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4 - CIBERCULTURA E REDES INTERATIVAS

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Cibercultura e 
Redes Interativas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Rosângela Paulino de Oliveira
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha
Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
• Introdução;
• Produção Informacional e Globalização;
• Inclusão Social e Inclusão Digital;
• Cyberbullying.
 · Apresentar uma análise sobre os meios de comunicação, a produção 
e distribuição de informações na contemporaneidade e suas implica-
ções para a sociedade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Impactos e Desafi os das Tecnologias 
Digitais no Cotidiano
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
Introdução
Novos Paradigmas em Comunicação
As transformações ocorridas na sociedade contemporânea mexeram definiti-
vamente com os paradigmas da comunicação. Os antigos e tradicionais modelos 
comunicacionais tiveram que ser revistos e os operadores desses sistemas tiveram 
que correr em busca de uma adaptação aos novos modelos de comunicação dita-
dos pela revolução tecnológica contemporânea.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Paradigma: Exemplo ou padrão a ser seguido; modelo.
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As mudanças foram gradativamente acontecendo e levando a sociedade do 
patamar do desenvolvimento das tecnologias eletroeletrônicas às tecnologias 
digitais, mudando por completo a relação do ser humano com a comunicação, 
pois a partir daí surge um novo paradigma analógico-digital que vem reorientan-
do a instrumentalização na vida cotidiana com novos mecanismos tecnológicos, 
como celulares, ipods, smartphones, laptops, tablets, etc., que possibilitam 
novos modelos de socialização, produção e distribuição de conteúdo.
Os estudos sobre esse novo fenômeno centram-se na análise e na interpretação 
de sistemas abertos, colaborativos, que estão em constante movimento e sofrem 
mutações a todo instante.
Para entender as mudanças ocorridas nesse momento, é importante fazer-
mos uma pequena viagem no tempo. Nos anos 40 e 50, o rádio era o veículo 
mais popular. Através das ondas radiofônicas houve uma intensa campanha 
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para o consumo de bens e serviços industrializados e de produtos midiáticos, 
como o rádio repórter, programas esportivos de futebol e a radionovela. Foi 
também através do rádio que entramos em contato com a música e o jeitinho 
norte-americano de ser e o rock’n roll e a black music chegaram aos nossos 
lares e ditaram moda e estilo.
Esses programas que tanto encantaram as massas serviram também de agen-
te pacificador nos momentos de tensão política. Getúlio Vargas soube muito 
bem usar esse instrumento midiológico para divulgar seus programas de gover-
no e criou a ainda ativa Hora do Brasil, hoje A Voz do Brasil.
A adesão ao rádio foi massiva e sua programação inquestionável e, assim, o 
rádio imperou sem desafio no mundo da propaganda política e ideológica e da 
propaganda comercial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Em 1950, com o advento da televisão, o rádio emprestou sua experiência para 
o novo veículo. Se ouvir a programação era bom, imagine ver? Telejornal, teleno-
vela, programas de auditório passaram a fazer parte do dia a dia da população e 
da animação dos finais de semana, moldando mais uma vez o comportamento e 
pensamento da população com ideologias de consumo e adesão política. A inclu-
são da massa foi lenta devido ao alto preço dos aparelhos televisivos; todo esforço 
era válido para ter acesso às programações da extinta Tv Tupi.
O Brasil, mais uma vez, se inspirou no paradigma norte-americano de programa-
ção e transformou a programação da televisão brasileira numa cópia dos produtos 
desenvolvidos nos EUA, mas também passou a consumir o modelo argentino de 
programação sensacionalista, como o Aqui e Agora, adotado por várias emissoras.
Emissoras como a Globo, SBT, Manchete, Bandeirantes, entre outras, altera-
ram os costumes da população, ditaram regras, criaram moda, divulgaram valo-
res e códigos de conduta, transmitiram ideologias e ajudaram na uniformização 
da língua portuguesa falada, reforçando nossa fortíssima tradição oral, além de 
divulgarem as belezas e atrativos turísticos do Brasil.
O Brasil é mundialmente conhecido pela qualidade das telenovelas produzidas 
pela Rede Globo, que apresenta um padrão que garante o sucesso de suas “soap 
opera”: Malhação, a novela juvenil, apresenta os desafios da juventude; a novela 
das seis sempre um romance de época; a das sete, comédia pastelão; e a das 
nove, drama da família brasileira, ou melhor, da elite brasileira. Novelas que são 
exportadas para vários países onde servem de pacificação das massas também.
Soap opera é um gênero de obras de fi cção dramática ou fi cção cômica difundido pela 
televisão em séries compostas por episódios transmitidos regularmente em um período 
indeterminado de duração, podendo ser comparadas, equivalentes, às novelas produzidas 
no Brasil.
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UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
Mas nesse mesmo rumo passamos a importar cada vez mais modelos de 
programação estrangeira, como sitcom, stand-up, reality shows e até mesmo 
novelas mexicanas, causando uma verdadeira invasão cultural na nossa grade 
de programação.
Até hoje os Estados Unidos servem como modelo paradigmático de produção 
televisiva, pois tecnologicamente eles estão sempre à frente dos demais países, 
que se esforçam para acompanhar a corrida tecnológica e quebrar a hegemonia 
de poder nessa área.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil começou a investir na sétima arte e 
chegamos a ter produtoras cinematográficas importantes, a exemplo da compa-
nhia cinematográfica Vera Cruz, em São Paulo, que apesar da curta existência, foi 
responsável por dinamizar o cinema brasileiro. Adquiriu reconhecimento interna-
cional e foi premiada no Festival de Cannes em 1950. A qualidade técnica e artís-
tica de seus filmes marcou uma época, mostrou a viabilidade do cinema brasileiro 
e formou muitos profissionais.
Foi na Vera Cruz que surgiu uma das mais importantes personalidades do cine-
ma brasileiro: Amácio Mazzaropi, que mais tarde fundou sua própria companhia 
cinematográfica, a Produções Amácio Mazzaropi, quelhe rendeu sucesso até a 
década de 1970 e provoca risos até hoje. Mazzaropi moldou o imaginário brasileiro 
e o jeito caipira, jeca de ser, passou a ser aceito com naturalidade.
Apesar de ter comprovado a qualidade de seus filmes e experiência no ramo ci-
nematográfico, a Vera Cruz enfrentou grandes dificuldades para inserir seus filmes 
no mercado brasileiro e internacional, pois o monopólio da indústria norte-ameri-
cana era, como ainda é, muito forte. Esse confronto na indústria cinematográfica 
foi importante para a criação da Embrafilme, em 1969, uma empresa estatal brasi-
leira produtora e distribuidora de filmes cinematográficos que passou a representar 
a produção brasileira. Mas competir com Hollywood e todo seu arsenal tecnológico 
ainda é uma utopia.
A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, um importante estúdio cinematográfico brasileiro, 
fundada em São Bernardo do Campo, pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo indus-
trial Francisco Matarazzo Sobrinho, em 1949, produziu e coproduziu mais de 40 filmes de 
longa-metragem nos seus apenas cinco anos de existência.
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Outra área de produção e disseminação de saberes que foi influenciada pelo pa-
radigma norte-americano foi o jornalístico brasileiro. As empresas de comunicação 
saíram do modelo francês, que ditou as regras de como se fazer jornalismo após a 
Revolução Francesa, e partiram para o prático modelo norte-americano com sua 
receita de notícias denominada lead, onde o primeiro parágrafo da notícia deve 
esclarecer todo o seu conteúdo. Uma solução para as longas narrativas literárias do 
início do jornalismo. Também foram adotadas soluções gráficas e tecnológicas que 
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melhoraram a produção e distribuição das edições diárias. O mesmo se deu com 
as editoras de revistas e livros no país, em que até na diagramação percebia-se a 
influência norte-americana.
Os formatos e padrão norte-americano estão indiscutivelmente presentes em 
toda a nossa produção midiática. Não é necessário muito esforço para perceber.
Por isso o advento da internet e seu rápido crescimento assustou os donos 
dos conglomerados de mídia. Eles começaram a ver sua hegemonia se desfazer 
tão rápido quanto a velocidade das ondas virtuais e os paradigmas instituídos 
passaram a ser desafiados.
Nessa nova era da informação, a Internet vai ganhando forças, e tecnologias 
como o ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line), a Internet via cabo, rádio, 
WiMAX e fibra ótica permitem novos serviços na Internet, como o vídeo sob 
demanda (on demand). Também é possível assistir a vídeos em streaming via dis-
positivos móveis, como smartphones, por meio de aplicativos próprios, exigindo 
apenas uma conexão de dados ou através do wifi.
WiMAX: Tecnologia que permite a expansão do sinal de internet em maiores velocidades 
por grandes distâncias, semelhante ao wifi . 
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Esse modelo segue quebrando os paradigmas propostos no passado. Apesar das 
principais empresas que fornecem serviços on demand serem norte-americanas, 
os usuários têm mais liberdade de acessar a programação, que diferentemente da 
grade proposta pela TV aberta, fica disponível 24 horas por dia e pode ser aces-
sada em qualquer lugar. Os preços são relativamente baixos, perto das opções de 
filmes e séries oferecidos.
São várias as empresas que oferecem esse tipo de serviço e apesar da pioneira 
Netflix ser a mais conhecida, com mais de 95 milhões de assinantes, em 190 paí-
ses, ela não é a única. A Amazon, que oferece o serviço Prime Vídeo há anos, é a 
principal concorrente da Netflix, além da Google, que tem aprimorado seu serviço 
de vídeos Youtube com modelos de assinaturas e conteúdo exclusivo produzido de 
forma profissional, da Time Warner, que já tem o popular pay-per-view HBO, e da 
Hulu, pioneira no mercado assim como a Netflix, que opera em parceria com as 
gigantes da mídia, como NBC Universal, Fox e Disney.
Contudo, é importante ressaltar que, apesar desse modelo de negócio ter so-
frido um verdadeiro boom, quebrando inclusive o serviço das locadoras de DVD, 
ele ainda não substituiu a televisão tradicional, mas no Brasil, a exemplo dos EUA, 
cada vez mais as pessoas cortam as assinaturas de TV a cabo para acessarem en-
tretenimento televisivo pela internet, que aos poucos está encontrando soluções 
para a questão econômica, principalmente através da publicidade e conseguindo 
ampliar os serviços e saciar a sede dos internautas.
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UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
Produção Informacional e Globalização
 Não há como falar de globalização sem falar de internet, ou vice-versa. 
Quando a internet começou a se firmar a partir dos Estados Unidos, muitos já 
prenunciaram um novo tempo nas relações de comunicação e passaram a tratar 
essa nova tecnologia como o campo mais fértil do mundo para as novas tecno-
logias serem amplamente divulgadas e trabalhadas no mundo todo. Um processo 
rapidamente chamado de globalização.
 As mudanças provocadas pela internet fazem parte da Revolução Técnico-
-científico-informacional ou da Terceira Revolução Industrial, que teve início na 
segunda metade do século XX e está diretamente ligada à enorme quantidade de 
tecnologias e informação, que rapidamente foram disseminadas, ligadas direta-
mente à informática, robótica e telecomunicação.
No campo das telecomunicações, essas tecnologias agregaram antenas via satéli-
te, torres de telefonia móvel, cabos de fibra óptica, redes de computadores, satélites, 
satélites de tv e rádio, aparelhos e softwares, que possibilitam maior velocidade no 
trânsito das informações, desde sua produção até sua distribuição e em tempo real.
Vale lembrar que essa Terceira Revolução Industrial tornou possível a ampliação 
do processo de comunicação em escala global, mas não se limitou à comunicação, 
envolve transações políticas e econômicas em vários níveis e, sem sair do lugar, fa-
zendo uso apenas do teclado ou de um mouse de computador ou dispositivo móvel.
Mas foi a partir das redes de computadores que a forma de receber e transmitir 
informações se acelerou. Na atualidade todo esse processo passa por computado-
res em conjunção com satélites, telefonia e fibras óticas, juntando imagens e sons 
de maneira imensurável, transformando o mundo, conforme já abordamos ante-
riormente, numa aldeia, onde a sensação é que todos estão próximos e conectados 
pelas redes de comunicação.
Essa é uma das principais características da globalização. No entanto, a globali-
zação não inclui tudo e todos em suas tramas. O progresso tem um preço, que nos 
leva a questionar como será seu delineamento em escala nacional, do individual e 
internacional, num cenário onde não cabe todo mundo.
O geógrafo brasileiro Milton Santos descreve a globalização como fábula - 
como ela nos é contada, com todos conectados em escala mundial; como perver-
sidade - como ela realmente é, onde nem todos são incluídos; e como possibili-
dade, ou seja, como ela pode ser, um sistema que use o avanço tecnológico para 
ajudar a resolver os problemas mundiais, uma verdadeira utopia.
Portanto, a globalização pode ser considerada um processo de duas vias: de 
um lado seus aspectos positivos, que incluem os avanços nas relações sociais e 
políticas, o intercâmbio cultural e as trocas comerciais. E do outro lado os desafios 
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e retrocessos amplamente visíveis, como o aumento da miséria e da desigualdade 
social, o acirramento da intolerância religiosa e cultural, a perda de poder dos Es-
tados, o aumento da violência e o avanço das grandes corporações multinacionais 
sobre as nacionais e locais.
Então, quando falamos em produção informacional nos vemos dentro de vá-
rias teias que envolvem relações globais, onde os Estados Unidos aparecem como 
força motriz na industrialização da cultura, a Europa com vários países na disputa 
da construção de um modelo comunicacional universal, e o Japão, que apesar de 
manter suas características de civilização milenar, cujo valores éticos convivem em 
aparente calmacom o Ocidente, tem uma posição marcante no campo do desen-
volvimento tecnológico.
Essa geografia mexe com a polarização da comunicação e a democratização da 
informação. Desafia a produção e distribuição de serviços, produtos e bens cultu-
rais que garantam a diversidade e o multiculturalismo, passando pela superação 
de preconceitos nacionais e internacionais e respeito aos valores inerentes a cada 
povo. Santos (2001) afirma que “um dos traços marcantes do atual período histó-
rico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação”.
As informações são produzidas e distribuídas por grandes potências capitalistas 
que detêm o monopólio das empresas de comunicação e entretenimento, estão 
à frente dos inventos tecnológicos e científicos e decidem, assim, quem são seus 
parceiros nessa corrida pelo domínio da comunicação global. O autor afirma que:
O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação 
manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. Isso tanto é mais grave 
porque, nas condições atuais da vida econômica e social, a informação 
constitui um dado essencial e imprescindível. Mas na medida em que o 
que chega às pessoas, como também às empresas e instituições hegemo-
nizadas, é, já, o resultado de uma manipulação, tal informação se apre-
senta como ideologia. (SANTOS, 2001.)
A comunicação na contemporaneidade é produzida e distribuída por grandes 
corporações que detêm os direitos midiáticos do mundo. Formam conglomerados 
de mídia que são responsáveis pela produção de conteúdos jornalísticos, de entre-
tenimento, educacional e cultural e, com ampla penetração em todas as classes 
sociais e idades, disputam o ranking das mais influentes e poderosas do mundo. 
Esses conglomerados lutam por políticas e ideologias que facilitam o controle dos 
mercados em todo o mundo.
Um conglomerado de mídia é um grupo de comunicação que possui muitas empresas em 
vários meios de comunicação, como televisão, rádio, impresso, fi lmes, músicas e internet.Ex
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UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
Confira a lista das 30 maiores empresas de mídia do mundo que distribuem os 
conteúdos que permeiam o imaginário da população mundial. O ranking faz parte 
do relatório de mídia lançado em 2016 pela Zenith Optimedia, empresa que clas-
sifica as empresas a partir de sua receita de mídia anual.
Tabela 1 - Ranking
Ranking Empresa
1 Alphabet – Google Inc. 
2 The Walt Disney Company
3 Comcast
4 21st Century Fox
5 Facebook
6 Bertelsmann
7 Viacom
8 CBS Corporation
9 Baidu
10 News Corporation
11 Advance Publications
12 iHeartMedia Inc.
13 Discovery Communications
14 Grupo Globo (o único brasileiro na lista)
15 Yahoo
16 Time Warner
17 Microsoft
18 Asahi Shimbun Company
19 Fox 19 CCTV
20 Hearst Corporation
21 JC Decaux
22 Axel Springer
23 Mediaset
24 ITV plc
25 Fuji Media Holdings
26 Hubert Burda Media
27 Gannett
28 ProSiebenSat. 1
29 Yomiuri Shimbun Holdings
30 Time Inc.
Segundo Santos (2001), estamos vivendo um momento de encantamento do 
mundo, onde o discurso e a retórica são o princípio e o fim na comunicação, 
que busca de um lado instruir e do outro convencer o público, e a publicidade 
14
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se transformou em uma arma que antecipa toda e qualquer produção. O autor 
afirma que “brigando pela sobrevivência e hegemonia, em função da competiti-
vidade, as empresas não podem existir sem publicidade, que se tornou o nervo 
do comércio”.
É esse modelo das grandes corporações, a exemplo do Google, que propaga 
que sua missão é “organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis 
e úteis em caráter universal”, que é distribuído mundialmente, provocando grande 
adesão e provocando, conforme os teóricos da Escola de Frankfurt, uma verdadei-
ra barbárie cultural.
Escola de Frankfurt é uma escola de teoria social e fi losofi a, associada ao Instituto para 
Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt – Alemanha.Ex
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Inclusão Social e Inclusão Digital
Conforme já apontamos, a globalização não diminuiu a distância entre as classes 
sociais, não ajudou a melhorar as desigualdades nacionais, locais e muito menos 
mundiais. Movida pelas Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, a glo-
balização deu origem à corrida pela inclusão de todos no menor tempo possível aos 
sistemas automatizados e em rede, pois o mercado vai mudando e exigindo que as 
pessoas acompanhem seu caminhar, que está sempre com um pé no futuro.
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
A exemplo das agências bancárias, que passaram a operar com caixas eletrô-
nicos e diminuíram drasticamente o atendimento pessoal, obrigando as pessoas a 
aprenderem a fazer transações nos caixas eletrônicos, idosos e aposentados passa-
ram a receber benefícios desse mesmo modo, o que causou vários transtornos, pois 
acabavam pedindo ajuda para qualquer um e muitos foram roubados.
15
UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
O discurso para adequar o público ao uso das novas tecnologias sempre foi o da 
simplicidade e do mínimo esforço e conhecimento necessário. Diante de situações 
como essa, aprender a lidar com as TICs passou a ser uma necessidade premente 
para os letrados e os não letrados também. Não há opção. Saber acessar a internet, 
ter um endereço eletrônico, um celular, passou a ser um exercício de cidadania.
Várias propagandas passaram a mostrar idosos fazendo operações comerciais e 
mantendo relações sociais pelas redes de computador e ainda explicando como é 
simples e moderno, a exemplo da série de propagandas do Banco Itaú, em 2016, 
que mostrava duas senhoras explicando como abrir uma conta no banco e usar a 
internet para suas operações com muito mais comodidade e ter tempo para viajar, 
manter contato com a família e se divertir. O mote das campanhas era: “A primeira 
coisa que vocês precisam saber sobre a conexão do tempo com a vida é: a vida é 
muito mais importante que o tempo. Esse e outros conselhos valiosos estão nessa 
carta que nossas queridas vovloggers preparam”. Ou a personagem dona Hermínia 
fazendo propaganda do Banco do Brasil, explicando que é possível fazer emprésti-
mos, comprar carro e o que desejar pelo aplicativo app do banco.
Veja as propagandas do banco Itaú com as vovloggers. Disponível em: 
https://youtu.be/XQ8IEWO250E
Ex
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Uma das principais características da sociedade da informação e do conheci-
mento é essa necessidade de se desenvolver novas habilidades para realizar tarefas 
e conhecimentos para acompanhar as exigências desse novo mercado globalizado. 
E sendo uma sociedade pautada no desenvolvimento intelectual dos indivíduos, 
que precisam dessas novas habilidades para realizar tarefas que agregam novos co-
nhecimentos e capacidades, vem a preocupação em como preparar esse cidadão, 
como incluí-lo nessa nova exigência da economia global sem transformá-lo num 
simples operador de botões.
Esse aceleramento provocou um fosso ainda maior entre as nações desenvolvi-
das e as em desenvolvimento. Segundo dados do relatório da ONU - Organização 
das Nações Unidas, divulgados em julho de 2010, o Brasil aparece com o terceiro 
pior índice de desigualdade no mundo e, em se tratando da diferença e distancia-
mento entre ricos e pobres, fica atrás no ranking apenas de países muito menores 
e menos ricos, como Haiti, Madagascar, Camarões, Tailândia e África do Sul. Entre 
as principais causas dessa desproporcionalidade apontada pela ONU, está a falta 
de acesso à educação de qualidade, baixos salários e dificuldade da população em 
desfrutar de serviços básicos oferecidos pelo Estado, como saúde, transporte públi-
co e saneamento básico e a injusta política fiscal.
Assim sendo, um país cuja realidade nacional aponta que um terço da população 
vive na pobreza absoluta, com baixos níveis de escolaridade, sem acesso à educa-
ção, ao trabalho, à renda, à moradia, ao transporte e à informação, como falar de 
inclusão digital? 
16
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O certo é que os índices de pobreza e analfabetismoexistentes no país se consti-
tuem como um grande problema que precisa ser sanado com urgência para diminuir 
o abismo existente entre os incluídos e os excluídos e contarmos com verdadeiros 
cidadãos e não trabalharmos apenas com uma cidadania funcional, onde as pessoas 
aprendem a operar sistemas tecnológicos apenas para usar sistemas bancários, tirar 
documentos, fazer boletins de ocorrências ou se inscrever em concursos.
Porém não basta apenas criar mecanismos que ensinem os cidadãos a opera-
cionalizar sistemas, é necessário gerar novas oportunidade no mercado de trabalho 
e inclusão nos sistemas de educação com qualidade, propiciando assim o acesso 
a novas habilidades e conhecimentos, criando uma nova visão de sociedade e de 
inclusão. Lemos (2007) esclarece que:
A grande questão reside em como lidar com a exclusão digital existente 
no país, como o Brasil, que conta com altos índices de pobreza e anal-
fabetismo. É certo que a pobreza e o analfabetismo se constituem como 
problemas que precisam ser sanados com urgência. Mesmo assim, não 
há como pensar a exclusão digital em segundo plano, visto que o desen-
volvimento das tecnologias se dá cada vez mais rapidamente e o abismo 
existente entre incluídos e excluídos tende a aumentar.
Tendo em vista a necessidade de rápidas mudanças, o governo brasileiro criou o 
programa Sociedade da Informação, cujo objetivo é diminuir a exclusão digital. As-
sim, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em 
parceria, firmada com a Associação Telecentro de Informação e Negócios (ATN), 
abriu mais de 6,5 mil telecentros por todo o país, onde as pessoas têm acesso 
gratuito a computadores com conexão à internet, além de promover cursos de 
capacitação para qualificar jovens de baixa renda.
Para o diretor de Inclusão Digital da pasta, Américo Bernardes, os telecentros 
ainda são um espaço importante para o acesso à Internet. Bernardes afirma que 
“recentemente, houve a discussão no governo se os telecentros ainda teriam espa-
ço diante do avanço significativo da telefonia e da banda larga móvel”.
A conclusão a que se chega é que apesar dos avanços tecnológicos grande parte 
da população ainda continua sem acesso às redes de computador. Uma pesquisa 
do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa-
ção [Cetic.br] mostrou que esses espaços ainda se constituem como uma ferramen-
ta fundamental para a formação e construção de conhecimento.
Portanto, os telecentros irão ampliar suas ações e cursos online com matérias 
como programação, informática básica e empreendedorismo, para formar os jo-
vens e ajudar na busca por empregabilidade e a ter acesso a diversos conteúdos.
Propiciar o acesso à Internet é apenas uma das formas de ajudar o país a 
diminuir as desigualdades sociais. No entanto, o governo enfrenta o desafio de 
unir esforço e investimento das iniciativas pública e privada para atingir os mais 
de 5 mil municípios do país, abraçar campo e cidade para então melhorar e 
mudar a educação e a economia do país juntamente.
17
UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano
Uma questão que se coloca neste mapa de preocupações é a necessidade de 
trabalhar para que o acesso à internet promova além da inclusão digital, a inclusão 
social. Uma coisa tem que estar ligada à outra. Na atualidade não há como pensar 
cidadania sem inclusão digital, sem acesso, conhecimento e domínio das novas tec-
nologias da informação, porém a inclusão social não se resume a esse domínio das 
tecnologias, mas sim na capacitação do indivíduo para se manter cotidianamente 
conectado aos movimentos sociais e globais, o que exige formação, experiência 
e oportunidades para participarem e usufruírem desse novo contexto em todas as 
suas esferas com igualdade de condições.
Segundo Moreira (2006), inclusão social poder ser entendida como:
a ação de proporcionar para populações que são social e economica-
mente excluídas – no sentido de terem acesso muito reduzido aos bens 
(materiais, educacionais, culturais etc.) e terem recursos econômicos mui-
to abaixo da média dos outros cidadãos – oportunidades e condições de 
serem incorporadas à parcela da sociedade que pode usufruir esses bens. 
Em um sentido mais amplo, a inclusão social envolve também o esta-
belecimento de condições para que todos os habitantes do país possam 
viver com adequada qualidade de vida e como cidadãos plenos, dotados 
de conhecimentos, meios e mecanismos de participação política que os 
capacitem a agir de forma fundamentada e consciente.
A colocação de Moreira nos leva a questionar se os programas de inclusão so-
cial realmente solucionarão o problema das desigualdades ou se manterão os me-
nos favorecidos integrados a projetos que continuarão mantendo-os à margem, a 
exemplo do Bolsa Família, que os ajuda, mas não lhes dá condições de ascensão, 
mantendo-os no mesmo lugar, ou seja, servem como um paliativo.
A inclusão digital, conforme Martini (2005),
objetiva tão somente o uso livre da tecnologia da informação, com a am-
pliação da cidadania, o combate à pobreza, a garantia da privacidade e da 
segurança digital do cidadão, a inserção na sociedade da informação e o 
fortalecimento do desenvolvimento local.
Assim, o acesso e participação em um mundo globalizado, no qual a dissemina-
ção da informação se realiza predominantemente pelas TICs, tornaram-se essenciais 
para a inclusão social, sendo necessários novos e sérios investimentos em educação 
formal, educação técnica, popularização do acesso às redes de internet, de telefonia 
e também no mercado de trabalho para mudar a realidade sócio, econômica e po-
lítica do país. Acompanhar a globalização exige investimento em capital humano e 
social e para isso é necessária muita vontade política.
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Cyberbullying
Na sociedade contemporânea, dificilmente ouviremos ou veremos alguém 
que seja totalmente contra a internet. Muito se fala sobre seus benefícios, as 
possibilidades que ela abriu para o conhecimento. No entanto, há que se con-
siderar que no advento da internet e das novas tecnologias de informação e 
comunicação, apesar de este ter aberto o vasto e maravilhoso universo da co-
municação instantânea, rapidamente surgiu a bandeira amarela de alerta, pois 
o ciberespaço passou também a ser um lugar de manifestação de violência, 
onde em nome da liberdade de expressão ou pela sensação de impunidade as 
pessoas passaram a fazer discursos de ofensa, de intimidação, de ódio, racismo 
e preconceito com naturalidade e, pior, esses discursos passaram a fazer senti-
do na sociedade contemporânea.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
Esse tipo de comportamento, por se manifestar através das redes virtuais, foi 
denominado cyberbullying – expressão que uniu duas palavras de origem ingle-
sa: “cyber”, associada a todo tipo de comunicação virtual usando mídias digitais, 
como a internet e dispositivos móveis, e bullying, que é o ato de intimidar, chan-
tagear, hostilizar ou humilhar alguém, que pode ser amigo, vizinhos, parentes, 
conhecidos ou pessoas públicas, professores, colegas de trabalho, de escola ou 
mesmo desconhecidos.
A pessoa que comete cyberbullying é conhecida como cyberbullier.
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O bullying, prática bastante conhecida no universo escolar, se manifesta pre-
sencialmente, através de apelidos ou observações pejorativas sobre a aparência 
da pessoa, com o intuito de constrangê-la e engrandecer o agressor. Geralmente 
o agressor é maior ou mais forte que o agredido e para se valorizar, ele não age 
sozinho, está sempre rodeado por seguidores e apoiadores. Em alguns casos, o 
bullying chega à agressão física, com enfrentamento corporal. Em ambos os ca-
sos, as consequências dessa ação são imprevisíveis e imensuráveis.
Infelizmente, temos vários casos que comprovam os perigos do bullying na sociedade, a 
exemplo do Massacre do Realengo, em 2011, onde o jovem Wellington Menezes deOliveira, 
23, protagonista do massacre no colégio Tasso da Silveira, em Realengo - RJ, matou 12 
alunos. Veja mais em: https://goo.gl/dYsxpJ.
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Mais recentemente, um adolescente de 14 anos, filho de pai e mãe policial, 
matou dois colegas e deixou mais quatro feridos, do Colégio Goyases, em Goi-
ânia, por sofrer bullying.
No entanto, enquanto era praticado no mundo real, pode-se dizer que era 
mais fácil de se controlar e combater essa ação. Mas a partir da popularização 
das redes sociais, o bullying perdeu seu status local e passou à macro dimen-
são das redes, onde o agressor passou a agir de forma ainda mais covarde e 
anônima. As ações podem ser através de e-mails, torpedos, mensagens nos 
grupos de WhatsApp, nas páginas do Facebook e numa infinidade de canais 
e grupos, onde o fato calunioso vira piada e conta com comentários, curtidas 
e compartilhamentos de conhecidos e desconhecidos também. Qualquer um 
pode se manifestar e rir da vítima, não há controle.
Assim como as ações desse gênero migraram do espaço real para o cibernético, 
o perfil do agressor também mudou. Antigamente esta era uma prática comum 
entre adolescentes e jovens estudantes. Na atualidade esse perfil já não é tão claro 
assim, pois pessoas de qualquer idade se aproveitam da possibilidade de criar fake 
e divulgar o que bem entender sobre seus afetos e desafetos, gerando uma verda-
deira rede de intrigas que afeta cruelmente a vida do agredido, que tendo sua vida 
exposta nas redes virtuais, pode atentar contra a própria vida, revidar de diversas 
formas ou sofrer distúrbios psicológicos e sociais.
Fake é um termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a 
identidade real de um usuário.
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Os sintomas são bastante similares aos de quem sobre bullying, como a perda 
do sono, transtornos alimentares, irritabilidade e agressividade, depressão, trans-
tornos de ansiedade, dores de cabeça, crises de choro e pensamentos destrutivos, 
como desejo de matar ou de morrer, entre outros. Em alguns casos as vítimas che-
gam a cometer suicídio ou algum tipo de crime contra o agressor.
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O cyberbullying é praticado de várias formas e pode incluir, por exemplo: criar per-
fil falso da pessoa com fotos e imagens comprometedoras, com confissões e desabafos 
de caráter sexual falsos; fazer fotomontagens para envergonhar a vítima; divulgar ima-
gens privadas da pessoa; fazer votações para desonrar; fazer ameaças à vítima e sua 
família e persegui-la, provocando sensação de medo e insegurança; e uma infinidade 
de maldades que a mente humana é capaz de tramar. O duro é que a pessoa se sente 
tão impotente e envergonhada, que muitas vezes não consegue pedir ajuda, principal-
mente se for criança ou adolescente.
Uma pesquisa da Intel Security, realizada em 2015 no Brasil com 507 crian-
ças e adolescentes de idades entre 8 e 16 anos, mostra que a maioria (66%) já 
presenciou casos de agressões nas mídias sociais. Cerca de 21% afirmaram que 
já sofreram cyberbullying e grande parte das vítimas tem entre 13 e 16 anos. 
Dos pesquisados, 24% afirmam já ter praticado cyberbullying, 14% admitiram 
falar mal de uma pessoa para outra, 13% afirmaram tirar sarro da aparência de 
alguém, 7% marcaram pessoas em fotos vexatórias, 3% ameaçaram alguém, 3% 
assumiram zombar da sexualidade de outra pessoa, 2% disseram já ter postado 
intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído, entre outros casos. 
Os três principais motivos para esse tipo de comportamento foram: defesa, porque 
a pessoa afetada as tratou mal (36%); por simplesmente não gostar da pessoa (24%); 
e para acompanhar outras pessoas que já estavam praticando o cyberbullying. 
Os entrevistados não desconhecem a gravidade do problema e afirmam ter esse 
tipo de comportamento mesmo sabendo que é errado.
Na tentativa de combater esse tipo de ação, já foram criadas diversas campa-
nhas sociais e educativas, como a desenvolvida pelo Movimento Cartoon, progra-
ma social do canal Cartoon Network, que tem direcionado suas mensagens em 
campanhas como Chega de Bullying e Não Fique Calado, inclusive com dois 
filmes sobre cyberbullying.
Usando a linguagem do Canal Cartoon, os filmes são animações com desenhos, 
onde a mensagem é clara: “Não deixe o monstro do cyberbullying falar por você. 
Pense bem antes de postar online e enviar um SMS. As coisas podem sair do con-
trole”. São filmes curtos e interativos, onde o canal afirma que todo mundo carrega 
uma espécie de monstro dentro de si, a diferença é que alguns controlam o seu 
monstro e outros o deixam livre e aterrorizando os outros. A partir dessa ideia, o 
monstro criado por eles passa a controlar as tentativas de cyberbullying.
Feito numa linguagem que atinge tanto crianças quanto adultos, o Canal Car-
toon consegue com essa iniciativa atingir um grande público e ainda disponibiliza 
materiais educativos para adultos e crianças para ajudar a combater esse mal.
Veja um dos vídeos que compõem a campanha “Chega de Bullying”. Disponível em:
https://goo.gl/Wjc4Cq.
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Outra iniciativa importante é da Unicef - Fundo das Nações Unidas para a In-
fância, que lançou, em 2015, uma campanha que mostra como a violência virtual 
afeta suas vítimas, com o slogan: “Se você tem um smartphone, use-o sabiamen-
te, não mate a autoestima de ninguém”. As peças publicitárias são todas em pre-
to e branco e mostram imagens de crianças apontando agressivamente o celular 
para o “diferente” da turma. O intuito é chamar a atenção para o problema do 
cyberbullying e suas consequências na vida das crianças.
Cyberbullying 2017 é uma Campanha para alertar sobre o Cyberbullying realizada pela 
Bandeirantes Televisão para o Ministério Público Federal, em São Paulo, em cooperação 
com a SaferNet Brasil, em 2017. Na campanha, a mensagem é clara, Cyberbullying não é 
brincadeira. Só existe brincadeira quando todos os envolvidos se divertem. Quando há uma 
relação desigual de poder, onde uns se divertem e outros sofrem e são maltratados, então é 
preciso que os adultos tomem uma providência. Veja a chamada da campanha no YouTube: 
https://youtu.be/1N-DOC8vApo.
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Estas são apenas algumas das iniciativas de instituições interessadas em comba-
ter esse mal que atinge tantas pessoas e que deixa a todos expostos, tendo perfil 
nas redes ou não.
Por meio de leis antibullying e cyberbullying que atualmente vigoram, a 
exemplo da Lei 13.185/2015, aprovada pela ex-presidenta Dilma Rouseff, que 
institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, ou seja, a prática de 
bullying, estendendo para o cyberbullying também, os agressores anônimos 
podem ser descobertos e processados por calúnia e difamação, sendo, entre 
outras coisas, obrigados a indenizar a vítima.
Vale lembrar que apesar do cyberbullying ser praticado entre adolescentes, 
ele ocorre com cada vez mais frequência entre adultos, aqueles que deveriam 
ser responsáveis por coibir essa prática tão nociva às pessoas e à sociedade 
como um todo.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Bullyng - Casey Heynes - Jornal Hoje 22-03-11
https://youtu.be/JG5rvFXBYZI
 Filmes
Bullying Virtual (Cyberbully) – EUA, 2011, direção de Charles Binamé
Taylor Hillridge é uma adolescente cujo pai abandonou a família e que desde então 
é criada, juntamente com seu irmão mais novo, por sua mãe. Taylor ganha, em seu 
aniversário de 17 anos, um computador, e no primeiro instante, se sente muito animada 
pela independência adquirida de poder navegar na internet sem que a sua mãe ficasse 
sempre a vigiando. Porém, Taylor logo se descobre vítima de “cyberbullying” quando 
se torna membro de uma rede social.
Cyberbullying: garota fora do jogo – 2005, direção de Tom McLoughlin
Vanessa Snyder e suas duas melhores amigas, Nikki e Stancey, estudam na mesma 
escola e são as três garotas mais populares da série. A relaçãodas amigas é alterada 
quando Stancey, que sente atração por Tony, descobre que Tony está interessado em 
Vanessa. Enciumada, Stancey se une a Nikki para tirar Vanessa do páreo. Elas criam 
uma página ofensiva na internet, desmoralizando a rival, e trazem vários problemas 
para Vanessa.
 Leitura
Cyberbullying
https://goo.gl/gqXsfd
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Referências
CASTELLS, M. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade 
e cultura. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
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EDUFBA, 2007.
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MARTINI, R. Inclusão digital & inclusão social. Revista Inclusão Social. Brasília: 
IBICT, v. 1, n. 1, p. 21-23, mar. 2005. Disponível em: <http://revista.ibict.br/
inclusao/article/view/1501/1686>. Acesso em 21/02/18.
MOREIRA, I. de C. A inclusão social e a popularização da ciência e tecnologia 
no Brasil. Revista Inclusão Social. Brasília: IBICT, v. 1, n. 2, p. 11-16, abr./set. 
2006. Disponível em: <http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1512/1708>. 
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SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência 
universal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.
SILVEIRA, S. A. Exclusão digital: a miséria na era da informação. São Paulo: 
Fundação Perseu Abramo, 2001.
TAKAHASHI, T. (Org.) Sociedade da informação no Brasil. Livro verde. Brasília: 
Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. Disponível em: <https://www.governodigital.
gov.br/documentos-e-arquivos/livroverde.pdf>. Acesso em: 23/02/18.
Sites Acessados
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - <https://www.ibge.gov.br/>.
Revista Galileu – <http://revistagalileu.globo.com/>.
Portal Brasil – <http://www.brasil.gov.br>.
Revista Fórum – <https://www.revistaforum.com.br/>.
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