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Projeções Orçamentárias TEMA 3

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Projeções Orçamentárias TEMA 3
Descrição Projeção, a partir do orçamento, do resultado e da situação patrimonial no final do período considerado, e previsão do comportamento dos fluxos financeiros durante a execução orçamentária.
Propósito Elaborar demonstrações financeiras projetadas é o propósito final do processo orçamentário e é extremamente eficaz para a prevenção de revezes financeiros de uma empresa.
Objetivos Módulo 1 Demonstrações contábeis projetadas
Analisar três tipos de demonstrações contábeis: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período (exercício) e demonstração dos fluxos de caixa.
Módulo 2 Análise das demonstrações contábeis projetadas
Aplicar as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis.
1 Demonstrações contábeis projetadas Ao fim deste módulo, você será capaz de analisar três tipos de demonstrações contábeis: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período (exercício) e demonstração dos fluxos de caixa.
Primeiras palavras : Projetar as demonstrações contábeis é uma das mais relevantes aplicações da contabilidade, pois uma das grandes dificuldades “dos gestores de empresas é prever, com antecedência, quais os gastos financeiros incorridos nas atividades operacionais. A contabilidade tem uma contribuição específica (importantíssima) para tais projeções” (SOUZA, 2014, p. 251).
Além disso, ter um bom conhecimento das demonstrações contábeis é importante porque as informações delas extraídas são o principal meio de comunicação da empresa, tanto no ambiente interno quanto no externo.
Projeção das demonstrações contábeis As demonstrações contábeis projetadas são elaboradas por meio da compilação dos dados e das inter-relações entre todas as partes que compõem o orçamento, formando um ambiente informacional que permite aos gestores realizarem diversas simulações, representando uma das grandes vantagens do planejamento estratégico.
A adoção de premissas vinculadas a cenários de mercado (oferta e procura), política de crédito, política de estoque, configurações da capacidade instalada, opções de investimentos, configurações de qualidade e custo dos produtos e serviços são alguns exemplos de variáveis que podem ser simuladas.
Cada peça que compõe o orçamento traz as informações necessárias para que sejam projetadas as demonstrações contábeis. Entretanto, existem outros dados que também devem ser considerados no processo de elaboração das projeções, por exemplo (PADOVEZE, 2015):
Previsão de equivalência patrimonial./Ajustes de avaliação patrimonial./Resultados de outras receitas e despesas.
Outros resultados abrangentes./Impostos sobre o lucro./Distribuição de resultados./Saldo de caixa.
Bancos e aplicações financeiras./Saldo de impostos a recuperar./Saldo de impostos a recolher sobre lucros. /Outras contas a receber ou a realizar não objeto de orçamentos anteriores. /Outras contas a pagar não objeto de orçamentos anteriores. / Dividendos ou lucros a pagar, além das informações contidas nas peças orçamentárias.
Com base nos resultados das simulações, os gestores podem promover ajustes finos nos planos orçamentários, na perspectiva de atingir melhores resultados.
“Por meio das simulações, são geradas as condições para alterar as estratégias, senão antes dos concorrentes, pelo menos em conjunto com eles, e essa agilidade trará maior competitividade à empresa, gerando maior facilidade de adaptação no ambiente de negócios. (BERNARDINELLI et al., 2007, p. 3)
A projeção das demonstrações contábeis conclui o processo orçamentário e produz três relatórios clássicos da contabilidade: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração dos fluxos de caixa, que sintetizam e antecipam os possíveis impactos da execução dos orçamentos sobre o resultado e o patrimônio da empresa.
O gráfico 1 apresenta o esquema conceitual do processo de elaboração das demonstrações contábeis projetadas:
Gráfico 1: Projeção das demonstrações contábeis: esquema conceitual.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Deve-se observar que a projeção das demonstrações contábeis se refere ao orçamento financeiro e, portanto, envolve somente valores monetários. Ou seja, os cálculos das quantidades, os rateios e as apropriações dos custos aos produtos já foram feitos quando o orçamento operacional foi elaborado.
Vamos a um exemplo que engloba os conceitos de orçamento.
Premissas do exemplo (planejamento)
Os gestores e os investidores consideram satisfatório o histórico dos resultados operacionais que a empresa XYZ apresentou até o ano de 20XX e entendem que existe uma boa perspectiva de expansão dos negócios em decorrência de três principais fatores:
O aumento do consumo dos produtos da empresa ocorrido nos últimos três anos.
A previsão de ingresso, no mercado nacional, de um novo fornecedor do principal insumo utilizado no processo produtivo, que atualmente é importado de países asiáticos.
A sinalização de aumento dos valores dos fluxos de caixa, com boas perspectivas de capitalização e retorno sobre os investimentos.
Com base nessas perspectivas, o conselho de administração da empresa aprovou, para o ano de 20XX, a aquisição de um imóvel próprio, a ser ocupado pela própria empresa, e a substituição/modernização de todas as máquinas do parque produtivo.
Orçamento de vendas
A elaboração do orçamento de vendas é uma das etapas mais importantes do planejamento orçamentário, pois esse orçamento é a maior fonte de receitas da empresa e não se pode conceber um negócio sem vendas. O orçamento de vendas indica as bases do orçamento de produção, ou seja, determina o volume de atividade que a empresa terá durante o período a que se refere.
Premissas do exemplo
Com base no exercício financeiro de 20XX, já encerrado, estima-se que, para o período de 20XX+1 a 20XX+3, as vendas sejam anualmente incrementadas em 5,3%, 8,3% e 27% respectivamente, com destaque para o último período, que considera os efeitos decorrentes do investimento que será realizado em 20XX+2 (substituição das máquinas).
Esses percentuais foram obtidos com base em entrevistas realizadas com os integrantes das equipes de vendas, com os executivos da empresa e com analistas de mercado e já consideram um aumento médio de 4,0% a.a. nos preços, referente à variação da inflação projetada com base no Índice de Preços por Atacado (IPCA). A tabela 1 apresenta o orçamento de vendas da empresa XYZ:
	XYZ - Orçamento de vendas
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Produto / Ano
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Produto A
	1.300
	1.400
	1.500
	1.900
	Produto B
	600
	610
	680
	870
	Produto C
	500
	550
	600
	760
	Produto D
	600
	600
	550
	700
	Produto E
	800
	840
	1.000
	1.270
	Total
	3.800
	4.000
	4.330
	5.500
	Variação % anual
	-
	5,3%
	8,3%
	27,0%
Tabela 1: Orçamento de vendas XYZ.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de produção
Com base no orçamento de vendas, elabora-se o orçamento de produção, que engloba três suborçamentos:
· matérias-primas (tabela 3);
· mão de obra direta (tabela 5); e
· custos indiretos de fabricação (tabela 7).
Orçamento de matérias-primas
Normalmente, o orçamento de matérias-primas é elaborado a partir do orçamento de vendas e é iniciado com a especificação dos tipos, das quantidades e dos preços de compra das matérias-primas que compõem cada produto. A tabela 2 exemplifica a especificação do Produto A, bem como as quantidades que foram consumidas em 20XX.
	Produto A
	Especificação técnicas
	Preço unitário de compra (R$ 1,00)
	Custo unitário (R$ 1,00)
	Quantidade consumida em 20XX
	Custo total/ano (R$ 1,00)
	Tipo de matéria-prima
	Quantidade (taxa)
	Unidade de medida
	
	
	
	
	MP01
	3
	metro
	1,20
	3,60
	35.450
	127.620
	MP02
	5
	metro
	0,90
	4,50
	30.000
	135.000
	MP03
	4
	quilograma
	1,50
	6,00
	42.900
	257.400
	Total
	14,10
	-
	520.020
Tabela 2: Especificação das matérias-primas do Produto A.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Premissas do exemplo
Para o início de 20XX+2 está previstoo ingresso, no mercado nacional, de um novo fornecedor do principal insumo utilizado no processo produtivo, que atualmente é importado de países asiáticos. Com isso, prevê-se uma redução de 15% no preço do insumo, com impacto de -8% no custo médio dos produtos.
Além das matérias-primas que compõem o Produto A, os demais produtos são compostos por diversas outras matérias-primas. Dessa forma, considere que as projeções de gastos com matérias-primas (Tabela 3) representam valores gerais, derivados da consolidação de diversas considerações como preções específicos de determinados insumos e simulações feitas pelos gestores, com destaque para aqueles que atuam no setor de compras da empresa.
	XYZ - Orçamento de matérias-primas
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Produto / Ano
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Produto A
	520
	560
	550
	700
	Produto B
	240
	250
	250
	310
	Produto C
	200
	220
	220
	250
	Produto D
	180
	180
	150
	220
	Produto E
	240
	250
	280
	350
	Total
	1.380
	1.460
	1.450
	1.830
Tabela 3: Orçamento de matérias-primas.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de mão de obra direta (MOD)
No que se refere ao objetivo de preparar as demonstrações contábeis projetadas, a elaboração do orçamento de mão de obra direta consiste, basicamente, em sintetizar as estimativas dos custos referentes à força de trabalho diretamente envolvida com os processos produtivos.
A elaboração do orçamento de MOD passa por três etapas: /Estimar a quantidade de mão de obra necessária.
Projetar as taxas horária e de custos./ Calcular o custo total.
Em alguns casos, estimar os custos com MOD pode ser trabalhoso por envolver diferentes departamentos e categorias de trabalhadores, com salários e jornadas diferenciadas (noturna, fim de semana, feriados) e implicações nos cálculos.
Com o objetivo de facilitar os cálculos envolvidos no orçamento de MOD, são utilizados dois tipos de taxa:
Taxa de tempo
Representa o tempo médio que cada departamento gasta para fabricar uma unidade do produto, considerando a compilação dos tempos dos diversos processos envolvidos.
Taxa de valor
Representa, por departamento, o custo médio da hora de MOD, considerando a compilação dos custos das diferentes categorias de trabalhadores envolvidos na produção.
A tabela 4 evidencia as taxas aplicadas aos cálculos dos custos de MOD em 20XX:
	Departamento
	Taxa
	Produto A
	Produto B
	Produto C
	Produto D
	Produto E
	Corte e montagem
	Tempo
R$/hora
Custo R$
	-
-
-
	0,20
7,00
1,40
	0,50
7,00
3,50
	-
-
-
	0,80
7,00
5,60
	Pintura
	Tempo
R$/hora
Custo R$
	0,40
5,20
2,08
	0,50
5,20
2,60
	0,60
5,20
3,12
	0,40
5,20
2,08
	-
-
-
	Acabamento
	Tempo
R$/hora
Custo R$
	0,50
7,50
3,75
	0,70
7,50
5,25
	0,40
7,50
3,00
	0,80
7,50
6,00
	0,50
7,50
3,75
	Total
	Horas/minutos
Custo R$
	00:54
5,83
	01:24
9,25
	01:30
9,62
	01:12
8,08
	01:18
9,35
	Quantidade produzida
Custo total do produto com MOD
	34.700
R$ 202.301,00
	22.000
R$ 203.500,00
	20.000
R$ 192.400,00
	20.000
R$ 121.200,00
	25.000
R$ 233.750,00
	Custo total com MOD
	R$ 953.151,00
	
	
	
	
Tabela 4: Aplicação de taxas de MOD.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Repare que o valor do custo total com MOD em 20XX (R$953.151) é a base para projeção do orçamento de MOD para o período de 20XX+1 a 20XX+3 (vide tabela 5).
Repare também que, na tabela 4, os totais relativos aos tempos de produção foram convertidos do padrão decimal (base 10) para o padrão sexagesimal (base 60).
Ainda com base na tabela 4, é possível verificar que o Produto A demora 54 minutos para ser produzido e tem um custo R$5,83 de MOD; o Produto B demora 1 hora e 24 minutos para ser produzido e tem um custo R$9,25, e assim sucessivamente.
Premissas do exemplo A projeção do orçamento de MOD considerou os gastos com 45 funcionários, englobando salários, encargos sociais e benefícios. Os salários foram reajustados anualmente em 5,45%, sempre no mês de março. O percentual de reajuste tomou por base a média dos cinco últimos dissídios coletivos da categoria.
Em janeiro de 20XX+1 foi considerada a concessão de um abono de 3,5% sobre o salário e foi considerado um reajuste anual de 4,0% para os benefícios. Também foi orçada a demissão de dois funcionários em janeiro de 20XX+2 e a contratação de quatro em janeiro de 20XX+3.
Após considerar todas as variáveis envolvidas, chega-se à tabela 5, que evidencia o orçamento de MOD:
	XYZ - Orçamento de mão de obra direta (MOD)
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Produto / Ano
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Vencimentos
Salário bruto
Abono natalino
	772,00
706,50
65,50
	840,39
768,64
71,75
	847,81
774,51
73,30
	932,05
854,75
77,30
	Encargos sociais
Férias + 1/3
INSS
FGTS
	123,12
54,36
25,36
43,4
	104,14
29,23
27,63
47,28
	104,93
29,45
27,84
47,64
	110,65
31,06
29,36
50,23
	Benefícios
Auxílio alimentação
Auxílio transporte
Seguro
	58,03
42,10
11,35
4,58
	60,97
43,78
12,40
4,79
	61,43
44,11
12,49
4,83
	63,30
45,39
12,90
5,01
	Total MOD
	953,15
	1.005,50
	1.014,17
	1.106,00
Tabela 5: Orçamento de mão de obra direta.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Saiba mais
Uma questão controversa acerca da MOD é a classificação que deve ser dada aos encargos sociais. Existem duas correntes de pensamento: uma entende que os custos com encargos sociais devem ser considerados MOD porque todos os custos relacionados com pessoal devem ser incluídos; e a outra defende que esses custos sejam considerados como indiretos de fabricação porque não influenciam na natureza do trabalho executado e a inclusão desses encargos aumenta os custos administrativos de controle (SANVICENTE, 2009).
	
	
	
	Custo total
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	10,84
	13,93
	4,33
	82,04
	804,34
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	6,65
	8,55
	2,66
	50,37
	493,87
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	5,89
	7,57
	2,35
	44,57
	436,97
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	4,52
	5,81
	1,81
	34,21
	335,41
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	7,11
	9,14
	2,84
	53,81
	527,56
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	35,00
	45,00
	14,00
	265,00
	2.598,15
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Orçamento de custos indiretos de fabricação (CIF)
Quanto à possibilidade de identificação e apropriação aos produtos, os custos de fabricação se dividem em diretos e indiretos. Veja:
Custos diretos
São aqueles que podem ser apropriados com precisão aos produtos porque há uma medida objetiva de seu consumo no processo de fabricação.
Custos indiretos
Aqueles que não se consegue identificar com exatidão a que produtos pertencem e dependem de rateio para serem apropriados. O parâmetro utilizado para apropriar os CIF é o “critério de rateio”.
O orçamento de CIF é um dos mais complexos, devido à heterogeneidade dos itens envolvidos e à dificuldade para se correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção (SANVICENTE, 2009).
Para apropriar os CIF é preciso que se estabeleça um critério de rateio. Entretanto, deve-se ter em mente que, por mais preciso e bem elaborado que seja, qualquer critério de rateio adotado tem, em maior ou menor grau, certo nível de arbitrariedade.
Os rateios podem assumir determinado grau de complexidade notadamente quando são aplicados a produtos que passam por diversificadas etapas de produção em diferentes setores (departamentos).
Atenção!
Considerável parte do trabalho da contabilidade de custos é dedicada à busca de critérios de rateio que minimizem o nível de arbitrariedade na alocação dos custos, a fim de dotar os produtos do mais exato valor de custo possível. Esse custo é um dos fatores preponderantes para que se possa estabelecer os preços de venda, notadamente em mercados competitivos com estreitas margens de ganho.
Um critério bastante simplista, aqui apresentado para efeito didático, é ratear os CIF proporcionalmente ao total dos custos diretos. A tabela 6 apresenta a aplicação desse critério de rateio e sintetiza os custos dos três suborçamentos que compõem o orçamento de produção (matérias-primas, MOD e CIF) para o exercício encerrado em 31/12/20XX:
	
Custos diretos
	Custos indiretos (CIF)
	Total CIFCusto total
	Matérias-primas
	MOD
	Critério de rateio
	Aluguel do galpão
	Energia elétrica
	Manutenção
	Limpeza e conservação
	Combustíveis e lubrificantes
	Supervisores e auxiliares
	Depreciação
	
	
	
	
	Total custos diretos
	%
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Produto A
	520,00
	202,30
	722,30
	31,0%
	17,03
	25,70
	4,64
	5,57
	10,84
	13,93
	4,33
	82,04
	804,34
	Produto B
	240,00
	203,50
	443,50
	19,0%
	10,45
	15,78
	2,85
	3,42
	6,65
	8,55
	2,66
	50,37
	493,87
	Produto C
	200,00
	192,40
	392,40
	16,8%
	9,25
	13,96
	2,52
	3,03
	5,89
	7,57
	2,35
	44,57
	436,97
	Produto D
	180,00
	121,20
	301,20
	12,9%
	7,10
	10,71
	1,94
	2,32
	4,52
	5,81
	1,81
	34,21
	335,41
	Produto E
	240,00
	233,75
	473,75
	20,3%
	11,17
	16,85
	3,05
	3,65
	7,11
	9,14
	2,84
	53,81
	527,56
	Total
	1.380,00
	953,15
	2.333,15
	100,0%
	55,00
	83,00
	15,00
	18,00
	35,00
	45,00
	14,00
	265,00
	2.598,15
Tabela 6: Rateio dos CIF.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Premissas do exemplo
Com exceção da depreciação, os itens que compõem o orçamento de CIF foram anualmente reajustados em 4,0%, referentes ao IPCA médio anual previsto para o período. Em 20XX+3, os gastos com aluguel cessarão em função da aquisição de um imóvel a ser ocupado pela empresa e, no mesmo ano, está prevista também a redução dos gastos com manutenção e energia elétrica, em função da aquisição de novas máquinas. A tabela 7 apresenta o orçamento de CIF:
	XYZ - Orçamento de custos indiretos de fabricação (CIF)
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Item de CIF
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Aluguel do galpão
	55,00
	57,20
	59,49
	0,00
	Energia elétrica
	83,00
	86,32
	89,77
	87,00
	Manutenção (máquinas/equipamentos)
	15,00
	15,60
	16,22
	14,00
	Limpeza e conservação
	18,00
	18,72
	19,47
	20,25
	Combustíveis e lubrificantes
	35,00
	36,40
	37,86
	39,37
	Supervisores e auxiliares
	45,00
	46,80
	48,67
	50,62
	Depreciação
	14,00
	15,00
	18,00
	20,00
	Total
	265,00
	276,04
	289,48
	231,24
Tabela 7: Orçamento de custos indiretos de fabricação.
Orçamento de produção consolidado
Somando-se os custos com matérias-primas (MP) e mão de obra direta (MOD) com os custos indiretos de fabricação (CIF), obtém-se o custo total do orçamento de produção, conforme apresentado na tabela 8:
	Orçamento de produção
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Tipo de custo / Ano
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	MP
MOD
CIF
Total
	1.380,00
953,15
265,00
2.598,15
	1.460,00
1.005,50
276,04
2.741,54
	1.450,24
1.014,17
289,48
2.753,89
	1.830,00
1.106,00
231,24
3.167,23
Tabela 8: Orçamento de produção.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Orçamento de despesas
O orçamento de despesas inclui a previsão de todos gastos necessários para a gestão e o funcionamento da empresa, exceto aqueles referentes às operações de produção. Trata-se de um orçamento amplo, que normalmente é elaborado por departamento e com a participação de todos os gestores.
Os itens que compõem o orçamento de despesas são predominantemente fixos, pois não estão vinculados aos volumes de produção.
O orçamento de despesas é parte integrante do orçamento operacional e inclui quatro diferentes grupos de despesas de mesma nat
Despesas administrativas /Despesas comerciais // Despesas tributárias // Despesas financeiras
Despesas administrativas Aluguel; celular; internet; energia elétrica; água; limpeza; segurança; salários, encargos e benefícios do pessoal administrativo (auxílios alimentação, refeição e transporte) etc.
Despesas comerciais ; Esse orçamento está intimamente ligado ao orçamento de vendas e pode ser subdividido em dois subgrupos:
Despesas de vendas Publicidade; divulgação; brindes; diárias e passagens; assessoria de imprensa; salários e comissões de vendedores etc.
	 
 E
Despesas de distribuição Combustível e lubrificantes; manutenção de veículos; depreciação de veículos; salários e encargos; fretes; seguros etc.
Despesas tributárias Impostos e taxas em geral.
Despesas financeiras Juros, multas e taxas bancárias.
Premissas do exemplo
As projeções das despesas administrativas de vendas acompanharam o incremento anual das vendas no período, que foi de 5,3%, 8,3% e 27%, respectivamente. Entretanto, a partir do exercício de 20XX+3, o crescimento das despesas administrativas foi suavizado em função do investimento feito na aquisição de um imóvel que será ocupado pela empresa e acarretará a cessação do pagamento dos aluguéis.
A projeção das despesas de vendas não incidiu sobre o item depreciação, calculado em função da vida útil das máquinas e equipamentos, tampouco sobre a inadimplência, estimada em 2% do volume anual de vendas. Com o financiamento, estima-se um aumento de 25% das despesas financeiras a partir de 20XX+2. Considerando-se todas as premissas, chega-se ao orçamento de despesas apresentado na tabela 9:
	Orçamento de despesas
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Despesa
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Despesas administrativas
	150,00
	157,96
	170,53
	168,51
	Aluguel
	18,00
	18,95
	19,70
	-
	IPTU
	2,80
	2,95
	3,19
	3,58
	Celular e internet
	5,40
	5,69
	6,46
	6,90
	Energia elétrica
	8,40
	8,85
	9,58
	10,73
	Água
	4,30
	4,53
	4,90
	5,40
	Limpeza
	8,20
	8,63
	9,35
	10,47
	Segurança
	16,90
	17,80
	19,27
	21,59
	Salários
	37,00
	39,00
	42,40
	48,03
	Encargos sociais
	10,00
	10,50
	11,20
	12,00
	Refeição
	21,00
	22,11
	23,95
	26,82
	Transporte
	18,00
	18,95
	20,53
	22,99
	Despesas comerciais
	216,00
	227,55
	250,22
	291,82
	Despesas de vendas
	142,30
	149,81
	162,72
	187,79
	    Publicidade
	19,80
	20,85
	22,58
	25,29
	    Eventos de divulgação
	9,50
	10,00
	10,83
	12,13
	    Diárias e passagens
	11,30
	11,90
	12,89
	14,43
	    Assessoria de imprensa
	8,70
	9,16
	9,92
	11,09
	    Salários e comissões
	28,80
	30,30
	32,85
	41,70
	    Encargos sociais
	7,20
	7,60
	8,20
	10,40
	    Inadimplência
	57,00
	60,00
	65,45
	72,75
	Despesas de distribuição
	73,70
	77,74
	87,50
	104,03
	    Combustível e lubrificantes
	15,00
	15,80
	17,11
	22,00
	    Manutenção de veículos
	5,60
	5,90
	6,39
	7,15
	    IPVA
	2,50
	2,63
	2,85
	3,19
	    Depreciação de veículos
	1,80
	2,02
	2,50
	3,20
	    Salários
	26,80
	28,04
	30,01
	33,79
	    Engcargos sociais
	6,00
	6,50
	7,40
	8,10
	    Fretes
	12,00
	12,64
	16,68
	20,00
	    Seguros
	4,00
	4,21
	4,56
	6,60
	Despesas tributárias
	426,00
	443,58
	485,84
	616,00
	Simples Nacional
	426,00
	443,58
	485,84
	616,00
	Despesas financeiras
	54,00
	56,92
	71,41
	97,67
	Juros
	45,00
	47,39
	61,15
	86,65
	Multas
	7,00
	7,42
	7,98
	8,50
	Taxas
	2,00
	2,11
	2,28
	2,52
	Total
	846,00
	886,00
	978,00
	1.174,00
Tabela 9: Orçamento de despesas.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Orçamento de capital O orçamento de capital está intimamente relacionado ao planejamento estratégico de longo prazo, pois envolve decisões de investimentos com valores expressivos que agregam elementos ao ativo permanente, tendem a aumentar a capacidade produtiva e a competitividade, bem como influenciam os fluxos de caixa e os demais orçamentos, produzindo efeitos que podem se estender por muitos exercícios financeiros.
Atenção!
Em ambientes competitivos, muitas vezes os gestores têm que alterar a estratégia de atuação da empresa em função de mudanças no ambiente.
Para implementar tais alterações, normalmente é necessário que sejam realizados investimentos que impactam o capital de giro e a estrutura que garante a liquidez.
Nessa perspectiva, a decisão de investir em ativos permanentes se contrapõe à manutenção do nível de liquidez, pois imobilizar ativos tende a reduzir a solvência a curto e médio prazos.
Por envolver valores expressivos, influenciar o nível de liquidez e produzir efeitos de longo prazo, as opções de investimentos em ativos permanentes são avaliadas por meio de técnicas como payback descontado, taxa interna de retorno e valor presente líquido.
Premissas do exemplo 
Alinhado com o planejamento estratégico delongo prazo, no orçamento de investimentos foram incluídos recursos para aquisição, no ano de 20XX+2, de um imóvel que será ocupado pela empresa e de um conjunto de novas máquinas que substituirá o atual.
Os gestores esperam que a partir de 20XX+3 os investimentos aumentem em 15% o volume de vendas. Os investimentos serão realizados por meio de financiamento bancário. A tabela 10 apresenta os investimentos orçados para o período 20XX a 20XX+3:
	Orçamento de investimentos
20XX a 20XX+3 (em R$ mil)
	Item
	Realizado
	Projetado
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Imóvel
Máquinas
	
	750,00
450,00
Tabela 10: Orçamento de investimentos.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Elaboração das demonstrações contábeis projetadas
Estando prontos os orçamentos projetados, o passo seguinte é projetar a DRE, o balanço patrimonial e a demonstração dos fluxos de caixa.
Demonstração do resultado do período (exercício) projetada
A demonstração do resultado do período, comumente chamada de demonstração do resultado do exercício (DRE), engloba todas as receitas e os gastos incorridos pela empresa no período a que se refere, normalmente um ano, e é elaborada no final do exercício financeiro.
A demonstração do resultado orçada (DRO) nada mais é do que uma projeção da DRE. Entretanto, há uma diferença fundamental entre as duas, pois enquanto a DRE mostra o que aconteceu (realizado), a DRO evidencia o que deverá acontecer em decorrência da execução dos planos orçamentários (previsto).
Mais do que uma obrigação imposta pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) para as organizações brasileiras que possuem acionistas, a elaboração da demonstração do resultado do exercício é uma necessidade das empresas em geral, pois sua estrutura permite conhecer, de forma clara e objetiva, qual foi o resultado obtido pela empresa em determinado período.
A tabela 11 (com valores em R$ mil) apresenta a DRE do exercício de 20XX e as DRO para os três exercícios compreendidos entre os períodos de 20XX+1 a 20XX+3, indicando as fontes das quais os dados foram extraídos.
	Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	Item
	Fonte
	DRE
	DRO
	
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	RECEITA BRUTA DE VENDAS
	Tab. 1
	3.800,00
	4.000,00
	4.330,00
	5.500,00
	(-) Tributos sobre vendas
	Tab. 9
	426,00
	443,58
	485,84
	616,00
	= RECEITA LÍQUIDA
	
	3.374,00
	3.556,42
	3.844,16
	4.884,00
	(-) Custos dos produtos vendidos
	Tab. 8
	2.598,15
	2.741,54
	2.753,89
	3.167,23
	= RESULTADO BRUTO
	
	775,85
	814,88
	1.090,27
	1.716,77
	(-) Despesas de vendas e distribuição
	Tab. 9
	216,00
	227,55
	250,22
	291,82
	(-) Despesas administrativas
	Tab. 9
	150,00
	157,96
	170,53
	168,51
	(-) Despesas financeiras líquidas
	Tab. 9
	54,00
	56,92
	71,41
	97,67
	= RESULTADO OPERACIONAL
	
	355,85
	372,46
	598,11
	1.158,77
Tabela 11: DRE 20XX - DRO 20XX+1 a 20XX+3.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Demonstração dos fluxos de caixa
A projeção dos fluxos de caixa é uma importante atividade que, com maior ou menor nível de formalização, é realizada pela maioria das empresas. Essa projeção tem como principal objetivo prever os efeitos que a execução do orçamento pode causar sobre a liquidez da empresa e indicar o ritmo de sincronização que deve ser mantido entre os desembolsos e os ingressos de recursos no caixa, para que haja equilíbrio financeiro.
Um fluxo de caixa bem projetado é capaz de impedir que ocorram insuficiências e excessos de recursos financeiros, um aspecto fundamental da boa gestão empresarial, pois a falta ou o excesso de recursos em caixa são duas situações diametralmente opostas que podem provocar adversidades e perdas às organizações.
Atenção!
É por intermédio da gestão do orçamento de caixa que as empresas conseguem liquidar suas operações, conduzir suas estratégias e determinar o rumo dos negócios.
De forma objetiva, projetar o fluxo de caixa consiste em estimar os valores e os momentos em que ocorrerão as entradas e as saídas de caixa, promovendo a compatibilização entre o regime contábil de competência, característico do orçamento, e o regime de caixa.
Premissas do exemplo
O saldo inicial de 20XX refere-se ao valor final disponível apresentado no balanço patrimonial encerrado em 31/12/20XX-1, que não faz parte do escopo do exemplo. Os recebimentos de clientes consideram uma inadimplência de 2%.
Em 20XX+2 foi feita uma distribuição de lucros no valor de R$1,2 milhão e, no mesmo ano, foram registradas duas entradas extraordinárias: uma de R$375 mil referente à venda das máquinas que foram substituídas por novas; e outra, no valor de R$1,2 milhão, referente ao empréstimo bancário contratado para compra do imóvel e das máquinas. Ainda em 20XX+2 foi registrada uma saída de R$1,2 milhão referente ao pagamento do imóvel e das máquinas.
Finalmente, no ano de 20XX+3, observa-se um aumento do item financiamento, em função do início da amortização do empréstimo contratado para compra do imóvel e das máquinas. A tabela 12 (valores em R$ mil) apresenta o fluxo de caixa da empresa XYZ:
	Demonstração dos fluxos de caixa - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	Despesa
	Fonte
	Realizado
	Projetado
	
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	SALDO INICIAL
	
	150
	430
	722
	559
	ENTRADAS
	
	3.724
	3.920
	5.818
	5.390
	Recebimento de clientes
	Tab. 1
	3.724
	3.920
	4.243
	5.390
	Venda das máquinas
	Premissa
	-
	-
	375
	-
	Financiamento
	Tab. 10
	-
	-
	1.200
	-
	SAÍDAS
	
	3.444
	3.628
	5.982
	4.491
	Gastos operacionais
	Tab. 8
	1.645
	1.736
	1.740
	2.061
	Folha de pagamento
	Tab. 8
	953
	1.006
	1.014
	1.106
	Despesas administrativas
	Tab. 9
	150
	158
	171
	169
	Despesas comerciais
	Tab. 9
	216
	228
	250
	292
	Despesas tributárias
	Tab. 9
	426
	444
	486
	616
	Despesas financeiras
	Tab. 9
	54
	57
	71
	98
	Financiamento
	Tab. 9
	-
	-
	50
	150
	Compra imóvel e máquinas
	Tab. 10
	-
	-
	1.200
	-
	Distribuição de lucro
	Planejamento
	-
	-
	1.000
	-
	TOTAL
	
	430
	722
	559
	1.458
Tabela 12: Demonstração dos fluxos de caixa.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial (BP) é uma demonstração contábil que tem como finalidade evidenciar, quantitativa e qualitativamente, o patrimônio e o patrimônio líquido de uma empresa em determinada data. Funciona como se fosse uma “fotografia” do conjunto de bens, direitos e obrigações que uma empresa tem em determinado instante.
Por isso, dizemos que o BP é uma demonstração estática.
Além de ser uma exigência legal, o BP é uma importante ferramenta de análise gerencial que permite:
Saber a posição financeira e patrimonial de uma empresa em um determinado momento.
Conhecer as fontes dos recursos que financiam a empresa.
Fornecer informações relevantes para as partes interessadas no negócio da empresa.
Conhecer o tamanho da entidade (pequena, média ou grande).
Identificar a parte do patrimônio que pertence aos proprietários.
Identificar a parte do patrimônio que pertence a terceiros.
Saiba mais
Embora, comumente, o balanço patrimonial seja relacionado às empresas, esse tipo de demonstração pode se referir a qualquer entidade a que possa ser associado um patrimônio, por exemplo, organizações não governamentais, pessoas físicas, fundações, autarquia etc.
O BP é constituído por duas partes. A primeira é composta pelo ativo (bens e direitos); e a segunda pelo passivo (obrigações) e pelo patrimônio líquido (diferença entre o ativo e o passivo).
As contas que compõem o BP são classificadas e ordenadas visando facilitar a interpretação e a análise dos elementos patrimoniais, por parte dos usuários que têm interesse na situação econômica e financeira da empresa.
Premissas do exemplo
	XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	ATIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	PASSIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	ATIVO CIRCULANTE
	1.673
	2.032
	2.316
	3.688
	PASSIVO CIRCULANTE
	613
	542
	660
	678
	Disponibilidades
	430
	722
	559
	1.458
	Fornecedores
	345
	365
	363
	458
	Contas a receber (clientes)
	633
	667
	1.083
	1.375
	Empréstimos bancários
	120
	60
	60
	0
	Estoques610
	643
	675
	855
	Parcelamento impostos
	90
	60
	177
	147
	    Matérias-primas
	230
	243
	242
	305
	Encargos sociais
	23
	20
	20
	22
	    Produtos acabados
	380
	400
	433
	550
	Imposto a pagar
	36
	37
	40
	51
	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	510
	493
	1.315
	1.289
	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	290
	318
	1.164
	1.271
	Imobilizado
	510
	493
	1.315
	1.289
	Empréstimos bancários
	180
	238
	1.104
	1.231
	    Veículos
	120
	118
	115
	113
	Parcelamento impostos
	110
	80
	60
	40
	    Máquinas e equipamentos
	390
	375
	450
	441
	PATRIMONIO LÍQUIDO
	1.280
	1.665
	1.807
	3.028
	    Imóveis
	-
	-
	750
	735
	Capital social
	864
	877
	584
	584
	
	
	
	
	
	Reservas de capital
	60
	60
	60
	60
	
	
	
	
	
	Reserva de lucro
	356
	728
	1.163
	2.384
	TOTAL DO ATIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
	TOTAL DO PASSIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
São muitas as considerações acerca do BP.
Do ativo
As disponibilidades foram baseadas nos fluxos de caixa e levaram em conta uma inadimplência média de 2% (tabela 12).
O contas a receber teve origem nas vendas e considerou um prazo médio de recebimento de 60 dias (tabela 1).
O estoque de matérias-primas considerou um giro de 60 dias e foi baseado no orçamento de consumo (tabela 3).
Considerou-se que, em média, o estoque de produtos acabados corresponde a 10% dos produtos destinados à venda (tabela 1).
Considerou-se que o ativo imobilizado sofre uma depreciação em torno de 2 e 3% a.a., com pequenas variações, cabendo registrar que em 20XX+2 a empresa substituiu suas máquinas e adquiriu um imóvel para uso próprio (tabela 10).
Do passivo
A obrigação para com fornecedores considera um prazo médio de pagamento de 60 dias e foi calculado com base no orçamento de consumo de matérias-primas (tabela 3). Tabela 13: Balanço patrimonial. Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Questão 1
O orçamento traz as informações necessárias para que sejam projetadas as demonstrações contábeis. Entretanto, existem outros dados que também devem ser considerados no processo de elaboração das projeções, como
RESP: A DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS
EXPLICAÇÃO : Os dados das demonstrações contábeis divulgadas pelos concorrentes não são considerados no processo de elaboração das demonstrações contábeis projetadas, tampouco a política social do país em que elas estão sendo elaboradas. Entretanto, a distribuição de resultados é uma informação que não consta do orçamento, mas deve ser considerada na elaboração das projeções, pois reduz o nível de liquidez da empresa, com reflexos na demonstração dos fluxos de caixa e no balanço patrimonial.
Questão 2
Entre as alternativas a seguir, assinale a que melhor relata os efeitos da falta ou do excesso de recursos em caixa, duas situações diametralmente opostas.
RESP: FALTA DE DINHEIRO NO CAIXA PODE LEVAR A REDUÇÃO DA LIQUIDEZ E O EXCESSO PODE LEVAR A PERDA DE OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTOS E CAUSAR DESVALORIZAÇÃO DO DINHEIRO
EXPLICAÇÃO As boas práticas de gestão das disponibilidades financeiras recomendam que o saldo mantido em caixa deve ser o menor possível. Ou seja, não deve haver falta nem excesso de dinheiro no caixa. Quando falta dinheiro no caixa, há redução do nível de liquidez, o que faz com que a empresa procure fontes de financiamento. Além disso, nessa situação, quase sempre ocorrem atrasos nos pagamentos, acarretando juros e multas. Quando há excesso de dinheiro no caixa, sem utilização, a empresa normalmente perde oportunidades de realizar investimentos que poderiam melhorar o resultado; há também a redução do poder aquisitivo do dinheiro, principalmente em economias com inflação elevada.
2 Análise das demonstrações contábeis projetadas
Ao fim deste módulo, você será capaz de aplicar as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis.
Primeiras palavras
Estando prontas as demonstrações contábeis projetadas, os gestores se dedicam a analisá-las, visando atenuar os riscos e as incertezas das decisões. Tal ação de análise, sob o ponto de vista da administração científica, instrumentaliza tecnicamente o processo de tomada de decisões.
A análise das demonstrações financeiras constitui um dos estudos mais importantes da administração financeira e desperta enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa, como para os diversos segmentos de analistas externos.(ASSAF NETO, 2021, p. 77)
Dominar as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis é um diferencial fundamental na formação de profissionais que atuam ou pretendem atuar em áreas direta ou indiretamente relacionadas à contabilidade, como é o caso da área orçamentária.
Principais técnicas de análise das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis projetadas antecipam para os gestores uma visão dos resultados do negócio, permitindo que sejam realizadas avaliações e alterações anteriores à implementação dos orçamentos, visando atingir os resultados planejados. Nessa perspectiva, as demonstrações contábeis assumem especial importância, principalmente porque sinalizam, entre outros aspectos, as expectativas da evolução patrimonial e do retorno que será obtido em decorrência dos investimentos realizados na empresa.
De acordo com Ribeiro (2018), a tarefa do analista contábil começa quando termina a tarefa do contador, sendo que o processo de análise se inicia a partir das demonstrações contábeis, das quais o analista coleta dados para calcular indicadores, que serão posteriormente interpretados.
O analista de demonstrações contábeis não é vidente nem adivinho. O que ele faz é analisar dados concretos, aplicando fórmulas, de acordo com sua experiência contábil, e, a partir disso, é capaz de avaliar o presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos últimos períodos analisados. (RIBEIRO, 2018, p. 4)
Para analisar as demonstrações contábeis podem ser utilizadas algumas técnicas, por exemplo: relação custo, volume e resultado; análise vertical; análise horizontal; e análise de indicadores (índices).
Análise da relação custo / volume / resultado (CVR)
A análise custo/volume/resultado (CVR), também chamada de custo/volume/lucro (CVL) é uma técnica que possibilita a compreensão da relação existente entre os produtos, seus custos, o volume produzido e o resultado, gerando informações de interesse dos gestores da empresa, do investidor e do mercado em geral.
Em mercados competitivos, calcular e controlar custos ganha relevância, o que faz com que as empresas dediquem especial atenção à gestão de custos que, nesse contexto, ficam sendo uma das variáveis com maior poder de manipulação.
Para lidar com a gestão de custos, a CVR apresenta-se como uma técnica eficiente e prática que pode ser utilizada por qualquer empresa, possibilitando que os gestores tenham uma compreensão dos efeitos que o mercado pode causar sobre a sua produção (FIORIN; BARCELLOS; VALLIN, 2014).
A análise CVR está diretamente relacionada à intenção que as empresas normalmente têm de produzir o volume máximo que o mercado é capaz de absorver dos produtos, observando a capacidade instalada disponível e os custos envolvidos, tendo como objetivo maximizar o retorno sobre o capital investido — o resultado.
De forma objetiva, o uso da técnica CVR traduz-se no cálculo do ponto de equilíbrio, cujo uso pode aumentar sensivelmente o entendimento e a utilidade de estimativas e procedimentos orçamentários, fornecendo informações valiosas para vários tipos de decisões administrativas (WELSCH, 1985).
Um importante conceito relacionado ao cálculo do ponto de equilíbrio é o de margem de contribuição. Trata-se de um dos mais importantes indicadores, pois apresenta o valor destinado à cobertura dos custos fixos.
A margem de contribuição é representada pela diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e das despesas variáveis, e pode ser calculada para cada unidade ou no total.
Por unidade, a margem de contribuição reflete a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis unitários do produto. A margem de contribuição total é o resultado da multiplicaçãoda margem de contribuição unitária pela quantidade vendida.
A margem de contribuição (MC) é calculada por meio da seguinte fórmula: MC = Valor das vendas - (Custos variáveis + Despesas variáveis)
Existem três diferentes tipos de ponto de equilíbrio:
· contábil (PEC); // financeiro (PEF); e /// econômico (PEE).
Ponto de equilíbrio contábil (PEC)
O ponto de equilíbrio representa o momento no qual as receitas totais se igualam aos gastos totais. Acima desse ponto há lucro e abaixo, prejuízo operacional (ASSAF NETO, 2021). O PEC considera os dados decorrentes dos registros oficiais da empresa.
O ponto de equilíbrio contábil (PEC) é calculado por meio da seguinte fórmula:
PEC = CUSTOS E DESPESAS FIXAS ( DIVIDIDO) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Ponto de equilíbrio financeiro (PEF)
O ponto de equilíbrio financeiro não considera nos cálculos os itens de gastos que não geram desembolso, como a depreciação, a amortização e a exaustão que diminuem o patrimônio, mas não geram saída do caixa.
Por excluir das despesas e dos custos fixos os valores que não representaram saídas de recursos do caixa, o ponto de equilíbrio financeiro é atingido com volumes de produção e vendas menores que os necessários para atingir os outros dois pontos de equilíbrio: contábil e econômico.
[...] ocorre de nem sempre os custos e despesas fixos serem desembolsáveis, como é o caso das depreciações. Assim, pode ocorrer de, mesmo debaixo do Ponto de Equilíbrio contábil, ser possível à empresa arcar com seus encargos que exigem desembolso. Tem-se aí o Ponto de Equilíbrio financeiro. (ASSAF NETO, 2021, p. 203)
O ponto de equilíbrio financeiro (PEF) é calculado por meio da seguinte fórmula:
PEF = ( CUSTOS FIXOS + DESPESAS FIXAS ) – CUSTOS E DESPESAS NÃO DESENVOLVIDAS
Ponto de equilíbrio econômico (PEE)
O ponto de equilíbrio econômico considera o retorno mínimo desejado pela empresa, representado pelo custo de oportunidade do investimento feito, ou seja, um lucro mínimo que compense o investimento realizado (ASSAF NETO, 2021).
O ponto de equilíbrio econômico (PEE) é calculado por meio da seguinte fórmula:
PEE = ( CUSTOS FIXOS + DESPESAS FIXAS ) + RETORNO ESPERADO
Exemplo de aplicação de CVR
A relação CVR envolve os conceitos volume e custos, fixos e variáveis, e sua aplicação pode ser mais bem representada por meio de um exemplo simplificado.
A empresa XYZ tem uma capacidade de produzir 150 mil unidades. A DRE projetada para o exercício financeiro de 20XX indica os valores apresentados na tabela 14, e o diretor comercial deseja saber o ponto de equilíbrio e os potenciais de lucro e prejuízo:
	Previsões
	(+) Receita bruta com vendas (100.000 unidades a R$ 40 cada)
	4.000.000
	(-) Custos e despesas
	Fixos
	Variáveis
	
	    Matéria-prima direta
	
	900.000
	
	    Mão de obra direta
	
	600.000
	
	    Custos indiretos de fabricação
	500.000
	700.000
	
	    Despesas com venda
	200.000
	550.000
	
	    Outras despesas
	100.000
	250.000
	
	Total
	800.000
	3.000.000
	3.800.000
	Resultado operacional
	
	
	200.000
Tabela 14: Custos e despesas
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Volume (quantidade)
	Receita R$
	Cust. + Desp. Variáveis
	Cust. + Desp. Fixos
	Cust. + Desp. Totais R$
	Resultado R$
	0
	0
	0
	800.000,00
	800.000,00
	-800.000,00
	10.000
	400.000,00
	300.000,00
	800.000,00
	1.100.000,00
	-700.000,00
	20.000
	800.000,00
	600.000,00
	800.000,00
	1.400.000,00
	-600.000,00
	30.000
	1.200.000,00
	900.000,00
	800.000,00
	1.700.000,00
	-500.000,00
	40.000
	1.600.000,00
	1.200.000,00
	800.000,00
	2.000.000,00
	-400.000,00
	50.000
	2.000.000,00
	1.500.000,00
	800.000,00
	2.300.000,00
	-300.000,00
	60.000
	2.400.000,00
	1.800.000,00
	800.000,00
	2.600.000,00
	-200.000,00
	70.000
	2.800.000,00
	2.100.000,00
	800.000,00
	2.900.000,00
	-100.000,00
	80.000
	3.200.000,00
	2.400.000,00
	800.000,00
	3.200.000,00
	-
	90.000
	3.600.000,00
	2.700.000,00
	800.000,00
	3.500.000,00
	100.000,00
	100.000
	4.000.000,00
	3.000.000,00
	800.000,00
	3.800.000,00
	200.000,00
	110.000
	4.400.000,00
	3.300.000,00
	800.000,00
	4.100.000,00
	300.000,00
	120.000
	4.800.000,00
	3.600.000,00
	800.000,00
	4.400.000,00
	400.000,00
	130.000
	5.200.000,00
	3.900.000,00
	800.000,00
	4.700.000,00
	500.000,00
	140.000
	5.600.000,00
	4.200.000,00
	800.000,00
	5.000.000,00
	600.000,00
	150.000
	6.000.000,00
	4.500.000,00
	800.000,00
	5.300.000,00
	700.000,00
Tabela 15: Evolução da relação custo/volume/resultado.
por: Cristóvão Marinho.
Gráfico 2: Relação custo/volume/lucro.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Na tabela 15, é possível observar que, quando a empresa produzir e vender 80 mil unidades, o valor das receitas será de R$3,2 milhões e se igualará ao valor dos custos e despesas (R$3,2 milhões), gerando um resultado nulo. Esse é o ponto de equilíbrio contábil!
O potencial de prejuízo está na faixa entre R$10 se a quantidade produzida e vendida for de 79.999 unidades (uma unidade abaixo do ponto de equilíbrio) e R$800 mil se nenhuma unidade for produzida e vendida.
• Receita = R$40 x 79.999 un. = R$3.199.960
• Custo e despesa variável unitário = R$3.000.000 ÷ 100.000 un. = R$30
• Custo e despesa variável total = R$30 x 79.999 un. = R$2.399.970
• Custos e despesas fixos = R$800.000
• Receita – Custos e despesas = R$3.199.960 - R$2.399.970 - R$800.000 = - R$10
Sob a ótica gerencial, os gestores devem avaliar se o retorno satisfaz as expectativas dos investidores diante do capital investido (R$3,8 milhões) e dos riscos envolvidos.
· No exemplo, para um volume de vendas estimado em 100 mil unidades, o resultado operacional previsto é de 5,26% (R$200.000 ÷ R$3.800.000 = 0,0526).
Como a capacidade instalada é de 150 mil, havendo demanda, os gestores podem considerar elevar a produção para esse nível. Nesse caso, o resultado seria:
• Receita = R$40 x 150.000 un. = R$6.000.000
• Custo e despesa variável unitário = R$3.000.000 ÷ 100.000 un. = R$30
• Custo e despesa variável total = R$30 x 150.000 un. = R$5.300.000
• Custos e despesas fixos = R$800.000
• Receita – Custos e despesas = R$6.000.000 - R$5.300.000 = R$700.000
Nesse caso, para um volume de vendas estimado em 150 mil unidades, o resultado operacional previsto é de 13,21% (R$700.000 ÷ R$ 5.300.000 = 0,1321).
Repare que um aumento de 50% na produção e nas vendas (de 100 mil para 150 mil) provoca um acréscimo de 151% no resultado (de 5,26% para 13,21%).
Para além das importantes informações propiciadas pela análise CVR, o processo de tomada de decisão deve levar em conta, entre outros fatores, a capacidade de investimento, os fluxos de caixa, as despesas e receitas não operacionais, a incidência de impostos, as contribuições e as participações.
Análise horizontal (AH)
A principal finalidade da análise horizontal é evidenciar o comportamento (crescimento ou redução) de itens das demonstrações contábeis durante determinado período, por exemplo: receita de vendas, resultado, passivo, ativo, disponibilidades etc.
O nome análise horizontal remete à ideia de se avaliar, ao longo do tempo (normalmente anos ou meses), a evolução dos saldos das contas que são apresentadas nas linhas das demonstrações contábeis.
Resumindo
Em outras palavras, pode-se dizer que a análise horizontal promove a comparação entre os diferentes valores assumidos por um mesmo item de uma demonstração contábil em diferentes instantes.
Com base na análise horizontal, gestores e investidores conseguem avaliar o desempenho da empresa ao longo do tempo, em termos de crescimento ou redução, expresso em percentual, e compará-lo com o desempenho dos concorrentes.
A análise horizontal é realizada por meio da aplicação da seguinte fórmula:
AH = (valor atual da conta/valor base da conta) - 1 x 100
Vejamos agora um exemplo de AH e, para isso, suponha a série do saldo inicial da conta disponibilidade apresentada a seguir:
	Conta
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	Disponibilidade
	430
	722
	559
	1.458
	20XX+1 + 20XX
	20XX+2 + 20XX+1
	20XX+3 + 20XX+2
	(722 ÷ 430) - 1 x 100 = 67,9%
	(559 ÷ 722) - 1 x 100 = -22,6%
	(1458 ÷ 559) - 1 x 100 = 160,8%Tabela 16: Exemplo de análise horizontal.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
No que se refere ao comportamento do disponível no período analisado, a análise horizontal indica que ocorreram as seguintes variações: de 20XX para 20XX+1 houve um aumento de 67,9%; de 20XX+1 para 20XX+2 houve um aumento de 22,6%; e de 20XX+2 para 20XX+3 houve um aumento de 160,8%.
Análise vertical (AV)
A análise vertical, também conhecida como análise de estrutura, é utilizada para identificar a porcentagem de participação de determinado item no resultado, em se tratando da análise de uma demonstração de resultado ou, na composição do patrimônio, em se tratando da análise de um balanço patrimonial.
O nome análise vertical remete à ideia de avaliar as colunas das demonstrações contábeis, medindo percentualmente a participação de cada conta em relação ao todo a que pertence, o que permite verificar o nível de importância (peso) de cada conta dentro da demonstração financeira a que pertence.
Realizando-se a análise vertical dos balanços patrimoniais e das demonstrações dos resultados de períodos anteriores é possível identificar as variações relativas ocorridas ao longo do tempo, tanto em termos de composição patrimonial quanto de resultado.
Assim procedendo-se, horizontaliza-se a análise vertical, o que torna possível não apenas identificar a eventual existência de itens discrepantes em relação às proporções médias normais, mas também balizar a elaboração das demonstrações projetadas.
A análise vertical é realizada por meio da aplicação da seguinte fórmula:
AV = ITEM x 
Exemplo de AV
Suponha os seguintes dados do grupo ativo circulante, extraídos do balanço patrimonial de 20XX da empresa XYZ:
	Grupo/Item
	Valor R$ mil
	Cálculo
	Part. %
	Part. %
	ATIVO CIRCULANTE
	1.673
	1.673 ÷ 1.673 x 100
	100%
	-
	Disponibilidades
	430
	430 ÷ 1.673 x 100
	25,7%
	-
	Contas a receber (clientes)
	633
	633 ÷ 1.673 x 100
	37,8%
	-
	Estoques
	610
	610 ÷ 1.673 x 100
	36,5%
	100%
	    Matérias-primas
	230
	230 ÷ 610 x 100
	-
	37,7%
	    Produtos acabados
	380
	380 ÷ 610 x 100
	-
	62,3%
Tabela 17: Exemplo de análise vertical.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
A AV indica a participação percentual de cada item que compõe o Ativo Circulante. Repare que o item Estoque pode assumir a condição de grupo, para efeito de análise dos dois itens que o compõem: Matérias-primas e Produtos acabados.
É possível calcular também a participação percentual de itens de qualquer nível em relação a qualquer grupo, desde que esteja contido nele.
No exemplo, o subitem Matérias-primas representa 37,7% do grupo Estoque e 13,7% do grupo Ativo Circulante (230 ÷ 1.673 x 100).
A AV permite a elaboração de gráficos que conseguem rapidamente dar uma visão da composição dos grupos que compõem as demonstrações contábeis, como demonstrado por meio dos Gráficos 3 e 4, referentes aos dados da Tabela 16:
Gráfico 3: Distribuição % do Ativo Circulante e Gráfico 4: Distribuição % dos Estoques.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Análise de indicadores
Indicadores, também chamados de índices, são quocientes obtidos por meio da divisão entre os valores que constam em contas, subgrupos ou grupos de contas que compõem as demonstrações contábeis, tais como ativo circulante, disponível, estoques, receitas, passivo circulante, capital próprio etc. Os quocientes sinalizam aspectos referentes à condição econômico-financeira da empresa, em termos da viabilidade e continuidade do negócio.
A técnica de análise financeira por quocientes é um dos mais importantes desenvolvimentos da Contabilidade, pois é muito mais indicado comparar, digamos, o ativo corrente com o passivo corrente do que simplesmente analisar cada um dos elementos individualmente.(IUDÍCIBUS, 2017, p. 203)
Conforme a sua natureza e aplicação, os indicadores se dividem em diversos grupos, por exemplo: liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Nesse sentido, Assaf Neto (2021, p. 78) afirma: “Para melhor compreensão do significado dos indicadores econômico-financeiros, assim como visando estabelecer melhor metodologia de avaliação dos diversos aspectos do desempenho da empresa, dividem-se os índices em grupos homogêneos de análise”.
Indicadores de liquidez
Medem a capacidade de pagamento de uma empresa. Para que se possa realizar uma análise mais consistente da condição financeira da empresa, deve-se levar em conta o conjunto de indicadores de liquidez como um todo.
Liquidez corrente
Refere-se à relação entre o ativo circulante e o passivo circulante. Mede a capacidade de pagamento da empresa em curto prazo. 
 $$ \text { Liquidez corrente }=\frac{\text { Ativo circulante }}{\text { Passivo circulante }} $$
Liquidez seca 
Esse indicador é semelhante ao de liquidez corrente, mas sem considerar os estoques e as despesas pagas antecipadamente, que são itens do ativo circulante sem liquidez imediata. Se esse indicador apresentar um valor baixo, pode significar que o volume dos estoques está elevado e que a empresa necessita de mais capital de giro. 
 $$ \text { Liquidez seca }=\frac{\text { Ativo circulante }-\text { Estoque }-\text { Despesas antecipadas }}{\text { Passivo circulante }} $$
Liquidez imediata 
Refere-se à relação entre os recursos financeiros disponíveis e as obrigações de curto prazo. Mede a capacidade de pagamento da empresa com base no dinheiro disponível em caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata.
$$ \text { Liquidez imediata }=\frac{\text { Disponibilidades }}{\text { Passivo circulante }} $$
Liquidez geral 
Refere-se à capacidade de pagamento da empresa a longo prazo.
$$ \text { Liquidez geral }=\frac{\text { Ativo circulante }+\text { Realizável a longo prazo }}{\text { Passivo circulante + Exigível a longo prazo }} $$
Indicadores de atividade
Demonstram o tempo médio que a empresa demora para receber suas vendas, pagar suas compras e renovar seus estoques. Colocando nas palavras de Assaf Neto (2021), os indicadores de atividade medem os tempos envolvidos em um ciclo operacional, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas.
Prazo médio de estocagem (PME)
Indica o tempo médio necessário para que estoques da empresa se renovem completamente. Serve como medida de eficiência da gestão dos estoques.
$$ P M E=\frac{\text { Estoque médio }}{\text { Custo do produto vendido }} * 360 $$
Prazo médio de recebimento (PMR)
Indica o tempo médio em que a empresa recebe suas vendas realizadas a prazo
$$ P M R=\frac{\text { Contas a receber das vendas a prazo (média) }}{\text { Vendas anuais a prazo }} * 360 $$
Prazo médio de pagamento (PMP)
Indica o tempo médio que a empresa demora para pagar aos fornecedores as obrigações (dívidas) decorrentes das compras feitas a prazo.
$$ P M P=\frac{\text { Contas a pagar a fornecedores }(\text { média })}{\text { Compras anuais a prazo }} * 360 $$
Indicadores de endividamento (estrutura de capital)
PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE OS RECURSOS TOTAIS Indica, em termos percentuais, o endividamento da empresa perante terceiros. Representa também a fração do ativo total financiada por recursos de terceiros.
$$ \text { Part. cap. terc. sobre recursos totais }=\frac{\text { Exigivel total }}{\text { Exigivel total + Patrimônio líquido }} $$
 PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO Indica a dependência da empresa em relação a recursos de terceiros. Iudícibus (2017) esclarece que se esse indicador, durante vários anos, for consistente e acentuadamente maior que um, sinaliza uma dependência exagerada de recursos de terceiros.
$t { Part. cap. terc. sobre capital próprio }=\ { Exigível total } { Patrimônio líquido }} $$
PARTICIPAÇÃO DAS DIVIDAS DE CURTO PRAZO SOBRE O ENDIVIDAMENTO TOTAL: Indica a composição do endividamento total, destacando a fração do endividamento total que vence a curto prazo.
$$ { Part. dív. curto prazo sobre endividamento total }= { Passivo circulante }}{ { Exigível total }} 
Indicadores de rentabilidade
Mostram a rentabilidadede uma empresa em relação aos capitais investidos, evidenciando o grau de êxito econômico-financeiro. A rentabilidade é medida em função dos investimentos dos proprietários (capital próprio) e de terceiros (capital de terceiros). Os indicadores de rentabilidade são calculados com base em valores extraídos do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.
Os indicadores de rentabilidade são fundamentais para se saber o real desempenho econômico-financeiro de uma empresa, pois demonstrar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade bastante reduzida.
Afirmar que a General Motors teve um lucro de, digamos, R$5 bilhões em 2015, e que a empresa Zafira Ltda. teve um lucro de R$200 em 2015 pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a General Motors é uma empresa muito grande e a outra muito pequena, e só; não refletirá, todavia, qual das duas deu maior retorno relativo.(IUDÍCIBUS, 2017, p. 119)
Marion (2019) alerta que tanto o valor do ativo como o patrimônio líquido, utilizados para cálculo dos indicadores de rentabilidade, devem, preferencialmente, ser a média do período. Isso porque não foi o ativo final, tampouco o ativo inicial que gerou o resultado, mas suas respectivas médias no período que se está analisando. Idem para o patrimônio líquido.
TAXA DE RETORNOS SOBRE INVESTIMENTOS ( TRI)
Evidencia a rentabilidade da empresa no período ao qual a apuração do lucro líquido se refere.
Na literatura, é comum que a taxa de retorno sobre investimento (TRI) seja referenciada em inglês como return on investment (ROI).
T R I = { Lucro líquido } DIVIDIDO POR { Ativo total }
TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMONIO LIQUIDO ( TRPL)
Evidencia a rentabilidade dos proprietários no período ao qual a apuração do lucro líquido se refere.
Na literatura, a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) é comumente referenciada em inglês, como return on equity (ROE
TRPL = LUCRO LIQUIDO ( DIVIDIDO POR): PATRIMONIO LIQUIDO
GIRO DO ATIVO
Evidencia a proporção entre o volume das vendas realizadas em determinado período e os investimentos totais efetuados na empresa no mesmo período (média do ativo total). Em outras palavras, pode-se dizer que esse indicador demonstra quanto a empresa vendeu para cada R$1 de investimento total, em determinado período.
 Giro Ativo = Vendas Liquidas ( dividido por) Ativo Total
MARAGEM LIQUIDA
Evidencia, em determinado período, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada R$1 vendido.
Margem liquida = Lucro Liquido ( dividido por ) Vendas Liquidas
Exemplo prático de análise de indicadores
O diretor financeiro da empresa XYZ solicitou que, com base no balanço patrimonial de 20XX, nos balanços projetados para o período de 20XX+1 a 20XX+3 e na DRO projetada para o mesmo período, fossem calculados os seguintes indicadores: liquidez seca; prazo médio de estocagem; participação do capital de terceiros sobre recursos totais; e taxa de retorno sobre investimentos. Vejamos novamente as tabelas 11 e 13.
	Demonstração do resultado orçado - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	Item
	Fonte
	DRE
	DRO
	
	
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	RECEITA BRUTA DE VENDAS
	Tab. 1
	3.800,00
	4.000,00
	4.330,00
	5.500,00
	(-) Tributos sobre vendas
	Tab. 9
	426,00
	443,58
	485,84
	616,00
	= RECEITA LÍQUIDA
	
	3.374,00
	3.556,42
	3.844,16
	4.884,00
	(-) Custos dos produtos vendidos
	Tab. 8
	2.598,15
	2.741,54
	2.753,89
	3.167,23
	= RESULTADO BRUTO
	
	775,85
	814,88
	1.090,27
	1.716,77
	(-) Despesas de vendas e distribuição
	Tab. 9
	216,00
	227,55
	250,22
	291,82
	(-) Despesas administrativas
	Tab. 9
	150,00
	157,96
	170,53
	168,51
	(-) Despesas financeiras líquidas
	Tab. 9
	54,00
	56,92
	71,41
	97,67
	= RESULTADO OPERACIONAL
	
	355,85
	372,46
	598,11
	1.158,77
Tabela 11: DRE 20XX - DRO 20XX+1 a 20XX+3.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	ATIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	PASSIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	ATIVO CIRCULANTE
	1.673
	2.032
	2.316
	3.688
	PASSIVO CIRCULANTE
	613
	542
	660
	678
	Disponibilidades
	430
	722
	559
	1.458
	Fornecedores
	345
	365
	363
	458
	Contas a receber (clientes)
	633
	667
	1.083
	1.375
	Empréstimos bancários
	120
	60
	60
	0
	Estoques
	610
	643
	675
	855
	Parcelamento impostos
	90
	60
	177
	147
	    Matérias-primas
	230
	243
	242
	305
	Encargos sociais
	23
	20
	20
	22
	    Produtos acabados
	380
	400
	433
	550
	Imposto a pagar
	36
	37
	40
	51
	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	510
	493
	1.315
	1.289
	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	290
	318
	1.164
	1.271
	Imobilizado
	510
	493
	1.315
	1.289
	Empréstimos bancários
	180
	238
	1.104
	1.231
	    Veículos
	120
	118
	115
	113
	Parcelamento impostos
	110
	80
	60
	40
	    Máquinas e equipamentos
	390
	375
	450
	441
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	1.280
	1.665
	1.807
	3.028
	    Imóveis
	-
	-
	750
	735
	Capital social
	864
	877
	584
	584
	
	
	
	
	
	Reservas de capital
	60
	60
	60
	60
	
	
	
	
	
	Reserva de lucro
	356
	728
	1.163
	2.384
	TOTAL DO ATIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
	TOTAL DO PASSIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
Tabela 13: Balanço Patrimonial.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Liquidez seca
LS= Ativo circulante − Estoque − Despesas antecipadas  Passivo (dividido por ) Passivo Circulante
	Ano
	Cálculo
	Indicador (quociente)
	20XX
	(1.673 - 610) ÷ 613 =
	1,73
	20XX+1
	(2.032 - 643) ÷ 542 =
	2,56
	20XX+2
	(2.316 - 675) ÷ 660 =
	2,48
	20XX+3
	(3.688 - 855) ÷ 678 =
	4,18
Tabela 18: Cálculo do índice de liquidez seca.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	XYZ - Balanço patrimonial - 20XX a 20XX+3
(Valores em R$ mil)
	ATIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	PASSIVO
	20XX
	20XX+1
	20XX+2
	20XX+3
	ATIVO CIRCULANTE
	1.673
	2.032
	2.316
	3.688
	PASSIVO CIRCULANTE
	613
	542
	660
	678
	Disponibilidades
	430
	722
	559
	1.458
	Fornecedores
	345
	365
	363
	458
	Contas a receber (clientes)
	633
	667
	1.083
	1.375
	Empréstimos bancários
	120
	60
	60
	0
	Estoques
	610
	643
	675
	855
	Parcelamento impostos
	90
	60
	177
	147
	    Matérias-primas
	230
	243
	242
	305
	Encargos sociais
	23
	20
	20
	22
	    Produtos acabados
	380
	400
	433
	550
	Imposto a pagar
	36
	37
	40
	51
	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	510
	493
	1.315
	1.289
	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	290
	318
	1.164
	1.271
	Imobilizado
	510
	493
	1.315
	1.289
	Empréstimos bancários
	180
	238
	1.104
	1.231
	    Veículos
	120
	118
	115
	113
	Parcelamento impostos
	110
	80
	60
	40
	    Máquinas e equipamentos
	390
	375
	450
	441
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	1.280
	1.665
	1.807
	3.028
	    Imóveis
	-
	-
	750
	735
	Capital social
	864
	877
	584
	584
	
	
	
	
	
	Reservas de capital
	60
	60
	60
	60
	
	
	
	
	
	Reserva de lucro
	356
	728
	1.163
	2.384
	TOTAL DO ATIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
	TOTAL DO PASSIVO
	2.183
	2.525
	3.631
	4.977
Tabela 13: Balanço Patrimonial.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Liquidez seca
LS= Ativo circulante − Estoque − Despesas antecipadas  Passivo circulante 
	Ano
	Cálculo
	Indicador (quociente)
	20XX
	(1.673 - 610) ÷ 613 =
	1,73
	20XX+1
	(2.032 - 643) ÷ 542 =
	2,56
	20XX+2
	(2.316 - 675) ÷ 660 =
	2,48
	20XX+3
	(3.688 - 855) ÷ 678 =
	4,18
Tabela 18: Cálculo do índice de liquidez seca.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Prazo médio de estocagem
PME= Estoque médio  Custo do produto vendido x 360 (dividido por ) Custo de Produto Vendido
	Ano
	Cálculo
	Indicador (quociente)
	20XX
	((610 + 610) ÷ 2) ÷ 2.598 x 360 =
	85 dias
	20XX+1
	((610 + 643) ÷ 2) ÷ 2.741 x 360 =
	82 dias
	20XX+2
	((643 + 675) ÷ 2) ÷ 2.753 x 360 =
	87 dias
	20XX+3
	((675 + 855) ÷ 2) ÷ 3.167 x 360 =
	88 dias
Tabela 19: Cálculo do prazo médio de estocagem.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção! Como não foi informado o estoque do ano 20XX-1, para 20XX considerou-se o estoque do ano. Entretanto, sempre que for possível, visando obter maior precisão dos cálculos, deve-se considerar a média.
	Participação do capital de terceiros sobre os recursos totais
 Part.cap.terc.rec.totais = Exigível Total (dividido por)Exigível Total + Patrimônio Líquido 
	Ano
	Cálculo
	Indicador (quociente)
	20XX
	(613 + 290) ÷ (613 + 290 + 1.280)
	0,41
	20XX+1
	(542 + 318) ÷ (542 + 318 + 1.665)
	0,34
	20XX+2
	(660 + 1.164) ÷ (660 + 1.164 + 1.807)
	0,50
	20XX+3
	(678 + 1.271) ÷ (678 + 1.271 + 3.028)
	0,39
Tabela 20: Cálculo da participação o capital de terceiros sobre os recursos totais.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
	Taxa de retorno sobre o investimento (TRI)
 TRI = Lucro líquido  (dividido por ) Ativo total 
	Ano
	Cálculo
	Indicador (quociente)
	20XX
	356 ÷ ((2.183 + 2.183) ÷ 2)
	0,16
	20XX+1
	372 ÷ ((2.183 + 2.525) ÷ 2)
	0,16
	20XX+2
	598 ÷ ((2.525 + 3.631) ÷ 2)
	0,19
	20XX+3
	1.159 ÷ ((3.631 + 4.977) ÷ 2)
	0,27
Tabela 21: Cálculo da taxa de retorno sobre investimento.
Elaborado por: Cristóvão Marinho.
Atenção!
Como não foi informado o valor do ativo total do ano 20XX-1, para 20XX considerou-se o ativo total do ano. Entretanto, sempre que for possível, visando obter maior precisão dos cálculos, deve-se considerar a média.
Análise das demonstrações contábeis projetadas
Questão 1
A empresa X fabrica um único produto: cadeiras para escritório. Embora sua capacidade instalada seja de 100 mil unidades por ano, em 20XX+1, as projeções apontam para uma venda de 40 mil unidades.
O preço unitário previsto de venda é de R$1.000, as estimativas dos custos e despesas variáveis unitários atingem R$500, e os custos e despesas fixos totais R$10.000.000:
O diretor de vendas solicitou que fosse calculada a quantidade no ponto de equilíbrio contábil. Marque a alternativa correta.
RESP: 20 MIL UNIDADES
ESPLICAÇÃO: Para calcular o valor no ponto de equilíbrio contábil, aplica-se a fórmula:
P E C= { Custos e despesas fixas } {\ { Margem de contribuição }} \ M C=1.000-500 \ 20.000=\frac{10.000 .000}{1000-500}
Questão 2
Em relação às demonstrações contábeis, o que a análise horizontal evidencia?
RESP O CRESCIMENTO OU REDUÇÃO DOS ITENS
EXPLICAÇÃO: A análise horizontal caracteriza-se por evidenciar, em termos percentuais, o crescimento ou a redução dos itens (contas) das demonstrações contábeis durante um determinado período. Os itens analisados podem ser dos mais variados tipos, por exemplo: receita de vendas, resultado, passivo, ativo, disponibilidades, estoques, patrimônio líquido, custo da mercadoria vendida, ativo permanente etc.

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