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SÉRGIO DE OLIVEIRA JÚNIOR 
MATRÍCULA 2021321437 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO QUESTÃO N1 – 
 
POS0582 DIREITO E INTERNET: PROTEÇÃO DE DADOS, ACESSO À 
INTERNET E PRIVACIDADE PG0468-212-5 - 202122.ead-18929.01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2021 
 
 
 
 
PROTEÇÃO DE DADOS, ACESSO À INTERNET E PRIVACIDADE 
 
 Hodiernamente a internet vem tendo um crescimento exponencial na 
sociedade, com grande significância no dia a dia das pessoas, seja para 
interação e meio de diversão, mas com muito maior ênfase nas atividades 
profissionais. 
 
 De outro vértice, o direito como ciência social normativa utilizada para a 
harmonização e pacificação social de eventuais conflitos, não acompanha o 
mesmo ritmo. Nem poderia, na medida em que o Direito exerce a pacificação 
social através de leis, e o sistema normativo é inegavelmente lento do ponto de 
vista abstrato, pois envolve toda mobilização descrita em nossos meios 
constitucionais, de acordo com o tema a ser normatizado. 
 
 No Brasil, o marco civil da Internet (Lei n.º 12.965/2014) estabeleceu 
princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e 
determinou as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios em relação à matéria, sendo que a Lei Geral de Proteção de 
Dados (Lei 13.709/2018) veio complementá-la, dispondo sobre o tratamento de 
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa 
jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos 
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da 
personalidade da pessoa natural. 
 
 Bem se vê que a tecnologia hoje em dia é inerente à sociedade, fazendo 
parte do dia a dia das pessoas das mais variadas formas, porém a circulação de 
dados tornou-se moeda de troca, sendo que interação das pessoas em redes 
sociais, com uma simples curtida, pode revelar tendências ideológicas das mais 
variadas, deixando rastros, o que pode ser comercializado por aqueles que 
detém esse tipo de informação. 
 
 Nessa seara, o direito deve salvaguardar notadamente os direitos 
denominados de primeira dimensão, qual seja, aqueles considerados os direitos 
individuais tradicionais, como vida, liberdade, religião, privacidade etc. mediante 
a abstenção de divulgação de dados daqueles que os detém, não interferindo na 
vida pessoal do cidadão que se utiliza da internet. 
 
 Analisando os direitos fundamentais, segundo a perspectiva da 
espionagem de dados que podem ser vendidos e utilizados, pois nos dias de 
hoje quem detém a informação detém o poder, é necessária que a Lei Geral de 
Proteção de Dados (lei n.º 13.709/2018) seja amplamente divulgada e fiscalizada 
seus parâmetros pelas autoridades, tudo no intuito de que os direitos 
fundamentais de liberdade e privacidade sejam efetivamente respeitados. 
 
 Referida lei encontra-se em vigor desde agosto de 2020, sendo que os 
artigos sancionatórios para quem não a observar entrou em vigor em 1º de 
agosto de 2021, prevendo multa de até 2% do faturamento da pessoa jurídica de 
direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, 
excluídos os tributos e sendo limitada a R$50 milhões por infração. 
 
 Com sua vigência, um operador deverá tratar qualquer dado nas 
hipóteses de consentimento explícito pelo titular para seu uso e coleta, 
possibilitando a visualização, correção e exclusão após cumpridas as finalidades 
para o qual fora coletado. Ocorrendo violação à segurança, como no caso de 
vazamento ou utilização de maneira discriminatória, haverá responsabilização 
cível e criminal, que poderá se dar de maneira solidária entre controlador e 
operador, aliada ao dever de sua respectiva reparação além de sanções 
administrativas. 
 
 O Digital Millennium Copyright Act, conhecido como DMCA é uma lei 
americana de 1998 que criminaliza não só a infração em si, mas também a 
produção e a distribuição de tecnologia que permita evitar as medidas de 
proteção aos direitos de autor e aumenta as penas por infrações a direitos 
autorais, ampliando o alcance dos direitos de autor, ao mesmo tempo em que 
limitou a responsabilidade dos prestadores de serviços on-line sobre violações 
de direitos autorais cometidas por seus usuários. Em suma, tinha por escopo a 
proteção dos direitos autorais em ambientes virtuais, além da proibição da 
produção e distribuição de tecnologia digital que permitisse burlar os meios de 
proteção desses direitos. 
 
 Por meio dela, os provedores passaram a não responder por ilícitos 
perpetrados por terceiros antes de haver uma notificação, pois caso houvesse 
continuidade da prática o provedor responderia solidariamente com o causador 
da ofensa. Daí o termo takedown, pois obrigava a retirada do ar, por parte do 
provedor, de conteúdos que violassem os direitos autorais, a partir do 
recebimento de uma notificação do ofendido, ou através de ordem judicial, sendo 
responsabilizado apenas se não providenciasse a devida retirada do aro do 
conteúdo ofensivo. 
 
 Essa lei influenciou sobremaneira nossa legislação, de tal sorte que o 
Superior Tribunal de Justiça adotou a teoria do notice and take down, nela 
inspirado, visando resguardar a vedação ao anonimato para desestimular 
manifestações ofensivas do pensamento, além de permitir que o ofendido se 
valesse de direito de resposta, além de eventual responsabilização civil e 
criminal. 
 
 No Brasil, interessante case ocorreu por ocasião do julgamento do 
Recurso Especial nº 1.396.417 - MG, em que a relatora do STJ, Ministra Nancy 
Andrighi, estabeleceu que a recorrente Google Brasil pleiteava a reforma da 
decisão do Tribunal de Minas Gerais que estabeleceu indenização à recorrida 
Automax Comercial LTDA por haver página criada no Orkut (que era parte do 
grupo Google) que estaria veiculando indevidamente a logomarca da empresa. 
O julgado asseverou que “a exploração comercial da Internet se sujeita as 
relações de consumo daí advindas à Lei nº 8.078⁄90”, e não se pode reputar 
defeituoso (nos termos do art. 14 do CDC) o serviço de internet prestado pelo 
site de relacionamento que não realiza a fiscalização de conteúdo de ofício, pois 
não se faz atividade intrínseca ao serviço disponibilizado. 
 
 Observa-se, portanto, que a Lei Geral de Proteção de Dados, aliado ao 
Marco Civil da Internet, ingressaram no meio jurídico de maneira a preencher 
uma lacuna para que os dados de utilização dos usuários da internet fossem 
respeitados, na medida em que se adotava a referida teoria por parte do STJ, 
ante a falta de um sistema normatizado. 
 
 Porém, infelizmente a proteção normativa não acompanha a evolução 
natural da internet na sociedade, que a cada dia cresce exponencialmente, 
dadas as necessidades diárias de integração do ser humano em seus mais 
variados afazeres, devendo, portanto, ser constante o aprimoramento de meios 
jurídicos para salvaguarda e proteção dos dados.

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