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Autoria: Me. José Arthur Fernandes Barros Revisão técnica: Ma. Gabriella Camargo Rodrigues ATLETISMO PROVAS DE PISTA Introdução Iniciaremos nossos estudos das provas do atletismo. Portanto, nada é melhor do que começar pelas provas que atraem mais público e que são resolvidas em pouco segundos: as provas de velocidade. O atletismo é um esporte que proporciona aos seus atletas o alcance de altíssimas velocidades. Há mais de três décadas, seria inimaginável um ser humano percorrer, em apenas um segundo, a distância de 10 metros (comumente, utiliza-se a métrica de 10 m/s). Porém, essa é a realidade atual dos atletas velocistas, principalmente a dos do gênero masculino. Entenderemos, também, que não é sempre que os corredores conseguem repetir os seus melhores tempos, porque, nas corridas em pistas descobertas, sofrem a ação do vento no momento da corrida. Caso o vento tenha velocidade a favor do atleta maior do que 2,0 m/s, os resultados não são homologados como recordes, mas são válidos apenas para a classi�cação do campeonato em questão, já que todos estão correndo nas mesmas condições climáticas. Quando o vento está contra o atleta – ou seja, na direção oposta à em que está correndo, é permitida a homologação de sua prova, embora esse vento contra não lhe permita melhorar o seu tempo de competição. Outro fator que in�uencia os melhores tempos é a saída baixa. Para usar esse tipo de saída, o atleta deve treinar exaustivamente, pois tal técnica poderá contribuir para obter vantagem no tempo de prova em comparação com outros atletas. Veremos tudo isso e mais um pouco! Bons estudos! Tempo estimado de leitura: 54 minutos. 2.1 Velocidade As provas de velocidade são as que mais atraem público nas competições de atletismo. Isso acontece, primeiramente, pela curta duração e, também, pela tradição dessas provas, que vêm desde as Olimpíadas da Antiguidade, quando as corridas ainda eram feitas em homenagem aos deuses. É difícil imaginar como um homem pode correr 10 metros em menos de um segundo. Que velocidade é essa? Por esse caminho, podemos constatar que, nos tempos atuais, tempos das provas de supervelocidade, podemos dizer que lidamos com super- homens e com supermulheres. As provas de velocidade podem ser divididas em três grupos: as provas rasas, as provas com barreiras e as provas de revezamento. Inicialmente, estudaremos as provas rasas – ou seja, pista limpa, pista sem barreiras e pista com um espaço só seu para correr. As provas de velocidade são todas balizadas. Assim, cada corredor deve percorrer sua pista até o �nal; no caso de invasão da pista de um oponente, receberá uma punição da arbitragem. As provas rasas são as de 100, de 200 e de 400 metros, tanto para os homens como para as mulheres. Nessas provas, os(as) atletas dão sua velocidade máxima, não cabendo espaço para outras estratégias. Precisamos de uma de�nição do que é velocidade e do que é aceleração. Para isso, fomos buscar, no dicionário Michaelis, qual é o signi�cado dessas palavras. Velocidade é a “[r]elação entre um espaço percorrido e o tempo gasto no percurso, no movimento uniforme” (MICHAELIS, 2020, on-line). Aceleração signi�ca “aumento progressivo de velocidade ou movimento” (MICHAELIS, 2020, on-line). É importante que diferenciemos essas de�nições, pois, a�nal, o(a) atleta inicia a prova em velocidade zero, parado em um bloco de partida. Quando o árbitro acionar o tiro eletrônico de partida, acelerará até seu ponto máximo, até o quanto seu corpo aguentar. Depois disso, é bom que saibamos, sua aceleração pode chegar a zero. No momento em que a aceleração chegar a zero, o atleta deverá manter a sua velocidade constante e avançar. Não vai mais conseguir aumentar a sua velocidade, mas poderá mantê-la. Observemos, no grá�co “Comparativo de aceleração e de velocidade”, a velocidade e a aceleração de três grandes corredores dos 100 metros rasos: Ben Johnson, Carl Lewis e Usain Bolt. 2.1.1 As corridas de velocidade Figura 1 - Comparativo de aceleração e de velocidade Fonte: Esporte Band, 2020, on-line. #PraCegoVer Na figura, temos um gráfico com a velocidade dos velocistas em quilômetros por hora versus a distância em metros, sinalizando a manutenção da velocidade e a aceleração dos três corredores: Ben Johnson, Carl Lewis e Usain Bolt. Assim, demonstra-se que Usain Bolt, representado por uma linha vermelha, consegue manter sua velocidade por cerca de um terço da prova dos 100 metros rasos, enquanto os outros dois (Ben Johnson, indicado por uma linha azul; e Carl Lewis, personificado por uma linha verde, aceleravam e, perto da metade da prova, começavam a desacelerar. Na �gura “Comparativo de aceleração e de velocidade”, podemos observar que, até os 60 metros, os três atletas aceleram até o seu máximo, mas apenas Usain Bolt consegue manter a sua velocidade por mais 20 metros, até começar a perder velocidade, e a aceleração passar a ser negativa. Devemos concluir, então, que, quando falarmos de treinamento de provas de velocidade, a manutenção da velocidade máxima será, sempre, um grande desa�o. No recurso a seguir, encontramos um checklist com as fases das corridas de velocidade. Vejamos! "Às suas marcas“: o velocista se aproxima junto ao bloco de partida. Parada em cinco apoios. Duas mãos, duas pontas de pés e um joelho (perna de trás). "Prontos“: quadris levantam um pouco acima do ombro (quatro apoios). "Já“: com o comando de partida, o velocista explode do bloco de partida e inicia a corrida. Pé da frente na partida, rapidamente colocado no terço anterior na primeira passada. Inclinação do corpo. Manutenção de inclinação do corpo. Recuperação rápida, pé não pode ultrapassar a altura do joelho. Amplitude e frequência de passadas aumenta a cada passada. Menor tempo de apoio dos pés no solo. Movimentos vigorosos dos membros superiores. Tronco se endireita gradualmente até 30 metros de corrida, no máximo. Partida Aceleração Passada Corridas de velocidade Vamos fazer um treino de habilidades de corridas de velocidade? TESTE SUAS HABILIDADES Movimento alternado dos membros superiores no sentido anteroposterior, manutenção de ângulo de 90°. A perna posterior executa movimento de impulsão ao ser estendida, pressionando o solo e se projetando à frente. Busca de maior amplitude da passada realizada pela projeção da �exão do joelho da perna anterior. O corpo deve se manter inclinado à frente, de acordo com a velocidade. Buscar, além dessa inclinação, pronunciar a �exão do corpo à frente. Ligeira rotação do tronco à esquerda ou direita, avançando ainda mais o peito à frente. O ponto válido do corpo para uma decisão por “PHOTOFINISH” ou chegada eletrônica é o peito, sendo assim, é bom que o atleta se acostume a procurar avança- lo quando estiver chegando à marca �nal. Chegada Nossos objetivos com essa prática são: Para realizar a prática de corridas de velocidade, siga as etapas abaixo: 1. Identi�que no texto o checklist relacionado ao assunto. 2. Um dos aspectos que vimos em nossas aulas sobre a corrida de velocidade é o fato de poder controlar aceleração e velocidade, inclusive mantendo a velocidade por toda a distância da corrida. Para que possamos fazer esse teste, é necessário que tenhamos um espaço de 100 metros, marcado de 10 metros em 10 metros. 3. Peça a um colega que marque com um celular o tempo que você gasta para percorrer os 100 metros. No cronometro do celular, ele tem como marcar o tempo total e o tempo das “voltas”. Solicite ao seu colega que, a cada 10 metros, aperte o cronometro em “volta” (tempo parcial) e só pare o cronometro no �nal. 4. Repita esse mesmo exercício, pelo menos, duas vezes, anotando todos os tempos. 5. Veri�que, pelos espaços de tempo, quanto você gastou em cada um dos 10 metros que percorreu e entenda esse processo (grosso modo, apenas observando resultados): avaliar a técnica de ensino para corrida de velocidade empregando as correções necessárias nos gestos dos atletas. se você conseguiu fazer um tempo menor na segunda marca de 10 metros quena primeira, signi�ca que, até os 20 metros, você estava acelerando; se depois você percebeu que a suas demais marcas de intervalos de 10 metros foram �cando iguais ou aumentando o tempo gasto, signi�ca que desacelerou (lembrando que acelerar signi�ca aumentar a velocidade, mas se você mantém ela constante ou diminui você está desacelerando); se os seus tempos foram aumentando nos intervalos dos últimos 10 metros, signi�ca que sua velocidade foi diminuindo e você não conseguiu manter a velocidade, 6. Poste no Fórum – Esclareça Suas Dúvidas as di�culdades encontradas e depois escreva o relatório do treino de habilidades para entregar. que é uma variável que todos os técnicos procuram para seus atletas. Durante esse processo de avaliação da sua corrida de velocidade, da constatação da diferença entre aceleração e velocidade, você deve ter percebido que é muito importante que os dados sejam captados de forma rigorosa. No Ensino Superior, aprendemos a ser cientistas, pesquisadores. Esses exercícios são apenas um pequeno exemplo de tudo o que você pode se elaborar para toda uma temporada de atletismo. Diretamente sobre essa experiência: - se você conseguiu correr acelerando os 100 metros, signi�ca que seu início de corrida está muito fraco e precisa melhorar, pois nenhum atleta consegue acelerar por 100 metros seguidos; - se você não teve alteração de velocidade durante todo o percurso, signi�ca que não teve aceleração; - a corrida deve ter, na sua primeira parte, aceleração e, depois que atingir a velocidade máxima, a manutenção por um trecho e, em seguida, a desaceleração, terminando os 100 metros com velocidade menor que no meio e início da prova. Feedb ack Para poder imaginar como é a sua velocidade, pratique um pouco! Daremos dez tiros (isso mesmo, cada corrida no treinamento do atletismo é chamada de tiro) de 50 metros. No entanto, observe que faremos o primeiro tiro de maneira bem solta, procurando coordenar pernas e braços (braços em ângulo de 45º e corpo inclinado à frente), com velocidade moderada, e voltar, andando, ao ponto inicial. Depois, podemos dar mais um tiro; desta vez, com toda a nossa velocidade. Se conseguir que alguém meça o seu tempo, será muito bom. Faça esse revezamento de corridas (ritmo moderado e ritmo em 100%) até completar os dez tiros. Caso não se sinta bem no meio da atividade, pare-a imediatamente! Lembre-se de que, ao praticar uma modalidade como teste, não é obrigatório que execute as atividades com a performance de um atleta. Lembre-se, também, de que a reação na largada é sempre muito importante. Então, solicite que alguém faça um pequeno barulho, para que você possa sair. Senão, coloque o alarme do seu despertador ou do cronômetro do seu celular para tocar. Bom treino! VAMOS PRATICAR? Para que possamos aumentar a potência da saída nas provas de velocidade, há a opção de uma saída baixa, que é feita por meio do apoio dos pés em um bloco de partida preso à pista e regulado com as medidas de cada atleta. Esse bloco era feito de madeira e com poucas opções de regulagem. Hoje em dia, é feito de alumínio, com regulagem de distanciamento da placa de apoio dos pés em relação à linha de partida e ao ângulo dessa placa de apoio, dando condições para que cada atleta possa personalizar a sua partida. Figura 2 - Atleta posicionado em bloco de partida Fonte: Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, aparecem vários atletas em posição inicial de partida, com as mãos posicionadas antes da linha e com os pés apoiados nos blocos de partida. Para um atleta usar o bloco de saída ou saída baixa, é necessário que treine, exaustivamente, esse modelo de saída. 2.1.2 Saída baixa Figura 3 - Blocos de madeira para a saída baixa Fonte: Elaborada pelo autor, 2021. #PraCegoVer Na imagem, dois blocos de madeira estão encostados um no outro e tem tamanhos diferentes: um deles é cerca de um pé (medida do seu pé) menor do que o outro bloco. Essa medida de um pé de diferença é, de certa forma, uma maneira de deixar a distância entre os apoios personalizada. Caso contrário, em vez de ganhar tempo com a saída, o atleta poderá perder mais tempo. Trata-se de uma sequência de movimentos em que o atleta sai do bloco, empurrando-o com a perna de apoio que está posicionada à frente, com a perna de trás à frente para a primeira passada, com o corpo inclinado à frente, com os braços em sentido anteroposterior (em posições inversas às das pernas). A cabeça, que estava olhando para o solo, olhará, a cada passada, mais para a frente, sem se erguer de uma vez só. O atleta começa, então, a ganhar velocidade. Depois de alguns metros, estará na posição ideal de corrida, conforme já descrevemos. O tempo de reação para o tiro de partida pode ser melhorado quando o(a) atleta treina com certa constância as suas saídas baixas. Nos treinos de saída baixa, costuma-se usar uma ferramenta chamada de disparador de madeira (jacaré), que consiste em duas madeiras retangulares ligadas por uma dobradiça com suporte, com um apoio para as mãos em cada parte externa das madeiras. Veja o diferencial de Usain Bolt nas corridas de velocidade, especialmente nos 100 metros rasos, e saiba por que bateu o recorde mundial. Acesse (https://globoplay.globo.com/v/7849978/) VOCÊ QUER VER? https://globoplay.globo.com/v/7849978/ Figura 4 - Batedor para largada. (jacaré) Fonte: MATTHIESEN, 2017, p. 46. #PraCegoVer Na figura, há um disparador de madeira, que consiste em duas placas de madeira retangulares unidas por uma dobradiça com suportes para segurar a madeira, localizada nas partes de fora das placas. Para fazer funcionar esse disparador, basta bater as placas uma na outra com força. O barulho gerado reproduz o de um tiro de partida. A seguir, estão descritos os procedimentos para construir um bloco de partida para saída baixa. Blocos de madeiras Coloque dois blocos de madeira encostados em uma parede, de frente para um espaço de, pelo menos, 10 metros. Um pé de medida A saída baixa é sempre recomendável em provas de velocidade, mas, para isso acontecer, é necessário que você saiba como fazer. Imaginemos que você não tem um bloco de partida de alumínio na sua casa. Então, o negócio é improvisar, mas faça isso com segurança. Vamos construir uma saída baixa? Isso pode ser feito com materiais que estão ao nosso alcance. Se puder arrumar dois pedaços de madeira com tamanhos diferentes, já poderemos sentir o prazer de uma saída baixa. No vídeo a seguir, você saberá mais sobre as provas de 100 metros e da saída baixa: https://www.youtube.com/watch? v=iUG05ZDVI1g (https://www.youtube.com/watch? v=iUG05ZDVI1g). VAMOS PRATICAR? https://www.youtube.com/watch?v=iUG05ZDVI1g Na sequência, observaremos um exemplo de medidas dos blocos de madeira da saída baixa. Figura 5 - Medidas da linha de partida para os blocos de madeira Fonte: Elaborada pelo autor, 2021. #PraCegoVer Na imagem, observa-se a diferença de tamanhos entre os blocos maior e menor; e, ainda, o pé de distância que separa o bloco maior da linha em que as mãos do corredor ficarão apoiadas. Continuando a nossa sequência, temos os procedimentos descritos abaixo. Usando o seu pé como medida, garanta que um bloco seja um pé maior que o bloco menor. Apoio das mãos A linha em que você colocará suas mãos deverá estar, pelo menos, a um pé seu de distância do toco maior. O seu pé de apoio deverá estar apoiado no bloco maior, enquanto o outro pé deverá estar apoiado no bloco menor. Teste os dois lados para saber em qual deles você se sentirá melhor na saída; Figura 6 - Demonstrativo de saída baixa Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Adaptado MATTHIESEN, 2017. #PraCegoVer Na imagem, a saída baixa é realizada em seis tempos. No primeiro tempo, o atleta está com os pés apoiados nos blocos e com as mãos apoiadas no chão. No segundo tempo, permanece com os pés e com as mãos nas mesmas posições, mas ergue o quadril e mantém o olhar fixo no chão. No terceiro tempo, retira as mãos do chão e começa a fixar o olhar à frente. No quarto tempo,toma impulso com o pé de apoio. No quinto tempo, a perna de apoio está totalmente esticada. No sexto tempo, seu corpo inclinado à frente, em velocidade. quanto à posição inicial, apoie os dois pés nos blocos, com os joelhos apoiados no chão. Olhe para o chão, em direção a 5 metros mais à sua frente; levante o quadril; espere de 2 a 5 segundos nessa posição; e, depois, dê a partida; a sua cabeça e o seu olhar serão fundamentais para uma largada bem-sucedida. Não erga o seu olhar imediatamente. Saia dos blocos com potência, empurrando-os para trás, e levante o olhar à medida que avançar na corrida. 2.1.3 Revezamento As provas de revezamento são, também, de velocidade, mas contam com o componente estratégico, o que deixa a corrida muito eletrizante. Por isso, muitos fãs de atletismo aguardam o �nal do dia de competições para poder acompanhar os revezamentos. Quatro corredores(as) rápidos(as) precisam se revezar nos 4x100 metros. Nessa prova, existem o espaço de transferência do bastão de revezamento e a técnica de transferência, que é determinante para a vitória. O componente estratégico �ca por parte da escalação dos corredores e da sua posição no revezamento. Comecemos pelo bastão, que é padrão e está em regulamento. A regra o�cial para o bastão de revezamento nos traz as seguintes especi�cações: Um(a) atleta deverá passar o bastão a outro(o) na uma área chamada de “zona de passagem”. Um(a) atleta chega com o bastão depois de correr a sua distância e deve passa-lo a outro(a) atleta nessa zona de passagem. Caso isso não ocorra, a equipe estará eliminada. São três as zonas de passagem em uma prova de revezamento. Em provas de 4x100 metros (em que quatro atletas percorrem 100 metros cada um), a zona de revezamento tem 30 metros de comprimento. Essa zona é delimitada por uma marca de 5 cm, a qual informa o início da “zona de passagem”. Com a zona iniciada, o(a) O bastão de revezamento deve ser um tubo liso oco, de seção circular, feito de madeira, metal ou outro material rígido em uma única peça, cujo comprimento será de 28 cm a 30 cm. O diâmetro externo deverá ser de 4 cm ± 0,2 cm e não deverá pesar menos de 50 g. Ele deve ser colorido de forma a ser facilmente visível durante a corrida. (CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 111) atleta terá 10 metros para alcançar os 20 metros �nais, que permitem a passagem do bastão para o(a) companheiro(a) seguinte. Chamamos essa de “zona de interseção”. Figura 7 - Zona de revezamento: desenhos do setor de passagem e do pré-setor Fonte: SILVA; CAMARGO (1978, p. 45). #PraCegoVer Na imagem, há uma parte da pista que demonstra o esquema da zona de revezamento. Aparecem os 30 metros, que estão divididos em 10 metros de pré-setor e em 20 metros de setor de passagem. Nesses 20 metros, o atleta que chega com o bastão deverá passá-lo ao atleta que está começando a correr a sua parte no revezamento. As regras da WA não permitem que os atletas usem luvas ou qualquer complemento que permita que agarrem melhor o bastão de revezamento. Quanto à parte estratégica, durante a prova de 4x100 metros, existem quatro posições distintas que devemos considerar. Há a saída da baixa do bloco com um bastão na mão e, na sequência, a corrida na curva. Saída Para cada posição, devem ser escolhidos(as) atletas que tenham facilidade de correr nas condições informadas, curvas e retas; e que conseguiram absorver a técnica de passagem de bastão. Há, também, a corrida na reta oposta com recebimento e com entrega do bastão. Há, ainda, a corrida na curva oposta com recebimento e com entrega do bastão. Por �m, há a corrida na reta �nal com recebimento do bastão e com �nal. sprint Corrida na reta oposta Corrida na curva oposta Corrida na reta final Figura 8 - Duas atletas fazem a passagem do bastão de revezamento Fonte: Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, duas atletas fazem a passagem do bastão do revezamento. A atleta que chega carrega o bastão na mão direita e faz a passagem do bastão para a mão esquerda da atleta que está saindo. Durante a passagem do bastão, será mais fácil se o(a) primeiro(a) atleta estiver com o bastão na mão direita e o entregar para o(a) outro(a), que o receberá com a mão esquerda. Não se deve mudar o bastão de mão, já que a queda do bastão fará com que a equipe perca segundos importantíssimos na prova. Sendo assim, o(a) segundo(a) atleta estará com o bastão na mão esquerda e passará o bastão para a mão direita do terceiro corredor. Finalmente, o terceiro atleta passará o bastão para a mão esquerda do último corredor, alternando, assim, a mão que recebe e que entrega o bastão entre os(as) companheiros(as) de equipe. Nas demais provas de revezamento, a passagem de bastão é mais tranquila, já que as distâncias são maiores. Assim, a precisão na passagem não in�uenciará o resultado. São provas o�ciais de revezamentos as seguintes distâncias: 4x100m e 4x200m; Revezamento Medley 100m, 200m, 300m, 400m; 4x400m; 4x800m; Revezamento Medley de Longa Distância 1.200m, 400m, 800m e 1.600m; e 4x1.500m. Você conhece a técnica de passagem de bastão lateral criada no Brasil? Essa técnica já fez com que a equipe brasileira obtivesse algumas medalhas em competições internacionais. Con�ra-a no seguinte endereço eletrônico. Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=P5hUrN6mzu4) VOCÊ QUER VER? Você sabia que o Brasil recebeu uma medalha de prata olímpica na prova do revezamento 4x100m? E que as equipes brasileiras têm tradição nas provas de 4x100m masculinas e femininas? Nossa prata, na Olimpíada de Sidney (2000), veio com os corredores Claudinei Quirino, Raphael Oliveira, Cláudio Roberto, Vicente Lenilson, André Domingos e Edson Luciano Ribeiro (titulares e reservas da equipe de 4x100m). Assista ao vídeo “Final do Revezamento 4x100, Brasil é PRATA nas Olimpíadas de Sydney 2000”!, que está hospedado no seguinte endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=eXRlObrnqWU (https://www.youtube.com/watch?v=eXRlObrnqWU). VOCÊ SABIA? https://www.youtube.com/watch?v=P5hUrN6mzu4 https://www.youtube.com/watch?v=eXRlObrnqWU Vamos a um checklist de revezamento? Acompanhe a seguir! Prova de atletismo com trabalho em equipe. Na prova do 4x100, feita em grande velocidade, os atletas da equipe devem dominar as técnicas de passagem de bastão. A passagem é realizada em área demarcada nos 4x100 e 4x400, sendo que, nos 4x400, a velocidade de troca é menor. Passagem por baixo, com troca de mão. Passagem por cima, sem troca de mão - Passagem Brasil. Passagem por baixo, sem troca de mão. Passagem de bastão no movimento de ida do braço para frente. Atleta de trás estende o braço e coloca o bastão na mão do recebedor, de baixo para cima. Atleta da frente estende o seu braço para trás e para baixo, abrindo naturalmente a mão com a palma voltada para trás. A passagem é feita sempre da mão esquerda (passador) para a direita (recebedor). Os braços se estedem apenas na hora da passagem do bastão. Revezamentos 4x100 - 4X400 Passagem por baixo, sem troca de mão O primeiro corredor sai com o bastão na mão direita, esta em curva, com o bastão na parte de fora. Entrega o bastão na mão esquerda da segunda pessoa que vai correr em linha reta. A terceira pessoa recebe o bastão na mão direita para correr em curva novamente. A quarta pessoa �naliza a corrida com o bastão na mão esquerda, em linha reta. Os entregadores passam o bastão de cima para baixo. O recebedor coloca a palma da mão para cima. Quando o recebedor retorna o braço à posição de corrida, ele já está em posição de uma nova troca, segurando em baixo e sobrando a sua ponta para ser entregue. Passagem não muito indicada por problemas de segurança na condução do bastão. Ao receber o bastão, o atleta deverá acertar a sua ponta com a outra mão ou ajustando no seu tronco. Essa manobra é necessária para a ponta �car livre para cima e poder ser passado para o outro atleta. A entrega é feita de mão sobre mão, assim, é necessária muita precisão para o bastão não cair. Passagem por cima, semtroca de mão - Passagem Brasil Passagem por baixo, sem troca de mão As provas de resistência serão estudadas, nesta unidade, a partir de sua divisão em meio fundo (meia resistência) e em fundo (resistência). Normalmente, as provas de resistência são disputadas em pistas na raia 1, podendo ou não ter sua saída balizada, como é o caso dos 800 metros e dos 1500 metros. Já nas ruas, temos o caso da prova o�cial da maratona e as provas de corrida de rua, em que encontramos várias distâncias, que são decididas por seus organizadores. 2.2 Resistência Devemos entender que as provas de resistência envolvem a resistência à fadiga física. Para resistir, é necessária uma preparação mais complexa dos pontos de vista muscular, aeróbio, anaeróbio e psicológico. São vários os sistemas combinados para que o corpo resista à distância que será percorrida no menor tempo possível. Resistê ncia física Prepar ação do atleta Sistem as combi nados Devemos entender que as provas de resistência envolvem a resistência à fadiga física. Para resistir, é necessária uma preparação mais complexa dos pontos de vista muscular, aeróbio, anaeróbio e psicológico. São vários os sistemas combinados para que o corpo resista à distância que será percorrida no menor tempo possível. As provas de meio fundo são as de 800 metros e as de 1500 metros. As provas de 800 metros podem ter início com corridas balizadas – ou seja, os atletas começam em suas raias e, depois, seguem para a raia 1 (de dentro), para correr o restante da prova. Vejamos o detalhamento da regra a seguir: 2.2.1 Meio fundo A prova de 800m deve ser corrida dentro de raias até a borda mais próxima da linha de raia livre, onde os Atletas podem deixar suas respectivas raias. A linha de raia livre deve ser uma linha em arco marcada após a primeira curva, com 5 cm de largura, em todas as raias exceto a raia 1. Para ajudar os Atletas a identificar a linha de raia livre, pequenos cones, prismas ou outros marcadores adequados, preferencialmente de cor diferente da linha de raia livre e das linhas das raias, devem ser colocados nas linhas das raias imediatamente antes da interseção com a linha de raia livre. (CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 88). As provas de 1500m partem de uma linha em semicírculo, com todos os atletas posicionados lado a lado, sendo que essas posições são escolhidas livremente. Após o sinal de partida, vão todos para as raias centrais, para dar sequência à corrida. Apoi o do pé no solo 1 Dist ânci a vers us apoi o do pé no solo 2 Cor po qua se eret o 3 Joaquim Cruz foi um dos melhores atletas meio fundistas do mundo e, até hoje, o melhor brasileiro nessa prova. Começou a sua carreira como jogador de basquetebol e, em seguida, migrou para o atletismo, depois de chamar a atenção ao quebrar o recorde juvenil da prova dos 800 metros. Foi um atleta que deixou o Brasil muito cedo, pois havia sido convidado a fazer parte de uma equipe universitária nos Estados Unidos. Ganhou duas medalhas olímpicas e quebrou o recorde mundial em Los Angeles, em 1984. Um dos seus momentos de glória foi a sua escolha para ser o porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. VOCÊ O CONHECE? A amplitude das passadas é menor do que a das provas de velocidade, diminuindo conforme a distância e a velocidade que o atleta impuser na prova. Se dividirmos as fases das corridas de meio fundo em três, teríamos fase de apoio do pé; fase de impulsão; e fase de suspensão. Para tirar todas as dúvidas sobre como são os índices �siológicos e neuromusculares relacionados à performance nas provas de 800m e de 1500m rasos, sugerimos a leitura do artigo a seguir. Acesse (https://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n2/13.pdf) VOCÊ QUER LER? https://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n2/13.pdf Provas de meio fundo Sem se preocupar com medidas em metros, imaginemos que o quarteirão onde está a nossa casa seja um quadrado com 100 metros de lado. Então, se dermos duas voltas no quarteirão, teremos percorrido, aproximadamente, 800 metros de distância. Dê duas voltas no quarteirão de sua casa, medindo o tempo, para saber como você se sente. Em outro dia, faça a mesma corrida, tentando diminuir o tempo feito na primeira corrida. Se você conseguir fazer essa corrida em um tempo próximo a 3 minutos, já estará mais perto dos tempos de um corredor de pista. Se houver ou uma pista próxima da sua casa ou um lugar que você saiba ter 800 metros de comprimento, tente aproximar-se dos 2 minutos na execução. Assim, estará pronto para competições o�ciais. Mas isso é para atletas treinados! Tenha cuidado com os exageros. Caso não se sinta bem no meio da prova, pare-a imediatamente! Lembre-se de que, para testar as atividades, não é obrigatório que as execute com a performance de um atleta. VAMOS PRATICAR? Tomando as provas de 800m e de 1500m como exemplos, vejamos como são as fases mencionadas. As provas de meio fundo são praticamente anaeróbicas; portanto, sem treinamentos adequados, serão bem desgastantes. As provas de fundo são aquelas de resistência propriamente ditas, em que a predominância de resistência aeróbica acontecerá. Sua musculatura e seu sistema respiratório serão muito exigidos durante uma prova de fundo (ou resistência). A maneira mais comum de praticar as provas de resistência é a própria prática de corridas de baixa intensidade e de grandes distâncias, a partir dos 2.000 metros. A velocidade das corridas costuma ser A fase de apoio conta com o contato da planta do pé no solo, na vertical do joelho; com os ombros baixos e mais relaxados; com os braços com angulações menores do que 90º; e com amplitude média de movimentos. A perna que não está apoiada �cará mais próxima do solo. Na fase de impulsão, o joelho da perna livre sobe a, aproximadamente, 65º. Na fase de suspensão, na modalidade masculina, a passada chega a ter de 1,60m a 1,80m de amplitude; e, na feminina, de 1,20m a 1,50m de amplitude. 2.2.2 Fundo contínua – ou seja, inicia-se a prova; ganha-se o ritmo ideal (personalizado); e segue-se em frente, até vencer a distância programada. Quanto à parte muscular, nossas pernas e nossos pés deverão estar preparados para suportar essas grandes distâncias. Diferentemente dos atletas de velocidade, que empurram, com força, o solo com as pontas dos pés, os corredores de provas de resistência usam o apoio completo dos pés no solo. A parte aérea da passada tem amplitude mais baixa, e a musculatura não está tensionada, como acontece nas provas de velocidade. Figura 9 - Hoje, as corridas de ruas são as mais praticadas no mundo inteiro. Por exemplo, há maratonas oficiais nas maiores cidades do mundo: Nova York, Boston, Berlim, São Paulo, Tóquio etc. Fonte: Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, vários atletas correm na rua. Uma característica das corridas de rua, que são de longa distância, é a participação de atletas amadores, ficando os atletas chamados de elite no pelotão da frente. Isso acontece porque os atletas de elite precisam sair antes de todos os demais, para que fiquem com espaço livre para desenvolver maior velocidade, sem multidões atrapalhando-os. Há uma preocupação muito grande com os calçados e com as meias. As meias não devem provocar atritos nos pés, e os pés não podem escorregar dentro dos calçados. Além disso, é necessário que os pés estejam confortáveis. Os solados deverão ter uma camada de material que permita a diminuição do impacto dos pés no chão, aliviando, assim, possíveis problemas nas articulações. A respiração deverá ser equilibrada, para não acumular CO² (gás carbônico) no corpo, o que impediria a entrada de oxigênio: quando o corpo está cheio de CO², e o corredor não consegue eliminá-lo, o oxigênio não consegue entrar nos pulmões. Uma sugestão é que, após alguns metros percorridos, o atleta dê um ritmo respiratório de duas pequenas inspirações e de duas pequenas expirações (puxa-puxa, solta-solta). Se preferir, pode manter a respiração normal. Os braços não podem estar tensionados, e os seusmovimentos não necessitam de grande amplitude, devendo acompanhar o ritmo das passadas, de forma coordenada. Todas as pessoas têm condições de adquirir resistência aeróbica com a prática constante de distâncias superiores a 2.000 metros, respeitando as instruções já descritas. Por isso, vemos o sucesso das corridas de rua. Jovens, adultos e até idosos praticam as corridas de resistência aeróbica, as preferidas para manter o sistema cardiovascular em atividade moderada. No recurso a seguir, temos um checklist para as corridas de meio- fundo e fundo. Saída baixa em curva. Posicionamento do bloco de saída em pequena inclinação para dentro da curva. Corridas em curva, braço interno com movimento mais curto que braço externo. Corpo se inclina para frente e para o lado interno da curva. Saída prova de meio-fundo 800 m (balizado) Saída sem balizamento, aproximação de linha de largada. Tomada estratégica de local de saída entre os demais competidores. Largada com cuidado, evitando tropeços e esbarrões entre competidores. Estabelecer-se na raia 1 da pista, próximo ao pelotão que se deseja acompanhar. Corrida com ritmo regular. Maior resistência igual à maior contato dos pés no solo. Passada do meio fundista maior que de fundista e menor que de velocista. De acordo com a distância do percurso, reunir ultimas forças para �nal de forma gradativa.sprint O �nal para as corridas de pista deverá ser pensado a partir da última volta da prova, ao ouvir o toque do sino de última volta. Para as corridas de longa distância, usar suas últimas forças para acelerar na chegada. É prudente sprint Saída provas de meio-fundo (1.500 m) e fundo (3.000, 5.000, 10.000 e Maratona) Percurso Sprint final e chegada que esteja faltando 200 metros e, mesmo assim, de forma bem calculada, pois, do contrário, poderá faltar oxigênio perto do �nal. Chegada ultrapassando a linha e caminhando em seguida. Provas fundo Corridas de longa distância não têm muitos segredos e podem ser praticadas por todos, desde que isso seja feito gradativamente, com pequenas distâncias. Conforme o corpo for habituando-se a vencer essas distâncias, pode- se aumentar o percurso. A prática de 30 minutos a 1 hora de corridas diárias pode ajudar bastante na melhoria das suas condições de saúde, mas faça isso sempre depois de consultar um cardiologista e de estar orientado quanto à prática por um pro�ssional de Educação Física. Por enquanto, apenas testaremos nosso corpo o modo como reage às longas distâncias. Comece com uma corrida de 2.000 metros e tente chegar, ao �m de dois meses, a 5.000 metros. Elabore um cronograma de aumento gradativo das corridas, sem exageros. Adote um ritmo leve de corrida, para poder sentir, como forma de exercício, como se desenrola esse processo de resistência aeróbica em nosso corpo. VAMOS PRATICAR? Se há uma prova especial no atletismo, essa poderia ser a maratona. Isso não signi�ca que as outras provas de resistência sejam menos importantes do que a maratona, mas, sim, que essa prova tem um conteúdo histórico inegável, até pela sua distância o�cial. Lancellotti (1996) nos auxilia quanto aos fatos históricos da maratona, que homenageiam um corredor herói todas as vezes em que uma maratona é disputada: 2.2.3 A maratona No ano de 490 a.C., os gregos derrotaram os invasores persas numa terrível batalha, travada na planície de Maratona. Diz a lenda que Melcíades, o general dos vencedores então determinou que o melhor atleta das suas tropas, um certo Pheidippides, voltasse à cidade com a informação do triunfo. Vigoroso, um habitual participante dos Jogos de Olímpia, Pheidippides decidiu fazer o percurso inteirinho na corrida. [..] Maratona distava de Atenas quase dez vezes mais, (mais que a prova de Dolichius, 4.614m) aproximadamente 40 Dessa forma, a distância o�cial da maratona, nos jogos Olímpicos da Era Moderna, é de 42,195 km, que seria a distância entre Atenas e a planície de Maratona, local da batalha mencionada. quilômetros. Pheidippides cumpriu sua missão. Mas logo depois de noticiar a façanha dos gregos, faleceu. (LANCELLOTTI, 1996, p. 9) Róbson Caetano da Silva, um dos maiores corredores de velocidade da América do Sul e o maior velocista brasileiro até a atualidade, nasceu em 1964, no Rio de Janeiro. É dono de duas medalhas olímpicas e de medalhas dos 100m e dos 200m nos Jogos Pan-Americanos. Atualmente, é comentarista de TV das provas de atletismo e tem um olhar atento aos talentos brasileiros das mais diversas provas. Jadel Gregório, Maurren Maggi e Fabiana Murer são três exemplos de atletas que que, de acordo com ele, logo dariam muitas glórias ao atletismo brasileiro. Robson Caetano teve uma longa carreira como atleta e acumulou vários títulos. Começou em 1979 e deixou o atletismo em 2001. Foram 22 anos de dedicação ao esporte. Principais medalhas Bronze – Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, nos 200 metros rasos; Bronze – Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, nos 4x100 metros rasos; Ouro – Jogos Pan-Americanos de Havana, em 1991, nos 100 metros rasos; Ouro – Jogos Pan-Americanos de Havana, em 1991, nos 200 metros rasos; Prata – Jogos Pan-Americanos de Indianapolis, em 1987, nos 200 metros rasos; Bronze – Jogos Pan-Americanos de Caracas, em 1983, nos 4x100 metros rasos; Ouro – no Grand Prix da IAAF (hoje W.A.), em 1989, nos 200m rasos; ESTUDO DE CASO É inegável que o esforço de correr essa distância é extremo, ainda mais nos tempos em que os corredores de elite o fazem. Pelas condições �siológicas, os batimentos cardíacos dos atletas vão muito além do que se chama de limiar aeróbio – ponto em que o organismo aproveita todo o oxigênio que troca com o meio ambiente. A partir desse ponto, o corpo passa a também produzir energia com o sistema anaeróbio, sem a presença do oxigênio. Desse momento em diante, o corpo começa a produzir mais ácido láctico. Mas o que precisamos levar em consideração é o desgaste do corpo; o controle mental para chegar ao �nal da prova; e, ainda, a estratégia para conseguir correr toda essa distância sem mostrar aos adversários se ainda há potencial para aumentar o ritmo de prova. Recordes Ouro – nas Copas do Mundo de Camberra, em 1985; de Barcelona, em 1989; e de Havana, em 1992, nos 200 metros; Ouro – Universíada de Duisburgo, em 1989, nos 200 metros rasos; Ouro – Campeonato Ibero-Americano do México, em 1988, nos 100 metros rasos (em que bateu o recorde brasileiro). Desde 1988, detém o atual recorde sul- americano dos 100 m, com 10.00s cravados. No meeting de Bruxelas, nos 200 metros rasos, marcou 19.96, em 1989 (marca que foi recorde sul-americano por 10 anos). O Brasil tem um corredor de maratona que superou – e muito – a vitória. Seu nome é Vanderlei Cordeiro de Lima. Em uma prova dos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), ele estava à frente da prova da maratona, abrindo distância de seus adversários, quando foi atacado por um fanático manifestante que o jogou contra as grades de proteção da corrida, impedindo-o, momentaneamente, de voltar à prova. Foi, então, ultrapassado e, depois de alguns instantes, recuperou-se, voltou à prova e a terminou em 3º lugar, levando a medalha de bronze olímpica. Observando essa atitude do corredor brasileiro, o Comitê Olímpico Internacional premiou o nosso corredor com a maior honraria olímpica mundial, a medalha Pierre de Coubertin. Provas especiais, como as com barreiras, as com obstáculos e a marcha atlética, acabam por reproduzir histórias de competições que eram realizadas ao ar livre; e que, depois, foram adaptadas para acontecer em estádios, com a possibilidade de o público poder acompanhá-las volta após volta. É o caso da marcha atlética e do steeplechase, mais conhecido como os 3.000 metros com obstáculos. 2.3 Barreiras, obstáculos e marcha atlética Figura 10 - Prova dos 110m com barreiras Fonte: Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na imagem, quatro atletas correm a prova dos 110m com barreiras e estão passando a quarta barreira da prova, caminhando para a quinta barreira. As provasde velocidade com barreiras, os 100m para mulheres e os 110m para homens são de impressionar pela precisão com que os(as) atletas avançam sobre as barreiras colocadas em todo o percurso, que tem uma plasticidade, devido ao seu visual incrível. As corridas de velocidade com barreiras são disputadas nas seguintes distâncias: 100 metros com barreiras, para as mulheres; 110 metros com barreiras, para os homens; e 400 metros com barreiras, para ambos os sexos. A barreira tem seus padrões, conforme está demonstrado na �gura “Medidas de uma barreira”, mas a sua altura é variável em todas as provas (tabela “Altura o�cial das barreiras de acordo com as regras da CBAt”), já que as distâncias e as anatomias de homens e de mulheres são diferentes. 2.3.1 Barreiras Figura 11 - Medidas de uma barreira Fonte: CBAt; WA; ABRAAt (2020, p. 105). #PraCegoVer Nas imagens, há a descrição das medidas de uma barreira oficial, com sua estrutura feita em aço, com sua parte superior em madeira ou outro material adequado. Além de ter um formato quase padronizado, as barreiras, independentemente de seu fabricante, deverão permitir um mecanismo de variação de altura, para que consigam atender a todas as categorias masculinas e femininas. Sabemos que a técnica para a passagem das barreiras tem que ser muito treinada. A depender da prova, essa altura varia bastante, assim como varia a velocidade de aproximação do atleta à barreira. Veri�que, na tabela “Altura o�cial das barreiras de acordo com as regras da CBAt”, dados o�ciais sobre o tamanho desses elementos. Tabela 1 - Altura oficial das barreiras de acordo com as regras da CBAt Fonte: CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 106. #PraCegoVer A tabela traz as categorias, as distâncias e as alturas dos obstáculos em função das modalidades esportivas (100m, 110m e 400m). Nas corridas com barreiras, os(as) atletas não saltam, como algumas pessoas podem pensar, mas, sim, passam ou transpõem as barreiras com uma técnica apurada. No momento da passagem ou transposição, uma das pernas �ca estendida à frente, enquanto a outra �ca �exionada na lateral do corpo. Os braços �cam em posições contrárias à das pernas, para poder equilibrar melhor o corpo. Então, se a perna direita estiver estendida, o braço esquerdo deverá estar estendido no momento da passagem, ao passo que o direito estará semi�exionado na lateral do corpo. Figura 12 - Técnica de passagem de barreiras Fonte: BARROS; DEZEM, 1978, p. 65. #PraCegoVer Na imagem, há o desenho da passagem ou transposição de uma barreira. A demonstração é feita em 12 tempos, desde o início do ataque à barreira, na fase 1, até a recuperação da corrida, na fase 12. Ao passar a barreira, a perna estendida toca o solo, e a que estava �exionada passa à frente, dando a primeira passada. Os braços voltam à posição de semi�exionados e se coordenam para dar sequência à corrida. Vejamos um checklist da corrida com barreiras a seguir! "Às suas marcas“: o velocista se aproxima junto ao bloco de partida. Parada em cinco apoios. Duas mãos, duas pontas de pés e um joelho (perna de trás). "Prontos“: quadris levantam um pouco acima do ombro (quatro apoios). Da saída até o trecho inicial "Já“: com o comando de partida, o velocista explode do bloco de partida e inicia a corrida. Início de uma cadeia de movimentos ritmados. Ataque à barreira feita com projeção do tronco (inclinação e �exão do tronco). Perna de ataque com projeção do joelho e, depois, extensão. Braço contrário à perna de ataque lançado em direção ao pé. Braço da perna de ataque deve �car �exionado ao lado do corpo. Após a passagem, abaixar ativamente a perna de ataque. Trazer a perna de trás com o joelho à frente, com movimento amplo e arredondado. Passadas maiores que os passos de um velocista comum. Três passos entre cada barreira. Tamanho crescente de passadas para iniciantes. Última passada mais curta para atletas com mais experiência. Elevar os joelhos para conseguir ampliar as passadas. Passagem da primeira barreira Passos intermediários A prova dos 3.000 metros com obstáculos – a antiga prova de steeplechase, como era conhecida no passado – é única em termos de execução. O(a) atleta, além de vencer os obstáculos de madeira que são colocados na pista, deverá passar por um fosso cheio de água, depois de vencer a altura de um dos obstáculos. Nem todos(as) os(as) atletas que correm os 3.000 metros rasos se adaptam a essa prova, embora o contrário seja mais verdadeiro. A�nal, correr com os pés molhados uma distância razoável e, ainda, vencer obstáculos de madeira a 91,4 cm do solo não é para qualquer um! As regras o�ciais nos trazem as seguintes informações sobre a prova dos 3.000 com obstáculos: Para a prova de 3.000m, haverá 28 saltos de obstáculos e 7 saltos sobre o fosso de água. Entre a saída e o início 2.3.2 Obstáculos Iguais à primeira barreira, se a primeira foi boa, a tendência é encaixar as demais. Preocupação com a manutenção da velocidade no trecho. Aumento de velocidade depende de correta distribuição das passadas nos intervalos. O corpo deve se manter inclinado para frente, de acordo com a velocidade. Buscar, além dessa inclinação, pronunciar a �exão do corpo à frente. Ligeira rotação do tronco à esquerda ou direita, avançando ainda mais o peito à frente. Demais nove passagens (100 m e 110 m) Trecho final e a chegada da primeira volta não deve haver saltos, sendo os obstáculos removidos até que os atletas entrem na primeira volta (CBAt; WA; ABRAAt, 2020). Existem provas de 2.000 metros com obstáculos para categorias de base, e a regra também se mostra clara quanto ao posicionamento dos obstáculos: Os obstáculos são completamente diferentes das barreiras, que foram construídas para ocuparem uma raia só. Por sua vez, os obstáculos são usados em provas de fundo, em que os corredores estão correndo nas raias internas, em grupos. Demonstramos, a seguir, a constituição do obstáculo segundo as regras o�ciais. Na prova de 2.000m, haverá 18 saltos de obstáculos e 5 saltos sobre o fosso de água. O primeiro salto é o terceiro obstáculo de uma volta. Os obstáculos anteriores serão removidos até que os Atletas tenham passado por ele pela primeira vez. Nota: Na prova de 2.000m, se o fosso de água estiver no lado interno da pista, a linha de chegada terá que ser passada duas vezes antes da primeira volta com cinco saltos. (CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 108) Figura 13 - Um obstáculo e suas medidas oficiais Fonte: CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 108. #PraCegoVer Na imagem, informa-se que os obstáculos devem ter 91,4 cm ± 3 mm de altura, para provas masculinas das categorias adulto e sub-20; 83,8 cm ± 3 mm de altura, para provas masculinas da categoria sub-18; 76,2 cm ± 3 mm para provas femininas; e, pelo menos, 3,94 m de largura. A seção superior do travessão, inclusive a do obstáculo do fosso, deve ser um quadrado de 12,7 cm de lado. O peso de cada obstáculo deve estar entre 80 kg e 100 kg. Cada obstáculo deverá ter, em cada lado, uma base de 1,20 m a 1,40 m de comprimento. O fosso de água deverá ser construído fora da pista, na curva em que também é feita a prova dos 200 metros rasos, a segunda curva da pista. Poderá localizar-se ou na parte interna ou na parte externa da pista, conforme o projeto do construtor da pista, mas suas medidas são também reguladas pela W.A. e devem obedecer às regras o�ciais. Figura 14 - Regras oficiais do fosso dos 3.000 metros com obstáculos Fonte: CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 109. #PraCegoVer O fosso de água, incluindo o obstáculo, deve ter 3,66 m ± 2 cm de comprimento, e o tanque deve ter 3,66 m ± 2 cm de largura. O fundo do tanque deve ter um revestimento sintético ou tapete de uma espessura suficiente para assegurar uma queda segura e para permitir uma maior firmeza nos sapatos de pregos. A profundidade do fosso mais próximo ao obstáculo deve ser de 50 cm ± 5 cm por 1,20 m, aproximadamente. Desse ponto em diante, o fundo deve ter uma inclinação uniforme de 12.4° ± 1° até o nível da pista no lado mais distantedo fosso. No início da corrida, a superfície de água deve estar nivelada com a superfície da pista dentro da margem de 2 cm. Um dos pontos diferenciais entre as corridas com barreiras e a de obstáculos é que, na de obstáculos, os atletas podem apoiar seus pés em cima do obstáculo, que os auxiliará na passagem. Esse apoio acaba fazendo com que o atleta perca um pouco de tempo na sua passagem, mas, no caso especí�co da passagem sobre o fosso, alguns atletas usam esse apoio para conseguir ir mais longe e não cair em uma parte mais funda da água, perdendo ainda mais tempo para sair do obstáculo. Vamos a mais um checklist? Agora é sobre a corrida com obstáculos! Você conhece a prova dos 3000 metros com obstáculos? Nas Olimpíadas, essa prova é praticamente dominada por atletas quenianos. Vamos conhecer essa história no vídeo a seguir, do Comitê Olímpico Internacional? Acesse (https://www.olympicchannel.com/pt/original-series/detail/the- olympics-on-the-record/the-olympics-on-the-record-season-season- 1/episodes/quenia-e-seu-incomparavel-recorde-na-corrida-de- obstaculos/) VOCÊ O CONHECE? Partida em parada de dois apoios, atrás de linha demarcatória, nos primeiros 200 metros não há obstáculos. Correr de forma semelhante às provas de meio-fundo e fundo, corrida regular. Desenvolver uma corrida uniforme entre os obstáculos. São cinco obstáculos por volta, quatro deles são secos e um com o fosso cheio de água. Largada e corrida https://www.olympicchannel.com/pt/original-series/detail/the-olympics-on-the-record/the-olympics-on-the-record-season-season-1/episodes/quenia-e-seu-incomparavel-recorde-na-corrida-de-obstaculos/ Passagem feita por atletas não especialista na prova. Mesmo acelerando as passadas próximas do obstáculo, o apoio do pé quebra o ritmo. Perde-se tempo com essa passagem, não sendo produtiva, mas é mais segura. Acelerar a corrida antes de cada obstáculo. Passa pelo obstáculo com a mesma aceleração, não perdendo tempo no ritmo geral de prova. Elevar a perna de passagem energicamente, executando passagem igual a uma barreira. Essa passagem deve ser feita com um pouco mais da altura do obstáculo, por segurança. Correr mais forte quando chegar à 15 ou 20 metros de distância do fosso. Impulso com a perna mais forte no momento da abordagem. Passagem pelos obstáculos secos - Com apoio dos pés no obstáculo Passagem pelos obstáculos secos - Passagem direta, sem apoio dos pés Passagem pelo fosso Corrida com obstáculos Vamos fazer um treino de habilidades de corrida com obstáculos? Nossos objetivos com essa prática são: organizar o ambiente com os obstáculos usados nas provas de atletismo; ensinar as técnicas de passagem no obstáculo e técnicas de corridas de fundo os atletas ou os alunos. TESTE SUAS HABILIDADES A perna de passagem, �exionada, apoia sobre o obstáculo, até o tronco chegar acima. Com um forte impulso, agora, ultrapassar o fosso e continuar a corrida. Agir como em uma prova de fundo normal. Antes do último obstáculo, aumentar o ritmo. Veri�car a distância dos concorrentes e passar o último obstáculo de forma celerada. Progredir até a linha de chegada, aproveitando a aceleração do último obstáculo. Trecho final Para realizar a prática da corrida de obstáculo, siga as etapas abaixo: 1. Identi�que no texto o checklist relacionado ao assunto. 2. Importante que identi�que a diferença entre um obstáculo de uma barreira: Nos dois momentos, há possibilidade de queda, mas o atleta poderá seguir em frente normalmente, já que atrapalhou o seu tempo �nal e isso já é uma perda. Se a derrubada de uma barreira for proposital, �agrada por um árbitro, o atleta poderá ser desclassi�cado. No caso dos obstáculos, sua construção não permite que ela caia, então, em caso de uma passagem errada, o atleta é que vai ao solo. 3. A corrida de obstáculos tem uma distância padrão de 3.000m o que a caracteriza como uma prova de fundo. Vamos procurar um espaço como um parque ou algumas ruas mais calmas para executar nosso exercício, tentando construir uma pista com obstáculos. A distância deve ser de aproximadamente 3.000 m. 4. Durante uma prova normal, são 28 obstáculos que tem que ser vencidos, sendo sete deles com o fosso de água logo depois. As alturas dos obstáculos são de: para os homens, 91,4 cm; e, para as mulheres, 76,2 cm. Ideal seria ter uma pista com esses obstáculos, mas mesmo algumas pistas não possuem esse equipamento, então o negócio é empilhar caixas de madeira com a mesma altura que você precisa passar. Por que madeira? Porque, na passagem pelo obstáculo, você poderá apoiar o pé em cima do obstáculo. obstáculo: existe um fosse que se enche de água para que os atletas ainda tenham que saltar a uma certa distância para poder vencê-lo; barreiras: são construídas de material mais leve que os obstáculos, individualizadas, tendo uma em cada raia e, caso o atleta encoste na sua parte superior, elas tendem a cair para frente, no mesmo sentido da corrida do atleta. Essa queda, se não for proposital, o atleta não será punido e seguirá em frente. 5. Como há o obstáculo como o fosso de água, é importante que, pelo menos, no obstáculo que vai representá-lo, seja marcada uma distância de 3,66 m para orientar o atleta de que essa é a distância que termina o fosso, em que, próximo de sua linha �nal, a água é mais rasa e não atrapalha o desenvolvimento da corrida. 6. Divida os 28 obstáculos equanimemente por todos os 3.000 metros, mesmo que, na prova real, haja uma distância maior para passar pelo primeiro obstáculo. A cada três obstáculos normais, o próximo (quarto obstáculo) você considera como o fosso. 7. A orientação para esta corrida, após arrumar a pista é: 8. Poste no Fórum – Esclareça Suas Dúvidas as di�culdades encontradas e depois escreva o relatório do treino de habilidades para entregar. procure fazer uma corrida regular, com velocidade constante do começo ao �m; não se preocupe, no primeiro momento, com o tempo que você vai demorar para cumprir a distância, mas em desenvolver uma corrida regular, passando atentamente por todos os obstáculos; nas primeiras passagens, tente passar direto pelo obstáculo, como se fosse uma passagem de barreira que você poderá acompanhar pelo checklist da corrida com barreiras; na passagem do obstáculo que simboliza o fosso, coloque o pé sobre o obstáculo e procure dar uma salto mais distante para vencer água; não se esqueça de que, para usar o obstáculo com apoio, ele tem que ser mais pesado. Apenas caixas de madeira vazias vão escorregar, e você poderá se machucar, por isso, coloque peso dentro delas para sustentar esse pequeno salto. A marcha atlética é uma prova totalmente diferente no atletismo. Na sua regra, o(a) atleta não pode deixar de ter contato com o solo. Isso faz com que os(as) atletas tenham um movimento complexo de jogo lateral do quadril para cumprir a regra. A marcha é uma prova de resistência também, já que é feita por distâncias muitos grandes. Em algumas competições, é realizada em pista; e, em outras, é realizada em um circuito controlado, já que, a cada passada irregular, o atleta poderá ser punido e, após a terceira falta, será excluído da prova. 2.3.3. Marcha atlética Feedb ack Figura 15 - Sequência de uma passada completa de marcha atlética Fonte: BARROS; DEZEM, 1978, p. 90. #PraCegoVer Na imagem, há um desenho com uma sequência de 12 figuras, apresentando um atleta de marcha fazendo uma passada. Ele começa com o pé esquerdo e, depois, utiliza o direito, sem perder o contato com o solo. A perna à frente deverá ficar estendida, como indicam as posições 4 e 10. As provas de marcha atlética podem ser realizadas em pistas outdoor e na rua. Quanto às distâncias, encontramos as provas de 5.000m, de 10.000m, de 20.000m e 50.000m. A de�nição da marcha, nas regras o�ciais, deixa clara as necessidades de não perder contato com o solo e de a perna à frente estar, também, estendida: A Marcha Atlética é uma progressão de passos, executados de tal modo que o Atleta mantenha um contato contínuocom o solo, não podendo ocorrer (a olho nu) a perda do contato com A marcha atlética tem um componente diferenciado nas competições. Quando há um espaço na rua com controle do percurso e com fechamentos seguros para a realização da prova, poderá ser executada Que tal colocar em prática a marcha atlética? Procure dar algumas passadas, obedecendo às regras da marcha, e veja como é bem difícil de ser executada. Não se esqueça de que o movimento do quadril para o “bloqueio” da perna da frente é quase obrigatório, senão o movimento não sai adequadamente. Para saber se está certo, peça para alguém observá-lo de longe. Uma dica é que a pessoa olhe para a sua cabeça quando você estiver executando a marcha: se você não perder o contato com o solo, a cabeça não poderá movimentar-se para cima e para baixo. Faça algumas vezes, até achar que conseguiu um sucesso relativo. VAMOS PRATICAR? o mesmo. A perna que avança deve estar reta (ou seja, não dobrada no joelho) desde o momento do primeiro contato com o solo, até a posição ereta vertical. (CBAt; WA; ABRAAt, 2020, p. 183) de forma externa, não precisando de pista. Caso contrário, os marchadores deverão fazer a prova em pista. Como é bem longa, para não atrapalhar o cronograma das demais provas de atletismo, a marcha atlética acaba �cando por último no programa do dia. Isso desanima os torcedores comuns do atletismo, permanecendo, muitas vezes, apenas os mais interessados nesse tipo de prova. Correr, saltar e arremessar são movimentos naturais dos homens desde a Antiguidade. Os homens precisavam caçar para sobreviver e, por isso, atiravam lanças e Você sabia que a marcha atlética é uma das provas mais tradicionais do atletismo? O atleta Calisto Sevegnani demonstra como é realizada no vídeo sugerido a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=-0oZIXExyis (https://www.youtube.com/watch?v=-0oZIXExyis) VOCÊ SABIA? (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS https://www.youtube.com/watch?v=-0oZIXExyis arremessavam pedras; corriam atrás de suas presas; e tinham que percorrer longas distâncias para poder voltar para casa e para mudar o local de sua moradia. Baseando-se na história do atletismo, associe as colunas a seguir. Distâncias das provas com barreiras I - 110 metros masculino adulto. II - 400 metros feminino adulto. III - 110 metros masculino sub-20. IV - 100 metros feminino adulto. V - 400 metros masculino adulto. Alturas o�ciais das barreiras i - 0,838m. ii - 1,067m. iii - 0,914m. iv - 0,991m. v - 0,762m. Agora, marque a alternativa cuja sequência está correta, na sua opinião. a) I - iv, II - v, III - iii, IV - ii, V - i. b) I - ii, II - v, III - iv, IV - i, V - iii. c) I - iii, II - iv, III - ii, IV - v, V - i. d) I - ii, II - v, III - iii, IV - iv, V - i. e) I - ii, II - iii, III - i, IV - iv, V - v. VERIFICAR Antes de �nalizarmos, vamos a um último checklist sobre marcha atlética! O trabalho das pernas deve ser bem caracterizado. A perna de trás, bem assentada, inicia, por uma impulsão, o movimento para frente. O movimento deve ser de rolar o pé do calcanhar até a ponta do pé. Um pressão maior no solo impulsiona o corpo para uma passada de boa amplitude. Perna da frente entra em contato com o solo pelo calcanhar. No momento do assentamento da perna da frente, a de trás se estende, marcando o duplo apoio. Tronco com pequena inclinação (para não perder o contato com o solo). Quadris devem ter boa mobilidade para facilitar o movimento. A mobilidade natural dos quadris facilita a passada do marchador. Assentamento dos pés quase na mesma linha faz com que quadris se desloquem lateralmente. Ação das pernas Postura de tronco e posicionamento de quadril Marcha atlética Vamos fazer um treino de habilidades de marcha atlética? Nossos objetivos com essa prática são: Para realizar a prática de marcha atlética, siga as etapas abaixo: 1. Identi�que no texto o checklist relacionado ao assunto. 2. A marcha atlética é uma das provas mais enigmáticas do atletismo, já que você deve se deslocar sem perder o contato com o solo. Para realizar esse movimento, deve se concentrar, primeiro, no movimento ensinar as técnicas da marcha atlética aos atletas ou alunos. (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SUAS HABILIDADES Os pés são colocados quase um à frente do outro, e quadris oscilam. Assim, os ombros acompanham os quadris nessa oscilação. Ombros trabalham mais elevados. Braços trabalham �exionados, mais baixos ou mais elevados. Quando as pernas se deslocam mais rápido, os braços �cam mais �exionados. Ação dos ombros das pernas, lembrando sempre que, automaticamente, quando você está apoiado na ponta de um dos pés, terá que estar já apoiado no calcanhar do outro pé. 3. Escolha um espaço de aproximadamente 100 metros onde possa praticar a marcha, mas peça a um amigo que o observe lateralmente a uma distância de 10 metros. Apoie-se no nosso checklist para realizar seus movimentos nessa distância. Não se esqueça de que a movimentação do quadril é importante para que você possa se manter sempre em contato com o solo. 4. Quanto ao seu amigo? Peça para ele acompanhar o seu movimento olhando para o topo da sua cabeça. Se ele reparar que ela está se movimentando para cima e para baixo, é quase certo que você está perdendo o contato com o solo. Outra ideia é que ele pegue um celular e �lme alguma das suas passagens para que você possa veri�car o seu movimento. 5. Poste no Fórum – Esclareça Suas Dúvidas as di�culdades encontradas e depois escreva o relatório do treino de habilidades para entregar. CONCLUSÃO Feedb ack O atletismo, dentre os esportes, é um que os atletas mantêm altíssimas velocidades. Como vimos ao longo da unidade, hoje, no atletismo, praticam-se velocidades que eram impossíveis há três décadas. Por essa razão, os atletas costumam ser comparados a heróis. Em nossa discussão, abordamos aspectos importantes de cada modalidade e demos atenção especial à saída baixa, fator que in�uencia os melhores tempos dos atletas. Para usar esse tipo de saída, destacamos que o atleta deve treinar exaustivamente, a �m de obter um impulso que lhe conceda vantagem no restante da prova. Para todas as modalidades estudadas, vimos o quanto a resistência dos atletas é exigida, sobretudo nas provas de maratona, devido à longa distância; e nas provas de marcha atlética, devido aos complexos movimentos. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer as provas de velocidade; conhecer a saída baixa e os detalhes de sua execução; conhecer as provas de meio fundo; conhecer as provas de fundo ou resistência; conhecer como são as barreiras e os obstáculos e como você poderá passá-los/transpô-los; conhecer a prova steeplechase, que é a dos 3.000 metros com obstáculos; conhecer a prova da maratona e a sua história; conhecer a prova de marcha atlética; praticar e conhecer como funcionam essas provas de corrida ou, como são chamadas também, corridas de pista. Clique para baixar conteúdo deste tema. A técnica dos 100 metros. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (1m35s). Publicado pelo canal AFP Português. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=iUG05ZDVI1g&ab_channel=AFPPortugu (https://www.youtube.com/watch? v=iUG05ZDVI1g&ab_channel=AFPPortugu)ês. Acesso em: 23 jul. 2021. ARINS, F. B. et al. Índices �siológicos e neuromusculares relacionados à performance nas provas de 800 m e 1500 m rasos. Motriz, Rio Claro, v.17, n.2, p.338-348, abr./jun. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n2/13.pdf (https://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n2/13.pdf). Acesso em: 23 jul. 2021. BARROS, N.; DEZEM, R. O atletismo. São Paulo: A Gazeta Maçônica, 1978. CONFEDERAÇÃO Brasileira de Atletismo (CBAt); WORLD Athletics WA); ASSOCIAÇÃO Brasileira de Árbitros de Atletismo (ABRAAt). Regras de competição e regras técnicas. Bragança Paulista: Confederação Brasileira de Atletismo, 2019. 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