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Justiça nega pensão a viúva de lenhador após constatar fraude na carteira de trabalho (1)

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Justiça nega pensão a viúva de lenhador após 
constatar fraude na carteira de trabalho 
Homem trabalhava como autônomo e foi registrado após sua morte, para que a 
mulher pudesse receber os benefícios 
13 de outubro de 2021 14:45 
 
Redação 
contato@olivre.com.br 
A 1ª Turma do Tribunal 
Regional do Trabalho de 
Mato Grosso negou, por 
maioria, o reconhecimento de 
vínculo de emprego entre um 
trabalhador falecido e uma 
madeireira de Sinop, no norte 
do Estado, bem como o 
pagamento dos direitos e de 
indenização por danos morais 
e materiais. Ele morreu após ser prensado por uma máquina pá carregadeira 
quando carregava um caminhão com lenha. 
O caso chegou até a justiça em ação movida pela viúva, representando o espólio 
do falecido. Ela pedia que a empresa fosse condenada a quitar as verbas de cinco 
anos de contrato, período em que o trabalhador supostamente teria atuado como 
empregado, mas sem registro na Carteira de Trabalho (CTPS). Além disso, a mulher 
pedia que fosse indenizada, a título de reparação pela morte do companheiro no 
acidente de trabalho. 
Ao analisar o caso, a juíza Fernanda Lalucci Braga, em atuação pela 1ª Vara do 
Trabalho de Sinop, negou os pedidos. A magistrada apontou a existência de fraude 
no registro do trabalhador como empregado. “Após minuciosa análise dos 
elementos de prova constantes dos autos, considero ter ficado robustamente 
demonstrado que o de cujus não era empregado da Reclamada, mas sim prestador 
de serviços autônomo”, destacou a magistrada em sua decisão. 
 
https://olivre.com.br/author/redacao
https://olivre.com.br/author/redacao
https://cdn.olivre.com.br/wp-content/uploads/2021/04/29184130/Carteira-de-Trabalho-e-Previdencia-Social-9.jpg
Fraude à Previdência 
Como detalhado na decisão, o trabalhador atuava como autônomo, comprando e 
vendendo lenha com os irmãos em madeireiras da região. No dia 10 de março de 
2017, ele acabou sendo vítima de acidente, vindo a óbito devido aos ferimentos. 
Na defesa, o proprietário da madeireira disse que registrou o trabalhador como seu 
empregado após sua morte. Ele sustentou que fez isso a pedido da própria viúva e 
de alguns familiares do falecido “sem pensar nas consequências” para que a mulher 
pudesse receber a pensão por morte paga pela Previdência Social. 
O registro na Carteira de Trabalho foi feito como se ele houvesse sido contratado 
oito dias antes do acidente, inclusive com a falsificação da assinatura do falecido. 
A alegação do empresário acabou provada no processo. Em depoimento, os irmãos 
com quem o trabalhador atuava comprando e revendendo lenha revelaram que 
eles eram mesmo autônomos. Um deles, inclusive, disse que acreditava que ação 
foi ajuizada pela cunhada na Justiça do Trabalho por ganância. 
A pedido da magistrada de Sinop, foi feita perícia grafotécnica na CTPS. O laudo 
revelou que a assinatura do trabalhador no documento era mesmo falsa. 
“O vínculo de emprego, com data de admissão de 02.03.2017, conforme fartamente 
comprovado nestes autos e destacado neste comando sentencial, trata-se de 
negócio jurídico simulado, levado a efeito com o objetivo de fraudar a Previdência 
Social e o seguro de vida (seguradora privada), a fim de possibilitar a concessão de 
benefícios à companheira do de cujus sem que esta fizesse jus a eles”, destacou a 
magistrada. 
Como registro na CPTS foi considerado nulo, a juíza negou os pedidos feitos pela 
viúva na ação.

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