Buscar

INTRODUÇÃO E TÉCNICAS DA CINESIOTERAPIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

<
DESCRIÇÃO
A evolução histórica da cinesioterapia; seus efeitos fisiológicos dos exercícios
terapêuticos no controle neuromuscular, equilíbrio e estabilização da marcha.
PROPÓSITO
Compreender a cinesioterapia como recurso de intervenção fisioterapêutica para a
recuperação de problemas neuromusculares e funcionais de forma individual e
coletiva.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a evolução histórica da cinesioterapia, os objetivos e os efeitos
fisiológicos das suas técnicas
MÓDULO 2
Identificar os tipos de exercícios terapêuticos, seus princípios de aplicação, suas
indicações e contraindicações
MÓDULO 3
Descrever a utilização dos exercícios de propriocepção e suas indicações para
controle neuromuscular, equilíbrio e marcha
MÓDULO 4
Identificar os tipos e as aplicações de exercícios terapêuticos para restituição da
amplitude articular
INTRODUÇÃO
Neste tema, teremos a oportunidade de conhecer a cinesioterapia e os diversos
tipos de exercícios terapêuticos usados pelo fisioterapeuta para recuperação
funcional. Como futuro profissional, você deve compreender as bases e a
aplicabilidade dos principais tipos de exercícios terapêuticos, com conhecimento de
indicações e contraindicações a partir da história e avaliação de cada indivíduo.
 
A avaliação inicial fisioterapêutica nos possibilita prescrever e eleger os melhores
procedimentos para tratamento de um indivíduo. O conhecimento prévio de
anatomia, fisiologia, cinesiologia, biomecânica e semiologia é necessário para o
aprendizado da cinesioterapia. A cinesioterapia pode ser considerada o
conhecimento “mãe” da fisioterapia, pois nos possibilita recuperar problemas de
cunho neuromuscular e dos mais variados sistemas corporais de forma individual e
coletiva.
 
O fisioterapeuta, após uma avaliação, tem a possibilidade de organizar e aplicar
propostas cinesioterapêuticas, com embasamento científico na prática clínica,
sempre com a finalidade de realizar a recuperação de função desses sistemas
corporais. Vamos a esses conhecimentos?
MÓDULO 1
 Reconhecer a evolução histórica da cinesioterapia, os objetivos e os
efeitos fisiológicos das suas técnicas
ASPECTOS EVOLUTIVOS E
HISTÓRICOS DA CINESIOTERAPIA
Vamos iniciar este módulo trazendo algumas informações históricas que mostram a
relevância, a preocupação antiga da recuperação da saúde pelo movimento e os
protocolos e os métodos usados até hoje.

A.C
O hábito de utilizar o movimento como recurso terapêutico nos remete a vários
séculos antes da era cristã. Nessa época, acreditava-se que o uso dos exercícios
estava unicamente nas mãos dos sacerdotes, sendo empregados somente com
fins terapêuticos. Na verdade, os movimentos do corpo humano eram estudados e
havia a possibilidade de planejar uma proposta de exercícios para tratamento de
disfunções orgânicas já instaladas.
Em 2698 a.C., o imperador chinês Hoong-Ti criou um tipo de ginástica curativa que
continha exercícios respiratórios.
SÉCULOS I E II
Na medicina da Macedônia e da Grécia, a terapia pelo movimento constituía parte
do tratamento médico. Galeno, médico e filósofo romano que viveu entre os anos
130 e 199 d.C., era um investigador
da anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia e terapêutica; com isso, naquela
época, conseguiu, através de uma ginástica planificada para o tronco e os pulmões,
corrigir o tórax deformado de um rapaz até chegar a condições normais.
No começo do primeiro milênio, na Índia, os exercícios físicos eram usados como
uma doutrina, uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram
indispensáveis às obrigações militares, além do caráter fisiológico.


SÉCULOS XIV E XVI
Após a Idade Média, no Renascimento, entre meados do século XIV e o fim
do século XVI, Mercurialis, humanista do século XVI e autor do livro Arte ginástica,
publicado em 1569, apresentou princípios definidos para a ginástica médica que
compreendiam exercícios para conservar um estado saudável já existente, com
regularidade no exercício e atividades para indivíduos enfermos.
Na transição entre o Renascimento e a fase da industrialização, o uso de exercícios
e outros recursos físicos passam a ter influência no mundo ocidental.
SÉCULO XVIII
Na segunda metade do século XVIII, a Revolução Industrial trouxe o excesso de
trabalho. A população oprimida era submetida à exaustiva e excessiva jornada de
trabalho, que, associada às condições alimentares e sanitárias precárias,
provocavam novas doenças, como as epidemias de cólera, tuberculose pulmonar,
alcoolismo, além dos acidentes do trabalho.
Surge, então, nas classes dominantes e mais ricas, uma grande preocupação: não
se podia perder ou diminuir a sua fonte de riqueza, gerada pela força de trabalho
das classes baixas, daí a necessidade dos exercícios preventivos e terapêuticos
junto ao trabalhador.


SÉCULO XIX
Francisco Amorós y Ondeano, que viveu entre 1770 e 1848, foi um professor e
militar espanhol que desenvolveu suas ideias no contexto da ginástica. Seu
trabalho consolidou-se na França, no século XIX, na Escola de Ginástica Francesa.
Ele não era médico, mas dividiu a ginástica em quatro pontos, e um deles era a
cinesioterapia, com a finalidade de manutenção de uma saúde forte, tratamento de
enfermidades, reeducação de convalescentes e correção de deformidades.
SÉCULO XX
O exercício físico e outras maneiras de atuar junto à saúde funcional dos indivíduos
caracterizam a fisioterapia no século XX.

AFINAL, O QUE É CINESIOTERAPIA?
A cinesioterapia sempre foi definida como terapia através do movimento ou
exercício como forma de terapia (exercício terapêutico), mas podemos também
afirmar que é o tratamento do movimento.
Os estudos iniciais sobre o uso dos exercícios terapêuticos são datados da Grécia
e Roma Antigas, como já vimos, porém foi a partir da Primeira Guerra Mundial
(1914 – 1918) que houve um aumento acentuado da utilização deste recurso para a
reabilitação de pacientes devido ao grande número de incapacitados no período
pós-guerra, que necessitavam readquirir um mínimo de condições para retornar a
uma atividade social integrada e produtiva. 
Vários estudiosos trouxeram grandes contribuições para o uso dos exercícios
terapêuticos pelos fisioterapeutas. Veja como foi a evolução histórica dessas
intervenções, através da cinesioterapia, após a Primeira Guerra Mundial:
JOSEPH PILATES
Joseph Pilates, alemão, filho de um ginasta premiado e de uma naturopata,
aprofundou seus conhecimentos na área de anatomia, medicina tradicional
chinesa, musculação, yoga e ginástica. Foi preso durante a Primeira Guerra
Mundial, em 1914, com outros cidadãos alemães pelas autoridades britânicas e,
neste campo de concentração, criou exercícios que se transformaram no conceito
do Método Pilates, hoje um conceito de um sistema integrado e abrangente de
exercício físico, também chamado de contrologia, sobre o qual você terá mais
informações em outro momento.
ERNEST AMORY CODMAN
Codman, em 1934, traz os exercícios pendulares, em seu livro The Shoulder, como
estratégia de tratamento para as algias em ombros, utilizando os efeitos da
gravidade para separar o úmero da cavidade glenoidal. Esses exercícios atuam
como tração suave e com movimentos oscilatórios que causam a mobilização
precoce de estruturas articulares e líquido sinovial. São usados até hoje, tendo
como efeito o alívio da dor por meio de tração e mobilização articular. O paciente
deve estar em pé, com o tronco flexionado nos quadris cerca de 90°. O braço deve
ficar pendente de forma relaxada, para baixo, em uma posição entre 60° e 90° de
flexão de ombro. Com o braço pendente, é realizado um movimento de pêndulo ou
balanço do braço. O arco de movimento é aumentado conforme a tolerância. Essa
técnica não deve causar dor.
 
Imagem: KISNER; COLBY, 2016, p. 591
RUDOLPH KLAPP
Rudolph Klapp, pediatra alemão, em 1940, observou os animais e ressaltou que os
quadrúpedes não apresentavam escoliose. Então, propôs adotar estapostura para
tratamento nos humanos (posição de quatro apoios). Observou também os desvios
da coluna nos planos frontal, sagital e percebeu que, na posição bípede, os
humanos apresentavam escoliose pela ação da gravidade. A partir daí, ele
apresentou o método Klapp, técnica que é utilizada na prática clínica e, no entanto,
pouco pesquisada para sua comprovação. Consiste em alongamento e
fortalecimento da musculatura do tronco por meio de posições em gatas (quatro
apoios) para o tratamento dos desvios laterais da coluna vertebral (Escolioses) .
KABAT, KNOTT E VOSS
Kabat, Knott e Voss, nas décadas de 1940 e 1950, com trabalho pioneiro,
trouxeram os conceitos da 
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) – uma abordagem de exercício
terapêutico que combina padrões diagonais funcionais de movimento com técnicas
de facilitação neuromuscular para evocar respostas motoras e melhorar o controle
e a função neuromuscular. Essa abordagem de exercício, amplamente usada,
integra a análise do movimento durante atividades funcionais com as teorias da
época sobre desenvolvimento, controle e aprendizado motor, bem como princípios
de neurofisiologia que fundamentavam sua abordagem de exercício e reabilitação.
Há muito tempo associadas à neurorreabilitação, as técnicas de FNP também têm
uma ampla aplicação na recuperação funcional de pacientes com disfunções
musculoesqueléticas que resultam em alterações no controle neuromuscular dos
membros, do pescoço e tronco.
BERTA BOBATH E KAREL BOBATH
Berta Bobath (fisioterapeuta) e Karel Bobath (psiquiatra-neurofisiologista), no início
da década de 1940, criaram o Conceito Neuroevolutivo Bobath, uma abordagem
terapêutica e de reabilitação utilizada no tratamento de adultos, crianças e bebês
com patologias do sistema nervoso central (SNC) . O alicerce para a investigação,
avaliação e intervenção procede do conhecimento extenso do desenvolvimento
típico e atípico, assim como o exame detalhado do controle postural, movimento e
da participação do indivíduo em seu meio ambiente. É uma das técnicas mais
utilizadas no atendimento de crianças com encefalopatias crônicas da infância.
Este conceito preconiza a intervenção imediata após a lesão no intuito de utilizar a
plasticidade neural e evitar padrões motores anormais.
PAUL WILLIAMS
Com o alto e crescente índice das dores lombares, várias técnicas de tratamento
foram criadas. Paul Williams, ortopedista, desenvolveu seu método em 1937,
observando que a maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares
crônicas possuíam alterações degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos
discos intervertebrais. Também acreditava que o homem forçava seu corpo para se
manter ereto, levando à deformação da coluna, redistribuindo o peso pelo corpo
nas proximidades dos discos intervertebrais da coluna cervical e lombar. Essa
permanência do homem em pé aumentaria a lordose lombar, comprimindo a parte
posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo. Seu método
utiliza como princípio do tratamento exercícios de flexão da coluna e do quadril.
Com o propósito de reduzir a dor e estabilizar o tronco, desenvolve ativamente os
músculos flexores e alonga passivamente os músculos extensores lombo-sacros.
Williams dá muito enfoque na questão da inclinação posterior da pelve, sendo
essencial para obter resultados no tratamento.
ROBIN MCKENZIE
Em 1956, o fisioterapeuta Robin McKenzie, da Nova Zelândia, desenvolveu seu
método. Ele acreditava que as dores lombares tinham três mecanismos
responsáveis: a síndrome de postura, de disfunção e de desarranjo causada por
um deslocamento do disco intervertebral. O tratamento é desenvolvido, em grande
parte, pela extensão de tronco com o indivíduo em decúbito ventral ou de pé, sendo
que a flexão também pode ser incorporada de acordo com o mecanismo da
lombalgia e com a fase do tratamento. O método tem como principal explicação as
desordens biomecânicas causadas por posturas, exercícios ou atividades
inadequadas.
Como podemos observar, diferentes técnicas, conceitos e métodos são utilizados
até os dias de hoje na fisioterapia. Foram pensados e pesquisados por profissionais
que viveram bem antes de nós, mas muitos ainda necessitam de comprovações
científicas, e nós, como profissionais, temos a obrigação de buscar essas
comprovações, sempre olhando a fisioterapia como ciência.
CONCEITOS E OBJETIVOS DA
CINESIOTERAPIA
É um termo originário da cinemática, parte da física que estuda o movimento e que,
associado à terapia, fornece a definição da terapia pelo movimento. O corpo
humano é formado por vários tipos de alavancas e, a partir das ações
osteomioarticulares, realizam-se os mais variados tipos de movimentos, alguns de
extrema simplicidade em contraste com outros muito sofisticados. Em função de
alguma doença neurológica, cardiovascular, reumatológica, óssea, pulmonar e
traumas de diversas etiologias, o indivíduo deixa de realizar esses movimentos de
forma parcial ou até mesmo total, perdendo sua funcionalidade, sua autonomia
como pessoa.
 
Foto: Shutterstock.com
A fisioterapia, por meio dos conhecimentos de anatomia, cinemática, cinesiologia e
biomecânica, utiliza de forma fundamental a terapia por movimento ou o movimento
terapêutico para a recuperação funcional do indivíduo, sempre pensando de forma
ampla, integral, e não só na sequela ou sequelas apresentadas.
Cinesioterapia, ou exercício terapêutico, é o treino planejado e metódico de
movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com objetivos de proporcionar
ao indivíduo meios de:
Tratar ou prevenir comprometimentos motores e funcionais.
Melhorar, restaurar ou potencializar a função física.
Prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde.
Otimizar o estado de saúde geral, seu preparo físico ou sua sensação de bem-
estar.
O fornecimento de um tratamento de qualidade envolve a habilidade de fazer
investigações clínicas adequadas, solucionar problemas que aflijam o paciente e
aplicar o conhecimento das interrelações entre patologia, comprometimento,
limitação e incapacidade funcional ao longo de cada fase do tratamento. A tomada
de decisão clínica envolve a escolha, implementação e modificação de
intervenções que usam exercícios terapêuticos com base nas necessidades únicas
de cada paciente. Isso só é possível após uma avaliação abrangente, um
diagnóstico cinesiológico funcional claro e preciso e um pensamento crítico e
criativo (KISNER; COLBY, 2016).
 
Imagem: KISNER e COLBY, 2016, p. 15, Adaptado por Asafe Ferreira.
 Modelo de atendimento abrangente orientado para os resultados.
Depois de terminar o exame inicial, analisar os dados e estabelecer um diagnóstico
baseado no comprometimento, é preciso determinar o prognóstico, incluindo um
plano de atendimento, antes de iniciar qualquer intervenção.
A determinação de um prognóstico preciso é desafiadora até mesmo para
fisioterapeutas experientes. O plano de atendimento é um componente integral do
prognóstico. Está relacionado às metas estabelecidas, aos resultados funcionais
esperados – úteis, sustentáveis e mensuráveis, extensão e tempo necessário para
atingir a melhora estabelecida, frequência e duração da intervenção e estimativa de
plano de alta fisioterapêutica.
O estabelecimento de metas relevantes e significativas requer o engajamento do
paciente e/ou família na tomada de decisão desde nosso primeiro contato. Os
pacientes procuram a fisioterapia não para se tornarem mais fortes ou flexíveis,
mas para serem capazes de desempenhar com facilidade e conforto as atividades
físicas que gostariam ou precisam fazer.
EFEITOS FISIOLÓGICOS GERADOS
PELA MOBILIZAÇÃO E PELO
EXERCÍCIO
O uso apropriado do exercício pode acelerar o processo de recuperação da função.
Da mesma forma, a falta de exercício durante os estágios iniciais pode resultar em
incapacidade permanente.
As condições ideais para a cicatrização tecidual dependem de um equilíbrio entre a
proteção contrao estresse e o retorno à função normal no período mais precoce
possível.
A remobilização pode restaurar as propriedades mecânicas e estruturais dos
tecidos ligamentares, porém o tempo necessário para essa reparação ainda não foi
estabelecido. As forças de cisalhamento e compressivas que ocorrem na superfície
articular provocada pelo movimento fazem com que a síntese de colágeno e
proteoglicanos aumente.
A saúde musculoesquelética é obtida por todo tipo de atividade física em que as
contrações musculares são realizadas, estimulando as estruturas
musculoesqueléticas, reduzindo a ocorrência de dores articulares, limitações de
aptidão para a vida diária e para o trabalho, osteoporose, fraturas, sarcopenia e
fragilidade.
 
Foto: Shutterstock.com
O exercício físico também tem sido identificado como um importante mecanismo
para estimular o sistema cardiovascular, fazendo a profilaxia ou o melhor controle
de doenças sistêmicas crônicas considerados fatores de risco para o
desenvolvimento da aterosclerose, como:
OBESIDADE
DIABETES
HIPERTENSÃO ARTERIAL
DISLIPIDEMIAS
Os tipos de exercícios terapêuticos escolhidos para um programa de tratamento ou
treinamento dependem de muitos fatores, incluindo a causa e a extensão dos
comprometimentos primários e secundários e o propósito a ser alcançado. Quando
há o comprometimento, é preciso considerar os déficits no desempenho muscular,
o estágio da cicatrização dos tecidos, a condição das articulações e sua tolerância
à compressão e ao movimento, as habilidades físicas e cognitivas do paciente, a
disponibilidade dos equipamentos e, obviamente, as metas do paciente e os
resultados funcionais desejados com o programa.
O fisioterapeuta tem uma infinidade de exercícios para escolher ao elaborar um
programa de exercícios terapêuticos que supra as necessidades de cada indivíduo.
Não há uma forma ou um tipo de exercício que seja melhor. Antes de escolher tipos
específicos de exercícios para o programa de recuperação funcional do paciente,
devemos considerar algumas questões:
Qual é o tipo e a extensão de déficit no desempenho muscular?
É a patologia de base? Qual estágio de cicatrização levarei em consideração para
a escolha da prescrição de exercícios terapêuticos?
Quais metas e resultados funcionais são previstos?
Quais exercícios são mais compatíveis com essas metas?
Qual tipo de fortalecimento seria mais efetivo?
Há alguma limitação em relação ao paciente? O apoio de peso é contraindicado?
Há hipomobilidade na articulação? Há restrição em algum grau de mobilidade
articular?
Há comprometimentos cardiorrespiratórios?
Espera-se independência nesses exercícios?
Quais tipos de equipamentos tenho disponíveis?
CINESIOTERAPIA NA FISIOTERAPIA
A IMPORTÂNCIA DA CINESIOTERAPIA
PARA A FISIOTERAPIA
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a importância do conhecimento acerca
da cinesioterapia para autonomia do fisioterapeuta nas diversas áreas da
Fisioterapia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A FISIOTERAPIA OFERECE INÚMEROS PROCEDIMENTOS
PARA RESOLVER OU MESMO MINIMIZAR AS DORES DA
COLUNA VERTEBRAL. O MÉTODO DE MCKENZIE E OS
EXERCÍCIOS DE WILLIAMS ESTÃO INCLUÍDOS NESSE ROL DE
PROCEDIMENTOS, SENDO UTILIZADOS POR MAIS DE SEIS
DÉCADAS. SOBRE ISSO, LEIA AS AFIRMATIVAS ABAIXO E
MARQUE A RESPOSTA CORRETA: 
 
I. O TRATAMENTO PELO MÉTODO DE MCKENZIE É
DESENVOLVIDO EM GRANDE PARTE PELA EXTENSÃO DE
TRONCO, COM O INDIVÍDUO EM DECÚBITO VENTRAL OU DE
PÉ. 
II. COM O PROPÓSITO DE REDUZIR A DOR E ESTABILIZAR O
TRONCO, O MÉTODO DE MCKENZIE DESENVOLVE
ATIVAMENTE OS MÚSCULOS FLEXORES, ALONGANDO
PASSIVAMENTE OS MÚSCULOS EXTENSORES LOMBO-
SACROS. 
III. WILLIAMS DÁ MUITO ENFOQUE À QUESTÃO DA
INCLINAÇÃO POSTERIOR DA PELVE, DESENVOLVENDO
ATIVAMENTE OS MÚSCULOS FLEXORES DA COLUNA LOMBAR,
SENDO ESSENCIAL PARA OBTER RESULTADOS NO
TRATAMENTO. 
 
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e II somente.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I, II e III.
2. I. OS MODELOS DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS
ELENCADOS PARA UM TREINAMENTO OU PROGRAMA DE
TRATAMENTO NECESSITAM DE MUITOS FATORES, INCLUINDO
A RAZÃO E A EXTENSÃO DOS COMPROMETIMENTOS
PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS E A FINALIDADE A SER
ALCANÇADA. 
 
PORQUE 
 
II. NÃO HÁ UMA FORMA OU UM TIPO DE EXERCÍCIO QUE SEJA
MELHOR. ANTES DE ESCOLHER TIPOS ESPECÍFICOS DE
EXERCÍCIOS PARA O PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO
FUNCIONAL DO PACIENTE, DEVEMOS CONSIDERAR ALGUMAS
QUESTÕES IMPORTANTES. 
 
A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A OPÇÃO
CORRETA.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas
GABARITO
1. A fisioterapia oferece inúmeros procedimentos para resolver ou mesmo
minimizar as dores da coluna vertebral. O método de McKenzie e os
exercícios de Williams estão incluídos nesse rol de procedimentos, sendo
utilizados por mais de seis décadas. Sobre isso, leia as afirmativas abaixo e
marque a resposta correta: 
 
I. O tratamento pelo método de Mckenzie é desenvolvido em grande parte
pela extensão de tronco, com o indivíduo em decúbito ventral ou de pé. 
II. Com o propósito de reduzir a dor e estabilizar o tronco, o método de
McKenzie desenvolve ativamente os músculos flexores, alongando
passivamente os músculos extensores lombo-sacros. 
III. Williams dá muito enfoque à questão da inclinação posterior da pelve,
desenvolvendo ativamente os músculos flexores da coluna lombar, sendo
essencial para obter resultados no tratamento. 
 
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
 
São linhas de pensamento divergentes. Enquanto todos os exercícios de Williams
são acompanhados de flexão do quadril, gerando tração dos músculos ísquios-
tibiais, que levam à retroversão pélvica, o método de tratamento de Mckenzie utiliza
tanto exercícios de extensão quanto de flexão, tendo preferência pelos de
extensão.
2. I. Os modelos de exercícios terapêuticos elencados para um treinamento
ou programa de tratamento necessitam de muitos fatores, incluindo a razão e
a extensão dos comprometimentos primários e secundários e a finalidade a
ser alcançada. 
 
PORQUE 
 
II. Não há uma forma ou um tipo de exercício que seja melhor. Antes de
escolher tipos específicos de exercícios para o programa de recuperação
funcional do paciente, devemos considerar algumas questões importantes. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A alternativa "A " está correta.
 
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. A
elaboração do plano terapêutico é norteada através de vários fatores, tendo como
justificativa a segunda asserção, que complementa com a afirmação de que a
escolha do tipo de exercício se faz mediante algumas considerações relevantes.
Ou seja, a produção do modelo de exercício terapêutico é personalizada.
MÓDULO 2
 Identificar os tipos de exercícios terapêuticos, seus princípios de
aplicação, suas indicações e contraindicações
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS
PASSIVOS DE AMPLITUDE DE
MOVIMENTO (ADM)
De acordo com a fase evolutiva do paciente e com os objetivos que o fisioterapeuta
tem, os recursos cinesioterapêuticos são utilizados de forma direcionada. Através
da avaliação, da organização dos objetivos e das metas a serem alcançados,
teremos a oportunidade de escolher os melhores e mais eficazes exercícios
terapêuticos.
O exercício passivo pode ser definido como aquele realizado por uma força
externa, em que os músculos motores do movimento em questão não estejam
atuando. Essa prática é difícil, pois os músculos, quando saudáveis, sempre
tenderão a auxiliar no movimento.
 
Foto: Shutterstock.com
Essa força externa pode ser realizada pelo terapeuta, por aparelhos, ou até mesmo
pelopróprio paciente, com seu dimídio corporal sadio (exercícios passivos de ADM
autoassistidos). 
O exercício passivo é utilizado em casos em que a pessoa é incapaz de produzir o
movimento ativo por paralisia muscular (Força muscular grau 0 ) , por fraqueza
muscular grave (Força muscular grau 1 ) ou quando o movimento ativo é doloroso.
Por vezes, esses movimentos podem estar restritos devido a tecidos musculares,
tendinosos, ligamentares, faciais e articulares.
Para uma boa mobilização passiva, devemos levar em consideração:
POSICIONAMENTO DO PACIENTE.
POSICIONAMENTO DO TERAPEUTA.
RESPEITO À DOR.
AQUISIÇÃO DA CONFIANÇA DO PACIENTE.
FORMAS DE MOBILIZAÇÃO.
Os exercícios terapêuticos passivos são usados para determinar a quantidade de
amplitude de movimento existente em uma articulação, assim como a “sensação”
ao final da amplitude articular (sensação final). Durante os movimentos passivos,
você deverá comparar os dois lados e estar atento ao seguinte:
Quando e onde a dor ocorre durante cada movimento?
O movimento altera a intensidade e a qualidade da dor?
Há um padrão de limitação do movimento?
Qual sensação final do movimento? Restrição de tecido mole? Restrição de tecido
ósseo?
Como está o movimento de articulações adjacentes?
As articulações adjacentes estão compensando a restrição do movimento?
Qual é a amplitude de movimento normal para aquela articulação e para aquele
indivíduo?
A principal meta da ADM passiva é diminuir as complicações que poderiam ocorrer
em virtude da imobilização, como degeneração da cartilagem, formação de
aderências e contraturas e má circulação.
Especificamente, os objetivos a serem alcançados pela mobilização passiva
são:
Manter a integridade da articulação e tecidos moles.
Minimizar os efeitos da formação de contraturas.
Manter e elasticidade mecânica do músculo.
Assistir a circulação sanguínea, evitando a formação de trombos.
Favorecer o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de materiais
dentro da articulação.
Diminuir ou inibir a dor.
Auxiliar o processo de cicatrização após lesão ou cirurgia e evitar aderências.
Ganhar e/ou manter a amplitude de movimento (ADM) da articulação.
Ajudar a manter a percepção dos movimentos (padrões cinestésicos do
movimento)
Os movimentos passivos são usados também quando o movimento ativo pode
romper o processo de cicatrização, quando o paciente é física ou cognitivamente
incapaz de se movimentar ativamente ou quando o movimento ativo é doloroso.
INDICAÇÕES PARA O USO DE
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS PASSIVOS
Os exercícios terapêuticos passivos são indicados para locais com processos
inflamatórios sem edema articular (efusão) devido à trauma ou doença e quando o
paciente não é capaz ou não está autorizado a exercer o movimento ativo (paciente
em coma, paralisado ou em repouso absoluto).
 ATENÇÃO
Os movimentos artrocinemáticos são muito utilizados pelos fisioterapeutas no
tratamento das disfunções articulares. Além de restaurar a biomecânica articular,
proporcionam efeitos fisiológicos benéficos no tecido articular e nas estruturas
periarticulares, como já citados anteriormente.
Podemos acrescentar, para uso dos movimentos artrocinemáticos:
Hipomobilidade articular causada por processos degenerativos como traumas,
microtraumas de repetição, imobilização, maus hábitos posturais, desuso,
idade avançada.
Dor e espasmo muscular.
Patologias que causam uma hipomobilidade articular progressiva, como artrite
reumatoide.
 
Foto: Shutterstock.com
 Artrite reumatoide.
Importante salientar que existem limitações para o uso dos exercícios passivos:
Não previnem atrofia muscular.
Não produzem ganho de força muscular ou resistência à fadiga.
Não auxiliam a circulação sanguínea na mesma extensão que a contração
muscular ativa voluntária.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS E
CUIDADOS
Hipermobilidade.
Dor articular ou muscular severa.
Imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias.
Prejuízo do processo de cicatrização.
Derrame articular na fase aguda.
Doenças ósseas detectadas no RX, fraturas não consolidadas, tecido conectivo
recém-formado (processos cirúrgicos), artrite reumatoide e idosos (devido ao
enfraquecimento do tecido mole).
Vale salientar que o fisioterapeuta deve decidir quais padrões pode alcançar as
metas determinadas na avaliação de forma mais adequada. As técnicas de
exercícios de ADM podem ser feitas:
Com utilização dos movimentos artrocinemáticos para ganho de arco de
movimento.
Nos planos anatômicos de movimentos osteocinemáticos: frontal, sagital e
transverso.
Na amplitude de alongamento do músculo.
Em padrões combinados: movimentos diagonais ou que incorporem vários planos
de movimento.
Em padrões funcionais usados nas atividades de vida diária (AVD).
A seguir, veremos as técnicas de aplicação dos exercícios terapêuticos passivos.
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
Foto: Shutterstock.com
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM MEMBROS
SUPERIORES
Escápula: Elevação/depressão; Protração/retração; Rotação para cima/para baixo.
Ombro: Flexão/extensão; abdução e adução; rotação medial e lateral; abdução
horizontal e adução horizontal.
Cotovelo: Flexão e extensão.
Antebraço: Pronação/supinação.
Punho: Flexão e extensão; Desvio radial (abdução) e desvio ulnar (adução).
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM MEMBROS
INFERIORES
Quadril: Flexão/extensão; Adução/abdução; Rotação medial e lateral.
Joelho: Flexão/extensão.
Tornozelo e pé: Flexão dorsal e flexão plantar; Inversão e eversão da articulação
subtalar; Flexão e extensão de dedos; Adução e abdução de dedos.
 
Foto: Shutterstock.com
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
Foto: Shutterstock.com
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM REGIÃO
CERVICAL DA COLUNA VERTEBRAL
Flexão – inclinação anterior
Extensão – inclinação para trás ou hiperextensão
Flexão lateral – inclinação lateral
Rotação
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO EM REGIÃO
LOMBAR DA COLUNA VERTEBRAL
Flexão
Extensão
Rotação
 
Foto: Shutterstock.com
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
MOBILIZAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA
(MPC)
Refere-se ao movimento passivo feito por um dispositivo mecânico que move uma
articulação de forma lenta e continuada ao longo de uma ADM controlada.
A MPC é empregada em diversas articulações dos membros superiores e dos
inferiores. No que se refere à articulação do joelho, seus benefícios já foram
evidenciados no pós-operatório de artroplastia total do joelho, fraturas de patela,
fraturas de platô tibial e nas reconstruções ligamentares do joelho.
 
Foto: Shutterstock.com
 ATENÇÃO
Há relatos de que a MPC é eficaz para amenizar os efeitos negativos da
imobilização articular em condições como artrite, contraturas e fraturas intra-
articulares, bem como para melhorar a velocidade de recuperação e manutenção
da ADM após uma variedade de procedimentos cirúrgicos (STEFANUTTO et al.,
2011).
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-
LIVRES E ASSISTIDOS
O movimento ativo é definido como atividade de mobilidade realizada por contração
muscular efetiva. Essas atividades podem ser realizadas contra a gravidade ou em
uma posição com a gravidade minimizada, dependendo do grau de força muscular
do indivíduo e dos objetivos da fisioterapia. Os objetivos ou resultados dos
movimentos ativos incluem aqueles associados aos movimentos passivos mais os
benefícios da contração muscular.
A mobilidade ativa livre pode ser limitada pelos mesmos tecidos não contráteis e
contráteis que limitam também a mobilidade passiva. Encurtamento, rigidez,
espasmo ou contraturas limitam a capacidade da articulação movimentar-se
através de sua amplitude total de movimento.
INDICAÇÕES PARA O USO DE
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVOS
Veja as indicações para o uso de exercícios terapêuticos ativos:
Quando o paciente é capaz e está autorizado a exercer o movimento ativo.
Prevenir ou ganhar arco de movimento na articulação.
Manter elasticidade fisiológica e contratilidade muscular.
Prevenir atrofia muscular.
Ganhar força ou resistênciaà fadiga.
Fornecer feedback sensorial proveniente da contração muscular.
Favorecer circulação sanguínea, prevenindo formação de trombos.
Desenvolver coordenação e habilidades motoras para atividades funcionais.
LIMITAÇÕES E CUIDADOS PARA O USO
DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVOS
Algumas limitações e alguns cuidados devem ser observados, como:
Dor articular ou muscular severa.
Imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias.
Quando gera prejuízo para o processo de cicatrização.
Para os músculos fortes, o movimento ativo livre não mantém nem aumenta força
muscular.
Sempre que um músculo recebe um estímulo nervoso, é gerada uma contração,
que pode ser de dois tipos:
ISOTÔNICA
Na contração isotônica, a força gerada pelo músculo é superior à proporcionada
pela força de gravidade e à resistência dos segmentos esqueléticos nos músculos
aos quais está unido, o que provoca a contração do músculo e a sua consequente
aproximação ao segmento esquelético que movimenta. Ocorre quando há,
associada a uma contração muscular, uma alteração em seu comprimento. Ela
pode ser:
Concêntrica: quando há, durante a contração, diminuição no comprimento
muscular com aproximação das peças ósseas por ele unidas.
Excêntrica: quando há, durante a contração, aumento no comprimento
muscular com afastamento das peças ósseas por ele unidas.
O exercício excêntrico proporciona em relação ao concêntrico:
Aumento da capacidade produtora de força.
Aumento da eficiência.
Aumento da pressão arterial sistêmica.
Maior risco de microtraumas.
ISOMÉTRICA
A contração isométrica é uma forma de exercício em que um músculo se contrai
e produz força sem uma mudança apreciável no seu comprimento e sem
movimento articular visível. As fontes de resistência para o exercício isométrico
incluem sustentar-se contra uma força aplicada manualmente, segurar um peso em
uma posição específica, manter uma posição contra uma posição específica,
manter uma posição contra a resistência do peso corporal ou empurrar ou puxar
um objeto imóvel. O treinamento isométrico é um meio viável de melhorar a força
muscular.
Apesar dos dois tipos de exercícios (isotônico e isométrico) serem benéficos para a
musculatura esquelética, os isotônicos contribuem para o desenvolvimento do
volume, da força, potência e resistência do músculo, enquanto o benefício dos
isométricos passa pelo aumento do tônus e da força muscular.
Os exercícios isométricos costumam ser indicados para prevenir a atrofia muscular,
em caso de imobilização de um segmento corporal ou para repouso absoluto. Além
disso, são muito úteis como complemento de praticamente qualquer tipo de treino.
Todavia, é preciso levar em considerção que, como podem provocar uma subida
transitória significativa da pressão arterial sistêmica, são contraindicados para as
pessoas hipertensas.
 ATENÇÃO
Vale salientar que, em determinada fase do tratamento, o paciente já apresenta
algum vestígio real do movimento, mas não consegue realizá-lo de forma
independente, utilizando compensações com outros movimentos e/ou posturas,
além de realizá-los com incoordenação motora. O fisioterapeuta auxilia o
movimento, estimulando-o a participar, controlando a coordenação e velocidade
necessárias à sua realização.
EXERCÍCIOS ATIVOS ASSISTIDOS DE
FORMA MECÂNICA
Os exercícios, quando feitos com auxílio do terapeuta, do próprio indivíduo ou de
qualquer aparato mecânico são chamados de exercícios ativos assistidos, que
podem também ter um auxílio mecânico. Os exercícios com auxílio mecânico
podem ser dos seguintes tipos:
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
Foto: Shutterstock.com
EXERCÍCIOS COM BASTÃO
Um bastão (vara de cortina, cano de PVC, bengala) pode ser usado para
assistência quando um paciente tem controle muscular voluntário em um membro
superior, mas precisa de condução ou motivação para completar a ADM de ombro
ou cotovelo.
ESCADA DE DEDOS
O exercício de escalar a parede (ou usar um dispositivo como a escada de dedos)
pode dar ao paciente um reforço objetivo e, desse modo, motivação para realizar
exercícios de ADM de ombro. O braço pode ser usado em flexão ou abdução.
 
Foto: Shutterstock.com
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
 
Foto: Shutterstock.com
POLIAS ELEVADAS
Se os exercícios forem ensinados de forma correta, sistemas de polias podem ser
usados efetivamente para assistir os movimentos de um membro comprometido
funcionalmente na realização de exercícios de ADM.
PRANCHAS DESLIZANTES (SKATES)
O uso de uma superfície lisa pode encorajar o movimento sem a resistência da
gravidade ou atrito. Se for possível, poderá ser usada uma prancha com rodas para
estimular e assessorar o movimento. Outros métodos incluem colocar talco ou óleo
em uma superfície para que o movimento se processe por deslizamento.
 
Foto: Shutterstock.com
 
IMAGEM: SHUTTERSTOCK.COM
EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-
RESISTIDOS
O exercício ativo-resistido pode ser definido como contrações musculares
realizadas contra resistências graduáveis e progressivas. A resistência mais
comum são os pesos, mas também é possível utilizar resistência manual,
hidráulica, eletromagnética, molas, elásticos etc. Seu objetivo é estimular a
integridade e as funções do aparelho locomotor, além dos seus efeitos promotores
de saúde cardiovascular e alto grau de segurança geral.
TIPOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Os exercícios terapêuticos ativo-resistidos podem ser de dois tipos, a saber:
FORMA MANUAL
FORMA MECÂNICA (MECANOTERAPIA)
FORMA MANUAL
A resistência é feita pelo fisioterapeuta ou outro profissional da saúde; este tipo de
exercício é útil nos estágios iniciais de um programa de exercícios quando o
músculo está fraco e pode vencer apenas uma resistência mínima ou moderada.
FORMA MECÂNICA (MECANOTERAPIA)
A resistência é aplicada por meio de equipamentos ou aparelhos mecânicos. É útil
quando a quantidade de resistência necessária é superior ao que o fisioterapeuta
pode aplicar manualmente. Exemplos de mecanoterapia: halteres de ferro com
pesos graduados, caneleiras de resistência gradual (0,5 Kg até 5 Kg), mesa para
extensão de joelho, sistema de polias de parede com resistência gradual, bicicletas
e esteiras ergométricas estacionárias com resistência gradual, cicloergômetro de
braço.
INDICAÇÕES PARA USO DOS EXERCÍCIOS
ATIVO-RESISTIDOS
O exercício resistido pode ser chamado de treino resistido e é um elemento
essencial dos programas de reabilitação para pessoas com função comprometida,
além de um componente integral dos programas de condicionamento para aqueles
que desejam promover ou manter a saúde e o bem-estar físico, potencializar o
desempenho de habilidades motoras e reduzir o risco de lesões, disfunções e
doenças.
 
Foto: Shutterstock.com
Por ter um impacto positivo no desempenho muscular, o treinamento resistido pode
produzir muitos outros benefícios potenciais:
Otimização do desempenho muscular: restauração, melhora ou manutenção de
força, potência e resistência à fadiga.
Aumento das forças dos tecidos conjuntivos.
Aumento da densidade mineral óssea.
Diminuição da sobrecarga nas articulações durante atividade física.
Redução do risco de lesões nos tecidos moles durante atividades físicas.
Possível melhora do equilíbrio.
Otimização do desempenho físico durante atividades diárias, ocupacionais e
recreativas.
Mudanças positivas na composição corporal: aumento da massa muscular magra e
diminuição da gordura corporal.
Aumento do bem-estar físico.
Possível melhora da percepção e qualidade de vida.
Alguns sintomas podem ser sinal da fadiga muscular, como:
Sensação de desconforto muscular, tremor, dor ou cãibras.
Inabilidade para completar o padrão de movimento.
Uso de movimentos substitutivos.
CONTRAINDICAÇÕES PARA A
APLICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS ATIVO-
RESISTIDOS
Existem algumas contraindicações para a aplicação dos exercícios ativo-resistidos,
a saber:
Inflamação aguda.
Dor articular ou muscular intensa durante o exercícioresistido ou por mais de 24
horas após o exercício.
Doença neuromuscular inflamatória.
Doença cardiopulmonar grave.
 ATENÇÃO
Assim que um programa de exercícios resistidos é desenvolvido e prescrito pelo
fisioterapeuta, para alcançar as metas funcionais e os resultados específicos, torna-
se necessária a intervenção direta para implementar inicialmente o programa,
ensinar e supervisionar os exercícios prescritos, fazendo uma transição suave para
um programa domiciliar independente.
VARIÁVEIS DE PRESCRIÇÃO, CARGA,
REPETIÇÃO, FREQUÊNCIA E SÉRIES DOS
EXERCÍCIOS ATIVO-RESISTIDOS
Todas as qualidades de aptidão física são estimuladas pelos exercícios resistidos:
força, potência, resistência, coordenação e flexibilidade. O músculo torna-se mais
forte devido a dois mecanismos básicos: maior recrutamento das unidades
motoras das fibras e hipertrofia das fibras musculares individuais. 
Durante as primeiras semanas de treinamento, a força aumenta em consequência
das adaptações neurais. Os aumentos na força e na endurance são acompanhados
por certas alterações fisiológicas, como aumento do tamanho muscular (Hipertrofia
) , pequenas alterações bioquímicas e adaptações dentro do sistema nervoso.
 
Foto: Shutterstock.com
Um dos princípios que orientam a prescrição de exercícios é o princípio da
sobrecarga, que resulta de uma relação entre estímulo, adaptação e aumento da
sobrecarga. Isso se deve ao fato de que, depois de um tempo realizando exercícios
com determinada carga, devemos aumentá-la para continuarmos a ter os
benefícios que o exercício proporciona, elevando o limite de adaptação. Se
permanecêssemos com a mesma carga, manteríamos apenas o mesmo nível de
condicionamento já alcançado.
Em um programa de treinamento de força, a quantidade de resistência aplicada ao
músculo é aumentada aos poucos e de forma progressiva.
Para o treinamento de resistência à fadiga, prioriza-se o aumento do tempo durante
o qual uma contração muscular é mantida ou o número de repetições realizadas,
em vez de aumentar a resistência.
Para que esse aumento seja progressivo, adequado às possibilidades do paciente,
o fisioterapeuta deve estar atento à execução do movimento, pois o aumento da
carga não deve acontecer às custas da perda de qualidade de execução dos
movimentos.
 ATENÇÃO
A maioria dos estudos confirma a importância de se elaborar um programa de
exercícios que simule muito bem as atividades funcionais desejadas. O maior
número possível de variáveis do programa de exercícios deve estar de acordo com
os requisitos e as demandas encontradas e vivenciadas pelo paciente durante a
realização das atividades funcionais específicas.
O destreinamento, que se reflete em uma redução no desempenho muscular,
começa após alguns dias da interrupção dos exercícios resistidos e continua até os
efeitos dos treinos serem perdidos. Por essa razão, é fundamental que os ganhos
de força e resistência à fadiga sejam incorporados às atividades diárias o mais
cedo possível em um programa de recuperação funcional. Também é aconselhável
que os pacientes participem de um programa de manutenção com exercícios
resistidos, um componente integral do programa de preparo físico permanente, que
pode ser acompanhado por outro profissional de saúde, como o educador físico.
 
Foto: Shutterstock.com
O Exercício Resistido Progressivo (ERP) é um sistema de treinamento resistido
dinâmico no qual uma carga externa constante é aplicada ao músculo em
contração por algum meio mecânico (geralmente um peso livre ou aparelho com
pesos), aumentado aos poucos.
O conceito de ERP foi introduzido há quase 60 anos por DeLorme, que propôs e
estudou o uso de três séries de 10RM com cargas progressivas durante cada série.
Outros pesquisadores desenvolveram um programa, técnica de Oxford, com cargas
regressivas em cada série.
E COMO DETERMINAR 10RM?
Determinar 10RM significa verificar a carga máxima que o indivíduo consegue
realizar com 10 repetições de movimento, com três séries.
Veja a seguir a comparação dos dois programas.
Programa DeLorme Programa Oxford
Determinação de 10RM Determinação de 10RM
10 repetições com 50% de 10RM 10 repetições com 100% de 10RM
10 repetições com 75% de 10 RM 10 repetições com 75% de 10RM
10 repetições com 100% de 10RM 10 repetições com 50% de 10 RM
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Um exame e uma avaliação minuciosa do paciente são a base do fisioterapeuta
para determinar se um programa de exercícios resistidos é indicado para melhorar
o nível atual de função ou prevenir disfunções potenciais. É preciso levar em
consideração fatores como:
A patologia de base.
A extensão e a gravidade dos acometimentos no desempenho muscular.
A presença de outros déficits.
O estágio de cicatrização dos tecidos após uma lesão ou cirurgia.
A idade do paciente, seu nível geral de preparação física e sua habilidade de
cooperar e aprender.
Vale salientar a importância da escolha do tipo de contração que será usada:
EXERCÍCIO ISOMÉTRICO (EXERCÍCIO
ESTÁTICO)
Pode-se usar exercícios isométricos leves, que envolvem contrações isométricas
de baixa intensidade feitas contra pouca ou nenhuma resistência. São usados para
diminuir a dor muscular e o espasmo e para promover o relaxamento e a circulação
depois de lesões de tecidos moles durante o estágio agudo da cicatrização. Os
isométricos leves podem retardar a atrofia muscular e manter a mobilidade entre as
fibras musculares quando a imobilização de um músculo é necessária para
proteger os tecidos em cicatrização. Além disso, os exercícios de estabilização
podem ser usados para desenvolver um nível de co-contração, visando melhorar a
estabilidade postural ou a estabilidade dinâmica de uma articulação por meio de
contrações isométricas resistidas no meio da amplitude. O peso do corpo ou a
resistência manual geralmente são as fontes de resistência. Também é possível
realizar os exercícios isométricos em múltiplos ângulos, nos quais a resistência
é aplicada manual ou mecanicamente em múltiplas posições articulares dentro da
ADM disponível.
Para se obter mudanças adaptativas no desempenho muscular estático, uma
contração isométrica deve ser mantida de seis a dez segundos, pois a fadiga
muscular se desenvolve rapidamente. O uso de contrações repetitivas dentro desse
prazo diminui a ocorrência de cãibras e aumenta a efetividade do programa
isométrico. 
EXERCÍCIO DINÂMICO: CONCÊNTRICO E
EXCÊNTRICO
Durante o exercício concêntrico e excêntrico, a resistência pode ser aplicada de
várias maneiras: resistência constante, como o peso do corpo, um peso livre ou um
sistema simples de polias. Um equipamento com peso fornece resistência variável.
Já um dispositivo isocinético controla a velocidade de movimento do membro. 
Características:
Em uma contração concêntrica, números maiores de unidades motoras
precisam ser recrutados para controlar a mesma carga em comparação a uma
contração excêntrica.
O exercício concêntrico tem menos eficiência mecânica do que o exercício
excêntrico.
A resistência máxima durante a fase concêntrica de um exercício não fornece
uma carga máxima durante a fase excêntrica.
Os ganhos adaptativos relativos na força excêntrica e concêntrica parecem ser
similares na conclusão de um programa de exercícios concêntricos ou
excêntricos.
Muitos elementos (variáveis) determinam se um programa de exercícios é
apropriado, efetivo e seguro. Cada um desses elementos inter-relacionados deve
ser evidenciado para melhorar um ou mais aspectos do desempenho muscular e
atingir os resultados funcionais desejados. O alinhamento e a estabilização são
elementos básicos. A dosagem conveniente de exercícios também deve ser
determinada.
 
Foto Shutterstock.com
Os exercícios resistidos são graduados de acordo com o desenvolvimento da força,
respeitando o ritmo constante e a máxima amplitude articular possível durante a
execução. A sobrecarga de trabalho muscular determinaas melhoras nos níveis de
força e resistência muscular:
 
Foto Shutterstock.com
Treinar com pesos elevados e com baixas repetições visa aumentos de força.
 
Foto Shutterstock.com
O treino com pesos mais leves e maior número de repetições resulta em melhor
resistência muscular e força.
Não há um número ideal de repetições, mas são obtidos bons resultados treinando
de 2 a 10 resistências máximas (RM) , em que a carga utilizada cumpra somente o
número de repetições estipuladas (KISNER; COLBY, 2016).
Em experimentos científicos, o percentual de 1RM é amplamente utilizado por sua
acessibilidade e facilidade de mensuração. Entretanto, o uso de 1RM como teste
para determinação da força máxima dinâmica é inapropriado para alguns pacientes
em acompanhamento de fisioterapia, pois requer o esforço máximo. Isso não é
seguro, por exemplo, para pacientes com comprometimentos articulares, em
recuperação de lesões de tecidos moles ou que apresentem risco para tais lesões,
ou pacientes com osteoporose ou patologias cardiovasculares, conhecidas ou
potenciais.
Nos exercícios resistidos, a intensidade de trabalho é dosada principalmente pela
carga, pelo número de repetições e intervalos entre as séries. A velocidade
também é uma variável, mas não é frequentemente utilizada como parâmetro de
controle.
EXERCÍCIO EM CADEIA ABERTA E
CADEIA FECHADA
 
Foto: Shutterstock.com
EXERCÍCIOS EM CADEIA ABERTA
Envolvem movimentos nos quais o segmento distal (mão ou pé) está livre para
movimentar-se no espaço, sem necessariamente causar movimentos simultâneos
de articulações adjacentes.

 
Foto: Shutterstock.com
EXERCÍCIOS EM CADEIA FECHADA
Envolvem movimentos nos quais o corpo se move sobre um segmento distal fixado
ou estabilizado sobre uma superfície de apoio. O movimento em uma articulação
causa movimentos simultâneos nas articulações distais e proximais de um modo
relativamente previsível. Por exemplo, quando um paciente faz um movimento de
agachamento bilateral em arco curto e retorna à posição ereta.
Atualmente, acredita-se que os exercícios em cadeia cinética fechada sejam mais
funcionais, pois:
Promovem a descarga de peso nas diferentes estruturas.
Estimulam os mecanoceptores.
Estimulam a cocontração.
Melhoram a proteção articular.
Alterando a cadeia cinética de um movimento, podemos estar mudando a dinâmica
articular e o recrutamento muscular.
ARTROCINEMÁTICA E
OSTEOCINEMÁTICA
EXERCÍCIOS PASSIVOS
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a relação entre artrocinemática e
osteocinemática e sua importância para o fisioterapeuta.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PARA DETERMINAR SE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS
RESISTIDOS POSSUI INDICAÇÃO PARA A MELHORIA DO NÍVEL
ATUAL DA FUNÇÃO OU PARA PREVENIR POTENCIAIS
DISFUNÇÕES, É NECESSÁRIO QUE O FISIOTERAPEUTA TENHA
COMO BASE UM EXAME E UMA AVALIAÇÃO MINUCIOSA DO
PACIENTE, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO FATORES COMO A
PATOLOGIA DE BASE, A GRAVIDADE E A EXTENSÃO DOS
ACOMETIMENTOS NA PERFORMANCE MUSCULAR. EM
RELAÇÃO À ELEIÇÃO DOS EXERCÍCIOS, PODE-SE AFIRMAR: 
 
I. DURANTE O EXERCÍCIO CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO, A
RESISTÊNCIA PODE SER ADMINISTRADA DE DIVERSAS
MANEIRAS, COMO O PESO DO CORPO, UM PESO LIVRE, UMA
RESISTÊNCIA CONSTANTE OU UM SISTEMA SIMPLES DE
POLIAS. 
II. OS EXERCÍCIOS DE ESTABILIZAÇÃO PODEM SER USADOS
NO DESENVOLVIMENTO DE UM NÍVEL DE CO-CONTRAÇÃO,
COM O OBJETIVO DE MELHORAR A ESTABILIDADE POSTURAL
OU A ESTABILIDADE DINÂMICA DE DETERMINADA
ARTICULAÇÃO POR MEIO DE CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS
RESISTIDAS NO MEIO DA AMPLITUDE. GERALMENTE, O PESO
DO CORPO OU A RESISTÊNCIA MANUAL SÃO AS FONTES DE
RESISTÊNCIA UTILIZADAS. 
III. OS EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS LEVES SÃO UTILIZADOS
PARA MANTER A ATROFIA MUSCULAR E FAVORECER A
IMOBILIDADE DAS FIBRAS MUSCULARES DURANTE A
IMOBILIZAÇÃO DE UM MÚSCULO, NECESSÁRIO PARA
PROTEGER OS TECIDOS EM CICATRIZAÇÃO. 
 
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I, II e III.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I e II somente.
2. OS RECURSOS CINESIOTERAPÊUTICOS SÃO UTILIZADOS
DE MANEIRA DIRECIONADA DE ACORDO COM A FASE
EVOLUTIVA DO PACIENTE E COM OS OBJETIVOS TRAÇADOS
PELO FISIOTERAPEUTA. A PARTIR DO MOMENTO EM QUE
AVALIAMOS, ORGANIZAMOS OS OBJETIVOS E TRAÇAMOS
METAS PARA SEREM CONQUISTADAS, TEREMOS A
OPORTUNIDADE DE ESCOLHER OS MELHORES E MAIS
EFICAZES EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS. LEIA COM ATENÇÃO
AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. DEFINIDO COMO ATIVIDADE DE MOBILIDADE REALIZADA
POR CONTRAÇÃO MUSCULAR EFETIVA, O MOVIMENTO ATIVO
É EXECUTADO ATRAVÉS DE ATIVIDADES QUE PODEM SER
REALIZADAS CONTRA A GRAVIDADE OU EM UM
POSICIONAMENTO QUE MINIMIZA A GRAVIDADE, DE ACORDO
COM O GRAU DE FORÇA MUSCULAR DO PACIENTE. 
II. O EXERCÍCIO ATIVO-RESISTIDO TEM COMO
CARACTERÍSTICA CONTRAÇÕES MUSCULARES REALIZADAS
CONTRA RESISTÊNCIAS GRADUÁVEIS E PROGRESSIVAS,
SENDO A FORMA MAIS COMUM A UTILIZAÇÃO DE PESOS, MAS
TAMBÉM É POSSÍVEL UTILIZAR RESISTÊNCIA MANUAL,
MOLAS, ELÁSTICOS, HIDRÁULICA, ELETROMAGNÉTICA E
OUTRAS. 
III. O EXERCÍCIO RESISTIDO É UM ELEMENTO ESSENCIAL DOS
PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃO FUNCIONAL PARA PESSOAS
COM FUNÇÃO COMPROMETIDA, EMBORA NÃO SEJA UM
COMPONENTE IDEAL PARA AQUELES QUE DESEJAM
PROMOVER OU MANTER A SAÚDE E O BEM-ESTAR FÍSICO. 
 
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e III somente.
C) Somente a III.
D) I e II somente.
E) I, II e III.
GABARITO
1. Para determinar se um programa de exercícios resistidos possui indicação
para a melhoria do nível atual da função ou para prevenir potenciais
disfunções, é necessário que o fisioterapeuta tenha como base um exame e
uma avaliação minuciosa do paciente, levando em consideração fatores como
a patologia de base, a gravidade e a extensão dos acometimentos na
performance muscular. Em relação à eleição dos exercícios, pode-se afirmar: 
 
I. Durante o exercício concêntrico e excêntrico, a resistência pode ser
administrada de diversas maneiras, como o peso do corpo, um peso livre,
uma resistência constante ou um sistema simples de polias. 
II. Os exercícios de estabilização podem ser usados no desenvolvimento de
um nível de co-contração, com o objetivo de melhorar a estabilidade postural
ou a estabilidade dinâmica de determinada articulação por meio de
contrações isométricas resistidas no meio da amplitude. Geralmente, o peso
do corpo ou a resistência manual são as fontes de resistência utilizadas. 
III. Os exercícios isométricos leves são utilizados para manter a atrofia
muscular e favorecer a imobilidade das fibras musculares durante a
imobilização de um músculo, necessário para proteger os tecidos em
cicatrização. 
 
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "E " está correta.
 
Os exercícios isométricos leves podem retardar a atrofia muscular e favorecer a
mobilidade das fibras musculares. Os exercícios de estabilização podem ser
usados para desenvolver um nível de co-contração, visando melhorar a
estabilidade postural ou a estabilidade dinâmica de uma articulação. O peso do
corpo e a resistência manual geralmente são as fontes de resistência. A resistência
pode ser aplicada de várias maneiras durante o exercício concêntrico e excêntrico.
2. Os recursos cinesioterapêuticos são utilizados de maneira direcionada de
acordo com a fase evolutiva do paciente e com os objetivos traçados pelo
fisioterapeuta. A partir do momento em que avaliamos, organizamos os
objetivos e traçamos metas para serem conquistadas, teremos a
oportunidade de escolher os melhores e mais eficazes exercícios
terapêuticos. Leia com atenção as afirmativas a seguir: 
 
I. Definido como atividade de mobilidade realizada por contração muscular
efetiva, o movimento ativo é executado através de atividades que podem ser
realizadas contra a gravidade ou em um posicionamento que minimiza a
gravidade, de acordo com o grau de força muscular do paciente. 
II. O exercício ativo-resistido tem como característica contrações musculares
realizadas contra resistências graduáveis e progressivas, sendo a forma mais
comuma utilização de pesos, mas também é possível utilizar resistência
manual, molas, elásticos, hidráulica, eletromagnética e outras. 
III. O exercício resistido é um elemento essencial dos programas de
recuperação funcional para pessoas com função comprometida, embora não
seja um componente ideal para aqueles que desejam promover ou manter a
saúde e o bem-estar físico. 
 
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
 
As duas afirmativas iniciais estão corretas, mas a terceira traz uma informação
errada: diz que o exercício resistido não é um componente ideal para aqueles que
desejam promover ou manter a saúde e o bem-estar físico. No entanto, essa forma
de exercício é recomendada até para idosos, para manter a força e autonomia.
MÓDULO 3
 Descrever a utilização dos exercícios de propriocepção e suas indicações
para controle neuromuscular, equilíbrio e marcha
PRINCÍPIOS CONCEITUAIS
NEUROMUSCULARES DOS
EXERCÍCIOS PARA PROPRIOCEPÇÃO
A propriocepção (cinestesia), palavra empregada por Charles Sherrington por volta
de 1900, pode ser explicada como sendo qualquer conhecimento postural e
posicional, conduzida ao sistema nervoso central via receptores encontrados em
órgãos, músculos, tendões, ligamentos, articulações ou pele. Em outras palavras, é
a percepção da posição e dos movimentos produzidos pelo nosso corpo. É o termo
que descreve a percepção do próprio corpo e inclui a consciência da postura, do
movimento, das partes do corpo e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as
sensações de movimento e de posição articular. Embora seja estudada há muito
tempo, a propriocepção ainda não é totalmente conhecida.
É IMPRATICÁVEL FALAR EM PROPRIOCEPÇÃO
SEM CITAR RECEPTORES SENSORIAIS.
AFINAL, SÃO ELES QUE AVISAM AO NOSSO
SNC SOBRE A POSIÇÃO ARTICULAR E SOBRE
O NÍVEL DE TENSÃO MUSCULAR.
(LENT, 2010).
Os receptores sensoriais fazem parte do sistema sensorial somático, responsável
pelas diferentes experiências sensoriais captadas e interpretadas pelo nosso corpo.
O primeiro papel dos receptores sensoriais é prover o SNC com dados sobre a
condição interna de estruturas orgânicas (meio interno) e do ambiente externo. Eles
são os nossos sentidos:
 
autor/shutterstock
VISÃO
 
autor/shutterstock
AUDIÇÃO
 
autor/shutterstock
SENSIBILIDADE CORPORAL
 
autor/shutterstock
OLFAÇÃO
 
autor/shutterstock
GUSTAÇÃO
Entretanto, um único receptor não é capaz de relatar os variados estímulos com os
quais somos bombardeados a cada instante. Por isso, podemos contar com
variados tipos de receptores sensoriais, cada um com suas próprias características
que permitem a percepção de diferentes estímulos.
A classificação dos receptores sensoriais se faz de acordo com a sua função:
MECANOCEPTORES
TERMOCEPTORES
FOTOCEPTORES
QUIMIOCEPTORES
NOCICEPTORES
Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a
sua localização anatômica:
EXTEROCEPTOR
INTEROCEPTOR
PROPRIOCEPTOR (CLASSE QUE NOS
INTERESSA NO MOMENTO)
Imagine que alguém peça que você feche os olhos e descreva como está seu
tronco e seus membros superiores e inferiores. Joelhos estão fletidos? Estendidos?
Suas mãos estão abertas? Fechadas? Quem lhe informou tudo isso?
Os proprioceptores são receptores que estão presentes de forma mais profunda
nos músculos, tendões, ligamentos, nas aponeuroses, articulações e no labirinto do
sistema vestibular. Eles têm a função reflexa de informação locomotora ou postural
e podem gerar impulsos nervosos de forma consciente ou inconsciente.
Os primeiros chegam ao córtex cerebral e deixam que, mesmo com os olhos
fechados, haja a informação da percepção do seu corpo, seus segmentos
corporais, da presteza muscular e do movimento de todas as articulações. São
responsáveis, na verdade, pela percepção de posição e de movimento (cinestesia).
 
Foto: Shutterstock.com
Estes receptores cumprem seu papel, de forma simultânea, de detectar todas as
mudanças corporais e de enviar a informação coletada ao SNC. Associados aos
proprioceptores, temos o sistema vestibular e o aparelho visual, que fornecem
variados e relevantes subsídios somatosensoriais. Portanto, a propriocepção é
fundamental e é responsável pela emissão constante de informações sobre
eventuais deslocamentos de qualquer segmento corporal no espaço, auxiliando-
nos nas mais diferentes tarefas funcionais. Apropriadamente, os proprioceptores
estão localizados em:
MÚSCULOS
Fusos musculares
TENDÕES
Órgãos tendinosos de Golgi
CÁPSULAS ARTICULARES
Corpúsculos de Ruffini e Pacini
Alguns dos sensores, como já citados, são responsáveis por sensações:
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
FUSO MUSCULAR
SISTEMA VESTIBULAR
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
São sensíveis à tração exercida nos tendões, indicando a força que está sendo
exercida sobre a musculatura, impedindo lesões.
FUSO MUSCULAR
O Fuso muscular se divide em dois subtipos, fuso neuromuscular de bolsa, e de
cadeia nuclear, sendo estes responsáveis pelo comprimento da fibra muscular no
repouso (postura) e durante o movimento.
SISTEMA VESTIBULAR
Localizado no ouvido, junto à cóclea, é sensível a alterações angulares da cabeça.
Que alterações são essas? Alterações no posicionamento da cabeça, com
deslocamento do queixo para cima e para baixo no sentido horizontal, com
deslocamento do queixo lateralmente, ou seja, virar a cabeça para a direita e
esquerda. O sistema vestibular também age na identificação da postura de todo o
corpo, o que permite identificar se estou deitado, em pé ou em qualquer outro
posicionamento. Inquietações no sentido de equilíbrio podem levar a desalinhos,
que, em casos extremos, podem impedir a pessoa de se manter na posição
vertical, causando vertigem e náusea.
Após alguma lesão ou procedimentos cirúrgicos, essa informação pode ser afetada.
Nestes casos, haverá uma incapacidade proprioceptiva do sujeito, o que pode
deixar o indivíduo propenso a fazer novas lesões, ou alterar sua coordenação
durante suas atividades diárias. Pensem naquele indivíduo que fez uma entorse de
tornozelo e não consegue se sentir seguro nas suas atividades esportivas ou
recreativas: é disso que estamos falando.
Os exercícios de propriocepção são fundamentais para manter e recuperar essa
cinética, função e percepção das articulações.
TIPOS DE EXERCÍCIOS
PROPRIOCEPTIVOS
O treino proprioceptivo abrange geralmente exercícios em superfícies irregulares e
instáveis. Estes dados da superfície fornecem ao organismo constantes
propriedades para avaliar, informar a sua direção e localização no ambiente. Ele
desenvolve, recupera e condiciona a consciência corporal. Uma resposta
proprioceptiva positiva e integral proporciona ao corpo mais equilíbrio e estabilidade
para suas atividades diárias.
São tipos de exercícios proprioceptivos:
Treinos de marcha em terrenos irregulares.
Exercícios de equilíbrio, no disco com apoio bipodal ou unipodal, com ou sem
auxílio da visão.
Exercícios em pranchas de equilíbrio, cama elástica, balancim etc.
Exercícios de deslocamentos, estimulando as mudanças de direção.
Exercícios estimulando a atividade profissional ou esportiva.
Exercícios em circuitos com diversos tipos de piso, direção, obstáculos.
TIPOS E FORMAS DE EXERCÍCIOS
PARA O EQUILÍBRIO
O equilíbrio é uma ação complexa que depende da conexão da visão, da
percepção vestibular e periférica, dos comandos centrais e informações
neuromusculares e, particularmente, da força muscular e do tempo de reação. Para
obter um bom equilíbrio, um indivíduo deve procurar manter o centro de massa
corporal dentro dos limites mais estáveis, o que é determinado pela agilidade em
controlar a postura sem alterar a base de suporte. Difícil, não?
Reflita e tente responder à questão a seguir.
COMO ELABORAR EXERCÍCIOS PARA
MANUTENÇÃO, MELHORIA OU
AQUISIÇÃO DO EQUILÍBRIO?
RESPOSTA
Há muitos fatores a serem considerados quando se desenvolve um programa de
intervenção para comprometimentos do equilíbrio.A maioria dos programas de
intervenção para o equilíbrio requer uma abordagem em múltiplos sistemas.
javascript:void(0)
 EXEMPLO
Uma pessoa que vem experimentando repouso prolongado no leito ou inatividade
após uma enfermidade pode precisar de um programa que inclua alongamento dos
membros inferiores e do tronco para melhorar o alinhamento postural e a
mobilidade, exercícios de fortalecimento para aprimorar o desempenho motor e as
atividades de equilíbrio dinâmicas e funcionais para melhorar a habilidade de
realizar com segurança as atividades de vida diária.
Vale salientar que as intervenções devem ser baseadas nos déficits identificados no
controle estático, dinâmico, antecipatório e reativo, assim como em problemas que
envolvem a organização sensorial, a função e a segurança do indivíduo.
Veja alguns exemplos de exercícios proprioceptivos e para equilíbrio de pé:
Caminhar em linha reta durante dez metros, um pé à frente do outro.
Caminhar em diferentes tipos de superfícies, como areia, grama, colchonetes.
Caminhar na ponta dos pés, calcanhares, da borda lateral ou interna do pé, de
forma intercalada.
Sustentar-se num pé só, com exercícios com entrega e arremesso de bola.
Ficar de pé sobre uma superfície arredondada, ou numa cama elástica ou
balancim, e manter-se sobre um dos pés.
Pular na cama elástica, elevando um joelho de cada vez.
De pé no balancim ou disco de equilíbrio, fechando os olhos enquanto o terapeuta
o desequilibra.
 ATENÇÃO
Pode ser que o indivíduo ainda não consiga se manter em pé, ou ser um cadeirante
(lesão raquimedular, por exemplo) permanente ou temporário, e as reações de
equilíbrio deverão ser pesquisadas e estimuladas em todas as posturas possíveis.
As posturas possíveis são:
DECÚBITO VENTRAL EM POSTURA DE PUPPY ,
COM RETIRADA DE APOIO DE UM DOS
BRAÇOS.
DECÚBITO DORSAL COM APOIO DOS PÉS E
JOELHOS FLETIDOS, ELEVANDO O QUADRIL E
RETIRANDO O APOIO DE UM DOS PÉS.
SENTADO, COM DESLOCAMENTOS E
EXERCÍCIOS COM ROTAÇÃO DE TRONCO.
EM QUATRO APOIOS, BALANCEIOS E
RETIRADA DO APOIO DE MEMBROS
SUPERIORES E INFERIORES
ALTERNADAMENTE.
DE JOELHOS, PASSAGEM PARA MEIO
AJOELHADO, COM DESLOCAMENTOS.
PASSAGEM DE JOELHOS PARA DE PÉ.
As mudanças de posturas e a marcha necessitam das reações de equilíbrio. A
reação de equilíbrio é a capacidade do indivíduo em manter a projeção do centro
de gravidade dentro dos limites da base de sustentação. Isso se dá por meio da
interação de diversas forças que agem sobre nosso corpo. De forma mais simples,
é a manutenção da postura, mesmo quando uma força externa tenta o
desequilíbrio. Imagine alguém tentando desequilibrá-lo, e isso pode ser em
qualquer postura: sentado, de quatro apoios, de pé ou caminhando.
APLICAÇÃO DA CINESIOTERAPIA
PARA ESTABILIDADE NA MARCHA
A marcha é uma tarefa motora complexa que envolve um padrão de contrações
musculares em diversos segmentos do corpo, além de vários outros fatores
interligados – visão, percepção vestibular e periférica, comandos centrais e
informações neuromusculares, já citados anteriormente – junto ao equilíbrio.
Pensando em termos biomecânicos, uma marcha eficaz pode ser vista com o
deslocamento do centro de gravidade no espaço, com o menor consumo de
energia possível. Isso é determinado pela agilidade em controlar o deslocamento
do corpo e da postura em posição bípede.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
As avaliações de equilíbrio e marcha são fundamentais para propor um treinamento
eficaz com exercícios terapêuticos. Vários testes podem ser utilizados com dados
comparativos. Dentre eles, podemos citar:
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG
TESTE DE TINETTI
TESTE TIMED UP AND GO
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG
É utilizada para verificação das habilidades de equilíbrio estático e dinâmico de
uma pessoa.
TESTE DE TINETTI
Classifica os aspectos da marcha, como a velocidade, a distância do passo, a
simetria e o equilíbrio em pé.
TESTE TIMED UP AND GO
Teste que avalia a funcionalidade da marcha. O parâmetro avaliado é o tempo
despendido (em segundos) para se levantar de uma cadeira, andar uma distância
de 3 metros e voltar até se sentar. É muito utilizado e eficaz.
Diversos estudos têm sido realizados na busca por informações sobre o efeito do
exercício terapêutico junto ao equilíbrio e à marcha de idosos, mais propensos a
quedas. Foi identificado que os exercícios de força contribuem para melhorar o
equilíbrio e a marcha. Alguns desses estudos também mediram os níveis pré e pós-
treinamento de habilidades funcionais, como equilíbrio, subida de escadas,
velocidade da marcha e levantamento de posição sentada. O efeito do treinamento
de força e resistência à fadiga nas habilidades funcionais se mostrou promissor.
Além disso, a melhora do desempenho físico, com o aumento da força muscular,
potência e resistência física, contribui para a melhora do funcionamento físico,
incluindo velocidade da marcha ou da corrida e da habilidade de saltar.
 
Já é comprovado que um programa de exercícios terapêuticos em grupo ou
individual, com incorporação de fortalecimento muscular, alongamento, caminhada
e atividades funcionais, produz efeitos benéficos no equilíbrio e na marcha a curto e
longo prazos.
Diante disso, com todas as informações desse módulo, apresentamos uma
progressão dos exercícios, após diminuição do quadro álgico, para recuperação
funcional global, que também incluirá marcha e equilíbrio (KISNER; COLBY, 2016):
Desenvolver percepção e controle dos músculos fracos ou mal utilizados.
Para uma musculatura fraca ou reparada cirurgicamente, iniciar com exercícios
isométricos intermitentes e em vários ângulos contra mínima resistência e
exercícios ativos em posições de cadeia aberta e fechada, dentro das amplitudes
indolores e protegidas.
Proporcionar resistência e repetições apenas suficientes para desafiar os
músculos, sem provocar os sintomas.
Incluir exercícios concêntricos e excêntricos.
Desenvolver controle dos músculos posturais para dar estabilidade à região,
usando exercícios de estabilização.
Desenvolver resistência muscular à fadiga.
Progredir para padrões combinados de movimento que simulem atividades
funcionais e treinar os grupos musculares para que funcionem em uma sequência
coordenada de controle e movimento.
Integrar tarefas funcionais simples ao programa de exercícios e progredir para
tarefas mais complexas e desafiadoras, sempre incorporando uma mecânica
corporal apropriada.
Implementar exercícios corporais totais para melhorar a resistência cardiopulmonar
e o equilíbrio.
Conforme a necessidade, baseando-se nas metas funcionais, incorporar ao
programa de recuperação funcional exercícios excêntricos de alta intensidade,
treinamento pliométrico (exercícios de alongamento-encurtamento rápido) e
exercícios de agilidade com velocidades de movimento cada vez maiores.
 SAIBA MAIS
Exercício pliométrico é um formato de exercício que tem como objetivo o máximo
uso dos músculos em movimentos rápidos e de explosão. Segurar e arremessar
uma bola e saltar são exemplos de exercícios pliométricos, pois trabalham a
contração e o alongamento do músculo de forma sequenciada, buscando a força
máxima em um menor período de tempo.
EXERCÍCIOS DE PROPRIOCEPÇÃO
PARA IDOSOS
A especialista Sandra Mayworm fala sobre a relação do fortalecimento muscular,
reações de equilíbrio, treinamento de marcha e da propriocepção junto aos idosos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A MARCHA ENVOLVE UM PADRÃO DE CONTRAÇÕES
MUSCULARES EM DIVERSOS SEGMENTOS DO CORPO, ALÉM
DE VÁRIOS OUTROS ELEMENTOS INTERLIGADOS, COMO A
VISÃO, A PERCEPÇÃO VESTIBULAR E PERIFÉRICA, OS
COMANDOS CENTRAIS E AS INFORMAÇÕES
NEUROMUSCULARES, SENDO CONSIDERADA UMA TAREFA
MOTORA COMPLEXA. 
 
PORQUE 
 
II. É COMPROVADO QUE A APLICABILIDADE DE UM
PROGRAMA DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS COM
INCORPORAÇÃO DE FORTALECIMENTO MUSCULAR,
CAMINHADA, ALONGAMENTO E ATIVIDADES FUNCIONAIS EM
GRUPO OU INDIVIDUAL, PRODUZ EFEITOS BENÉFICOS NA
MARCHA E NO EQUILÍBRIO A CURTO E LONGOPRAZOS. 
 
A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A OPÇÃO
CORRETA.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
2. OS PROPRIOCEPTORES SÃO RECEPTORES QUE SE
LOCALIZAM MAIS PROFUNDAMENTE NOS MÚSCULOS,
TENDÕES, LIGAMENTOS, NAS APONEUROSES,
ARTICULAÇÕES E NO LABIRINTO, CUJA FUNÇÃO REFLEXA É
LOCOMOTORA OU POSTURAL. PODEM GERAR IMPULSOS
NERVOSOS, CONSCIENTES OU INCONSCIENTES. PODEMOS
AFIRMAR QUE: 
 
I. OS PROPRIOCEPTORES DETECTAM TODAS AS VARIAÇÕES
MECÂNICAS E ENVIAM A INFORMAÇÃO RECOLHIDA AO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL. 
II. OS PROPRIOCEPTORES NÃO SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO
SENTIDO DE POSIÇÃO E DE MOVIMENTO (CINESTESIA) DO
CORPO, MAS SOMENTE DO SENTIDO DA VISÃO. 
III. OS PROPRIOCEPTORES ESTÃO LOCALIZADOS NOS
MÚSCULOS, TENDÕES E NAS CÁPSULAS ARTICULARES. 
 
ESTÁ (ÃO) CORRETA (S) AS AFIRMATIVAS:
A) II e III somente.
B) I e II somente.
C) Somente a III.
D) I e III somente.
E) I, II e III.
GABARITO
1. A marcha envolve um padrão de contrações musculares em diversos
segmentos do corpo, além de vários outros elementos interligados, como a
visão, a percepção vestibular e periférica, os comandos centrais e as
informações neuromusculares, sendo considerada uma tarefa motora
complexa. 
 
PORQUE 
 
II. É comprovado que a aplicabilidade de um programa de exercícios
terapêuticos com incorporação de fortalecimento muscular, caminhada,
alongamento e atividades funcionais em grupo ou individual, produz efeitos
benéficos na marcha e no equilíbrio a curto e longo prazos. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A alternativa "B " está correta.
 
As duas asserções são proposições verdadeiras, mas sem uma relação de
justificativa da segunda para a primeira. Enquanto a I relata sobre a complexidade
da marcha, envolvendo diversos elementos interligados para seu desempenho, a II
trata dos benefícios de um programa de exercícios que proporcionam benefícios
para a marcha, como também para o equilíbrio a curto e longo prazos.
2. Os proprioceptores são receptores que se localizam mais profundamente
nos músculos, tendões, ligamentos, nas aponeuroses, articulações e no
labirinto, cuja função reflexa é locomotora ou postural. Podem gerar impulsos
nervosos, conscientes ou inconscientes. Podemos afirmar que: 
 
I. Os proprioceptores detectam todas as variações mecânicas e enviam a
informação recolhida ao sistema nervoso central. 
II. Os proprioceptores não são os responsáveis pelo sentido de posição e de
movimento (cinestesia) do corpo, mas somente do sentido da visão. 
III. Os proprioceptores estão localizados nos músculos, tendões e nas
cápsulas articulares. 
 
Está (ão) correta (s) as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
 
Os proprioceptores desempenham, simultaneamente, a função de detectar todas
as variações mecânicas e de enviar a informação recolhida ao sistema nervoso
central. Pode-se dizer, portanto, que a propriocepção é responsável pelo envio
constante de informação sobre eventuais deslocamentos de segmentos no espaço,
auxiliando-nos nas diversas tarefas motoras. Apropriadamente, os proprioceptores
estão localizados nos músculos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de
Golgi) e nas cápsulas articulares (corpúsculos de Ruffini e Pacini).
MÓDULO 4
 Identificar os tipos e as aplicações de exercícios terapêuticos para
restituição da amplitude articular
RELAÇÃO COMPRIMENTO VERSUS
TENSÃO MUSCULAR E CAPACIDADE
ELÁSTICA DO MÚSCULO
Quando falamos sobre mobilidade, estamos relacionando dois parâmetros
diferentes:
MOBILIDADE DOS SEGMENTOS CORPORAIS
MOBILIDADE FUNCIONAL
Como estão relacionados, a amplitude de movimento funcional e a mobilidade
funcional necessitam de uma integridade articular e da flexibilidade.
O músculo é um combinado de tecido contrátil e não contrátil. Nos músculos,
identificamos a presença de fibras musculares dispostas em paralelo. Cada fibra
muscular tem ampla coleção de miofibrilas, que, por sua vez, é constituída de
composições ainda menores identificadas como sarcômeros. Eles representam a
unidade funcional do músculo e são compostos por ligações transversas de actina
e miosina, que se sobrepõem e possibilitam ao músculo relaxar ou contrair.
FLEXIBILIDADE
Entende-se como flexibilidade a capacidade de mover uma única articulação
ou uma série de articulações, de modo suave e com facilidade, ao longo de
uma amplitude de movimento (ADM) sem restrições e de forma indolor. Ela
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
está relacionada à extensibilidade das unidades musculotendíneas que
atravessam uma articulação, com base em sua habilidade de relaxar ou
deformar e ceder a uma força de alongamento (KISNER; COLBY, 2016).
 Estrutura do músculo.
 
Foto: Shutterstock.com
A tensão muscular proporcionada em uma única fibra muscular é dependente
diretamente da relação comprimento-tensão de seus sarcômeros. Para que isso
possa gerar uma tensão ótima, é preciso que a relação seja adequada. A máxima
que se deve ter em mente está inerente à teoria de deslizamento, sendo a força
que uma fibra muscular pode gerar diretamente proporcional ao número de pontes
cruzadas entre os filamentos de actina e miosina.
Em relação ao sarcômero, duas situações distintas podem ser observadas:
SARCÔMERO “ALONGADO”
SARCÔMERO REDUZIDO
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Nos dois casos, o resultado é o mesmo, menor tensão gerada e,
consequentemente, menor desempenho de força. As intervenções de alongamento
são elaboradas para aumentar o comprimento dos componentes contráteis e não
contráteis das unidades musculotendínea e das estruturas periarticulares.
A deformação do tecido conjuntivo ocorre com graus diferentes em intensidades
diversas de força e com frequências de aplicação diferentes. Requer a quebra de
ligações de colágeno e o realinhamento das fibras, para que o alongamento ou o
aumento da flexibilidade seja permanente.
Muitos processos patológicos podem restringir o movimento e comprometer a
mobilidade. Veja exemplos de fatores extrínsecos e intrínsecos que podem
ocasionar restrição de movimentos:
FATOR EXTRÍNSECO
FATORES INTRÍNSECOS
A restrição de movimento pode variar de leve encurtamento a contraturas
vigorosas.
O alongamento é um método frequentemente executado para aumentar a
amplitude de movimento (ou a flexibilidade) de determinadas articulações. Embora
não haja evidências científicas que comprovem a sua eficácia na diminuição do
risco de lesões e na minimização de dores musculares tardias, tradicionalmente faz
parte do aquecimento para atividades físicas e proporciona bem-estar e habilidades
funcionais diárias.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
 
Foto: shutterstock.com
CONTRATURAS
Definimos contratura como o encurtamento adaptativo da unidade
musculotendínea e outros tecidos moles que cruzam ou cercam uma
articulação, resultando em resistência significativa ao alongamento passivo ou
ativo e à limitação da ADM, podendo levar a disfunções.
INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO
PARA USO DO ALONGAMENTO
Mesmo sendo difícil escolher na prática clínica um protocolo de alongamento
apropriado, essa discussão se propõe a contribuir para seu conhecimento.
Independentemente de qual técnica é mais efetiva, o alongamento ainda é
altamente recomendado para ganhos de amplitude de movimento e flexibilidade
para as atividades de vida diária.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
Indicações para o uso do alongamento:
ADM limitada em virtude dos tecidos moles perderem sua extensibilidade em
decorrência de aderências, contraturas e formação de tecido cicatricial, causando
limitação funcional (limitação nas atividades) ou incapacidades (restrições

Outros materiais