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Conflitos ambientais

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Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos 
Ambientais e de Vizinhança
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2/184
Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Ambientais e de 
Vizinhança
Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme
Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Am-
bientais e de Vizinhança. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental 04
Unidade 2: Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos 27
Unidade 3: Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental 52
Unidade 4: Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais 73
Unidade 5: A Execução, os Indicadores e o Monitoramento no Processo de Avaliação de Impacto 
Ambiental
94
Unidade 6: Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA 115
Unidade 7: O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica 
e suas Implicâncias
137
Unidade 8: O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade 157
2/184
3/184
Apresentação da Disciplina
A procura por profissionais que atuem na 
área de gestão, licenciamento e auditoria 
ambiental cresce ano a ano. Isso se deve, 
especialmente, à preocupação recente das 
empresas, do governo e dos cidadãos em 
preservarem e conservarem o meio am-
biente, tanto para a nossa, como para futu-
ras gerações. Desta forma, busca-se sem-
pre avaliar, antecipar e prevenir os impactos 
ambientais negativos e, na medida do pos-
sível, também propor estratégias para aliar 
o desenvolvimento à sustentabilidade. 
Assim, todo o conteúdo desta disciplina foi 
pensado e estruturado utilizando-se as me-
lhores referências da área, trazendo ferra-
mentas indispensáveis para sua atuação fu-
tura, de forma concisa e direcionada ao seu 
cotidiano profissional, sendo nosso princi-
pal objetivo a formação e a capacitação de 
excelentes profissionais que irão atuar dire-
tamente na gestão, no licenciamento e na 
auditoria ambiental.
Ao estudar este material, você perceberá 
que todo ele está pautado em extensas le-
gislações ambientais, que nunca devem ser 
negligenciadas e que estarão sempre indi-
cadas para a leitura complementar. Porém, 
o nosso foco será explicar os processos, as 
etapas e a execução de um estudo de im-
pacto ambiental, avaliando-se o ambien-
te diretamente afetado e suas vizinhanças. 
Assim, você está convidado a participar do 
desenvolvimento das competências neces-
sárias para ajudarmos na preservação am-
biental e no desenvolvimento sustentável.
4/184
Unidade 1
Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental
Objetivos
1. Compreender a aplicação da avalia-
ção de impactos ambientais no âmbi-
to de atuação profissional;
2. Conhecer os principais termos e con-
ceitos envolvidos na avaliação de im-
pactos ambientais;
3. Entender a origem e como seu deu a 
difusão das legislações ambientais.
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental5/184
1. Introdução 
Os profissionais que pretendem trabalhar 
com avaliação de impacto ambiental só te-
rão sucesso se compreenderem a comple-
xidade e interdisciplinaridade que envolve 
esse processo. Desta forma, esses profissio-
nais devem conciliar os interesses privados 
e econômicos e o debate público e popular. 
Nesse contexto, vale ressaltar que a Avali-
ção de Impacto Ambiental (AIA) pode ser 
empregada com diferentes objetivos, ferra-
mentas e metodologias. Entre os principais 
objetivos podemos elencar: (1) A previsão 
dos impactos potenciais de um projeto eco-
nômico e/ou de engenharia, objetivo este 
que será o foco deste material; (2) A identi-
ficação de prováveis consequências futuras 
de programas e políticas governamentais 
no desenvolvimento socioeconômico; (3) O 
estudo dos impactos ambientais de obras já 
finalizadas e em operação, avaliando-se as 
alterações ambientais ocorridas no passa-
do ou no presente. 
Assim, a AIA é uma poderosa ferramenta 
para antecipar e prevenir os efeitos negati-
vos da implantação e operação de um em-
preendimento ou atividade. Porém, esta é 
uma área que está em constante transfor-
mação e deverá ser atualizada assim que 
houver o surgimento de novos tipos de em-
preendimento e também novas normativas 
legais. 
Em 1950, o termo poluição começou a ga-
nhar grande popularidade e repercussão. 
Com o tempo, percebeu-se que este termo 
não explicava a complexidade dos proble-
mas ambientais, que nem sempre estavam 
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental6/184
vinculados com a emissão de poluentes. Foi 
assim que em 1970 surgiu o termo impacto 
ambiental, que pode ser avaliado como po-
sitivo ou negativo (ABNT, NBR ISO 14.001, 
2015). Deste modo, qualquer forma de po-
luição gera um impacto ambiental negati-
vo, mas nem todo impacto ambiental está 
vinculado a um episódio de poluição. Por 
exemplo, a submersão das Sete Quedas 
para a construção do reservatório de Itaipu 
não emitiu diretamente poluentes, porém 
causou danos à fauna e à flora, gerando 
grandes modificações nesse habitat. 
Para saber mais
IMPACTO AMBIENTAL POSITIVO E NEGATIVO? 
Quando falamos em impacto ambiental, pensa-
mos em algo que causará automaticamente da-
nos ao meio ambiente. Porém, os impactos am-
bientais podem ser positivos e negativos, pois a 
palavra impacto está vinculada com uma altera-
ção antrópica. Por exemplo, a construção de uma 
empresa que irá despejar efluentes nos rios vizi-
nhos causará um impacto ambiental negativo, 
porém, se esta mesma empresa investir na cons-
trução de uma estação de tratamento de esgoto, 
ela contribuirá para que os efluentes produzidos 
na cidade não sejam encaminhados sem trata-
mento para os rios, além de gerar empregos para 
a região onde será implantada, produzindo im-
pactos positivos.
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental7/184
Assim, vale lembrar que a AIA está contextu-
alizada no desenvolvimento da sustentabi-
lidade, surgindo na ecologia e, ao contrário 
do que muitos pensam, não está vinculada 
somente ao meio ambiente, mas também a 
questões de desenvolvimento econômico, 
social e cultural. Dessa forma, a natureza é 
nossa fornecedora de bens, no entanto, a 
exploração dos recursos naturais sem um 
estudo prévio desencadeia alguns proces-
sos de degradação ambiental, afetando a 
capacidade da natureza de promover os 
serviços essenciais à vida. À nossa socieda-
de cabe gerir o meio ambiente e reorganizar 
a relação entre sociedade e natureza.
Para saber mais
SUSTENTABILIDADE. Apesar de ser um termo am-
plamente difundido, a ideia de sustentabilidade vai 
além de simplesmente sustentar, favorecer e con-
servar o meio ambiente para as futuras gerações. 
Ela está diretamente vinculada ao desenvolvimen-
to econômico, social e cultural e pode ser exem-
plificada nas seguintes frases: (1) Ecologicamente 
correto: trocar as sacolas plásticas de supermerca-
dos pelas ecobags de tecido; (2) Economicamente 
viável, por exemplo, trocar as lâmpadas incandes-
centes por lâmpadas de LED; (3) Socialmente jus-
to, por exemplo, a construção de rampas de acesso 
para deficientes; e (4) Culturalmente diverso, por 
exemplo, estimular uma festa das nações. Logo, 
sustentabilidade é o que precisamos da natureza e 
o que ofereceremos em troca.
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental8/184
2. Conceitos Gerais 
Segundo a International Association for Im-
pact Assessment (IAIA), a Avaliação de Im-
pacto Ambiental é o processo usado para 
identificar as consequências futuras de uma 
ação presente ou proposta. Portanto, a AIA 
visa evitar ou prevenir a ocorrência de efei-
tos indesejáveis ao meio ambiente e é usa-
da para apoiar a tomada de decisão sobre a 
autorização ou o licenciamento de um novo 
projeto, fornecendo asinformações sobre 
as prováveis consequências de suas ações. 
Sendo a AIA um processo, ela é composta de 
diversas etapas, entre elas, a triagem, a de-
finição do conteúdo dos estudos, a descri-
ção do projeto, do ambiente e da vizinhan-
ça a ser afetada, a identificação, a previsão 
e a avaliação dos impactos significativos e, 
ainda, as medidas mitigadoras e compen-
satórias, apresentadas com os resultados. 
Além disso, a AIA prevê a consulta e a parti-
cipação pública na realização dos estudos e 
na tomada de decisões, sendo uma impor-
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental9/184
tante ferramenta de gestão ambiental an-
tecipatória e participativa, da qual o Estudo 
de Impacto Ambiental (EIA) é apenas uma 
parte.
Além disso, a AIA é importante para garan-
tir que o planejamento do empreendimen-
to contemple a biodiversidade e aumente a 
legitimidade do empreendimento, podendo 
facilitar o processo de implantação e re-
mover as incertezas tanto da comunidade 
como do empreendedor. Desta forma, um 
projeto típico trará diversas alterações, al-
gumas negativas, outras positivas, e isso 
deverá ser considerado quando se prepara 
um estudo de impacto ambiental, mesmo 
que ele se deva às consequências negativas.
O impacto ambiental é a mudança em um 
parâmetro ambiental em um determina-
do tempo e área, como apresentado na Fi-
gura 1. Assim, o impacto ambiental resulta 
de uma atividade que não ocorreria se essa 
obra e/ou atividade não tivesse sido inicia-
da. Porém, em uma Avaliação de Impacto 
Ambiental, há uma dificuldade de se prever 
a evolução da qualidade do ambiente em 
uma área, e, para esse procedimento, acaba 
sendo levada em consideração a diferença 
entre a provável situação futura de um in-
dicador ambiental e sua situação presente. 
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental10/184
Figura 1. Representação do conceito de impacto ambiental
Fonte: Sánchez (2013, p. 29, adaptado pela autora).
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental11/184
Outro termo que vale aqui ser definido é a 
degradação ambiental, que tem uma co-
notação claramente negativa, sendo consi-
derada um impacto ambiental negativo. O 
agente da degradação ambiental é sempre 
o ser humano, pois processos naturais não 
degradam ambientes, apenas causam mu-
danças, por exemplo, as erupções vulcâni-
cas. O grau de degradação pode ser tal que 
um ambiente se recupere sozinho e espon-
taneamente, o que chamamos de resiliên-
cia, mas essa ação geralmente demanda 
tempo, o que anda bastante escasso, além 
do que, a partir de um nível de degradação, 
a recuperação torna-se inviável.
O impacto ambiental pode ser causado por: 
(1) Supressão de certos elementos ambien-
tais; (2) Inserção de certos elementos no am-
biente, como os poluentes; (3) Sobrecarga 
de fatores de estresse além da capacidade 
de suporte do meio, gerando desequilíbrio. 
Assim, vale ressaltar que a construção de 
uma rodovia não é um impacto ambiental, e 
sim uma causa de impactos ambientais.
3. Origem e Difusão da Avaliação 
de Impacto Ambiental
Nossa história não começa agora, mas, 
sim, na Revolução Industrial, ocorrida em 
aproximadamente 1760. Nesse período, 
houve uma grande transição nos métodos 
de produção, passando de artesanais (cap-
italismo comercial) para uma produção fa-
bril em escala (capitalismo industrial), com 
uma maior exploração de matéria-prima e 
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental12/184
insumos e, também, uma maior geração de 
resíduos. Como esse processo foi acelera-
do, o homem pode rapidamente começar a 
observar um desiquilíbrio ambiental, perce-
bendo assim que suas atividades alteraram 
o ambiente natural. 
Em um primeiro momento, apesar de as al-
terações no meio ambiente crescerem dia a 
dia e afetarem diretamente o equilíbrio am-
biental, a comunidade permaneceu sem dis-
cutir o assunto. Porém, aproximadamente 
200 anos mais tarde, em 1972, foi realiza-
da em Estocolmo, na Suécia, a Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
(UNCHE, do inglês Conference on the Human 
Environment). Nessa primeira conferência, 
foi redigida a Declaração de Estocolmo, que 
indica os princípios e as responsabilidades 
nas questões ambientais, surgindo assim 
todo o conceito de sustentabilidade. Ainda 
nessa conferência, foi criado o Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 
que nada mais era do que um mecanismo 
institucional para tratar questões ambien-
tais entre as Nações Unidas, com sede em 
Nairóbi, no Quênia.
Assim, os Estados Unidos foram pioneiros 
e propuseram, em 1969, uma lei da política 
nacional do meio ambiente (NEPA, do inglês 
National Environmental Policy Act), que deu 
poder aos diferentes órgãos do governo de 
aplicar essa lei conforme seus procedimen-
tos e diretrizes, e foi instituído um Consel-
ho de Qualidade Ambiental (CEQ, do inglês 
Council of Environmental Quality), que tinha 
a função de estabelecer diretrizes gerais, 
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental13/184
zelar, acompanhar e arbitrar pela correta 
aplicação da lei. 
Após a NEPA, os EUA criaram um mecanis-
mo preventivo que auxiliaria na tomada de 
decisões dos setores públicos, que instituiu 
a Avalição de Impacto Ambiental em forma 
de uma Declaração de Impactos Ambien-
tais, e os sistemas para a Avaliação de Im-
pactos Ambientais foram difundidos pelo 
mundo. Entre 1970 e 1980 países como 
Canadá, Austrália e França, entre outros, 
criaram leis para uso e aplicação da AIA. 
Em 1985, foi criada a Diretiva Europeia so-
bre AIA, o que estimulou a sua difusão pe-
los países do continente. Recentemente, a 
AIA tem representação intercontinental, 
abrangendo mais de 120 países. Em cada 
país onde a AIA é aplicada, ela é feita de uma 
forma diferente: em alguns é uma normati-
va, em outros um estatuto, em uns é apenas 
uma diretriz, porém em quase todos são os 
órgãos governamentais que devem exigir a 
AIA e permitir a implementação de um pro-
jeto.
No Brasil, na década de 1970, obras de 
grande porte, como a Usina Hidrelétrica de 
Sobradinho, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, 
entre outras com financiamento multilater-
al, já foram submetidas à Avaliação de Im-
pacto Ambiental devido a exigências dos 
bancos financiadores. Além disso, os es-
tados do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 
1975 e 1976, respectivamente, estabelece-
ram suas próprias leis de controle da polu-
ição. Porém, apenas no ano de 1981, a AIA 
foi incluída como instrumento da Política 
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental14/184
Nacional de Meio Ambiente através da Lei 
de Política Nacional do Meio Ambiente no 
6.938/81, com a criação do Conselho Na-
cional do Meio Ambiente (CONAMA).
Assim, após a criação do CONAMA, este 
órgão publicou em 1986 a Resolução CONA-
MA no 1/86, que estabeleceu as definições, 
as responsabilidades, os critérios e as dire-
trizes para a implementação e o uso da AIA. 
Além do CONAMA, em 1988, a Constituição 
Federal dedicou o artigo 225 a dispor de 
diretrizes voltadas ao meio ambiente, nas 
quais foram incluídas a obrigação do Poder 
Público de exigir a elaboração de AIA para 
instalação de obra e/ou atividade poten-
cialmente causadora de degradação ambi-
ental. E por último foi homologada a Lei do 
Estatuto da Cidade, no 10.257/01, que traz 
um quadro atualizado para a gestão urba-
na. Entre os instrumentos políticos, a lei in-
clui o estatuto prévio de Impacto Ambiental 
(EIA) e o estudo prévio de Impacto de Vizin-
hança (EIV).
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental15/184
Para saber mais
CONAMA. São atos do órgão ambiental, as formu-
lações de resoluções, monções, recomendações, 
proposições e a tomada de decisões. A resolução 
CONAMA no 1/86 prevê a preparação do Relató-
rio de Impacto Ambiental (RIMA), que deve sinte-
tizar os estudos realizados e apresentarsuas con-
clusões em linguagem acessível ao público não 
especialista. Essa resolução já foi alterada três 
vezes: (1) CONAMA no 11/86 (alterado o art 2º); 
(2) CONAMA no 5/87 (acrescentado inciso XVIII); 
(3) CONAMA no 237/97 (revogado os art. 3º e 7º).
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental16/184
Glossário
Meio ambiente: segundo a Lei Federal nº 6.938/81, art. 3º, inciso I, é o conjunto de condições, 
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a 
vida em todas as suas formas.
Poluição: palavra de origem latina, polluere, que significa profanar, manchar e sujar. Entendida 
como uma condição do entorno dos seres vivos que lhes possa ser danosa e vinculada com pa-
râmetros físico-químicos que podem ser mensurados. 
Resiliência ambiental: a capacidade de um sistema se recuperar após uma perturbação de um 
agente externo, ou seja, a capacidade de um sistema retornar a um estado de equilíbrio depois 
de uma perturbação temporária.
Antrópico: o que resulta da ação do homem sobre algo.
Questão
reflexão
?
para
17/184
Pense em seu cotidiano ou, se necessário, faça uma bus-
ca e escreva alguns exemplos de impactos ambientais 
negativos e de impactos ambientais positivos.
18/184
Considerações Finais
• Avaliação de Impacto Ambiental é um processo interdisciplinar e pode ser em-
pregada com diferentes objetivos, sendo principalmente uma ferramenta an-
tecipatória e preventiva dos efeitos da implantação de uma operação.
• A ideia de Avaliação de Impacto Ambiental surge com a definição de sustenta-
bilidade e estava anteriormente vinculada com o termo “poluição”, mas perce-
beu-se que poluição não explicava a complexidade dos problemas ambientais.
• Um impacto ambiental pode ser positivo ou negativo, e os dois devem ser pon-
derados e apontados em uma AIA, porém degradação ambiental sempre será 
entendida de forma negativa e derivada de agentes antrópicos.
• Após o surgimento da NEPA e da UNCHE, vários países difundiram e instituíram 
a AIA em suas legislações. No Brasil, ela se tornou necessária a partir da Lei no 
6.938/81, que criou o CONAMA, órgão responsável pelas resoluções ambien-
tais, e atualmente também podemos contar com a Lei no 10.257/01, que traz 
um quadro atualizado para a gestão urbana.
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental19/184
Referências
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Sistema de gestão ambiental: requisitos e 
orientações para uso – NBR ISO 14.001, 2015. 
BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, 
seus mecanismos de formulações e aplicação e dá outras providências. Diário oficial de União, 
2 set. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 
5 set. 2016.
______. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá 
outras providências. Diário oficial de União, 11 jul. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 5 set. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA 
no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação 
de impacto ambiental. Diário oficial de União, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos 
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. p. 1-13, maio 2014.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
Unidade 1 • Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental20/184
CHRISTENSEN, P.; KORNOV, L.; NIELSEN, E. H. EIA as Regulation: Does it Work? Journal of Envi-
ronmental Planning and Management, v. 48, n. 3, p.393-412, maio 2005.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.18-99, 2013. 
http://www.tandfonline.com/author/Christensen%2C+Per
http://www.tandfonline.com/author/K%C3%B8rn%C3%B8v%2C+Lone
http://www.tandfonline.com/author/Nielsen%2C+Eskild+Holm
21/184
1. A AIA é uma poderosa ferramenta para __________ e __________ os 
efeitos negativos da implementação de um empreendimento.
a) Remediar e resolver.
b) Prevenir e antecipar.
c) Fiscalizar e punir.
d) Antecipar e restaurar.
e) Reabilitar e revitalizar.
Questão 1
22/184
2. O termo Avaliação de Impacto Ambiental surgiu de outro termo que o 
antecedia. AIA foi precedido por qual dos seguintes termos?
a) Poluição, pois quando há um impacto ambiental ele está vinculado diretamente a um episó-
dio de poluição.
b) Degradação ambiental, pois sempre um impacto ambiental gera uma degradação ambien-
tal.
c) Sustentabilidade, pois somente após entender o que seria sustentável pode-se determinar a 
dimensão do que seria impacto ambiental.
d) Poluição, pois o termo não explicava a complexidade dos problemas ambientais.
e) Sustentabilidade, pois tudo que é sustentável não gera impacto ambiental.
Questão 2
23/184
3. A degradação ambiental advém de fontes:
a) Antrópicas.
b) Ambientais.
c) Ambientais e antrópicas.
d) Difusas.
e) Pontuais.
Questão 3
24/184
4. A AIA é usada para apoiar a tomada de decisão sobre a __________ de 
um projeto, fornecendo as informações sobre as prováveis consequências 
da instalação deste projeto.
a) Autorização.
b) Sustentabilidade.
c) Recuperação.
d) Viabilidade econômica.
e) Degradação ambiental.
Questão 4
25/184
5. O primeiro grande evento mundial, organizado pela ONU, sobre ques-
tões ambientais foi:
a) Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade.
b) Conferência Mundial do Clima.
c) Congresso Internacional da Unesco.
d) Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
e) Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente.
Questão 5
26/184
Gabarito
1. Resposta: B.
A Avaliação de impacto ambiental (AIA) é 
uma poderosa ferramenta para prevenir e 
antecipar os efeitos negativos da imple-
mentação de um empreendimento.
2. Resposta: D.
O termo AIA surge na década de 1970, 
substituindo e ampliando o termo de polui-
ção (década de 1950), pois percebeu-se que 
poluição não explicava a complexidade dos 
problemas ambientais e que nem sempre 
estes estavam vinculados com a emissão de 
poluentes.
3. Resposta: A.
A degradação ambiental sempre está rela-
cionada com um impacto ambiental nega-
tivo e sempre terá origem antrópica, pois 
a natureza não gera degradação, mas sim-
plesmente alterações ambientais.
4. Resposta: A.
A AIA é usada para apoiar a tomada de deci-
são sobre a autorização de um projeto.
5. Resposta: E.
O primeiro grande evento mundial, organi-
zado pela ONU sobre questões ambientais 
foi a Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente, em 1972.
27/184
Unidade 2
Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Objetivos
1. Entender a sequência lógica de even-
tos em um processo de avaliação de 
impactos ambientais.
2. Compreender o principal objetivo de 
um processo de avaliação de impacto 
ambiental e seus objetivos secundá-
rios. 
3. Conhecer os principais meios de ava-
liar, identificar e prever os impactos 
ambientais descritos na legislação 
brasileira.
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos28/184
1. Introdução
A avaliação de impacto ambiental é orga-
nizada e estruturada em diversas etapas, 
inter-relacionadas de maneira lógica e se-
quencial. A esse conjunto de atividades e 
procedimentos dá-se o nome de Processo 
de Avaliação de Impacto Ambiental,que 
tem como objetivo central analisar a via-
bilidade ambiental de uma proposta e fun-
damentar uma decisão concreta a respeito, 
podendo autorizar, inviabilizar ou modificar 
os projetos antes da sua execução. Desta 
forma, a finalidade de qualquer AIA é con-
siderar os impactos ambientais antes de se 
tomar qualquer decisão que possa acarretar 
significativamente a degradação da quali-
dade do meio ambiente. 
Para cumprir esse papel, o processo da AIA é 
regido por lei, regulamentação ou orienta-
ção específica que detalha os procedimen-
tos a serem seguidos de acordo com os tipos 
de atividades sujeitos à elaboração prévia 
de um estudo de impacto ambiental. Ainda 
que as diferentes jurisdições estabeleçam 
procedimentos de acordo com suas parti-
cularidades e legislações vigentes, qualquer 
sistema de avaliação de impacto ambiental 
deve obrigatoriamente ter um número mí-
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos29/184
nimo de componentes que definem como serão executadas certas tarefas obrigatórias. Assim, 
não se trata do processo americano, europeu ou brasileiro, mas de um processo universal, essen-
cialmente muito semelhante.
Para saber mais
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil. Em nosso país, o processo da AIA está definido 
pelas Resoluções Conama nº 1/86 e 237/97, que trazem uma lista de empreendimentos que deverão pas-
sar por um processo de AIA (listas positivas), entre eles: aeroportos, transporte metropolitano, ferrovias, 
rodovias, terminais logísticos, dutovias, linhas de transmissão, barragens e hidrelétricas, usina de açúcar 
e álcool, indústrias, mineração, aterros de resíduos, unidades de recuperação de energia termoelétrica e 
parcelamento do solo, podendo também encontrar um conjunto particular de circunstâncias legais, ad-
ministrativas e políticas complementares e específicas nos diferentes estados e cidades brasileiras.
Atualmente, a AIA é um instrumento da política pública ambiental que pode ser utilizado nos 
mais diversos setores, entre eles: nas grandes obras e projetos de engenharia, em planos, pro-
gramas e políticas públicas e, também, nos impactos de produção, consumo e descarte de bens 
e serviços. Porém, a AIA sozinha não é a solução para todas as deficiências de planejamento e/ou 
brechas legais que permitem, consentem e facilitam a degradação ambiental.
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos30/184
Assim, para que um processo de avaliação 
de impacto ambiental seja bem sucedido, é 
essencial que as pessoas envolvidas na sua 
produção e elaboração compreendam as 
implicações que a AIA terá sobre um proje-
to e, além disso, estejam dispostas a traba-
lhar de modo interdisciplinar no intuito de 
incentivar os proponentes a conceberem os 
projetos ambientalmente menos agressivos 
e formular alternativas de menor impacto, 
e não apenas apontar os impactos de cada 
projeto e julgar se estes são aceitáveis ou 
não. Vale ressaltar que, após a aprovação de 
um projeto, certos compromissos assumi-
dos pelos empreendedores e delineados no 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverão 
ser cumpridos no programa de gestão am-
biental.
Desta forma, as implicações que uma ava-
liação de impacto ambiental tem sobre um 
projeto ajudam na melhoria, na concepção, 
no planejamento e na decisão dos projetos, 
além de serem usadas como um instrumen-
to de negociação social e de gestão ambien-
tal do futuro empreendimento. Podemos ci-
tar como implicações os seguintes itens: 1) 
Retirada de projetos inviáveis; 2) Legitima-
ção de projetos viáveis; 3) Seleção de me-
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos31/184
lhores alternativas quanto à localização; 4) 
Reformulação de planos e projetos; 5) Re-
definição de objetivos e responsabilidades 
dos proponentes (ORTOLANO; SHEPHERD, 
1995, p.26).
De maneira geral, o estudo de impacto am-
biental (EIA) está dividido em três etapas 
principais: 1) A etapa inicial; 2) A etapa de 
análise detalhada e 3) A etapa pós-aprova-
ção, no caso da decisão ter sido favorável à 
implantação do projeto. Dentro de cada uma 
das três etapas de um EIA (inicial, detalhada 
e pós-operação), alguns componentes bá-
sicos devem ser apresentados, que corres-
pondem às tarefas a serem realizadas e que 
formarão, ao final, a avaliação de impacto 
ambiental. Esses componentes estão orga-
nizados e apresentados na Tabela 1. 
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos32/184
Tabela 1. Etapas de um estudo de impacto ambiental e principais componentes realizados em cada etapa
Etapas de um EIA Componentes realizados por etapa
Inicial
• Apresentação da proposta; 
• Triagem; 
• Determinação do escopo do estudo de impacto ambiental.
Análise Detalhada
• Elaboração do estudo de impacto ambiental e do relatório de impacto ambiental; 
• Análise técnica do estudo de impacto ambiental; 
• Consulta pública; 
• Decisão.
Pós-aprovação
• Acompanhamento, monitoramento e gestão ambiental; 
• Plano de desativação.
Fonte: elaborada pela autora.
Assim, neste módulo abordaremos as etapas iniciais e nos módulos seguintes a etapa de análise 
detalhada e a etapa de pós-aprovação. Sendo que as etapas iniciais têm a função de determinar 
se será necessário avaliar detalhadamente os impactos ambientais do empreendimento e, em 
caso positivo, definir o alcance e a profundidade dos estudos necessários. Como em qualquer 
processo, a próxima etapa dependerá da anterior, assim, para que o EIA seja cumprido satisfato-
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos33/184
riamente, todas essas etapas serão impor-
tantes e devem ser apresentadas dentro de 
algumas normas específicas.
Apresentação da proposta: Qualquer em-
presa, seja pública e/ou privada, ou qual-
quer outra organização, poderá apresentar 
uma proposta de implementação de uma 
nova operação, que deverá ser apresentada 
para sua análise e aprovação. Assim, deve-
-se descrever a iniciativa em linhas gerais, 
informando todos os dados do empreende-
dor, da empresa e do projeto. Dados como a 
localização e as características técnicas do 
projeto não podem ser negligenciados nessa 
etapa, e a descrição poderá também incluir 
informações sobre o consumo de recursos 
naturais ou sobre a modificação de recursos 
ambientais ou culturais significativos. 
Muitas iniciativas têm baixo potencial de 
causar impactos ambientais relevantes, en-
quanto outras serão capazes de causar pro-
fundas e duradouras modificações. A avalia-
ção prévia dos impactos somente será reali-
zada para as iniciativas que tenham poten-
cial de impacto significativo. As informações 
fornecidas nesse momento serão utilizadas 
para a triagem e devem ser suficientes para 
embasar a tomada de decisões nessa etapa. 
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos34/184
Triagem: Nesta etapa, são avaliados todos os possíveis tipos de impacto ambiental que o projeto 
proposto poderá causar e são classificados os impactos com baixo potencial e os com alto po-
tencial (impactos ambientais significativos) de causarem alterações ambientais. Trata-se então 
de selecionar entre todas as ações humanas as que serão impactantes e as que serão irrelevan-
tes. Assim, nesta etapa, avalia-se se o empreendimento necessitará de um estudo de impacto 
ambiental (EIA) para obter sua licença, ou se não será necessário este estudo. Todo projeto que 
Para saber mais
Licenciamento Ambiental. As atividades no Brasil que utilizam recursos ambientais ou que possam de-
gradar a qualidade ambiental devem obter previamente uma autorização governamental, sem a qual não 
podem nem ser construídas. Tal autorização é conhecida como licença ambiental e são exigidas a qual-
quer empreendimento. Em alguns casos,quando houver o potencial de ocorrência de impactos ambien-
tais significativos, a autoridade governamental exigirá a apresentação de um estudo de impacto ambien-
tal, assim, não serão todos os tipos de empreendimentos que terão que passar por um EIA detalhado. O 
processo de licenciamento ambiental é realizado em três fases: 1) Fase de planejamento - Licença Prévia 
(LP); 2) Fase de implantação – Licença de Instalação (LI) e 3) Fase de operação - Licença de Operação (LO) 
(Resoluções Conama 237/97).
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos35/184
cause um ou mais impactos significativos 
deverá passar por um EIA. 
Porém, existem impactos que são difíceis de 
serem mensurados como relevantes ou não, 
ou então ficam em um campo intermediá-
rio no qual não são claras as consequências 
que podem advir de determinada ação, ca-
sos em que um estudo simplificado é neces-
sário para enquadrá-los em uma das cate-
gorias. 
Desta forma, a triagem resulta em um en-
quadramento do projeto, usualmente em 
uma das três categorias: A) São necessários 
estudos aprofundados; B) Não são neces-
sários estudos aprofundados; ou C) Existe 
dúvida sobre o potencial de causar impac-
tos significativos ou sobre as medidas de 
controle. Os critérios básicos de enqua-
dramento podem ser: listas positivas, listas 
negativas, critérios de cortes, localização 
do empreendimento, recursos ambientais 
ambientalmente afetados. Por exemplo, um 
projeto de irrigação que demandará grande 
quantidade de água, se o local tem gran-
de disponibilidade de água, tal projeto não 
afetará tanto o ambiente, porém, se essa re-
gião tiver baixa disponibilidade hídrica, isso 
será um impacto ambiental significativo.
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos36/184
Determinação do escopo do estudo de impacto ambiental: Antes da realização de um EIA, 
assim como em qualquer outro processo, não se inicia apenas coletando dados aleatórios, mas 
definindo previamente os objetivos do estudo, sua abrangência e seu alcance. Por exemplo, em 
um projeto de geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis, o EIA deverá dar grande 
atenção à qualidade do ar; já em uma hidrelétrica, a qualidade do ar será tratada de maneira rá-
Para saber mais
No Brasil, a triagem é feita por meio de quatro relatórios, são eles: 1) Relatório Ambiental Simplificado 
(RAS) ou Estudo Ambiental Simplificado (EAS) - Aplicável aos projetos considerados de impacto ambien-
tal muito pequeno e não significativo, mas que pode servir de base para a exigência de um RAP, se o órgão 
ambiental considerar necessário estudos ambientais mais aprofundados. 2) Relatório Ambiental Prelimi-
nar (RAP) - Sua análise poderá levar a três caminhos: indeferimento do pedido de licença, exigência de 
apresentação de EIA e Rima, ou dispensa de apresentação de EIA e Rima; 3) Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA) - Avalia sistematicamente as consequências consideradas efetiva ou potencialmente causadoras 
de significativa degradação do meio ambiente bem como propõe medidas mitigadoras ou compensató-
rias com vistas a sua implantação e 4) Relatório de Controle Ambiental (RCA) – Acompanha e monitora o 
empreendimento, atestando o cumprimento das exigências constantes da Licença Prévia e da Licença de 
Instalação (Resoluções SMA 42/1994, 54/2004, 49/2014). 
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos37/184
pida, mas outros itens, como: qualidade das 
águas, vegetação nativa na área de inunda-
ção e a presença de populações nessa área, 
serão abordados extensamente. A etapa de 
determinação da abrangência é usualmen-
te concluída com a preparação de um docu-
mento que estabelece as diretrizes dos es-
tudos a serem executados, conhecido como 
termos de referência ou instruções técnicas. 
Desta forma, fazem parte da determina-
ção do escopo: 1) Dirigir os estudos para as 
questões relevantes; 2) Estabelecer os li-
mites de alcance dos estudos; 3) Planejar o 
levantamento de dados para o diagnóstico 
ambiental e 4) Definir as alternativas a se-
rem analisadas, sempre com o foco nos im-
pactos significativos. Assim, o escopo tor-
na-se uma ferramenta muito importante 
para organizar a coleta e a análise de infor-
mações pertinentes e relevantes, porém sua 
organização dependerá da identificação 
preliminar dos impactos prováveis, pois, se 
um impacto não é identificado, ele não será 
estudado e também não serão propostas 
medidas mitigadoras a seu respeito. 
Documentos oriundos de entidades recon-
hecidas poderão servir de referência para a 
seleção de questões relevantes, assim como 
a comunidade local afetada também pode 
ser consultada para estabelecer quais são os 
problemas e impactos percebidos por eles. 
Além disso, também há a necessidade de 
verificar se a localização do projeto estará 
inserida em uma área protegida ou em uma 
unidade de conservação ambiental, como é 
o exemplo da Mata Atlântica no Brasil. Lógi-
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos38/184
co que a experiência dos profissionais en-
volvidos no processo também auxiliará na 
delimitação do escopo do EIA.
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos39/184
Glossário
Baixo potencial impactante: é quando os impactos ambientais encontrados em um projeto 
são irrelevantes ou têm medidas amplamente conhecidas de controle dos impactos. Se regras 
gerais bastam para controlar satisfatoriamente os impactos de uma atividade, então AIA pouco 
ou nada terá para contribuir para essa decisão.
Abrangência: entende-se por alternativas tecnológicas e de localização de um projeto no le-
vantamento de diagnóstico ambiental.
Alcance: entende-se pelo nível de detalhamento de cada levantamento e as correspondentes 
análises, podendo também ser encontrado o termo profundidade.
Questão
reflexão
?
para
40/184
Agora propomos que você vá a um supermercado e 
compre todos os itens necessários para passar a sema-
na que você não tenha armazenado na sua casa. Defina 
nessa situação qual seria a apresentação de proposta, a 
triagem e a determinação do escopo dessa ida ao mer-
cado. Você anda fazendo um estudo prévio da sua ida ao 
mercado?
41/184
Considerações Finais (1/2)
• A avaliação de impacto ambiental é um processo e tem como objetivo 
principal analisar a viabilidade ambiental de uma proposta, autorizan-
do, inviabilizando ou modificando os projetos antes da sua execução. 
• Os procedimentos para a realização da AIA são regidos por lei que 
detalha todas as etapas do processo, que de maneira geral estão di-
vididos em três etapas principais: 1) Inicial; 2) Análise detalhada e 3) 
Pós-aprovação. 
• As etapas iniciais têm a função de determinar se será necessário ava-
liar detalhadamente os impactos ambientais do empreendimento e, 
em caso positivo, definir o alcance e a profundidade dos estudos ne-
cessários.
42/184
• Entre os componentes das etapas iniciais temos: 1) Apresentação da 
proposta – descreve em linhas gerais a proposta inicial; 2) Triagem 
– avaliação de todos os possíveis impactos gerados pelo empreendi-
mento e verificação de impactos significativos e 3) Determinação do 
escopo do EIA - definição prévia dos objetivos do estudo, sua abran-
gência e seu alcance.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos43/184
Referências 
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MA no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a aval-
iação de impacto ambiental. Diário oficial de União – 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
CETESB - Companhia Ambiental do Estadode São Paulo. Manual para elaboração de estudos 
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. p. 14-16, maio 2014.
CHRISTENSEN, P.; KORNOV, L.; NIELSEN, E. H. EIA as Regulation: Does it Work? Journal of Envi-
ronment Planning and Management, v. 48, n. 3, p.393-412, maio 2005.
ORTOLANO, L; SHEPHERD, A. Environmental impact assessmet: challenges and opportunities. 
Impact Assessment, v. 13, n. 1, p.3-30, 1995.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.102-179, 2013. 
SÃO PAULO. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução 
SMA no 42, de 29 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a tramitação de estudos de impacto am-
biental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_
SMA_42.pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
http://www.tandfonline.com/author/Christensen%2C+Per
http://www.tandfonline.com/author/K%C3%B8rn%C3%B8v%2C+Lone
http://www.tandfonline.com/author/Nielsen%2C+Eskild+Holm
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http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_SMA_42.pdf
Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos44/184
______. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução SMA no 
54, de 30 de novembro de 2004. Dispõe sobre os procedimentos para licenciamento ambiental. 
Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/2004_Res_SMA_54.
pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
______. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução SMA no 
49, de 28 de maio de 2014. Dispõe sobre os procedimentos para licenciamento ambiental com 
avaliação de impacto ambiental. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/res-
olucoes-sma/resolucao-sma-49-2014/>. Acesso em: 8 set. 2016.
http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/2004_Res_SMA_54.pdf
http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/2004_Res_SMA_54.pdf
http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucao-sma-49-2014/
http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucao-sma-49-2014/
45/184
1. A avaliação de impacto ambiental é organizada na forma de um/uma:
a) Impacto ambiental;
b) Equação probabilística;
c) Esquema matemático;
d) Processo;
e) Recuperação de área degrada.
Questão 1
46/184
2. O objetivo principal de uma AIA é:
Questão 2
a) Inviabilizar as propostas que façam qualquer alteração ambiental;
b) Apontar somente os impactos irrelevantes de uma operação;
c) Ser feita apenas por uma pessoa que saiba tudo sobre o empreendimento;
d) Tomar uma decisão sobre o projeto sem avaliar as questões ambientais;
e) Verificar a viabilidade ambiental de uma proposta.
47/184
3. As pessoas envolvidas na produção e elaboração da AIA devem:
Questão 3
a) Propor projetos menos agressivos e alternativas menos impactantes;
b) Ser todas de uma mesma área da ciência;
c) Julgar se os impactos de cada projeto são aceitáveis ou não;
d) Ressaltar apenas os impactos positivos do projeto;
e) Trabalhar em benefício do empreendedor do projeto.
48/184
4. O estudo de impacto ambiental (EIA) está dividido em três etapas princi-
pais, organizadas sequencialmente. São elas:
Questão 4
a) Inicial, intermediária e final;
b) Inicial, análise detalhada e pós-aprovação;
c) Análise detalhada, implementação do projeto e gestão ambiental;
d) Definição do escopo, gestão ambiental e triagem;
e) Triagem, análise técnica e gestão ambiental.
49/184
5. É na etapa de ___________ que se determina a necessidade de elabora-
ção de um EIA.
Questão 5
a) Apresentação de proposta;
b) Triagem;
c) Determinação de escopo;
d) Consulta pública;
e) Análise técnica.
50/184
Gabarito
1. Resposta: D.
A avaliação de impacto ambiental é orga-
nizada na forma de um processo, que conta 
com uma sequência lógica de etapas a se-
rem seguidas, a qual dá-se o nome de pro-
cesso de avaliação de impactos ambientais.
2. Resposta: E.
O objetivo principal da AIA é analisar a via-
bilidade ambiental de uma proposta e fun-
damentar uma decisão concreta a respeito, 
podendo nesse processo autorizar, inviabi-
lizar ou modificar os projetos antes da sua 
execução.
3. Resposta: A.
As pessoas envolvidas na produção e na 
elaboração da AIA devem propor projetos 
menos agressivos e formular alternativas 
de menor impacto ambiental, além de tra-
balharem de maneira interdisciplinar com o 
foco da degradação ambiental.
4. Resposta: B.
O estudo de impacto ambiental (EIA) está di-
vidido em três etapas principais, organizadas 
sequencialmente, que são: a etapa inicial, 
análise detalhada e a etapa de pós-aprova-
ção.
51/184
Gabarito
5. Resposta: B.
É na etapa de triagem que se determina a 
necessidade de elaboração de um estudo 
de impacto ambiental.
52/184
Unidade 3
Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental
Objetivos
1. Entender as etapas do planejamento e 
da execução de um estudo de impacto 
ambiental;
2. Compreender a importância de iden-
tificar os impactos e prever sua signi-
ficância;
3. Conhecer as principais características 
de um estudo de base e de um diag-
nóstico ambiental.
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental53/184
1. Introdução
Como já descrito, a AIA é organizada na for-
ma de um processo de avaliação de impac-
to ambiental. Sendo assim, contém diversas 
etapas. No tema 2, começamos essa abor-
dagem definindo quais seriam as etapas ini-
ciais do processo, entre elas a apresentação 
da proposta, a triagem e a determinação do 
escopo. 
Desta forma, neste módulo iremos estudar 
um dos itens que compõem a análise deta-
lhada, que é a elaboração de um estudo de 
impacto ambiental, e nos módulos seguin-
tes veremos os outros processos que se en-
quadram na análise detalhada e também 
nas etapas pós-aprovação.
Sendo o enfoque deste módulo a elabora-
ção de um estudo de impacto ambiental, e 
este, a atividade central de uma AIA, você 
deve estar imaginando que trata-se de um 
dos módulos mais importantes da disciplina 
- e de fato você está certo. Porém, todos os 
demais módulos também são importantes, 
pois, como a AIA é um processo, para que 
ela seja executada com precisão e respon-
sabilidade, ela necessitará de um bom de-
senvolvimento em todas as suas etapas.
O EIA, por ser o documento principal, nor-
malmente consome mais tempo e recur-
sos e estabelece as bases para a análise da 
viabilidade ambiental do empreendimento. 
A equipe envolvida em sua preparação de-
verá ser composta de modo interdisciplinar, 
visando determinar a extensão e a intensi-
dade dos impactos ambientais que poderá 
causar e, se necessário, propor modifica-
ções no projeto, de forma a reduzir ou, se 
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental54/184
possível, eliminar os impactos negativos. Como os relatórios que descrevem os resultados des-
ses estudos costumam ser bastante técnicos, é usual preparar um resumo escrito em linguagem 
simplificada e destinado a comunicar as principais características do empreendimento e seus 
impactos a todos os interessados, o que é previsto por lei e denominado Rima.
Para saber mais
Estudo de impacto ambiental no Brasil. Ultimamente no Brasil têm sido empregados diferentes tipos de 
estudos ambientais, entre os quais podemos citar o estudo de impacto ambiental (EIA, CONAMA 1/86) 
propriamente dito, o plano de controle ambiental (PCA, Lei 9.314/96 e CONAMA 23/94), o relatório am-
biental preliminar (RAP, SMA-SP 42/94), o relatório de controle ambiental (RCA, Lei 9.314/96 e CONAMA 
23/94) e, ainda, o plano de recuperação de áreas degradadas (Prad, Decreto Federal 97.632/89) para o 
setor de mineração e o projeto básico ambiental (PBA,CONAMA 6/87) para o setor elétrico.
Um estudo de impacto ambiental pode ser dividido em três fases principais, sendo elas: (1) Pla-
nejamento do estudo; (2) Identificação, previsão e classificação de impactos e (3) Diagnóstico 
dos impactos encontrados e estudo base. Ao final, este estudo auxiliará na tomada de decisão a 
respeito da viabilidade da obra, verificará a necessidade de medidas mitigadoras e/ou compen-
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental55/184
satórias e ajudará nas negociações entre o 
empreendedor, o governo e a população. 
Um estudo de impacto ambiental completo 
só é feito em um empreendimento de inte-
resse econômico e social que fará interven-
ções físicas no meio ambiente. Assim, com 
o EIA selecionam-se as melhores alterna-
tivas para tornar o projeto viável e susten-
tável, lembrando que, apesar de utilizar o 
método científico em sua concepção, o EIA 
não é um estudo com fins científicos, mas 
de resolução de problemas práticos, poden-
do, também, contribuir indiretamente com 
a ciência.
O EIA pode ser feito a partir de duas abor-
dagens muito distintas: (1) Exaustiva, onde 
se preza pela grande quantidade de in-
formações, ou (2) Dirigida, que é pontu-
al e preza pela qualidade das informações, 
mesmo que sua quantidade seja reduzida 
apenas aos impactos de fato significativos. 
Para saber mais
Como um EIA pode modificar um projeto? Um 
exemplo que podemos citar é a pista descenden-
te da Rodovia dos Imigrantes (SP-160), que liga 
a grande São Paulo ao porto de Santos. Após um 
estudo de impacto ambiental foi possível projetar 
um novo traçado para a rodovia, que fosse menos 
impactante e mais moderno do que o traçado ori-
ginal proposto da rodovia. 
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental56/184
A maioria das AIAs que encontramos é feita 
de modo exaustivo, porém a maneira diri-
gida parece ter melhores resultados quanto 
as medidas mitigadoras e compensatórias, 
gastando-se menos tempo e recursos, pois 
é mais eficaz analisar algumas questões em 
profundidade do que descrever generica-
mente dezenas de impactos. 
Planejamento do estudo de impacto am-
biental: Agora você deve estar se pergun-
tando por onde começar um EIA. A respos-
ta é simples, mas sua execução é bastante 
laboriosa. Primeiramente, pesquisam-se os 
dados existentes a respeito da região esco-
lhida. Se possível, pode ser feita uma visi-
ta de campo e/ou utilizar fotos ou imagens 
da área. Na sequência, deve-se entender o 
projeto. Neste momento dados do terreno, 
da forma de construção, da operação (insu-
mos/matérias-primas), dos tipos de rejeitos 
e da mão de obra empregada serão relevan-
tes. Ainda é possível consultar documentos 
técnicos e fazer entrevistas com os respon-
sáveis pelo projeto. Depois, levantam-se os 
prováveis impactos e estes são hierarquiza-
dos. 
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental57/184
Para saber mais
Questionamentos que devem ser feitos no mo-
mento do planejamento do estudo de impacto 
ambiental: (1) Quais são as informações neces-
sárias? (2) Qual é a finalidade dessas informa-
ções? (3) Como serão coletadas? (4) Onde serão 
coletadas? e (5) Durante quanto tempo e com que 
frequência serão coletadas? Lembrando que mui-
tas vezes a área de estudo pode ser significativa-
mente maior do que a do empreendimento, pois 
poderão haver impactos nas regiões vizinhas ao 
empreendimento.
Levantadas as devidas questões, é possível 
calcular o tamanho do trabalho e o número 
de horas que serão necessárias para a pro-
dução do EIA, lembrando que equipes com 
maior familiaridade com o tipo de projeto 
poderão gastar menos tempo, porém em-
preendimentos iguais em locais diferen-
tes podem gerar impactos completamente 
diferentes. Assim, quem não tem familia-
ridade ou tem dúvidas sobre os possíveis 
impactos gerados pela obra poderá consul-
tar algumas listas de verificação, não se es-
quecendo de verificar as leis específicas do 
estado ou do município, sempre evitando a 
simples compilação de dados. 
Depois de definido o tipo de informação que 
se deseja coletar, deve-se estabelecer uma 
escala de tempo e espaço (área de estudo 
e área de influência) para que o estudo não 
se torne infinito. Além disso, escolhem-se 
também os métodos de tratamento e in-
terpretação dos dados e a forma de coleta 
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental58/184
desses dados. Para isso, definem-se parâ-
metros chamados de indicadores ambien-
tais. Ao final, podem ser gerados modelos 
de previsão matemática dos impactos ou, 
se não for possível, pode-se utilizar ensaios 
em escala laboratorial ou extrapolações. 
Identificação, previsão e avaliação de im-
pactos: Com tudo planejado, é possível in-
dicar quais impactos serão efetivamente 
significativos e monitorá-los através dos 
indicadores ambientais. Na sequência, é 
possível fazer a previsão dos impactos. Para 
isso, considera-se a magnitude e a inten-
sidade desses impactos. E, por fim, é feita 
a avaliação dos impactos ambientais, que 
indicará a importância e a significância de 
cada um deles. Sabe-se que alguns impac-
tos poderão ser aceitos, desde que haja al-
guma medida para reduzi-los (medidas mi-
tigadoras) ou compensá-los (medidas com-
pensatórias).
Para isso, algumas etapas do empreendi-
mento deverão ser consideradas, entre elas: 
o planejamento, a implementação, a opera-
ção, a desativação e o fechamento.
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental59/184
Para saber o grau de relevância de cada im-
pacto e poder corrigi-lo corretamente, po-
dem ser utilizados diagramas e matrizes que 
verificam se há interação entre os impactos, 
se eles serão cumulativos e/ou sinérgicos 
e se auxiliam na seleção dos impactos sig-
nificativos. O grande desafio desta etapa, 
além da escolha dos impactos que deverão 
ser considerados, é evitar extensas compi-
lações de dados analíticos e preferir a in-
terpretação desses dados, a fim de que eles 
se tornem informações úteis na tomada de 
decisão e ajudem a entender as relações de 
causa e efeito, especialmente em casos de 
impactos cumulativos. Vale ressaltar que o 
EIA não é apenas uma descrição técnica do 
local e da vizinhança do empreendimento, 
mas, sim, uma análise científica bem funda-
mentada e crítica. Além disso, empreende-
dores que preferem fazer estudos rápidos, 
no intuito de reduzir os custos nesta etapa, 
acabam por assumir maiores custos de mi-
tigação e compensação.
Diagnóstico dos impactos e estudo base: 
Após apontar todos os impactos, tomam-se 
medidas de ordem técnica, entre elas o pla-
no de gestão destes impactos. Esse plano é 
importante, pois as medidas descritas nele 
deverão ser adotadas durante toda a vida 
do empreendimento. 
Neste momento, são propostas as medidas 
que irão evitar, atenuar ou compensar os 
impactos adversos da obra e, ainda, serão 
valorizados os impactos positivos da mes-
ma, sendo importante dirigir o estudo para 
as questões relevantes levantadas anterior-
mente. 
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental60/184
Nesta etapa, são fornecidas informações 
necessárias para a definição de programas 
de gestão ambiental, que estabeleçam uma 
base de dados para futura comparação. As-
sim, devem-se selecionar os melhores indi-
cadores ambientais, que serão constante-
mente monitorados, e projetar uma prová-
vel situação futura.
O estudo base deverá conter a descrição do 
empreendimento, cartografias, dados sobre 
o meio físico (área de exploração), meio bi-
ótico (mapeamento de biótipos) e do meio 
antrópico (saúde, cultura e patrimônio cul-
tural), todos obtidos a partir de dados pre-
viamente coletados ou coletados a partir 
dos indicadores ambientais monitorados. 
Infelizmente, a maioria dos EIAs apresenta 
diagnósticos mais descritivos do que analí-ticos, o que deverá ser evitado, pois o estu-
do não deveria se limitar à descrição técni-
ca apenas, mas, sim, incluir uma análise que 
facilite a sua compreensão.
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental61/184
Glossário
Lista de verificação: é uma lista de carácter técnico que descreve os possíveis impactos decor-
rentes de cada tipo de empreendimento, conhecido como checklist de impactos.
Indicadores Ambientais: parâmetros que devem ser monitorados em todas as etapas do em-
preendimento, no seu estudo de impacto ambiental, construção, operação e desativação, no 
intuito de indicar a qualidade do ambiente e suas modificações.
Efeitos cumulativos: entende-se por cumulativos os impactos que se somam.
Efeitos Sinérgicos: entende-se por sinérgicos os impactos que se somam ou se multiplicam.
Questão
reflexão
?
para
62/184
Vamos pensar ainda na ideia de ir ao mercado fazer as compras ne-
cessárias para a semana. Quais itens você descartaria do seu cari-
nho por gerarem um grande impacto financeiro? Qual você man-
teria mesmo havendo o impacto financeiro? Seria possível escolher 
um item que substituísse este com um custo menor? Como você 
poderia compensar os seus gastos em um produto impactante 
(caro), sem que lhe faltasse dinheiro para pagar a conta? Se você 
consegue fazer todas essas avaliações, parabéns! Você agora já 
tem uma ideia do que é um estudo de impacto ambiental. A úni-
ca diferença é que agora vamos pensar em conjunto nas questões 
ambientais, econômicas e sociais.
63/184
Considerações Finais (1/2)
• O estudo de impacto ambiental é o documento principal de uma avaliação 
de impacto ambiental. Nele são estabelecidas as bases para a análise da 
viabilidade ambiental do empreendimento;
• Um EIA pode ser dividido em três fases: (1) Planejamento do estudo; (2) 
Identificação, previsão e classificação de impactos e (3) Diagnóstico dos im-
pactos encontrados e estudo base;
• O EIA pode ser feito a partir de duas abordagens: (1) Exaustiva, onde se pre-
za pela grande quantidade de informações, ou (2) Dirigida, que é pontual 
e preza pela qualidade das informações, mesmo que sua quantidade seja 
reduzida apenas aos impactos de fato significativos;
• É possível monitorar os impactos significativos em um EIA utilizando-se in-
dicadores ambientais;
64/184
• Na elaboração do EIA poderão ser aceitos alguns impactos, desde que haja 
alguma medida para reduzi-los (medidas mitigadoras) ou compensá-los 
(medidas compensatórias);
• Nesta etapa, também são fornecidas informações necessárias para a defini-
ção de programas de gestão ambiental.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental65/184
Referências 
BRASIL. Lei no 9.314, de 14 de novembro de 1996. Altera dispositivos do Decreto-Lei no 227, de 
28 de fevereiro de 1997, e dá outras providências. Diário oficial de União, 18 nov. 1996. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9314.htm>. Acesso em: 23 set. 2016.
______. Decreto Federal no 97.632, de 10 de abril de 1989. Dispõe sobre a regulamentação do 
artigo 2º, inciso VIII, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências. Diá-
rio oficial de União, 12 abr. 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to/1980-1989/D97632.htm>. Acesso em: 23 set. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA 
no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação 
de impacto ambiental. Diário oficial de União, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA 
no 6, de 16 de setembro de 1987. Dispõe sobre o licenciamento ambiental em obras do setor de 
geração de energia elétrica. Diário oficial de União, 22 out. 1987. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=57>. Acesso em: 23 set. 2016. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9314.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D97632.htm
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http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=57
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=57
Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental66/184
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONA-
MA no 23, de 30 de dezembro de 1994. Institui procedimentos específicos para o licenciamento 
de atividades relacionadas à exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural. 
Diário oficial de União, 20 dez. 1994. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
legiabre.cfm?codlegi=164>. Acesso em: 23 set. 2016. 
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos 
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. maio 2014.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.181-288, 2013. 
SÃO PAULO. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução 
SMA no 42, de 29 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a tramitação de estudos de impacto am-
biental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_
SMA_42.pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=164
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=164
http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_SMA_42.pdf
http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_SMA_42.pdf
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1. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna em:
O estudo de impacto ambiental é ______________ para uma avaliação de impactos ambientais.
a) Pouco importante.
b) Muitas vezes desnecessário.
c) A principal atividade.
d) Facilmente substituível.
e) Inútil.
Questão 1
68/184
2. Assinale a alternativa que apresenta o principal objetivo do EIA.
a) Demandar tempo e dinheiro do empreendedor.
b) Verificar a viabilidade ambiental do empreendimento.
c) Ter uma equipe interdisciplinar.
d) Simplesmente apontar impactos significativos.
e) Ter linguagem informal para ser de amplo acesso à população.
Questão 2
69/184
3. Um EIA pode ser dividido em três fases principais. Assinale a alternativa que 
apresenta a primeira delas.
a) Planejamento do estudo.
b) Classificação dos impactos.
c) Diagnóstico dos impactos.
d) Identificação de impactos.
e) Previsão de impactos.
Questão 3
70/184
4. Assinale a alternativa correta. Alguns impactos significativos poderão ser 
aceitos, desde que:
a) Sejam desconsiderados no EIA.
b) Sejam reduzidos e/ou compensados.
c) Sejam apontados como insignificativos.
d) Sejam monitorados com indicadores ambientais.
e) Sejam previstos no plano de gestão ambiental.
Questão 4
71/184
5. Assinale a alternativa correta com relação ao que deve ser o EIA.
a) Uma descrição técnica do local.
b) Uma descrição técnica do local e da vizinhança.
c) Uma descrição rápida do local e da vizinhança.
d) Uma descrição técnica e crítica do local.
e) Uma descrição técnica e crítica do local e da vizinhança.
Questão 5
72/184
Gabarito
1. Resposta: C.
O estudo de impacto ambiental é a principal 
atividade para uma avaliação de impactos 
ambientais.
2. Resposta: B. 
O principal objetivo do EIA é verificar a via-
bilidade ambiental do empreendimento.
3. Resposta: A.
A primeira fase de um EIA é o planejamento 
do estudo.
4. Resposta: B.
Alguns impactos significativos poderão ser 
aceitos, desde que sejam reduzidos (medi-
das mitigadoras) e/ou compensados (medi-
das compensatórias).
5. Resposta: E.
O EIA deve ser uma descrição técnica e críti-ca do local e da vizinhança.
73/184
Unidade 4
Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
Objetivos
1. Conhecer e entender como funciona 
um plano de gestão ambiental;
2. Compreender como é feito o processo 
de acompanhamento pós-implemen-
tação da obra. 
3. Aprender a importância de uma aná-
lise técnica dos resultados encontra-
dos no estudo de impacto ambiental.
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais74/184
1. Introdução
No tema 2 foram abordadas as questões 
relacionadas às etapas iniciais do proces-
so de avaliação de impactos ambientais. No 
tema 3 definimos a principal parte de uma 
AIA, em sua fase de análise detalhada, que 
é o estudo de impactos ambientais. Neste 
tema, iremos abordar mais uma parte da 
análise detalhada, que é o processo de aná-
lise técnica do estudo de impacto ambien-
tal, e também a etapa pós-aprovação de um 
projeto, que é o plano de gestão ambiental 
do empreendimento. 
Análise técnica do estudo de impacto am-
biental: Após a preparação do estudo de 
impacto ambiental, é necessário que um 
corpo técnico, pertencente ao órgão gover-
namental encarregado de autorizar o em-
preendimento, avalie a qualidade do estu-
do apresentado. Caso o empreendimento 
tenha uma instituição financiadora, essa 
também poderá enviar uma equipe técnica 
para avaliar o projeto/estudo ao qual foi so-
licitado o empréstimo.
Para saber mais
Quem pode participar do processo de análise téc-
nica do EIA? Podem participar desse processo as 
empresas contratantes do estudo, as associações 
que representam o público, o ministério público, 
as agências financiadoras públicas e/ou privadas, 
as agências regulamentadoras e os órgãos gover-
namentais, este último em caráter obrigatório.
Assim, nesta etapa é avaliada a conformida-
de do EIA. Para isso, verifica-se se o estudo 
descreve adequadamente o projeto propos-
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais75/184
to, analisa-se devidamente seus impactos e 
propõe-se medidas mitigadoras capazes de 
atenuar suficientemente os impactos signi-
ficativos e negativos. Os analistas preocu-
pam-se mais com os aspectos técnicos dos 
estudos, como o grau de detalhamento do 
diagnóstico ambiental, os métodos utiliza-
dos para a previsão da magnitude dos im-
pactos e a adequação das medidas mitiga-
doras propostas.
Para a análise, o corpo técnico compara os 
termos de referência com o que foi apre-
sentado dentro do estudo. Os termos de 
referência podem ser divididos em quatro 
partes: (1) Descrição do projeto; (2) Identi-
ficação e avaliação de impactos-chave; (3) 
Considerações de alternativas e medidas 
mitigadoras ou compensatórias e (4) Co-
municação dos resultados. Além das con-
sultas aos termos de referência, o órgão 
fiscalizador poderá, também, fazer visitas a 
empreendimentos semelhantes e ao local 
de construção do empreendimento.
Um EIA torna-se quase que sem utilidade 
quando é somente descritivo e pouco ana-
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais76/184
lítico e quando defende apenas os pontos/
impactos positivos do empreendimento. 
Desta forma, o corpo técnico poderá elen-
car algumas falhas que podem ter ocorrido 
no momento do estudo, entre elas: perce-
ber que alternativas foram negligenciadas, 
medidas mitigadoras apresentadas são ge-
néricas, planos de monitoramento são su-
perficiais, houve carência de procedimentos 
técnicos para prever impactos, os impactos 
não permitem uma avaliação conclusiva, 
não teve a valorização das pessoas (popula-
ções foram consideradas como facilmente 
deslocáveis), falta de menção a alternativas 
locacionais, previsões subestimadas, im-
precisão na área atingida e na área de in-
fluência, entre outras. Parte dos problemas 
que podem ser observados nos EIA vem de 
falhas no próprio estudo, porém estas fa-
lhas também podem advir de outras partes 
do processo, como dos projetos mal elabo-
rados e de uma triagem ineficiente.
Um estudo de impacto ambiental consi-
derado satisfatório deverá apresentar um 
equilíbrio entre diagnóstico, prognóstico e 
projetos factíveis, uma atenuação dos im-
pactos adversos e uma valorização dos im-
pactos benéficos, além de ter as qualidades 
de um bom relatório técnico, e ele deverá 
se adequar às expectativas do órgão fiscali-
zador. Muitas pessoas e/ou órgãos poderão 
participar do processo de análise, porém no 
Brasil a decisão final sobre a viabilidade ou 
não de um projeto ficará a critério de um 
colegiado, que terá como base principal o 
parecer técnico elaborado com as conside-
rações públicas e técnicas. 
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais77/184
Esta etapa é necessária, pois foi percebido 
que os projetos que são de fato implemen-
tados são muito diferentes daqueles des-
critos no EIA, o que é grave em termos de 
impactos ambientais, pois os impactos pre-
vistos terão chance de serem diferentes dos 
impactos reais, causando uma dificuldade 
para a correta implantação de medidas mi-
tigadoras.
O processo de acompanhamento inclui fis-
calização, supervisão e/ou auditoria. Por 
isso, muitas vezes é chamado de processo de 
auditoria ambiental e é dividido em três par-
tes principais: (1) Monitoramento, podendo 
se fazer uso dos indicadores ambientais, (2) 
Supervisão e (3) Análise da documentação, 
Após a análise técnica e a aprovação do li-
cenciamento ambiental de um empreendi-
mento, começamos a nos preocupar com a 
etapa pós-aprovação de um projeto. Essa 
etapa é a maior em termos de tempo dentro 
de uma AIA e deverá durar por toda a vida 
útil do empreendimento e, até mesmo, após 
o seu fechamento. Para isso, são implemen-
tados processos de acompanhamento e os 
planos de gestão ambiental e desativação.
Etapa de acompanhamento: Após a apro-
vação de um projeto, devemos verificar se 
ele está sendo executado de acordo com o 
proposto. Assim, a aprovação de um EIA não 
significa que a AIA está encerrada. Desta 
forma, durante o acompanhamento serão 
avaliados os compromissos assumidos, com 
o objetivo de garantir a proteção ambiental. 
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais78/184
que deverá ser arquivada e conter todas as 
informações sobre os indicadores ambien-
tais monitorados.
A responsabilidade pelo processo de acom-
panhamento é partilhada entre o empreen-
dedor e o órgão governamental fiscaliza-
dor. São funções do empreendedor: cum-
prir as leis, observar as condições da licença 
Para saber mais
Auditoria ambiental. Para o acompanhamento 
utilizam-se ferramentas de gestão ambiental, 
monitoramento e auditoria. O processo de audi-
toria ambiental é previsto pela ISO 19.011/2002, 
que dispõe das diretrizes para auditorias de siste-
ma de gestão da qualidade e/ou ambiental.
ambiental, implantar os planos de ação e 
guardar todas as provas documentais. São 
funções do agente do governo: fiscalizar as 
exigências, impor sanções se necessário, 
validar as provas documentais e produzir e 
divulgar um parecer técnico. Durante o pro-
cesso de auditoria ambiental o mais comum 
é ter comissões mistas, formadas pelos fun-
cionários da empresa e também por funcio-
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais79/184
nários do órgão licenciador. Para ajudar no 
processo de acompanhamento, podem ser 
utilizadas ferramentas de gestão e monito-
ramento ambiental.
Monitoramento e gestão ambiental: 
Além das auditorias ambientais, durante 
toda a implantação, operação e desativa-
ção do empreendimento, este deverá ser 
acompanhado de medidas visando reduzir, 
eliminar ou compensar os impactos nega-
tivos e potencializar os positivos, conhe-
cidos como planos de monitoramento e 
gestão ambiental. Assim, gestão ambien-
tal pode ser definida como um conjunto de 
medidas técnicas e gerenciais que visam 
que o empreendimento esteja em confor-
midade com a legislação,minimizando os 
riscos ambientais. 
O plano de gestão ambiental deverá permi-
tir confirmar ou não as previsões feitas no 
estudo de impacto ambiental, verificar se 
o empreendimento atende aos requisitos 
aplicáveis e, por conseguinte, alertar para a 
necessidade de ajustes e correções. Porém, 
ele pode servir também para contribuir com 
o desenvolvimento sustentável, vindo a ser 
o diferencial entre um projeto tradicional 
e um projeto inovador. Este plano pode ser 
composto por: plano de monitoramento, 
medidas mitigadoras, medidas compensa-
tórias ou de recuperação, medidas de valo-
rização de impactos benéficos, e utiliza in-
dicadores ambientais. A AIA prevê o uso da 
gestão após a aprovação do projeto como 
uma etapa de acompanhamento.
Pode ser que em algum momento do mate-
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais80/184
rial você se pergunte se as medidas mitigadoras propostas no EIA de fato funcionam. E a respos-
ta é: só poderemos saber se elas foram eficientes, se houver um monitoramento após a implan-
tação da operação, pois, sem um monitoramento e uma avaliação, é impossível saber se elas 
darão certo, uma vez que são os erros e acertos observados nessa etapa que tornam as medi-
das mais ou menos eficazes. Assim, para monitorarmos e gerirmos adequadamente o empre-
endimento, são usadas boas práticas de gestão ambiental, conhecidas como benchmarking, ou 
balizamento, e também podemos utilizar o ISO 14.000 para nos ajudar no processo.
Para saber mais
Além do CONAMA, atualmente todos os países também contam com uma série da ISO 14.000, que é 
uma família de normas sobre gestão, desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida de um produto, 
rotulagem ambiental e integração de aspectos ambientais no desenho de produtos, que começou a ser 
desenvolvida em 1993, tendo como base vários regulamentos europeus. 
Alguns impactos podem ser previstos, mas sua ocorrência de fato é incerta, dessa forma, no 
EIA são inclusas algumas medidas voltadas a esses impactos. Utilizam-se duas estratégias de 
gerenciamento principais: 1) O plano de gerenciamento de risco e/ou 2) Plano de atendimento 
a emergências (ISO 14.001). Nesta etapa, não é necessário um grande detalhamento, mas este 
deve ser suficiente para a prevenção dos riscos possíveis. 
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais81/184
Quando houver uma emergência, seja ela 
de qualquer natureza, em uma operação, a 
capacitação humana será o diferencial. Por 
isso, em todas as empresas há exigências 
da presença de trabalhadores brigadistas, 
que passam por treinamentos, para evita-
rem e auxiliarem em um momento de risco, 
sempre com o intuito de envolver toda a co-
munidade, evitando assim a ocorrência de 
alguns impactos ou também aumentando a 
eficiência das medidas mitigadoras propos-
tas e compensando de maneira mais ade-
quada todos os danos ambientais.
Mas como poderíamos aplicar as medi-
das compensatórias? Como compensar um 
dano ambiental? A compensação deve ser 
aplicada no intuito de compensar os danos 
causados naquela área. Assim, por exemplo, 
se houver a perda de alguns hectares de flo-
resta, poderíamos compensá-los pela con-
servação, recuperação ou geração de uma 
área equivalente ou maior, em outra região 
próxima, com equivalência de habitat. Ou 
seja, a área a ser compensada tem que ser 
proporcional à área degradada. 
Apesar de parecer simples, as medidas 
compensatórias adotadas começam a ficar 
complicadas quando envolvem manejo de 
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais82/184
pessoas, pois uma indenização monetária 
é a medida mais adotada, mas nem sem-
pre é a mais justa e necessária à população. 
Muitas vezes uma medida compensatória 
é proposta, como a geração de empregos, 
porém os empregos gerados requerem uma 
formação específica que não abrange as 
pessoas da comunidade diretamente afe-
tada. Assim, deveríamos propor planos de 
capacitação de pessoal local, o que con-
tribuiria positivamente no desenvolvimen-
to sustentável da região.
De modo geral, o plano de monitoramento 
se dá em três fases principais: 1) Pré-op-
eracional, que é durante o estudo base; 2) 
Operacional, que é depois da conclusão do 
EIA, costuma ser a maior parte, e 3) Pós-op-
eracional, que seria na desativação e/ou 
fechamento do empreendimento. E deve 
apresentar em cada uma dessas etapas os 
parâmetros a serem monitorados, a local-
ização das estações de coleta, a periodici-
dade de amostragem, a forma de coleta e 
análise das amostras. Sempre monitoran-
do indicadores físicos, biológicos, sociais e 
econômicos da região.
Ainda que bem estruturado, o plano de 
gestão ambiental pode não ter o sucesso 
esperado. Isso ocorre pela dificuldade da sua 
correta aplicação, que tem que ser bem con-
duzida e não pode depender apenas de pes-
soas, e sim de toda a instituição. Assim, este 
plano deve ser incluso nas atividades da em-
presa e, se possível, serem institucionaliza-
dos para resistirem à troca de pessoal. Todas 
as pessoas envolvidas em um programa de 
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais83/184
gestão ambiental devem ter um bom conhe-
cimento do histórico de planejamento ambi-
ental e do plano de gestão atual. 
O plano de gestão ambiental é apresentado 
em um capítulo específico no EIA. Neste es-
tudo, deverão ser apontadas ao menos uma 
medida de gestão para cada impacto signif-
icativo, e o grande desafio percebido é ga-
rantir recursos financeiros e humanos para 
aplicar, com sucesso, as medidas mitigado-
ras resultantes do processo de avaliação.
Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais84/184
Glossário
Termos de referência: são extensas listas de verificação, com critérios de pontuação, utilizadas 
pelos órgãos licenciadores para avaliar a qualidade de um EIA.
Medidas mitigadoras: são medidas que viabilizam condições alternativas para prevenir, corri-
gir, compensar e potencializar os impactos ambientais positivos, reduzindo o risco de impactos 
ambientais negativos.
Medidas compensatórias: São medidas utilizadas quando é impossível mitigar o impacto (re-
duzir o impacto). Dessa forma, são aplicadas no intuito de compensar os danos causados na 
área, podendo ser feitas na região impactada ou fora dela.
Questão
reflexão
?
para
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Depois da compra feita, agora é hora de levá-la para casa e saber 
administrá-la com prudência, afinal você não pode deixar faltar 
comida para aquela festa com os amigos no próximo final de se-
mana. Assim, você precisará se organizar com base na sua lista 
(estudo de impactos ambientais) e verificar quais atitudes você 
deverá tomar (medidas mitigadoras e compensatórias) e quais 
produtos/alimentos você deverá monitorar (indicadores ambien-
tais), para saber se suas compras estão de acordo com o planeja-
do, não podendo haver nem falta e nem desperdício de recursos. 
Há algum plano de monitoramento na sua dispensa?
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Considerações Finais
• Após a realização de um EIA, um corpo técnico avaliará a qualidade do es-
tudo apresentado. Nesta etapa, verifica-se se o estudo descreve adequada-
mente o projeto, analisa-se devidamente seus impactos e propõe-se medi-
das mitigadoras capazes de atenuar os impactos significativos e negativos. 
• Após a aprovação de um projeto, verificamos se ele está sendo executado 
de acordo com o proposto. Assim, no acompanhamento serão avaliados os 
compromissos assumidos, garantindo a proteção ambiental. Essa etapa in-
clui: fiscalização, supervisão e/ou auditoria, e a responsabilidade é partilha-
da entre o empreendedor e o órgão governamental fiscalizador.
• Gestão ambiental é um conjunto de medidas técnicas e gerenciais que vi-
sam que o empreendimento esteja em conformidade com a legislação, mi-
nimizando os riscos ambientais.
• O plano de gerenciamento de risco e o plano de atendimento a emergências 
são utilizados quando

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