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1ºAula Relações Hídricas Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • descrever a estrutura e propriedades físicas e químicas da água; • compreender as funções da água na vida da planta; • descrever os mecanismos de absorção, transporte e perda de água pelas plantas. Nesta aula, iremos estudar a importância fisiológica e ecológica da água para os vegetais e a relação com sua estrutura e propriedades físicas e químicas. Bem como, será abordado o conceito de potencial hídrico, os mecanismos e as forças propulsoras que operam no transporte de água no sistema solo- planta-atmosfera. Ainda, vamos compreender o processo de transpiração, os fatores que interferem e suas possíveis funções para as plantas. Vamos conhecer um pouco mais sobre as relações hídricas? Bons estudos! 6Fisiologia Vegetal Seções de estudo 1- Importância, estrutura e propriedades da água 2- Processos de transporte de água 3- Relação hídrica no sistema solo-planta-atmosfera 1- Importância, estrutura e propriedades da água Diariamente, as plantas absorvem quantidades expressivas de água do solo através do sistema radicular e boa parte é perdida para a atmosfera na forma de vapor, processo esse conhecido como da transpiração. O desequilíbrio nesse fl uxo de água pode causar o mau funcionamento dos processos celulares e as plantas, devem realizar um balanço adequado de absorção e perda de água, o qual se constitui um desafi o para as plantas terrestres. A água representa de 80 a 95% da massa dos tecidos metabolicamente ativos de plantas em crescimento, enquanto, em tecidos lenhosos, alcança de 35 a 75%. Embora, sementes secas possam conter 5 a 15%, estão metabolicamente inativas e reassumem atividade metabólica somente após a absorção de uma considerável quantidade de água. A importância de estudar relações hídricas em plantas se deve a diversidade de funções ecológicas e fi siológicas que a água exerce. Apesar da abundância de água no planeta terra, sua disponibilidade pode limitar tanto a distribuição da vegetação sobre a superfície terrestre quanto a produtividade agrícola. A absorção de água na planta gera uma força de turgor no interior das células, que pode exercer função de sustentação, alongamento celular e o transporte no fl oema. A alta capacidade da água de absorver calor (alto calor específi co) contribui para que as plantas não sofram tanto com as fl utuações de temperatura do ambiente. A água é essencial como solvente ou substrato de importantes processos como a fotossíntese, respiração e movimento de nutrientes minerais tanto no solo quanto nas plantas. A molécula é constituída de um átomo de oxigênio ligado covalentemente a dois átomos de hidrogênio. A água é eletricamente neutra, o oxigênio mais eletronegativo atrai os elétrons da ligação covalente, resultando em uma carga negativa parcial na molécula de oxigênio e positiva no hidrogênio. Essas cargas são iguais. Apresenta estrutura polar devido à distribuição assimétrica de elétrons e forma da molécula de água (Figura 1.1). Figura 1.1 Diagrama da molécula de água (TAIZ; ZEIGER, 1998). As moléculas de água estão fortemente ligadas através de ponte de hidrogênio. Cada molécula de água pode fazer pontes de hidrogênio com outras quatro moléculas de água. A fórmula química da água deveria ser expressa (H2O)N. o aumento da temperatura rompe as pontes de hidrogênio entre as moléculas de agua, diminuindo o N (Figura 1.2) Figura 1.2 A Diagrama esquemático apresentando a agregação das moléculas de água através das pontes de hidrogênio numa forma semicristalina. B. Desagregação das moléculas de água devido à contínua agitação térmica, mostrando uma confi guração ao acaso (fase gasosa) (TAIZ; ZEIGER, 1998). A polaridade e a extensiva quantidade de pontes de hidrogênio intermoleculares contribuem com as propriedades das moléculas de água. 1.1 Propriedade de solvente A estrutura polar e seu pequeno tamanho torna a água um excelente solvente para substâncias iônicas e molécula com grupos polares (açúcar, proteínas). Neutraliza cargas de íons e macromoléculas formando a camada de solvatação. A água se liga fortemente a superfície de coloides do solo e celulose. 1.2 Propriedades térmicas Em decorrência da quantidade de energia requerida para romper a forte atração intermolecular causada pelas pontes de hidrogênio, a água apresenta elevados valores de ponto de fusão e de ebulição, de calor latente de fusão e de vaporização e de calor específi co. As propriedades térmicas possibilitam as plantas, quando bem hidratadas uma redução dos danos relacionados às fl utuações de temperatura do ambiente. 1.3 Propriedades de coesão e adesão As ligações de hidrogênio conferem uma forte atração entre as moléculas de água, conhecida como coesão, e confere uma elevada tensão superfi cial (difi culdade dos líquidos se espalharem). A coesão confere também a capacidade das colunas de água em resistir a elevada pressão negativa (tensão) sem ocorrer o rompimento. As moléculas de água também são atraídas a superfícies sólidas, um processo conhecido como adesão. A combinação entre as propriedades de adesão e coesão, são importantes na manutenção da continuidade de colunas de água nas plantas e sua ascensão. 7 2- Processos de transporte de água A água move-se do solo, através das plantas até a atmosfera e no estudo das relações hídricas. É importante que se conheça os processos que governam o movimento da água, sendo o fl uxo em massa e a difusão. 2.1 Fluxo em massa Movimento de grupos de moléculas que ocorre quando forças externas são aplicadas (pressão, gravidade), todas se movem na mesma direção. Principal meio de transporte a longa distancia (movimento no xilema, água no solo), governado por gradiente de pressão. 2.2 Difusão Movimento aleatório em decorrência da agitação térmica ao acaso, de regiões de maior potencial químico (alta concentração) para de menor potencial químico (baixa concentração). Governado por gradiente de concentração. O movimento de água líquida, por diferença de concentração, é lento, de modo que a difusão somente se torna importante para as plantas, quando se trata de transporte a curta distância. 2.3 Osmose As membranas celulares de todos os organismos são semipermeáveis e o movimento da água através da membrana semipermeável é chamado de osmose. O processo de osmose envolve difusão e fl uxo em massa através de canais da membrana chamados de aquaporinas (Figura 1.3). Figura 1.3 Transporte de água através das membranas vegetais por difusão das moléculas individualmente por meio da bicamada lipídica ou por fl uxo em massa, através de canais formados por proteínas integrais da membrana como aquaporinas (TAIZ; ZEIGER, 2017). A direção e a taxa de fl uxo de água através da membrana são determinadas pela somatória do gradiente de pressão e de concentração, expresso como um gradiente de potencial químico ou como estabelecido pelos fi siologistas vegetais, como um gradiente de potencial hídrico (TAIZ; ZEIGER, 2017). 2.4 Potencial hídrico (Ψw ) Segundo Kerbauy (2012), o potencial hídrico (químico da água) é descrito como a quantidade de energia livre associada com a capacidade da água realizar trabalho. Em geral, a energia livre da água pode ser infl uenciada por quatro principais fatores: concentração, pressão, forças de superfície e coloidais e gravidade. Assim, podemos representar o potencial hídrico (Ψw ) com os seguintes componentes: Ψw = Ψπ + Ψp + Ψm + Ψg Potencial osmótico (ψπ): representa o efeito do soluto, que reduz a energia livre da água. Varia de zero na água pura a valores negativos quando solutos estão presentes (KERBAUY, 2012). Potencial de pressão (ψp): representa a pressão que a água exerce dentro das células, chamada de pressão de turgor. A pressão de turgor resulta da água que chega ao protoplasto, pressionando-o contra a parede celular que resiste à expansão. Células com pressãode turgor são ditas túrgidas e sem turgor são ditas fl ácidas. O Ψp pode ser positivo, como ocorre nas células túrgidas, podendo alcançar também valores negativos (tensão), o que ocorre nos vasos do xilema de plantas transpirando com importância no movimento da água a longas distâncias através da planta (KERBAUY, 2012). Potencial mátrico (Ψm): é devido a interação da água com as superfícies sólidas (partículas do solo e macromoléculas) e diminuem o Ψw. Geralmente é negativo, podendo ser zero em sistemas isentos de partículas coloidais. Seu valor é desprezível em células. O Ψm é importante nas relações hídricas de solos (KERBAUY, 2012). Potencial gravitacional (ψg): em nível celular é desprezível, se toma signifi cativo para movimentos de água em árvores altas (KERBAUY, 2012). Segundo Kerbauy (2012) em relação ao transporte de água em células vegetais, o potencial hídrico (Ψw) é infl uenciado com os seguintes componentes: Ψw = Ψπ + Ψp. 3- Relação hídrica no sistema solo- planta-atmosfera 3.1 Água no solo O conteúdo e a taxa de movimento de água no solo para as plantas dependem do tipo de solo e de sua estrutura. O solo é um sistema complexo constituído de três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida é constituída pelas frações mineral e orgânica. Em equilíbrio com a fase sólida, encontra-se a fase líquida do solo, constituída de uma solução aquosa diluída. A estrutura do solo afeta a porosidade e, consequentemente, a retenção da água e a aeração. Em solos de textura arenosa, os espaços entre partículas são grandes e a água tende a drenar facilmente entre eles, enquanto, nos solos de textura argilosa, os canais são estreitos e a água não drena facilmente. Este fenômeno é refl etido na capacidade de retenção de umidade ou capacidade de campo. 8Fisiologia Vegetal A capacidade de campo é o conteúdo de água do solo que permanece retido por capilaridade após o excesso de água ter sido drenado por gravidade, expressa em gramas de água por 100 mL de solo. O solo em capacidade de campo apresenta a máxima disponibilidade água para as plantas, sendo maior em solos argilosos em relação aos arenosos. O movimento de água no solo ocorre predominantemente por fl uxo em massa, ou seja, por diferença de pressão. O potencial de hídrico da solução do solo pode ser considerado tendo dois componentes, o potencial osmótico e o potencial de pressão. Na maioria dos solos, em razão de a fase líquida ser bastante diluída, o potencial osmótico é desprezível, exceto em solos salinos. O Ψw do solo é determinado, principalmente, pelo potencial de pressão. Para solos úmidos, o ψp encontra-se próximo a zero; no entanto, à medida que água é evaporada ou absorvida e não é reposta, o ψp diminui, reduzindo o ψw (KERBAUY, 2012). Absorção de água no solo pelas plantas ocorre se houver gradiente de ψw favorável, ou seja, o ψw do solo é maior que o ψw da raiz. Em solos muito secos, o Ψw pode se tornar igual ou inferior ao ψw da raiz, que, mesmo impedindo totalmente a perda de água pela transpiração, a planta não recupera a pressão de turgor. Esse nível é chamado de ponto de murcha permanente (PMP). O turgor só é recuperado se adicionar água ao solo. O PMP não é propriedade única do solo, mas também das plantas, em decorrência da variação do potencial hídrico entre as espécies (KERBAUY, 2012). 3.2 Absorção de água pelas raízes A maior parte da água que as plantas adquirem é absorvida através da zona pilífera das raízes. Após a água ter sido absorvida nos pelos ou células da epiderme das raízes, ela tem que se movimentar radialmente atravessando o córtex para chegar aos elementos do xilema. Da epiderme até a endoderme das raízes, a água pode seguir três rotas distintas: a via apoplasto, transmembrana e simplasto (Figura1.3). Figura 1.3 Movimento de água nas raízes via apoplasto, simplasto e transmembranar (TAIZ; ZEIGER, 2017). 9 Na via apoplasto, a água move-se continuamente na região das paredes celulares e nos espaços intercelulares até a endoderme. Na via simplasto, a água move-se de célula em célula, através dos plasmodesmos (Canais microscópicos delimitado por membrana, conectando células adjacentes através da parede celular). Na via transmembranar, a água move-se de célula em célula cruzando a membrana plasmática através da bicamada fosfolipídica ou canais. Na endoderme, o movimento de água através do apoplasto pode ser obstruído pelas estrias de Caspary, formadas pela deposição de substância hidrofóbica, conhecida como suberina. A entrada de água no cilindro central se dá, então, via simplasto ou pela via transmembrana. Após atravessar a endoderme, a água pode voltar a se mover na via apoplasto e daí chegar ao lúmen das células condutoras do xilema (elementos de vaso e traqueídeos). 3.3 Movimento ascendente de água no xilema O principal tecido condutor de água nas plantas é o xilema, responsável também pela condução de minerais e pela sustentação. As células condutoras do xilema (traqueídes e elementos de vaso) são células mortas com parede secundaria com estruturas especializada que possibilita o transporte de grande quantidade de água com alta eficiência. O movimento de água no xilema é um fluxo em massa gerado por um gradiente de potencial de pressão entre as extremidades do sistema condutor. Os fisiologistas de planta procuraram por muito tempo uma teoria que explicasse o movimento ascendente de água no xilema em árvores com mais de 100 metros de altura. Diferentes forças podem provocar movimento ascendente de água no xilema, como a pressão positiva da raiz e a capilaridade. Entretanto, a teoria mais amplamente aceita é a da coesão e tensão, descrita por Dixon, em 1914, que combina a transpiração com a força de coesão entre as moléculas de água para explicar a formação do gradiente de potencial de pressão. A teoria da Pressão positiva da raiz explica o transporte quando os potenciais hídricos do solo são altos e as taxas de transpiração são baixas e uma pressão hidrostática positiva se estabelece no xilema, porque as raízes continuam a absorver íons do solo e a transportá-los para o xilema, reduzindo o potencial hídrico e ocorre absorção de água, que, por sua vez, gera uma pressão hidrostática positiva no xilema. As plantas que desenvolvem pressão de raiz geralmente eliminam gotículas líquidas nas margens de suas folhas, por poros chamados de hidatódios, fenômeno conhecido como gutação (Figura 1.4). Figura 1.4 Gutação em uma folha Alchemilla vulgaris (RAVEN, 2007). A teoria da coesão e tensão fundamenta-se na existência de uma coluna contínua de água indo da ponta das raízes, passando pelo caule, até as células do mesofilo das folhas. É na superfície das paredes celulares das folhas que se desenvolve a pressão negativa que causa o movimento ascendente da seiva no xilema (RAVEN, 2007). De acordo com Kerbauy (2012), os fundamentos que explicam a teoria são: 1) A existência da coluna contínua de água indo da ponta das raízes até o mesófilo das folhas. 2) A transpiração nas células das folhas gera pressão negativa (tensão) que é transmitido através de toda a coluna de água até à raiz. Como resultado, a água é “arrastada” através da planta” das raízes até a superfície das células do mesofilo nas folhas. 3) A coesão entre as moléculas de água através das pontes de hidrogênio impede o rompimento da coluna de água pela tensão imposta. Apesar da coesão, a grande tensão que se desenvolve no xilema, pode ocorrer o processo de cavitação (formação de bolhas de ar no xilema), resultando na obstrução do xilema, interrompendo o transporte de água. 3.4 Transpiração As plantas absorvem e perdem água continuamente. A maior parte da água perdida pela planta evapora das folhas à medida que o CO2 necessário à fotossíntese é absorvido da atmosfera através dos estômatos. Essa perda de água na forma de vapor é conhecida como transpiração. De toda a água absorvida pelas plantas, cerca de95% é perdida pela transpiração, sendo o restante (ou menos) usado no metabolismo e crescimento. A transpiração está relacionada à anatomia da folha (Fig. 1.5). Somente cerca de 5% da perda de água da folha ocorre através da cutícula, que cobre a epiderme das folhas, funcionando como uma barreira bastante efetiva à saída de água, tanto líquida quanto na forma de vapor, o restante (95%) ocorre por difusão através dos poros dos estômatos. Figura 1.5 A estrutura da folha mostrando a presença da cutícula e de estômatos na superfície abaxial (TAIZ; ZEIGER, 2017). 10Fisiologia Vegetal Na transpiração estão envolvidas a evaporação da água das células para o espaço intercelular e para a atmosfera, através dos estômatos. O movimento vai depender do gradiente de pressão de vapor ou de concentração de vapor de água entre os espaços de ar da folha e o ar externo. Além disso, vai depender também das resistências (r) à difusão durante o percurso. A resistência pode ser dividida em resistências da própria folha (rf). sendo a principal a resistência dos poros estomáticos que pode estar aberto ou fechado e resistência devido à camada de ar sem turbulência na superfície da folha, a conhecida camada de ar limítrofe (ra). Assim, a taxa de transpiração (T), em mol m -2 s-1, é relacionada à diferença de concentração de vapor (mol m-3) e às resistências ao fl uxo de vapor (s m-1), pela seguinte equação: A taxa de transpiração pode ser infl uenciada pela umidade relativa do ar e temperatura por modifi car o gradiente de concentração de vapor de água entre a folha e a atmosfera. Outro fator que interfere na taxa de transpiração é o vento, que está diretamente relacionado com a resistência da camada de ar limítrofe (ra). A espessura da camada de ar limítrofe é infl uenciada pela velocidade do vento. Quando o ar que circunda a folha está parado, a espessura da camada de ar limítrofe pode aumentar, elevando a resistência e diminuindo a transpiração. A alta taxa de transpiração é o resultado inevitável da abertura dos estômatos para absorção de dióxido de carbono para a fotossíntese. A solução para as plantas é a regulação temporal da abertura estomática. É importante, o conhecimento das características dos estômatos e dos mecanismos de controle da abertura e fechamento. Os estômatos são compostos por duas células-guardas que delimitam uma fenda (ostíolo). A abertura e o fechamento da fenda estomática ocorrem por variação de turgescência das células-guardas sendo infl uenciada por luz, temperatura, potencial hídrico foliar e concentração intracelular de CO2. (Figura 1.6). A abertura dos estômatos ocorre por aumento na pressão de turgor em decorrência da absorção iônica de K+, Cl- e malato2- nas células guardas e o fechamento pela saída dos íons e consequentemente da água. Figura 1.6 Estrutura do estômato, (A) aberto após tratamento com luz e (B) fechado, após tratamento no escuro (TAIZ; ZEIGER, 2017). Além dos fatores ambientais, fatores intrínsecos também interferem na taxa de transpiração, como a espessura da cutícula, tamanho e forma das folhas, pilosidade, número e localização dos estômatos. A função da transpiração é debatida por estudiosos em fi siologia vegetal, com pontos de vista distintos. Um grupo entende que o processo transpiratório é um mal necessário e inevitável, já que é indispensável à manutenção dos estômatos abertos para permitir a entrada de CO2, fundamental para a fotossíntese. Já o outro grupo considera a transpiração benéfi ca às plantas porque causa o resfriamento das folhas, absorção e transporte de água e de íons para a parte aérea das plantas. Embora o resfriamento seja benéfi co, folhas sob sol pleno raramente são injuriadas por temperatura elevada quando a transpiração é reduzida por fechamento dos estômatos. A transpiração aumenta a velocidade do movimento da seiva no xilema, mas experimentos têm mostrado que é improvável que isso seja um requerimento essencial. A transpiração meramente aumenta a velocidade e quantidade de água em movimento até o alto de uma planta, mas não existem evidências de que essa maior taxa seja benéfi ca. Absorção e translocação de nutrientes são provavelmente aumentadas por taxa de transpiração elevada; todavia, muitas plantas se desenvolvem bem na sombra e em hábitats úmidos, onde a transpiração é baixa. Finalizamos nossa primeira aula e para fi car mais claro o entendimento de vocês, vamos recordar: Retomando a aula 1- Importância estrutura e propriedades da água A disponibilidade de água pode limitar tanto a distribuição da vegetação sobre a superfície terrestre quanto a produtividade agrícola. A água exerce função de sustentação, alongamento celular, atua como tampão térmico, como solvente ou substrato de importantes processos metabólicos. A água é formada por dois átomos de hidrogênio ligado a um oxigênio e suas moléculas apresentam propriedades de solvente, térmicas, de coesão e adesão. 2- Processos de transporte de água A água move-se do solo, através das plantas até a atmosfera os processos que governam o movimento da água, são fl uxo em massa e a difusão. As membranas celulares de todos os organismos são semipermeáveis e o movimento da água através da membrana semipermeável é chamado de osmose. O Potencial Hídrico corresponde a quantidade de energia livre associada com a capacidade da água realizar trabalho. O movimento de água ocorre a favor do gradiente de potencial hídrico no sistemas solo-planta-atmosfera. 11 Atividade prática como proposta de ensino: Como ocorre o transporte de água no corpo das plantas? Disponível em: http:/labtrop.ib.usp.br/lib/exe/fetch. php?media=projetos:restinga:restsul:divulga:apostila:ecologia_ na_restinga_atv2p64-73.pdf. Ensino prático sobre gutação. Disponível em: https:// ensinopraticodebotanica.furg.br/fisiologia.html. Vale a pena acessar EVERT, R. E.; EICHHORN, S. E. Raven Biologia Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. KERBAUY, G.B. Fisiologia Vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. TAIZ, L.; ZEIGER, E.; trad. SANTARÉM, E. R. et al. Fisiologia Vegetal. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. Vale a pena ler Vale a pena 3- Relação hídrica no sistema solo-planta-atmosfera A água é absorvida pelas raízes e transportada em direção a parte aérea através do xilema. O movimento de água no xilema é um fl uxo em massa gerado por um gradiente de potencial de pressão entre as extremidades do sistema condutor. A teoria mais amplamente aceita é a da coesão e tensão, descrita por Dixon, em 1914, que combina a transpiração com a força de coesão entre as moléculas de água para explicar a formação do gradiente de potencial de pressão. Finalizamos com a transpiração (perda de água nas plantas na forma de vapor) e os fatores ambientais que infl uenciam, assim como, as adaptações dos vegetais para evitar a perda de água. A transpiração é considerada um mal necessário, com a abertura da fenda estomática para a absorção de CO2 e ocorre a saída de água na forma de vapor. Minhas anotações
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