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As possíveis consequências do abuso sexual

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Artigo
Introdução
A violência contra a criança e o adolescente é um pro-
blema universal que atinge milhares de vítimas de forma 
silenciosa e dissimulada. Trata-se, deste modo, de um 
problema que acomete ambos os sexos e não costuma 
obedecer nenhuma regra como nível social, econômico, 
religioso ou cultural (BALLONE; ORTOLANI; MOU-
RA, 2008; CUNHA; SILVA; GIOVANETTI, 2008; DEL 
PRIORE, 2007; FREITAS, 1997; PRADO, 2004; RO-
MARO; CAPITÃO, 2007).
A violência doméstica, segundo Adorno (1988), é 
uma forma de relação social que está diretamente rela-
cionada ao modo pelo qual os homens produzem e repro-
duzem suas condições sociais de existência. Ao mesmo 
tempo, ela é a negação de valores considerados univer-
sais, como liberdade, igualdade e a própria vida. Neste 
processo, a criança e o adolescente são as maiores víti-
mas de atos abusivos e maus-tratos, ocasionados por sua 
maior vulnerabilidade e dependência.
Já a violência sexual, caracteriza-se por atos prati-
cados com finalidade sexual que, por serem lesivos ao 
corpo e a mente do sujeito violado (crianças e adolescen-
tes), desrespeitam os direitos e as garantias individuais 
como liberdade, respeito e dignidade previstos na Lei nº 
8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (BRA-
SIL, 1990, Artigos 7º, 15, 16, 17 e 19).
A violência sexual caracteriza-se:
[...] por um ato ou jogo sexual, em uma relação heterossexual 
ou homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança 
ou adolescente, tendo por finalidade estimular sexualmente 
esta criança ou adolescente, ou utilizá-la para obter uma 
estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa 
(AZEVEDO; GUERRA, 1998, p.33).
Destaca-se que a violência sexual pode ser compre-
endida a partir de duas especificidades/peculiaridades: 
exploração sexual e abuso sexual – sendo este último o 
objeto de interesse do presente artigo.
A exploração sexual caracteriza-se pela relação mer-
cantil, mediada pelo comércio do corpo/sexo, por meios 
coercitivos ou não, e se expressa de quatro formas: por-
nografia, tráfico, turismo sexual e prostituição.
O abuso sexual caracteriza-se por qualquer ação de 
interesse sexual de um ou mais adultos em relação a uma 
criança ou adolescente, podendo ocorrer tanto no âmbito 
intrafamiliar – relação entre pessoas que tenham laços 
afetivos, quanto no âmbito extrafamiliar – relação entre 
pessoas que não possuem parentesco.
A primeira categoria do abuso sexual, definida an-
teriormente, também pode ser entendida como incesto, 
que, comumente, dura um longo período e pode ser pra-
ticado com o conhecimento e cobertura de outros mem-
bros da família. Em nossa cultura, o incesto é uma das 
formas de abuso sexual mais frequente, sendo este o que 
geralmente causa consequências – em nível psíquico – 
extremamente danosas às vítimas.
As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra 
crianças e adolescentes
Bruno Ricardo Bérgamo FlorentinoH
Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei, MG, Brasil
Resumo
Este artigo tem como objetivo central realizar uma discussão sobre os impactos da violência sexual sobre as crianças e adolescentes. 
Considerando que os profissionais que lidam com esta demanda devem estar atentos para as diferentes e potenciais implicações 
decorrentes de tal circunstância, o presente artigo tem como objetivo realizar uma sistematização das principais contribuições 
teóricas pertinentes sobre o assunto e contribuir para divulgar o conhecimento já elaborado sobre as possíveis consequências de 
um abuso sexual na vida de uma criança ou adolescente. A sistematização dos estudos já realizados aponta que as consequências 
do abuso sexual são graves, extensas e diversas.
Palavras-chave: abuso sexual; crianças; adolescentes; consequências.
The possible consequences of the sexual abuse practised against 
children and adolescents
Abstract
The central aim of this article is realize a discussion about the impacts of sexual violence against children and adolescents. 
Taking into consideration that the professionals who deal with this demand must be attentive to the different and potential 
implications due to that circumstance, this article aims at realizing a systematization of the main theoretical contributions 
relevant to this issue and contribute to divulge the knowledge which has already been elaborated about the possible 
consequences of a sexual abuse against a child or adolescent. The systematization of previous studies show that the 
consequences of sexual abuse are serious, extensive and diverse.
Keywords: sexual abuse; children; adolescents; consequences.
H Endereço para correspondência: Universidade Federal de São João Del Rei - 
Praça Dom Helvécio, 74. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Sala 1.53. 
E-mail: bruno_psicologia@hotmail.com
Fractal: Revista de Psicologia, v. 27, n. 2, p. 139-144, maio-ago. 2015. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/805
Nesse sentido, é fundamental buscar na literatura ele-
mentos que possam iluminar e apontar para algumas con-
sequências decorrentes do abuso sexual infanto-juvenil, 
com o objetivo de entender o seu impacto no desenvolvi-
mento da criança. 
O que se observa na literatura existente é a concordância entre 
os especialistas em reconhecer que a criança vítima de abuso 
e de violência sexual corre o risco de uma psicopatologia 
grave, que perturba sua evolução psicológica, afetiva e 
sexual (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 144).
Metodologia
O presente trabalho foi construído com base em pes-
quisa bibliográfica, que, de acordo com Gil (1991, p. 48): 
é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído 
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em 
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho 
desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente 
a partir de fontes bibliográficas.
Este artigo foi realizado com base em estudos quali-
tativos-descritivos, cujo objetivo principal “é delinear ou 
analisar as características de um fenômeno” (CAMPOS, 
2000, p. 54). Para elaboração do trabalho, foram utiliza-
das obras de história, psicologia, sociologia, serviço so-
cial e direito, caracterizando a pesquisa documental. 
A pesquisa documental, por exemplo, é aquela que utiliza 
de documentos, escritos ou não, como fonte primária de 
dados. É uma pesquisa característica das Ciências Humanas. 
Abrange todas as informações já tornadas públicas em 
relação ao tema, e tem como finalidade colocar o pesquisador 
em contato direto com tudo o que foi dito, escrito ou filmado 
sobre determinado assunto (CAMPOS, 2000, p. 53). 
A metodologia seguiu as etapas de leitura, fichamen-
tos e interpretação das referências.
O abuso sexual e suas potenciais consequências no 
desenvolvimento infanto-juvenil
De acordo com Kaplan e Sadock (1990), os maus-tra-
tos na infância representam uma doença médico-social 
que está assumindo proporções epidêmicas na população 
mundial. O abuso sexual de crianças e adolescentes é um 
dos tipos de maus-tratos mais frequentes, apresentando 
implicações médicas, legais e psicossociais que devem 
ser cuidadosamente estudadas e entendidas pelos profis-
sionais que lidam com esta questão. 
Diversos estudos demonstram que as consequências 
do abuso sexual infanto-juvenil estão presentes em to-
dos os aspectos da condição humana, deixando marcas 
– físicas, psíquicas, sociais, sexuais, entre outras – que 
poderão comprometer seriamente a vida da vítima (crian-
ça ou adolescente) que passou por determinada violência 
(ABRAPIA, 1997; CUNHA; SILVA; GIOVANETTI, 
2008; FURNISS, 1993; GABEL, 1997; KAPLAN; SA-
DOCK, 1990; PRADO, 2004; ROMARO; CAPITÃO, 
2007; SILVA, 2000).
Pode-se afirmar que o abuso sexual e suas consequ-
ências sobre a saúde da vítima “são primeiramente uma 
violação dos direitos humanos, não escolhendo cor, raça, 
credo, etnia, sexo e idade para acontecer” (CUNHA; SIL-
VA; GIOVANETTI, 2008, p. 245).
Os sintomas atingem todas as esferas de atividades, 
podendo ser simbolicamente a concretização,ao nível 
do corpo e do comportamento, daquilo que a criança 
ou o adolescente sofreu. Ao passar por uma experiência 
de violação de seu próprio corpo, elas reagem de forma 
somática independentemente de sua idade, uma vez que 
sensações novas foram despertadas e não puderam ser 
integradas (PRADO, 2004 p. 64).
Compreender e avaliar a extensão das consequências do 
abuso sexual infanto-juvenil não é um trabalho fácil, pois 
existe uma enorme carência de estudos longitudinais que se 
proponham a acompanhar as vítimas por um longo prazo. 
Isso se dá em função da ausência de grupos de controle1 
apropriados; por isso, o pouco conhecimento (existente na 
literatura) que se tem sobre as consequências deste tipo de 
violência, foi construído a partir do relato de algumas pesso-
as isoladas que procuraram ajuda e a partir dos profissionais 
e estudiosos que interviram junto aos mesmos.
Contudo,
A maioria dos pesquisadores concorda que o abuso sexual 
infantil é facilitador para o aparecimento de psicopatologias 
graves, prejudicando a evolução psicológica, afetiva e 
social da vítima. Os efeitos do abuso na infância podem se 
manifestar de várias maneiras, em qualquer idade da vida 
(ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 151).
Ao debater as consequências do abuso sexual infanto-
-juvenil, é necessário considerar algumas particularidades 
que envolvem a violência praticada, tais como: grau de 
penetração; acompanhamento de insultos ou violência psi-
cológica; uso de força ou violência física, entre outras bru-
talidades que, obviamente, são variações que comprometem 
as conclusões sobre as consequências do abuso sexual. 
Furniss (1993) afirma que as consequências ou o 
grau de severidade dos efeitos do abuso sexual variam 
de acordo com algumas condições ou predeterminações 
de cada indivíduo, dentre eles: a idade da criança2 quan-
do houve o início da violência; a duração e quantidade 
de vezes em que ocorreu o abuso;3 o grau de violência 
utilizado no momento da situação; a diferença de idade 
entre a pessoa que cometeu e a que sofreu o abuso; se 
existe algum tipo de vínculo4 entre o abusador e a vítima; 
o acompanhamento de ameaças (violência psicológica) 
caso o abuso seja revelado.
1 Acreditamos que isto ocorre, uma vez que quem sofreu abuso sexual 
deseja esquecer do acontecimento, não quer ficar revivendo ou sendo 
acompanhado como parte de um “grupo de controle” que pretende 
avaliar se as pessoas estão tendo reações tardias de uma experiência 
traumática como a do abuso sexual.
2 Embora se saiba que a idade da criança é um fator que interfere no tipo 
de comprometimento que a criança pode desenvolver, não se sabe em 
qual idade há maior ou menos prejuízo.
3 Algumas evidências apontam que maior período de tempo houver o 
abuso, maior será a produção de consequências negativas.
4 Caso exista vínculo entre o abusador e a vítima, outro fator que 
compromete as consequências é a qualidade desta relação existente.
140 Fractal, Rev. Psicol., v. 27 – n. 2, p. 139-144, 2015
Bruno Ricardo Bérgamo Florentino
Day et al. (2003) citam algumas possíveis manifes-
tações psicológicas decorrentes da violência doméstica5 
que ocorrem a curto e longo prazo. Em seu estudo, as 
potenciais manifestações em curto prazo são: medo do 
agressor e de pessoas do sexo do agressor; queixas sin-
tomáticas; sintomas psicóticos; isolamento social e sen-
timentos de estigmatização; quadros fóbico-ansiosos, 
obsessivo-compulsivo, depressão; distúrbios do sono, 
aprendizagem e alimentação; sentimentos de rejeição, 
confusão, humilhação, vergonha e medo; secularização 
excessiva, como atividades masturbatórias compulsivas. 
Já os danos tardios podem se manifestar através de ocor-
rência e incidência de transtornos psiquiátricos como 
dissociação afetiva, pensamentos invasivos, ideação sui-
cida e fobias mais agudas; níveis mais intensos de medo, 
ansiedade, depressão, raiva, culpa, isolamento e hostili-
dade; sensação crônica de perigo e confusão, cognição 
distorcida, imagens distorcidas do mundo e dificuldade 
de perceber a realidade; pensamento ilógico; redução na 
compreensão de papéis mais complexos e dificuldade 
para resolver problemas interpessoais; abuso de álcool e 
outras drogas; disfunções sexuais; disfunções menstruais 
e homossexualismo/lesbianismo.
Ao discorrer sobre as consequências do abuso sexu-
al praticado contra crianças e adolescentes, é essencial 
pensar o quanto é monstruosa a deturpação da condição 
física, biológica ou orgânica,6 pois o abuso sexual com-
preende uma violação do corpo da vítima que, muitas ve-
zes, sai com ferimentos na própria pele.7 Desta forma, é 
possível apontar como consequências orgânicas: lesões 
físicas gerais; lesões genitais; lesões anais; gestação, do-
enças sexualmente transmissíveis; disfunções sexuais; 
hematomas; contusões e fraturas. Usualmente, a vítima 
sofre com ferimentos advindos de tentativas de enfor-
camento; lesões genitais que não se dão somente pela 
penetração e sim por meio da introdução de dedos e obje-
tos no interior da vagina das vítimas; lesões que deixam 
manifesto o sadismo do agressor, como queimaduras por 
cigarro, por exemplo; lacerações dolorosas e sangramen-
to genital; irritação da mucosa da vagina; diversas lesões 
anais, tais como a laceração da mucosa anal, sangramen-
tos e perda do controle esfincteriano em situações onde 
ocorre aumento da pressão abdominal.
Gabel (1997 p. 67) descreve diversas queixas somá-
ticas que são habituais após a ocorrência de abusos sexu-
ais em crianças e adolescentes, as quais se manifestam 
na forma de mal-estar difuso; impressão de alterações 
físicas; persistência das sensações que lhe foram impin-
gidas; enurese e encoprese; dores abdominais agudas; 
crises de falta de ar e desmaios; problemas relacionados 
5 Como não existem muitos estudos específicos das consequências 
do abuso sexual, buscamos referências na literatura de violência 
doméstica, entendendo que o abuso sexual é uma especificidade de tal 
violência, portanto, ao se referir sobre violência doméstica, os autores 
também estão se referindo ao abuso sexual.
6 Embora as consequências biológicas do abuso sexual possam parecer 
distante do debate da psicologia, elas necessitam ser mencionadas, 
uma vez que a presença de lesões no corpo é um componente que 
certamente interfere no modo de vivenciar a experiência e agrava os 
comprometimentos subjetivos.
7 Pele no sentido de corpo, objeto, matéria viva e orgânica e não somente 
a pele no sentido de tecido corporal.
à alimentação como náuseas, vômitos, anorexia ou bu-
limia; interrupção da menstruação mesmo quando não 
houve penetração vaginal.
No campo da neurologia, existem pesquisas e 
estudos sustentando hipóteses de que situações de 
violência e abuso sexual podem acarretar em danos 
temporários ou permanentes na estrutura do cérebro, 
como mostra a citação a seguir:
Procurando observar o efeito sobre o sistema límbico de 
pessoas que haviam sofrido abuso na infância, utilizou 
a técnica da coerência em eletroencefalograma, um 
sofisticado método de análise quantitativa que fornece 
evidências sobre a microestrutura do cérebro. Comparou 
15 voluntários saudáveis com 15 pacientes psiquiátricos, 
crianças e adolescentes, que tinham histórico confirmado 
de intenso abuso físico ou sexual. Medidas de coerência 
mostraram que os córtex esquerdos dos jovens do grupo 
controle eram mais desenvolvidos que os direitos. Já 
os pacientes que haviam sofrido maus-tratos possuíam 
o córtex direito claramente mais desenvolvido, embora 
todos fossem destros e, portanto, tinham o córtex 
esquerdo dominante. A hipótese resultante foi a de que as 
crianças maltratadas teriam armazenado suas memórias 
perturbadoras no hemisfério direito e a ativação de tais 
memórias poderia ativá-lo preferencialmente (TEICHER, 
2002 apud ROMARO; CAPITÃO, 2007 p. 143).
Apesar da discussão apresentada a partir dos aspectos 
psiquiátricos, biológicos e neurológicos, considera-se que 
“a questãodo trauma psíquico, evidentemente, está no cer-
ne da situação do abuso sexual” (GABEL, 1997, p. 206). 
Neste sentido, retoma-se a discussão para o campo 
subjetivo, debatendo uma questão que, imediatamente, 
praticamente todas as vítimas de abuso sexual passam 
após a situação abusiva – estresse pós-traumático ou 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático, como costuma 
ser nomeado por alguns autores. O transtorno de estresse 
pós-traumático – TEPT8 - está ligado a experiências in-
comuns da existência humana que causam um impacto 
emocionalmente severo no indivíduo, deixando consequ-
ências que afetam a saúde física e mental.
Silva (2000) fez uma revisão da literatura sobre os efei-
tos da desordem do estresse pós- traumático e apontou seis 
elementos comuns a pessoas que experimentaram o TEPT: 
reexperimentação de memórias intrusivas e persistentes li-
gadas ao trauma; exposições compulsivas a situações que 
lembram o trauma; impedimento incessante à exposição 
de situações específicas, usualmente ligadas à emoção do 
trauma experimentado e um entorpecimento às reações 
emocionais, de modo geral; diminuição da capacidade de 
usar linguagem falada, substituindo esta por gestos como 
guia para a ação; distúrbios ligados à desatenção, tais como 
desconcentração, discriminação de estímulo, alterações no 
mecanismo da defesa psicológica e na identidade pessoal; 
e, por último, alterações na identidade pessoal.
8 Prado (2004, p. 148) caracteriza o Transtorno de Estresse Pós 
Traumático como uma entidade nosológica desenvolvida após 
um evento traumático, tratando-se de um transtorno de ansiedade 
que surge como uma resposta imediata ou tardia a um evento 
estressante de natureza excepcionalmente ameaçadora, como o 
abuso sexual, por exemplo.
Fractal, Rev. Psicol., v. 27 – n. 2, p. 139-144, 2015 141
As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes
De acordo com Flores e Caminha (1994), as princi-
pais manifestações do TEPT são divididas em três gru-
pos: reexperimentação dos fenômenos – lembranças 
intrusas, sonhos traumáticos, comportamento de recons-
tituição, angústia nas lembranças traumáticas; evitação 
psicológica – fuga de sentimentos, pensamentos, locais 
e situações, interesse reduzido em atividades habituais, 
sentimento de estar sozinho, âmbito emocional restrito, 
transtorno de memória, perda de habilidades já adqui-
ridas, alteração na orientação com respeito ao futuro; e 
estado de excitação aumentada – transtorno do sono, 
irritabilidade, raiva, dificuldade de concentração, hiper-
vigilância, resposta exagerada de sobressalto e resposta 
autônoma a lembranças traumáticas. 
Os sintomas construídos durante uma experiência traumática 
afetam não somente os pensamentos do indivíduo, mas a 
sua memória, o estado de consciência e todo o campo de 
ação, de iniciativa e de objetividade na vida. Muitas vítimas 
criam uma área de proteção em volta de si que as impede 
de continuar com a vida normal. Uma vítima de violência 
física, seja ela estupro ou pancadas, evita sair de casa, tem 
medo de andar sozinha, rejeita sexo ou qualquer contato 
físico (SILVA, 2000, p. 32).
Silva (2000) afirma que o modo como a pessoa reage 
diante de uma situação traumática depende da capacidade 
que ela possui em regular os efeitos advindos da situação. 
Se o indivíduo é capaz de regular os efeitos, é capaz de 
continuar com certo controle sobre a vida, mesmo depois 
do trauma. Para o autor, existem pessoas que acreditam 
que o ser humano é capaz de controlar o trauma (até cer-
to ponto); todavia, este pensamento de um controle total 
sobre a vida é uma posição decididamente otimista, mas 
não muito realista.
Outra situação que compromete a vida das crianças 
e adolescentes vítimas de abuso sexual é o segredo. O 
segredo carrega uma proibição de verbalizar os fatos que 
é explícita em certos casos, mas pode ser ligada ao modo 
de comunicação não-verbal, predominantemente quando 
o abuso e abusador estão no meio familiar. Esta vítima 
busca manter o segredo das situações vividas, seja por te-
mor de sofrer sanções e castigos por ambos os genitores, 
seja por sentir sobre seus ombros a responsabilidade de 
manter o equilíbrio e integridade da família. 
Com relação à vítima, pode-se afirmar que o silenciamento 
diante de uma situação que lhe viola, oprime, envergonha 
e, muitas vezes, desumaniza, constitui uma reação natural 
à situação vivenciada, posto tratar-se de um “cidadão em 
condições especiais de desenvolvimento”, submetido a 
uma relação assimétrica de poder (física e/ou psicológica) 
que, muitas vezes, se estende para além do controle e 
domínio da vítima propriamente dita (CUNHA; SILVA; 
GIOVANETTI, 2008, p. 283).
Prado (2004) ratifica a afirmação de que o segredo 
permanece causando diversos comprometimentos psico-
lógicos, alimentados por uma angústia dupla: não contar 
por temer o agressor e não contar por temer não ser acre-
ditada pela genitora ou pelo restante da família. Em seu 
silêncio, é possível perceber que, ao mesmo tempo em 
que a vítima não denuncia o agressor, ela também para-
lisa, não se protegendo por outros meios como se faltas-
sem recursos mediadores para isso. Dependendo da idade 
da vítima, muitas vezes o recurso mediador passa pela 
ordem simbólica, podendo ser aquilo que ela é capaz de 
mostrar ou dizer com suas palavras ou comportamentos. 
Observa-se que o pacto de silêncio que se estabelece nos 
casos de abuso sexual contra crianças é um entrave para que 
este seja impedido e os agressores punidos. A falta de punição 
e a recorrência do ato sexual violento podem, muitas vezes, 
levar a criança à morte ou deixar graves seqüelas físicas e 
psíquicas (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 171).
Gabel (1997) afirma que quando uma criança tem 
oportunidade de revelar este segredo, recebendo crédito 
e ajuda de profissionais, por exemplo, as manifestações 
mais notórias desaparecem. Isso faz com que a criança ou 
o adolescente reencontre o interesse por si, pelos outros e 
pela brincadeira, ainda que a angústia possa se desdobrar 
em outras formas de neurose, incluindo diversas fobias: 
medo do escuro, da solidão; agorafobia; afastamento da 
família, dos amigos, das pessoas do mesmo sexo.
A reflexão estabelecida até o presente momento parece 
denunciar a gravidade do fenômeno, uma vez que as 
conseqüências deste para a vitima podem ser traumáticas. 
O abuso sexual, sendo ele de caráter incestuoso ou não, 
deixa a criança numa sensação de total desamparo. O 
adulto que deveria ser sinônimo de proteção se torna 
fonte de perturbação e ameaça. Ela não tem com quem 
contar, não pode comentar o fato e ainda é mobilizada, 
pela complexidade da relação, a sentir-se culpada. O 
silêncio, portanto, pode estar associado ao sentimento 
de culpa, às ameaças feitas, ao vínculo estabelecido na 
relação, principalmente por parte da criança (ROMARO; 
CAPITÃO, 2007, p. 180).
É possível afirmar que a criança ou adolescente facil-
mente encontrará razões para se sentir culpada diante de 
uma situação de abuso sexual. Por isso, é essencial ouvir 
a criança e permitir que se expresse ao nível de sua culpa, 
pois o que ela pode dizer e sentir no plano consciente, e 
também no inconsciente, talvez seja muito diferente de 
nossas projeções e de nossa lógica enquanto adultos.
Sentimentos de culpa são corriqueiros entre crianças e 
adolescentes sexualmente abusadas, sendo a culpa um dos 
efeitos emocionais mais severos que resultam da intera-
ção abusiva, especialmente se esta foi incestuosa e durou 
por muito tempo. Quanto ao sentimento de culpa, soma-se 
o dano secundário da estigmatização, devido à acusação 
por parte dos pais e da família (FURNISS, 1993). 
A violência sexual contra crianças e adolescentes segundo Vaz 
(2001), ocorre, muitas vezes, no seio familiar ou em locais 
próximos, como vizinhança ou casa de parentes. A violência 
na maior parte dos casos não é denunciada e há a omissão 
de parentes ou conhecidos quanto ao crimecometido. Tal 
violência deixa “feridas afetivas” na criança que não são 
cicatrizadas, uma vez que o ato é praticado por alguém que a 
criança confia (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 157).
Como dito anteriormente, as consequências do abuso 
sexual variam de acordo com o elo que une a criança e 
aquele que abusou dela. Na maior parte dos casos, o in-
142 Fractal, Rev. Psicol., v. 27 – n. 2, p. 139-144, 2015
Bruno Ricardo Bérgamo Florentino
cesto tem consequências mais severas e duradouras. Isso 
porque provoca uma confusão em relação às imagens pa-
rentais: o pai deixa de desempenhar um papel protetor e 
representante da lei, associado à debilidade e omissão da 
mãe diante do ato (GABEL, 1997).
Nos casos de abuso sexual intrafamiliar, a família, que 
deveria representar um local seguro para os seus membros, 
torna-se um espaço de insegurança, medo, desconfiança, 
conflitos e de incertezas entre o que é certo e errado. Perce-
be-se que há uma inversão de papéis, nos quais a criança ou 
adolescente é colocada no lugar de parceiro pseudo-igual 
no relacionamento sexual e os papéis familiares passam a 
ser vivenciados de forma confusa, descaracterizando a fa-
mília como o lugar de crescimento, confiança e apoio – o 
que acarretará enormes prejuízos ao desenvolvimento da 
criança ou adolescente (FURNISS, 1993; GABEL, 1997; 
ROMARO; CAPITÃO, 2007).
Quanto ao comportamento social das vítimas, sabe-se 
que o abuso sexual compromete as crianças e adolescen-
tes de maneira estrondosa, destruindo o modo de se re-
lacionar e confiar em outras pessoas. Flores e Caminha 
(1994) apresentam um estudo no qual os resultados mos-
tram que as crianças e adolescentes abusadas possuem 
menor comportamento pró-social: compartilham menos, 
ajudam menos e se associam menos a outras crianças, 
quando comparadas com crianças não abusadas; retrai-
mento; relacionamentos superficiais.
As diversas formas de violência ou abuso afetam a 
saúde mental da criança ou do adolescente, visto este se 
encontrar em um processo de desenvolvimento psíquico 
e físico, produzindo efeitos danosos em seu desempenho 
escolar, em sua adaptação social, em seu desenvolvimento 
orgânico. Vários estudos relacionam a violência doméstica 
com o desenvolvimento de transtornos de personalidade, 
transtorno de ansiedade, transtornos de humor, 
comportamentos agressivos, dificuldades na esfera sexual, 
doenças psicossomáticas, transtorno de pânico, entre 
outros prejuízos, além de abalar a auto-estima, por meio da 
identificação com o agressor, um comportamento agressivo 
(ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 121).
O comportamento sexual inadequado pode ser con-
siderado como outro sintoma muito característico de 
crianças sexualmente abusadas. O comportamento sexu-
al inapropriado é caracterizado por brinquedo ou brinca-
deiras de cunho sexual com bonecas; introduzir objetos 
ou dedos no ânus ou na vagina; masturbação excessiva; 
comportamento sedutor; conhecimento sexual inapro-
priado para a idade e pedido de estimulação sexual para 
adultos ou outras crianças. Um exemplo deste tipo de si-
tuação está exemplificado no seguinte relato:
Paul, de cinco anos, foi rapidamente confiado a uma família 
adotiva, com apoio do Estado, depois que foi sodomizado 
por seu padrasto; a mãe adotiva não quis mais acolhê-lo 
depois de tê-lo surpreendido com seu filho de três anos, 
reproduzindo com um objeto o que ele havia sofrido. 
Descobrimos, às vezes, reações em cadeia: Cécile, de 
seis anos, foi denunciado por um vizinho, de dez anos, ao 
qual ele pediu que se despisse. Nesse momento, tomou-se 
conhecimento de que tinha sido obrigada a praticar uma 
relação em um adolescente de catorze anos, ele próprio 
vítima de um professor. Enfermeiros e professoras de cursos 
maternais descrevem o mal-estar por que passam diante de 
crianças que procuram contato erótico e lhes pedem carícias 
genitais. Essas provocações, muito freqüentes depois de 
um abuso sexual, farão com que as pessoas achem que a 
criança é perversa e que mente quando denuncia aquilo que 
lhe aconteceu (GABEL, 1997, p. 69).
Entre adolescentes, é possível detectar a agressão se-
xual sobre outras crianças, especialmente no caso de me-
ninos que sofreram agressões sexuais na pré-puberdade. 
Já entre as meninas, é comum observar uma tendência à 
repetição do que sofreram, através de comportamentos 
que se manifestam em atitudes de sedução. Nos casos 
mais extremos, é possível verificar a ocorrência de situ-
ações consideradas perversas, nas quais, de certa forma, 
algumas vítimas de abuso sexual podem pender para a 
ninfomania e até mesmo prostituição (GABEL, 1997).
Romaro e Capitão (2007) fazem referência a outros 
tipos de transtornos que podem ser causados pelo abuso 
sofrido na infância ou adolescência. Trata-se das disfun-
ções sexuais como a falta ou perda do desejo sexual que 
inclui a frigidez, aversão sexual e falta de prazer sexual, 
falha de resposta genital incluindo a impotência sexual, 
a disfunção orgástica (que é o orgasmo inibido), a ejacu-
lação precoce (incapacidade de controlar a ejaculação o 
suficiente para ambos os parceiros gozarem a interação 
sexual), o vaginismo não orgânico (espasmo do múscu-
lo que circunda a vagina, causando oclusão da abertura 
vaginal), a dispaurenia não orgânica (dor durante o inter-
curso sexual) e a ninfomania (impulso sexual excessivo).
Não obstante, os resultados de uma pesquisa inter-
nacional revelam que as consequências do abuso sexual 
podem se manifestar em curto prazo (infância) e a longo 
prazo (adolescência e idade adulta), sendo os principais 
sintomas ou sinais perceptíveis através de manifestações 
de alta atividade sexual; confusão e ansiedade a respei-
to da identidade sexual para aqueles que sofreram abuso 
homossexual, especialmente vítimas do sexo masculino; 
dificuldades no ajustamento sexual adulto (dificuldades 
conjugais, impotência, ansiedade sexual, menor satisfa-
ção sexual, evitação de sexo ou desejo compulsivo por 
sexo); e confusão quanto aos valores sexuais (ROMA-
RO; CAPITÃO, 2007).
Dalgalarrondo (2000) indica que alguns estudos apre-
sentam resultados que confirmam existir uma forte rela-
ção entre ter sofrido abuso na infância e transtornos de 
conduta na adolescência e na vida adulta. Alguns trans-
tornos são classificados como transtorno de identidade de 
gênero. Há também os transtornos de preferência sexual, 
que incluem as parafilias como fetichismo (dependência 
de alguns objetos inanimados com estímulo para a exci-
tação e satisfação sexual); voyerismo (excitação sexual 
em olhar pessoas envolvidas em comportamentos sexu-
ais ou íntimos); sadomasoquismo (preferência por ativi-
dade sexual que envolve servidão ou a influição de dor ou 
humilhação); pedofilia (preferência sexual por crianças 
Fractal, Rev. Psicol., v. 27 – n. 2, p. 139-144, 2015 143
As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes
púberes); e outras, conforme descritas na Classificação 
de Transtornos Mentais e de Comportamento – CID – 10 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993).
Considerações finais
Conforme apontado por meio da sistematização dos 
estudos de diversos autores, as consequências do abuso 
sexual são extensas e diversas para as vítimas. Diferentes 
autores abordam a temática sob os mais singulares pon-
tos de vista. Médicos, psiquiatras, psicólogos, sociólogos 
e outras categorias profissionais já tentaram, e continuam 
tentando, delinear quais são as consequências decorrentes 
de uma situação de abuso sexual infanto-juvenil, para que, 
assim, se construam propostas de intervenções mais espe-
cíficas no sentido de minimizar os danos dessa violência. 
Dada à brutalidade em que ocorre o abuso sexual, 
muitas vezes associado a outros tipos de violência, tais 
como a violência física e a violência psicológica, justa-
posto ao fato de que a criança não está preparada – do 
ponto de vista emocional e físico – para o ato sexual, 
por se constituircomo sujeito em condição peculiar de 
desenvolvimento, é quase que certo que ela desenvolva 
diversos tipos ou manifestações das consequências ante-
riormente citadas. 
Em suma: não é possível generalizar ou delimitar 
perfeitamente os efeitos do abuso sexual, uma vez que 
a gravidade e a extensão das consequências dependem 
de particularidades da experiência de cada vítima. Den-
tro desta perspectiva, é importante pensar o assunto sob 
a ótica da singularidade de cada indivíduo – criança ou 
adolescente – para não cair em num reducionismo ou ge-
neralismo da questão. Cada criança ou adolescente que 
sofre abuso sexual é uma potencial vítima de uma ou 
mais consequências descritas anteriormente. Por isso, é 
importante que o psicólogo que venha a deparar-se com 
tais casos – em alguma política pública ou em consul-
tórios particulares – tenha a sensibilidade necessária e 
esteja capacitado para enfrentar essa situação extrema-
mente complexa e desafiadora.
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Recebido em: 21 de abril de 2012
Aceito em: 25 de março de 2015
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Bruno Ricardo Bérgamo Florentino

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