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Plano Financeiro

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MATERIAL DE APOIO DA UNIDADE V 
Desenvolvimento do Plano de Negócio 
 
 
5.8. Plano Financeiro 
 
Este capítulo deve apresentar em números as ações planejadas para a empresa, 
através de projeção futura de sucesso do negócio. Deve apresentar demonstrativos 
de fluxo de caixa, de no mínimo três anos; balanço patrimonial; análise do ponto de 
equilíbrio; demonstrativos de resultado e necessidade de crescimento. 
 
O plano financeiro é utilizado também como documento para alavancar a empresa, 
prospectar parceiros, investidores, captar capital de risco. É, também, uma boa 
ferramenta para análise de crédito por parte de fornecedores e instituições bancárias. 
 
Perguntas a serem respondidas neste item: 
 
• Qual o capital inicial necessário? 
• Quais as necessidades financeiras e seus custos? 
• Qual a necessidade de capital de giro? 
• Qual o aporte de capital de cada sócio? 
• Quais as fontes de Financiamentos e empréstimos? 
• Quais os custos financeiros do capital? 
. 
O plano financeiro é composto por 6 sub capítulos: 
• Estimativa do Investimento Inicial 
• Estimativa do faturamento mensal da empresa 
• Estimativa dos custos variáveis e fixos 
• Estimativa de resultados e do Balanço Patrimonial 
• Estimativa de fluxos de caixa 
• Análise da viabilidade econômica 
 
5.8.1. Estimativa do Investimento Inicial 
 
É tudo aquilo que o empreendedor deverá gastar para iniciar suas atividades. Estes 
gastos incluem: registros e licenças do governo, máquinas, móveis, equipamentos, 
pesquisas de mercado, etc. Além disso, contempla, também, os recursos financeiros 
que a empresa deverá ter para cumprir com seus compromissos. 
 
Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos que deve ser investido para que 
a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: 
 
• Investimentos Fixos; 
• Investimentos Financeiros; 
• Investimentos Pré-operacionais. 
 
5.8.1.1. Estimativa dos Investimentos Fixos 
 
O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que 
seu negócio possa funcionar de maneira apropriada. 
 
Relacione em uma planilha ou quadro todos os gastos necessários com: terreno, 
construção civil, instalações, projetos, montagens, equipamentos, máquinas, 
móveis, utensílios, ferramentas e veículos a serem adquiridos, a quantidade 
necessária, o valor de cada um e o total a ser desembolsado. 
 
 
5.8.1.2. Estimativa dos Investimentos Financeiros 
 
Os investimentos financeiros são aqueles destinados à formação de capital de giro 
para o negócio. O capital de giro é o montante de recursos em dinheiro necessário 
para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias-
primas ou mercadorias, financiamento das vendas, pagamento de salários e demais 
despesas. 
 
 
I. ESTIMATIVA DE CAPITAL DE GIRO 
 
Capital de giro é reserva de caixa que toda empresa precisa ter disponível para cobrir 
os custos até que as contas a receber comecem a entrar no caixa. São necessidades 
adicionais de caixa, decorrentes de políticas de estoques e de contas a receber. A 
ser tratado como uma saída de caixa no período inicial do projeto, que retornará ao 
final do período de vida do mesmo. 
 
O capital de Giro inicial pode ser calculado de acordo com a metodologia do Ciclo de 
Caixa e Giro de Caixa: 
 
O CICLO DE CAIXA (CC) de uma empresa é definido como o período de tempo que 
vai do ponto em que a empresa faz um desembolso para adquirir matéria prima, até 
o ponto em que é recebido o dinheiro da venda do produto acabado, feito com e 
aquelas matérias primas. Para se calcular o CC é só somar o prazo médio dos 
estoques (PME) mais o prazo médio de recebimentos (PMR) e deduzir o prazo médio 
de recebimento (PMR): 
 
CC = PME +PMR - PMR 
 
O GIRO DE CAIXA (GC) refere-se ao número de vezes por ano, que o caixa da 
empresa se renova. Para tanto se considera o ano com 360 dias. Então é só dividir 
os dias no ano pelo ciclo de caixa: 
 
GC = 360/CC 
 
Estes conceitos ficarão mais claros a partir do exemplo seguinte: 
 
A empresa KLM paga suas duplicatas, em média, com 35 dias e recebe de seus 
clientes com 70 dias. Passam-se 85 dias entre o momento em que a matéria prima 
é comprada até a época em que o produto acabado é vendido. 
 
Calcularemos o ciclo de caixa e o giro de caixa desta empresa. Observe o diagrama 
seguinte: 
 
 
 
O ciclo de caixa pode ser calculado a partir da seguinte fórmula: 
 
CC = PME + PMC - PMP 
 
Onde: 
 
PME = idade média dos estoques 
PMC = período médio de cobrança (ou de recebimento) 
PMP = período médio de pagamento 
 
Assim, para a empresa KLM, teríamos: 
 
CC = 85 + 70 – 35 = 120 dias 
GC = 360/ 120 = 3 vezes 
 
Análise: 
 
a empresa levará 120 dias para fechar o seu ciclo de caixa, ou seja, ficará este tempo 
necessitando usar o seu capital de giro. E se considerarmos este fato anual ela terá 
que recorrer ao seu capital de giro 3 vezes (GC) durante o ano. 
 
 
 
CAIXA MÍNIMO OPERACIONAL: é o valor mínimo que a empresa deverá manter 
de capital de giro na empresa. Para manter um saldo de caixa, necessariamente a 
empresa deixará de aproveitar diversas oportunidades de investir em outros ativos. 
Por isso, o objetivo é sempre manter um mínimo de recursos em disponibilidade, a 
fim de que a empresa possa saldar suas dívidas, sem, contudo perder oportunidades 
de realizar imobilizações e outros investimentos. 
 
Veremos a seguir uma das formas de se determinar quanto uma empresa deveria 
manter em caixa. Existem outras técnicas de se calcular a necessidade de capital de 
giro, porém qualquer técnica, contudo, precisa ser adaptada para a realidade da 
empresa em questão. 
 
O caixa mínimo operacional (CMO) é o valor a ser mantido em caixa, a cada giro de 
caixa. Pode ser obtido a partir de estimativas acerca de seu desembolso anual 
estimado. 
 
Esta técnica somente é possível se a empresa utilizar instrumentos orçamentários e 
fluxo de caixa, de tal forma que lhe seja possível estimar quanto (em moeda estável) 
pretende desembolsar em um determinado ano. 
 
Para se calcular o CMO basta dividir o Desembolso Anual Previsto, que é o valor 
estimado de gastos durante o anos na empresa (somatório dos custos fixos e 
variáveis anuais), pelo Giro de Caixa (GC). 
 
CMO = DESEMBOLSOS ANUAIS PREVISTOS / GC 
 
Em nosso exemplo anterior, suponhamos que a KLM estima desembolsos anuais de 
$12.000. Assim teremos que o caixa mínimo operacional a ser mantido pela 
empresa será: 
 
CMO = $12.000/3 = $4.000. 
 
 
Ou seja, a cada ciclo de caixa (120 dias), a empresa deverá manter um caixa mínimo 
de $4.000. Contudo, temos que ser cuidadosos com esta análise, pois muitas 
empresas têm entradas e saídas de caixa não lineares, isto é, não se dão de forma 
equânime ao longo do ano. 
 
 
II. ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS 
 
Compreendem todos os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, 
isto é, antes que o negócio abra as portas e comece a faturar. 
 
São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma do imóvel 
(pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da 
empresa. 
 
 
III. ESTIMATIVA DO INVESTIMENTO TOTAL (RESUMO) 
 
O investimento total é a soma dos investimentos fixos, financeiros e pré-
operacionais. Veja o exemplo no quadro 1. 
 
Pense em como e onde você irá buscar esses recursos para iniciar ou ampliar seu 
negócio. Você dispõe do capital necessário para isso (recursos próprios) ou será 
necessário recorrer a bancos (recursos de terceiros), por exemplo? 
 
Caso necessite de financiamento bancário, procure saber quais são as linhas de 
crédito para micro e pequenas empresas. Peça ao gerente do banco escolhido 
orientações sobre o que pode ser financiado, até quanto, o valor dos juros, a carência 
e o prazo de pagamento, a documentação e as garantiasexigidas. 
 
Verifique se você está apto a atender todas as condições exigidas e, principalmente, 
se a empresa irá gerar resultados que possibilitem a quitação do financiamento. 
Caso contrário, busque novas alternativas, mesmo que, para isso, tenha que adiar a 
abertura da empresa ou iniciar um empreendimento menor do que o planejado. 
Quadro 1. Estimativa de Investimentos iniciais do negócio 
 
5.8.2. Estimativa do Faturamento mensal da empresa 
 
Esta talvez seja uma das tarefas mais difíceis de um novo negócio, principalmente 
se você ainda não iniciou as atividades. 
 
Uma forma mais simples é estimar o quanto a empresa deverá faturar por mês é 
multiplicar a quantidade de produtos a serem oferecidos pelo seu preço de venda, 
baseado nas informações de mercado. Para isso, considere: 
 
• O preço praticado pelos concorrentes diretos; e 
• Quanto os seus potenciais clientes estão dispostos a pagar. 
 
As previsões de vendas devem ser baseadas na avaliação do potencial do mercado 
em que você irá atuar e na sua capacidade de produção. Faça suas estimativas de 
faturamento para um período de, pelo menos, 12 meses. Seja cauteloso ao projetar 
as receitas e verifique se há sazonalidade no seu ramo, isto é, se existem épocas 
em que as vendas aumentam ou diminuem como no natal ou nas férias escolares. 
 
Nota-se que, ao estimar as suas vendas, deve ser considerado o preço de mercado. 
Porém, é necessário você saber que existem outros meios para se precificar um 
produto. Podemos citar, como exemplo, o preço de venda calculado com base nos 
custos da empresa. 
 
A estimativa de vendas divide-se, basicamente, em três fases: 
- Coleta de informações; 
- Análise das informações; 
- Elaboração da estimativa. 
 
Estágios da elaboração da Previsão de Vendas: 
a) Dividir os produtos em grupos homogêneos; 
b) Determinar os fatores que influenciam as vendas de cada produto, 
estabelecendo a importância relativa de cada um dos fatores; 
c) Escolher o método de previsão mais adequado; 
d) Reunir todas as informações disponíveis; 
e) Analisar as informações; 
f) Verificar os resultados; 
g) Converter os resultados em previsão para o mercado em geral e para regiões 
em particular; 
h) Aplicar as previsões à empresa; 
i) Analisar o desempenho das vendas e rever periodicamente as previsões. 
 
Trata-se de uma atividade cujo processo é constante, com objetivo de melhorar 
sempre. 
Aconselha-se a elaborar a previsão do mercado como um todo inicialmente e depois 
aplicar à empresa. Além disso, se forem combinados mais de um método de previsão 
a probabilidade de acerto aumenta. 
 
Classificação das Projeções 
 
- Quanto ao prazo: podem ser de curto (até 01 ano), médio (de 01 a 02 anos) 
e longo (acima de 02 anos) prazos. 
 
- Quanto ao nível de agregação: pode ser projeção macroeconômica, que é 
mais barata e rápida, ou por desagregação setorial, mais minuciosa e 
onerosa, mas pode ser indispensável se houver necessidade de 
determinação de diversos custos e fatores de comercialização do produto. 
 
- Quanto ao critério de projeção: pode ser qualitativa ou quantitativa. 
 
 
Critérios Qualitativos: tem grande utilidade na falta de dados históricos. 
 
- Pesquisa de Mercado: faz-se levantamentos, por meio de questionários e 
entrevistas, e esta informação é interpretada para indicar os fatores que mais 
influenciam a preferência do consumidor. Tem menor validade em ternos de 
projeções futuras e de confiabilidade. Seu custo e tempo de realização 
também são elevados e, muitas vezes, impeditivos. 
 
- Técnicas Delphos: um grupo de especialistas é convidado a responder um 
questionário, sem interação entre si, cujas respostas são processadas pelo 
coordenador (pesquisador) e devolvidas aos especialistas que fazem uma 
nova avaliação das questões. Podem ser realizadas várias avaliações, 
buscando um consenso sobre o assunto. É uma técnica onerosa e demorada. 
 
- Painel de Especialistas: é semelhante à Técnica Delphos, mas os 
especialistas se interagem, portanto, o resultado final é mais uma resposta do 
grupo do que um verdadeiro consenso. São poucos encontros, o que diminui 
significativamente o custo e o tempo da coleta dos dados. 
 
- Cenários: trata-se de estabelecer uma sequência lógica de eventos. Com esta 
técnica busca-se responder como situações hipotéticas podem ocorrer e 
quais alternativas para se atuar no processo. Seu custo é bastante reduzido, 
mas sua precisão também é bastante pequena. 
 
- Pesquisa junto aos Vendedores: trata-se de perguntar aos vendedores da 
própria empresa qual é a expectativa das vendas. 
 
- Pesquisa junto aos Consumidores: trata-se de perguntar aos clientes da 
própria empresa qual é a expectativa das suas compras. 
 
- Analogia Histórica: faz-se uma comparação de um novo produto a ser lançado 
com um produto similar que já esteja no mercado. Busca-se identificar o nível 
de vendas do novo produto, considerando que seu comportamento será 
semelhante ao daquele que serviu de comparação. Seu custo é baixo e 
apresenta uma precisão razoável para projeções de médio/longo prazos. 
 
Critérios Quantitativos: calculado com base em dados históricos. 
 
- Regressão Linear: 
 
Verifica a associação entre duas ou mais variáveis, sendo que aquela que queremos 
prever é denominada dependente (y) e as demais independentes ou explicativas (x). 
 
Passos para a utilização do método estatístico de regressão linear: 
- Escolhemos as variáveis que farão parte do modelo, com base em uma teoria 
ou na experiência do pesquisador; 
- Faz-se um levantamento histórico do comportamento das variáveis escolhidas 
(quanto maior a amostra, mais precisa será a previsão); 
- Utilizamos um software estatístico ou até mesmo o Excel® para nos dar os 
resultados (no caso de apenas duas variáveis, a calculadora HP 12C também 
traz os resultados). 
 
A equação encontrada é a seguinte: 
 +++++= xxx nny ...22110 
Em que: y = variável dependente; 
 xn = variáveis independentes; 
 
0
= intercepto; 
 
n
= coeficientes das variáveis independentes; 
  = termo de erro, não explicado pelo modelo. 
- Para verificarmos a qualidade do modelo, podemos calcular o coeficiente de 
determinação (r2). Ele pode variar de 0 a 1 e indica o percentual da variação 
de y que é explicada pelo modelo. Em outras palavras, se r2 for igual a 0,85, 
indica que a equação encontrada explica em 85% os casos de variação 
ocorridas em y. 
 
Passos da Calculadora HP 12 C - PARA CÁLCULO DE ANÁLISE DE REGRESSÃO 
SIMPLES 
 
Y1 Enter X1 + 
Y2 Enter X2 + 
 . . . . 
 . . . . 
 . . . . 
Yn Enter Xn + 
 
0 g y,r = 0 
STO 0 
0 g x,r CHS RCL 0 X<>Y ÷ = 1 
g y,r X<>Y 2 Yx = r2 
 
 
5.8.3. Estimativa dos custos variáveis e fixos 
 
Custos são todos os gastos necessários para a produção dos produtos. 
 
Os gastos com matéria-prima e embalagem são classificados como custos variáveis 
numa empresa industrial, assim como as mercadorias, nas atividades comerciais. 
 
APURAÇÃO DO CUSTO DOS MATERIAIS E/OU MERCADORIAS VENDIDAS 
 
Nesta etapa, você deverá apurar o CM – Custos com Materiais (para a indústria) – 
ou o CMV – Custo das Mercadorias Vendidas (para o comércio). 
 
O custo dos materiais ou das mercadorias vendidas representa o valor que deverá 
ser baixado dos estoques da empresa pela sua venda efetiva. Para calculá-lo, basta 
multiplicar a quantidade estimada de produtos a serem vendidos pelo seu custo de 
fabricação ou de aquisição. 
 
O Custo com Materiais e/ou de Mercadorias Vendidas é classificado como custo 
variável, isto é, um gasto que aumenta ou diminui em função do volume de produção 
ou de vendas. 
 
ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃOAqui, serão registrados os gastos com impostos e comissões a vendedores ou 
representantes. Esse tipo de despesa incide diretamente sobre as vendas e, assim 
como o custo dos materiais ou mercadorias vendidas, é considerado como um custo 
variável. 
 
Para calculá-los, basta aplicar, sobre o total das vendas previstas, o percentual dos 
impostos e das comissões a serem pagas. 
 
Observação: caso sua empresa possa optar pelo SIMPLES, então desconsidere o 
recolhimento dos seguintes impostos: IRPJ, PIS, COFINS, Contribuição Social. 
 
ESTIMATIVA DOS CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA 
 
Agora, você deverá definir quantas pessoas serão contratadas (se necessário) para 
realizar as diversas atividades do negócio. Pesquise e determine quanto cada 
empregado receberá mensalmente. 
 
Não se esqueça de que, além dos salários, deve ser considerado o custo com 
encargos sociais (FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas-extras, aviso prévio, etc.) 
 
Sobre o total de salários, você deve aplicar o percentual relativo aos encargos 
sociais. Somando-os aos salários, você saberá qual o custo total com mão-de obra. 
 
Um contador poderá informá-lo sobre quais os encargos sociais devidos pela sua 
empresa. Pesquise, junto ao sindicato patronal, o piso salarial a ser pago a seus 
empregados e quais os benefícios devidos. 
 
ESTIMATIVA DO CUSTO COM DEPRECIAÇÃO 
 
Lembre-se de que as máquinas, equipamentos e ferramentas a serem utilizados vão 
se desgastando ou tornando-se ultrapassados com o passar dos anos, fazendo com 
que seja necessária sua reposição. O reconhecimento da perda do valor dos bens 
pelo uso é chamado de depreciação. 
 
Para calcular a depreciação dos investimentos fixos, você deverá seguir os passos 
a seguir: 
• Relacione as máquinas, equipamentos, ferramentas, utensílios, veículos, etc. 
utilizados; 
• Determine o tempo médio de vida útil (em anos) desses bens; 
• Divida o valor do bem pela sua vida útil em anos para saber o valor anual da 
depreciação; 
• Divida o custo anual com depreciação por 12, para saber a depreciação 
mensal desses bens. 
 
Entenda melhor como calcular a depreciação a partir do exemplo a seguir: 
 
Informações Gerais: 
 
- Nome do bem: máquina de costura 
- Tempo médio de vida útil: 5 anos 
- Valor do bem: $ 5.000,00 
- Depreciação anual (valor do bem dividido pela vida útil): $ 5.000,00/ 5 anos 
= $ 1.000,00 
- Depreciação mensal (valor ano dividido por 12 meses) = $ 1.000,00/12 = 
$ 83,33 ao mês 
 
Isso quer dizer que, a cada mês, esse equipamento vale $83,33 menos, ou seja, 
provavelmente, ao final de 5 anos, será preciso adquirir um nova máquina de costura, 
mais moderna e eficiente. 
 
Apesar de ser um custo fixo e influenciar na formação do preço, a depreciação não 
representa um desembolso. Entretanto, dependendo da situação financeira e das 
estratégias do negócio, pode ser feita uma reserva para a troca do bem após o 
término de sua vida útil. 
 
Para sua informação, a Receita Federal considera, para efeito de vida útil, os 
seguintes prazos de vida útil para os bens abaixo (essas informações devem servir 
de referência e não seguidas como regra): 
 
• Bem Vida útil 
• imóveis 25 anos 
• máquina 10 anos 
• equipamentos 5 anos 
• móveis e utensílios 10 anos 
• veículos 5 anos 
• computadores 3 anos 
 
Dependendo da atividade empresarial, máquinas e equipamentos sofrem desgastes 
maiores. Isso deve ser considerado no momento do cálculo da depreciação; 
Máquinas e equipamentos sucateados têm um custo maior de manutenção e uma 
produtividade mais baixa. 
 
 
ESTIMATIVA DOS CUSTOS FIXOS MENSAIS 
 
CUSTOS FIXOS são todos os gastos necessários para a empresa poder funcionar, 
independentemente se ela produzir ou não (material de escritório, energia, água, 
telefone, internet, mão de obra do administrativo, etc.). 
 
Os custos fixos são todos os gastos que não se alteram em função do volume de 
produção ou da quantidade vendida em um determinado período. 
 
Por exemplo, imagine que, em um determinado mês, uma empresa venda uma 
quantidade pequena de itens. Ainda assim, terá que arcar com as despesas de 
aluguel, energia, os salários, etc. Esses valores são considerados custos fixos 
porque devem ser pagos, normalmente, mesmo que a empresa não fature. 
 
Em um quadro, liste todos os custos fixos do negócio e estime os valores mensais 
de cada um. 
 
Ao levantar os custos fixos mensais, você deve assumir uma postura mais cautelosa. 
Já diz o ditado que “o seguro morreu de velho”; por isso, trabalhe com alguma 
“margem de segurança” na hora de estimar esses gastos. 
 
Sem perder a qualidade, procure reduzir ao máximo os custos fixos. Adote práticas 
que contribuam para a diminuição do desperdício e do retrabalho. 
 
O pró-labore é a remuneração do trabalho do dono e deve ser considerado 
mensalmente como um custo. Lembre-se de que, caso você não disponha de outra 
fonte de renda, será através do pró-labore que irá pagar seus compromissos 
pessoais. 
 
Não se esqueça de relacionar o valor da depreciação mensal das máquinas e 
equipamentos calculados anteriormente. 
 
Exemplos de tipos de custos fixos mensais 
 
• Aluguel 
• Condomínio 
• IPTU 
• Água 
• Energia elétrica 
• Telefone 
• Honorários do contador 
• Pró-labore 
• Manutenção dos equipamentos 
• Salários + encargos 
• Material de limpeza 
• Material de escritório 
• Combustível 
• Taxas diversas 
• Serviços de terceiros 
• Depreciação 
• Outros 
 
 
5.8.4. Estimativa de Resultados e Balanço 
 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS - DRE 
 
Após reunir as informações sobre as estimativas de faturamento e o total dos custos, 
sejam eles fixos ou variáveis, é possível prever o resultado da empresa, verificando 
se ela possivelmente irá operar com lucro ou prejuízo. 
 
É o resumo ordenado de receitas e despesas da empresa em um determinado 
período. Para isso é necessário: 
 
1. Apurar o quanto ela vendeu durante o mês (planilha de projeção de 
receitas); 
 
2. Deduzir os impostos sobre as vendas (verificar a alíquota de impostos de 
acordo com a classificação fiscal da empresa); 
 
3. Calcular a receita líquida, que é receita de vendas menos os impostos 
sobre vendas; 
 
4. Deduzir os custos variáveis (valores apurados na planilha de custos dos 
produtos vendidos); 
 
5. Calcular o Lucro Bruto ou margem de contribuição (que é a receita líquida 
de vendas menos os custos variáveis). A margem de contribuição é valor 
que sobra, depois de pagar os custos da produção, para pagar as 
despesas administrativas; 
 
6. Deduzir as despesas administrativas (custos fixos) da margem de 
contribuição e encontrar o resultado líquido final. Se o resultado for positivo a 
empresa terá sobra e se negativo terá perdas financeiras. 
 
Veja no quadro 2 um exemplo de uma DRE projetada 
 
Quadro 2. Demonstração de resultado de exercício da empresa X 
 
 
 
 
PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Na projeção do balanço patrimonial deve-se: 
 
1. Fixar os valores do ativo circulante e permanente 
2. Fixar os níveis desejados dos ativos permanentes 
3. Identificar o valor do patrimônio líquido 
4. Verificar o financiamento necessário proveniente de terceiros 
 
Exemplo de Projeção de Balanço 
 
 
5.8.5. Estimativa Do Fluxo de Caixa Projetado 
 
O fluxo de caixa é a projeção de todas as entradas e saídas (fluxo financeiro do 
negócio) durante um determinado tempo. Trata-se do plano financeiro com projeções 
anuais para um período de 3 a 5 anos. 
 
É a quantificação monetária das atividades do negócio que resultam em entradas e 
saídas do caixa. Fluxo de caixa é a projeção dessas entradas e saídas (fluxo 
financeiro do negócio). 
 
O fluxo de caixa é uma planilha composta pelas contas: 
• (-) Investimento inicial 
• (+) Receitas estimadas 
Projeção de Balanço
Exercício Findo em: dez-2007 dez-2008 dez-2009 dez-2010 dez-2011
Conta
1 ATIVO
1.1Ativo Circulante
1.1.1 Caixa e Bancos 1.160.441,70$ 1.525.185,61$ 1.899.153,73$ 2.344.822,94$ 2.874.462,93$ 
1.1.2 Duplicatas a Receber 46.500,00$ -$ -$ -$ -$ 
1.1.3 Estoques -$ -$ -$ -$ -$ 
1.1.4 Impostos a Recuperar -$ -$ -$ -$ -$ 
Total Ativo Circulante 1.206.941,70$ 1.525.185,61$ 1.899.153,73$ 2.344.822,94$ 2.874.462,93$ 
1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo -$ -$ -$ -$ -$ 
1.2.1 Duplicatas a Receber -$ -$ -$ -$ -$ 
1.2.2 Outros -$ -$ -$ -$ -$ 
1.3 Ativo Permanente
1.3.1 Investimentos -$ -$ -$ -$ -$ 
1.3.2.1 Imobilizado -$ -$ -$ -$ -$ 
1.3.2.2 (-) Depreciação Acumulada (34.310,66)$ (68.621,33)$ (102.931,99)$ (137.242,66)$ (170.513,32)$ 
1.3.3 Diferido 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ 
Total Ativo Permanente (29.310,66)$ (63.621,33)$ (97.931,99)$ (132.242,66)$ (165.513,32)$ 
ATIVO TOTAL 1.177.631,04$ 1.461.564,28$ 1.801.221,74$ 2.212.580,28$ 2.708.949,61$ 
2 PASSIVO
2.1 Passivo Circulante
2.1.1 Salários e Encargos a Pagar 18.420,00$ 19.216,00$ 20.051,80$ 20.929,39$ 21.850,86$ 
2.1.2 Impostos & Taxas 9.326,62$ 10.256,92$ 11.274,50$ 12.396,53$ 13.630,55$ 
2.1.3 Fornecedores 11.605,00$ 12.765,50$ 14.042,05$ 15.446,26$ 16.990,88$ 
2.1.4 Contas a Pagar 3.000,00$ 3.150,00$ 3.307,50$ 3.472,88$ 3.646,52$ 
2.1.5 Empréstimos e Financiamentos -$ -$ -$ -$ -$ 
2.1.6 Outros 1.500,00$ 1.575,00$ 1.653,75$ 1.736,44$ 1.823,26$ 
Total Passivo Circulante 43.851,62$ 46.963,42$ 50.329,60$ 53.981,49$ 57.942,07$ 
2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo -$ -$ -$ -$ -$ 
2.2.1 Empréstimos e Financiamentos -$ -$ -$ -$ -$ 
2.2.2 Outros -$ -$ -$ -$ -$ 
2.3 Patrimônio Líquido
2.3.1 Capital Social 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 
2.3.2 Reservas de Capital 144.000,00$ 288.000,00$ 432.000,00$ 576.000,00$ 720.000,00$ 
2.3.3 Lucros/Prejuízos Acumulados 89.779,42$ 226.600,86$ 418.892,14$ 682.598,79$ 1.031.007,54$ 
Total Patrimônio Líquido 1.133.779,42$ 1.414.600,86$ 1.750.892,14$ 2.158.598,79$ 2.651.007,54$ 
PASSIVO TOTAL 1.177.631,04$ 1.461.564,28$ 1.801.221,74$ 2.212.580,28$ 2.708.949,61$ 
• (-) Despesas variáveis 
• (-) Despesas fixas 
• (=) Resultado financeiro projetado 
 
Análise da Sensibilidade do Fluxo de Caixa: 
 
Consiste da avaliação do impacto no resultado do negócio devido à simulação da 
variação das vendas e custos das atividades do negócio. Variações de até 20% 
devem ser suportadas pelo negócio, caso contrário pode ser uma indicação de que 
o negócio é inviável. 
Fases do Fluxo de Caixa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do Fluxo de Caixa: Importante instrumento para o empreendedor realizar 
todas as análises para determinar a viabilidade e rentabilidade do negócio. 
 
Critérios de análise: Ponto de equilíbrio operacional; ponto de equilíbrio financeiro; 
margem operacional; máxima necessidade de recursos; payback; taxa interna de 
retorno. 
 
 
 
Projeções Financeiras 
 
Para a elaboração do fluxo de caixa deve-se replicar o Demonstrativo de Resultados 
de caixa projetado para os próximos anos. 
 
• As projeções anuais devem conter a segmentação de receita e custos 
por tipo de produto ou serviço e as premissas de demanda e margens 
operacionais. 
 
• As planilhas desta seção devem ser simples, fáceis de ler e entender, 
deixando um detalhamento maior para anexos ou etapas posteriores. 
 
 
EXEMPLO DE MONTAGEM DE FLUXO DE CAIXA DE PROJETO 
 
 
 
 
5.8.6. Método de Análise de Investimento do negócio 
 
Iniciamos esta seção fazendo a seguinte pergunta: 
 
• Qual é propósito de um negócio? 
 
Entende-se que o principal propósito de um negócio é a geração de riqueza para os 
acionistas/investidores. Neste sentido todos os esforços e estratégias propostos em 
seu plano de negócio deve responder outra pergunta: 
 
• Vale a pena investir neste negócio? 
 
A figura 1 ilustra o fluxo processual da metodologia de análise de viabilidade para a 
tomada de decisão de investimento em projetos de negócio: 
 
 
A análise do investimento leva em consideração todas as variáveis levantadas 
durante a construção do plano de negócio: Modelo de negócio, estratégias, estudo 
de mercado (projeção de receitas de vendas), custos e investimentos necessários. 
Com base nestas informações, traduzidas em valores monetários, pode-se projetar 
os resultados e os fluxos de caixa do negócio. 
 
Assim, tem-se então o dimensionamento do potencial que esse novo negócio terá 
de gerar lucro nos primeiros anos de sua existência. E com base nesses lucros 
(fluxos de caixa descontados) pode-se calcular a rentabilidade do projeto (Taxa 
Interna de Retorno - TIR), seu retorno potencial (Valor Atual Líquido – VAL) e o tempo 
de retorno do investimento (Payback). 
 
A figura 2 ilustra um exemplo de fluxos de caixa descontado e o resultado dos 
indicadores de investimento. 
 
Figura 2. Indicadores de viabilidade econômica do projeto X. 
 
 
 
 
Assim, o método de análise de investimento prevê a apuração de saídas correntes 
de caixa na "expectativa" de ganhos futuros. Ou seja,analisar uma proposta de 
investimento de acordo com seu retorno esperado, levando em conta os riscos 
específicos a tais iniciativas. 
 
Os indicadores financeiros de análise de investimento são: 
 
· Valor Presente Líquido - VPL 
· Taxa Interna de Retorno - TIR 
· Taxa Interna de Retorno Modificada – TIR-M 
· Payback 
 
 
5.8.6.1. Valor Presente Líquido 
 
O valor Presente líquido - VPL, ou também chamado de valor atual líquido – VAL é 
um indicador financeiro que calcula o valor que o projeto gera de riqueza (valor 
monetário) no final do período projetado na análise. 
O calculo do VPL é o somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa líquido, 
gerado no final de cada ano do projeto, descontados a uma taxa de desconto definida 
em função do custo de oportunidade do capital investido (custo do dinheiro aplicado 
no projeto). À este somatório subtrai-se o valor do investimento inicial aplicado para 
a implantação do projeto. 
Fórmula: 
 
 
No exemplo acima podemos visualizar que em um determinado projeto foi investido 
um montante de $15.000 e que o mesmo apresentou cinco fluxos de caixa livre e já 
trazidos para o valor presente (descontando a taxa requerida de retorno), gerando 
uma sobra de $563,00. O que significa que o projeto consegue pagar o investimento 
de $15.000 e ainda gera um lucro livre de $ 563,00 durante o final do dos cinco anos 
do projeto. 
Desta forma, um VPL maior do que zero implica em dizer que o projeto possibilita 
um retorno superior ao caso de aplicações no mercado financeiro. 
 
O critério de aceitação do projeto é: VPL > 0 
 
Analisando outro exemplo temos os seguintes fluxo de caixa: 
Exemplo 2 
 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 
-18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 
 
Se considerarmos uma taxa mínima de retorno da ordem de 12% a.a., teremos: 
 
 
VAL = -18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 = $2.970, 
 1,121 1,122 1,123 1,124 1,125 
 
O resultado nos mostra um resultado positivo de $ 2.970, ou seja maior do que zero, 
e portanto favorável ao investimento. 
Um VPL < 0 representaria um retorno aquém do nível demandado de 12% a.a. 
 
 
5.8.6.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) 
 
 A TIR é taxa de desconto que leva o Valor Presente Líquido de um projeto a zero, 
ou seja, no momento exato onde o projeto consegue pagar o investimento inicial 
mais o custo de oportunidade, nem mais nem menos. (VPL = 0) 
 
Fórmula: 
 n 
 _ FCt __ = 0 
t=0 (1 + i)t 
 
onde, 
FCt : o fluxo de caixa líquido (entradas menos saídas) relativo a cada período "t" 
i : a taxa de desconto, a que denominamos TIR 
n : número de períodos considerados, ou a dimensão de vida do projeto 
 
 
Com o fim de levantarmos a taxa interna de retorno do projeto (exemplo 2) , teremos: 
 
-18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 = 0 
 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)5 
 
Com isto, se diz que o projeto corresponderia a um investimento que rendesse 
exatos 18,33% ao ano. 
 
Como critério de aceitação de propostas a TIR tem que ser maior do que a taxa de 
requerida de retorno: TIR > Taxa requerida de retorno. 
 
Do contrário o projeto gera uma rentabilidade menor do que o esperado pelo 
investidor. 
 
5.8.6.3. Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) 
 
Toma em conta o custo de oportunidade sobre os recursos da empresa nos cálculos 
para levantamento de uma taxa de retorno para iniciativas empresariais. 
0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 
-18.000 5.660 5.660 5.660 5.660 6.660 
 
Considera-se uma Taxa de desconto de 12% ao ano e a Taxa de juros do mercado 
financeiro de 14% ao ano. 
Assim, procedendo ao reinvestimento dos fluxos intermediários (1 a 5) à taxa de 
juros do mercado financeiro (que representa o custo de oportunidade sobre recursos 
disponíveis da empresa), a equação de cálculo será: 
 
TIRM
VF
II
x
n
=





 −








1
1 100 
 
VF = valor futuro (no último período) dos fluxos de caixa da empresa 
n = período de vida considerado para o projeto 
II = investimento inicial 
 
Já a operacionalização dos cálculos da TIRM no problema anterior se daria como 
abaixo: 
 
Ano 1: 5.660 x 1,144 = 9.559,51 
Ano 2: 5.660 x 1,143 = 8.385,54 
Ano 3: 5.660 x 1,142 = 7.355,74 
Ano 4: 5.660 x 1,141 = 6.452,40 
Ano 5: 6.660 x 1,140 = 6.660,00 
 
VF ============> 38.413,19 
TIRM = ((38.413,19/18000)1/5 - 1) x 100 = 16,37% aa 
 
Neste caso, são dois os passos para aferição da viabilidade de projetos de 
investimentos: 
 
a) TIRM > TRR; se isto ocorrer, o projeto é viável por superar a taxa requerida de 
retorno, a qual é julgada suficiente para os propósitos de crescimento e 
sustentação da empresa no longo prazo. 
 
b) TIRM > im; se esta nova restrição é atendida, isto implica em que a rentabilidade 
do projeto supera possíveis aplicações de recursos no mercado financeiro. Em 
outros termos, a empresa terá retornos superiores aplicando na produção do que 
se investir em produtos financeiros. 
 
Outro detalhe diz respeito à fórmula acima, a qual se refere a casos onde ocorra o 
padrão usual na análise de projetos, com investimentos num período inicial sendo 
seguidos, no tempo, por fluxos de caixa líquidos. 
 
Caso houvesse fluxos de caixa negativos, além daquele referente ao 
investimento inicial, o critério internacionalmente aceito é o de se descontar 
tais fluxos negativos para o momento zero à taxa requerida de retorno, 
aumentando o valor de "II" na fórmula acima. 
 
Em todo o caso, fica a observação de que não importa o padrão do fluxo de entradas 
e de saídas, pois que poderíamos adaptar novas configurações quando necessário. 
Inclusive, planilhas eletrônicas como o Excel, já incorpora soluções nesta direção. 
 
Quanto à regra para aceitação de projetos, o procedimento segue aquele do método 
da TIR, ou seja: 
 
TIRM > Taxa requerida de retorno 
 
Para nosso exemplo acima, temos que a TIRM se iguala a 16,37%, superando a taxa 
requerida de retorno de 12%. Neste sentido, o projeto contribuirá decisivamente para 
acrescer a base geradora de riquezas da empresa. 
 
 
5.8.6.4. Payback (Tempo de retorno) 
 
O payback significa o tempo em que o projeto leva para pagar o investimento inicial. 
No exemplo, temos um investimento inicial de $18.000 e por ano um lucro líquido de 
$5.660, então é só dividir o valor investido sobre o resultado anual que teremos o 
tempo de retorno: 
 
Payback simples = $18.000 = 3,18 anos 
 $ 5.660 
Porém tal fórmula só contempla fluxos de caixa uniformes e a desconsideração da 
máxima de que o dinheiro tem valor no tempo, porque não foi descontado a taxa do 
custo de oportunidade nos fluxos de caixa. 
Para efeito de análise do payback temos que quanto maior o período de recuperação 
de investimentos, maior o risco do negócio. Recomenda-se utilizar também outros 
métodos de avaliação (como VPL e TIR) além do payback para aprovar um projeto. 
 
5.8.6.5. Outros indicadores de viabilidade 
 
A seguir tem-se outros indicadores de viabilidade econômica e financeira de projeto 
também importantes para subsidiar o processo de análise e tomada de decisões 
sobre o investimento. Estes devem ser utilizados para complementar as informações 
de análise dos indicadores anteriores (VPL, TIR, TIR-M e Payback). 
 
I. PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar ou quantas 
unidades de um determinado produto ou serviço precisam ser vendidas para pagar 
todos os seus custos (fixos e variáveis) em um determinado período. 
 
No gráfico 1 podemos visualizar o comportamento das curvas dos custos fixos, 
variáveis e totais. 
 
Gráfico 1 – Custos versus volume de vendas 
 
 
 
 
 
 
Já no gráfico 2 temos a ilustração aonde o totalde receitas se iguala ao total de 
custos da empresa (fixos e variáveis). Este ponto é chamado de ponto de equilíbrio. 
 
Gráfico 2 – ponto de equilíbrio entre custos e volume de vendas 
 
 
Ponto de Equilíbrio Operacional 
 
É o nível em que as entradas operacionais geradas pelas vendas igualam-se às 
saídas operacionais, decorrentes dos custos operacionais necessários para produzir 
essas vendas no período específico. 
 
Fórmula: 
 
 
 
 
 
 
PEO = CF / (VU - CVU) 
 
Onde: 
PEO é ponto de equilíbrio operacional; 
CF são os custos fixos; 
VU é o valor unitário; e 
CVU é o custo variável unitário. 
Utilizando as fórmulas a seguir, você pode calcular o ponto de equilíbrio de duas 
maneiras: em faturamento ou em unidades vendidas. 
 
A) Ponto de Equilíbrio de faturamento (ou financeiro) 
 
PE = Custo Fixo Total / Índice da Margem de Contribuição 
 
Observação: 
Índice da Margem = Margem de Contribuição (Receita Total – Custo Variável Total) 
/ Receita Total 
 
O ponto de equilíbrio nem sempre é calculado em unidades. Para as empresas que 
trabalham com uma grande diversidade de produtos ou serviços, é recomendável 
que se calcule o ponto de equilíbrio em faturamento. 
 
Você deve concentrar todos os seus esforços para que o empreendimento ultrapasse 
o ponto de equilíbrio, pois, somente assim, você irá obter lucro. 
 
 
B) Ponto de Equilíbrio de quantidade = Custo Fixo Total / Margem de Contribuição 
Unitária 
 
Observação: 
Margem de Contribuição Unitária = Preço de Venda Unitário – Custo Variável 
Unitário 
 
Exemplo 
Valores anuais: 
- Receita Total: $ 100.000,00 
- Custo Variável Total: $ 70.000,00 
- Custo Fixo Total: $ 19.500,00 
- Preço de Venda Unitário: $ 8,00 
- Custo Variável Unitário: $ 5,00 
- Índice da Margem de Contribuição = ($ 100.000,00 – $ 70.000,00) / $ 
100.000,00 = 0,30 
 
PE faturamento = $ 19.500,00 / 0,30 = $ 65.000,00 
 
Isso quer dizer que é necessário que a empresa tenha uma receita total de $ 
65.000,00 ao ano para cobrir todos os seus custos. 
 
Margem de Contribuição Unitária = $ 8,00 – $ 5,00 = $ 3,00 
 
PE quantidade = $ 19.500,00 / $ 3,00 = 6.500 unidades 
 
Isso quer dizer que a empresa precisará vender 6.500 unidades durante o ano para 
atingir seu ponto de equilíbrio, isto é, cobrir todos os seus custos. 
 
No quadro abaixo segue um exemplo de cálculo do valor do ponto de equilíbrio de 
uma empresa: 
 
Gastos Fixos Margem de Contribuição Líquida
Custo de Pessoal 3.797,50 Despesas com vendas 11,00%
Custos Fixos 5.200,00 CMV 34,25%
Despesas Fixas 12.450,00 Custo Produto - Matéria-Prima 7,40%
Total de gastos fixos 21.447,50 Custo Variável Total 52,65%
Margem de Contribuição Líquida =
47,35%
Ponto de Equilíbrio (PE) =
PE = 21.447,50 
47,35%
PE = 45.298,16 78,64% Receita Potencial
Margem de contribuição líquida
Margem de Contribuição Líquida =
Ponto de Equilíbrio - Break Even Point
100% - Custo variável total%
Gastos Fixos
 
 
Demonstrativo de Resultado (PE)
Receita Total 45.298,16 100,00%
(-) Despesas c/ Vendas 4.982,80 11,00%
(=) Receita Líquida 40.315,36 89,00%
(-) CMV 15.514,62 34,25%
(-) Custo Produto - Matéria-Prima 3.352,06 7,40%
(-) Custo Produto - Pessoal 3.797,50 8,38%
(-) Custo Fixo 5.200,00 11,48%
(=) Lucro Bruto 12.451,18 27,49%
(-) Despesas Fixas 12.450,00 27,48%
(=) Lucro Líquido (LAIR) 1,18 0,00% 
 
 
 
II. LUCRATIVIDADE 
 
É um indicador que mede o lucro líquido em relação às vendas. É um dos principais 
indicadores econômicos das empresas, pois está relacionado diretamente à 
competitividade. Se sua empresa possui uma boa lucratividade, ela apresentará uma 
maior capacidade de competir, como, por exemplo, realizar maiores investimentos 
em divulgação, na diversificação dos produtos, na aquisição de novos equipamentos, 
etc. 
 
Lucratividade = Lucro Líquido dividido pela receita total 
 
Fórmula: Lucratividade = Lucro líquido /Receita total x 100 
 
Exemplo: 
Receita Total: $ 100.000,00/ano 
Lucro Líquido: $ 8.000,00/ano 
Lucratividade = $ 8.000,00/ $100.000,00 x 100 = 8% 
 
Isso quer dizer que sob os $ 100.000,00 de receita total “sobram” $ 8.000,00 na forma 
de lucro, depois de pagas todas as despesas e impostos, o que indica uma 
lucratividade de 8% ao ano. 
 
 
III. RENTABILIDADE 
 
 
É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido 
aos sócios. É obtido sob a forma de percentual por unidade de tempo (por exemplo, 
mês ou ano). É calculado através da divisão do lucro líquido pelo investimento total. 
A rentabilidade deve ser comparada com os índices praticados no mercado 
financeiro. 
 
Fórmula: 
Rentabilidade = Lucro Líquido/ Investimento Total x 100 
 
Exemplo: 
Lucro Líquido: $ 8.000,00/ano 
Investimento Total: $ 32.000,00 
Rentabilidade = $ 8.000,00/$ 32.000,00 x 100 = 25% ao ano 
 
Isso significa que, a cada ano, o empresário recupera 25% do valor investido através 
dos lucros obtidos no negócio. 
 
 
5.8.7. Decisão de Investimento 
 
 
 
VALOR PRESENTE LÍQUIDO 
 
 
TAXA INTERNA DE RETORNO 
 
 
 
PAYBACK 
 
O Plano de Negócio desenvolvido por você é um valioso instrumento de 
planejamento. Por ser o seu mapa de percurso, ele deve ser consultado a todo 
instante e acompanhado permanentemente. 
 
Avalie cada uma das informações encontradas por você. Lembre-se de que o plano 
de negócio tem por objetivo ajudá-lo a responder à pergunta lançada no início deste 
capítulo: 
 
“Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”. 
 
Saiba que o mundo e o mercado estão sujeitos a várias mudanças. A cada dia 
surgem novas oportunidades e ameaças. Assim sendo, procure adaptar seu 
planejamento às novas realidades. É por este motivo que um plano de negócio é 
“feito a lápis”, para que possa ser corrigido, alterado e ajustado ao longo do caminho. 
 
Empreender é sempre um risco, mas empreender sem planejamento é um risco que 
pode ser evitado. O plano de negócio, apesar de não ser a garantia de sucesso, irá 
auxiliá-lo a tomar decisões mais acertadas, assim como a não se desviar de seus 
objetivos.

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