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Gesp.010.02 Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Instituto Politécnico da Guarda R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O FÁBIO DANIEL GOMES OLIVEIRA RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM COMUNICAÇÃO MULTIMÉDIA dezembro/2013 - i - Ficha de identificação Discente Fábio Daniel Gomes Oliveira 5007278 Comunicação Multimédia Orientadora Maria de Fátima Bartolomeu Gonçalves Supervisor Dr. Alberto Bulhosa Entidade Bulhosas [IRMÃOS], S.A. Av. 1º de Maio – Z.I das Travessas Apartado 52 3701 - 909 São João da Madeira Telefone: 256 200 600 Fax: 256 200 609 Email: mail@bulhosas.com Duração do Estágio 2 de setembro a 29 de novembro 2013 - ii - Agradecimentos Os meus agradecimentos são dirigidos a todos aqueles que ao longo destes últimos três anos tornaram possível a concretização de mais uma etapa importantíssima da minha vida. Um muito obrigado pelo apoio, incentivo e confiança que depositaram em mim dando força e coragem para completar esta jornada e sobretudo por me preencherem de muitas e boas recordações. Ao Instituto Politécnico da Guarda, à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, à Prof.ª Fátima Gonçalves, a todos os Professores de Comunicação Multimédia, à Bulhosas, aos meus pais, à minha namorada, à minha família, aos meus amigos. - iii - “Sem ambição, nada se começa. Sem esforço, nada se completa.” Ralph Waldo Emerson1 1 Frases e Provérbios. Consultado em 10/dez, 2013, em http://www.fraseseproverbios.com/ - iv - Resumo O presente relatório de estágio abrange uma apresentação da empresa, Bulhosas [IRMÃOS], S.A. e descreve as atividades realizadas ao longo do estágio curricular da Licenciatura em Comunicação Multimédia. Atividades essas definidas pela empresa e também propostas por mim, que após a sua conclusão, revelaram-se úteis e funcionais para a empresa. No âmbito da Multimédia, elaborei um catálogo digital compatível com dispositivos móveis. No âmbito do Design Gráfico, produzi três roll-ups da empresa, um calendário 2014/2015 e um postal de natal. Organizei contactos de potenciais clientes numa base de dados para posterior utilização dos mesmos. Tive também a oportunidade de receber formação em outras áreas como tipografia, flexografia e serigrafia. Por fim, é analisado o percurso do estágio e feita uma reflexão pessoal da experiência. Palavras-chave multimédia, design gráfico, empresa, comunicação, formação - v - Índice Geral FICHA DE IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................. I AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... II ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................... VII ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................................................... VII INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1 1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ......................................................................... 4 1.1. HISTÓRIA ......................................................................................................................................... 4 1.2. MISSÃO ............................................................................................................................................ 5 1.3. LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................................. 5 1.4. ESTRUTURA ORGÂNICA ................................................................................................................. 6 1.5. MERCADO E PÚBLICO-‐ALVO ......................................................................................................... 8 1.6. IMAGEM CORPORATIVA ................................................................................................................. 8 1.7. PRODUÇÃO GRÁFICA ................................................................................................. 11 1.8. PROCESSOS DE IMPRESSÃO ..................................................................................... 12 1.8.1. TIPOGRAFIA ............................................................................................................................... 12 1.8.2. FLEXOGRAFIA ............................................................................................................................ 12 1.8.3. ROTOGRAVURA ......................................................................................................................... 13 1.8.4. LITOGRAFIA ............................................................................................................................... 14 OFFSET COM MOLHA E SEM MOLHA .................................................................................................. 14 1.8.5. SERIGRAFIA ............................................................................................................................... 15 1.8.6. TERMOGRAFIA .......................................................................................................................... 15 1.8.7. IMPRESSÃO DIGITAL ................................................................................................................ 16 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 18 3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 18 4. COMUNICAÇÃO ................................................................................................................ 19 4.1. COMUNICAÇÃO VISUAL ................................................................................................................ 19 - vi - 5. DESIGN ............................................................................................................................... 20 5.1. DESIGN GRÁFICO ......................................................................................................... 21 5.1.1. ROLL-‐UP 1 .................................................................................................................................. 21 5.1.2. ROLL-‐UP 2 .................................................................................................................................. 23 5.1.3. ROLL-‐UP 3 ................................................................................................................................. 24 5.1.4. CALENDÁRIO ............................................................................................................................. 26 5.1.5. POSTAL DE NATAL ................................................................................................................... 27 5.2. DESIGN EDITORIAL .................................................................................................... 28 5.2.1. CATÁLOGO DIGITAL PARADISPOSITIVOS MÓVEIS .............................................................. 30 5.2.2. CATÁLOGO DIGITAL ................................................................................................................. 33 5.2.3. OUTRAS ATIVIDADES ............................................................................................................... 34 REFLEXÃO FINAL ................................................................................................................. 35 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 36 ANEXOS .................................................................................................................................. 38 - vii - Índice de Figuras FIGURE 1 -‐ LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA. ................................................................................................................ 6 FIGURE 2 -‐ ORGANOGRAMA DA BULHOSAS [IRMÃOS], S.A. ............................................................................. 7 FIGURE 3 -‐ PRIMEIRA IDENTIDADE GRÁFICA DA EMPRESA. ................................................................................ 9 FIGURE 4 -‐ IDENTIDADE GRÁFICA ATUAL DA EMPRESA. .................................................................................... 10 FIGURA 5 -‐ ESQUEMA REPRESENTATIVO DAS ÁREAS DO DESIGN. .................................................................... 20 FIGURE 6 -‐ ROLL-‐UP 1. ............................................................................................................................................ 22 FIGURE 7 -‐ APLICAÇÃO DO VERNIZ. ....................................................................................................................... 22 FIGURE 8 -‐ ROLL-‐UP 2. ............................................................................................................................................ 23 FIGURE 9 -‐ ROLL-‐UP 3. ............................................................................................................................................ 24 FIGURE 10 -‐ ESQUEMA PARA AUXÍLIO NA PRODUÇÃO. ....................................................................................... 25 FIGURE 11 -‐ MÊS DE AGOSTO. ............................................................................................................................... 26 FIGURE 12 -‐ CAPA DO MÊS DE AGOSTO. ................................................................................................................ 26 FIGURE 13 -‐ MENSAGEM DO POSTAL DE NATAL. ................................................................................................ 27 FIGURE 14 -‐ EXTERIOR DO POSTAL DE NATAL. ................................................................................................... 28 FIGURE 15 -‐ APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS. .................................................................................................... 31 FIGURE 16 -‐ ÍNDICE DO CATÁLOGO DIGITAL. ....................................................................................................... 32 FIGURE 17 -‐ EFEITO PAGE CURL ........................................................................................................................... 34 Índice de Tabelas TABELA 1 -‐ COMPARAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES MEIOS EDITORIAIS. .......................................................... 29 - 1 - Introdução O presente relatório tem a finalidade de apresentar as atividades desenvolvidas ao longo do estágio, integrado no plano curricular do curso de Comunicação Multimédia, iniciado em outubro de 2010, no Instituto Politécnico da Guarda. O estágio curricular é uma excelente oportunidade para conjugar a teoria com a prática e assim ter uma experiência muito enriquecedora, uma vez que nos coloca em contexto real de trabalho. A escolha da empresa Bulhosas [IRMÃOS], S.A. deveu-se ao conhecimento que tinha sobre a grandiosidade da mesma e da sua história ao longo dos últimos 78 anos. Apesar de ser estagiário, considerei-me parte integrante da empresa, pois foi-me sempre transmitida confiança nos trabalhos que vinha a desempenhar. Isto permitiu uma rápida adaptação e fácil comunicação com os membros da empresa. Estes trabalhos foram ao encontro do que se definiu no Plano de Estágio (Anexo 1) e que essencialmente se centraram no desenvolvimento de conteúdos na área da multimédia e do design gráfico. Neste relatório, apresenta-se no primeiro capítulo a história e a gestão da Bulhosas [IRMÃOS] S.A., assim como, a sua missão, o público-alvo, a imagem corporativa. Ainda neste capítulo é feita uma breve abordagem aos conceitos de produção gráfica e às técnicas dos processos de impressão. O segundo capítulo deste relatório apresenta as tarefas realizadas ao longo do período de estágio como mini projetos, em que antes de descrever as atividades é feita uma pequena abordagem à tipologia do trabalho. Ou seja, é feita uma pequena contextualização do que é comunicação e comunicação visual antes de falar de temas como o design, design gráfico e design editorial. Dentro do tema do design gráfico e design editorial são apresentadas todas as tarefas realizadas por mim nesse âmbito. Por fim, apresenta-se uma reflexão do percurso efetuado ao longo do curso, assim como dos benefícios em realizar um estágio curricular. - 2 - Para a realização deste relatório foi necessário efetuar pesquisas e filtrar informações especificas que fossem de encontro aos temas pretendidos. Pesquisa em sites e consultas bibliográficas foram essenciais para fundamentar assuntos com os devidos autores, reconhecidos nas áreas tratadas. Capítulo I - 4 - No presente capítulo é feita uma breve apresentação e caracterização da instituição que me acolheu na realização do estágio curricular. Apresenta-se a sua história, missão, localização, estrutura orgânica, mercado, público-alvo e imagem corporativa. Ainda neste capítulo é feita uma abordagem à produção gráfica e aos processos de impressão. 1. Caracterização da instituição 1.1. História A Bulhosas completou no ano transato de 2013, 78 anos de existência sob a gestão da mesma família (Bulhosa, 2013). O mentor da ideia foi Alberto Rodrigues Bulhosa que no ano de 1935 investiu numa atividade voltada para o fornecimento de artigos aos sectores de calçado e da chapelaria. Sectores estes que estavam em alta na cidade de São João da Madeira, principalmente a chapelaria. Perante a situação, Alberto Rodrigues Bulhosa instala no quintal de sua casa uma oficina e inicia a atividade na impressão nos forros e nas tiras dos chapéus, assim como nas palmilhas para os sapatos. A empresa progrediu muito bem mas no ano de 1948 a mesma viu partir o seu fundador, ficando a esposa de Alberto Bulhosa e os seus filhos Sílvio e Joaquim responsáveis pela liderança da empresa. Mais tarde os dois irmãos apostaram no ramo das etiquetas visto que só existia uma identidade no país a fazer esse tipo de trabalho e por esse motivo havia possibilidades de progressão. A aposta foi ganha pois decorria o ano de 1950 quando tiveram um enorme leque de encomendas obrigandoos irmãos a construir outro edifício também num terreno de família e a contratar pessoas. Posteriormente a irmã mais nova de Sílvio e Joaquim integra a empresa na área da contabilidade. Em 1972, a empresa passa a ter a designação de “Bulhosas (Irmãos), Lda.” contando com a mãe Emília e os três filhos como titulares. É também na década de setenta que a empresa consolida a sua posição no mercado com a implementação da secção de plásticos para a produção de cabides, fruto - 5 - da evolução do sector têxtil. Abrangia-se um nicho de mercado, visto que a maioria dos cabides eram importados. Nesta mesma década dá-se novamente a mudança para a nova e atual instalação, também na cidade de São João da Madeira. Em 1992, os sócios decidem autonomizar-se, ficando a Bulhosas a contar como sócios, com Sílvio e os seus filhos, Alberto, Sílvio e Ana Paula. Em 1998, a empresa passa a sociedade anónima, sendo detida após o falecimento de Sílvio ocorrido a 22 de Maio de 2002, pela viúva Laurinda e pelos dois filhos Alberto e Sílvio, aos quais a irmã cedeu a sua posição, sendo esta a estrutura atual. 1.2. Missão A empresa Bulhosas [IRMÃOS], S.A. tem a sua missão e objetivos bem definidos e que passam por aplicar as suas mais valias em todos os serviços que presta e desta forma garantir a satisfação do cliente, assim como marcar a diferença perante a concorrência (Bulhosa, 2013). Para tal, é necessário fazer referência ao facto da empresa ser certificada2 desde 2001 cumprindo os requisitos. A empresa aposta em “melhorar a eficácia, a eficiência e a sustentabilidade dos nossos clientes, [...] em prol da sua satisfação integral: ser reconhecidos como uma marca de referência internacional. Os nossos principais valores são: rigor, rapidez, responsabilidade.” (Bulhosa, 2013). 1.3. Localização As instalações da Bulhosas situa-se na zona industrial da cidade de São João da Madeira, distrito de Aveiro. É uma cidade pertencente à região Norte e à sub-região nortenha do Entre Douro e Vouga e que integra também a área metropolitana do Porto. É uma zona com acessos fáceis (CMSJM, 2013), pois beneficia da proximidade das autoestradas A1 e A32, assim como da Nacional 1 como se pode observar através da Figura 1. 2 NP ENISO 9001:2000 - Norma de qualidade. - 6 - Figure 1 - Localização da empresa. Fonte: Adaptado de http://www.cm-sjm.pt O concelho de São João da Madeira é o mais pequeno município português com uma área de 8,11 km2 e apresenta uma elevada densidade populacional de 2673,9hab/km2 (CMSJM, 2013). De acordo com os resultados apresentados nos Censos de 2011 (INE, 2013) houve um aumento populacional comparado com os resultados de 2001, assim como o aumento do número de famílias, alojamentos e edifícios. 1.4. Estrutura orgânica Atualmente é crucial que exista uma ordem nos cargos e nas funções desempenhadas dentro de uma empresa, sendo ela de pequenas ou grandes dimensões. Para tal, recorre-se a um organograma que é um gráfico que representa a estrutura de uma empresa, em que todos os membros estão dispostos em níveis hierárquicos, quanto mais alto for o nível, maior é a importância desse membro. - 7 - Segundo Cury (1981, p.255), “organograma é a representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles.” Um organograma pode ser bastante útil dentro de uma empresa porque facilita as decisões relacionadas com a gestão de comunicação entre os departamentos ou membros. Na Figura 2, apresenta-se o organograma da Bulhosas. Figure 2 - Organograma da Bulhosas [IRMÃOS], S.A. Fonte: Bulhosas [IRMÃOS], S.A. Administração Qualidade Consultoria Técnica Controlo Gestão Sistema de Informação Organização Dep. Comercial Orçamentação Comercial Administ. Financ. Serv. Administ. Contabilidade Planeamento Produção Plásticos Pré-‐Impressão Gráficos Expedição Logística Recursos Humanos Aprovisionamento Armazém - 8 - 1.5. Mercado e público-alvo Para qualquer empresa, os clientes são a chave do negócio, sendo necessário segmentar o mercado e atrair novos clientes, através de estratégias bem definidas. Os autores Kotler e Fox (1994: 188) definem mercado como “o conjunto de consumidores reais e potenciais de uma oferta de mercado”. Cada mercado é constituído por segmentos diferentes, cujos clientes apresentam necessidades diferentes e respostas distintas às ofertas. Segundo Carvalho (1998: 55), “o mercado é soberano, ele define o produto, o serviço e o preço. Cabe às organizações buscar posição competitiva para atingir os seus objectivos estratégicos. Não existe fórmula. Existe tentativa.” Através da segmentação, a empresa pode melhorar o atendimento, os preços e a logística por exemplo. Assim é possível fazer ou não um trabalho diferenciado para o seu público- alvo. Segundo Silk (2006: 90), “a segmentação de mercado consiste em dividir o mercado em grupos de clientes (potenciais) - chamados de “segmentos de mercado” - com características, necessidades e comportamentos distintos”. Foi isto que a Bulhosas fez nos seus primórdios e continua a fazer ao longo dos anos. É com uma postura profissional que conseguiu manter e arrecadar novos clientes das mais prestigiadas marcas nacionais e internacionais. Kotler (2008: 403) refere que “o processo deve começar tendo-se em mente um público alvo bem definido, possíveis compradores dos produtos da empresa, usuários atuais, pessoas que decidem ou influenciam, indivíduos, grupos, públicos específicos ou público em geral.” A Bulhosas destacou-se das empresas concorrentes devido à qualidade, rapidez e profissionalismo que emprega em todos os trabalhos realizados. É agora uma empresa especializada e certificada desde 2001. 1.6. Imagem corporativa A imagem corporativa é o elemento mais valioso de uma empresa uma vez que depende dela para conseguir obter uma boa reputação. Riel (1995: 73) refere que “a - 9 - imagem corporativa é uma representação mental que afeta as atitudes e comportamento. Nenhuma organização pode ignorar a imagem porque a impressão que ela cria, consciente ou inconscientemente, voluntária ou não, afeta inevitavelmente as pessoas com que se relaciona”. Nos dias de hoje, as empresas assumem um papel muito competitivo no mundo dos negócios, razão pela qual há uma preocupação acrescida de inovar e marcar a diferença perante os concorrentes. A imagem pode então ser considerada um reflexo da instituição. Esta imagem é afetada por variantes como a publicidade realizada pela empresa, pelas ações junto dos clientes, a comunicação interna ou externa, o ambiente presente tanto na produção ou no atendimento ao cliente, a apresentação dos profissionais, o nome, o portfólio de produtos. O mesmo autor (Riel, 1995: 76) considera que “uma imagem corporativa positiva é um incentivo à venda de produtos e serviços [...] é importante no meio financeiro e junto de investidores e gera o sentimento de confiança entre os públicos- alvo, internos e externos”. Em suma, é importante uma empresa ter uma imagem corporativa forte não só por uma questão de estratégia perante o público-alvo, como também dentro da empresa junto dos funcionários. Uma imagem positiva é fundamental para causar boa impressão e singrar no mercado de trabalho. A primeira identidade gráfica corporativa da empresa apresenta-se na Figura 3. Figure 3 - Primeira identidade gráfica da empresa. Fonte: Bulhosas [IRMÃOS] S.A. A marca perdurou até ao ano de 1997 sem sofrer alterações. Foi constituído na base da cor azul que em termos de significado está associadoà personalidade, lealdade e - 10 - fidelidade (Morioka, 2008: p26). É também composto pelas quinas iguais à da bandeira portuguesa que transmitem a ideia de patriotismo, ajudando potenciais clientes a identificar a nacionalidade da empresa. As quinas estão dentro de uma roda dentada que significa movimento e organização no trabalho. No topo do símbolo são representadas asas como de uma águia se tratasse, simbolizando a visão, uma boa e ampla visão do mercado. A acompanhar o símbolo, o logótipo, ou seja o nome da empresa com a respetiva morada e contactos. Posteriormente, em 1997 o logótipo sofreu algumas alterações a nível estético e principalmente ao nível do lettering3 como se observa na figura 4. Figure 4 - Identidade gráfica atual da empresa. Fonte: Bulhosas [IRMÃOS] S.A. A base da identidade gráfica manteve-se praticamente a mesma. Mantiveram-se as quinas e a roda dentada, apenas as asas foram ligeiramente modificadas reduzindo o seu tamanho e alterando o posicionamento. O símbolo passa a ser acompanhado apenas pelo nome da empresa e a cor é uniformizada para o azul escuro, desta vez por todo ele. 3 Forma como se apresenta a letra. - 11 - 1.7. Produção Gráfica Esta é uma área que avalia e define a técnica utilizada para cada produção da impressão, onde se avaliam competências, custos e cumprimentos de prazos de fornecedores. Podemos dividir a produção gráfica em quatro etapas (Oliveira, 2002): 1 - Projeto: esta primeira etapa pode ser subdividida em: proposta, ou seja, conhecimento do género de trabalho que se vai desenvolver; pesquisa onde se elaboram pesquisas sobre o produto ou serviço; linguagem em função do tipo de público que se quer atingir e do tipo de produto ou evento; e criação onde se desenvolve o trabalho pretendido criando um layout4 que é apresentado ao cliente. Para que o trabalho seja impresso de forma adequada, devem-se escolher os suportes, formatos, tipos, cores e processo de impressão; finalização após o cliente aprovar o layout, deve-se finalizar o ficheiro e acertar as especificações, tais como: cores, vincos, dimensões, cortes, fontes e resoluções. 2 - Pré-impressão: nesta fase deve-se ter uma atenção redobrada para não cometer erros que interfiram diretamente no processo de impressão a fim de obter uma impressão de maior qualidade. Inclui-se nesta fase tarefas como a digitalização de imagens, edição de imagens, provas de alta resolução para o cliente, geração de fotolitos5, revelação de fotolitos e provas de fotolitos. 3 - Impressão: nesta etapa produz-se a chapa6, e ocorre todo o processo de impressão que vai desde a montagem da chapa, provas de impressão e impressão. 4 - Pós-impressão: esta fase pode ou não ser feita na gráfica, dependendo da complexidade do trabalho e dos meios da gráfica. Nesta fase se necessário, são feitas as dobras, revestimentos, vernizes, cortes, encadernação e por fim, o empacotamento. 4 Esboço no qual é feita a distribuição física juntamente com os tamanhos dos elementos como: texto, gráficos ou figuras num determinado espaço. 5 Película transparente, idêntica ao acetato. 6 Chapa de alumínio, coberta por um substrato e uma camada fotossensível à luz ultravioleta. - 12 - 1.8. Processos de impressão Baer (2005: 63) menciona que o termo impressão refere-se a uma “reprodução mecânica repetitiva de grafismos sobre suportes, por meio de formas de impressão”. Nos processos convencionais de impressão existe um transportador de imagem, que pode ser uma chapa de alumínio, o quadro em serigrafia ou o fotopolímero7 em flexografia. Neste contexto, na obra Manual Prático de Produção Gráfica, Barbosa (2012: 64) refere que “o que mais carateriza e, por consequência, mais distingue cada processo de impressão é o transportador de imagem. É a forma como se separa a zona a imprimir da zona a não imprimir”. 1.8.1. Tipografia Conceição Barbosa (2012:66) refere que “a tipografia é o método de impressão mais antigo e, curiosamente, o que menos tem evoluído no últimos anos”. Este processo utiliza carateres de metal em alto relevo que recebem pressão ao entrar em contacto com o papel e assim o papel só recebe a tinta da parte que está em relevo. Nos últimos tempos este processo evoluiu e o metal deu lugar ao fotopolímero que é constituído por uma zona de imagem em alto relevo em relação à que não tem imagem, funciona como de um carimbo se tratasse. Posteriormente é aplicada uma tinta espessa e pastosa que com o auxílio de pressão é transferida para o papel. Mais recentemente, passamos a contar com a tipografia rotativa, mais utilizada no sector industrial, principalmente na indústria das embalagens, etiquetas e rótulos. O papel encontra-se num rolo, passa nas zonas de impressão e secagem, pelos cortantes e sai impresso também em rolo (Barbosa, 2012). 1.8.2. Flexografia A flexografia encontra-se em fase de expansão. Segundo Barbosa (2012:68) “este é o processo que tecnologicamente mais tem evoluído nos últimos anos.” É um 7 É um material sensível à luz (fotossensível), responsável pela formação das áreas de grafismo e contra- grafismo. - 13 - processo parecido com a tipografia mas com algumas diferenças na flexibilidade das chapas de fotopolímero, a tinta é mais fluída e os custos de preparação são mais baixos. O seu processo de impressão dá-se através da chapa em relevo sendo idêntico ao das rotativas tipográficas. As chapas são ajustadas aos cilindros de anilox8 e em geral usa-se papel em bobina, sendo também possível imprimir em celofane, plásticos ou folhas metálicas. É por isso um processo bastante usado para a impressão de embalagens (Cesar, 2006). Devido ao facto de existir apenas um rolo a transportar tinta, usam-se tintas de baixa viscosidade, fluídas, à base de solventes que secam rapidamente tornando um processo adequado para a impressão de material não absorvente como o plástico. 1.8.3. Rotogravura A rotogravura é um processo para a impressão de rótulos de elevada qualidade e também para catálogos ou revistas com tiragens elevadas. Conceição Barbosa (2012: 73) refere que “o seu elevado custo de preparação, nomeadamente no que toca à gravação dos cilindros, limita a sua aplicação às grandes tiragens”. Este processo imprime pelo método de baixo relevo, contrariamente à tipografia e à flexografia. Existe um cilindro que é perfurado com pequenas células que forma a zona da imagem, enquanto que a zona sem imagem fica sem sofrer alterações. O cilindro é colocado num tinteiro e roda sob si próprio absorvendo a tinta nas células gravadas sendo a tinta excedente à superfície, retirada com uma espátula que exerce uma pressão constante sobre o cilindro. A tinta infiltrada nas células do cilindro, compõe a imagem e este ao ser pressionado pelo cilindro de pressão contra o papel ou outro suporte, forma a imagem. A tinta utilizada em rotogravura é bastante fluída e composta à base de solvente, tornando a tinta de secagem rápida devido à evaporação do mesmo. A secagem também é facilitada pela passagem num túnel de secagem. Estas tintas são adequadas para a impressão a alta velocidade e para materiais não absorventes como plásticos ou película flexível (Barbosa, 2012). 8 Cilindros metálicos que têm a função de controlar a carga de tinta transferida aos clichés. - 14 - 1.8.4. Litografia Neste processo de impressão não se faz a distinção entre o alto e o baixo relevo. As zonas de imagem e sem imagem estão ao mesmo nível na chapa de alumínio e é por isso chamado de “processo planográfico”. De acordo com Barbosa (2012:76) “é o único processo que requer a aplicaçãode dois fluidos para distinguir a área de imagem da área sem imagem: a água e a tinta.” Isto só é possível porque a água e a tinta que deve ser à base de óleo não se misturam e a superfície da chapa está preparada para fazer a distinção entre ambas. As zonas sem imagem estão preparadas para receber água e as zonas com imagem rejeitam a água e recebem a tinta. É um bom processo de impressão para quem pretende imprimir papel com mais qualidade a baixo custo. Com a evolução deste processo, a relação de repulsa entre a água e a tinta deixou de ser importante porque entretanto apareceu o offset a seco. Offset com molha e sem molha De acordo com Barbosa (2012) a diferença entre offset com molha e sem molha consiste no tipo de chapa utilizado. O offset com molha utiliza chapas em alumínio ao passo que o offset sem molha utiliza chapas revestidas a silicone nas zonas sem imagem. As chapas do offset sem molha são mais caras do que as do offset com molha, no entanto trazem mais vantagens como, reduzir o ganho de ponto9, uma vez que sem a presença da água não há perigo do papel ficar húmido, logo, ficamos com menos ganho de ponto, mais definição na imagem e melhor saturação de cor. No offset com molha, o desperdício de papel no início da tiragem é maior devido ao acerto no equilíbrio entre a água e a tinta. Se houver pouca molha a tinta pode sujar o papel mas pelo contrário, se houver excesso de molha, dificulta a adesão da tinta e prejudica os brilhos, o contraste e a intensidade das cores. 9 Aumento ou deformação no ponto de retícula ocorrido durante a impressão. - 15 - 1.8.5. Serigrafia Segundo Cesar (2006) o processo serigráfico é bastante versátil porque permite imprimir nas mais variadas superfícies como metais, vidro, cerâmica, madeira, tecidos, papéis, acrílicos, lonas, plásticos, entre outros. É ideal para imprimir publicidade de exterior como mupis10 e outdoors11 devido à tinta utilizada ser muito mais espessa resultando numa densidade e opacidade magníficas. É o processo ideal para imprimir cores diretas. Para fazer a impressão é utilizada uma tela que pode ser poliéster ou nylon, sendo mais comum a utilização do poliéster. Esta tela varia conforme a qualidade do trabalho, pois pode ser mais aberta ou fechada dependendo da quantidade de fios por centímetro. Trabalhos com mais definição requerem mais fios por centímetro, sendo por norma utilizadas telas entre os 90 a 120 fios por centímetro. Depois de definir a tela, esta é presa a uma moldura de metal que se chama “quadro”, posteriormente a tela é coberta com uma espécie de tinta que se chama emulsão fotossensível. O quadro é levado a uma estufa para secar a emulsão que depois de estar seca, a tela é exposta à luz ultravioleta estando em contacto com o fotolito, de seguida é aplicada água no quadro retirando a emulsão apenas onde a imagem foi fixada, onde não existe imagem, a emulsão permanece. Com o quadro pronto, o processo de impressão é bastante simples, uma vez que é só colocar o material que se pretende por baixo do quadro, a tinta por cima, para que esta passe para o material através dos buracos abertos na tela e que forma a imagem. 1.8.6. Termografia Conceição Barbosa (2012) refere que, a termografia é uma técnica que permite dar relevo na tinta. O papel é impresso em offset, tipografia ou serigrafia e em seguida é colocado um pó de resina sobre a tinta que é absorvido enquanto a mesma está húmida. Posteriormente o papel impresso é exposto a elevadas temperaturas que ajudam o pó a misturar-se com a tinta. O pó incha enquanto derrete e provoca relevo na tinta. O nível de relevo varia de acordo com a melhor ou pior adesão do pó à tinta. 10 Expositores de publicidade. 11 Expositores de publicidade. - 16 - 1.8.7. Impressão Digital Relativamente à impressão digital, Barbosa (2012) refere que esta é uma alternativa à impressão convencional que está a ganhar cada vez mais adeptos. É uma boa alternativa para pequenas tiragens pois apresenta rapidez no processo e baixos custos, é também possível fazer uma prova diretamente na máquina e corrigir de imediato. Outra vantagem refere-se às tintas utilizadas na impressão digital secarem quase de imediato após a impressão. Quando é necessário fazer impressões personalizadas, a impressão digital também é uma mais valia pois tem a capacidade de variar a informação de impressão para impressão. Na questão das cores, é necessário estar atento às diferenças entre a impressão digital e convencional, pois o mesmo documento impresso em CMYK12, em offset, e em CMYK digital, vai apresentar cores diferentes e será necessário proceder à sua retificação. 12 Modelo de cores CMYK (Cian, Magenta, Yellow e blacK). Capítulo II O estágio - 18 - Este capítulo apresenta uma descrição das atividades desenvolvidas no decorrer do estágio curricular e os objetivos inicialmente propostos. Apresenta também uma contextualização sobre o que é comunicação, comunicação visual, design gráfico e design editorial. 2. Objetivos Para facilitar a minha integração e organização na empresa foram definidos alguns objetivos a serem alcançados ao longo do estágio, que foram os seguintes: • contribuir para o desenvolvimento de conteúdos voltados para a simplificação do quotidiano da empresa; • desenvolver produtos capazes de promover a empresa; • criar conteúdos que potenciasse a chamada de atenção para novos clientes. Além dos objetivos mencionados anteriormente, houve sempre a preocupação de mostrar interesse, empenho e motivação em todas as atividades realizadas. Disponibilidade para aprender e discutir soluções com os profissionais, planear e organizar o trabalho a desenvolver adotando sempre uma atitude profissional e responsável foram outros dos objetivos definidos inicialmente. Ao longo do estágio foram cumpridos todos os objetivos propostos. 3. Metodologia A palavra metodologia consiste na conjugação das palavras “método” com “logia” e refere-se a estudo (Santos e Noronha, 2005). Por sua vez, o método consiste num conjunto de operações, situadas a diferentes níveis, que têm em vista a consecução de determinados objetivos (Pardal e Correia, 1995). Destes pressupostos, depreende-se que metodologia consiste num conjunto de regras e diligências estabelecidas para realizar um objetivo. - 19 - É muito importante o uso de uma metodologia de projeto na execução de trabalhos para executá-los com mais precisão e segurança. Segundo Panizza (2004, p.78) para reduzir as interferências num projeto “é necessária a adoção de uma postura profissional perante o mercado”. De acordo com Ungaretti (2011) conclui-se que a metodologia funciona como um guia geral, é pré-definida não devendo ser alterada ao longo do trabalho. Enquanto o método, embora seja pensado e previsto, deve adaptar-se às circunstâncias ajustando as percepções que não se teve no início do projeto e que se tornaram visíveis ao longo do mesmo. 4. Comunicação De acordo com Panizza (2004: 24) o processo de comunicação necessita de três elementos diferentes: emissor, receptor e mensagem. O emissor codifica a mensagem que pretende transmitir escolhendo um sinal, sinal esse que serve exclusivamente para a transmissão da mensagem. O receptor recebe o sinal e descodifica com um significado de vários que possa pertencer ao seu reportório. Quando o receptor descodifica o sinal, consegue decifrar exatamente a mensagem que o emissor desejou transmitir, após este processo, a comunicação realiza-se. 4.1. Comunicação visual Entende-se por comunicação visual “praticamente tudo o que o que os nossos olhos vêem” (Munari, 2006: 65). A comunicação visual ultrapassaos limites da língua, do tempo do espaço e quando é bem trabalhada é uma excelente ferramenta, caso contrário muitas vezes nem comunica. Bruno Munari (2006) refere que a comunicação visual pode ser dividida em dois tipos: casual e intencional. A visual pode ser uma nuvem escura que passa no céu e faz- nos pensar que vai chover. É uma mensagem que pode ser interpretada livremente por quem recebe. A comunicação intencional deve ser recebida com a totalidade do significado pretendido pela intenção do emissor. - 20 - O mesmo autor (Munari, 2006) afirma que a comunicação visual pode ser entendida sob dois aspetos: o da informação estética e o da informação prática. A informação prática é aquela que não contém componente estética como por exemplo um desenho técnico ou o noticiário. A informação estética consiste por uma mensagem que nos informa, como por exemplo, as relações volumétricas de uma construção tridimensional ou as transformações de uma forma em outra. 5. Design Segundo Portella (2011: 25) por vezes “o design confunde-se com arte, especialmente em termos de preocupação formal e estética sobre os produtos elaborados”. O substantivo “design” refere-se tanto ao aspeto abstrato de conceber e projetar, quanto ao concreto de configurar e formar. Segundo Potter (1999: 13), é uma atividade que “contribui para ordenar e dar forma a qualquer aspeto da vida diária, tanto no contexto da sua fabricação, como de lugar e ocasião”. As subdivisões dentro da área do design são bastantes, exemplo disso são: o design de moda, design ambiental, design de produtos, design gráfico e design editorial, por exemplo. De acordo com as minhas atividades desenvolvidas ao longo do estágio curricular, é nos dois últimos que irei focar (design gráfico e design editorial). Para que se perceba de forma clara as áreas relevantes para este relatório, a Figura 5 representa a devida classificação e hierarquização do design. Figura 5 - Esquema representativo das áreas do design. Fonte: Bleicher, S. (2009: 36). - 21 - 5.1. Design Gráfico Portela (2011) refere que para que seja considerado design, deve haver sempre um plano, uma estratégia, um projeto por detrás da mensagem visual. Quando queremos definir o estilo do projeto é importante ter em conta a personalidade do designer. Para alguns designers é a oportunidade de colocar a marca pessoal, para outros a escolha reside na transparência absoluta como ato de comunicação. O design gráfico, segundo Ambrose e Harris (2009: 10) apresenta “ideias, conceitos, texto e imagens, numa forma visualmente atraente através de impressão, meios digitais ou outros meios de comunicação”. Recorrendo à área do design gráfico, foram desenvolvidos trabalhos capazes de promover não só a empresa como também os produtos nela fabricados. Sendo um dos objetivos no plano de estágio. 5.1.1. Roll-up 1 De acordo com o plano de estágio, ficou inicialmente definido que iria desempenhar trabalhos de design gráfico. Com o início do estágio curricular, informaram-me que um dos trabalhos passaria pela elaboração de três roll-ups13 promocionais à empresa para expor numa feira a realizar-se em França. Após saber qual o meu primeiro trabalho a desenvolver, iniciei a pesquisa com o intuito de recolher informação adequada para posterior utilização. Depois de ver alguns exemplos, avancei para a realização dos roll-ups com as medidas já definidas pela empresa: 2m de altura por 0,85m de largura. Sabendo que um dos roll-ups teria de conter a imagem de um rótulo premiado no concurso “Papies 2013”14, iniciei o meu trabalho a partir do mesmo. Com o rótulo em mãos que a empresa desejara ter num roll-up e recorrendo a uma ferramenta de 13 Expositor com um rolo na base e uma régua superior com fixação por mastro, simples e rápido de montar. 14 Concurso de artes gráficas. - 22 - edição de imagem, foram feitas alterações. Estas alterações incidiram em ajustes de cor e a tradução de texto de português para francês. Ao nível das cores para os roll-ups, pensei sempre em optar por cores que transmitissem um significado de sobriedade, sofisticação e elegância como é o caso do preto e que fica como a cor base. Para o lettering que é constituído pelo logótipo e pelo site da empresa, optei pelo dourado, visto ser uma cor que transmite confiança e poder. Para este primeiro roll-up, ao nível do design foram seguidas as ideias descritas anteriormente, sendo também acrescentada uma garrafa de vinho que vai servir de base para a aplicação do rótulo. Terminado o design do primeiro roll-up (Figura 6), iniciei a fase de acabamento que consistia na aplicação de verniz em algumas partes, nomeadamente em todo o lettering, na identidade gráfica e em alguns quadrados do rótulo formando uma espécie de xadrez como se pode ver através da figura 7. Figure 6 - Roll-up 1. Fonte: Autor Figure 7 - Aplicação do verniz. Fonte: Autor B U L H O S A S - 23 - 5.1.2. Roll-up 2 A ideia para o segundo roll-up incidia sobre a contextualização dos potenciais clientes ao nível das infraestruturas da empresa. Então, surge a ideia de colocar uma fotografia do exterior da empresa, fazendo-se acompanhar pela respetiva identidade gráfica bem destacada no topo e pelo website no inferior do roll-up (Figura 8). Figure 8 - Roll-up 2. Fonte: Autor - 24 - 5.1.3. Roll-up 3 Faltando apenas um roll-up para a conclusão deste primeiro trabalho, iniciei a elaboração do mesmo a partir da ideia de demonstrar quais os recursos disponíveis na empresa. Entre outros, comecei por elaborar um roll-up com a descrição dos processos de impressão e outra proposta que se fazia acompanhar de fotografias alusivas também aos tipos de processos de impressão (Anexo II). Figure 9 - Roll-up 3. Fonte: Autor - 25 - Após a avaliação das propostas, foi-me aconselhado apresentar rótulos e etiquetas fabricados na empresa, afim de divulgar o que de melhor se produz na empresa. Fotografei vários rótulos e etiquetas de vários sectores como da indústria alimentar, química, farmacêutica e têxtil. Através da figura 9, é possível observar que foi seguido o mesmo método do primeiro roll-up, em que todos os rótulos e etiquetas são aplicados ao produto. Para finalizar o projeto, é elaborado um esquema que vai servir de suporte à empresa que vai fabricar os roll-ups com a descrição das medidas, informação sobre a impressão em quadricromia15 e informação sobre as zonas que levam o verniz (Figura 10). Figure 10 - Esquema para auxílio na produção. Fonte: Autor 15 Processo de impressão que emprega o sistema CMYK para reproduzir uma gama variada de cores a partir de quatro cores básicas. - 26 - 5.1.4. Calendário A Bulhosas tem por hábito produzir anualmente calendários da empresa para oferecer aos seus clientes (Anexo III). A título de proposta, empenhei-me em redesenhar esse mesmo calendário para o ano 2014 (Anexo IV). Pensei que seria útil cada folha do calendário não ter apenas um único mês, mas sim o mês principal em destaque acompanhado do mês anterior e posterior por uma questão de praticidade (Figura 11). Além dessa modificação, adicionei para cada mês uma frase a título motivacional relacionadas com trabalho e sucesso, identificada com o seu autor e respetiva tradução em inglês, visto a Bulhosas ser uma empresa que tem clientes de vários países e o inglês ser a língua universal (Figura 12). Figure 11 - Mês de agosto. Fonte: Autor Figure 12 - Capa do mês de agosto. Fonte: Autor Adicionei também imagens com produtos da empresa em alguns meses e nos restantes optei por aplicar imagens que estivessem ligadas a conceitos da empresa comopor exemplo, pantone 16 , CMYK, RGB 17 , etc. Existem também algumas folhas destinadas a uma pequena apresentação da empresa com a sua história resumida e outra 16 Escala de cor, usada por várias indústrias, sobretudo a gráfica, em que cada cor se encontra identificada por uma combinação de números com letras. 17 Modelo de cores RGB (Red, Green e Blue). - 27 - folha com a visualização completa dos meses do ano 2014 e 2015. Devido ao facto de cada folha conter mais informação do que o calendário em uso no ano corrente (2013), o seu formato foi alterado para uma perspetiva horizontal de forma a que haja uma perfeita harmonia na distribuição da informação. 5.1.5. Postal de Natal Aproximou-se o final do estágio curricular e com ele a chegada da época natalícia. Como é habitual na Bulhosas todos os anos são produzidos alguns exemplares do postal de natal para distribuir pelos seus clientes. Depois de observar com atenção o postal de natal do ano anterior (2012), constatei que talvez a mensagem escrita fosse um pouco curta e vulgar pois apenas diz: “Feliz Natal e Bom Ano Novo”. Foi então que decidi uma vez mais propor algo diferente, principalmente ao nível da mensagem com o intuito de torná-la mais apelativa. Antes de efetuar qualquer tipo de redesenho no postal, foquei-me na mensagem e depois de algumas tentativas construí o texto apresentado pela figura 13. Figure 13 - Mensagem do postal de natal. Fonte: Autor - 28 - Quanto ao exterior do postal, mantive a cor azul e recorri aos tradicionais flocos de neve para embelezar o postal, dando também destaque ao símbolo da empresa (Figura 14). Figure 14 - Exterior do postal de natal. Fonte: Autor 5.2. Design Editorial Para Austin e Doust (2008) o design editorial é a área específica do design gráfico que projeta publicações como jornais, livros e revistas. Abrange publicações em suportes: papel e digital. A sua missão passa por entender, ordenar e interpretar o conteúdo para que a informação seja acessível e tenha sentido para os leitores. Através do design editorial define-se o posicionamento dos elementos e também o layout da publicação. Analisam-se aspetos como a disposição do texto, a tipografia, parágrafos, alinhamentos, espaços horizontais e verticais, posição de imagens e questões de formato e acabamentos. - 29 - A Tabela 1 faz a comparação entre os principais tipos de design editorial. Design Editorial Livros Jornais Revistas Conteúdo abundante e detalhado de informação, que pode ou não ser acompanhado de imagens. Podem ser lidos mais de uma vez. Conteúdo resumido ou concreto de informação que deixa de ser importante com rapidez já que faz referencia a informação imediata. Não são lidos mais de duas vezes. Conteúdo resumido ou concreto de informação que deixa de ser importante com rapidez já que faz referencia a informação imediata. Não são lidas mais de duas vezes. Baixa frequência de reprodução, geralmente por edições. Alta frequência de reprodução, desde diária e semanal. Alta frequência de reprodução, desde semanal, mensal, semestral a anual. Suportes de diferentes materiais dependendo do material publicado. Suporte económico, geralmente, de material reciclado devido à sua grande tiragem de exemplares. Suporte variável que vai desde papel bond a papéis finos dependendo do tipo de publicação. Impressão em full color, preto e branco, ou a combinação de ambos. Combina a impressão colorida e preto e branco, sendo a sua maior parte em preto e branco para economizar custos. Impressão em full color, preto e branco, ou a combinação de ambos. Depende principalmente do efeito que se quer produzir ao leitor e o tipo de publicação que for. Tabela 1 - Comparação entre os diferentes meios editoriais. Fonte: Cardoso, R. (2004). Ungaretti (2011) refere que embora os livros sejam o tipo de publicação mais tradicional desta área, atualmente e com os avanços da tecnologia, além do suporte impresso, podemos encontrar os mesmos produtos editoriais em suporte digital. Tornou- se possível ler jornais, livros e revistas em vários dispositivos como tablets, iPads, smartphones, computadores, etc. Não quer com isto dizer que um suporte é a ameaça do - 30 - outro mas sim que as duas opções se complementam. Se analisarmos, no suporte impresso existem aspetos que se tornam improváveis de estar presente no suporte digital como por exemplo a textura do papel, o cheiro das páginas, o volume, a interação ao folhear as páginas, fazer anotações nas margens, etc. Em contrapartida, o suporte digital também oferece algumas vantagens como a implementação de som, vídeo, animações, tocar na tela para mover elementos gráficos do livro, comandar ações através de voz, etc. O mesmo autor (Ungaretti, 2011) refere que o dispositivo chamado Kindle18 e a chegada do iPad, potencializaram a criação e distribuição de livros digitais. No entanto, ainda não existe um formato que seja único e popular. Por enquanto, utilizam-se dispositivos capazes de ler formatos desde arquivos .txt, html, PDFs, ePub ou o Folio, sendo este último um formato compatível com iPad, iPhone e com outros aparelhos nomeadamente com sistema operativo Android. O formato Folio foi o formato usado por mim para a elaboração do catálogo digital. 5.2.1. Catálogo Digital para dispositivos móveis Com a elaboração do catálogo digital, a Bulhosas pretendia facilitar o trabalho aos seus vendedores. A ideia passa por recorrer a dispositivos como o iPad para mostrar produtos fabricados na empresa a potenciais clientes e assim usufruir da portabilidade e comodidade do mesmo. A elaboração deste trabalho começou pela seleção de vários tipos de produtos que a empresa dispõe desde rótulos, etiquetas, caixas, cabides, etc. Em seguida, foi feita uma separação por tipologia (artes gráficas ou plásticos) e posteriormente por categorias (alimentar, químicos, farmacêuticos, etc). Após organizar o material a ser utilizado para o catálogo, tirei fotografias a cada produto. Em seguida, através de um programa de edição de imagem realizei alguns ajustes de cor nas fotografias e preparei cada uma para ser utilizada noutro programa, desta vez de diagramação. 18 Leitor de livros digitais desenvolvido pela Amazon. - 31 - Sabendo que o catálogo digital iria ser implementado num iPad 2 e que a sua resolução de ecrã é de 1024x768 pixéis, trabalhei os documentos tanto na edição de imagem como na diagramação com essas medidas. As cores utilizadas no design do catálogo recaíram sobre o azul, verde e vermelho. O azul por ser a cor atribuída ao logótipo da empresa, e o verde e o vermelho por serem as cores atribuídas pela empresa à secção dos plásticos e das artes gráficas, respetivamente. A fonte utilizada foi a “MekaniK LET”, uma das fontes utilizadas no logótipo da Bulhosas. A figura 15 ilustra como foram apresentados os produtos. Figure 15 - Apresentação dos produtos. Fonte: Autor - 32 - Aproveitando as potencialidade da ferramenta utilizada para a construção deste catálogo, criei um índice a partir de simbologia representativa de cada categoria, ou seja, para representar produtos alimentares recorri ao símbolo de um garfo e uma faca, por exemplo, sendo que os símbolos vermelhos são indicativos da secção das artes gráficas e os símbolos verdes representam produtos plásticos. Com a possibilidade de introduzir vídeo e hiperligações para páginas do catálogo e também páginas externas, complementei o índice com mais símbolos que permitem navegar até à secção dos vídeos em português, francês e inglês, aceder ao website da empresa, aceder ao facebookda empresa e abrir o email para enviar algum conteúdo ou mensagem, tudo isto a partir do índice do catálogo digital (Figura 16). Figure 16 - Índice do catálogo digital. Fonte: Autor - 33 - Embora o design do catálogo tenha sido definido a partir de um programa de edição de imagem, só foi possível torná-lo digital quando o conteúdo foi introduzido num programa de diagramação que permite fazer o upload dos conteúdos para uma conta Adobe. Posteriormente, através do dispositivo que queremos visualizar o catálogo, seja ele um iPad, tablet ou smartphone teremos de descarregar uma aplicação gratuita que se chama Adobe Content Viewer e que permite a reprodução do formato Folio. 5.2.2. Catálogo Digital Concluído o catálogo digital para dispositivos móveis e aproveitando a estrutura do mesmo, avancei para a elaboração do mesmo catálogo mas desta vez para ser reproduzido em computadores através de flash. Recorrendo à mesma ferramenta de diagramação, são feitos alguns ajustes no que diz respeito aos comandos das hiperligações, uma vez que não se recorre à mesma tecnologia do projeto anterior e a interatividade não é a mesma entre um iPad e um computador, por exemplo. Terminado os ajustes nos botões responsáveis pelas hiperligações, foi utilizado o efeito “page curl” para definir o modo como as páginas são folheadas (ver figura 17), criando uma maior interatividade com o utilizador e aproximação com um catálogo impresso. Seguidamente, é só exportar o catálogo no formato .swf19 19 Formato de arquivo de aplicações web capaz de suportar conteúdos multimédia. - 34 - Figure 17 - Efeito Page Curl Fonte: Autor 5.2.3. Outras Atividades Ao longo do estágio curricular desempenhei outras atividades mas devido à dificuldade de inserção nas tipologias anteriormente utilizadas, vou apenas enumerá-las: • Organização de contatos de clientes numa base de dados. • Edição de fotografias para posterior visualização num monitor específico. • Decoração do stand de vendas da empresa. - 35 - Reflexão Final O estágio curricular, realizado na empresa Bulhosas [IRMÃOS], S.A. revelou-se uma experiência muito enriquecedora, tanto para mim como para a empresa, pois durante o período de estágio foi possível aplicar os conhecimentos adquiridos no decorrer da licenciatura de Comunicação Multimédia e dessa forma ajudar a empresa, elaborando produtos gráficos e multimédia que vão ao encontro do desejado. É muito grato constatar que os resultados obtidos no final de cada trabalho estão de agrado para a empresa e por vezes até foram uma surpresa pela sua qualidade. A forma como fui recebido e apoiado desde a minha chegada, tanto pelas pessoas da administração como os operários fabris com os quais criei laços de amizade, facilitou bastante a integração na empresa e também na execução de cada trabalho, pois sabia que se precisasse de alguma opinião sobre como executar alguma tarefa, o auxílio nunca seria negado. Penso que a essência do estágio curricular está em saber que estamos a produzir algo que vai realmente ser utilizado pela entidade, vendo o trabalho reconhecido e valorizado e que não se destina apenas a ser um elemento de avaliação como acontece na maioria dos trabalhos realizados ao longo do curso. São fatores como este que me deram vontade e entusiasmo para propor novas ideias, a fim de melhorar os recursos da empresa. Termino o estágio curricular satisfeito com o meu desempenho e com o sentimento de dever cumprido perante a responsabilidade assumida para com a empresa, agradecendo sempre a oportunidade concedida, assim como a disponibilidade e paciência que me dedicaram ao longo do período de estágio. - 36 - Bibliografia AMBROSE, G. e HARRIS, P. (2009). The Fundamentals of Graphic Design. Londres: Ava Publishing. AUSTIN, T. e DOUST, R. (2008). Diseño de nuevos medios de comunicación. Barcelona: Blume. BAER, L. (2005). Produção Gráfica. São Paulo: Editora Senac. BARBOSA, C. (2012). Manual Prático de Produção Gráfica. Cascais: Princípia. BLEICHER, S. (2009). A influência dos novos media no design editorial: estudo do projecto gráfico da Folha de S. Paulo. Tese de Mestrado. Aveiro. BULHOSA (2013). Quem somos: missão. Consultado a 10/dez, 2013 em http://www.bulhosas.com/ CARVALHO, A. (1998). Não existe fórmula, existe tentativa. Isto é dinheiro. São Paulo. CARDOSO, R. (2004). Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Edgard Blucher. CESAR, N. (2006). Direção de arte em propaganda. Brasília: Editora Senac. CMJSM (2013). Câmara Municipal de São João da Madeira: população e geografia. Consultado em 12/nov, 2013 em http://www.cm-sjm.pt/18509. CURY, A. (1981). Organização e Métodos - Uma Visão Holística. São Paulo. FOX, A. e KOTLER, P. (1994). Marketing Estratégico para Instituições Educacionais. São Paulo. INE (2013). Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 14/dez, 2013 em www.ine.pt - 37 - KOTLER, P. (2008). Marketing Estratégico para a área da saúde. São Paulo: Bookman. MORIOKA, A. (2008). Color Design Workbook. Londres: Rockport Publishers. MUNARI, B. (2006). Design e Comunicação Visual (3ª Edição). São Paulo: Livraria Martins Fontes Ldta. OLIVEIRA, Marina (2002). Produção gráfica para designers (2ª edição). Rio de Janeiro: 2AB. PANIZZA, J. (2004). Metodologia e processo criativo em projetos de comunicação visual. São Paulo. PARDAL, L. e CORREIA, E. (1995). Métodos e Técnicas de Investigação Social. Porto: Areal Editores. PORTELLA, G. (2011). Guia de técnicas de representação visual aplicáveis ao suporte impresso. Porto Alegre. POTTER, N. (1999). Qué es un disenãdor: cosas, lugares, mensajes. Barcelona: Paidós. RIEL Cees B.M. Van. (1995). Principles of Corporate Communication. Londres. SANTOS, C. e NORONHA, R. (2005). Monografia científicas. São Paulo: Editora Avercamp. SILK, A. (2006). O que é marketing. São Paulo: Bookman. UNGARETTI, C. (2011). Proposta de produto editorial em dois suportes: impresso & digital. Porto Alegre. - 38 - Anexos Lista de anexos Anexo 1 – Plano de estágio Anexo 2 – Propostas roll-up Anexo 3 – Calendário Bulhosas 2013 Anexo 4 – Proposta do calendário 2014 Anexo 1 Plano de estágio Anexo 2 Proposta de roll-ups Anexo 3 Calendário Bulhosas 2013 Anexo 4 Proposta do calendário 2014
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