [65] Tabela 3: Características do módulo Ethernet w5500. Fonte: Autor. Microcontrolador W5500 Tensão operacional 3V – 5V DC Tensão de entrada (recomendado) 3V 36 Tensão de entrada (limite) 6V Consumo de corrente 185 mA (em Vcc = 3 V). Interface: SPI (Modo 3) Número de conexões de rede independentes 8 Protocolos de rede TCP / IP: TCP, UDP, ICMP, IPv4, ARP, IGMP, PPPoE Interfaces de rede Ethernet (PHY incorporada) Tamanho do buffer TX / RX interno: 32 kB. Indicação por LED dos modos de operação Full / Half duplex, Link, Velocidade e Activo Temperatura de operação 0 - 70 ° C Pinos MOSI, MISO, SCL, INT,NC, RST,GND, SCLK,SCS, 5V,3V. Tamanho 55 mm x 28 mm KY-008 - Módulo Transmissor a Laser O módulo KY-008 é um módulo transmissor laser, que está constituído por uma cabeça laser de cor vermelha de 650 nm e uma resistência. Este módulo tem integrado um transmissor laser e uma interface digital, além disso conta com um led (do inglês, light emitter diode), incorporado. O modo de conectar é a mesma como a maioria dos outros sensores. Este módulo laser funciona como um led o que o diferencia é o hardware. Para o módulo laser podemos ajustar a espessura do ponteiro movendo o calibrador para o lado direito ou esquerdo. Ele deve ser tratado com cautela e nunca se deve olhar directamente para o raio de luz. A figura 21 mostra a imagem real do mosulo KY-008. Em seguida a tabela 4 mostra algumas características técnicas do Modulo KY-008 [66]. Em nossa casa inteligente o módulo é integrante do sistema de segurança, na qual se algum intruso invadir a casa e passar pelo feixe o alarme irá ser activado 37 Figura 21: Modulo KY-008. Fonte: [67] Tabela 4: Características do Modulo KY-008. Adaptado de [66] Tensão operacional 5V DC Consumo de corrente 30-40mA Comprimento de onda 650nm Alcance Ilimitado (No vácuo). Potência de dissipação 5mW Número de Pinos 3 Temperatura de operação 10°C ~ 40°C Tamanho 18.5mm x 15mm MQ2- Módulo Sensor de Gás O MQ2 é um dos sensores de gás comumente usados na série de sensores MQ. É um sensor de gás do tipo Metal Oxide Semiconductor (MOS), também conhecido como Chemiresistors (que numa tradução livre significaria químico-resistores), pois a detecção é baseada na mudança de resistência do material de detecção quando o gás entra em contacto com o material. Usando uma rede divisora de tensão simples, as concentrações de gás podem ser detectadas. O sensor de gás MQ2 funciona em 5V DC e consome cerca de 800mW. Ele pode detectar concentrações de GLP (Gás Liquefeitode petróleo) , Fumaça , Álcool , Propano , Hidrogênio , Metano e Monóxido de Carbono em qualquer lugar de 200 a 10.000 ppm [68]. A figura 22 mostra a imagem de uma MQ2 Posteriormente a tabela 5 mostra suas principais características. Figura 22: Sensor MQ-2. Fonte: [68] 38 Tabela 5: Características do MQ-2. Adaptado de [68] Tensão operacional 5V Resistência de carga 20 KΩ Resistência do aquecedor 33Ω ± 5% Consumo de aquecimento <800mw Resistência de detecção 10 KΩ - 60 KΩ Âmbito de Concentração 200 - 10.000 ppm Tempo de pré-aquecimento Mais de 24 horas DHT11- Sensor de humidade e Temperatura O Sensor de humidade e Temperatura DHT11 é um sensor digital de baixo custo para detecção de temperatura e humidade que permite fazer leituras de temperaturas entre 0 a 50ºC e humidade entre 20 a 90%. Este sensor pode ser facilmente conectado a qualquer microcontrolador, como o Arduíno, Raspberry Pi e outros, para medir humidade e temperatura instantaneamente. O sensor DHT11 consiste em um elemento sensor de humidade capacitivo e um termístor, onde para medir a temperatura, este sensor usa um termístor de coeficiente de temperatura negativo, que causa uma diminuição em seu valor de resistência com o aumento da temperatura. Para obter um valor de resistência maior, mesmo para a menor mudança de temperatura, este sensor geralmente é feito de cerâmica ou polímero semicondutor. Na verdade, o elemento sensor de temperatura é um termístor do tipo NTC e o sensor de humidade é do tipo HR202, o circuito interno faz a leitura dos sensores e se comunica a um microcontrolador através de um sinal serial de uma via [69], [70]. A figura 23 mostra a imagem real deste sensor. Em seguida a tabela 6 mostra suas principais características. Figura 23: Modulo Sensor DHT11. Fonte: [71] 39 Tabela 6: Características do sensor DHT11. Adaptado de [69], [70] . Tensão operacional 3,5V – 5,5V DC Corrente Operacional 0,3mA (medição) 60uA (espera) Saída Dados Seriais Faixa de temperatura 0 ° C a 50 ° C Faixa de humidade 20% a 90% Resolução 16 Bits Precisão ± 1 ° C e ± 1% Tamanho 12 mm x 15.5 mm Sensor PIR- HC-SR501 Todos os objectos com temperatura acima do Zero Absoluto (0 Kelvin / -273,15 ° C) emitem energia térmica na forma de radiação infravermelha, incluindo corpos humanos. Quanto mais quente é um objecto, mais radiação ele emite. O sensor PIR (Passive Infrared) é especialmente projetado para detectar esses níveis de radiação infravermelha [72]. O sensor PIR significa sensor infravermelho passivo. É um sensor de baixo custo que pode detectar a presença de seres humanos ou animais. Por ser um sensor passivo, isso significa que dificilmente usa energia para funcionar. Ele detecta a radiação infravermelha de uma fonte de calor que passa. Ele consiste basicamente em duas partes principais: um sensor piroelétrico e uma lente especial chamada lente de Fresnel que focaliza os sinais infravermelhos no sensor piroelétrico. Ele pode detectar mudanças na quantidade de radiação infravermelha que incide sobre ele, que varia dependendo da temperatura e das características da superfície dos objectos na frente do sensor. Quando um objecto, como uma pessoa, passa na frente do fundo, como uma parede, a temperatura naquele ponto no campo de visão do sensor aumentará da temperatura ambiente para a temperatura corporal depois de volta. O sensor converte a mudança resultante na radiação infravermelha de entrada em uma mudança na tensão de saída e isso aciona a detecção. Objectos de temperatura semelhante, mas com características de superfície diferentes, também podem ter um padrão de emissão infravermelho diferente e, portanto, movê-los em relação ao fundo também pode acionar o detector [73]. 40 A figura 24 mostra a imagem real do sensor de movimento PIR HC-SR501. Em seguida a tabela 7 mostra suas principais características. Figura 24: Sensor HC-SR501. Fonte: [72]. Tabela 7: Características do sensor PIR. Fonte: Adaptado de: [72] Tensão operacional 3,3- 5 VCC Consumo de corrente 65mA Tempo de bloqueio 0.2
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