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Cibercultura e Redes Interativas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Rosângela Paulino de Oliveira Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano • Introdução; • Produção Informacional e Globalização; • Inclusão Social e Inclusão Digital; • Cyberbullying. · Apresentar uma análise sobre os meios de comunicação, a produção e distribuição de informações na contemporaneidade e suas implica- ções para a sociedade. OBJETIVO DE APRENDIZADO Impactos e Desafi os das Tecnologias Digitais no Cotidiano Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Introdução Novos Paradigmas em Comunicação As transformações ocorridas na sociedade contemporânea mexeram definiti- vamente com os paradigmas da comunicação. Os antigos e tradicionais modelos comunicacionais tiveram que ser revistos e os operadores desses sistemas tiveram que correr em busca de uma adaptação aos novos modelos de comunicação dita- dos pela revolução tecnológica contemporânea. Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Paradigma: Exemplo ou padrão a ser seguido; modelo. Ex pl or As mudanças foram gradativamente acontecendo e levando a sociedade do patamar do desenvolvimento das tecnologias eletroeletrônicas às tecnologias digitais, mudando por completo a relação do ser humano com a comunicação, pois a partir daí surge um novo paradigma analógico-digital que vem reorientan- do a instrumentalização na vida cotidiana com novos mecanismos tecnológicos, como celulares, ipods, smartphones, laptops, tablets, etc., que possibilitam novos modelos de socialização, produção e distribuição de conteúdo. Os estudos sobre esse novo fenômeno centram-se na análise e na interpretação de sistemas abertos, colaborativos, que estão em constante movimento e sofrem mutações a todo instante. Para entender as mudanças ocorridas nesse momento, é importante fazer- mos uma pequena viagem no tempo. Nos anos 40 e 50, o rádio era o veículo mais popular. Através das ondas radiofônicas houve uma intensa campanha 8 9 para o consumo de bens e serviços industrializados e de produtos midiáticos, como o rádio repórter, programas esportivos de futebol e a radionovela. Foi também através do rádio que entramos em contato com a música e o jeitinho norte-americano de ser e o rock’n roll e a black music chegaram aos nossos lares e ditaram moda e estilo. Esses programas que tanto encantaram as massas serviram também de agen- te pacificador nos momentos de tensão política. Getúlio Vargas soube muito bem usar esse instrumento midiológico para divulgar seus programas de gover- no e criou a ainda ativa Hora do Brasil, hoje A Voz do Brasil. A adesão ao rádio foi massiva e sua programação inquestionável e, assim, o rádio imperou sem desafio no mundo da propaganda política e ideológica e da propaganda comercial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Em 1950, com o advento da televisão, o rádio emprestou sua experiência para o novo veículo. Se ouvir a programação era bom, imagine ver? Telejornal, teleno- vela, programas de auditório passaram a fazer parte do dia a dia da população e da animação dos finais de semana, moldando mais uma vez o comportamento e pensamento da população com ideologias de consumo e adesão política. A inclu- são da massa foi lenta devido ao alto preço dos aparelhos televisivos; todo esforço era válido para ter acesso às programações da extinta Tv Tupi. O Brasil, mais uma vez, se inspirou no paradigma norte-americano de programa- ção e transformou a programação da televisão brasileira numa cópia dos produtos desenvolvidos nos EUA, mas também passou a consumir o modelo argentino de programação sensacionalista, como o Aqui e Agora, adotado por várias emissoras. Emissoras como a Globo, SBT, Manchete, Bandeirantes, entre outras, altera- ram os costumes da população, ditaram regras, criaram moda, divulgaram valo- res e códigos de conduta, transmitiram ideologias e ajudaram na uniformização da língua portuguesa falada, reforçando nossa fortíssima tradição oral, além de divulgarem as belezas e atrativos turísticos do Brasil. O Brasil é mundialmente conhecido pela qualidade das telenovelas produzidas pela Rede Globo, que apresenta um padrão que garante o sucesso de suas “soap opera”: Malhação, a novela juvenil, apresenta os desafios da juventude; a novela das seis sempre um romance de época; a das sete, comédia pastelão; e a das nove, drama da família brasileira, ou melhor, da elite brasileira. Novelas que são exportadas para vários países onde servem de pacificação das massas também. Soap opera é um gênero de obras de fi cção dramática ou fi cção cômica difundido pela televisão em séries compostas por episódios transmitidos regularmente em um período indeterminado de duração, podendo ser comparadas, equivalentes, às novelas produzidas no Brasil. Ex pl or 9 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Mas nesse mesmo rumo passamos a importar cada vez mais modelos de programação estrangeira, como sitcom, stand-up, reality shows e até mesmo novelas mexicanas, causando uma verdadeira invasão cultural na nossa grade de programação. Até hoje os Estados Unidos servem como modelo paradigmático de produção televisiva, pois tecnologicamente eles estão sempre à frente dos demais países, que se esforçam para acompanhar a corrida tecnológica e quebrar a hegemonia de poder nessa área. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil começou a investir na sétima arte e chegamos a ter produtoras cinematográficas importantes, a exemplo da compa- nhia cinematográfica Vera Cruz, em São Paulo, que apesar da curta existência, foi responsável por dinamizar o cinema brasileiro. Adquiriu reconhecimento interna- cional e foi premiada no Festival de Cannes em 1950. A qualidade técnica e artís- tica de seus filmes marcou uma época, mostrou a viabilidade do cinema brasileiro e formou muitos profissionais. Foi na Vera Cruz que surgiu uma das mais importantes personalidades do cine- ma brasileiro: Amácio Mazzaropi, que mais tarde fundou sua própria companhia cinematográfica, a Produções Amácio Mazzaropi, quelhe rendeu sucesso até a década de 1970 e provoca risos até hoje. Mazzaropi moldou o imaginário brasileiro e o jeito caipira, jeca de ser, passou a ser aceito com naturalidade. Apesar de ter comprovado a qualidade de seus filmes e experiência no ramo ci- nematográfico, a Vera Cruz enfrentou grandes dificuldades para inserir seus filmes no mercado brasileiro e internacional, pois o monopólio da indústria norte-ameri- cana era, como ainda é, muito forte. Esse confronto na indústria cinematográfica foi importante para a criação da Embrafilme, em 1969, uma empresa estatal brasi- leira produtora e distribuidora de filmes cinematográficos que passou a representar a produção brasileira. Mas competir com Hollywood e todo seu arsenal tecnológico ainda é uma utopia. A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, um importante estúdio cinematográfico brasileiro, fundada em São Bernardo do Campo, pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo indus- trial Francisco Matarazzo Sobrinho, em 1949, produziu e coproduziu mais de 40 filmes de longa-metragem nos seus apenas cinco anos de existência. Ex pl or Outra área de produção e disseminação de saberes que foi influenciada pelo pa- radigma norte-americano foi o jornalístico brasileiro. As empresas de comunicação saíram do modelo francês, que ditou as regras de como se fazer jornalismo após a Revolução Francesa, e partiram para o prático modelo norte-americano com sua receita de notícias denominada lead, onde o primeiro parágrafo da notícia deve esclarecer todo o seu conteúdo. Uma solução para as longas narrativas literárias do início do jornalismo. Também foram adotadas soluções gráficas e tecnológicas que 10 11 melhoraram a produção e distribuição das edições diárias. O mesmo se deu com as editoras de revistas e livros no país, em que até na diagramação percebia-se a influência norte-americana. Os formatos e padrão norte-americano estão indiscutivelmente presentes em toda a nossa produção midiática. Não é necessário muito esforço para perceber. Por isso o advento da internet e seu rápido crescimento assustou os donos dos conglomerados de mídia. Eles começaram a ver sua hegemonia se desfazer tão rápido quanto a velocidade das ondas virtuais e os paradigmas instituídos passaram a ser desafiados. Nessa nova era da informação, a Internet vai ganhando forças, e tecnologias como o ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line), a Internet via cabo, rádio, WiMAX e fibra ótica permitem novos serviços na Internet, como o vídeo sob demanda (on demand). Também é possível assistir a vídeos em streaming via dis- positivos móveis, como smartphones, por meio de aplicativos próprios, exigindo apenas uma conexão de dados ou através do wifi. WiMAX: Tecnologia que permite a expansão do sinal de internet em maiores velocidades por grandes distâncias, semelhante ao wifi . Ex pl or Esse modelo segue quebrando os paradigmas propostos no passado. Apesar das principais empresas que fornecem serviços on demand serem norte-americanas, os usuários têm mais liberdade de acessar a programação, que diferentemente da grade proposta pela TV aberta, fica disponível 24 horas por dia e pode ser aces- sada em qualquer lugar. Os preços são relativamente baixos, perto das opções de filmes e séries oferecidos. São várias as empresas que oferecem esse tipo de serviço e apesar da pioneira Netflix ser a mais conhecida, com mais de 95 milhões de assinantes, em 190 paí- ses, ela não é a única. A Amazon, que oferece o serviço Prime Vídeo há anos, é a principal concorrente da Netflix, além da Google, que tem aprimorado seu serviço de vídeos Youtube com modelos de assinaturas e conteúdo exclusivo produzido de forma profissional, da Time Warner, que já tem o popular pay-per-view HBO, e da Hulu, pioneira no mercado assim como a Netflix, que opera em parceria com as gigantes da mídia, como NBC Universal, Fox e Disney. Contudo, é importante ressaltar que, apesar desse modelo de negócio ter so- frido um verdadeiro boom, quebrando inclusive o serviço das locadoras de DVD, ele ainda não substituiu a televisão tradicional, mas no Brasil, a exemplo dos EUA, cada vez mais as pessoas cortam as assinaturas de TV a cabo para acessarem en- tretenimento televisivo pela internet, que aos poucos está encontrando soluções para a questão econômica, principalmente através da publicidade e conseguindo ampliar os serviços e saciar a sede dos internautas. 11 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Produção Informacional e Globalização Não há como falar de globalização sem falar de internet, ou vice-versa. Quando a internet começou a se firmar a partir dos Estados Unidos, muitos já prenunciaram um novo tempo nas relações de comunicação e passaram a tratar essa nova tecnologia como o campo mais fértil do mundo para as novas tecno- logias serem amplamente divulgadas e trabalhadas no mundo todo. Um processo rapidamente chamado de globalização. As mudanças provocadas pela internet fazem parte da Revolução Técnico- -científico-informacional ou da Terceira Revolução Industrial, que teve início na segunda metade do século XX e está diretamente ligada à enorme quantidade de tecnologias e informação, que rapidamente foram disseminadas, ligadas direta- mente à informática, robótica e telecomunicação. No campo das telecomunicações, essas tecnologias agregaram antenas via satéli- te, torres de telefonia móvel, cabos de fibra óptica, redes de computadores, satélites, satélites de tv e rádio, aparelhos e softwares, que possibilitam maior velocidade no trânsito das informações, desde sua produção até sua distribuição e em tempo real. Vale lembrar que essa Terceira Revolução Industrial tornou possível a ampliação do processo de comunicação em escala global, mas não se limitou à comunicação, envolve transações políticas e econômicas em vários níveis e, sem sair do lugar, fa- zendo uso apenas do teclado ou de um mouse de computador ou dispositivo móvel. Mas foi a partir das redes de computadores que a forma de receber e transmitir informações se acelerou. Na atualidade todo esse processo passa por computado- res em conjunção com satélites, telefonia e fibras óticas, juntando imagens e sons de maneira imensurável, transformando o mundo, conforme já abordamos ante- riormente, numa aldeia, onde a sensação é que todos estão próximos e conectados pelas redes de comunicação. Essa é uma das principais características da globalização. No entanto, a globali- zação não inclui tudo e todos em suas tramas. O progresso tem um preço, que nos leva a questionar como será seu delineamento em escala nacional, do individual e internacional, num cenário onde não cabe todo mundo. O geógrafo brasileiro Milton Santos descreve a globalização como fábula - como ela nos é contada, com todos conectados em escala mundial; como perver- sidade - como ela realmente é, onde nem todos são incluídos; e como possibili- dade, ou seja, como ela pode ser, um sistema que use o avanço tecnológico para ajudar a resolver os problemas mundiais, uma verdadeira utopia. Portanto, a globalização pode ser considerada um processo de duas vias: de um lado seus aspectos positivos, que incluem os avanços nas relações sociais e políticas, o intercâmbio cultural e as trocas comerciais. E do outro lado os desafios 12 13 e retrocessos amplamente visíveis, como o aumento da miséria e da desigualdade social, o acirramento da intolerância religiosa e cultural, a perda de poder dos Es- tados, o aumento da violência e o avanço das grandes corporações multinacionais sobre as nacionais e locais. Então, quando falamos em produção informacional nos vemos dentro de vá- rias teias que envolvem relações globais, onde os Estados Unidos aparecem como força motriz na industrialização da cultura, a Europa com vários países na disputa da construção de um modelo comunicacional universal, e o Japão, que apesar de manter suas características de civilização milenar, cujo valores éticos convivem em aparente calmacom o Ocidente, tem uma posição marcante no campo do desen- volvimento tecnológico. Essa geografia mexe com a polarização da comunicação e a democratização da informação. Desafia a produção e distribuição de serviços, produtos e bens cultu- rais que garantam a diversidade e o multiculturalismo, passando pela superação de preconceitos nacionais e internacionais e respeito aos valores inerentes a cada povo. Santos (2001) afirma que “um dos traços marcantes do atual período histó- rico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação”. As informações são produzidas e distribuídas por grandes potências capitalistas que detêm o monopólio das empresas de comunicação e entretenimento, estão à frente dos inventos tecnológicos e científicos e decidem, assim, quem são seus parceiros nessa corrida pelo domínio da comunicação global. O autor afirma que: O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. Isso tanto é mais grave porque, nas condições atuais da vida econômica e social, a informação constitui um dado essencial e imprescindível. Mas na medida em que o que chega às pessoas, como também às empresas e instituições hegemo- nizadas, é, já, o resultado de uma manipulação, tal informação se apre- senta como ideologia. (SANTOS, 2001.) A comunicação na contemporaneidade é produzida e distribuída por grandes corporações que detêm os direitos midiáticos do mundo. Formam conglomerados de mídia que são responsáveis pela produção de conteúdos jornalísticos, de entre- tenimento, educacional e cultural e, com ampla penetração em todas as classes sociais e idades, disputam o ranking das mais influentes e poderosas do mundo. Esses conglomerados lutam por políticas e ideologias que facilitam o controle dos mercados em todo o mundo. Um conglomerado de mídia é um grupo de comunicação que possui muitas empresas em vários meios de comunicação, como televisão, rádio, impresso, fi lmes, músicas e internet.Ex pl or 13 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Confira a lista das 30 maiores empresas de mídia do mundo que distribuem os conteúdos que permeiam o imaginário da população mundial. O ranking faz parte do relatório de mídia lançado em 2016 pela Zenith Optimedia, empresa que clas- sifica as empresas a partir de sua receita de mídia anual. Tabela 1 - Ranking Ranking Empresa 1 Alphabet – Google Inc. 2 The Walt Disney Company 3 Comcast 4 21st Century Fox 5 Facebook 6 Bertelsmann 7 Viacom 8 CBS Corporation 9 Baidu 10 News Corporation 11 Advance Publications 12 iHeartMedia Inc. 13 Discovery Communications 14 Grupo Globo (o único brasileiro na lista) 15 Yahoo 16 Time Warner 17 Microsoft 18 Asahi Shimbun Company 19 Fox 19 CCTV 20 Hearst Corporation 21 JC Decaux 22 Axel Springer 23 Mediaset 24 ITV plc 25 Fuji Media Holdings 26 Hubert Burda Media 27 Gannett 28 ProSiebenSat. 1 29 Yomiuri Shimbun Holdings 30 Time Inc. Segundo Santos (2001), estamos vivendo um momento de encantamento do mundo, onde o discurso e a retórica são o princípio e o fim na comunicação, que busca de um lado instruir e do outro convencer o público, e a publicidade 14 15 se transformou em uma arma que antecipa toda e qualquer produção. O autor afirma que “brigando pela sobrevivência e hegemonia, em função da competiti- vidade, as empresas não podem existir sem publicidade, que se tornou o nervo do comércio”. É esse modelo das grandes corporações, a exemplo do Google, que propaga que sua missão é “organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis e úteis em caráter universal”, que é distribuído mundialmente, provocando grande adesão e provocando, conforme os teóricos da Escola de Frankfurt, uma verdadei- ra barbárie cultural. Escola de Frankfurt é uma escola de teoria social e fi losofi a, associada ao Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt – Alemanha.Ex pl or Inclusão Social e Inclusão Digital Conforme já apontamos, a globalização não diminuiu a distância entre as classes sociais, não ajudou a melhorar as desigualdades nacionais, locais e muito menos mundiais. Movida pelas Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, a glo- balização deu origem à corrida pela inclusão de todos no menor tempo possível aos sistemas automatizados e em rede, pois o mercado vai mudando e exigindo que as pessoas acompanhem seu caminhar, que está sempre com um pé no futuro. Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images A exemplo das agências bancárias, que passaram a operar com caixas eletrô- nicos e diminuíram drasticamente o atendimento pessoal, obrigando as pessoas a aprenderem a fazer transações nos caixas eletrônicos, idosos e aposentados passa- ram a receber benefícios desse mesmo modo, o que causou vários transtornos, pois acabavam pedindo ajuda para qualquer um e muitos foram roubados. 15 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano O discurso para adequar o público ao uso das novas tecnologias sempre foi o da simplicidade e do mínimo esforço e conhecimento necessário. Diante de situações como essa, aprender a lidar com as TICs passou a ser uma necessidade premente para os letrados e os não letrados também. Não há opção. Saber acessar a internet, ter um endereço eletrônico, um celular, passou a ser um exercício de cidadania. Várias propagandas passaram a mostrar idosos fazendo operações comerciais e mantendo relações sociais pelas redes de computador e ainda explicando como é simples e moderno, a exemplo da série de propagandas do Banco Itaú, em 2016, que mostrava duas senhoras explicando como abrir uma conta no banco e usar a internet para suas operações com muito mais comodidade e ter tempo para viajar, manter contato com a família e se divertir. O mote das campanhas era: “A primeira coisa que vocês precisam saber sobre a conexão do tempo com a vida é: a vida é muito mais importante que o tempo. Esse e outros conselhos valiosos estão nessa carta que nossas queridas vovloggers preparam”. Ou a personagem dona Hermínia fazendo propaganda do Banco do Brasil, explicando que é possível fazer emprésti- mos, comprar carro e o que desejar pelo aplicativo app do banco. Veja as propagandas do banco Itaú com as vovloggers. Disponível em: https://youtu.be/XQ8IEWO250E Ex pl or Uma das principais características da sociedade da informação e do conheci- mento é essa necessidade de se desenvolver novas habilidades para realizar tarefas e conhecimentos para acompanhar as exigências desse novo mercado globalizado. E sendo uma sociedade pautada no desenvolvimento intelectual dos indivíduos, que precisam dessas novas habilidades para realizar tarefas que agregam novos co- nhecimentos e capacidades, vem a preocupação em como preparar esse cidadão, como incluí-lo nessa nova exigência da economia global sem transformá-lo num simples operador de botões. Esse aceleramento provocou um fosso ainda maior entre as nações desenvolvi- das e as em desenvolvimento. Segundo dados do relatório da ONU - Organização das Nações Unidas, divulgados em julho de 2010, o Brasil aparece com o terceiro pior índice de desigualdade no mundo e, em se tratando da diferença e distancia- mento entre ricos e pobres, fica atrás no ranking apenas de países muito menores e menos ricos, como Haiti, Madagascar, Camarões, Tailândia e África do Sul. Entre as principais causas dessa desproporcionalidade apontada pela ONU, está a falta de acesso à educação de qualidade, baixos salários e dificuldade da população em desfrutar de serviços básicos oferecidos pelo Estado, como saúde, transporte públi- co e saneamento básico e a injusta política fiscal. Assim sendo, um país cuja realidade nacional aponta que um terço da população vive na pobreza absoluta, com baixos níveis de escolaridade, sem acesso à educa- ção, ao trabalho, à renda, à moradia, ao transporte e à informação, como falar de inclusão digital? 16 17 O certo é que os índices de pobreza e analfabetismoexistentes no país se consti- tuem como um grande problema que precisa ser sanado com urgência para diminuir o abismo existente entre os incluídos e os excluídos e contarmos com verdadeiros cidadãos e não trabalharmos apenas com uma cidadania funcional, onde as pessoas aprendem a operar sistemas tecnológicos apenas para usar sistemas bancários, tirar documentos, fazer boletins de ocorrências ou se inscrever em concursos. Porém não basta apenas criar mecanismos que ensinem os cidadãos a opera- cionalizar sistemas, é necessário gerar novas oportunidade no mercado de trabalho e inclusão nos sistemas de educação com qualidade, propiciando assim o acesso a novas habilidades e conhecimentos, criando uma nova visão de sociedade e de inclusão. Lemos (2007) esclarece que: A grande questão reside em como lidar com a exclusão digital existente no país, como o Brasil, que conta com altos índices de pobreza e anal- fabetismo. É certo que a pobreza e o analfabetismo se constituem como problemas que precisam ser sanados com urgência. Mesmo assim, não há como pensar a exclusão digital em segundo plano, visto que o desen- volvimento das tecnologias se dá cada vez mais rapidamente e o abismo existente entre incluídos e excluídos tende a aumentar. Tendo em vista a necessidade de rápidas mudanças, o governo brasileiro criou o programa Sociedade da Informação, cujo objetivo é diminuir a exclusão digital. As- sim, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em parceria, firmada com a Associação Telecentro de Informação e Negócios (ATN), abriu mais de 6,5 mil telecentros por todo o país, onde as pessoas têm acesso gratuito a computadores com conexão à internet, além de promover cursos de capacitação para qualificar jovens de baixa renda. Para o diretor de Inclusão Digital da pasta, Américo Bernardes, os telecentros ainda são um espaço importante para o acesso à Internet. Bernardes afirma que “recentemente, houve a discussão no governo se os telecentros ainda teriam espa- ço diante do avanço significativo da telefonia e da banda larga móvel”. A conclusão a que se chega é que apesar dos avanços tecnológicos grande parte da população ainda continua sem acesso às redes de computador. Uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa- ção [Cetic.br] mostrou que esses espaços ainda se constituem como uma ferramen- ta fundamental para a formação e construção de conhecimento. Portanto, os telecentros irão ampliar suas ações e cursos online com matérias como programação, informática básica e empreendedorismo, para formar os jo- vens e ajudar na busca por empregabilidade e a ter acesso a diversos conteúdos. Propiciar o acesso à Internet é apenas uma das formas de ajudar o país a diminuir as desigualdades sociais. No entanto, o governo enfrenta o desafio de unir esforço e investimento das iniciativas pública e privada para atingir os mais de 5 mil municípios do país, abraçar campo e cidade para então melhorar e mudar a educação e a economia do país juntamente. 17 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Uma questão que se coloca neste mapa de preocupações é a necessidade de trabalhar para que o acesso à internet promova além da inclusão digital, a inclusão social. Uma coisa tem que estar ligada à outra. Na atualidade não há como pensar cidadania sem inclusão digital, sem acesso, conhecimento e domínio das novas tec- nologias da informação, porém a inclusão social não se resume a esse domínio das tecnologias, mas sim na capacitação do indivíduo para se manter cotidianamente conectado aos movimentos sociais e globais, o que exige formação, experiência e oportunidades para participarem e usufruírem desse novo contexto em todas as suas esferas com igualdade de condições. Segundo Moreira (2006), inclusão social poder ser entendida como: a ação de proporcionar para populações que são social e economica- mente excluídas – no sentido de terem acesso muito reduzido aos bens (materiais, educacionais, culturais etc.) e terem recursos econômicos mui- to abaixo da média dos outros cidadãos – oportunidades e condições de serem incorporadas à parcela da sociedade que pode usufruir esses bens. Em um sentido mais amplo, a inclusão social envolve também o esta- belecimento de condições para que todos os habitantes do país possam viver com adequada qualidade de vida e como cidadãos plenos, dotados de conhecimentos, meios e mecanismos de participação política que os capacitem a agir de forma fundamentada e consciente. A colocação de Moreira nos leva a questionar se os programas de inclusão so- cial realmente solucionarão o problema das desigualdades ou se manterão os me- nos favorecidos integrados a projetos que continuarão mantendo-os à margem, a exemplo do Bolsa Família, que os ajuda, mas não lhes dá condições de ascensão, mantendo-os no mesmo lugar, ou seja, servem como um paliativo. A inclusão digital, conforme Martini (2005), objetiva tão somente o uso livre da tecnologia da informação, com a am- pliação da cidadania, o combate à pobreza, a garantia da privacidade e da segurança digital do cidadão, a inserção na sociedade da informação e o fortalecimento do desenvolvimento local. Assim, o acesso e participação em um mundo globalizado, no qual a dissemina- ção da informação se realiza predominantemente pelas TICs, tornaram-se essenciais para a inclusão social, sendo necessários novos e sérios investimentos em educação formal, educação técnica, popularização do acesso às redes de internet, de telefonia e também no mercado de trabalho para mudar a realidade sócio, econômica e po- lítica do país. Acompanhar a globalização exige investimento em capital humano e social e para isso é necessária muita vontade política. 18 19 Cyberbullying Na sociedade contemporânea, dificilmente ouviremos ou veremos alguém que seja totalmente contra a internet. Muito se fala sobre seus benefícios, as possibilidades que ela abriu para o conhecimento. No entanto, há que se con- siderar que no advento da internet e das novas tecnologias de informação e comunicação, apesar de este ter aberto o vasto e maravilhoso universo da co- municação instantânea, rapidamente surgiu a bandeira amarela de alerta, pois o ciberespaço passou também a ser um lugar de manifestação de violência, onde em nome da liberdade de expressão ou pela sensação de impunidade as pessoas passaram a fazer discursos de ofensa, de intimidação, de ódio, racismo e preconceito com naturalidade e, pior, esses discursos passaram a fazer senti- do na sociedade contemporânea. Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images Esse tipo de comportamento, por se manifestar através das redes virtuais, foi denominado cyberbullying – expressão que uniu duas palavras de origem ingle- sa: “cyber”, associada a todo tipo de comunicação virtual usando mídias digitais, como a internet e dispositivos móveis, e bullying, que é o ato de intimidar, chan- tagear, hostilizar ou humilhar alguém, que pode ser amigo, vizinhos, parentes, conhecidos ou pessoas públicas, professores, colegas de trabalho, de escola ou mesmo desconhecidos. A pessoa que comete cyberbullying é conhecida como cyberbullier. Ex pl or 19 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano O bullying, prática bastante conhecida no universo escolar, se manifesta pre- sencialmente, através de apelidos ou observações pejorativas sobre a aparência da pessoa, com o intuito de constrangê-la e engrandecer o agressor. Geralmente o agressor é maior ou mais forte que o agredido e para se valorizar, ele não age sozinho, está sempre rodeado por seguidores e apoiadores. Em alguns casos, o bullying chega à agressão física, com enfrentamento corporal. Em ambos os ca- sos, as consequências dessa ação são imprevisíveis e imensuráveis. Infelizmente, temos vários casos que comprovam os perigos do bullying na sociedade, a exemplo do Massacre do Realengo, em 2011, onde o jovem Wellington Menezes deOliveira, 23, protagonista do massacre no colégio Tasso da Silveira, em Realengo - RJ, matou 12 alunos. Veja mais em: https://goo.gl/dYsxpJ. Ex pl or Mais recentemente, um adolescente de 14 anos, filho de pai e mãe policial, matou dois colegas e deixou mais quatro feridos, do Colégio Goyases, em Goi- ânia, por sofrer bullying. No entanto, enquanto era praticado no mundo real, pode-se dizer que era mais fácil de se controlar e combater essa ação. Mas a partir da popularização das redes sociais, o bullying perdeu seu status local e passou à macro dimen- são das redes, onde o agressor passou a agir de forma ainda mais covarde e anônima. As ações podem ser através de e-mails, torpedos, mensagens nos grupos de WhatsApp, nas páginas do Facebook e numa infinidade de canais e grupos, onde o fato calunioso vira piada e conta com comentários, curtidas e compartilhamentos de conhecidos e desconhecidos também. Qualquer um pode se manifestar e rir da vítima, não há controle. Assim como as ações desse gênero migraram do espaço real para o cibernético, o perfil do agressor também mudou. Antigamente esta era uma prática comum entre adolescentes e jovens estudantes. Na atualidade esse perfil já não é tão claro assim, pois pessoas de qualquer idade se aproveitam da possibilidade de criar fake e divulgar o que bem entender sobre seus afetos e desafetos, gerando uma verda- deira rede de intrigas que afeta cruelmente a vida do agredido, que tendo sua vida exposta nas redes virtuais, pode atentar contra a própria vida, revidar de diversas formas ou sofrer distúrbios psicológicos e sociais. Fake é um termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a identidade real de um usuário. Ex pl or Os sintomas são bastante similares aos de quem sobre bullying, como a perda do sono, transtornos alimentares, irritabilidade e agressividade, depressão, trans- tornos de ansiedade, dores de cabeça, crises de choro e pensamentos destrutivos, como desejo de matar ou de morrer, entre outros. Em alguns casos as vítimas che- gam a cometer suicídio ou algum tipo de crime contra o agressor. 20 21 O cyberbullying é praticado de várias formas e pode incluir, por exemplo: criar per- fil falso da pessoa com fotos e imagens comprometedoras, com confissões e desabafos de caráter sexual falsos; fazer fotomontagens para envergonhar a vítima; divulgar ima- gens privadas da pessoa; fazer votações para desonrar; fazer ameaças à vítima e sua família e persegui-la, provocando sensação de medo e insegurança; e uma infinidade de maldades que a mente humana é capaz de tramar. O duro é que a pessoa se sente tão impotente e envergonhada, que muitas vezes não consegue pedir ajuda, principal- mente se for criança ou adolescente. Uma pesquisa da Intel Security, realizada em 2015 no Brasil com 507 crian- ças e adolescentes de idades entre 8 e 16 anos, mostra que a maioria (66%) já presenciou casos de agressões nas mídias sociais. Cerca de 21% afirmaram que já sofreram cyberbullying e grande parte das vítimas tem entre 13 e 16 anos. Dos pesquisados, 24% afirmam já ter praticado cyberbullying, 14% admitiram falar mal de uma pessoa para outra, 13% afirmaram tirar sarro da aparência de alguém, 7% marcaram pessoas em fotos vexatórias, 3% ameaçaram alguém, 3% assumiram zombar da sexualidade de outra pessoa, 2% disseram já ter postado intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído, entre outros casos. Os três principais motivos para esse tipo de comportamento foram: defesa, porque a pessoa afetada as tratou mal (36%); por simplesmente não gostar da pessoa (24%); e para acompanhar outras pessoas que já estavam praticando o cyberbullying. Os entrevistados não desconhecem a gravidade do problema e afirmam ter esse tipo de comportamento mesmo sabendo que é errado. Na tentativa de combater esse tipo de ação, já foram criadas diversas campa- nhas sociais e educativas, como a desenvolvida pelo Movimento Cartoon, progra- ma social do canal Cartoon Network, que tem direcionado suas mensagens em campanhas como Chega de Bullying e Não Fique Calado, inclusive com dois filmes sobre cyberbullying. Usando a linguagem do Canal Cartoon, os filmes são animações com desenhos, onde a mensagem é clara: “Não deixe o monstro do cyberbullying falar por você. Pense bem antes de postar online e enviar um SMS. As coisas podem sair do con- trole”. São filmes curtos e interativos, onde o canal afirma que todo mundo carrega uma espécie de monstro dentro de si, a diferença é que alguns controlam o seu monstro e outros o deixam livre e aterrorizando os outros. A partir dessa ideia, o monstro criado por eles passa a controlar as tentativas de cyberbullying. Feito numa linguagem que atinge tanto crianças quanto adultos, o Canal Car- toon consegue com essa iniciativa atingir um grande público e ainda disponibiliza materiais educativos para adultos e crianças para ajudar a combater esse mal. Veja um dos vídeos que compõem a campanha “Chega de Bullying”. Disponível em: https://goo.gl/Wjc4Cq. Ex pl or 21 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Outra iniciativa importante é da Unicef - Fundo das Nações Unidas para a In- fância, que lançou, em 2015, uma campanha que mostra como a violência virtual afeta suas vítimas, com o slogan: “Se você tem um smartphone, use-o sabiamen- te, não mate a autoestima de ninguém”. As peças publicitárias são todas em pre- to e branco e mostram imagens de crianças apontando agressivamente o celular para o “diferente” da turma. O intuito é chamar a atenção para o problema do cyberbullying e suas consequências na vida das crianças. Cyberbullying 2017 é uma Campanha para alertar sobre o Cyberbullying realizada pela Bandeirantes Televisão para o Ministério Público Federal, em São Paulo, em cooperação com a SaferNet Brasil, em 2017. Na campanha, a mensagem é clara, Cyberbullying não é brincadeira. Só existe brincadeira quando todos os envolvidos se divertem. Quando há uma relação desigual de poder, onde uns se divertem e outros sofrem e são maltratados, então é preciso que os adultos tomem uma providência. Veja a chamada da campanha no YouTube: https://youtu.be/1N-DOC8vApo. Ex pl or Estas são apenas algumas das iniciativas de instituições interessadas em comba- ter esse mal que atinge tantas pessoas e que deixa a todos expostos, tendo perfil nas redes ou não. Por meio de leis antibullying e cyberbullying que atualmente vigoram, a exemplo da Lei 13.185/2015, aprovada pela ex-presidenta Dilma Rouseff, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, ou seja, a prática de bullying, estendendo para o cyberbullying também, os agressores anônimos podem ser descobertos e processados por calúnia e difamação, sendo, entre outras coisas, obrigados a indenizar a vítima. Vale lembrar que apesar do cyberbullying ser praticado entre adolescentes, ele ocorre com cada vez mais frequência entre adultos, aqueles que deveriam ser responsáveis por coibir essa prática tão nociva às pessoas e à sociedade como um todo. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Bullyng - Casey Heynes - Jornal Hoje 22-03-11 https://youtu.be/JG5rvFXBYZI Filmes Bullying Virtual (Cyberbully) – EUA, 2011, direção de Charles Binamé Taylor Hillridge é uma adolescente cujo pai abandonou a família e que desde então é criada, juntamente com seu irmão mais novo, por sua mãe. Taylor ganha, em seu aniversário de 17 anos, um computador, e no primeiro instante, se sente muito animada pela independência adquirida de poder navegar na internet sem que a sua mãe ficasse sempre a vigiando. Porém, Taylor logo se descobre vítima de “cyberbullying” quando se torna membro de uma rede social. Cyberbullying: garota fora do jogo – 2005, direção de Tom McLoughlin Vanessa Snyder e suas duas melhores amigas, Nikki e Stancey, estudam na mesma escola e são as três garotas mais populares da série. A relaçãodas amigas é alterada quando Stancey, que sente atração por Tony, descobre que Tony está interessado em Vanessa. Enciumada, Stancey se une a Nikki para tirar Vanessa do páreo. Elas criam uma página ofensiva na internet, desmoralizando a rival, e trazem vários problemas para Vanessa. Leitura Cyberbullying https://goo.gl/gqXsfd 23 UNIDADE Impactos e Desafios das Tecnologias Digitais no Cotidiano Referências CASTELLS, M. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. LEMOS, A. (Org). Cidade digital: portais, inclusão e redes no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2007. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. MARTINI, R. Inclusão digital & inclusão social. Revista Inclusão Social. 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