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Fundamentos de MarketingFundamentos de Marketing Valor: O cerne do marketingValor: O cerne do marketing Valor. Reflita brevemente sobre o que essa palavra significa para você. Seria o preço que você paga para obter algo? Ou o benefício que você obtém de algum produto ou serviço, a ponto de considerá-lo “valioso”? Em marketing, valor tem um significado mais amplo e ancora todas as estratégias das empresas bem-sucedidas. Por isso, esse assunto merece um tópico só seu. Pense nas mudanças pelas quais as organizações estão passando. A grande maioria delas, senão a totalidade, está relacionada à forma como ela cria, comunica e oferece valor ao seu mercado- alvo, e como concorrentes menores e mais ágeis conseguem proporcioná-lo de modo mais rápido e efetivo. É sobre isso que trataremos nesse tópico: sobre como valor dá sustentação à disciplina de marketing e como ele se revela uma vantagem competitiva para as empresas. Perceberemos, também, como o valor é uma prerrogativa do cliente e não da empresa. Nem todos os esforços organizacionais são capazes de ofertar valor se o cliente assim não perceber. Sim, valor é uma decisão do cliente, daí o motivo de tantas empresas falharem ao se desconectarem de seu público- alvo. É o que chamamos, no capítulo anterior, da miopia de marketing, que faz com que organizações não enxerguem o verdadeiro potencial de seu mercado e o verdadeiro segmento em que atuam. 2. Conceito de valor e satisfacao para o cliente Valor é um dos temas mais cativantes da área de marketing. Conhecer esse tema é um passaporte para criar estratégias de marketing mais eficazes que levarão as empresas ao patamar esperado. Como valor conecta empresas e clientes, veremos ainda como ocorre atração, retenção e relacionamento com clientes. A indústria fonográfica é uma das que mais sofreram com a revolução digital. Todo o seu modelo de negócios foi revolucionado e o modo como conhecemos, selecionamos e consumimos música foi alterado drasticamente em poucas décadas. Nas duas últimas décadas, a indústria musical viu a migração do formato físico para o digital, da explosão de downloads e aumento da pirataria para a era do streaming (forma de distribuição digital) e da posse para o acesso temporário. A música deixou de ser comprada em meio físico, como um objeto (lembre- se dos LPs e CDs) para ser comercializada como um serviço, alterando a forma como é produzida, distribuída e consumida. Em um curto espaço de tempo, temos o enorme catálogo musical de todos os tempos mais acessível e com menos custos. A forma como a música é remunerada também mudou: se, por um lado, a indústria fonográfica hoje lida com taxas menores, por outro a massa de lucro é maior, por meio de ganhos de escala e o alcance de mercados novos e distantes. Um dos maiores expoentes desse novo tempo é o Spotify, serviço de distribuição de música digital criado na Suécia, em 2008, e que conta hoje com 170 milhões de usuários ativos, 88 milhões destes na versão paga. No Spotify, estão disponíveis mais de 30 milhões de músicas e 2 bilhões de playlists. A empresa, com receita de US$ 1,36 bilhão, está avaliada em US$ 29,5 bilhões (Costa, 2018). O que fez com que o Spotify e, antes dele, o Napster, mudasse toda a dinâmica de uma indústria estabelecida? Se você falou valor, acertou. Explica Rogers (2018): “Muitas são as possíveis lições a serem extraídas da queda dramática da indústria fonográfica, de 1999 a 2012, na medida em que as vendas mundiais caiam de aproximadamente US$ 28 bilhões para US$ 18 bilhões. Uma das mais contundentes, porém, é que, se a sua empresa não aproveitar uma nova oportunidade de oferecer valor aos clientes, alguém ocupará o espaço vazio [...] Ao esperar o máximo possível para adaptar sua oferta aos clientes, a indústria fonográfica levou milhões de jovens ouvintes a esperar que a música digital seria gratuita, e retardou a adoção de uma estratégia eficaz para lidar com as mudanças que sacudiam o setor”. Ter clara sua proposta de valor auxilia as empresas a encontrar uma oferta diferenciada a ser usada para posicionar-se no mercado. Hoje, com a revolução digital, constantemente, as empresas devem revisitar sua proposta de valor com base na necessidade dos clientes, em constante mutação. A proposta de valor passa por satisfazer as expectativas dos clientes. Tal satisfação depende do desempenho que o produto ou serviço oferece em relação às expectativas do cliente. Kotler (2000) assim a define: Kotler (2010) afirma que é o valor que fará com que os clientes comprem de uma empresa. Para o autor, o conceito é a diferença entre valor e custo, ou seja, os benefícios que os clientes obtêm de um determinado produto ou serviço mediante os custos para avaliar, obter, utilizar e descartá-lo. Moreira (2009), completa: “Valor, em mais uma tentativa de análise, é o resultado que o cliente sente entre o que percebe de benefícios e o que percebe de sacrifícios, quando nos escolhe como seu fornecedor [...] por ser algo percebido individualmente, é de responsabilidade do cliente, uma vez que só ele pode discernir entre benefícios e sacrifícios”. “Satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador [...] Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito ou encantado”. A alta satisfação é (ou deveria ser) o maior objetivo da empresa, à medida que a mera satisfação não é capaz de blindar o cliente da oferta de um concorrente, se ele a julgar como melhor. Já os consumidores encantados são menos propensos a mudar e criam um vínculo emocional com a marca, que leva à fidelidade. Conseguir fidelidade, portanto, passa por entregar um alto valor para o cliente. Se preço ocupa lugar no campo das ciências exatas, valor situa-se no campo do intangível, no universo dos sentimentos. Com o aspecto emocional satisfeito, o cliente privilegia a empresa selecionada, pagando o preço indicado. A tarefa do marketing, portanto, é tornar o cliente menos sensível ao preço, à medida que percebe o valor criado para ele. É importante saber que os consumidores formam suas expectativas com base em experiências anteriores, recomendações de amigos e conhecidos e promessas dos profissionais de marketing. Se a empresa estabelecer expectativas muito altas, é bom que esteja preparada para cumpri-las e não correr o risco de desapontar o cliente. Expectativas muito baixas, por outro lado, podem não atrair muitos clientes. Como satisfação (e, consequentemente, valor) é algo atribuído pelo cliente, uma empresa pode até saber quanto custa um produto, mas não quanto ele vale para o consumidor. Valor, portanto, não é preço. Preço é o quanto se paga para obter algo, valor é o quanto percebemos de benefícios. Confundir preço com valor, segundo Moreira (2009), é um paradoxo: “Porque, se algo tem valor para uma pessoa, o preço é um mero detalhe, colocado, segundo as melhores pesquisas, em sétimo lugar nas suas prioridades [...] É geralmente aceito que todos nós devamos dizer quanto custa para o cliente o que fabricamos, mas, na verdade, é ele que valida ou não o que sugerimos. Isso leva à conclusão de que, por mais que estudemos classicamente qual deva ser o preço, um cliente verdadeiro está sempre disponível a pagar aquilo que ele sente que vale. Quando não aceita um preço é porque não se sente seguro com o valor”. As empresas centradas no cliente fazem da satisfação não só uma meta, com uma ferramenta de marketing. Para tanto, utiliza alguns instrumentos, como os listados abaixo: Manter-se em contato com os clientes para verificar sua opinião impede que um dos equívocos mais percebidos no mercado aconteça: a defasagem de valor. Ela ocorre quando não há alinhamento entre o valor de marca com o valor para o cliente. É comum observar isso quando as empresasnão conseguem entregar para o cliente o benefício prometido, seja por meio de tentativas de diferenciação, proposição exclusiva de vendas ou acrescentando serviços adicionais à oferta básica. E por que elas não conseguem? Porque, muitas vezes, os profissionais de marketing dedicam-se mais ao desenvolvimento da marca do que à influência aos processos centrais da cadeia de valor, responsáveis por entregar os benefícios esperados. É o que veremos a seguir. 3. Cadeia de valor Como vimos, valor é um elemento central para as estratégias de marketing e pode ser o ponto que levará a empresa ao sucesso e à perenidade no mercado ou à irrelevância e ao fracasso. Para que a oferta de valor seja efetivamente entregue a quem é capaz de aprová-la ou não, ou seja, o cliente, é preciso que a cadeia de valor funcione perfeitamente. Cadeia de valor é a estruturação das atividades da empresa em um modelo capaz de garantir a qualidade máxima do serviço e produto ao cliente final, contribuindo para a criação de uma vantagem competitiva no mercado. É o conjunto de atividades para projetar, produzir, vender, entregar e sustentar seu produto. São nove as atividades estratégicas responsáveis por criar valor e custo em um negócio, sendo as cinco primeiras as principais e as quatro seguintes de apoio: Logística interna (trazer material para a empresa); Operações (conversão dos materiais em produtos finais); Logística externa (expedição dos produtos finais); Marketing e vendas (comercializar os produtos); Serviço (assistência técnica); Aquisição; Desenvolvimento de tecnologia; Gerência de Recursos Humanos; Infraestrutura da empresa (administração geral, planejamento, finanças, contabilidade, assuntos jurídicos e governamentais). Para Michael Porter, professor de Harvard e criador do conceito de cadeia de valor, o papel das empresas é examinar seus custos, seu desempenho em cada atividade que gera valor e trabalhar para aperfeiçoá-los. Deve, ainda, comparar sua performance com a de seus concorrentes; assim, somente quando atingir patamares superiores poderá afirmar que possui uma vantagem competitiva. Além da sua cadeia de valor, a empresa deve ocupar-se da rede de entrega de valor, que compreende seus fornecedores, distribuidores e clientes. Algumas dedicam-se, inclusive, a formar cadeias de suprimentos, em parceria com os dois primeiros, a fim de atingir resultados superiores. 4. Atracao, retencao e relacionamento Aperfeiçoar as relações na cadeia de valor é importante, tanto quanto fazê-lo com os clientes finais. Se, antigamente, as empresas pouco se preocupavam com esse aspecto, hoje, é impossível construir uma estratégia bem-sucedida sem considerar sua contribuição. Rogers (2018), faz um retrospecto a respeito dessa transformação: Esse modelo, no entanto, não se mostra eficaz no mundo atual. Os papéis dos clientes mudaram e exigem relacionamentos mais complexos que vão além do comprar ou não comprar. Os consumidores são mais participativos e interagem, publicam, divulgam, inovam. Podem se conectar entre si e influenciar uns aos outros, em uma atuação em rede. Embora a empresa ainda seja o principal vetor de inovação, precisa engajar-se com as redes de clientes para compreender suas percepções, respostas e necessidades não atendidas. Nesse ambiente complexo, o primeiro papel das empresas é atrair o cliente, o que já é algo complexo ao considerarmos que os indivíduos estão altamente distraídos, como nos revela o conceito da Economia da Atenção (Davenport, Beck, 2001). Vivemos em uma época em que, ao mesmo tempo em que temos abundância de capital, trabalho, informações e conhecimento, temos deficiência de atenção humana, um ativo limitado que não se ampliou na mesma velocidade dos outros aspectos, devido à natureza do nosso cérebro. “No século XX, as empresas de todos os tipos se baseavam no modelo de mercado de massa. Nesse paradigma, os clientes eram passivos e eram vistos como parte de um conjunto. O único papel importante dos clientes era comprar ou não comprar, e as empresas procuravam identificar os produtos ou serviços que atendiam às necessidades de tantos clientes potenciais quanto possível. Recorria-se à mídia de massa e à produção em massa para promover e entregar as ofertas das empresas para tantos clientes quanto possível. O sucesso no modelo de mercado de massa dependia das eficiências de escala. E, durante décadas, funcionou! Durante todo o século XX, esses métodos construíram as maiores e mais bem-sucedidas empresas do mundo”. Segundo os autores, a atenção humana é a verdadeira moeda de negócios e fator chave de sucesso em um mundo repleto de informações. Se antes o problema não era encontrar tempo para ler, por exemplo, mas sim ter literatura suficiente para se ocupar, hoje o jogo é o inverso: há múltiplas possibilidades de conhecimento e tempo escasso para se dedicar a todas elas. Diante desse cenário, as empresas devem se esforçar para, primeiro, captar a atenção dos seus clientes para a sua oferta de valor, por meio de técnicas como indicações (ou leads), publicidade, eventos, marketing digital, dentre outras, que a ajudarão a formar sua lista de suspects, ou clientes possíveis. Tais clientes podem vir a se tornar prospects, ou potenciais, quando há a checagem de suas características com o perfil delimitado pela empresa. Só, então, a força de vendas pode começar sua atuação. É importante, ainda, que as empresas fiquem atentas ao custo de perder clientes. Não é eficaz para uma empresa se dedicar a atrair tantos clientes quanto possa e não cuidar para que eles não saiam. Eu chamo isso de síndrome da torneira aberta, quando você tenta encher uma pia abrindo a torneira sem, no entanto, fechar o ralo. Para reduzir esse índice, as empresas podem recorrer a quatro passos, enumerados a seguir: Definir e calcular seu índice de retenção: sem números e dados, é impossível gerir. Peter Drucker, o guru da administração, já dizia: “o que não pode ser medido não pode ser gerenciado”. Verifique quantos dos seus clientes voltam a fazer negócios com a sua empresa. 1. Busque as causas dos problemas que estão afastando os clientes do seu negócio: historicamente, a maioria delas está relacionada à insatisfação, seja com o atendimento, com a qualidade do produto ou com outro aspecto que pode ser gerenciado. Estime o quanto sua empresa perde com tal evasão: é preciso calcular o quanto o lucro é afetado por essa perda. Essa é uma métrica importante que não pode ser ignorada e te ajudará a acompanhar a evolução de suas ações quando o resultado for revertido. Calcule o custo de reduzir o índice de abandono: uma vez que tal custo seja menor do que o lucro perdido, fica evidente que esse valor deve ser investido para recuperar os clientes. 1. 2. 3. 4. Ouvir os clientes constantemente é uma forma de evitar que o abandono aconteça. Criar mecanismos para que o feedback do cliente chegue com agilidade à empresa e sirva de subsídio para planos de melhoria é a melhor forma de manter seus clientes e iniciar um relacionamento de longo prazo com eles. Mas cuidado! Não espere uma atuação ativa do cliente. Lembre-se que 95% deles não reclamam, optam por deixar de fazer negócios com a empresa sem dar sinais dos motivos que os levaram a tanto. Considerando que uma empresa perde, em média, 10% de seus clientes a cada ano, e que o custo de adquirir novos clientes pode ser até cinco vezes maior do que satisfazê-los, não há como não investir na retenção deles. A retenção pode ser fortalecida por meio da construção de elevadas barreiras à mudança. O que significa isso? Que os clientes são menos propensos a mudar de fornecedor se isso causar custos de capital, pesquisa por novas alternativas e perda de benefícios, como descontos. Embora sejam estratégias a considerar, nenhuma supera a boa e velha satisfação do cliente. Um alto grau de satisfação é a maior barreira de saída que uma empresa pode ter e torna os esforços dos concorrentes inócuos. A partir da formação de clientes satisfeitos, é possível dar um passoadiante e evoluir para o relacionamento com eles, a partir de um planejamento de marketing de relacionamento. É quando a organização empreende esforços para estreitar seus laços com esse grupo de clientes e torná-los defensores da marca, recomendando-a para seu círculo de amigos. Nesse campo do marketing, as relações são o ponto-chave do sucesso, como diz McKenna (1993): “Em uma época de escolhas explosivas e mudanças imprevisíveis, o marketing – o novo marketing – é a solução. Com tantas escolhas para os clientes, as empresas enfrentam o fim de sua fidelidade. Para combater essa ameaça, elas podem aumentar seu pessoal de vendas e de marketing, lançando recursos caros no mercado como uma forma de manter seus clientes. Porém, a solução real obviamente não é mais marketing, e sim o melhor marketing. E isso significa um marketing que encontra um novo modo de integrar o cliente à empresa, como forma de criar e manter uma relação entre a empresa e o cliente [...] Afinal, o que é uma marca bem-sucedida senão uma relação especial?”. O marketing de relacionamento, portanto, é o calcado no cliente, por reconhecê-lo não como alvo de ações, mas como o início e o fim de qualquer empresa. É para o cliente que a solução é construída e um modelo de negócios instituído. É por meio de sua satisfação que a empresa ganha o direito de permanecer no mercado. É por intermédio de sua fidelidade e advocacia que conquista a liderança de seu segmento. Assim, incorporando o cliente ao seu processo criativo, inserindo-o no ciclo de feedback e garantindo que suas expectativas estejam satisfeitas ou até superadas, as empresas conseguirão migrar para um estágio em que o consumidor deseja estabelecer relações com ela de forma espontânea. Tais relações serão calcadas em confiança, receptividade e qualidade. Moreira (2009) diz que a confiança não pode ser construída; ela nasce. Só cresce se for além dos procedimentos técnicos e abranger coerência, algo que só é possível se genuíno na origem. Uma empresa que nutre relações de confiança, segundo o autor, garante a saúde dos negócios: “O cliente é o nosso aliado para a vida da empresa. Sua confiança em nós é que assegurará sua cumplicidade diante dos desafios de hoje e os de amanhã. A falta de confiança mata, aos poucos, um relacionamento que pode ser crucial para o sucesso”. Valor é um conceito que está no centro da estratégia das empresas mais bem-sucedidas. É claro que há empresas que optam por resumir sua oferta de valor a preço baixo, mas isso exige esforços imensos na gestão da cadeia de suprimentos, pois só uma empresa pode ser a mais barata. 5. conclusao Ao decidir satisfazer o cliente e até encantá-lo, as empresas investem em sua proposta de valor para que reúna atributos únicos e benefícios exclusivos, a ponto do cliente não se tornar sensível a preço nem à oferta dos concorrentes. Entender como o valor é construído, comunicado e ofertado é essencial para um bom profissional de marketing. A partir de uma oferta de valor bem estabelecida, a empresa define seu mercado-alvo e empreende esforços para girar o ciclo de desenvolvimento de clientes. Sua primeira tarefa é atrair e conquistar clientes. Depois, fazer com que voltem a firmar transações com ela, a ponto de não perceberem mais as ofertas dos concorrentes como sedutoras e se transformarem em embaixadores da marca. Nesse processo, proximidade com o cliente é fundamental, a fim de ouvir as suas percepções e agir rapidamente para corrigir os motivos de insatisfação. Como a maioria dos consumidores não reclama, a empresa deve ser ativa nesse ponto e atuar imediatamente para evitar a perda de clientes, o que pode comprometer a sua rentabilidade. Informação, para marketing, é matéria- prima. Seja para identificar motivos de insatisfação ou para subsidiar decisões maiores. É isso que veremos no próximo tópico. Valor: o que essa palavra significa para você? Seria o preço que você paga para obter algo? Ou o benefício que você obtém de algum produto ou serviço? slides O valor é uma prerrogativa do cliente e não da empresa. Kotler (2010) afirma que é o valor que fará com que os clientes comprem de uma empresa. Para o autor, o conceito é a diferença entre valor e custo, ou seja, os benefícios que os clientes obtêm de um determinado produto ou serviço mediante os custos para avaliar, obter, utilizar e descartá-lo. Cadeia de valor é a estruturação das atividades da empresa em um modelo capaz de garantir a qualidade máxima do serviço e produto ao cliente final, contribuindo para a criação de uma vantagem competitiva no mercado. É o conjunto de atividades para projetar, produzir, vender, entregar e sustentar seu produto. Instrumentos para a satisfação do cliente Sistemas de reclamações e sugestões; Pesquisa de satisfação de clientes; Compras simuladas (cliente oculto); Análise de clientes perdidos. Ter clara sua proposta de valor auxilia as empresas a encontrar uma oferta diferenciada a ser usada para posicionar-se no mercado. Hoje, com a revolução digital, constantemente, as empresas devem revisitar sua proposta de valor com base na necessidade dos clientes, em constante mutação. uma empresa pode até saber quanto custa um produto, mas não quanto ele vale para o consumidor. Os consumidores encantados são menos propensos a mudar e criam um vínculo emocional com a marca, que leva à fidelidade. Conseguir fidelidade, portanto, passa por entregar um alto valor para o cliente. Se preço ocupa lugar no campo das ciências exatas, valor situa-se no campo do intangível, no universo dos sentimentos. A tarefa do marketing, portanto, é tornar o cliente menos sensível ao preço, à medida que percebe o valor criado para ele. Atração, retenção e relacionamento as empresas devem se esforçar para, primeiro, captar a atenção dos seus clientes para a sua oferta de valor, por meio de técnicas como indicações (ou leads), publicidade, eventos, marketing digital, dentre outras, que a ajudarão a formar sua lista de suspects, ou clientes possíveis. Tais clientes podem vir a se tornar prospects, ou potenciais, quando há a checagem de suas características com o perfil delimitado pela empresa. Só, então, a força de vendas pode começar sua atuação. 1- Definir e calcular seu índice de retenção: sem números e dados, é impossível gerir. Peter Drucker, o guru da administração, já dizia: “o que não pode ser medido não pode ser gerenciado”. Verifique quantos dos seus clientes voltam a fazer negócios com a sua empresa. slides 2- Busque as causas dos problemas que estão afastando os clientes do seu negócio: historicamente, a maioria delas está relacionada à insatisfação, seja com o atendimento, com a qualidade do produto ou com outro aspecto que pode ser gerenciado. 3- Estime o quanto sua empresa perde com tal evasão: é preciso calcular o quanto o lucro é afetado por essa perda. Essa é uma métrica importante que não pode ser ignorada e te ajudará a acompanhar a evolução de suas ações quando o resultado for revertido. 4- Calcule o custo de reduzir o índice de abandono: uma vez que tal custo seja menor do que o lucro perdido, fica evidente que esse valor deve ser investido para recuperar os clientes.
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