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Teorias e Técnicas 
Retrospectivas
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª M.ª Grace Vasconcellos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Tipos de Intervenções e 
Apresentação de Casos
 
 
• Apresentar algumas das modalidades de Intervenções em edificações, tombadas ou não, 
por meio de casos reais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Intervenção com Restauro;
• Intervenção de Restauro com Retrofit.
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Introdução
O tombamento de um bem material imóvel representa a necessidade de preservação 
de um bem que constitui um momento específico da História, de uma certa arquitetura, 
de um estilo de vida, enfim, de um fragmento de memória que é significativo para um 
grupo específico ou para um país.
A preservação e a conservação de edificações ocorrem por meio de diferentes estraté­
gias, que podem variar em complexidade, grau da intervenção no bem a ser preservado 
e técnicas aplicadas.
Atualmente, existem termos técnicos que definem alguns tipos de estratégias de inter­
venção. Esses termos estão apresentados a seguir.
Restauro ou Restauração
A restauração de edificações que apresentem interesse arquitetônico ou histórico, 
tombadas ou não, públicas ou privadas, é definida a partir de critérios e condutas que se 
apoiam em conceitos de preservação, conhecimentos técnicos multidisciplinares, aná­
lises técnicas em Laboratórios, pesquisa sobre os materiais originalmente usados e os 
que podem ser empregados no restauro, ampla gama de mão de obra altamente espe­
cializada, como Artesãos, Artistas, Historiadores, Arqueólogos, Químicos, Arquitetos e 
Engenheiros, só para citar alguns.
Retrofit
O retrofit respeita ao máximo as características originais da edificação, sua arquite­
tura, materiais originalmente empregados, estilo arquitetônico e técnicas construtivas, 
mas visa, também, à adequá­la aos usos e às necessidades atuais da edificação, sem que 
sua essência seja perdida ou descaracterizada. 
São executados serviços em fachadas, adequação de áreas internas, modernização 
da infraestrutura, como sistemas elétricos, hidráulicos, de segurança, de iluminação, 
de circulação vertical (elevadores, escadas rolantes, rampas), de acessibilidade, de pre­
venção e combate a incêndios e de condicionamento de ar (aquecimento, refrigeração 
e desumidificação). 
As intervenções levam em conta o emprego de soluções que beneficiem a susten­
tabilidade do meio ambiente, o reaproveitamento de materiais, a preservação de áreas 
verdes e o consumo reduzido e racional de energia e de água.
Restauro com Retrofit
O restauro com o retrofit combina a preservação da memória, da estética, do estilo 
arquitetônico, do método construtivo e dos componentes da edificação à modernização 
de sistemas e atualização de usos, o retrofit.
8
9
Recuperação e Reforço Estrutural
A recuperação, reforço e tratamento de fundações, de estruturas em concreto e de 
estruturas metálicas pode ser aplicada como: manutenção, como ampliação da área ou 
capacidade de carga da edificação, como recuperação de estruturas afetadas pelo tem­
po, por incêndio, por agentes ambientais agressivos (poluição, maresia e outros), como 
recuperação de elementos submersos ou sujeitos a alagamentos, para eliminação de trin­
cas e infiltrações em diferentes tipos de elementos, alargamento e elevação (alteamento) 
de pontes e viadutos.
As intervenções em edificações, tombadas ou não, podem, por vezes, mesclar, em 
uma mesma edificação, mais de um tipo de intervenção, como serviços de restauro, 
retrofit, reforço e recuperação estrutural. 
Serão apresentadas edificações como estudo de caso, indicando as modalidades de 
intervenções, bem como o que foi executado em cada uma delas.
Intervenção com Restauro 
Como exemplo de um patrimônio tombado, no qual foram executadas intervenções, 
em sua grande maioria relacionadas ao restauro do bem, será apresentada a Catedral 
 Metropolitana de Brasília, mas, em primeiro lugar, uma breve explanação sobre a cidade.
Em 1922, no centenário da Independência, foi apresentado Projeto na Câmara para 
o lançamento de Pedra Fundamental de uma futura Capital federal no Planalto Central, 
como forma de integração nacional. 
O então presidente Epitácio Pessoa assina um Decreto, determinando a colocação da 
Pedra Fundamental.
Em 1954, o presidente Café Filho cria uma comissão de estudo para a instalação da 
cidade, que definiu a exata localização da Capital. Na época, foi elaborado até mesmo o 
Plano Urbanístico e de Implantação.
Em 1955, o então candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, coloca como pro­
messa de Campanha a mudança da Capital para o interior do país. Após eleito, inicia, 
como principal meta de governo, os planos de criação de Brasília. 
Juscelino, discordando dos Planos apresentados a Café Filho, define, em 1956, uma 
nova equipe para o Planejamento da Construção e da Mudança da Capital federal, em 
1956, e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital – NOVACAP, bem como lança 
Edital do Concurso do Plano Piloto, quando diversos Escritórios de Arquitetura e Urba­
nismo do país apresentaram projetos para a cidade.
O projeto vencedor, em 1957, foi do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, com um 
 Projeto Urbanístico cuja implantação apresentava a forma de uma cruz, sendo, no 
 entanto, o projeto popularmente comparado ao formato de um avião. 
9
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Brasília é uma cidade que tem seu projeto urbano definido e distribuído territorial­
mente pela setorização das funções das edificações, apresentando o Setor administrativo, 
o residencial, o de hotéis, o de comércio, o financeiro e o de Embaixadas. 
Um desses setores é formado pelo Eixo Monumental, uma área central e definidora 
da implantação da cidade, formando, como o nome diz, um eixo central de imensas 
proporções, com um enorme canteiro central, apresentando, em cada lado, os princi­
pais Edifícios Públicos e da Administração Federal, como os Ministérios, na chamada 
Esplanada dos Ministérios, a Catedral de Brasília e outros.
No final do eixo, está o Congresso Nacional, que coloca em um mesmo edifício o 
Senado e a Câmara Federal, órgãos máximos de Legislação do país.
Após o Congresso Nacional, abre­se uma imensa praça, criada para que a população 
pudesse se reunir, chamada Praça dos Três Poderes, que integra o Palácio do Planalto 
(local de onde o Presidente governa – Poder Executivo), tendo à frente o Palácio do 
Supremo Tribunal Federal (onde as Leis são aplicadas – Poder Judiciário) e, fechando a 
triangulação, o Congresso Nacional (onde as Leis são criadas – Poder Legislativo). 
Outro Setor foi dedicado aos edifícios residenciais, organizados em ‘‘superquadras’’, 
compostas por grupos de edifícios de apartamentos de 4 pavimentos, com térreo livre 
e sem barreiras, sendo que cada grupo de edifícios possui um pequeno Centro Comer­
cial, Escola e Igreja, cercado por um cinturão verde, todos elementos característicos dos 
conceitos urbanos preconizados pelo Modernismo.
Há outro Setor da cidade reservado para as 127 Embaixadas existentes na Capital.
A definição e o desenvolvimento dos Projetos Arquitetônicos dos edifícios de Brasília, 
criada completamente segundo conceitos Modernistas, ficaram a cargo do arquiteto 
Oscar Niemeyer (1907­2012), que contava com Joaquim Cardozo (1897­1978) como 
Engenheiro estrutural. 
Por conta do clima extremamente seco e quente do local, foi criado o Lago Paranoá, 
pelo represamento do Rio Paranoá, para umidificação do ar da cidade.
O planejamento teve início em 1956, e a cidade foi inaugurada em 21 de abril de 
1960, sendo a terceira Capital brasileira a existir, após Salvador e Rio de Janeiro. 
É a maior cidade planejada construída no século XX e a única cidade modernista do 
mundo que ainda mantém todas as características do modernismo intactas.
Ao longo dos anos, muitos edifícios de Brasília foram tombados de forma individual,porém, em 8 de outubro de 1992, o IPHAN, por meio da Portaria nº 314, fez o tomba­
mento do Conjunto Urbanístico e de alguns poucos Palácios.
Como exemplo da Portaria de tombamento, cita­se, a seguir, o Artigo 3º, Itens I e II, 
que dispõem:
Artigo 3º. A escala monumental, concebida para conferir à cidade a 
marca de efetiva capital do País, está configurada no Eixo Monumental, 
desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti e para a sua preser­
vação serão obedecidas as seguintes disposições:
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I – A Praça dos Três Poderes fica preservada tal como se encontra nesta 
data, no que diz respeito aos Palácios do Planalto e do Supremo Tribunal 
Federal, ao Congresso Nacional, bem como aos elementos escultóricos 
que a complementam, inclusive o Panteon, a Pira, o Monumento ao Fogo 
Simbólico, construídos fora da praça, mas que se constituem parte inte­
grante dela;
II – Também ficam incluídas para preservação as sedes vizinhas dos Palá­
cios Itamarati e da Justiça, referências integradas da Arquitetura de Oscar 
Niemeyer na Praça dos Três Poderes [...]
Brasília é a primeira e única cidade do mundo inscrita na lista de Patrimônio da 
Unesco, em 7 de dezembro de 1987, Patrimônio Distrital, Patrimônio Histórico Artístico 
Nacional, tombado pelo IPHAN e Patrimônio Cultural da Humanidade.
A seguir, a apresentação da Catedral de Brasília, como exemplo de caso intervenção 
usando Restauro.
Catedral Metropolitana de Brasília (1958-1970/DF)
A Catedral de Brasília, oficialmente denominada Catedral Metropolitana Nossa 
 Senhora Aparecida, está no Eixo Monumental, na região da Esplanada dos Ministérios, 
em Brasília, e foi declarada Monumento Nacional Artístico e Histórico, em 1990.
Figura 1 – Croqui de Oscar Niemeyer, com o Batistério à esquerda da Catedral
Fonte: Wikimedia Commons
O projeto de Oscar Niemeyer (1907­2012) buscava uma Catedral formalmente sim­
ples, compacta, na qual os pilares, que remetem à ideia de mãos estendidas em forma 
de súplica ou à ideia da coroa de espinhos de Cristo na Paixão, fossem o ponto principal 
e de maior destaque. 
A entrada da Catedral é incomum, feita por meio de uma rampa escavada que enca­
minha o fiel para o subsolo, por uma passagem escura, até que ele encontre o amplo 
espaço da Catedral, totalmente iluminado pela cobertura de vidro, materializando uma 
poética metáfora do estar no escuro para, no fim, encontrar a Luz redentora.
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UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Esse projeto trouxe ao arquiteto Oscar Niemeyer, em 1988, a consagração e o reco­
nhecimento internacional da relevância de sua obra, por meio do Prêmio Pritzker.
Você Sabia?
O Prêmio Pritzker foi criado em 1979, por Jay e Cindy Pritzker. Sua importância para a 
Arquitetura é equivalente à importância do Prêmio Nobel, que premia outras Áreas do 
Conhecimento. É concedido anualmente para homenagear um ou mais arquitetos vivos, 
cujo conjunto da obra demonstre qualidades como talento, visão e compromisso, com 
contribuições consistentes e significativas para a Humanidade e ao ambiente construí-
do, por meio da Arquitetura. É patrocinado pela família Pritzker e pela Fundação Hyatt. 
No Brasil, até o momento, dois arquitetos foram premiados: Oscar Niemeyer, em 1988 
(Catedral de Brasília – Brasília/DF) e Paulo Mendes da Rocha, em 2006 (Capela de São 
Pedro Apóstolo – Campos do Jordão/SP).
A Estrutura
Em se tratando da estrutura, a pedra fundamental foi colocada em 12 de setembro 
de 1958. 
O Projeto de Niemeyer, originalmente, previa 21 pilares que, depois dos cálculos e 
do projeto estrutural do Engenheiro Joaquim Cardozo (1897­1978), passou a necessitar 
de apenas 16 pilares, sendo eles com seção parabólica em um formato hiperbólico, com 
bases esbeltas, apenas tocando o solo. Cada pilar tem 90 toneladas de concreto armado.
A fundação ocupa uma área de 70m de diâmetros, executada com 16 tubulões a céu 
aberto, com 70cm de abertura, 28m de profundidade e bases alargadas. 
Cada tubulão apoia um pilar e todos eles são ligados por uma cinta subterrânea, 
com 60m de diâmetro, visível no interior da catedral, que absorve os esforços de tração, 
como um grande tirante, garantindo que as fundações recebam somente os esforços 
verticais dos pilares.
No topo dos pilares, há uma outra cinta, com diâmetro de 6,8m, de concreto armado, 
embutida e não visível, que absorve os esforços de compressão da estrutura. 
A laje de cobertura é de concreto armado, com função de vedação apenas, encimada 
por uma cruz metálica.
Cardozo elaborou estudos e cálculos dos efeitos das cargas dos ventos sobre a estru­
tura e sobre a cobertura de vidro, cálculos esses avançados para a época.
Para as fôrmas dos pilares, foi necessário que se desenhasse a forma do pilar em 
tamanho real no canteiro, de onde foram definidos cortes transversais, que geraram as 
fôrmas para a concretagem. 
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O lançamento do concreto nas fôrmas foi feito com o uso de guindastes e foi executa­
do em etapas controladas, para garantir que cada parte dos pilares recebesse o mesmo 
volume de concreto.
A estrutura dos pilares foi terminada em 21 de abril de 1960, no mesmo dia da inau­
guração de Brasília.
As obras da catedral foram interrompidas no governo de Jânio Quadros (janeiro a 
agosto de 1961). 
Havia uma polêmica sobre o Estado pagar por uma obra religiosa.
As obras somente foram continuadas após o edifício ser entregue aos cuidados da 
Igreja Católica.
Figura 2 – Estrutura da Catedral. Note as bases esbeltas dos
pilares, que apenas tocam o solo (foto de Marcel Gautherot, c. 1960)
Fonte: Wikimedia Commons
A partir daí, foram colocados os vidros cor de bronze transparentes, que fecham 
os vãos entre os pilares, foi concluída a escavação da nave da Catedral, chegando a 
3,80m do nível do solo exterior, foi feito o paisagismo e o espelho d’agua, com 12m de 
diâmetro e 40cm de profundidade, que circunda o edifício, com a função de gerar um 
microclima mais fresco ao redor da Catedral, além de coibir a aproximação e o acesso à 
cobertura de vidro, que chega quase ao nível do solo.
A Catedral foi inaugurada em 31 de maio de 1970.
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UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Figura 3 – Catedral, já inaugurada, em maio de 1970
Fonte: Wikimedia Commons
Em primeiro plano, uma das esculturas dos Quatro Evangelistas. Mais à 
esquerda, a rampa escavada que dá acesso ao interior da Catedral. Ao fundo, 
a cobertura em vidro cor de bronze e transparente, com a Catedral em con­
creto aparente.
Na área externa da Catedral, estão: 
• O Campanário com 20m de altura, que sustenta 4 sinos trazidos de Miranda de 
Ebro (Espanha), doados por moradores espanhóis residentes no Brasil;
• Quatro grandiosas esculturas em bronze, com 3m de altura, que encaminham o fiel 
para a rampa de acesso à Catedral. Essas esculturas representam os Quatro Evan­
gelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), de autoria de Alfredo Ceschiatti (1918­
1989), com colaboração de Dante Croce; 
Figura 4 – Um dos Quatro Evangelistas – Alfredo Ceschiatti, com 
colaboração de Dante Croce. Ao fundo, o campanário com os quatro sinos
Fonte: Wikimedia Commons
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• O Batistério (1977), com 3.000m2, é uma estrutura de planta circular, implantado 
na praça da Catedral, do lado esquerdo da entrada, que pode ser acessado por dois 
caminhos: pela praça, descendo uma escada helicoidal, que leva para o interior da 
estrutura ou pela parte interna da Catedral. As paredes curvas do Batistério são 
cobertas por azulejos pintados pelo artista plástico Athos Bulcão (1918­2008).
Você Sabia?
Athos Bulcão (1918-2008), artista, pintor, escultor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, 
teve sua primeira exposição individual em 1944, na sede do Instituto dos Arquitetos 
do Brasil, no Rio de Janeiro. Em 1945, foi assistente de Cândido Portinari, na pintura do 
 Painel da fachada de uma obra de Oscar Niemeyer, a Igreja de São Francisco de Assis 
(1943), no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte. 
A partir de 1955, passa a colaborar com Niemeyerem diversos projetos, como: Painel de 
azulejos da Igreja Nossa Senhora de Fátima (a primeira igrejinha construída em Brasília), 
Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Saúde, Palácio do Planalto, Superior 
Tribunal de Justiça, Palácio da Alvorada, Congresso Nacional, Batistério e Catedral de 
Brasília, Quartel General do Exército e Torre de TV. 
Em 1960, passa a colaborar com outro arquiteto de grande importância, João Filgueiras 
Lima, também conhecido por Lelé (1932- 2014), em edifícios como o Hospital Sara 
 Kubitschek. Seu trabalho está também no Aeroporto Internacional de Brasília Presidente 
Juscelino Kubitschek, no Instituto das Artes na Universidade de Brasília e em inúmeros 
outros edifícios. Pelo conjunto de sua obra, recebeu vários prêmios e condecorações, 
como a Ordem do Mérito Cultural, em 1995.
Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, Bulcão foi homenageado 
durante a tradicional contagem regressiva, quando voluntários moviam elementos 
azuis, cor característica de seus painéis, em alusão à sua obra. 
No interior da Catedral, suspensos por cabos de aço no centro da nave, flutuam 
três enormes esculturas de anjos, de autoria de Alfredo Ceschiatti, com colaboração de 
Dante Croce (1970):
• O menor deles tem 2,22m de comprimento e pesa 100kg;
• O médio tem 3,4m de comprimento e pesa 200kg; 
• O maior tem 4,25m de comprimento e pesa 300kg.
15
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Figura 5 – Anjos de Alfredo Ceschiatti, com 
colaboração de Dante Croce, na Catedral de Brasília
Fonte: Wikimedia Commons
O altar foi doado pelo Papa Paulo VI. Sob ele, está uma pequena capela, com interior 
composto por 500 toneladas de mármore, que pode ser acessada pelas laterais do altar.
A imagem de Nossa Senhora de Aparecida, presente na Catedral, é uma réplica da 
imagem original, que está na Basílica da cidade de Aparecida/SP. 
Próximo ao altar, em uma estrutura alta de mármore, que abriga o Coro, há um 
conjunto de 15 pinturas do artista brasileiro Di Cavalcanti (1897­1976), que representa a 
Via-Crucis ou Via­Sacra, o caminho de Jesus para a crucificação, chamado “O caminho 
da Cruz”.
Reformas e Intervenções
1987-1990
• Os vidros incolores são substituídos pelo vitral colorido, com design da Artista plás­
tica Marianne Peretti (1927);
• Os pilares são pintados de branco, ficando com a aparência atual;
• É feita a troca dos bancos da Catedral;
• É feita a instalação da Pia Batismal no Batistério;
• É instalado controle eletrônico no Campanário.
16
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Figura 6 – Vista externa da Catedral, refl etida no espelho d’agua
Fonte: Wikimedia Commons
2000
Nova intervenção no vitral artístico de Marianne Peretti, restaurado com vidros espe­
ciais de Milão, que receberam película de climatização, para evitar aquecimento do 
interior da Catedral
2001
A partir deste ano, foi contratada uma Empresa especializada em restauro de patri­
mônio histórico e arquitetônico, a Concrejato.
De acordo com a Concrejato, em Recuperação, Restauro e Modernização das Cons­
truções (2013), foram feitas as seguintes intervenções:
• Revisão da impermeabilização geral da edificação;
• Instalação de sistema de climatização por resfriamento evaporativo;
• Reparos no mármore;
• Reparos na pintura;
• Melhorias nas instalações elétricas e hidráulicas;
• Novo mobiliário na sacristia;
• Revisão de bancos e confessionário de madeira;
• Restauração da estrutura metálica da cobertura.
2009-2012
• Restauro dos elementos artísticos internos;
• Restauro do mobiliário;
• Restauro do crucifixo;
• Restauro dos anjos suspensos;
17
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
• Revitalização do revestimento do piso;
• Revitalização das paredes de mármore;
• Instalação de sistema contra entrada de aves na nave;
• Restauro das estátuas de bronze dos quatro Evangelistas;
• Recuperação estrutural do Campanário e dos sinos;
• Instalação de automação no Campanário;
• No espelho d’agua, foi feita impermeabilização, recuperação, pintura interna, pin­
tura externa e instalação de sistema de tratamento da água.
Figura 7 – Vista externa da Catedral
Fonte: Wikimedia Commons
Em primeiro plano, as estátuas dos Quatro Evangelistas. Ao centro, após as 
estátuas, a entrada da rampa de acesso ao interior da Catedral, iluminada ao 
fundo, com a aparência atual. À esquerda, o Batistério iluminado.
Nesse período, foi feita nova intervenção na cobertura. Os vidros temperados co­
muns que compunham os painéis externos, acima do vitral artístico, foram substituídos 
por vidros laminados do tipo Cool Lite SKN, de alta tecnologia e performance, para o 
controle térmico e de luminosidade no interior da Catedral.
Você Sabia?
O Cool Lite SKN é um tipo de vidro, de alta tecnologia, que permite a proteção solar dos 
ambientes, pois é baixo emissivo (não permite a troca de calor entre o ambiente interno 
e externo), com alto desempenho. É usado nas maiores obras do mundo inteiro. Quando 
utilizado como vidro duplo, isola termicamente até 5 vezes mais do que um vidro transpa-
rente monolítico, pois impede a entrada do calor, sem barrar a luz. Esse tipo de material, 
além de gerar grande conforto térmico, diminui de forma significativa o uso de condicio-
nadores de ar e, consequentemente, o uso de energia. É encontrado como vidro laminado 
e temperado, podendo ser aplicado em fachadas, esquadrias, coberturas e sacadas. 
18
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Ensaios de Laboratório evidenciaram que havia uma instabilidade interna do material 
do vitral artístico de Marianne Peretti. 
Por essa razão, as peças de vidro que compunham os painéis, foram substituídas por 
placas de vidro produzidas na Alemanha, segundo a técnica artesanal de vidro soprado, 
cortadas e beneficiadas por artesãos vitralistas, seguindo de modo rigoroso as técnicas, 
dimensões, cores e nuances das peças originais, recompondo os quadros trapezoidais.
Figura 8 – Vista interna da Catedral, evidenciando o vitral 
artístico de Marianne Peretti. Ao centro, os anjos suspensos
Fonte: Wikimedia Commons
O registro da Catedral de Brasília no Livro do Tombo das Belas­Artes foi feito em 1 de 
julho de 1967. 
Consta do Guia dos Bens Tombados Brasil o registro e as informações sobre o tom­
bamento da Catedral de Brasília:
DADOS DO REGISTRO DO TOMBAMENTO 
Bem tombado: Catedral
Localização: Esplanada dos Ministérios, no chamado Eixo Monumental
Data da construção: 1958­1970
Propriedade: Arquidiocese de Brasília
Tombamento: Processo nº. 672­T­62, Inscrição nº. 485, Livro das Belas­
­Artes, fls.88. Data: 01.06.1967.
Finalidade atual: Culto religioso
Histórico
Pedra fundamental lançada em 12 de setembro de 1958. A primeira missa 
celebrada no interior da catedral foi a 21 de abril de 1963 e a sagração e 
entrega ao público efetivada em maio de 1970
Descrição
Um dos projetos mais originais de Oscar Niemeyer, a catedral lembra 
mãos erguidas em prece. A planta é circular e a nave apresenta 16 colu­
nas que nascem ao nível da praça e se entrelaçam no centro em um anel 
de compressão. Acima desse anel, está a laje superior de cobertura. As 
colunas são de concreto armado, medindo 50x50cm na base e 1.90 a 
2.50m no ponto mais largo, com 42m de comprimento. A nave, em plan­
ta circular de 4 m de diâmetro útil, foi rebaixada 3.80m em relação ao 
piso da praça, com acesso por meio de túnel. O piso e as paredes laterais 
são de mármore de carrara branco. O altar­mor, ao fundo, ergue­se sobre 
uma plataforma oval e foi doado pelo Papa Paulo VI. Os vitrais, cor de 
19
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
bronze, com 10mm de espessura, produzem efeito singular ao deixarem 
passar a intensa luz do planalto. A catedral possui diversas obras de arte: 
de Alfredo Ceschiatti são as figuras dos Evangelistas e os anjos voando 
no interior da nave; Athos Bulcão é o autor da “Anunciação da Virgem” e 
da cerâmica “Água­Viva do Batismo”, painel do batistério; Di Cavalcanti 
fez os painéis da parede externa do confessionário, representandoa via­
­sacra. (CRAZZONI, 1987, p. 135)
No entanto, o tombamento da Catedral de Brasília foi oficializado pelo Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 19 de novembro de 1991.
A aprovação do processo de tombamento da Catedral de Brasília foi registrada pela 
Secretaria de Estado de Cultura:
SEC – Secretaria de Estado de Cultura
Data do Tombamento: 19/11/1991
Processo de Tombamento: De acordo com o Art. 6 da Lei Distrital nº 
47/1989, “Os bens tombados pela União, localizados no Distrito Federal, 
serão inscritos ex officio nos Livros de Tombo definidos no Art. 8º desta Lei”
Fonte: https://bit.ly/3oi0SPw
Figura 9 – Vista aérea noturna da Catedral
Fonte: Wikimedia Commons
Note a beleza do vitral artístico que a cobre. À esquerda, o campanário e à 
direita, a estrutura do batistério iluminado de azul.
Intervenção de Restauro com Retrofit
Como exemplo de Retrofit, será apresentada a intervenção feita na Biblioteca Mário 
de Andrade – São Paulo/SP
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Biblioteca Mário de Andrade (Edifício – 1942/SP)
Nos dias de hoje, é a principal Biblioteca pública da cidade de São Paulo e possui 
o segundo maior acervo do país, ficando atrás somente da Biblioteca Nacional, no Rio 
de Janeiro.
Figura 10 – Representação do edifício
Fonte: arquivo.arq.br
Foi criada como Instituição em 1925, instalada no centro da cidade, em endereço 
diferente do atual, denominada Biblioteca Municipal de São Paulo, aberta ao público em 
1926, com acervo de 15 mil volumes. 
Em 1939, incorpora o acervo de mais de 70 mil volumes da Biblioteca Pública do 
Estado de São Paulo, destacando­se os representativos conjuntos documentais sobre a 
história da cidade e do estado de São Paulo, além de livros raros, periódicos, manuscri­
tos, mapas e obras de Arte, recebidos por meio de doações. 
No início da década de 1940, seu acervo ultrapassa os 110 mil volumes, recebendo 
um grande fluxo de público. 
O novo edifício, com Projeto do arquiteto francês Jacques Pilon (1905­1962), ide­
alizado pelo então diretor da Biblioteca, Rubens Borba de Moraes, conta com área 
total de 12.032,76m2, tendo uma base horizontal com 6 pavimentos e uma torre com 
23 pavimentos. 
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UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
O Projeto original previa a construção de duas torres de 22 andares cada, para capa­
cidade total de 1 milhão de livros. No entanto, durante a obra, o Projeto de Jacques 
Pilon foi alterado pelo então prefeito e engenheiro Prestes Maia, que autorizou a subs­
tituição dos pilares laterais por colunas centrais, reduzindo, assim, o espaço interno e 
abandonando a ideia de Pilon de fazer fundações que permitissem a construção de mais 
duas torres, inviabilizando, assim, uma futura ampliação do edifício.
Apenas uma torre foi construída.
A implantação do edifício se dá em endereço nobre da cidade, no chamado Centro 
Novo de São Paulo, com imponente arquitetura, em estilo Art Déco, marcada pelo rigor 
geométrico e pelo equilíbrio das proporções monumentais da obra, apresentando ele­
mentos externos sóbrios, com decoração minimalista. 
O edifício torna­se o marco central da modernidade arquitetônica na cidade de São 
Paulo, pela sua verticalidade, antecipando a projeção urbanística para a cidade, que 
previa sua verticalização.
Figura 11 – Vista parcial da fachada e entrada principal da Biblioteca Mário de Andrade
Fonte: Wikimedia Commons
Em segundo plano, parte do elemento horizontal que a compõe. Suas linhas 
retas, imponentes e despojadas de adornos, caracterizam o estilo Art Déco.
A inauguração do novo prédio acontece em 1942. Em 25 de janeiro de 1944, é inau­
gurada a Seção Circulante da Biblioteca e, em 25 de janeiro de 1945, é inaugurada a 
Seção de Artes, ano em que também é inaugurada a Seção de Obras Raras e Especiais.
Durante a década de 1940, a Biblioteca amplia sua atuação, firmando Acordos de 
Cooperação com a Biblioteca Nacional de Paris, criando a Seção de Artes. 
A partir de 1946, a Biblioteca abrigou a primeira coleção pública de Arte Moderna 
do país, anterior à fundação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), do Museu de 
Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e do Museu de Arte Moderna de 
São Paulo, com esculturas, gravuras, pinturas, desenhos originais de artistas brasileiros 
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como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Cândido Portinari, 
 Bruno Giorgi, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, Aldo Bonadei, Cícero Dias, Carlos 
Scliar e obras de artistas estrangeiros, como Pablo Picasso, Marc Chagall, Joan Miró, 
Henri Matisse, Fernand Léger, Marie Laurencin, Geoges Roualt, Sonia Delaunay, Francis 
 Picabia e Árpád Szenes. 
Atualmente, essa coleção integra o acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo, 
que está hoje no Centro Cultural São Paulo (CCSP).
Em 1958, a Biblioteca torna­se depositária oficial do material publicado pela Organi­
zação das Nações Unidas – ONU.
Em 1960, a Biblioteca Municipal passa a ser denominada Biblioteca Mário de Andrade. 
A Biblioteca oferecia, ao público, além de um acervo amplo e de grande qualidade, 
Cursos, Eventos Culturais, Palestras, Teatro e Exposições, caracterizando­se como um 
polo fundamental de fomento à cultura e das Artes para a cidade.
Na década de 1970, tem início uma fase de decadência da Biblioteca, por conta 
de alguns fatores associados: a criação de uma Rede de Bibliotecas por toda cidade 
acaba por espalhar os frequentadores, mudanças nas diretrizes de gestão da Instituição 
definem a desativação das atividades culturais e intelectuais que antes tinham lugar no 
espaço da Biblioteca, mantendo­a ativa e interessante. 
Paralelo a esses fatos, a área central da cidade, onde está a Biblioteca, começa a 
passar por um momento de decadência física, desestimulando a ida à Biblioteca. Todos 
esses fatores acabam por ocasionar uma abrupta queda do número de visitantes.
Os usuários da Biblioteca têm acesso ao acervo de dois modos:
• Consulta ao acervo da Biblioteca circulante: localizada a partir do térreo, o leitor 
tem acesso direto às estantes com os livros, podendo pegá­los e lê­los nas mesas 
que existem no local ou fazer empréstimo;
• Consulta ao acervo da Torre dos Livros: o leitor, no piso térreo, encontra o 
registro do livro desejado e o apresenta a um bibliotecário, no atendimento, que 
encaminha o pedido ao Setor onde o volume está. Lá, um outro bibliotecário envia 
o livro, por elevador, ao atendimento e, então, ao leitor, que dispõe de mesas para 
sua consulta ou leitura. Esse acervo não permite empréstimo.
A Biblioteca circulante estava em outro endereço, mas na reforma ocorrida a partir 
de 2007, após a realocação de parte do acervo, foi possível a volta do acervo circulante 
ao prédio da Biblioteca Mário de Andrade.
Como elemento integrador dos espaços ocupados pelos leitores, foi construída uma 
passarela externa, envidraçada, que faz a ligação entre as duas áreas de leitura: a da 
Biblioteca circulante e a área de consulta ao acervo da torre de livros.
Atualmente, a Biblioteca Mário de Andrade possui acervo de cerca de 3,3 milhões de 
títulos, sendo o segundo maior do país, atrás somente do acervo da Biblioteca Nacional 
do Rio de Janeiro. 
O edifício é considerado um marco do estilo Art Déco na cidade de São Paulo. 
23
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Você Sabia?
O estilo Art Déco começou na Europa, em 1910, terminando entre 1935 e 1939, mas se 
espalhou pelo mundo todo. Influenciou as Belas Artes, o design de interiores, o design de 
produtos, a Moda, Artes Gráficas, o Cinema e a Arquitetura.
Na Arquitetura, o estilo é caracterizado pelo uso de linhas retas e limpas, pela raciona-
lização dos elementos de ornamentação, pela racionalização dos volumes, que seguem 
a composição clássica de base, corpo principal e coroamento, pelo uso de materiais que 
indicassem modernidade, como aço inox em fachadas ou coroamento de edifícios, como 
no Edifício Chrysler (1930), em Nova Iorque, no qual o inox aparece no coroamento e nas 
gárgulascom forma de tampas de radiadores. 
No Brasil, a Arquitetura Art Déco é difundida entre as décadas de 1930 e 1940. Os centros 
urbanos com mais edifícios desse movimento são Rio de Janeiro (Torre do Relógio da 
Estação Central do Brasil, o Edifício A Noite e o Cristo Redentor, entre outros), São Paulo 
(Biblioteca Mário de Andrade, Edifício Altino Arantes e o Estádio do Pacaembu, entre 
outros) e Goiânia (cidade planejada tendo grande parte dos edifícios públicos no estilo 
Art Déco, possuindo o mais significativo acervo do país), havendo poucos exemplares 
em cidades como Campo Grande, Belo Horizonte, Juiz de Fora e Porto Alegre. O estilo 
influenciou escultores como Vitor Brecheret (Monumento às Bandeiras – São Paulo) e 
pintores, como Vicente do Rego Monteiro. O estilo teve, também, forte influência sobre 
a proposta de remodelação urbana do Rio de Janeiro, o Plano Agache, no final dos anos 
1920, de Alfred Agache, que não foi implementada, mas abriu novas perspectivas para 
o urbanismo no Brasil.
Reformas, Movimentos de Preservação e Intervenções 
1989-1993
• Instalação de equipamentos de combate a incêndios;
• Instalação de sistema de ar condicionado central;
• Pequenas intervenções nos salões térreos destinados ao público.
2003
• Criada a Associação de Amigos e Patronos da Biblioteca Mário de Andrade.
2005
• Após reforma administrativa, a Biblioteca Mário de Andrade passa a ter status de 
Departamento, o que permite apoio para planejamento de ações de reestruturação 
e autonomia sobre ações culturais.
2007
O espaço físico da Biblioteca está lotado e as instalações estão defasadas.
Parte dos livros está sendo tomada por fungos, colocando em risco um precioso acervo. 
24
25
A Prefeitura de São Paulo contrata o consórcio Concrejato­Tensor, especializado em 
intervenções de restauro, retrofit e reforço estrutural de edificações. 
Por conta da importância do edifício, foi desenvolvido pelo escritório Piratininga 
 Arquitetos Associados, um Projeto integrando as áreas envolvidas nos trabalhos de: 
 Arquitetura, restauro, Engenharia de Fundações, estrutura e instalações, impermeabili­
zação, consultoria de acústica, cenotécnica, luminotécnica e conservação de documentos.
De acordo com a Concrejato, em Recuperação, Restauro e Modernização das Cons­
truções (2013), foram feitas as seguintes intervenções:
• Todas as peças do acervo foram catalogadas e encaixotadas;
• Toda manipulação, movimentação e tratamento do acervo (livros, Mapas, quadros, 
coleções de obras raras) foi acompanhada por funcionários da Biblioteca e executada 
por mão de obra especializada contratada para a tarefa;
• Devido à falta de espaço, foi feito um convênio com o governo do estado de São 
Paulo, para que parte do acervo da Biblioteca fosse realocado para um edifício 
próximo à Biblioteca, o edifício do IPESP, que passou a ser considerado um anexo. 
Para lá, foram levados os Laboratórios de restauro, encadernação, microfilmagem, 
parte do acervo, e foi expandida a hemeroteca, que vem a ser a coleção de perió­
dicos, como revistas e obras em série;
• Foi feita a desinfestação de parte do acervo de livros;
• Foi feita a higienização de todo o acervo;
• Foi feita a reorganização física de todo o acervo;
• Baseado em estudos, foi definido o tipo de restauro da argamassa;
• Baseado em estudos, foi definido o tipo de restauro do material de revestimento;
• Baseado em estudos, foi definido o tipo de restauro das esquadrias metálicas;
• Baseado em estudos, foi definido o tipo de restauro do mobiliário original;
• Foi feita a limpeza da fachada por hidrojateamento, para aplicação de argamassa 
em pontos deteriorados;
• Grande parte do revestimento apresentou estufamento, sendo necessários ensaios 
de Laboratório para definição do traço usado originalmente. Chegou­se a: 29% de 
areia, 3% de basalto, 48% de dolomita, 15% de cimento branco estrutural, 5% de 
cal hidratada e 10% de água;
• Após colocação do novo revestimento, foi aplicado sobre ele hidrorrepelente à base 
de silano siloxano, para diminuição do efeito do tempo nas fachadas;
• Restauro de platibandas com uso de tijolos no formato original;
• Recuperação de mecanismos defeituosos ou ausentes nos caixilhos;
• Remoção da pintura de esquadrias internas e externas;
• Aplicação de primer em esquadrias internas e externas, e finalização com esmal­
te sintético; 
• Reforço de estrutura metálica para sobrecarga proveniente da nova estrutura da 
Biblioteca circulante, passarela de ligação entre os halls da Av. São Luiz e da Rua 
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UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
da Consolação, com fechamento de caixilho de alumínio e vidro laminado, estrutu­
ra e mezanino da Biblioteca circulante, escadas, todas as novas estantes, rampas e 
estruturas de fechamento das plataformas de acessibilidade ao edifício;
Figura 12 – Passarela na lateral do edifício que liga a Biblioteca 
circulante ao Salão de Leitura da Biblioteca da Torre de livros
Fonte: Wikimedia Commons
• Substituição da camada impermeabilizante, por manta asfáltica, com aplicação de 
camada de proteção mecânica em todas as lajes de cobertura e platibandas;
• Revisão e substituição das instalações elétricas;
• Revisão e substituição das instalações de água fria;
• Revisão e substituição das instalações de águas pluviais;
• Colocação de dutos secos para instalação de telecomunicações e Sistema de segurança;
• Reforma de todos os banheiros;
• Restauro dos pisos de madeira (lixamento e aplicação de verniz);
• Pintura de todas as paredes, forros, lajes e divisórias de gesso acartonado;
• Revisão dos dois elevadores, modernização das cabines e substituição do cabeamento;
• Instalação de pisos podotáteis;
• Instalação de anéis de silicone em corrimãos;
• Instalação de rampas;
• Instalação de três plataformas elevatórias para acessibilidade em ambientes de cir­
culação pública;
• Alterações de iluminação em ambientes nos quais houve alteração nas posições de 
ocupação, como no Setor administrativo, na Biblioteca circulante e nos ambientes 
de leitura; 
• Revisão da iluminação do acervo fixo, localizado na torre dos livros;
• Revisão das instalações e da programação de combate a incêndios das Áreas do 
acervo da Biblioteca, que necessitam de Sistema específico;
• Sem uso de água;
• Instalação de baterias de cilindros de co2, para combate a incêndios, nas áreas do 
acervo ligadas à nova Central Eletrônica;
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• Recarga dos cilindros de co2, para combate a incêndios;
• Restauro dos revestimentos de granito (limpeza, estucamento, reparos, polimento 
e enceramento);
• Conservação de pisos e revestimentos de granito da grande entrada.
Figura 13 – Entrada principal da Biblioteca, já restaurada
Fonte: Wikimedia Commons
Após a reforma, a Biblioteca Mário de Andrade voltou a oferecer Atividades Culturais.
A Biblioteca Mário de Andrade e a Praça Dom José Gaspar, local de sua implantação, 
foram tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artís­
tico e Turístico do Estado de São Paulo – o CONDEPHAAT, em 20 de agosto de 2013. 
A seguir, o registro do tombamento:
Localização: Rua da Consolação nº94, com Praça Dom José Gaspar
A criação da Biblioteca ocorreu em 1926, mas é durante o Estado Novo 
e no contexto da criação do Departamento de Cultura de São Paulo, 
comandado por Mário de Andrade, que este novo e imponente edifício é 
planejado e sua obra executada – entre 1938 e 1942. O grupo de moder­
nistas da vanguarda da “Semana de 22” – Mário de Andrade, Rubens 
Borba de Moraes, Paulo Duarte, Alcântara Machado, Sérgio Millet entre 
outros – ambicionavam uma política cultural para o país, irradiando de 
São Paulo.
O novo edifício, também configura a nova política de ocupação da cidade, 
que previa a expansão urbana para além do triângulo do Centro Velho, 
constituindo o Centro “Novo”, numa cidade com características de metró­
pole e pensada para o automóvel particular. Trata­se de um edifício proje­
tado por Jacques Pillon, contratadopara executar um novo prédio para a 
27
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
já exígua Biblioteca Municipal, que ocupava um modesto edifício na Rua 
Sete de abril. Dois quesitos fundamentas foram atendidos no projeto: a 
construção de um grande edifício capaz de suportar acréscimo de docu­
mentos, abrigar áreas de serviços técnicos e atendimento ao público e 
ainda contar com espaços para abrigar atividades ligadas à cultura como 
exposições, palestras, concertos, etc.
A composição geral do edifício articula volumes assimétricos e a opção 
plástica é feita com elementos sóbrios de linguagem geométrica que 
 caracteriza as obras públicas da década de 1940 na cidade de São Paulo, 
essencialmente vinculadas à administração do Prefeito Prestes Maia: ele­
mentos com linhas retas, segmentos curvos, caixilhos de ferro e vidro, 
revestimento de massa raspada.
Quanto à Praça D. José Gaspar, localizada atrás da edificação, propor­
ciona um “respiro” que foi obtido por meio da demolição e desapropria­
ção feitas com esta finalidade por ocasião da implantação do edifício. 
Da mesma época são o alargamento da Av. São Luís, a abertura da Rua 
Marconi e a construção de grande parte dos edifícios destas vias e da Rua 
Xavier de Toledo.
Fonte Processo de Tombamento
Número do Processo: 51479/05
Resolução de Tombamento: Resolução 82 de 20/08/2013
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 406, pg. 120
Publicação do Diário Oficial: Poder Executivo, 21/08/13, p. 49 
Fonte: https://bit.ly/2Yf1VW5
Figura 14 – Vista geral da Biblioteca Mário de Andrade, evidenciando o volume 
horizontal de 6 pavimentos e o volume vertical – a Torre dos Livros - com 23 pavimentos
Fonte: condephaat.sp.gov.br
28
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
 Arte fora do Museu
https://bit.ly/3pknzE5
CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico
e Turístico do Estado de São Paulo
https://bit.ly/3phiE72
CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural
e Ambiental da Cidade de São Paulo
https://bit.ly/3iR0Pt1
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
https://bit.ly/39hCxW6
 Vídeos
Athos, 100 Anos
https://youtu.be/nmurOHM2Z7U
Arquiteturas: Biblioteca Mário de Andrade
https://youtu.be/vXTjOdDkM8k
Biblioteca Mário de Andrade - Entrelinhas
https://youtu.be/2GnR09Pc5lI
 Leitura
Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992
Proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília. 
https://bit.ly/3oc5wyN;
Lei n. 47, de 2 de outubro de 1989
Dispõe sobre o tombamento, pelo Distrito Federal, de bens de valor cultural. 
https://bit.ly/2YbNdiv.
29
UNIDADE Tipos de Intervenções e Apresentação de Casos
Referências
CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artís­
tico e Turístico do Estado de São Paulo. Biblioteca Mário de Andrade. Disponível 
em: <http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/biblioteca­mario­de­andrade­e­praca­
­dom­jose­gaspar/>. Acesso em: 30/07/2020.
CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural 
e Ambiental da Cidade de São Paulo. Biblioteca Mário de Andrade. Disponível em: 
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bma/historico/index.
php?p=7653>. Acesso em: 30/07/2020.
CRAZZONI, M. E. (coord.). Guia dos Bens Tombados. 2.ed. Rio de Janeiro: Expressão 
e Cultura, 1987.
IPATRIMÔNIO – Patrimônio Cultural Brasileiro (Beta). Catedral de Brasília. Disponí­
vel em: <http://www.ipatrimonio.org/brasilia­catedral­metropolitana/#!/map=38329&
loc=­15.797250263733694,­47.87367582321166,15>. Acesso em: 30/07/2020.
VIEGAS FILHO, M. et al. Recuperação, restauro e modernização de construções. 
São Paulo: Metalivros, 2013. 
Sites Visitados
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: 
<http://portal.iphan.gov.br/>. Acesso em: 30/07/2020.
 
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