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Imunidade nas infecções virais E vírus influenza

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Imunologia
Imunidade nas infecções virais:
Para que uma infecção viral seja bem sucedida, ela deve atender 3 requisitos:
1. Inóculo viral suficiente para iniciar a infecção - basicamente deve ter uma concentração de vírus suficiente para infectar o hospedeiro (O grau de virulência está diretamente relacionado à capacidade do vírus causar doença a despeito dos mecanismos de defesa do hospedeiro)
2. Células no sítio inicial da infecção devem ser acessíveis, suscetíveis (receptores) e permissivas (produtos intracelulares necessários à biossíntese dos vírus) - o local inicial da infecção deve ser apropriado para “receber o vírus”
3. Mecanismos de defesa local do hospedeiro devem estar ausentes ou ineficientes - O vírus precisa “vencer” os mecanismos de defesa do hospedeiro, para isso eles devem estar ineficientes ou ausentes. 
Tropismo: Capacidade do vírus para infectar alguns tecidos do hospedeiro e não outros. O tropismo é determinado pela existência de receptores celulares (suscetibilidade) e permissividade. Basicamente, o vírus irá procurar infectar locais onde as respostas imunes não estão sendo eficientes o suficiente.
Defesa local do hospedeiro: O vírus possui mecanismos que permitem que contra-ataque as defesas do hospedeiro. O padrão da infecção resultante é determinado pela cinética (força) da biossíntese do vírus diante das defesas do hospedeiro. A interação entre a ação do vírus e as defesas do hospedeiro é dinâmica.
Evasão: Mecanismos virais de evasão (ativa), desarmam ou modificam as defesas do hospedeiro.
A patogenia das infecções virais é determinada pela combinação entre os efeitos diretos e indiretos da replicação viral e as respostas do hospedeiro à infecção. 
Efeitos patogênicos diretos - causados diretamente pelo vírus:
1. Dano celular: apoptose da célula após a infecção viral;
2. Difusão do conteúdo dos lisossomas no citoplasma, levando a citólise;
3. Interrupção de processos essenciais para o hospedeiro (síntese de proteínas, síntese de ácido nucleico e alteração de permeabilidade da membrana celular);
4. Quando a biossíntese dos retrovírus requer a inserção de cópias do DNA pró-viral no genoma celular, pode afetar a expressão ou a integridade de genes celulares.
Efeitos patogênicos indiretos- consequências das ações dos vírus:
1. Pode interferir com a síntese de moléculas importantes para a sobrevivência da célula.
Imunopatologia - danos causados PELO sistema imunológico na tentativa de defender o hospedeiro: 
1. Para os vírus não citopatogênicos (que não são patológicos/não destroem as células) é possível que a resposta imunológica seja a única causa da doença;
2. A maioria das imunopatologias induzidas por vírus é causada por células T ativadas, mas há exemplos de doenças provocadas por anticorpos ou resposta inata exagerada.
3. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Liberação de citocinas inflamatórias e mediadores de estresse, em larga escala, podem sobrecarregar e matar o hospedeiro infectado = “tempestade de citocinas” 
4. Imunossupressão induzida por vírus.
Sinais e sintomas das viroses: Resultam do dano causado pelos vírus nas células. Danos podem resultar da biossíntese viral nas células, de consequências da RI (resposta imune), ou de ambas as causas.
Viremia = presença de partículas virais infecciosas no sangue.
Imunidade Natural x Adaptativa - vírus:
Imunidade natural: Participam as citocinas inflamatórias e IFN do tipo I
*IFN → O Interferon (IFN) é uma proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células.
Imunidade Adaptativa: Participam os anticorpos neutralizantes e os CTL
*CTL: Células T citotóxicas.
NATURAL:
Interferons (IFN): O tipo I inclui os IFN-α (alfa) e β (beta), produzidos células epiteliais e fibroblastos, e contribuem para a primeira linha de defesa antiviral. Quando as células são infectadas por um vírus, elas produzem e secretam interferons, que se ligam a receptores específicos nas células vizinhas. Ao ser ligado a uma célula não infectada, o interferon provoca a síntese de enzimas que interferem com o mecanismo de replicação viral.
ADAPTATIVA:
Vírus da influenza - FLUV - Virus da gripe:
RNA de fita simples, de polaridade negativa, segmentado: 
FLUVA e FLUVB= oito segmentos; 
FLUVC = sete segmentos
M1 (proteína matriz 1)
M2 (proteína matriz 2)
Envelope glicolipoproteico
HA (hemaglutinina- espícula – se liga na célula hospedeira (adsorção)
NA (neuraminidase – permite que novos vírus se desprendem da célula hospedeira) 
Replicação do Vírus:
· O vírus da influenza penetra no organismo através das mucosas do trato respiratório ou dos olhos e dissemina-se para a corrente sanguínea atacando as células. - PENETRAÇÃO
· As enzimas hemaglutinina e neuraminidase do vírus influenza reconhecem resíduos de ácidos siálicos nas glicoproteínas presentes na membrana das células do hospedeiro e induzem a fusão destas e incorporação do envelope viral. - DESCAPSIDAÇÃO
· Biossíntese: É a etapa em que o material genético do vírus é duplicado através da transcrição e tradução pela célula infectada. Para que isso ocorra, é necessário que a célula hospedeira interrompa a síntese de suas próprias proteínas. - REPLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO
· Etapa final da multiplicação dos vírus, quando finalmente as partículas virais formadas são liberadas do interior da célula. Essa liberação pode ocorrer tanto pela lise da célula infectada ou então por brotamento, sendo esse último caso realizado por vírus envelopados (ex: influenza). Quando ocorre a lise da célula, esta morre assim como quando ocorrem vários brotamentos.
Variações antigênicas = alterações nas proteínas virais
· Surgimento de vírions com proteínas de superfície apresentando alterações antigênicas discretas (antigenic drift), após a propagação no hospedeiro natural; 
· Alteração drástica na composição do vírion.
· Alteração mais drástica nos genes que codificam as proteínas de superfície, resultando na expressão de uma nova proteína (antigenic shift), após coinfecção de um hospedeiro com dois sorotipos virais. 
Um indivíduo contrai ao mesmo tempo os dois tipos de influenza → o rearranjo genético cria um novo vírus que é antigenicamente diferente dos seus precursores e capaz de evitar a detecção imunológica em um grande número de hospedeiros recém-infectados.

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