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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS POLO ARACAJU CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA ÍTALO LIMA SILVA ATIVIDADE 1 DA DISCIPLINA LITERATURAS E CULTURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA ARACAJU 2022 Ao longo de nossos estudos, verificamos que a literatura pré-modernista se caracteriza por revelar as tensões da realidade brasileira, realizando, desse modo, uma antecipação da crítica ao Brasil arcaico e da negação ao academismo que mais tarde se consolidaram com o Modernismo. Cabe, porém, observar que também houve, por parte dos modernistas, rupturas com o período anterior. Considerando essas informações e os conteúdos que estudamos, identifique as articulações e as rupturas entre o período Pré-modernista e o Modernismo. O período Pré-modernista é considerado como um período de transição entre o Simbolismo e o Modernismo. Esse período é marcado pelas produções entre 1900 e 1922, tendo fim com a Semana de Arte Moderna em 1922. O Pré-modernismo rompeu com o academicismo e se opôs ao parnasianismo ao propor uma literatura dotada de uma linguagem simples e coloquial. Outrossim, também são marcas de rompimento abordagens de temáticas cotidianas, históricas e culturais, que valorizavam a linguagem regionalista, promovendo então uma literatura nacionalista, se tornando assim um dos primeiros parcos dessa transição. Ainda que o Pré- modernismo seja um período com características próprias, ele não constitui uma escola literária. Dentre as produções em destaque desse período, é importante ressaltar “Urupês” de Monteiro Lobato, “Os Sertões” de Euclides da Cunha, “Clara dos Anjos” de Lima Barreto, e “Eu” de Augusto dos Anjos. Essas obras apresentam personagens marginalizadas no intuito de fazer uma denúncia social. Em “Os Sertões” pode-se perceber que a descrição do sertão foca nas paisagens, enfatizando o relevo, a fauna, a flora e o clima árido. Tal descrição é uma das características marcantes do Pré- modernismo. As obras pré-modernistas do começo do século XX foram de extrema importância pela “crítica que fizeram às condições do Brasil arcaico, pela negação do academismo e pela ruptura com a República Velha” (FERREIRA, 2022). Tendo em vista a necessidade de renovação das artes, que foi explicitada pelo Pré-modernismo, o Modernismo surge em 1922, durante a semana de arte moderna, com a proposta de “romper com os modelos e parâmetros tradicionais de produção artística na literatura, na música e nas artes plásticas” (FERREIRA, 2022). Dessa forma, houve uma colaboração entre os mais diversos artistas, que convergiram seus fazeres artísticos para romper de fato com modelos arcaicos de produzir arte. O Modernismo traz consigo um ar futurista, apresentando obras literárias, pinturas, esculturas, poemas, poesias e música, focando nos aspectos nacionalistas, regionalistas e com fortes críticas políticas, sociais e culturais. Tomado ainda pelo sentimento de ruptura com o Simbolismo e com o Parnasianismo que foi trazido pelo Pré-modernismo, esse novo movimento artístico-literário se mostrou revolucionário, livre e com grande teor de valorização do povo brasileiro. O Modernismo brasileiro rompe com a literatura de permanência (CANDIDO, 2014, p. 114 apud FERREIRA, 2022) e com as formas tradicionais de produção artística. Os artistas do Modernismo no Brasil foram fortemente influenciados pelas Vanguardas Europeias, que eram movimentos que podem ser compreendidos tendo com princípio a renovação literária. “As vanguardas caracterizavam-se pela agressividade, que se expressa na antilógica, na anarquia, no dinamismo” (FERREIRA, 2022). Ainda que estas tenham sido as principais influências para artistas como Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, dentre outros; é importante frisar que o Modernismo brasileiro desenvolveu a sua própria forma de expressão. REFERÊNCIAS FERREIRA, Gabriela Manduca. Capítulo 1 – Do pré-modernismo ao modernismo no Brasil. In: FERREIRA, Gabriela Manduca. Literaturas e culturas em Língua Portuguesa. Porto Alegre: Centro Universitário Ritter dos Reis, 2022.
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