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Senar-GO_Bioinsumos_Apostila_M1

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Prévia do material em texto

BIOINSUMOS
20h/aula
Ficha técnica
2022. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS - 
SENAR GOIÁS
1ª EDIÇÃO – 2022
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui vio-
lação dos direitos autorais (Lei nº 9.610)
FOTOS
GettyImages
Shutterstock
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, n° 708, Ed. Faeg, 1° andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
Contato: (62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO
José Mário Schreiner
SUPERINTENDENTE DO SENAR GOIÁS
Dirceu Borges
DIRETOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR GOIÁS
Flávio Henrique Silva
GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR GOIÁS
Mara Lopes de Araújo Lima
Sumário
4Apresentação do curso
Aula 1 – O papel do microbioma no desenvolvimento e saúde das plantas ................................. 11
Aula 2 – A importância de um banco ativo de microrganismos......................................................... 15 
Aula 3 – O que são bioinsumos? Qual é a sua importância na visão do produtor?.................... 23
Aula 4 – Produção de bioinsumos dentro da fazenda, visão da indústria .................................... 28
Atividade de aprendizagem ......................................................................................................... 32
 106
Aula 1 – Programa Nacional de Bioinsumos .............................................................................................. 39 
Aula 1 – Uso de fungos e bactérias no controle de doenças de plantas ....................................... 66
Aula 1 – Uso de micorrizas e outros microrganismos na resistência de plantas a 
nematoides ........................................................................................................................................................... 92
Aula 1 – Promotores de crescimento de plantas utilizados no Cerrado brasileiro .................... 112
Aula 2 – Programa de Bioinsumos do Estado de Goiás ....................................................................... 48
Aula 2 – Agentes biológicos para a supressão de doenças de solo na produção de soja 
e feijão-comum .................................................................................................................................................... 75
Aula 2 – Uso de microrganismos no controle de insetos pragas .................................................... 99
Aula 2 – Como as plantas reagem à interação com os microrganismos ...................................... 122
Aula 3 – Inoculantes para a fixação biológica de nitrogênio no feijão-comum e na soja ...... 132
Atividade de aprendizagem ......................................................................................................... 60
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................ 87
Atividade de aprendizagem ...................................................................................................... 106
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................ 138
Encerramento ................................................................................................................................ 140
Aula 3 – Aspectos técnicos e legais da produção “on farm” ............................................................. 53
Módulo 1 – O que é microbioma e qual é sua relação com bioinsumos? 7
Módulo 2 – Conhecendo a legislação sobre bioinsumos no Brasil e em Goiás 35
Módulo 3 – Uso de bioinsumos no controle biológico de doenças de plantas 63
Módulo 4 – Uso de bioinsumos no controle biológico de nematoides e pragas 
de plantas
89
Módulo 5 – Uso de bioinsumos na promoção de crescimento de plantas 108
4
Apresentação 
do curso
Olá! É com alegria que desejamos as boas-vindas ao curso Bioinsumos!
Este curso foi especialmente preparado para você que quer compreender o que realmente 
são os bioinsumos e por que esse assunto é tão relevante na produção rural atualmente.
Aqui, nosso principal objetivo é apresentar os princípios básicos do uso de microrganismos 
multifuncionais na forma de bioinsumos, visando à produção sustentável de alimentos segu-
ros e utilizando a biodiversidade brasileira.
Ao concluir este curso, você vai ser capaz de: 
• identificar o que é um bioinsumo e 
quais tipos de microrganismos podem 
estar na sua composição;
• reconhecer quais são os benefícios de 
usar um bioinsumo;
• compreender os objetivos 
estratégicos do Programa Nacional de 
Bioinsumos e a legislação existente;
• descrever a visão do produtor e a da 
indústria quanto ao uso de bioinsumos.
O curso tem carga horária total de 20 horas e está dividido em 5 módulos. Dessa forma, 
você pode se organizar e fazer seus estudos com tranquilidade! 
Conheça o que será tratado em cada um dos módulos. 
5
Módulo 1
O que é microbioma e qual é sua 
relação com bioinsumos?
Módulo 3
Uso de bioinsumos no controle 
biológico de doenças de plantas 
Módulo 5
Uso de bioinsumos na promoção de crescimento de plantas
Módulo 4
Uso de bioinsumos no controle 
biológico de nematoides e 
pragas de plantas 
Módulo 2
Conhecendo a legislação sobre 
bioinsumos no Brasil e em Goiás
Aula 1: O papel do microbioma no 
desenvolvimento e na saúde das 
plantas
Aula 2: A importância de um banco 
ativo de microrganismos
Aula 3: O que são bioinsumos? 
Qual é sua importância na visão do 
produtor? 
Aula 4: Produção de bioinsumos 
dentro da fazenda, visão da indústria
Aula 1: Uso de fungos e bactérias no 
controle de doenças de plantas 
Aula 2: Agentes biológicos para a 
supressão de doenças de solo na 
produção de soja e feijão-comum
Aula 1: Promotores de crescimento de plantas utilizados no Cerrado brasileiro 
Aula 2: Como as plantas reagem à interação com os microrganismos
Aula 3: Inoculantes para a fixação biológica de nitrogênio no feijão-comum e soja
Aula 1: Uso de micorrizas e outros 
microrganismos na resistência de 
plantas a nematoides
Aula 2: Uso de microrganismos no 
controle de insetos pragas
Aula 1: Programa Nacional de 
Bioinsumos
Aula 2: Programa de Bioinsumos 
do Estado de Goiás
Aula 3: Aspectos técnicos e legais 
da produção on farm
6
Ao fim de cada módulo, você vai fazer uma atividade de aprendizagem. São questões de 
múltipla escolha com duas tentativas de acerto. Fique tranquilo, pois essas atividades fun-
cionam como um exercício e têm o objetivo de proporcionar um momento de reflexão sobre 
seu aprendizado, mas não deixe de aproveitar essa oportunidade de se autoavaliar!
Para concluir o curso, você deverá seguir algumas regras bem simples! Veja:
• navegar por todas as telas;
• realizar as atividades de aprendizagem;
• responder uma pesquisa de satisfação.
Vamos começar?
Agora que você já conhece o percurso e as informações necessárias, já pode começar sua 
jornada de aprendizado. Explore tudo o que temos disponível no curso e lembre-se: 
Sua capacidade de se disciplinar para estabelecer metas claras e depois 
trabalhar por elas todos os dias garantirá o seu sucesso mais do que 
qualquer outro fator. (Brian Tracy)
Siga em frente e bons estudos!
BIOINSUMOS
Módulo 1
O que é microbioma e qual é sua relação 
com bioinsumos?
8
Olá! Nossas boas-vindas ao Módulo 1 do curso!
Para compreender o que é microbioma e a sua relação com bioinsumos, que é o tema deste 
módulo, vamos começar dando um passo atrás na história.
O estudo de microrganismos foi impulsionado no século XVII pelo uso de microscópios ru-
dimentares. Mais de 300 anos depois, após o sequenciamento do genoma e do microbioma 
humano no início do século XXI, foram desenvolvidas técnicas moleculares que permitiram 
o sequenciamento em larga escala do DNA dos microrganismosassociados às plantas. 
Quer saber o que descobrimos com todos esses anos de estudo?
Percebemos que as plantas crescem em conjunto com milhares de microrganismos que vi-
vem sobre as raízes, caules e folhas e no interior dos tecidos vegetais. Neste curso, vamos 
entender a importância desses microrganismos para o desenvolvimento de maneira saudá-
vel das plantas. 
E que tal começarmos o módulo com um desafio?
Biodesafio
Leia as afirmações a seguir e escolha 
verdadeiro ou falso.
1. Bioinsumos são produtos à base de biodiesel.
Verdadeiro Falso
9
2. Bioinsumos são insumos sintéticos usados para o fortalecimento das plantas.
3. Bioinsumos são produtos compostos por organismo(s) vivo(s), ou elemento(s) 
de origem biológica, por exemplo, metabólitos de microrganismos benéficos, 
extratos de plantas ou óleos essenciais. Metabólitos são substâncias produzidas 
durante o metabolismo.
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Falso
1. A resposta correta é: falso. Os bioinsumos não são produtos à base de bio-
diesel. Apesar do nome semelhante, são propostas diferentes.
2. A resposta correta é: falso. Os bioinsumos não são produtos sintéticos. “Bio” 
é um termo de origem grega utilizado em palavras que tenham alguma relação 
com o ser vivo, ou seja, o oposto a sintético. 
3. A resposta correta é: verdadeiro. Bioinsumo ou insumo biológico é um pro-
duto composto por organismo(s) vivo(s) ou elemento(s) de origem biológica.
Confira aqui as respostas corretas!
Muito bem! Agora você já sabe que bioinsumos (também conhecidos como insumos bioló-
gicos) são produtos compostos por um ou mais organismos vivos ou elementos de origem 
biológica. Os bioinsumos ajudam na produção agrícola e na pecuária, aumentando a produ-
tividade das culturas. 
Partindo da definição do tema do módulo, vamos conferir o que você vai aprender no caminho?
10
Ao final dessas aulas, você deve ser capaz de conhecer os aspectos gerais dos microrganismos 
na agricultura como o microbioma, a importância dos bancos ativos de germoplasma de micror-
ganismos, o que são bioinsumos e os aspectos técnicos de sua produção.
Tudo pronto? Então, vamos começar!
Aula 1 - O papel do microbioma no 
desenvolvimento e saúde das plantas
Aula 2 - A importância de um banco ativo 
de microrganismos
Aula 3 - O que são bioinsumos? Qual é a 
sua importância na visão do produtor? 
Aula 4 - Produção de bioinsumos dentro da 
fazenda, visão da indústria
Atividade de aprendizagem
11
Nesta aula, você vai começar a compreender o conceito de microbioma, ressaltando sua im-
portância e função na manutenção da vida da planta hospedeira. Em outras palavras, você 
vai entender como uma planta depende dos microrganismos para crescer e se desenvolver 
de maneira saudável.
Acompanhe!
O conceito de microbioma 
e rizosfera
Para começar, é preciso ter claro o que significam os termos que vamos tratar nesta aula. 
Observe o infográfico a seguir.
Rizosfera é a região onde o solo e as raízes das plantas 
entram em contato. A quantidade e o tipo de microrganismos 
na raiz e à sua volta são muito maiores do que no solo livre.
Microbiota é o conjunto de microrganismos que habita um 
determinado ecossistema. Neste caso, são os microrganismos 
que vivem no solo ou em associação com as plantas. 
Microbioma é o conjunto de microrganismos (microbiota) 
mais o conjunto de seus genomas e metabólitos (substâncias 
produzidas durante o metabolismo) que desempenham 
diferentes funções em associação com um hospedeiro. 
1
1
2
23
3
O papel do
microbioma no 
desenvolvimento e
saúde das plantas
Aula 1
12
Saiba que microbioma não é exclusivo das raízes das plantas! Nos seres humanos, por 
exemplo, o conjunto de microrganismos que habita o intestino e que desempenha funções 
específicas nesse ecossistema é o microbioma intestinal, local onde os microrganismos são 
mais abundantes. Ou seja, tanto em pessoas quanto em plantas os microrganismos são mais 
abundantes justamente na região em que os hospedeiros absorvem nutrientes. 
As plantas liberam compostos na rizosfera que são usados como alimento pelos microrga-
nismos que ao crescerem junto à planta beneficiam o desenvolvimento do hospedeiro de 
diferentes formas. Assim, o microbioma da rizosfera desempenha um importante papel no 
desenvolvimento e na saúde das plantas.
As funções benéficas do 
microbioma na interação com 
a planta 
Você sabia que apenas um grama de solo na rizosfera pode conter até um bilhão de bac-
térias? Além delas, o microbioma da rizosfera hospeda uma enorme quantidade de outros 
organismos, como fungos, cercozoários, vírus, algas e nematoides.
Cultivando ideias
Ainda há muito a descobrir sobre a grande maioria dos membros da rizosfera! 
Atualmente, conhecemos muito bem alguns microrganismos bons e outros ruins 
(patógenos). 
Conheça um pouco mais sobre as funções benéficas desse microbioma.
Entre as funções desempenhadas pelo mi-
crobioma da rizosfera relacionadas ao cres-
cimento e ao desempenho da planta estão 
o impacto do microbioma na fisiologia e 
metabolismo.
13
Esse impacto proporciona o aumento da ca-
pacidade de aquisição de nutrientes, produ-
ção de aminoácidos, vitaminas e hormônios 
de crescimento, resultando em maior produ-
tividade das plantas.
Para a preservação da saúde da planta, o mi-
crobioma da rizosfera protege a planta anta-
gonizando patógenos, produzindo enzimas, 
antibióticos ou competindo por nutrientes e 
ainda modulando o sistema imune da planta, 
tornando-a resistente contra doenças.
De qualquer forma, ao estudarmos o papel do microbioma da rizosfera, encontramos 
microrganismos que estabelecem interações benéficas com a planta e realizam funções 
relacionadas ao crescimento, desempenho e manutenção da saúde do hospedeiro.
Quer aprofundar seus conhecimentos? Conheça os materiais complementares 
que foram cuidadosamente escolhidos para que você tenha a melhor experiência 
de aprendizagem!
14
Nesta aula, você aprendeu que o microbioma da rizosfera é constituído por uma imen-
sa complexidade de comunidades microbianas que em sua maioria contribuem para o 
desenvolvimento da planta. Na próxima aula, você vai descobrir a importância de um 
banco ativo de microrganismos na produção de bioinsumos. 
Continue seus estudos!
Aprofundando raízes
Quer saber mais sobre o assunto? Então clique aqui e leia o ar-
tigo O microbioma das plantas: o poder do exército invisível, 
do professor Rodrigo Mendes.
Aproveite e assista também a uma entrevista que fala sobre 
como as plantas utilizam bactérias para se proteger de doenças. 
Clique aqui e confira!
Clique aqui e aprofunde seus conhecimentos sobre microbiota!
https://www.comciencia.br/o-microbioma-das-plantas-o-poder-do-exercito-invisivel/
https://www.youtube.com/watch?v=wKXfhJlj3so
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fstringfixer.com%2Fpt%2FMicroflora&psig=AOvVaw2n6ZokDPH6mCXvXDOaZ0ZU&ust=1640266748390000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCMD6l_rF9_QCFQAAAAAdAAAAABAJ
15
A importância de
um banco ativo
de microrganismos
Aula 2
Você já sabe o que é um microbioma e por que ele é importante. Nesta aula, você vai apren-
der mais sobre os microrganismos que fazem parte desse ambiente, compreendendo os 
requisitos mínimos necessários para manutenção e organização de uma coleção oficial de 
microrganismos. 
Confira!
Coleção de Microrganismos da 
Embrapa
Antes de saber por que é importante manter um banco ativo de microrganismos, é preciso 
entender o que é isso. Em poucas palavras, trata-se de um lugar que conserva o material ge-
nético de diferentes microrganismos, ou seja, uma coleção de fungos ou bactérias mantidas 
viáveis e puras por longo período.
Um exemplo são as Coleções de Mi-
crorganismos da Embrapa, que repre-
sentam um verdadeiro manancial gené-
tico à disposição do uso como bioinsu-
mos. As coleções mantêm acervos que 
representam a diversidade biológica de 
diferentes grupos de microrganismos e 
servem como material para a pesquisa 
científica e tecnológica.16
Entre essas coleções, há a Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatogênicos, 
da Embrapa Arroz e Feijão, que é composta de:
• espécies com potencial para o controle biológico de pragas, 
doenças e insetos vetores de doenças; 
• indutores de resistência, fixadores de nitrogênio, decompositores 
de matéria orgânica, promotores de crescimento e antagonistas 
fitopatogênicos (seres capazes de causar doenças em diferentes culturas e 
que, por isso, podem ser usados em programas de melhoramento genético 
de plantas para seleção de variedades resistentes);
• produtores de enzimas de interesse industrial e de substâncias 
antibióticas. 
Palavra de Especialista
Acompanhe a transcrição da 
entrevista com duas pesquisadoras 
da Embrapa.
Quer entender melhor o que tudo isso significa? Que tal ouvir a 
explicação de um especialista no assunto? Então, leia o conteúdo 
a seguir ou acesse o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem 
(AVA) e assista em formato de vídeo! 
Conecte-se e desfrute desse material de um jeito mais dinâmico 
e interessante.
17
Anna Cristina:
Olá! Bem-vindo(a) ao “Palavra de Especialista”. Eu sou a doutora Anna Cristina, pesquisadora da Em-
brapa Arroz e Feijão na área de Fisiologia Vegetal, e vamos conversar com a doutora Adriane Wendland, 
que é pesquisadora especialista em Fitopatologia. Bom dia, doutora Adriane. Seja muito bem-vinda!
Adriane: 
Obrigada, doutora Anna! Para mim, é um prazer estar aqui. Obrigada pelo convite para poder falar a 
respeito da Coleção de Microrganismos Multifuncionais da Embrapa Arroz e Feijão.
Anna Cristina: 
Como curadora, doutora Adriane, da Coleção da Embrapa Arroz e Feijão, explica para a gente o que é 
e qual é a importância dessa coleção para a sociedade e para o produtor rural de um modo geral.
Adriane: 
Essa coleção iniciou na década de 1970, Anna, quando os pesquisadores começaram a fazer coleta em 
campo e trazer esses microrganismos para dentro da nossa área de pesquisa. Em 2008, ela foi oficiali-
zada, mapeada e inserida dentro de um sistema que a gente chama de AleloMicro, que é um banco de 
dados informatizado, em que toda a sociedade tem acesso on-line. Lá, nessa coleção, nós temos mais 
de 16.000 acessos, das mais diferentes funcionalidades. Nós temos bactérias, fungos, vírus, principal-
mente utilizados na área agrícola. 
Anna Cristina: 
Sabemos hoje que os microrganismos multifuncionais são extremamente importantes porque são tec-
nologias inovadoras, são soluções de inovação para o setor agropecuário brasileiro. É um tema muito 
relevante, porque implica o aumento da diversidade biológica dos agroecossistemas. Nesse sentido, 
doutora Adriane, como as pessoas têm acesso ao acervo de microrganismos multifuncionais da Em-
brapa Arroz e Feijão?
Adriane: 
Então, como eu falei, Anna, é o seguinte: as pessoas podem através do sistema AleloMicro consultar o 
material que elas têm interesse. Então, instituições das mais diversas, tanto públicas quanto privadas, 
universidades, empresas de um modo geral nos procuram e aí é feita uma recuperação desse acesso, 
desses isolados, da coleção. Então, nós vamos lá no mapa, buscamos onde ele se localiza, fazemos a 
recuperação dele, testamos a viabilidade para ver se ele está com todas as condições de pureza e de 
crescimento adequadas e preparamos todo o processo jurídico, onde o processo de transferência des-
se material é feito através do Diário Oficial, para que toda a rastreabilidade do que vai ser feito com 
ele seja registrada. Então, a gente faz esse intercâmbio e envia o material pelo correio. 
Anna Cristina: 
Como vocês podem perceber, essa prospecção e a identificação dos microrganismos benéficos são ex-
tremamente cruciais para o desenvolvimento do setor agrícola. 
Bom, agora vamos para a prática. Como tudo isso tem a ver com o campo? Como o produtor rural 
pode se beneficiar dessa coleção de microrganismos?
18
Adriane: 
O produtor rural se beneficia de várias maneiras. Não só o produtor, como a sociedade, o consumidor 
e o meio ambiente se beneficiam, uma vez que a multifuncionalidade desses acessos da coleção pro-
picia através da bioprospecção e da pesquisa a utilização dos microrganismos no controle biológico 
de doenças e pragas, na fixação biológica de nitrogênio, na solubilização de fosfato. Nós temos lá 
também microrganismos usados na indução de resistência a pragas e doenças, entomopatogênicos, 
ou seja, uma série de funções que esses microrganismos exercem, onde a aplicação deles no campo 
reduz drasticamente o uso de agrotóxicos, então, reduzindo a poluição ambiental, bem como reduzindo 
os custos, uma vez que a aplicação deles é muito menor do que a aplicação de fertilizantes químicos. 
Anna Cristina: 
Muito obrigada, Adriane, pelo esclarecimento de todos esses pontos. É um trabalho belíssimo que 
você e a Embrapa de um modo geral fazem e gostaria muito de agradecer sua participação aqui hoje! 
Vamos conhecer um pouco mais sobre como é feito o cadastro no banco de microrganismos?
Banco de dados on-line AleloMicro
O cadastro dos microrganismos é feito no sistema AleloMicro, que contém os dados de pas-
saporte dos isolados registrados e documentados. 
Esse sistema está operando desde 2013 e conta com um banco de dados centralizado, sen-
do que uma parte das informações é disponibilizada para acesso externo. A alimentação e 
a manutenção das bases de dados são feitas de forma descentralizada pelos curadores das 
coleções e outros profissionais responsáveis pela sua manutenção.
+ Bio
Todas as coleções oficiais de microrganismos estão organizadas 
segundo as normas vigentes de Curadoria da Embrapa e avaliadas 
anualmente pelos dados inseridos no AleloMicro.
19
As ações integradas do Sistema de Qualidade promovem a valoração do material genético 
conservado, por meio de pesquisas sobre caracterização e avaliação dos microrganismos 
para uso na agricultura sustentável.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre um banco ativo de microrganismos, que 
tal um desafio?
As atividades do projeto contemplam:
• ações relacionadas à qualidade da conservação dos recursos genéticos microbianos 
específicos de cada coleção; 
• questões voltadas à coleta, à bioprospecção e ao acesso ao patrimônio genético 
da microbiota, devidamente cadastrados no SisGen (Sistema Nacional de Gestão do 
Patrimônio Genético e dos Conhecimentos Tradicionais Associados); 
• gerenciamento do intercâmbio de linhagens entre as unidades da Embrapa, 
universidades e outras instituições de pesquisa; e 
• cadastro dos microrganismos no sistema do AleloMicro.
20
Biodesafio
Leia as afirmações a seguir e escolha 
verdadeiro ou falso.
1. A conservação de microrganismos numa coleção ou banco ativo contribui para 
a produção de bioinsumos porque o acesso e o intercâmbio desses dados ajudam 
na propagação de pragas na produção agrícola.
2. A conservação de microrganismos numa coleção ou banco ativo contribui para 
a produção de bioinsumos, porque traz o registro de todas as características re-
lacionadas aos microrganismos organizadas e de fácil acesso na internet para fins 
de registro do produto.
3. A conservação de microrganismos numa coleção ou banco ativo contribui para 
a produção de bioinsumos, pois prejudicam a integridade e a viabilidade dos mi-
crorganismos, a fim de que possam ser multiplicados em culturas com caracterís-
ticas sempre idênticas à original.
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Falso
Falso
21
Muito bem! Agora você já sabe um pouco mais sobre os benefícios que os produtores rurais 
e até mesmo a indústria podem adquirir com as pesquisas organizadas nos bancos ativos de 
microrganismos, como a Coleção de Microrganismos da Embrapa.
Quer aprofundar seus conhecimentos? Conheça os materiais complementares que foram 
cuidadosamente escolhidos para que você tenha a melhor experiência de aprendizagem!
1. A resposta correta é: falso. A conservação de microrganismos numa coleção 
ou banco ativo a longo prazo pode contribuirpara a produção de bioinsumos ao 
setor agropecuário, pois permite que o acesso aos dados de passaporte desses 
microrganismos promova o intercâmbio e o acesso aos microrganismos, intensi-
ficando as pesquisas nesse setor.
2. A resposta correta é: verdadeiro. As coleções ou bancos ativos ajudam a 
produção de bioinsumos, porque trazem o registro de todas as características 
relacionadas aos microrganismos de forma organizada e de fácil acesso na in-
ternet para fins de registro do produto no MAPA (Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento).
3. A resposta correta é: falso. A conservação de microrganismos numa coleção 
ou banco ativo a longo prazo pode contribuir para a produção de bioinsumos 
ao setor agropecuário, pois ajudam a manter a integridade e a viabilidade dos 
microrganismos, a fim de que possam ser multiplicados em culturas com carac-
terísticas sempre idênticas à original.
Confira aqui as respostas corretas!
22
Nesta aula, você pôde compreender a importância das Coleções de Microrganismos da Em-
brapa, um grande banco de dados que representa a diversidade biológica de diferentes gru-
pos de plantas, animais e microrganismos disponíveis para pesquisa científica.
Na próxima aula, você vai aprender o conceito e a importância de bioinsumos, bem como 
terá contato com a opinião do produtor que utiliza bioinsumos na sua propriedade rural. 
Não deixe de conferir!
Aprofundando raízes
Clique aqui e saiba mais sobre as coleções da Embrapa Recur-
sos Genéticos e Biotecnologia. 
Que tal ler um artigo científico sobre a análise da viabilidade 
dos isolados da Coleção de Microrganismos Multifuncionais da 
Embrapa Arroz e Feijão? Clique aqui e confira o material dispo-
nível no repositório Alice (Acesso Livre à Informação Científica 
da Embrapa).
Clique aqui e conheça o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e dos Conhe-
cimentos Tradicionais Associados. 
https://www.embrapa.br/recursos-geneticos-e-biotecnologia/pesquisa-e-desenvolvimento/colecoes
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1122576
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/patrimonio-genetico/sisgen
23
Nas aulas anteriores, você aprendeu sobre o ambiente das raízes das plantas (rizosfera) e 
todo seu microbioma (microrganismos que desempenham diferentes funções). Também 
aprendeu sobre as pesquisas que estudam esses microrganismos e os colecionam, classifi-
cando de acordo com uma função. 
Todo esse conhecimento servirá como base para esta aula, na qual vamos adentrar no mun-
do dos bioinsumos! Você vai aprender o conceito e a importância de bioinsumos, bem como 
terá contato com a opinião do produtor que utiliza bioinsumos na sua propriedade rural. 
Acompanhe!
Conceito de bioinsumos
Quando pensamos em microrganismos, geralmente a primeira ideia que nos vêm à mente são 
os microrganismos maléficos, como os que causam viroses, infecções e outras doenças. No 
entanto, existem também microrganismos benéficos, que são utilizados em diversas áreas. E 
é sobre estes que vamos falar agora.
Os microrganismos benéficos (que podem ser fungos, bactérias e vírus) são veiculados pelo 
solo ou pelo ar, e colonizam as raízes e a parte aérea das plantas como oportunistas simbion-
tes (não prejudicam as plantas) e não patogênicos às plantas
Aula 3
O que são
bioinsumos? Qual 
é a sua importância
na visão do produtor?
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Quando esses microrganismos são isolados, identificados e determinam a sua função bioló-
gica dentro da planta, podem fornecer benefícios importantes para a agricultura sustentável, 
como:
• proteção das culturas contra doenças; e/ou
• aumento do rendimento das culturas em condições de campo.
Depoimento de um agricultor
Agora que você já sabe quais são as funções de um bioinsumo, deve estar curioso para saber 
como é na prática, certo?
+ Bio
O modo de ação de um bioinsumo pode ser sobre as 
plantas (biofertilizantes e bioestimulantes), ou sobre 
os organismos-alvos (insetos, pragas ou patógenos de 
plantas e animais, ou ainda plantas daninhas).
• Fungos: seres vivos macroscópicos 
(como o cogumelo) e microscópicos, corpo 
constituído por filamentos multicelulares e 
alimentam-se por absorção dos nutrientes. 
• Bactérias: seres vivos microscópicos 
unicelulares que também se alimentam por 
absorção de nutrientes do organismo que 
estiverem inseridas.
• Vírus: pequenos seres parasitas 
formados por uma cápsula proteica que 
podem infectar organismos vivos.
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Para começar, saiba que o uso de insumos biológicos na propriedade rural deve ser adaptado 
de acordo com as características culturais e econômicas do produtor rural, bem como das 
condições de solo e clima da propriedade. Dessa forma, o uso de bioinsumos está aliado a sis-
temas de produção que respeitam os valores do desenvolvimento sustentável.
Cultivando ideias
Que tal conhecer a história de um agricultor que adotou o uso de bioinsumos na 
sua propriedade? 
Um exemplo interessante e motivador é o 
relatado por Valdecir Sovernigo, proprietá-
rio da fazenda Condor, situada no município 
de Jataí desde 1982. 
Sua primeira experiência com o uso de mi-
crorganismos benéficos foi com o tratamen-
to de sementes de soja, milho e feijão-co-
mum com bioinsumos.
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Seu objetivo era diminuir as perdas na pro-
dutividade causadas por doenças nas raízes 
causadas por fungos, bactérias e nematoi-
des (vermes que habitam o solo).
Depois dessa experiência, Valdecir verificou 
que existiam muitas bactérias benéficas 
para o controle de diversas doenças e inse-
tos pragas das culturas agrícolas. 
Hoje, ele é produtor de seu próprio bioinsu-
mo, utilizando microrganismos não só para 
o controle de doenças, mas também como 
solubilizadores de nutrientes e produtores 
de hormônios, bem como na fixação bioló-
gica de nitrogênio. 
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Em resumo, o agricultor relata que a adoção 
dos bioinsumos na propriedade proporcio-
nou o menor uso de defensivos sintéticos. 
Quer aprofundar seus conhecimentos? Conheça os materiais complementares que foram 
cuidadosamente escolhidos para que você tenha a melhor experiência de aprendizagem!
Nesta aula, você aprendeu que bioinsumos são produtos compostos de microrganismos bené-
ficos com o objetivo de fornecer benefícios importantes para a agricultura sustentável, como a 
proteção das plantas contra doenças e/ou proporcionar aumento do rendimento das culturas. 
Na próxima aula, você vai conhecer os aspectos gerais e os requisitos mínimos para a implan-
tação de uma fábrica de bioinsumos a nível de propriedade rural, de maneira profissional, 
com o foco na segurança dos processos e produtos. 
Continue seus estudos!
Aprofundando raízes
Quer saber mais sobre o conceito de bioinsumos? Então, clique 
aqui e leia a matéria da CropLife Brasil.
Que tal conferir o aplicativo Bioinsumos desenvolvido pela Em-
brapa? Clique nos links a seguir e aproveite! 
Google Play/Play Store e App Store
Clique aqui e ouça a entrevista da professora Leila Garcês sobre sua pesquisa e o uso de mi-
crorganismos na agricultura.
https://croplifebrasil.org/conceitos/bioinsumos-nova-aposta-da-agropecuaria/ 
https://croplifebrasil.org/conceitos/bioinsumos-nova-aposta-da-agropecuaria/ 
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.bioinsumos
https://apps.apple.com/br/app/aplicativo-bioinsumos/id1511601228
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.radio.ufg.br%2Fn%2F108428-o-uso-de-micro-organismos-beneficos-na-agricultura&psig=AOvVaw0IIeY2Jlj3RrEIAwjvpQjZ&ust=1640266592114000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCLCw5ajF9_QCFQAAAAAdAAAAABAP
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Na aula anterior, você teve contato com a visão de um produtor rural sobre a utilização e 
produção de bioinsumos. Nesta aula, você vai conhecer os aspectos gerais e os requisitos 
mínimos para a implantação de uma fábrica de bioinsumos a nível de propriedade rural, de 
maneira profissional, com o foco na segurança dos processos e produtos. 
Vamos lá?
Produção de bioinsumos dentro 
da fazenda
A produção de bioinsumos realizada pelo produtorrural é amparada por lei e apresenta 
inúmeras vantagens. Entretanto, deve ser realizada de maneira criteriosa por profissionais 
treinados, seguindo procedimentos claramente definidos, desde a aquisição da matéria-pri-
ma, passando pela produção, pelo controle de qualidade e, finalmente, pela estocagem do 
produto final. 
O primeiro passo para produzir um bioin-
sumo de qualidade é a utilização de micror-
ganismos que apresentem sua identificação 
inequívoca e cuja eficácia já tenha sido 
previamente comprovada, normalmente 
adquiridas de centros de pesquisa, como a 
Embrapa ou o Instituto Biológico.
Aula 4
Produção
de bioinsumos
dentro da fazenda, 
visão da indústria
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Quer saber mais sobre os passos seguintes, além de conhecer 
o interior de uma biofábrica? Então, leia o conteúdo a seguir ou 
acesse o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e assista 
em formato de vídeo! 
Conecte-se e desfrute desse material de um jeito mais dinâmico 
e interessante.
A unidade de produção de bioinsumos deve ser estruturada em alguns ambientes 
individualizados. São eles: 
• recepção e armazenamento dos insumos; 
• planta de produção; 
• laboratório para produção de inóculo (microrganismo) e 
controle de qualidade; e 
• estoque do bioinsumo. 
A estrutura física deve ser composta preferencialmente por parede e pisos que per-
mitam a fácil limpeza. Além disso, deve ser climatizada, permitindo controlar melhor 
os processos e manter a qualidade da matéria-prima e dos bioinsumos. 
Recepção e armazenamento
Esta área precisa ser foco de muita atenção. Falando em matéria-prima, ela deve ser 
adquirida de fornecedores que garantam a sua especificação, respeitando a exigên-
cia nutricional intrínseca para a espécie microbiana que será produzida.
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Produção
O fermentador, principal equipamento do processo, deve ser construído com estru-
tura interna em aço inox ou outro componente que permita a desinfeção/esteriliza-
ção antes e após a sua utilização, por meio de calor úmido sob pressão, além do uso 
de agentes químicos. 
Esse equipamento deve apresentar sensores de pH e de teor de oxigênio dissolvido, 
acoplados a um sistema automático para a correção ou manutenção desses parâme-
tros ao longo do processo, garantindo as necessidades específicas de produção. 
No caso da produção de fungos, deverá ser utilizado um equipamento de esterili-
zação chamado autoclave para a matéria-prima (arroz normalmente) que servirá de 
substrato para o seu crescimento e esporulação. Nesse caso, uma câmara para fermen-
tação deverá manter a umidade e temperatura controladas durante o processo. 
Laboratório
O laboratório de apoio e controle de qualidade deve estar em uma área separada do 
setor de produção e estoque. Esse laboratório deve apresentar estrutura e equipa-
mentos que permitam a realização de análises microbiológicas e biológicas do produto 
final, além da inspeção das matérias-primas. Essa mesma área deverá ser utilizada para 
produção do pré-inóculo e inóculo inicial, já que são etapas sensíveis para o sucesso da 
produção do bioinsumo com qualidade e sem contaminações. 
O laboratório deverá apresentar: câmara de fluxo laminar, incubadoras/estufas, agita-
dor orbital com temperatura controlada (crescimento do pré-inóculo), um biorreator/
fermentador de bancada, banho-maria, microscópio óptico (contraste de fase), contador 
de colônias, espectrofotômetro-visível, medidor de pH, contador de colônias, agitador de 
tubos tipo vortex, autoclave, purificador de água, além de vidrarias e meios cultivo. Final-
mente, é recomendável que a biofábrica estabeleça algum sistema de garantia da qualida-
de, como as Boas Práticas de Fabricação (BPFs). 
Estoque
O cuidado com o estoque também é imprescindível, pois o produto armazenado incor-
retamente pode colocar todo o cuidado com o processo a perder. O ambiente deve ser 
adequado e o manejo deve ser feito cuidadosamente, até o momento do uso.
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A produção de bioinsumos eficientes e seguros na fazenda é altamente viável, mas para isso é 
de fundamental importância o investimento em treinamento e estrutura adequados. O conhe-
cimento do microrganismo, de protocolos de produção bem estabelecidos e a adoção de um 
sistema de garantia da qualidade do processo de produção são peças-chave para o sucesso.
Estamos encerrando este módulo. Abordamos tantos conteúdos importantes que vale a pena 
revisá-los!
Antes de passar para o próximo módulo, você precisa responder algumas atividades de 
aprendizagem disponíveis em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! Mas, se quiser 
se preparar para esse momento, que tal dar uma espiadinha nas questões?
Sintetizando
conhecimento
O Módulo 1, O que é microbioma e qual é 
sua relação com bioinsumos?, teve como 
objetivo apresentar alguns aspectos gerais dos 
microrganismos na agricultura.
Na primeira aula, você aprendeu o que é rizosfera e 
sobre a importância desse microbioma para a saúde 
das plantas. 
Na segunda aula, você pôde conhecer o que é um banco de microrganismos, 
com foco na Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatogênicos da 
Embrapa Arroz e Feijão. Também conheceu o sistema de informação AleloMicro.
Na terceira aula, você aprofundou seus conhecimentos sobre bioinsumos, 
além de conhecer um produtor rural que adotou os insumos biológicos em sua 
propriedade.
Por fim, na quarta aula, você teve uma visão sobre como é a produção de 
bioinsumos, incluindo os equipamentos necessários para a implantação de uma 
indústria de bioinsumos a nível de propriedade rural.
Muito bem! Continue seus estudos!
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Atividade de 
aprendizagem
1. Neste módulo, você aprendeu que microbiota é o conjunto de microrganismos 
que habita um determinado ecossistema, enquanto microbioma é o conjunto de 
microbiota mais o conjunto de seus genomas e metabólitos. Entender esses con-
ceitos é importante para que você possa reconhecer as funções benéficas que 
o microbioma da rizosfera fornece à planta hospedeira. Das alternativas abaixo, 
apenas uma não apresenta um desses benefícios. Qual seria ela?
a) ( ) Modulação do sistema de defesa da planta e proteção contra doenças.
b) ( ) Promoção do crescimento e do desenvolvimento por meio da 
produção de aminoácidos, vitaminas e hormônios.
c) ( ) Ajuda na disponibilidade e aquisição de nutrientes pela planta 
hospedeira.
d) ( ) Indução de agentes fitopatogênicos, capazes de causar doenças nas 
plantas.
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c) ( ) Adoção de um sistema de garantia da qualidade, que garantirá as espe-
cificações do bioinsumo e, consequentemente, a sua eficiência.
d) ( ) A produção pode ser feita ao ar livre ou em um único ambiente inter-
no, para que se acompanhem todas as etapas juntas.
a) ( ) O trabalho é aprendido no dia a dia, portanto, o pessoal não precisa ser 
treinado.
b) ( ) Protocolos de produção/controle de qualidade são estabelecidos ape-
nas ao final da produção.
2. Neste tópico, você viu um pouco mais sobre a implantação de uma indústria 
para a produção de bioinsumos na fazenda. Mas, além de uma estrutura física 
adequada, precisamos de outros elementos. Assinale a alternativa que apresenta 
o ponto-chave relacionado à produção de bioinsumo na fazenda.
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