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ESTUDOS DE CASO

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ESTUDOS DE CASO – APS 
APS TÉCNICAS RETROSPECTIVAS ( PROJETO )
NOME: ALANE JESUS DOS SANTOS 
RA: D059II-3
TURMA: AU9P33
01
ESTUDO DE CASO 01 – MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA 
ESTUDO DE CASO 02 – CIDADE MATARAZZO 
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Um museu de grande escala, à imagem da tipologia da estação, assim pode ser definido o Museu da Língua Portuguesa implantado na Estação da Luz, de autoria de Pedro e Paulo Mendes da Rocha. A intervenção dos arquitetos em um prédio histórico, tombado e que ainda mantinha seu uso como estação de trem, foi um desafio que resultou em um dos espaços mais interessantes para se visitar em São Paulo, tanto pela proposta do museu interativo, como pelas soluções arquitetônicas realizadas.
02
Localização: São Paulo-SP
Área: 7240 m² construída
Data: 2000/2006
Projeto de Arquitetura: Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha
Projeto museográfico: Ralph Appelbaum Associates
Valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo. Foi com esses objetivos que nasceu o Museu da Língua Portuguesa; os mesmos objetivos com os quais ele renasce, em 2021, após sua reconstrução no edifício da Estação da Luz.  
O museu abriu ao público pela primeira vez em 2006, tendo escolhido como casa a cidade de São Paulo, que abriga a maior população de falantes da língua portuguesa em todo o mundo. A Estação da Luz foi um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam ao país e, até hoje, é um espaço dinâmico de contato e convivência entre várias culturas e classes sociais, abrigando sotaques vindos de todas as partes do Brasil. 
Em seus primeiros 10 anos de funcionamento, o Museu da Língua Portuguesa recebeu 3.931.040 visitantes, que puderam se conectar de forma lúdica e emocionante às suas origens do idioma, sua história, suas influências e as formas que ele assume no cotidiano da população. 
03
Museu da Língua Portuguesa ou Estação Luz da Nossa Língua MHCa é um museu interativo sobre a língua portuguesa localizado na cidade de São Paulo, Brasil, no histórico edifício Estação da Luz, no Bairro da Luz, região central da cidade. Foi concebido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo um investimento de cerca de 37 milhões de reais.
O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem, como patrocinador máster, a EDP; como patrocinadores, o Grupo Globo, o Grupo Itaú e Sabesp e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A Organização Social de Cultura IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a responsável pela gestão do Museu.
BREVE HISTÓRICO E A LOCALIZAÇÃO
A TRAGÉDIA – INCÊNDIO ATINGE MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA
Um incêndio de grandes proporções atinge o Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (21/12/2015), segundo informações do Corpo de Bombeiros. De acordo com a corporação, 37 viaturas e 97 bombeiros foram enviadas ao local. Os bombeiros disseram que por volta de 17h15 o incêndio foi controlado, mas por volta de 17h30 as chamas atingiram a torre do museu. 
O Museu está sendo reaberto em 2021 após cinco anos de intensos trabalhos de reconstrução e reimplantação, com tecnologia e exposições renovadas. O fechamento, no final de 2015, foi causado por um triste incêndio que destruiu o Museu. Uma aliança entre o poder público e a iniciativa privada, no entanto, possibilitou o rápido início da obra, que em julho de 2021 foi entregue à população.  
04
O PROJETO E SUAS DIRETRIZES 
O projeto original de Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha prevaleceu como partido da reforma, portanto, as grandes intervenções concebidas anteriormente no edifício, assim como o próprio conceito, foram mantidos. Inclusive, muitas das novidades que estão por vir já foram discutidas no passado, mas por diferentes razões não foram realizadas. 
Já no térreo será possível ver um dos primeiros ganhos do novo museu. Ao realizar um desejo dos órgãos de patrimônio, agora a Estação da Luz - um edifício "para inglês ver", feito para esconder as plataformas de trem numa tipologia muito atípica de estações na qual o pedestre circula no térreo e o trem está enterrado -  se tornará mais permeável visual e fisicamente ao ativar os saguões da ala leste e oeste. 
05
O projeto de modernização da linha férrea levou as instalações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CTM para o subsolo e nos 3 andares antigamente usados como escritórios administrativos é que se instalou o Museu da Língua Portuguesa, propondo um novo uso que manterá a velha senhora ativa por mais alguns anos. 
No processo de intervenção, normalmente se evidencia em primeiro lugar o que é proibido. No caso da Luz, não se poderia, em igualdade de importância: interromper o fluxo de pedestres e passageiros pelas três passarelas sobre o trem, na cota da rua, interferir na arquitetura do saguão central, o espaço articulado desse fluxo, e ao menos em principio, mudar qualquer registro material, independentemente da escala, da ala que ficou salvo do incêndio de 1946.
A visitação transcorre de cima para baixo, já que " o projeto tem essa posição intrigante, de o chão continuar sendo estação " comentam os arquitetos. Possibilitar a movimentação de subido e descida dos visitantes foi, assim um dos desafios iniciais da arquitetura. " O edifício era problemático, porque originalmente ocupado por escritórios, possuía escadas e elevadores pequenos, divididos em setores", revela Pedro. 
06
Estrutura metálica de vidro 
Elevadores 
Auditório 
Praça das línguas 
A INTERVENÇÃO
No segundo andar fica a Grande Galeria (6 x 120 metros), um túnel escuro concebido para a projeção de imagens, localizado junto à fachada posterior - transformando espaços labirínticos e isolados, ainda que originais, em uma extensa sala que percorre todo o comprimento da edificação. Além da Galeria de Influências e o Beco das Palavras. No primeiro andar, há uma sala de exposições temporárias e a parte administrativa. Por fim, no térreo, além do saguão restaurado tal como o original, há loja, livraria e café nos saguões laterais.
07
A INTERVENÇÃO
Grande galeria 
Beco das palavras 
Galeria das influências
A INTERVENÇÃO – PÓS INCÊNDIO
A grande intervenção realizada pelos arquitetos no projeto original foi a introdução de quatro elevadores nas torres. No entanto, no passado, foi pensada uma museografia de sequência narrativa que começava e terminava no mesmo ponto, e também haviam questões de operação do museu que fizeram com que o público circulasse apenas pela ala leste, sem conhecer a área oeste e seus elevadores.
Hoje a exposição foi repensada e, apesar de ter um percurso sugerido, possui uma liberdade de fruição que não determina um início ou fim, já que não possui uma narrativa fixa. Assim, o térreo será ativado através de seu programa e diferentes acessos ao museu: na ala oeste haverá uma bilheteria para públicos agendados, como grandes grupos e escolas, e contará com uma loja, e a ala leste seguirá como espaço de entrada do público espontâneo e abrigará um café. Além disso, optou-se por manter uma estrutura metálica com vidro para cobrir os pátios, criando um diálogo com a linguagem adotada no museu de artes vizinho, a Pinacoteca do Estado de São Paulo. 
08
Detalhes da nova intervenção
09
Novidades no térreo
São três as principais mudanças que acontecerão no térreo. No projeto anterior não foi possível enterrar o poço dos elevadores, assim eles ficavam aparentes na laje criando degraus e gerando uma descontinuidade de nível no pátio. Agora, a tecnologia permitiu levar o poço para o subsolo em áreas da CPTM, possibilitando a integração de todos os pátios num mesmo nível.
Anteriormente, as máquinas do sistema de ar-condicionado ocupavamo térreo. No projeto atual foi possível criar passarelas técnicas maiores e levar esses equipamentos para as fachadas posteriores, liberando mais espaço nos pátios.
Por fim, os arcos decorativos da fachada do edifício foram abertos. Apesar de serem desencontrados, a criação desses vãos trouxe permeabilidade à estação que agora está mais conectada com as ruas do entorno, possibilitando uma integração física e visual que gera uma área pública de convivência. 
Novo acesso e café no terraço
Um novo elevador e escada de emergência, pedida pelo Corpo de Bombeiros, foram instalados na Torre do Relógio. Serão o principal acesso para visitar o novo café que será instalado na cobertura da estação, com vista para todo o entorno e principalmente para o verde do Parque Jardim da Luz. Este novo acesso também gera uma integração com o saguão da CPTM por onde passam diariamente 300 mil pessoas e poderá ser aberto de acordo com diferentes atividades propostas para atrair parte desse público para o museu. 
Neste mesmo saguão há um mezanino que liga as duas alas do edifício e se manteve fechado ao público. A ideia, agora, é que a partir do primeiro pavimento as pessoas possam conhecer e circular por esse ambiente, vendo o público que passa pela estação de trem abaixo. 
Novo programa na área oeste
A Estação da Luz já sofreu dois incêndios, um em 1946 e outro em 2015. Felizmente, por uma configuração do próprio edifício, nenhum destes atingiu a ala oeste que segue com sua arquitetura original de 1901 - uma verdadeira joia arquitetônica da cidade. Agora ela será aberta ao público de forma controlada e terá como programa o Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa - que abrigará um núcleo de pesquisa e estudos -, administração do museu e salas multiuso para cursos, atividades e pequenas exposições.
Espaço expositivo
Anteriormente, o museu ocupava apenas as alas leste e central. Vale salientar que a primeira, após a reforma do incêndio de 1946, recebeu um pavimento extra e, portanto, possui um nível a mais que a ala oeste. Com isso, o segundo pavimento é o único que possibilitou uma ocupação de ponta a ponta, na qual é possível ver a extensão completa do edifício.
Na intervenção passada, Paulo Mendes da Rocha indicou para este pavimento uma grande tela em analogia à proporção alongada do trem da estação. Esta intervenção será mantida mas terá seu conteúdo e montagem renovada graças às novas tecnologias. Agora, com projetores de curta distância, será possível mantê-los próximo da tela e evitar a sombra das pessoas, liberando mais espaço para circulação e ocupação de outras paredes. 
Praça da Língua e os desafios da obra
No terceiro pavimento da ala leste encontra-se a "Praça da Língua" - a experiência considerada mais impactante do Museu da Língua Portuguesa - será mantida no mesmo lugar, mas com algumas novidades. A volumetria e composição anteriores foram respeitadas, mas surgiu a oportunidade de criar uma estrutura mais contemporânea. Após negociação com órgãos de patrimônio e bombeiros, optou-se por uma estrutura mista de madeira com tirantes metálicos.
A madeira foi escolhida por ser um elemento seguro em caso de incêndios. Por queimar de fora para dentro, cria uma camada isolante que retarda o colapso do elemento; diferente de estruturas metálicas que derretem ao atingir determinadas temperaturas. Para isso, a seção estrutural foi calculada considerando uma camada de 5 cm em todo o perímetro das peças, obtendo-se, assim, a dimensão final das tesouras de madeira. 
FOTOS DA OBRA
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TEORIA DE RESTAURAÇÃO 
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O presidente do Iphan na época, Antônio Arantes, convocou profissionais reconhecidos na área, como o carioca Glauco Campelo e o paulista Carlos Lemos para um parecer em relação à proposta de Paulo e Pedro Mendes da Rocha: “Grande parte dos técnicos é visceralmente contrária à intervenção em bens tombados, e o projeto interferia muito na edificação original . Mas o importante é que não se prejudiquem os espaços essenciais, que efetivamente caracterizam o edifício, como a gare e a torre do relógio, por exemplo. Fomos favoráveis à mudança porque o tombamento não pode significar a mumificação ”, relata Carlos Lemos.
Pedro enfatiza: “Não se pode tocar o prédio só um pouquinho, sob pena de não se fazer uma boa intervenção. Nossa preocupação foi sempre a de constituir, além do passado, o patrimônio do amanhã.
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc “RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento." Posição oposta à de Ruskin: faz pesadas críticas às restaurações e pregava absoluto respeito pela matéria original, que levava em conta as transformações feitas em uma obra no decorrer do tempo, sendo a atitude de tomar simples trabalhos de conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura contemplação.
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc A reutilização do edifício para sua sobrevivência. Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um espírito da qual ela é suporte. Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro, em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição mais longa do que a já decorrida.
CONCLUSÃO 
Segundo Viollet-le-Duc, o profissional não deve seguir uma conduta rígida e absoluta no que desrespeito às decisões a serem tomadas diante de dificuldades comuns no processo da restauração. Escolhas severas podem apresentar riscos à obras, porém, tais dificuldades não estão limitadas a fatos materiais uma vez que os edifícios restaurados devem ter uma destinação e, o melhor meio de conservação de um edifício é exatamente dar-lhe uma destinação. A museografia procurou dialogar com o ambiente construído e com as novas intervenções propostas tirando proveito, por exemplo, das projeções no telhado da praça da língua ou construindo o painel de projeções em toda extensão da grande galeria do segundo pavimento. Do ponto de vista do restauro, o resultado final parece harmonioso, na medida em que se entende que este faz parte da arquitetura em um esforço conjunto de propor o menor impacto possível no bem tombado, mas também de integrar o monumento histórico à nova intervenção, com o objetivo de devolver o patrimônio à sociedade de forma que seja usufruído com as necessidades e expectativas atuais.
CIDADE MATARAZZO
O Cidade Matarazzo é um megacomplexo de luxo em construção localizado no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo.
Localização: Av. Bela Vista – São Paulo - SP
Arquitetos: Jean Nouvel
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Esse estudo de caso, apresenta o atual estágio do empreendimento Cidade Matarazzo, que promove o reuso do Hospital e Maternidade Umberto I (ex-Hospital Matarazzo) por meio de um programa multifuncional que integra os pavilhões originais a espaços contemporâneos. O texto faz parte de um conjunto de artigos recentes que abordam aspectos do empreendimento, dos projetos desenvolvidos às soluções tecnológicas adotada. Três pontos importantes: 1) Valoração; 2) Concepção; e 3) Implantação. No primeiro ponto, irei abordar a resolução de tombamento e sua revisão. No segundo, trata-se da organização do programa a partir de tendências recentes. Por fim, considerarei o andamento geral das obras, particularmente, das restaurações.
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INTRODUÇÃO – BREVE HISTÓRICO
ANTES / DEPOIS
Fachada do antigo hospital Humberto I, no Cidade Matarazzo, São Paulo (SP), Brasil
Valoração
A resolução de tombamento que preserva o Hospital foi promulgada em 1986 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) e ratificada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) em 1991, por meiode tombamento ex-officio. Grosso modo, o CONDEPHAAT reconheceu o equipamento como parte de um processo amplo de modernização da cidade de São Paulo a partir da passagem do século XIX e XX, período marcado por taxas de incremento demográfico explosivas, resultando em profundas mudanças nas relações locais e nas configurações espaciais produzidas na cidade. Naquele momento, por exemplo, surgiram as primeiras pesquisas médicas em decorrência da criação de instituições como a futura Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) a partir da década de 1920-30; e foi crescente o caráter secular do atendimento médico, que até então estava a encargo das Santas Casas de Misericórdia (instituições confessionais voltadas à comunidade católica)
HISTÓRIA 
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CONCEPÇAO 
O Grupo Allard, que atua nesse segmento em países como França e Itália e é responsável pelo empreendimento, montou grupo multidisciplinar que envolveu profissionais como os engenheiros Mario Franco e Carlos E.M. Maffei, os arquitetos Júlio Roberto Katinsky e Helena Ayoub (Professores da FAUUSP com quem compartilho a autoria do projeto de restauro), a equipe do advogado Marcelo Terra, além de Jean Nouvel e Phillipe Stark.
O resultado desse trabalho permitiu a organização de programa de atividades que envolve áreas comerciais, corporativas, culturais e serviços hoteleiros, distribuídos pelos pavilhões primitivos e dois novos edifícios localizados junto aos limites do terreno entre as vias Pamplona, Itapeva e Alameda Rio Claro. As soluções primaram pelos esforços criativos e tecnológicos, sempre incentivados pelos responsáveis, e que compreendem a oportunidade como momento singular para o desenvolvimento de atividades ainda pouco frequentes no ambiente da construção civil no país.
Um aspecto chama a atenção: a necessidade de encontrarmos arranjos produtivos originais, que contem com a participação de agentes públicos e privados e que se mostrem capazes de viabilizar as ações de reuso.
15
IMPLATAÇÃO 
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As obras estão sob a direção técnica do engenheiro Maurício Bianchi e contam com a participação de empresas como a Tessler Engenharia e o consórcio RFM – Sérgio Porto. Atualmente, estão em curso a construção de torre multifuncional, o setor de estacionamentos e o restauro dos edifícios da Maternidade e da Capela.
Capela
O templo constitui o único imóvel que, segundo a resolução de tombamento vigente, deve ser integralmente restaurado. Foi construído em 1922, com alvenaria de tijolos maciços apoiados em alicerces, e revestidos externamente com argamassa a base de cal. A cobertura é de estrutura de madeira com telhas francesas e o forro logo abaixo é de estuque. Internamente, o revestimento de parede foi feito em escaiola e o piso, em mármore. Existem ainda vitrais, esculturas e o mobiliário original. Contudo, a má conservação do conjunto exige o restauro de todos esses elementos.
Serão feitas algumas adaptações, principalmente, de elementos descaracterizados. O piso original foi substituído por cerâmicas que serão removidas para a instalação de um piso de mármore similar ao remanescente na área do altar, mas com paginação nova, para diferenciar as intervenções. Em função da deterioração do estuque original que inviabiliza sua recomposição, removeremos em sua totalidade para a aplicação de novo forro em gesso. Para a ressacralização do edifício, que está sem função há muito tempo, serão instalados pontos hidrossanitários, as instalações elétricas serão renovadas e haverá modificações que permitam a acessibilidade universal. Todos os pontos foram devidamente aprovados pelos órgãos de preservação.
Esquema de fundações 
Maternidade
A preservação do imóvel envolve volumetria, fachadas e elementos internos pontuais. Além da adaptação dos espaços que serão ocupados por atividades hoteleiras, foram iniciadas também as restaurações das fachadas, que se dividem em trabalhos de argamassa e trabalhos de caixilhos.
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Área em restauro (à esquerda, área restaurada) (fonte: Acervo Cidade Matarazzo)
Vista geral das restaurações (fonte: Acervo Cidade Matarazzo)
O templo constitui o único imóvel que, segundo a resolução de tombamento vigente, deve ser integralmente restaurado. Foi construído em 1922, com alvenaria de tijolos maciços apoiados em alicerces, e revestidos externamente com argamassa a base de cal. A cobertura é de estrutura de madeira com telhas francesas e o forro logo abaixo é de estuque. Internamente, o revestimento de parede foi feito em escaiola e o piso, em mármore. Existem ainda vitrais, esculturas e o mobiliário original. Contudo, a má conservação do conjunto exige o restauro de todos esses elementos.
PROJETO E OBRAS 
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O procedimento que estacionou a capela de Santa Luzia do topo da estrutura de concreto, enquanto escavações removiam o solo abaixo dela, é parte de uma técnica pioneira no Brasil, prevista no projeto assinado pelos engenheiros Mario Franco e Carlos Eduardo Moreira Maffei. 
As escavações começaram em outubro de 2017, depoiss do devido sinal verde a empreitada pelos órgão estadual e municipal de preservação do patrimônio histórico: Condephaat ( Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo. ) e Conpresp ( Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. )
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TEORIA DE RESTAURAÇÃO 
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Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc “RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento." Posição oposta à de Ruskin: faz pesadas críticas às restaurações e pregava absoluto respeito pela matéria original, que levava em conta as transformações feitas em uma obra no decorrer do tempo, sendo a atitude de tomar simples trabalhos de conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura contemplação.
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc A reutilização do edifício para sua sobrevivência. Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um espírito da qual ela é suporte. Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro, em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição mais longa do que a já decorrida.
Os trabalhos no antigo Hospital Matarazzo oferecem condição privilegiada para essa reflexão, seja pela sua dimensão (que transita entre as escalas da arquitetura e do urbanismo), ou pela complexidade envolvida em sua viabilização. A restauração da capela e da maternidade evidenciam tais questões, enfrentadas a partir da multidisciplinaridade e da busca pela excelência técnica.
Além disso, o projeto se pauta por referenciais pouco explorados no mercado imobiliário brasileiro: a participação da iniciativa privada, o uso de soluções que impulsionem o desenvolvimento tecnológico da indústria da construção e os próprios serviços de restauro de forma integrada.
Por isso, considero que o empreendimento Cidade Matarazzo contribui com novas formas de se pensar o patrimônio histórico, algo fundamental para o futuro do nosso campo de atuação profissional.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/incendio-atinge-museu-da-lingua-portuguesa-em-sp-dizem-bombeiros.html
https://www.archdaily.com.br/br/923350/museu-da-lingua-portuguesa-conheca-o-projeto-por-tras-da-reforma
https://www.anualdesign.com.br/saopaulo/projetos/1205/museu-da-lingua-portuguesa/#prettyPhoto
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/mlp/o-museu/
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/obras-de-reconstrucao-concluidas/
https://www.google.com/search?q=museu+da+l%C3%ADngua+portuguesa++FOTOS+ATUAIS
https://catracalivre.com.br/educacao/estudantes-podem-visitar-o-museu-da-lingua-portuguesa-em-primeira-mao/
http://www.dlegend.com.br/blog/cidade-matarazzo-um-projeto-luxuoso-ao-lado-da-av-paulista/https://revistarestauro.com.br/obras-e-reuso-do-antigo-hospital-matarazzo/
https://veja.abril.com.br/brasil/capela-suspensa-santa-luzia-hospital-matarazzo-umberto-i/
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REFERÊNCIAS

Outros materiais