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MATERIAL DE APOIO DA UNIDADE V Desenvolvimento do Plano de Negócio 5.8. Plano Financeiro Este capítulo deve apresentar em números as ações planejadas para a empresa, através de projeção futura de sucesso do negócio. Deve apresentar demonstrativos de fluxo de caixa, de no mínimo três anos; balanço patrimonial; análise do ponto de equilíbrio; demonstrativos de resultado e necessidade de crescimento. O plano financeiro é utilizado também como documento para alavancar a empresa, prospectar parceiros, investidores, captar capital de risco. É, também, uma boa ferramenta para análise de crédito por parte de fornecedores e instituições bancárias. Perguntas a serem respondidas neste item: • Qual o capital inicial necessário? • Quais as necessidades financeiras e seus custos? • Qual a necessidade de capital de giro? • Qual o aporte de capital de cada sócio? • Quais as fontes de Financiamentos e empréstimos? • Quais os custos financeiros do capital? . O plano financeiro é composto por 6 sub capítulos: • Estimativa do Investimento Inicial • Estimativa do faturamento mensal da empresa • Estimativa dos custos variáveis e fixos • Estimativa de resultados e do Balanço Patrimonial • Estimativa de fluxos de caixa • Análise da viabilidade econômica 5.8.1. Estimativa do Investimento Inicial É tudo aquilo que o empreendedor deverá gastar para iniciar suas atividades. Estes gastos incluem: registros e licenças do governo, máquinas, móveis, equipamentos, pesquisas de mercado, etc. Além disso, contempla, também, os recursos financeiros que a empresa deverá ter para cumprir com seus compromissos. Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos que deve ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: • Investimentos Fixos; • Investimentos Financeiros; • Investimentos Pré-operacionais. 5.8.1.1. Estimativa dos Investimentos Fixos O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada. Relacione em uma planilha ou quadro todos os gastos necessários com: terreno, construção civil, instalações, projetos, montagens, equipamentos, máquinas, móveis, utensílios, ferramentas e veículos a serem adquiridos, a quantidade necessária, o valor de cada um e o total a ser desembolsado. 5.8.1.2. Estimativa dos Investimentos Financeiros Os investimentos financeiros são aqueles destinados à formação de capital de giro para o negócio. O capital de giro é o montante de recursos em dinheiro necessário para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias- primas ou mercadorias, financiamento das vendas, pagamento de salários e demais despesas. I. ESTIMATIVA DE CAPITAL DE GIRO Capital de giro é reserva de caixa que toda empresa precisa ter disponível para cobrir os custos até que as contas a receber comecem a entrar no caixa. São necessidades adicionais de caixa, decorrentes de políticas de estoques e de contas a receber. A ser tratado como uma saída de caixa no período inicial do projeto, que retornará ao final do período de vida do mesmo. O capital de Giro inicial pode ser calculado de acordo com a metodologia do Ciclo de Caixa e Giro de Caixa: O CICLO DE CAIXA (CC) de uma empresa é definido como o período de tempo que vai do ponto em que a empresa faz um desembolso para adquirir matéria prima, até o ponto em que é recebido o dinheiro da venda do produto acabado, feito com e aquelas matérias primas. Para se calcular o CC é só somar o prazo médio dos estoques (PME) mais o prazo médio de recebimentos (PMR) e deduzir o prazo médio de recebimento (PMR): CC = PME +PMR - PMR O GIRO DE CAIXA (GC) refere-se ao número de vezes por ano, que o caixa da empresa se renova. Para tanto se considera o ano com 360 dias. Então é só dividir os dias no ano pelo ciclo de caixa: GC = 360/CC Estes conceitos ficarão mais claros a partir do exemplo seguinte: A empresa KLM paga suas duplicatas, em média, com 35 dias e recebe de seus clientes com 70 dias. Passam-se 85 dias entre o momento em que a matéria prima é comprada até a época em que o produto acabado é vendido. Calcularemos o ciclo de caixa e o giro de caixa desta empresa. Observe o diagrama seguinte: O ciclo de caixa pode ser calculado a partir da seguinte fórmula: CC = PME + PMC - PMP Onde: PME = idade média dos estoques PMC = período médio de cobrança (ou de recebimento) PMP = período médio de pagamento Assim, para a empresa KLM, teríamos: CC = 85 + 70 – 35 = 120 dias GC = 360/ 120 = 3 vezes Análise: a empresa levará 120 dias para fechar o seu ciclo de caixa, ou seja, ficará este tempo necessitando usar o seu capital de giro. E se considerarmos este fato anual ela terá que recorrer ao seu capital de giro 3 vezes (GC) durante o ano. CAIXA MÍNIMO OPERACIONAL: é o valor mínimo que a empresa deverá manter de capital de giro na empresa. Para manter um saldo de caixa, necessariamente a empresa deixará de aproveitar diversas oportunidades de investir em outros ativos. Por isso, o objetivo é sempre manter um mínimo de recursos em disponibilidade, a fim de que a empresa possa saldar suas dívidas, sem, contudo perder oportunidades de realizar imobilizações e outros investimentos. Veremos a seguir uma das formas de se determinar quanto uma empresa deveria manter em caixa. Existem outras técnicas de se calcular a necessidade de capital de giro, porém qualquer técnica, contudo, precisa ser adaptada para a realidade da empresa em questão. O caixa mínimo operacional (CMO) é o valor a ser mantido em caixa, a cada giro de caixa. Pode ser obtido a partir de estimativas acerca de seu desembolso anual estimado. Esta técnica somente é possível se a empresa utilizar instrumentos orçamentários e fluxo de caixa, de tal forma que lhe seja possível estimar quanto (em moeda estável) pretende desembolsar em um determinado ano. Para se calcular o CMO basta dividir o Desembolso Anual Previsto, que é o valor estimado de gastos durante o anos na empresa (somatório dos custos fixos e variáveis anuais), pelo Giro de Caixa (GC). CMO = DESEMBOLSOS ANUAIS PREVISTOS / GC Em nosso exemplo anterior, suponhamos que a KLM estima desembolsos anuais de $12.000. Assim teremos que o caixa mínimo operacional a ser mantido pela empresa será: CMO = $12.000/3 = $4.000. Ou seja, a cada ciclo de caixa (120 dias), a empresa deverá manter um caixa mínimo de $4.000. Contudo, temos que ser cuidadosos com esta análise, pois muitas empresas têm entradas e saídas de caixa não lineares, isto é, não se dão de forma equânime ao longo do ano. II. ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS Compreendem todos os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que o negócio abra as portas e comece a faturar. São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma do imóvel (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa. III. ESTIMATIVA DO INVESTIMENTO TOTAL (RESUMO) O investimento total é a soma dos investimentos fixos, financeiros e pré- operacionais. Veja o exemplo no quadro 1. Pense em como e onde você irá buscar esses recursos para iniciar ou ampliar seu negócio. Você dispõe do capital necessário para isso (recursos próprios) ou será necessário recorrer a bancos (recursos de terceiros), por exemplo? Caso necessite de financiamento bancário, procure saber quais são as linhas de crédito para micro e pequenas empresas. Peça ao gerente do banco escolhido orientações sobre o que pode ser financiado, até quanto, o valor dos juros, a carência e o prazo de pagamento, a documentação e as garantiasexigidas. Verifique se você está apto a atender todas as condições exigidas e, principalmente, se a empresa irá gerar resultados que possibilitem a quitação do financiamento. Caso contrário, busque novas alternativas, mesmo que, para isso, tenha que adiar a abertura da empresa ou iniciar um empreendimento menor do que o planejado. Quadro 1. Estimativa de Investimentos iniciais do negócio 5.8.2. Estimativa do Faturamento mensal da empresa Esta talvez seja uma das tarefas mais difíceis de um novo negócio, principalmente se você ainda não iniciou as atividades. Uma forma mais simples é estimar o quanto a empresa deverá faturar por mês é multiplicar a quantidade de produtos a serem oferecidos pelo seu preço de venda, baseado nas informações de mercado. Para isso, considere: • O preço praticado pelos concorrentes diretos; e • Quanto os seus potenciais clientes estão dispostos a pagar. As previsões de vendas devem ser baseadas na avaliação do potencial do mercado em que você irá atuar e na sua capacidade de produção. Faça suas estimativas de faturamento para um período de, pelo menos, 12 meses. Seja cauteloso ao projetar as receitas e verifique se há sazonalidade no seu ramo, isto é, se existem épocas em que as vendas aumentam ou diminuem como no natal ou nas férias escolares. Nota-se que, ao estimar as suas vendas, deve ser considerado o preço de mercado. Porém, é necessário você saber que existem outros meios para se precificar um produto. Podemos citar, como exemplo, o preço de venda calculado com base nos custos da empresa. A estimativa de vendas divide-se, basicamente, em três fases: - Coleta de informações; - Análise das informações; - Elaboração da estimativa. Estágios da elaboração da Previsão de Vendas: a) Dividir os produtos em grupos homogêneos; b) Determinar os fatores que influenciam as vendas de cada produto, estabelecendo a importância relativa de cada um dos fatores; c) Escolher o método de previsão mais adequado; d) Reunir todas as informações disponíveis; e) Analisar as informações; f) Verificar os resultados; g) Converter os resultados em previsão para o mercado em geral e para regiões em particular; h) Aplicar as previsões à empresa; i) Analisar o desempenho das vendas e rever periodicamente as previsões. Trata-se de uma atividade cujo processo é constante, com objetivo de melhorar sempre. Aconselha-se a elaborar a previsão do mercado como um todo inicialmente e depois aplicar à empresa. Além disso, se forem combinados mais de um método de previsão a probabilidade de acerto aumenta. Classificação das Projeções - Quanto ao prazo: podem ser de curto (até 01 ano), médio (de 01 a 02 anos) e longo (acima de 02 anos) prazos. - Quanto ao nível de agregação: pode ser projeção macroeconômica, que é mais barata e rápida, ou por desagregação setorial, mais minuciosa e onerosa, mas pode ser indispensável se houver necessidade de determinação de diversos custos e fatores de comercialização do produto. - Quanto ao critério de projeção: pode ser qualitativa ou quantitativa. Critérios Qualitativos: tem grande utilidade na falta de dados históricos. - Pesquisa de Mercado: faz-se levantamentos, por meio de questionários e entrevistas, e esta informação é interpretada para indicar os fatores que mais influenciam a preferência do consumidor. Tem menor validade em ternos de projeções futuras e de confiabilidade. Seu custo e tempo de realização também são elevados e, muitas vezes, impeditivos. - Técnicas Delphos: um grupo de especialistas é convidado a responder um questionário, sem interação entre si, cujas respostas são processadas pelo coordenador (pesquisador) e devolvidas aos especialistas que fazem uma nova avaliação das questões. Podem ser realizadas várias avaliações, buscando um consenso sobre o assunto. É uma técnica onerosa e demorada. - Painel de Especialistas: é semelhante à Técnica Delphos, mas os especialistas se interagem, portanto, o resultado final é mais uma resposta do grupo do que um verdadeiro consenso. São poucos encontros, o que diminui significativamente o custo e o tempo da coleta dos dados. - Cenários: trata-se de estabelecer uma sequência lógica de eventos. Com esta técnica busca-se responder como situações hipotéticas podem ocorrer e quais alternativas para se atuar no processo. Seu custo é bastante reduzido, mas sua precisão também é bastante pequena. - Pesquisa junto aos Vendedores: trata-se de perguntar aos vendedores da própria empresa qual é a expectativa das vendas. - Pesquisa junto aos Consumidores: trata-se de perguntar aos clientes da própria empresa qual é a expectativa das suas compras. - Analogia Histórica: faz-se uma comparação de um novo produto a ser lançado com um produto similar que já esteja no mercado. Busca-se identificar o nível de vendas do novo produto, considerando que seu comportamento será semelhante ao daquele que serviu de comparação. Seu custo é baixo e apresenta uma precisão razoável para projeções de médio/longo prazos. Critérios Quantitativos: calculado com base em dados históricos. - Regressão Linear: Verifica a associação entre duas ou mais variáveis, sendo que aquela que queremos prever é denominada dependente (y) e as demais independentes ou explicativas (x). Passos para a utilização do método estatístico de regressão linear: - Escolhemos as variáveis que farão parte do modelo, com base em uma teoria ou na experiência do pesquisador; - Faz-se um levantamento histórico do comportamento das variáveis escolhidas (quanto maior a amostra, mais precisa será a previsão); - Utilizamos um software estatístico ou até mesmo o Excel® para nos dar os resultados (no caso de apenas duas variáveis, a calculadora HP 12C também traz os resultados). A equação encontrada é a seguinte: +++++= xxx nny ...22110 Em que: y = variável dependente; xn = variáveis independentes; 0 = intercepto; n = coeficientes das variáveis independentes; = termo de erro, não explicado pelo modelo. - Para verificarmos a qualidade do modelo, podemos calcular o coeficiente de determinação (r2). Ele pode variar de 0 a 1 e indica o percentual da variação de y que é explicada pelo modelo. Em outras palavras, se r2 for igual a 0,85, indica que a equação encontrada explica em 85% os casos de variação ocorridas em y. Passos da Calculadora HP 12 C - PARA CÁLCULO DE ANÁLISE DE REGRESSÃO SIMPLES Y1 Enter X1 + Y2 Enter X2 + . . . . . . . . . . . . Yn Enter Xn + 0 g y,r = 0 STO 0 0 g x,r CHS RCL 0 X<>Y ÷ = 1 g y,r X<>Y 2 Yx = r2 5.8.3. Estimativa dos custos variáveis e fixos Custos são todos os gastos necessários para a produção dos produtos. Os gastos com matéria-prima e embalagem são classificados como custos variáveis numa empresa industrial, assim como as mercadorias, nas atividades comerciais. APURAÇÃO DO CUSTO DOS MATERIAIS E/OU MERCADORIAS VENDIDAS Nesta etapa, você deverá apurar o CM – Custos com Materiais (para a indústria) – ou o CMV – Custo das Mercadorias Vendidas (para o comércio). O custo dos materiais ou das mercadorias vendidas representa o valor que deverá ser baixado dos estoques da empresa pela sua venda efetiva. Para calculá-lo, basta multiplicar a quantidade estimada de produtos a serem vendidos pelo seu custo de fabricação ou de aquisição. O Custo com Materiais e/ou de Mercadorias Vendidas é classificado como custo variável, isto é, um gasto que aumenta ou diminui em função do volume de produção ou de vendas. ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃOAqui, serão registrados os gastos com impostos e comissões a vendedores ou representantes. Esse tipo de despesa incide diretamente sobre as vendas e, assim como o custo dos materiais ou mercadorias vendidas, é considerado como um custo variável. Para calculá-los, basta aplicar, sobre o total das vendas previstas, o percentual dos impostos e das comissões a serem pagas. Observação: caso sua empresa possa optar pelo SIMPLES, então desconsidere o recolhimento dos seguintes impostos: IRPJ, PIS, COFINS, Contribuição Social. ESTIMATIVA DOS CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA Agora, você deverá definir quantas pessoas serão contratadas (se necessário) para realizar as diversas atividades do negócio. Pesquise e determine quanto cada empregado receberá mensalmente. Não se esqueça de que, além dos salários, deve ser considerado o custo com encargos sociais (FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas-extras, aviso prévio, etc.) Sobre o total de salários, você deve aplicar o percentual relativo aos encargos sociais. Somando-os aos salários, você saberá qual o custo total com mão-de obra. Um contador poderá informá-lo sobre quais os encargos sociais devidos pela sua empresa. Pesquise, junto ao sindicato patronal, o piso salarial a ser pago a seus empregados e quais os benefícios devidos. ESTIMATIVA DO CUSTO COM DEPRECIAÇÃO Lembre-se de que as máquinas, equipamentos e ferramentas a serem utilizados vão se desgastando ou tornando-se ultrapassados com o passar dos anos, fazendo com que seja necessária sua reposição. O reconhecimento da perda do valor dos bens pelo uso é chamado de depreciação. Para calcular a depreciação dos investimentos fixos, você deverá seguir os passos a seguir: • Relacione as máquinas, equipamentos, ferramentas, utensílios, veículos, etc. utilizados; • Determine o tempo médio de vida útil (em anos) desses bens; • Divida o valor do bem pela sua vida útil em anos para saber o valor anual da depreciação; • Divida o custo anual com depreciação por 12, para saber a depreciação mensal desses bens. Entenda melhor como calcular a depreciação a partir do exemplo a seguir: Informações Gerais: - Nome do bem: máquina de costura - Tempo médio de vida útil: 5 anos - Valor do bem: $ 5.000,00 - Depreciação anual (valor do bem dividido pela vida útil): $ 5.000,00/ 5 anos = $ 1.000,00 - Depreciação mensal (valor ano dividido por 12 meses) = $ 1.000,00/12 = $ 83,33 ao mês Isso quer dizer que, a cada mês, esse equipamento vale $83,33 menos, ou seja, provavelmente, ao final de 5 anos, será preciso adquirir um nova máquina de costura, mais moderna e eficiente. Apesar de ser um custo fixo e influenciar na formação do preço, a depreciação não representa um desembolso. Entretanto, dependendo da situação financeira e das estratégias do negócio, pode ser feita uma reserva para a troca do bem após o término de sua vida útil. Para sua informação, a Receita Federal considera, para efeito de vida útil, os seguintes prazos de vida útil para os bens abaixo (essas informações devem servir de referência e não seguidas como regra): • Bem Vida útil • imóveis 25 anos • máquina 10 anos • equipamentos 5 anos • móveis e utensílios 10 anos • veículos 5 anos • computadores 3 anos Dependendo da atividade empresarial, máquinas e equipamentos sofrem desgastes maiores. Isso deve ser considerado no momento do cálculo da depreciação; Máquinas e equipamentos sucateados têm um custo maior de manutenção e uma produtividade mais baixa. ESTIMATIVA DOS CUSTOS FIXOS MENSAIS CUSTOS FIXOS são todos os gastos necessários para a empresa poder funcionar, independentemente se ela produzir ou não (material de escritório, energia, água, telefone, internet, mão de obra do administrativo, etc.). Os custos fixos são todos os gastos que não se alteram em função do volume de produção ou da quantidade vendida em um determinado período. Por exemplo, imagine que, em um determinado mês, uma empresa venda uma quantidade pequena de itens. Ainda assim, terá que arcar com as despesas de aluguel, energia, os salários, etc. Esses valores são considerados custos fixos porque devem ser pagos, normalmente, mesmo que a empresa não fature. Em um quadro, liste todos os custos fixos do negócio e estime os valores mensais de cada um. Ao levantar os custos fixos mensais, você deve assumir uma postura mais cautelosa. Já diz o ditado que “o seguro morreu de velho”; por isso, trabalhe com alguma “margem de segurança” na hora de estimar esses gastos. Sem perder a qualidade, procure reduzir ao máximo os custos fixos. Adote práticas que contribuam para a diminuição do desperdício e do retrabalho. O pró-labore é a remuneração do trabalho do dono e deve ser considerado mensalmente como um custo. Lembre-se de que, caso você não disponha de outra fonte de renda, será através do pró-labore que irá pagar seus compromissos pessoais. Não se esqueça de relacionar o valor da depreciação mensal das máquinas e equipamentos calculados anteriormente. Exemplos de tipos de custos fixos mensais • Aluguel • Condomínio • IPTU • Água • Energia elétrica • Telefone • Honorários do contador • Pró-labore • Manutenção dos equipamentos • Salários + encargos • Material de limpeza • Material de escritório • Combustível • Taxas diversas • Serviços de terceiros • Depreciação • Outros 5.8.4. Estimativa de Resultados e Balanço DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS - DRE Após reunir as informações sobre as estimativas de faturamento e o total dos custos, sejam eles fixos ou variáveis, é possível prever o resultado da empresa, verificando se ela possivelmente irá operar com lucro ou prejuízo. É o resumo ordenado de receitas e despesas da empresa em um determinado período. Para isso é necessário: 1. Apurar o quanto ela vendeu durante o mês (planilha de projeção de receitas); 2. Deduzir os impostos sobre as vendas (verificar a alíquota de impostos de acordo com a classificação fiscal da empresa); 3. Calcular a receita líquida, que é receita de vendas menos os impostos sobre vendas; 4. Deduzir os custos variáveis (valores apurados na planilha de custos dos produtos vendidos); 5. Calcular o Lucro Bruto ou margem de contribuição (que é a receita líquida de vendas menos os custos variáveis). A margem de contribuição é valor que sobra, depois de pagar os custos da produção, para pagar as despesas administrativas; 6. Deduzir as despesas administrativas (custos fixos) da margem de contribuição e encontrar o resultado líquido final. Se o resultado for positivo a empresa terá sobra e se negativo terá perdas financeiras. Veja no quadro 2 um exemplo de uma DRE projetada Quadro 2. Demonstração de resultado de exercício da empresa X PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL Na projeção do balanço patrimonial deve-se: 1. Fixar os valores do ativo circulante e permanente 2. Fixar os níveis desejados dos ativos permanentes 3. Identificar o valor do patrimônio líquido 4. Verificar o financiamento necessário proveniente de terceiros Exemplo de Projeção de Balanço 5.8.5. Estimativa Do Fluxo de Caixa Projetado O fluxo de caixa é a projeção de todas as entradas e saídas (fluxo financeiro do negócio) durante um determinado tempo. Trata-se do plano financeiro com projeções anuais para um período de 3 a 5 anos. É a quantificação monetária das atividades do negócio que resultam em entradas e saídas do caixa. Fluxo de caixa é a projeção dessas entradas e saídas (fluxo financeiro do negócio). O fluxo de caixa é uma planilha composta pelas contas: • (-) Investimento inicial • (+) Receitas estimadas Projeção de Balanço Exercício Findo em: dez-2007 dez-2008 dez-2009 dez-2010 dez-2011 Conta 1 ATIVO 1.1Ativo Circulante 1.1.1 Caixa e Bancos 1.160.441,70$ 1.525.185,61$ 1.899.153,73$ 2.344.822,94$ 2.874.462,93$ 1.1.2 Duplicatas a Receber 46.500,00$ -$ -$ -$ -$ 1.1.3 Estoques -$ -$ -$ -$ -$ 1.1.4 Impostos a Recuperar -$ -$ -$ -$ -$ Total Ativo Circulante 1.206.941,70$ 1.525.185,61$ 1.899.153,73$ 2.344.822,94$ 2.874.462,93$ 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo -$ -$ -$ -$ -$ 1.2.1 Duplicatas a Receber -$ -$ -$ -$ -$ 1.2.2 Outros -$ -$ -$ -$ -$ 1.3 Ativo Permanente 1.3.1 Investimentos -$ -$ -$ -$ -$ 1.3.2.1 Imobilizado -$ -$ -$ -$ -$ 1.3.2.2 (-) Depreciação Acumulada (34.310,66)$ (68.621,33)$ (102.931,99)$ (137.242,66)$ (170.513,32)$ 1.3.3 Diferido 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ 5.000,00$ Total Ativo Permanente (29.310,66)$ (63.621,33)$ (97.931,99)$ (132.242,66)$ (165.513,32)$ ATIVO TOTAL 1.177.631,04$ 1.461.564,28$ 1.801.221,74$ 2.212.580,28$ 2.708.949,61$ 2 PASSIVO 2.1 Passivo Circulante 2.1.1 Salários e Encargos a Pagar 18.420,00$ 19.216,00$ 20.051,80$ 20.929,39$ 21.850,86$ 2.1.2 Impostos & Taxas 9.326,62$ 10.256,92$ 11.274,50$ 12.396,53$ 13.630,55$ 2.1.3 Fornecedores 11.605,00$ 12.765,50$ 14.042,05$ 15.446,26$ 16.990,88$ 2.1.4 Contas a Pagar 3.000,00$ 3.150,00$ 3.307,50$ 3.472,88$ 3.646,52$ 2.1.5 Empréstimos e Financiamentos -$ -$ -$ -$ -$ 2.1.6 Outros 1.500,00$ 1.575,00$ 1.653,75$ 1.736,44$ 1.823,26$ Total Passivo Circulante 43.851,62$ 46.963,42$ 50.329,60$ 53.981,49$ 57.942,07$ 2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo -$ -$ -$ -$ -$ 2.2.1 Empréstimos e Financiamentos -$ -$ -$ -$ -$ 2.2.2 Outros -$ -$ -$ -$ -$ 2.3 Patrimônio Líquido 2.3.1 Capital Social 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 900.000,00$ 2.3.2 Reservas de Capital 144.000,00$ 288.000,00$ 432.000,00$ 576.000,00$ 720.000,00$ 2.3.3 Lucros/Prejuízos Acumulados 89.779,42$ 226.600,86$ 418.892,14$ 682.598,79$ 1.031.007,54$ Total Patrimônio Líquido 1.133.779,42$ 1.414.600,86$ 1.750.892,14$ 2.158.598,79$ 2.651.007,54$ PASSIVO TOTAL 1.177.631,04$ 1.461.564,28$ 1.801.221,74$ 2.212.580,28$ 2.708.949,61$ • (-) Despesas variáveis • (-) Despesas fixas • (=) Resultado financeiro projetado Análise da Sensibilidade do Fluxo de Caixa: Consiste da avaliação do impacto no resultado do negócio devido à simulação da variação das vendas e custos das atividades do negócio. Variações de até 20% devem ser suportadas pelo negócio, caso contrário pode ser uma indicação de que o negócio é inviável. Fases do Fluxo de Caixa Análise do Fluxo de Caixa: Importante instrumento para o empreendedor realizar todas as análises para determinar a viabilidade e rentabilidade do negócio. Critérios de análise: Ponto de equilíbrio operacional; ponto de equilíbrio financeiro; margem operacional; máxima necessidade de recursos; payback; taxa interna de retorno. Projeções Financeiras Para a elaboração do fluxo de caixa deve-se replicar o Demonstrativo de Resultados de caixa projetado para os próximos anos. • As projeções anuais devem conter a segmentação de receita e custos por tipo de produto ou serviço e as premissas de demanda e margens operacionais. • As planilhas desta seção devem ser simples, fáceis de ler e entender, deixando um detalhamento maior para anexos ou etapas posteriores. EXEMPLO DE MONTAGEM DE FLUXO DE CAIXA DE PROJETO 5.8.6. Método de Análise de Investimento do negócio Iniciamos esta seção fazendo a seguinte pergunta: • Qual é propósito de um negócio? Entende-se que o principal propósito de um negócio é a geração de riqueza para os acionistas/investidores. Neste sentido todos os esforços e estratégias propostos em seu plano de negócio deve responder outra pergunta: • Vale a pena investir neste negócio? A figura 1 ilustra o fluxo processual da metodologia de análise de viabilidade para a tomada de decisão de investimento em projetos de negócio: A análise do investimento leva em consideração todas as variáveis levantadas durante a construção do plano de negócio: Modelo de negócio, estratégias, estudo de mercado (projeção de receitas de vendas), custos e investimentos necessários. Com base nestas informações, traduzidas em valores monetários, pode-se projetar os resultados e os fluxos de caixa do negócio. Assim, tem-se então o dimensionamento do potencial que esse novo negócio terá de gerar lucro nos primeiros anos de sua existência. E com base nesses lucros (fluxos de caixa descontados) pode-se calcular a rentabilidade do projeto (Taxa Interna de Retorno - TIR), seu retorno potencial (Valor Atual Líquido – VAL) e o tempo de retorno do investimento (Payback). A figura 2 ilustra um exemplo de fluxos de caixa descontado e o resultado dos indicadores de investimento. Figura 2. Indicadores de viabilidade econômica do projeto X. Assim, o método de análise de investimento prevê a apuração de saídas correntes de caixa na "expectativa" de ganhos futuros. Ou seja,analisar uma proposta de investimento de acordo com seu retorno esperado, levando em conta os riscos específicos a tais iniciativas. Os indicadores financeiros de análise de investimento são: · Valor Presente Líquido - VPL · Taxa Interna de Retorno - TIR · Taxa Interna de Retorno Modificada – TIR-M · Payback 5.8.6.1. Valor Presente Líquido O valor Presente líquido - VPL, ou também chamado de valor atual líquido – VAL é um indicador financeiro que calcula o valor que o projeto gera de riqueza (valor monetário) no final do período projetado na análise. O calculo do VPL é o somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa líquido, gerado no final de cada ano do projeto, descontados a uma taxa de desconto definida em função do custo de oportunidade do capital investido (custo do dinheiro aplicado no projeto). À este somatório subtrai-se o valor do investimento inicial aplicado para a implantação do projeto. Fórmula: No exemplo acima podemos visualizar que em um determinado projeto foi investido um montante de $15.000 e que o mesmo apresentou cinco fluxos de caixa livre e já trazidos para o valor presente (descontando a taxa requerida de retorno), gerando uma sobra de $563,00. O que significa que o projeto consegue pagar o investimento de $15.000 e ainda gera um lucro livre de $ 563,00 durante o final do dos cinco anos do projeto. Desta forma, um VPL maior do que zero implica em dizer que o projeto possibilita um retorno superior ao caso de aplicações no mercado financeiro. O critério de aceitação do projeto é: VPL > 0 Analisando outro exemplo temos os seguintes fluxo de caixa: Exemplo 2 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 -18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 Se considerarmos uma taxa mínima de retorno da ordem de 12% a.a., teremos: VAL = -18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 = $2.970, 1,121 1,122 1,123 1,124 1,125 O resultado nos mostra um resultado positivo de $ 2.970, ou seja maior do que zero, e portanto favorável ao investimento. Um VPL < 0 representaria um retorno aquém do nível demandado de 12% a.a. 5.8.6.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) A TIR é taxa de desconto que leva o Valor Presente Líquido de um projeto a zero, ou seja, no momento exato onde o projeto consegue pagar o investimento inicial mais o custo de oportunidade, nem mais nem menos. (VPL = 0) Fórmula: n _ FCt __ = 0 t=0 (1 + i)t onde, FCt : o fluxo de caixa líquido (entradas menos saídas) relativo a cada período "t" i : a taxa de desconto, a que denominamos TIR n : número de períodos considerados, ou a dimensão de vida do projeto Com o fim de levantarmos a taxa interna de retorno do projeto (exemplo 2) , teremos: -18.000 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 5.660 + 6.660 = 0 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)5 Com isto, se diz que o projeto corresponderia a um investimento que rendesse exatos 18,33% ao ano. Como critério de aceitação de propostas a TIR tem que ser maior do que a taxa de requerida de retorno: TIR > Taxa requerida de retorno. Do contrário o projeto gera uma rentabilidade menor do que o esperado pelo investidor. 5.8.6.3. Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) Toma em conta o custo de oportunidade sobre os recursos da empresa nos cálculos para levantamento de uma taxa de retorno para iniciativas empresariais. 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 -18.000 5.660 5.660 5.660 5.660 6.660 Considera-se uma Taxa de desconto de 12% ao ano e a Taxa de juros do mercado financeiro de 14% ao ano. Assim, procedendo ao reinvestimento dos fluxos intermediários (1 a 5) à taxa de juros do mercado financeiro (que representa o custo de oportunidade sobre recursos disponíveis da empresa), a equação de cálculo será: TIRM VF II x n = − 1 1 100 VF = valor futuro (no último período) dos fluxos de caixa da empresa n = período de vida considerado para o projeto II = investimento inicial Já a operacionalização dos cálculos da TIRM no problema anterior se daria como abaixo: Ano 1: 5.660 x 1,144 = 9.559,51 Ano 2: 5.660 x 1,143 = 8.385,54 Ano 3: 5.660 x 1,142 = 7.355,74 Ano 4: 5.660 x 1,141 = 6.452,40 Ano 5: 6.660 x 1,140 = 6.660,00 VF ============> 38.413,19 TIRM = ((38.413,19/18000)1/5 - 1) x 100 = 16,37% aa Neste caso, são dois os passos para aferição da viabilidade de projetos de investimentos: a) TIRM > TRR; se isto ocorrer, o projeto é viável por superar a taxa requerida de retorno, a qual é julgada suficiente para os propósitos de crescimento e sustentação da empresa no longo prazo. b) TIRM > im; se esta nova restrição é atendida, isto implica em que a rentabilidade do projeto supera possíveis aplicações de recursos no mercado financeiro. Em outros termos, a empresa terá retornos superiores aplicando na produção do que se investir em produtos financeiros. Outro detalhe diz respeito à fórmula acima, a qual se refere a casos onde ocorra o padrão usual na análise de projetos, com investimentos num período inicial sendo seguidos, no tempo, por fluxos de caixa líquidos. Caso houvesse fluxos de caixa negativos, além daquele referente ao investimento inicial, o critério internacionalmente aceito é o de se descontar tais fluxos negativos para o momento zero à taxa requerida de retorno, aumentando o valor de "II" na fórmula acima. Em todo o caso, fica a observação de que não importa o padrão do fluxo de entradas e de saídas, pois que poderíamos adaptar novas configurações quando necessário. Inclusive, planilhas eletrônicas como o Excel, já incorpora soluções nesta direção. Quanto à regra para aceitação de projetos, o procedimento segue aquele do método da TIR, ou seja: TIRM > Taxa requerida de retorno Para nosso exemplo acima, temos que a TIRM se iguala a 16,37%, superando a taxa requerida de retorno de 12%. Neste sentido, o projeto contribuirá decisivamente para acrescer a base geradora de riquezas da empresa. 5.8.6.4. Payback (Tempo de retorno) O payback significa o tempo em que o projeto leva para pagar o investimento inicial. No exemplo, temos um investimento inicial de $18.000 e por ano um lucro líquido de $5.660, então é só dividir o valor investido sobre o resultado anual que teremos o tempo de retorno: Payback simples = $18.000 = 3,18 anos $ 5.660 Porém tal fórmula só contempla fluxos de caixa uniformes e a desconsideração da máxima de que o dinheiro tem valor no tempo, porque não foi descontado a taxa do custo de oportunidade nos fluxos de caixa. Para efeito de análise do payback temos que quanto maior o período de recuperação de investimentos, maior o risco do negócio. Recomenda-se utilizar também outros métodos de avaliação (como VPL e TIR) além do payback para aprovar um projeto. 5.8.6.5. Outros indicadores de viabilidade A seguir tem-se outros indicadores de viabilidade econômica e financeira de projeto também importantes para subsidiar o processo de análise e tomada de decisões sobre o investimento. Estes devem ser utilizados para complementar as informações de análise dos indicadores anteriores (VPL, TIR, TIR-M e Payback). I. PONTO DE EQUILÍBRIO O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar ou quantas unidades de um determinado produto ou serviço precisam ser vendidas para pagar todos os seus custos (fixos e variáveis) em um determinado período. No gráfico 1 podemos visualizar o comportamento das curvas dos custos fixos, variáveis e totais. Gráfico 1 – Custos versus volume de vendas Já no gráfico 2 temos a ilustração aonde o totalde receitas se iguala ao total de custos da empresa (fixos e variáveis). Este ponto é chamado de ponto de equilíbrio. Gráfico 2 – ponto de equilíbrio entre custos e volume de vendas Ponto de Equilíbrio Operacional É o nível em que as entradas operacionais geradas pelas vendas igualam-se às saídas operacionais, decorrentes dos custos operacionais necessários para produzir essas vendas no período específico. Fórmula: PEO = CF / (VU - CVU) Onde: PEO é ponto de equilíbrio operacional; CF são os custos fixos; VU é o valor unitário; e CVU é o custo variável unitário. Utilizando as fórmulas a seguir, você pode calcular o ponto de equilíbrio de duas maneiras: em faturamento ou em unidades vendidas. A) Ponto de Equilíbrio de faturamento (ou financeiro) PE = Custo Fixo Total / Índice da Margem de Contribuição Observação: Índice da Margem = Margem de Contribuição (Receita Total – Custo Variável Total) / Receita Total O ponto de equilíbrio nem sempre é calculado em unidades. Para as empresas que trabalham com uma grande diversidade de produtos ou serviços, é recomendável que se calcule o ponto de equilíbrio em faturamento. Você deve concentrar todos os seus esforços para que o empreendimento ultrapasse o ponto de equilíbrio, pois, somente assim, você irá obter lucro. B) Ponto de Equilíbrio de quantidade = Custo Fixo Total / Margem de Contribuição Unitária Observação: Margem de Contribuição Unitária = Preço de Venda Unitário – Custo Variável Unitário Exemplo Valores anuais: - Receita Total: $ 100.000,00 - Custo Variável Total: $ 70.000,00 - Custo Fixo Total: $ 19.500,00 - Preço de Venda Unitário: $ 8,00 - Custo Variável Unitário: $ 5,00 - Índice da Margem de Contribuição = ($ 100.000,00 – $ 70.000,00) / $ 100.000,00 = 0,30 PE faturamento = $ 19.500,00 / 0,30 = $ 65.000,00 Isso quer dizer que é necessário que a empresa tenha uma receita total de $ 65.000,00 ao ano para cobrir todos os seus custos. Margem de Contribuição Unitária = $ 8,00 – $ 5,00 = $ 3,00 PE quantidade = $ 19.500,00 / $ 3,00 = 6.500 unidades Isso quer dizer que a empresa precisará vender 6.500 unidades durante o ano para atingir seu ponto de equilíbrio, isto é, cobrir todos os seus custos. No quadro abaixo segue um exemplo de cálculo do valor do ponto de equilíbrio de uma empresa: Gastos Fixos Margem de Contribuição Líquida Custo de Pessoal 3.797,50 Despesas com vendas 11,00% Custos Fixos 5.200,00 CMV 34,25% Despesas Fixas 12.450,00 Custo Produto - Matéria-Prima 7,40% Total de gastos fixos 21.447,50 Custo Variável Total 52,65% Margem de Contribuição Líquida = 47,35% Ponto de Equilíbrio (PE) = PE = 21.447,50 47,35% PE = 45.298,16 78,64% Receita Potencial Margem de contribuição líquida Margem de Contribuição Líquida = Ponto de Equilíbrio - Break Even Point 100% - Custo variável total% Gastos Fixos Demonstrativo de Resultado (PE) Receita Total 45.298,16 100,00% (-) Despesas c/ Vendas 4.982,80 11,00% (=) Receita Líquida 40.315,36 89,00% (-) CMV 15.514,62 34,25% (-) Custo Produto - Matéria-Prima 3.352,06 7,40% (-) Custo Produto - Pessoal 3.797,50 8,38% (-) Custo Fixo 5.200,00 11,48% (=) Lucro Bruto 12.451,18 27,49% (-) Despesas Fixas 12.450,00 27,48% (=) Lucro Líquido (LAIR) 1,18 0,00% II. LUCRATIVIDADE É um indicador que mede o lucro líquido em relação às vendas. É um dos principais indicadores econômicos das empresas, pois está relacionado diretamente à competitividade. Se sua empresa possui uma boa lucratividade, ela apresentará uma maior capacidade de competir, como, por exemplo, realizar maiores investimentos em divulgação, na diversificação dos produtos, na aquisição de novos equipamentos, etc. Lucratividade = Lucro Líquido dividido pela receita total Fórmula: Lucratividade = Lucro líquido /Receita total x 100 Exemplo: Receita Total: $ 100.000,00/ano Lucro Líquido: $ 8.000,00/ano Lucratividade = $ 8.000,00/ $100.000,00 x 100 = 8% Isso quer dizer que sob os $ 100.000,00 de receita total “sobram” $ 8.000,00 na forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e impostos, o que indica uma lucratividade de 8% ao ano. III. RENTABILIDADE É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido aos sócios. É obtido sob a forma de percentual por unidade de tempo (por exemplo, mês ou ano). É calculado através da divisão do lucro líquido pelo investimento total. A rentabilidade deve ser comparada com os índices praticados no mercado financeiro. Fórmula: Rentabilidade = Lucro Líquido/ Investimento Total x 100 Exemplo: Lucro Líquido: $ 8.000,00/ano Investimento Total: $ 32.000,00 Rentabilidade = $ 8.000,00/$ 32.000,00 x 100 = 25% ao ano Isso significa que, a cada ano, o empresário recupera 25% do valor investido através dos lucros obtidos no negócio. 5.8.7. Decisão de Investimento VALOR PRESENTE LÍQUIDO TAXA INTERNA DE RETORNO PAYBACK O Plano de Negócio desenvolvido por você é um valioso instrumento de planejamento. Por ser o seu mapa de percurso, ele deve ser consultado a todo instante e acompanhado permanentemente. Avalie cada uma das informações encontradas por você. Lembre-se de que o plano de negócio tem por objetivo ajudá-lo a responder à pergunta lançada no início deste capítulo: “Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”. Saiba que o mundo e o mercado estão sujeitos a várias mudanças. A cada dia surgem novas oportunidades e ameaças. Assim sendo, procure adaptar seu planejamento às novas realidades. É por este motivo que um plano de negócio é “feito a lápis”, para que possa ser corrigido, alterado e ajustado ao longo do caminho. Empreender é sempre um risco, mas empreender sem planejamento é um risco que pode ser evitado. O plano de negócio, apesar de não ser a garantia de sucesso, irá auxiliá-lo a tomar decisões mais acertadas, assim como a não se desviar de seus objetivos.
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